O Papel Do Professor

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O Papel do Professor Diante da Inclusão Escolar

Ana Paula Mesquita da Silva 1


Aparecida Luvizotto Medina Martins Arruda 2

Resumo
Muitas vezes não sabemos como devemos nos
comportar quando nos deparamos com alguém com
alguma deficiência. Talvez a falta de formação
adequada nos coloque em algumas situações
desconfortáveis no nosso dia a dia e este trabalho tem
como objetivo mostrar o desenvolvimento do professor
dentro da sala de aula com alunos especiais. Trazendo
para a nossa realidade a questão da inclusão dentro da
escola levantando quais são as nossas expectativa como
professor e quais são as expectativas dos alunos e da
comunidade como expectadores do trabalho
desenvolvido. O objetivo da nossa pesquisa junto com
os autores foi mostrar a importância da formação
continuada para atender a essas pessoas, levantando
aqui questões de acessibilidade e locomoção. Nós como
professores saímos da graduação preparada para
trabalhar com a inclusão? Com certeza não, mas cabe
aos professores especializar-se na sua área desejada.
Mesmo com a escola abrindo as portas para a inclusão
nos dias de hoje ainda há muito no que avançar é claro
respeitando os limites e o seu modo de pensar e agir.

Palavras-chave: Inclusão. Formação continuada.

INTRODUÇÃO

A escolha por esse tema surgiu pela dificuldade que a escola comum e seus
profissionais apresentam no cotidiano em sala de aula, ao trabalhar com a inclusão.
O planejamento do professor de educação especial não deve ser diferente do professor
de classes regulares, pois, num sentido mais amplo, deve atender a todos.
É importante que os professores, demais alunos e famílias se adaptem ao meio que a
criança inclusa está inserida, dando a devida importância para tamanha contribuição na vida
escolar dessa criança.

1
Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque, 2013.

2
Mestre em Educação pela UNISO/SP; Especialização em Gestão Escolar pela UNICAMP e Didática do Ensino
Superior pela UNINOVE; Pedagoga e Pós-Graduada em Supervisão Escolar, Direito Educacional e Gestão
Escolar. Professora da FAC São Roque.

Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 5 – nº 1 - 2014


Ao analisarmos essas dificuldades, sentimos grande necessidade de rever conceitos e a
formação adequada para os professores, levantando suas dificuldades em sala de aula,
tentando viabilizar melhores condições para o seu trabalho e trazendo para o meio escolar um
aproveitamento melhor de ambas as partes.
Este trabalho é baseado na dificuldade do educador, analisando os desafios que
enfrentam os professores diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, porque
as escolas não oferecem subsídios para se trabalhar com esses alunos e suas dificuldades.
É um desafio a todos, principalmente aos profissionais de educação, que têm de fato,
que atender esses educando com qualidade, para que os objetivos e o desenvolvimento
aconteçam, fazendo com que a sociedade valorize a diversidade humana.
Tem por finalidade rever planos e estratégias utilizadas pelos professores, para avaliar
alunos com necessidades especiais, verificando o grau de dificuldade de cada um em sala de
aula, descobrindo habilidades e potencialidades que precisam ser exploradas e modificadas de
ambas as partes, capacitando melhor o profissional.
No primeiro capítulo foi abordada a importância da formação do professor e a sua
contribuição para adaptar esse aluno à sociedade, integrando-o a um convívio escolar onde
possam interagir com outras crianças e pessoas capacitadas para atendê-lo.
No segundo capitulo foi abordada a história da inclusão, como se deu a inclusão no
Brasil e como eram tratadas as pessoas, quais evoluções tivemos nesse período de inclusão,
sobre os tipos de deficiências existentes e meios de lidar com cada uma, ou seja, qual o
tratamento adequado à necessidade do educando.
O terceiro capítulo trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa, realizada com
professores que trabalham na escola Centro de Educação Infantil (CEI) Despertar, que atende
vários tipos de deficientes, com graus diferenciados, desde a Educação Infantil e Ensino
Fundamental, até adultos que participam de oficinas pedagógicas direcionadas por
profissionais da área. Essa pesquisa tem como objetivo identificar e diagnosticar o
profissional como transmissor de conhecimento dos educandos que se encontram nessa
escola, considerando que ainda há muito para fazer quanto à inclusão, sendo essencial que o
professor conheça as necessidades dos alunos, com os quais está atuando.
Muitos professores têm o curso de graduação e não se preocupam em fazer um estudo
continuado desse trabalho. O professor tem que gostar e se responsabilizar seu trabalho, para
que venha a desenvolvê-lo com qualidade.

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Para encerrar este trabalho, foram feitas as considerações finais sobre o assunto
pesquisado.

1 O PROFESSOR
No século XVII, a mulher ficou responsável pela educação dos filhos até 7 anos e as
meninas ficavam isoladas e aprisionadas até o casamento, encaixando-se em padrões
considerados naturais amorosa, sensível e outras qualidades que se adequasse ao instinto
maternal.Para muitos é essa características que leva a ter tantos profissionais na educação
principalmente na educação infantil uma vez que as educadoras passam a ter valores de mães
para essas crianças. A partir da década de 1960 é que as mulheres chegam às escolas nas
condições de estudante, e depois de muitas conquistas nas condições de docente.
A função do professor teve inicio no Brasil na primeira metade do século XIX,
começou com os homens tanto no ensino particular, de caráter religioso e até mesmo no
ensino primário. Dados de uma pesquisa realizada em 2003 pelo Ministério do Trabalho e
Educação, relata que 98,5% dos professores de educação infantil são mulheres, já nas quatros
primeiras séries do fundamental esse número cai para 85%, mas ainda é muito maior referente
ao número de homens. A partir da década de 1960 é que as mulheres chegam as escolas nas
condições de estudante, e depois de muitas conquistas nas condições de docente.

Ninguém se forma no vazio. Formar-se supõe troca, experiência,


interações sociais, aprendizagem, um sem fim de relações. Ter acesso
ao modo como cada pessoa se forma é ter em conta a singularidade da
sua história e, sobretudo, o modo singular como age, reage e interage
com os seus contextos. Um percurso de vida é assim um percurso de
formação, no sentido em que é um processo de formação (MOTA,
1992, p.115).

Embora em muitas escolas acreditem que o objetivo é só cuidar para que estejam
bem alimentadas e não se machuquem, a partir do momento que são atribuídos esses valores à
educadora, cria-se um vínculo de carinho e a atenção e muitas vezes esse carinho se confunde
com o carinho de mãe. A maneira que professor e aluno se relacionam cria a afetividade que
faz com que essa relação se fortaleça ainda mais. O aprendizado desse aluno se dá no
cotidiano, porque é através da prática que se constrói o conhecimento.
Talvez, o significado da palavra - incluir, não esteja ligado a inserir pessoas diferentes
na sociedade e sim fazer um trabalho diferenciado com essas pessoas, um trabalho que

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possibilite a autonomia, porque o professor deve estar em constante aprendizagem, buscando
informações e estar sempre disposto a ouvir o aluno para um melhor desempenho do seu
trabalho. Ao desenvolver seu planejamento, o professor tem que pensar no que ele está
preparando e para quem ele está preparando, para que depois não venha a se frustrar, então
terá que repensar sobre o seu planejamento e aplicar um olhar diferente sobre o seu trabalho.
É de grande importância, também, que o professor divida com outros profissionais da
educação os seus avanços e retrocessos, nem todos os profissionais sabem de tudo.
Contudo, Moraes

[...] afirma o conhecimento humano é adquirido pelo indivíduo por


meio da estruturação por meio da transmissão estruturadora do
processo ensino-aprendizagem, e o sujeito tem um papel insignificante
em sua aquisição e em sua elaboração. A educação, na maioria das
vezes, é compreendida como instrução e está circunscrita à ação da
escola. A ênfase é dada às situações de sala de aula, nas quais os
alunos são instruídos pelo professor. (MORAES, 2003, p.51)

Embora a escola precise ser repensada, para atender a cada necessidade, é necessária
uma reflexão, a começar pelo profissional, que não esteja ali apenas pelo seu salário, mas sim
para desenvolver um trabalho diferenciado, atendendo cada um dentro da sua necessidade e
que esse profissional possa desenvolver seu trabalho com êxito, embora ele seja preparado
para trabalhar com a diversidade, acaba tendo que adaptar-se ao meio, sem qualquer
valorização ou capacitação especifica.
A nossa sociedade é formada por uma gama de pessoas diferentes, onde cada pessoa é
singular, cada um tem a sua crença, a sua cultura e seus valores. Anormal é achar que na
escola pode ser diferente, quando tratam o trabalho escolar com igualdade, há um pressuposto
que diz que somos todos iguais negando assim as nossas diferenças. Para que a inclusão se
concretize é necessário repensar a forma com que as escolas estão organizadas e colocar em
prática o princípio da educação inclusiva, que é educação para todos.
A educação é um direito de todos, educação de qualidade e igualitária e nós, como
professores, tentamos fazer com que isso aconteça, no entanto, a capacitação de professores
passa por uma mudança a respeito da inclusão, visando melhora lá com atendimento
igualitário e qualitativo, com direito ao acesso e a permanência na escola, precisando também
ser levado em conta outros princípios como a acessibilidade e locomoção. O professor deve

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ser visto como mediador e estimulador, tornando a sala de aula um ambiente onde seus limites
seja estimulador de sua autonomia.
Um professor de sala de aula regular, não pode ser diferente de um professor de
inclusão, onde seja valorizado o respeito mútuo à sua capacidade e seu espaço, facilitando
assim sua atuação de forma livre e criativa proporcionando a cada um, uma sala de aula
criativa e diversificada, dando a oportunidade de participar das atividades adaptadas às
necessidades de cada aluno, já que o professor vai ser sempre o responsável pelo sucesso ou
pelo fracasso da aprendizagem dessa criança.

1.1 FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO

Gosto de pensar na formação de professores (inspirada no poema de


Guimarães Rosa) sob a perspectiva de que o belo da vida é essa
possibilidade de que todos nós somos inacabáveis, estamos sempre
mudando afinando (acertando) e desafinando (errando). (MANTOAN,
2008, apud ROSA, 2009, p. 141)

O Presidente Luis Inácio Lula da Silva assinou o decreto que instituiu a Política
Nacional de Formação de Professores publicado no Diário Oficial da União de 30 de Janeiro
de 2009, cuja finalidade é organizar a formação inicial e continuada dos profissionais do
magistério para a educação básica, em regime de colaboração entre a União, os estados, o
Distrito Federal e os municípios. Os cursos de atualização e especialização de professores
ficarão a cargo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e
deverão ser homologados por seu Conselho Técnico-Científico da Educação Básica.
Na formação dos professores, a modalidade principal de ensino é presencial,
reconhecendo-se a importância dos sistemas semipresencial e a distância,
Entre os pontos em destaque estão o reconhecimento de que a formação do docente
para todas as etapas da educação básica é compromisso público de Estado, a necessidade de
articulação entre formação inicial e continuada, bem como entre diferentes níveis e
modalidades de ensino. O decreto enfatiza, também, a promoção de equalização nacional das
oportunidades para os profissionais do magistério em instituições públicas de ensino superior.
Outros temas abordados no documento dizem a respeito à educação inclusiva,
educação no campo, educação de jovens e adultos, bem como apoio aos programas de
formação em regiões e comunidades com necessidades específicas, como os quilombolas e os
indígenas.
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Antes de seguir para aprovação presidencial, o documento passou por discussões
envolvendo profissionais da área e os mais diversos setores da sociedade. A minuta ficou
disponível para consulta pública e sugestões no portal do Ministério da Educação (MEC),
entre os dias 10 de outubro e 24 de novembro de 2008.
A Lei Federal Nº 11.502, atribui à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) a responsabilidade pela formação de professores da educação básica,
uma prioridade do Ministério da Educação. O objetivo é assegurar a qualidade da formação
dos professores que atuarão ou que estejam em exercícios nas escolas públicas, além de
integrar a educação básica e superior visando à qualidade do ensino público. A Política
Nacional de Formação de Professores tem como objetivo ampliar a oferta e melhorar a
qualidade na formação dos professores.
O professor tem grandes desafios a vencer, dando a sua participação para a
contribuição social e para o desenvolvimento aluno e tem um papel muito importante, que é o
sucesso da educação, seja ela formal ou informal.
Para uma educação de qualidade é necessário uma formação sólida e contínua, com
uma progressão continuada que lhe forneça subsídios para uma reflexão sobre a sua prática
pedagógica.

1.2 FORMAÇÃO PARA TRABALHAR COM A INCLUSÃO

Talvez o que deixe o professor mais preocupado, seja a insegurança em relação à sua
inexperiência, já que nos cursos superiores aprendeu apenas a lidar com a teoria e não teve
acesso às práticas pedagógicas, diretamente com alunos especiais. No que consiste à
educação, o dia a dia da escola e da sala de aula exigem que o professor seja capaz de
organizar as situações de aprendizagem considerando a diversidade dos alunos. Essa nova
competência implica a organização dos tempos e dos espaços de aprendizagem, dos
agrupamentos dos alunos e dos tipos de atividades para eles planejadas.
É de extrema importância um planejamento flexível que se adapte de acordo com a
necessidade e capacidade de cada um, o professor situa-se como mediador e facilitador na
organização dos alunos, de forma que possibilite uma melhor interação, mesmo em níveis tão
diferentes, incluindo a todos, seja na educação física, capoeira, teatro ou qualquer outra
proposta pedagógica.

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O professor precisa repensar nas suas estratégias de ensino para não ficar preso ao
espaço delimitado na sala de aula, faz se necessário repensar nas práticas pedagógicas até
mesmo numa nova gestão da classe, porque ainda é muito forte a ideia de controle,
principalmente quando se fala em delimitação de espaço físico. É de grande importância
pensar não só no ambiente, como também no acesso e permanência nesse espaço como um
todo, seja na escola como prédio ou até mesmo nas mesas e cadeiras, sempre utilizando os
meios ofertados pela instituição.
Todos os materiais devem ficar aos cuidados apenas dos professores e não ao alcance
das crianças e a forma como o espaço físico é organizado também é definido por ele, pois é o
professor que irá tomar partido da situação, seja ela qual for, pois o espaço realmente é de
fundamental importância sendo um dos elementos essenciais na abordagem educacional.
Talvez ainda seja preciso pensar na acessibilidade em relação ao espaço educativo: espaço
tanto na cidade como na escola; espaço adequado para diferentes necessidades e diferentes
idades; espaço organizado e adaptado.
Segundo Mantoan (2009, apud SOARES; FIGUEIREDO, 2007, p.142),
“Compreender o espaço que cada um está inserido é compreender uma gama de
possibilidades partindo da prática educativa dos professores”.
A escola regular pode ser substituída pela escola das diferenças ou pela pedagogia da
adversidade para ser capaz de organizar situações de ensino e gerar espaço em sala de aula
capaz de incluir, com o intuito de que todos os alunos possam ter acesso a todas as
oportunidades educacionais e sociais oferecidas pelo âmbito escolar sem qualquer distinção.
O professor como mediador deverá promover um ensino igualitário e sem
desigualdade, já que quando se fala em inclusão não estamos falando só dos deficientes e sim
da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos
para a sociedade.

[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os


professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão
escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de
todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições
atuais do ensino básico. (MANTOAN,1997, p.120)

É importante pensar no professor como agente transmissor de conhecimento que


respeita as diferenças, e que cada aluno reage de acordo com a sua personalidade, seu estilo
de aprendizagem, sua experiência pessoal e profissional, entre outras.
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Uma das contribuições da Política Nacional de Educação Especial visando a melhoria e
orientação das redes de ensino é o Atendimento Educacional Especializado - AEE, que visa
modificar e atender as exigências de uma educação igual para todos. Refere-se a um professor
especializado nesse tipo de atendimento que identifica a necessidade de cada um, cria e
articula um plano de ensino dentro do ensino comum, provendo recursos para esses alunos,
adaptando as situações, trazendo para o seu cotidiano não só na parte pedagógica, mas
também preparando para a sociedade.
A resistência das escolas em receber alunos inclusos ainda se dá devido à falta de
experiência que os professores enfrentam, sem saber como lidar com aquela criança que não
se encaixa com o perfil da sala, muitas vezes tentam fazer com que aquele aluno mude de
sala, antes mesmo de saber quais são as suas possibilidades.
Um dos planos do AEE junto com o professor e a equipe escolar é envolver os
interessados que são os pais e familiares, trazendo para a escola para esclarecer quais as
dificuldades enfrentadas na sala de aula e fora dela para juntos dar início ao atendimento do
mesmo.
Em relação à formação, fica cada vez mais difícil a situação do professor, porque as
universidades pouco os preparam para lidar com alunos com necessidades educacionais
especiais (NEE), saem despreparados, já que na sua formação não tem um curso específico
para lidar com eles. Muitos professores ainda reclamam que falta, também, o suporte de
profissionais da área da especificidade para trabalhar com essas crianças, já que as mesmas
necessitam de uma atenção especial, um trabalho diferenciado.
Ainda há muito para se fazer, pois realmente a formação do professor não é coerente
para se trabalhar com a inclusão, enquanto isso a pedagogia da diversidade precisa ser vista
como uma pedagogia que seja auxiliadora, onde as práticas pedagógicas precisam ser
repensadas e modificadas, dependendo da criatividade de cada professor, o modo com o qual
desenvolverá seu projeto com a sala, de forma a incluir a todos, através de um planejamento
flexível para novas adaptações.
É também importante que essa formação não seja voltada apenas para os professores,
como também para todos os profissionais da área da educação na escola, onde os centros de
apoio, por sua vez, também farão o seu papel, disponibilizando profissionais especialistas,
como fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, psicólogo, entre outros.
A inclusão é formada por um conjunto, coordenado por serviços tanto sociais como
educacionais e em outras áreas dando suporte nos serviços de assistencialismo. A escola deve

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funcionar como um centro de apoio para essa criança, porém, o problema é que muitas vezes
esses pontos de apoio acabam acomodando os familiares, que fazem da escola um depósito,
onde acabam deixando essas crianças em período integral. E para que as crianças tenham um
atendimento de acordo com as suas necessidades, precisam ter profissionais qualificados,
capacitados para atender cada aluno dentro de sua necessidade, onde se encontra até mesmo a
falta de materiais acessíveis para o profissional da área.
A escola não deve ser vista como o local para incluir e sim o lugar que irá apoiar essas
pessoas com deficiência, ajudando a desenvolver cada uma dentro do limite de cada
deficiência, e é de extrema importância que o AEE assuma um compromisso não só com
essas pessoas, mas com o sistema educacional e principalmente com a sua vida profissional.
Para que se ofereça uma qualidade de vida melhor é necessário oferecer não só a
prática pedagógica, mas atender à necessidade de cada um em ambientes integrados, que
ofereçam suporte a essas pessoas, os professores precisam ser capacitados para desenvolver
melhor suas habilidades profissionais. Ainda falta muito para que esse trabalho seja concluído
com êxito, o que devemos levar em conta é que todos devem estar dispostos a participar de
cursos de formação continuada e repensar a sua prática pedagógica mesmo quando ainda não
se têm essa prática. O professor precisa ter o domínio da classe; se ele consegue dominar a
sua sala com tantos alunos diferentes com alunos inclusivos não é diferente, a prática acontece
todos os dias junto aos profissionais capacitados para lidar com cada aluno. As escolas devem
apoiar e juntar-se a esses profissionais do AEE para um melhor planejamento e andamento
nessa relação do aluno com a escola.

O atendimento educacional especializado tem como função


identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos
alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades
desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-
se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas
à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela (MEC/SEESP, 2008).

1.2 PERFIL DO PROFESSOR

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A área pretendida é de acordo com o grau de educação acadêmica para a formação de
cada professor. Veja o que você precisa fazer para se habilitar a ensinar e onde pretende atuar:
Licenciaturas: os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar como
professor na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. São cursos superiores de
graduação que formam profissionais licenciados em Química, Física, Letras, Matemática,
Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia.
Pedagogia: o curso de Pedagogia é um curso superior de graduação, na modalidade de
licenciatura e tem como finalidade formar professores para atuar na Educação Infantil e nos
anos iniciais do Ensino Fundamental (até o 5º ano). É aquele professor que assume
integralmente o currículo da série. Os cursos de pedagogia também formam profissionais para
atuarem na gestão do sistema escolar, mas a prioridade é a formação de professores.
Bacharelado: os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar. São
cursos superiores de graduação que dão o título de bacharel. Para atuar como docente, o
bacharel precisa de curso de complementação pedagógica. E para lecionar no ensino superior
exige-se que o profissional tenha no mínimo, curso de pós-graduação lato
sensu/especialização.
A graduação dá direito a ingressar em qualquer instituto federal. No entanto o plano de
carreira prevê uma retribuição, caso o professor já tenha mestrado, doutorado ou qualquer
outra especialização. Nas universidades federais os docentes precisam ao menos ter mestrado,
para concorrer aos cargos dos concursos, pois atuam especificamente com o ensino superior,
as carreiras das instituições preveem um aumento de salário caso o professor aumente sua
especialização.
A seleção de professores é feita por meio de concursos nas escolas públicas, em alguns
lugares isso pode variar entre de estados para municípios. Já na rede federal a seleção é por
meio de concurso público e trabalham em regime estatutário.

2 INCLUSÃO

A história da inclusão foi marcada por uma forte rejeição, preconceito e discriminação.
Relata-se que na literatura da Roma Antiga as crianças com deficiência, nascidas no principio
da era cristã, eram afogados por serem considerados anormais e débeis. Já na Grécia antiga,
Platão relata no seu livro “A República” que as crianças com má constituição ou com
deficiência eram sacrificadas ou escondidas pelo poder público.

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A idade média foi marcada por grandes contradições e outros valores em relação às
atitudes e sentimentos frente à deficiência, os deficientes mentais, os loucos e criminosos
eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio, por isso eram exclusos da
sociedade. Aos cegos e surdos eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. Para os filósofos
cristãos a crença também alternava entre culpa e pagamento de pecado e finalmente, com
Santo Tomás de Aquino, a deficiência passa a ser considerada como um fenômeno natural na
espécie humana.
Com o Renascimento houve o surgimento das ciências, as concepções racionais
começavam a procurar explicações para as causas das deficiências, que foram consideradas do
ponto de vista médico como doença de caráter hereditário, males físicos ou mentais.
Segundo a história, a educação de pessoas com deficiência nasceu de uma forma
solitária, segregada e excludente. Ela surgiu com caráter assistencialista e terapêutico pela
preocupação de religiosos e filantropos na Europa.
Consta que mais tarde nos Estados Unidos e Canadá, surgiram os primeiros programas
para fornecer atenção e cuidados básicos de saúde, alimentação, moradia e educação dessa
parcela da população, até então marginalizada e abandonada pela sociedade.
As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiências surgiram na
França em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet em ensinar mudos a falar. Foram
fundadas em Paris as primeiras instituições especializadas na educação de pessoas com
deficiências: a educação de surdos com o abade Charles M. Eppé, que criou o “Método de
sinais” para a comunicação com os surdos. O instituto Real dos Jovens Cegos, em Paris,
fundada por Valentin Hauy, em 1784, destinava-se a leitura tátil pelo sistema de letra em
relevo. Mais tarde em 1834, Louis Braille criou o sistema de leitura e escrita por caracteres
em relevo, denominado sistema braile, abrindo expectativas de comunicação, educação e
independência para pessoas cegas.
As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiência mental foram do
médico francês Jean Marc Itard, no século XIX, que sistematizou um método de ensino
inspirado na experiência do menino selvagem de Ayeron (sul da França), que consistia na
repetição de experiências positivas. A primeira instituição pública para a educação de crianças
com deficiência mental foi residencial, fundada pelo médico francês Edward Seguin, que
criou um método educacional originado da neurofisiologia, que consistia na utilização de
recursos didáticos com cores e músicas para despertar a motivação e o interesse dessas
crianças.

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A educação especial, no Brasil, teve início na época do Império, começou com duas
instituições: Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual instituto Benjamin Constant -IBC, e
o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação-
INES, os dois no Rio de Janeiro. Na segunda metade do século XIX e inicio do século vinte,
as escolas especiais proliferaram por toda Europa e Estados Unidos.
A educação especial surgiu sob o enfoque médico e clínico, com o método de ensino
para crianças com deficiência mental criado pela médica italiana Maria Montessori, no inicio
do século XX. O método Montessori, inspirado na rotina diária e na ação funcional,
fundamenta-se na estimulação sensório-perceptiva e autoaprendizagem. Emprega rico e
variado material didático como: blocos, cubos e barras em madeira, objetos variados e
coloridos, material de encaixe e seriação, letras grandes em lixas entre outros. O método
Montessori foi mundialmente difundido e até hoje é utilizado, inclusive no Brasil, na
educação pré-escolar de crianças sem qualquer deficiência.
No inicio do século XX foi criado o Instituto Pestalozzi (1926) instituição
especializada em crianças com deficiência mental, e em 1954 foi fundada a primeira
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAE; em 1945 foi criado o primeiro
atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi,
por Helena Antipof. A Constituição Federal de 1988 traz um dos principais objetivos
fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação” (ART.3º, INCISO IV). O artigo 205 garante a
educação como direito de todos e o pleno desenvolvimento da pessoa, formação de cidadãos
para a sociedade e qualificação profissional. O artigo 206 inciso I garante a “igualdade de
condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e
garante que é dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino (ART. 208).
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, Lei Federal Nº 8.069/90, no artigo 55,
reforça os dispositivos legais determinando que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. No mesmo ano surgiu também
outro documento, a Declaração Mundial de Educação para Todos e, em 1994, a Declaração de
Salamanca, que teve grande influência sobre a formulação das políticas públicas da educação
inclusiva.
A Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de “integração
instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns de ensino regular aqueles que “(...)

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possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do
ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais” (p.19). A política por sua vez
não se posiciona contra os padrões homogêneos já existentes, mas mantém a responsabilidade
da educação desses alunos somente no âmbito da educação especial.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Federal Nº 9.394/96, no
artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo,
métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a
terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas deficiências; assegura a aceleração de estudos aos
superdotados para a conclusão do programa escolar. Também define, dentre as formas para a
organização da educação básica a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediantes
verificação do aprendizado” (ART. 24, INCISO V) e “[...] oportunidades educacionais
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e
de trabalho, mediante cursos e exames” (ART. 37).
No ano de 1999, o Decreto Federal Nº 3.298, que regulamenta a Lei Federal Nº
7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a Educação Especial como uma modalidade
transversal a todos os níveis e modalidade de ensino, enfatiza a atuação complementar da
educação especial ao ensino regular. Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na educação básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no
artigo 2º, determina que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às


escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos.
(MEC/SEESP, 2001).

As diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o atendimento


educacional especializado complementar ou suplementar à escolarização, porém, ao admitir a
possibilidade de substituir o ensino regular, não potencializam a adoção de uma política de
educação inclusiva na rede pública de ensino, prevista no seu artigo 2º.
O Plano Nacional de Educação - PNE, Lei nº 10.172/2001, destacou que: “O grande
avanço que na década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola
inclusiva que garanta o atendimento a diversidade humana”.

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A Convenção de Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto Federal nº
3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência, têm os mesmos direitos que as demais
pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência, toda diferenciação ou
exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades
fundamentais.
Este decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da
educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a
eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização. E quanto à perspectiva da
educação inclusiva, a Resolução CNE/CP Nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as instituições de
ensino superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para
a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos
com necessidades educacionais especiais.
A Lei Federal Nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais - Libras como
meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas
institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras
como parte integrante do currículo nos cursos de formação de fonoaudiologia e professores. A
Portaria Nº 2.678/02 do MEC aprova as diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e
a difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto
Grafia Braille para a língua portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo território
nacional.
É implementado pelo MEC em 2003 o Programa Educação Inclusiva: que é o direito à
diversidade, onde ele se dispôs a apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas
educacionais inclusivos, promovendo um amplo processo de formação de gestores e
educadores nos municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à
escolarização, à oferta do atendimento educacional especializado e à garantia da
acessibilidade. Em 2004, o Ministério Público Federal publica o seguinte documento O acesso
de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de
propagar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os
benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino
regular. Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto Nº 5.296/04 regulamentou
as leis Nº 10.048/00 e Nº 10. 098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção da
acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Dentro desse contexto, o

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Programa Brasil Acessível, do Ministério das Cidades é desenvolvido com o objetivo de
promover a acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o acesso universal aos espaços
públicos.
A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Organização
das Nações Unidas (ONU), em 2006 e da qual o Brasil assinou o documento, estabelece que
os Estados-Parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de
ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social compatível com
a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para garantir que:

As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema


educacional geral, sob alegação de deficiência e que as crianças com
não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório,
sob alegação de deficiência;
As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental
inclusivo de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as
demais pessoas na comunidade em que vivem (ART. 24).

No mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os Ministérios da


Educação e da Justiça, juntamente com as Organizações das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura – UNESCO, lançam o PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação,
tendo como eixos: a formação de professores para a educação especial, a implantação de salas
de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e
permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do acesso
à escola dos favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada – BPC. No documento do
MEC, “Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas”, são
reafirmados na visão que busca superar a oposição entre a educação regular e educação
especial.

Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da educação


especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a
educação não se estruturou na perspectiva da inclusão e do
atendimento às necessidades educacionais especiais, limitando, o
cumprimento do princípio constitucional que prevê a igualdade de
condições para o acesso e a permanência na escola e a continuidade
nos níveis mais elevados de ensino (MEC, 2007, p.09).

Com a implementação do PDE é publicado também o Decreto Nº 6. 094/ 2007, que


estabelece nas diretrizes do Compromisso de Todos pela Educação, a garantia do acesso e
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permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos
alunos, fortalecendo seu ingresso nas escolas públicas. O Censo Escolar/MEC/INEP,
realizado anualmente em todas as escolas de educação básica, possibilita o acompanhamento
dos indicadores da educação especial: acesso à educação básica, matrícula na rede pública,
ingresso nas classes comuns, oferta do atendimento educacional especializado, acessibilidade
nos prédios escolares, municípios com matricula de alunos com necessidades educacionais
especiais, escolas com acesso ao ensino regular e formação docente para o atendimento às
necessidades educacionais especiais dos alunos.

2.1 TIPOS DE INCLUSÃO

Para entender melhor as diferenças, é necessário saber qual o significado entre deficiência
e síndrome. Deficiência quer dizer insuficiente, insatisfatória; segundo a psicologia, diz-se de
uma pessoa diminuída das faculdades físicas ou intelectuais.

Pessoas com desenvolvimento incapaz, em termos mais específicos é um déficit, que


pode ser intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo (quando atinge duas ou mais áreas).
Síndrome é uma série de sinais e sintomas juntos.

2.1.1 Deficiência física

Definição: São diversas condições que comprometem a mobilidade, a coordenação motora


geral, tanto nos membros como na fala. Pode ser causada por lesões neurológicas,
neuromusculares e ortopédicas, má formação congênita ou por condições adquiridas, que
exige dos professores cuidados específicos em sala de aula. Exemplos: amiotrofia espinhal
(doença que causa fraqueza nos músculos) hidrocefalia (excesso de líquido que serve de
proteção ao sistema nervoso central),
Características: dificuldades no grafismo em função de um comprometimento motor. Muitas
vezes o aprendizado é mais lento, com exceção na alteração da motricidade oral, a linguagem
é adquirida sem problemas Alguns necessitam de cadeira de roda e muletas para se
locomoverem, outros apenas de material adaptado.
Recomendações: A escola precisa ser adaptada com elevadores e rampas. O professor tem
que estar atento às necessidades dos alunos na questão de ir ao banheiro, é indispensável que
seja solicitado um funcionário para acompanhá-los. Já nos casos de hidrocefalia, é necessário
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estar atento quanto a vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula
implantada na cabeça.

2.1.2 Paralisia Cerebral

Definição: É uma lesão no sistema nervoso, causada por falta de oxigênio no cérebro do bebê
durante a gestação, ao nascer ou até dois anos depois do parto. Segundo Alice Rosa Ramos
superintendente técnica da Associação à Criança Deficiente (AACD) de São Paulo, “Em 75%
dos casos a paralisia vem acompanhada de um dano intelectual”.

Características: uma das principais é contratura muscular, uma perda na contenção muscular
que causa tensão, incluindo dificuldades para andar, na coordenação motora, no equilíbrio e
na força, podendo também afetar a fala.
Recomendações: É ideal envolvê-lo em atividades, para contornar as restrições com
coordenação motora, trabalhar com lápis e canetas mais grossas, com uma espuma em volta,
presa com elásticos, para facilitar o manuseio. Ao invés de cadernos, folhas avulsas são mais
fáceis de serem manuseadas, na lousa utilizar letras grandes e convidá-lo a sentar-se na frente
e, mais importante, é que a cadeira seja inclinada. Se o aluno não falar, estabeleça uma
comunicação alternativa, que pode ser feita com papel cartão ou cartolina, onde são colocadas
figuras pequenas que servem como meio de comunicação, pode ser figuras de futebol, da
família, ou palavras-chave como sim, não, fome, sede, entre outras. É o canal de comunicação
entre o aluno e o professor.

2.1.3 Deficiente Visual

Definição: Condição apresentada para os quem têm baixa visão, entre 40 e 60%, ou até
mesmo cegueira (resíduo mínimo da visão ou perda total) que leva à necessidade de usar o
Braille para ler e escrever.
Características: A perda da visão, no geral, é causada por duas doenças congênitas:
glaucoma (pressão intraocular que causa lesões irreversíveis no nervo ótico) e catarata
(opacidade no cristalino). Em muitos casos, as doenças são confundidas com uma ametropia
(miopia, hipermetropia ou astigmatismo), podendo ser corrigida pelo uso de lentes de contato,
o que permite o retorno total da visão. A catarata também pode ser corrigida, mas somente
com cirurgia. Segundo o oftalmologista Frederico Lazar, de São Paulo: “O aluno que não
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enxerga o colega a 2 metros nas brincadeiras, principalmente em espaços abertos, pode ter 5
ou 6 graus de miopia e não necessariamente baixa visão e cegueira”.
Recomendações: A escola deve promover a realização de exames de acuidade visual na
escola, para identificar possíveis doenças, sejam elas reversíveis ou não. Se o aluno não
percebe alguns tipos de expressões faciais, lide com ele de maneira perceptiva, alterando, por
exemplo, o tom da voz. A atenção deve ser redobrada quando o assunto é mobilidade e
orientação, sendo preciso identificar os degraus com contrastes (faixas amarelas ou
barbantes), os obstáculos como pisos com alturas diferentes, e principalmente os vãos livres
com desníveis. A sinalização de marcos é importante, como tabuletas indicando cada sala e
espaço, feitas também em braile. Outra atividade necessária é trabalhar com maquetes em sala
de aula, para que o espaço em que ele esteja inserido seja facilmente identificado. Já na sala
de aula é sempre aconselhável não deixar mochilas no chão ou no corredor entre as cadeiras.
O professor deve usar materiais maiores e reconhecidos através do tato, os alunos com baixa
visão devem sentar próximos do quadro negro, sempre nas primeiras cadeiras. Alguns
necessitam de um material diferenciado.

2.1.4 Deficiência Auditiva

Definição: causada por má-formação na orelha, no conduto (cavidade que leva ao tímpano),
nos ossos dos ouvidos ou ainda por uma lesão neurossensorial no nervo auditivo ou na cóclea
(parte do ouvido responsável pelas terminações nervosas). De origem genética ou pode ser
provocada por doenças infecciosas, como a rubéola e a meningite. Pode ser também
temporária, causada pela otite.
Características: Podendo ser leve, moderada severa ou profunda. E quanto mais aguda mais
difícil é pó desenvolvimento da linguagem e somente um exame é capaz de identificar o grau
da lesão.
Recomendações: Existem duas formas do aluno com deficiência auditiva desenvolver a
linguagem. Uma delas é usando o aparelho auditivo e passar por um acompanhamento
terapêutico, familiar e escolar. Pessoas surdas conseguem falar, para isso basta passar por
terapia, receber novos moldes e próteses e ter o apoio da família e do professor. Outra
maneira é aprender a língua brasileira de sinais (Libras). O aluno que tem perda auditiva
também demora mais para se alfabetizar, o professor deve pedir ao aluno que sente sempre
nas carteiras da frente, para que o mesmo possa ajudá-lo. O ideal é que se fale, sempre, para a

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frente, com o auxilio de recursos visuais e diminuição de barulhos e com a ajuda de um
interprete de Libras, para melhor desempenho no processo ensino aprendizagem.

2.1.5 Deficiência Múltipla

Definição: quando ocorre duas ou mais deficiências: autismo e síndrome de down; uma é
intelectual com outra física; uma intelectual uma visual ou auditiva. Uma das mais comuns
em sala de aula é surdo-cegueira.

2.1.6 Surdo-Cegueira

Definição: As causas são de doenças infecciosas, como rubéola, toxoplasmose, e


citomegalovírus (doença da mesma família do herpes) causando perdas auditivas e visuais
simultâneas e em graus variados. A diferença de um cego ou surdo para um surdo-cego é que
o mesmo não tem consciência da linguagem e, no entanto não aprende a se comunicar de
imediato.
Características: Tem problemas de comunicação e mobilidade. O surdo-cego pode
apresentar dois comportamentos diferentes: isola-se ou é hiperativo.
Recomendações: um dos desafios é criar meios de comunicação. O professor deve buscar
meios que integrem esse estudante aos demais e criar rotinas previsíveis para que ele possa
entender o que vai acontecer. Oferecer objetos multissensoriais, facilitando assim a
comunicação.

2.1.7 Deficiência Intelectual

Definição: O diagnóstico do que acarreta a deficiência intelectual é muito difícil, engloba


fatores genéticos e ambientais. Além disso, as causas são varias e complexas, envolve vários
fatores pré, Peri e pós-natais. Entre elas a mais comum na escola é a síndrome de down.

2.1.8 Síndrome de Down

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Definição: é uma alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo
de número 21. A causa ainda é desconhecida, mais existe um fator de risco já identificado, ele
aumenta para mulheres que engravidam com mais de 35 anos.
Características: são sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução de
tônus muscular).Também pode sofrer com problemas na coluna na tireoide, nos olhos e no
aparelho digestivo, entre outros, e muitas vezes já nasce com anomalias cardíacas,
solucionáveis apenas com cirurgias.
Recomendações: O desempenho melhora quando as instruções são visuais, por isso na sala
de aula repita as orientações para que o aluno compreenda. É importante reforçar os
comandos, solicitações e tarefas com modelos que eles possam ver e de preferência com
grandes e chamativas ilustrações. A linguagem verbal deve ser simples por que uma das
dificuldades do aluno com síndrome de down é cumprir regras. Quando se sente isolado do
grupo demonstra pouca importância nos seus trabalhos e na rotina escolar, o mesmo adota
atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento das regras, desinteresse e provocações.

2.1.9 Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)

Definição: Geralmente se manifestam nos primeiros cinco anos de vida. São distúrbios nas
interações sociais recíprocas como padrões de comunicações estereotipados e repetitivos e
estreitamento nos interesses e nas atividades.

2.1.10 Autismo

Definição: São transtornos com influência genética causado por defeitos em partes do
cérebro, como o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a amídala
(que tem funções ligadas ao comportamento social e emocional) e o cerebelo (parte mais
anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontais).
Características: Tem dificuldades na interação social, ou de comportamento ( movimentos
fixos ou inalterado, como rodar uma caneta ou enfileirar carrinhos ) e de comunicação ( atraso
na fala). Porém alguns têm habilidades especiais e se tornam gênios.
Recomendações: É preciso ter paciência, pois a agressividades pode se manifestar, procure
avisar quando a rotina mudar, pois as alterações não são bem vindas, para minimizar a

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dificuldade de relacionamento, procure criar situações que possibilitem a interação. As
instruções devem ser claras evitando discursos longos.

2.2 TIPOS DE TRABALHO DESENVOLVIDOS PELOS PROFESSORES COM


ALUNOS INCLUSOS

As diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (BRASIL, 2001ª)


definem educação especial como um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais
organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos
substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover
o desenvolvimento das potencialidades dos educando que apresentam necessidades
educacionais especiais. O serviço de apoio pedagógico, a ser desenvolvido dentro do contexto
escolar, tem a finalidade de auxiliar o professor e o aluno no processo de desenvolvimento e
aprendizagem, diagnosticando as necessidades educacionais especiais, ajudando a escola a
definir e implantar respostas educativas à essas necessidades, desenvolvendo estratégias de
flexibilização adaptação curricular e práticas pedagógicas alternativas que promovam o
avanço no processo de aprendizagem desses educandos. E podem ser oferecidos do seguinte
modo:

Serviços Itinerantes: Na educação infantil o serviço de apoio pedagógico


especializado pode ser desenvolvido por professor itinerante especializado em
educação especial e infantil, que participará observando e acompanhando o processo
de desenvolvimento e aprendizagem nas atividades escolares, avaliará e ajudará a
elaborar objetivos e buscar estratégias para toda rotina escolar. Inclui-se nessa forma
de apoio pedagógico especializado, o professor interprete das linguagens e códigos
necessários à aprendizagem, à comunicação e locomoção.
Sala de recursos: são espaços no qual o professor especializado realiza a
complementação ou suplementação curricular, fazendo uso de equipamentos e
materiais específicos. Esse tipo de atendimento deve ser feito em pequenos grupos, em
outro período, para que não venha intervir no desenvolvimento das atividades
pedagógicas tirando o aluno da rotina escolar.

A educação Inclusiva é um projeto em construção que ainda falta muito para que se
tenha uma educação inclusiva de qualidade, por que essa briga não só é dos pais e da
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sociedade como também dos professores, muitos professores colocam a criança especial como
obstáculo. Os professores devem modificar a sua prática para atender as necessidades desses
alunos, por que as disciplinas para os alunos com necessidades educacionais especiais são as
mesma só que adaptadas à necessidade de cada um.
O professor por mais inclusivo que ele seja ele não consegue incluir o aluno sozinho, a
participação de todos é fundamental para um melhor desenvolvimento dentro da comunidade.
É necessário tanto a escola como esses centros de apoio possam mudar pensando no que fazer
pra quem fazer e como construir uma sociedade inclusiva, usando sua técnica junto com os
materiais oferecidos pela escola ou instituição, o professor pode repensar sua prática
pedagógica junto com a equipe escolar.
Antes de começar a repensar na prática da inclusão é preciso um levantamento do que
já existe e quais habilidades são capazes, considerando o grau de dificuldade de cada um,
depois dessa análise que deve ser o ponto de partida os planos devem ser colocados em
prática, às matérias a ser aplicadas na educação inclusiva sendo na prática e na teoria. O
momento na sala de aula deve ser primordial que deve passar por uma adaptação para chegar
a ser um espaço inclusivo, o professor de escola regular acreditam que todos os alunos
inclusos tenham capacidade de aprender, as expectativas dos professores é de que todos os
alunos aprendam até por que a matéria é a mesma alguns desenvolvem, mais com algumas
dificuldades então devemos procurar a diversificação do material e do conteúdo para
desenvolver a autonomia do aluno gerando assim seu próprio conhecimento. A inclusão não
acontece em um mês e nem em um semestre mais sim todos os dias, o professor deve assumir
um compromisso de planejar para todos sem qualquer distinção.

A educação inclusiva, a partir do reconhecimento e valorização da


diversidade como fator de enriquecimento do processo educacional,
tem provocado mudanças na escola e na formação docente, propondo
uma reestruturação da escola que beneficie a todos os alunos. A
organização de uma escola prevê o acesso à escolarização e o
atendimento às necessidades educacionais especiais (MEC, 2006).

A perspectiva da Política Nacional da Educação Especial traz um marco muito grande


quando define a educação especial como formação do aluno com deficiência transtornos
globais/superdotação enfatizando a escolarização no ensino comum, atendendo as
necessidades desses alunos sem tirá-los de dentro da sala de aula com a ideia de reinventar o
fazer pedagógico. Os alunos com deficiência física têm acesso a tecnologia assistiva (TA) e

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utilização de recursos que desenvolvam uma habilidade funcional, incentivando a autonomia
de ação e participação nos momentos escolares. Já os alunos cegos ou com baixa visão são
estimulados através de recursos e equipamentos necessários que assegure o acesso e o
conhecimento na aprendizagem. Avaliação funcional da visão é a partir daí que os educadores
avaliam como os alunos correspondem com estímulos que estão recebendo, produção do
Braille é importante para planejar e desenvolver atividades, recursos pedagógicos acessíveis
são materiais construídos em alto relevo, orientação e mobilidade orientação do uso da
bengala e do espaço físico, equipamento e recursos tecnológicos computadores equipados
com programas de leitores de tela com o som da voz, de lupas eletrônicas e outros recursos de
acessibilidade. Ações e estratégias identificar qual a função e o papel de cada profissional
envolvido. Estimulação do sensório-motor incentivar a criança a interpretar algumas
informações táteis, olfativas através de brincadeiras e jogos que estimulem de várias formas.

2.3 RESULTADOS OBTIDOS

Antes de ser deficientes todos são pessoas com sentimentos, que precisam de cuidado
afeto e proteção independente da sua deficiência. Todos tem a possibilidade de conviver,
interagir, aprender e ser feliz. O seu modo de ser e viver é o que torna o ser único, elas devem
ser vistas não como especiais e sim como pessoas com desafios diferentes e que nos ensinam
todos os dias. É indispensável a criação de serviços com intervenção precoce que tenham por
objetivo o desenvolvimento integral do educando nos aspectos físicos, psicoafetivos,
cognitivos, sociais e culturais, que priorizam o apoio e suporte à família e a inclusão dessas
crianças tanto na escola como na comunidade. Já os programas de intervenção precoce desde
o nascimento até os três anos de idade são indispensáveis para a promoção das
potencialidades e aquisição de habilidades e competências. Esses programas devem ser
desenvolvidos em conjunto com os serviços de saúde, sempre visando que essas crianças
necessitam algumas vezes, de algum tipo de orientação ou atendimento complementar nas
áreas de fisioterapia, fonoaudióloga, terapia ocupacional e psicologia. Esse trabalho em
conjunto com áreas da saúde e ação social é preferencial para a aquisição de órteses, próteses
e equipamentos específicos. Mas o fato é que mesmo a criança recebendo esse tipo de
atendimento por meio de um programa de intervenção não dispensa sua inclusão na escola
comum, além de ser um direito garantido na constituição, é um processo indispensável para a
construção da identidade, personalidade e para a formação da sua auto imagem por meio de

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convivência com outras crianças em um ambiente menos restrito. Programas de intervenção
precoce oferecidos pelas escolas especializadas, sempre, enfatizam objetivos de enfoque
terapêutico e atendimento individualizado, voltados para compensação de déficit e realização
de diagnósticos clínicos, destinados a avaliar os avanços e as dificuldades apresentadas pelas
mesmas. Esse atendimento terapêutico complementar é de grande importância para o
desenvolvimento da criança, mas também não pode ser o único recurso, esses programas
devem ter como eixo observar a defasagem do processo de aprendizado das crianças. Formar
e educar para a vida traçando objetivos, enfatizando conhecimento e desenvolvendo um
trabalho coletivo voltado para a aquisição de competências humanas. O professor deve estar
atento e disposto à necessidade e aos desejos de cada um para que junto a essas famílias
possam dar subsídios para um, melhor desenvolvimento no processo aprendizagem dessas
pessoas.

3 PESQUISA DE CAMPO

Para a comprovação da pesquisa, foi elaborado um questionário, que continha 10


perguntas, que foi distribuído entre dez professores, porém retornaram apenas três.
As perguntas foram sobre formação continuada e quais os meios de conhecimento para
trabalhar com a inclusão.
Pergunta Nº1- Qual o papel do professor diante da inclusão escolar na escola comum ou
regular?
Respostas:
Entrevistado A: O professor diante da inclusão estimula o reconhecimento das diferenças para
que não ocorra discriminação. Tem um papel fundamental na socialização, bem como ampliar
os conhecimentos.
Entrevistado B: O professor poderá contribuir para uma educação inclusiva de qualidade. Para
isso, seu coração precisa estar aberto. Terá que acreditar e se ver em processo de inclusão
permanente, terá que criar e recriar oportunidades de convivência.
Entrevistado C: É acolher a todos sem exceção, buscar recursos e se capacitar com cursos
especializados.
Pergunta Nº2- Qual o significado da palavra Inclusão?
Respostas:
Entrevistado A: “Respeito ao próximo como a si mesmo”; buscar propostas pedagógicas de
acordo com as necessidades individuais, estimulando a participação de todos.
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Entrevistado B: É um conjunto de meios e ações que combatem a exclusão.
Entrevistado C: Incluir sem exceção.
Pergunta Nº3- Qual a sua formação para trabalhar com a Inclusão?
Respostas:
Entrevistado A: Pós-graduação em educação especial e inclusiva e gestão para o trabalho
pedagógico.
Entrevistado B: Sou pedagoga especializada em Educação Especial e Inclusiva; AEE-
Atendimento Educacional Especializado e Educação Inclusiva- Deficiência Visual.
Entrevistado C: Graduada em Pedagogia com habilitação em Braille e Libras; Curso
extensivo em Libras; Pós-graduada em Atendimento Educacional Especializado e Pós
Graduando em interpretação e tradução em Libras.
Pergunta Nº4- Você se sente preparado para trabalhar com a Inclusão? Qual?
Respostas:
Entrevistado A: Me sinto preparada para trabalhar com pessoas. A busca pelo aprendizado
depende da necessidade individual. Isso é continuo deve-se sempre estudar e pesquisar outras
maneiras de ensinar.
Entrevistado B: Sinto maior segurança com a deficiência visual. Além da especialização já
havia feito capacitação através de vários cursos voltados para essa área.
Entrevistado C: Sim. Porque fui atrás de estudos e capacitação.
Pergunta Nº5- Como você acha que deve ser a formação para trabalhar com a Inclusão?
Respostas:
Entrevistado A: Um profissional que não aceite discriminação e busque, pesquise para
solucionar possíveis problemas.
Entrevistado B: Para ser feito um trabalho de qualidade na Educação Inclusiva, será
necessário capacitação, informação e formação para todos os envolvidos da área educacional.
Entrevistado C: Fazer cursos e Pós-graduação em Educação Especial.
Pergunta Nº 6- Qual (is) a (s) deficiência(s) que você atende ou atendeu?
Respostas:
Entrevistado A: Deficiente visual, deficiente auditivo, deficiente físico, múltipla, down,
autista, esquizofrenia e etc.
Entrevistado B: Atualmente atendo em sala de AEE, alunos com deficiência intelectual,
surdo, cego, baixa visão, síndrome de down, distúrbio do processamento auditivo, autista,
síndrome do X frágil, deficiente físico (paralisia cerebral).

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Entrevistado C: Com deficiente auditivo trabalhei no ano passado. Atualmente trabalho com
deficiente intelectual, mental, físico, múltiplas deficiência e baixa visão.
Pergunta Nº7- A instituição que você trabalha oferece capacitação para os professores?
Respostas:
Entrevistado A: Em alguns momentos sim.
Entrevistado B: De vez em quando, a Secretária de Educação do Município encaminha alguns
profissionais para palestras relacionadas ao tema inclusão.
Entrevistado C: Não.
Pergunta Nº 8- Qual o seu planejamento para trabalhar com a Inclusão?
Respostas:
Entrevistado A: Adaptado as necessidades individuais dos meus alunos, com faixa etária entre
20 e 60 anos.
Entrevistado B: Cada aluno é um ser com necessidade única. Por isso cada aluno tem seu
próprio plano anual.
Entrevistado C: Adaptação curricular. Mas, tem alguns casos que não é necessário.
Pergunta Nº9- Quais os avanços e retrocessos dentro da sala de aula?
Respostas:
Entrevistado A: Isto depende dos acontecimentos tanto familiares, sociais e escolares. Os
avanços e retrocessos estão ligados à vida social e básica do aluno.
Entrevistado B: Alguns avançam com maior intensidade, enquanto que outros avançam
lentamente. Cada um tem seu próprio tempo. Mas, todos aprendem de maneiras e tempos
diferentes, cada ser é único.
Entrevistado C: Os alunos tiveram avanços no comportamento, participação e nas disciplinas
em estudo.
Pergunta N 10: Há quantos anos você trabalha com a inclusão? Fale um pouco sobre seu
trabalho.
Respostas:
Entrevistado A: Há 11 anos em diversas funções na área da educação especial. Meu trabalho
se resume à perseverança, amor, esperança, dedicação e profissionalismo.
Entrevistado B: Trabalho há seis anos na área da educação inclusiva. Primeiro com sala
especial, com alunos com paralisia cerebral e outra turma de alunos com deficiência
intelectual, depois, ano seguinte em sala de aula com oito alunos com deficiência e doze
“ditos” normais. Foi assim, com a intenção de acabar com as salas especiais e dar início ao

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processo de inclusão educacional. Felizmente não deu certo, pois foi um ano muito difícil de
trabalhar. Após isso, fiquei trabalhando em sala de AEE até os dias atuais.
Entrevistado C: Há dois anos, no início tive um pouco de dificuldade, pois atuei com diversas
deficiências ao mesmo tempo, mas logo em seguida adquiri a prática. Acredito na inclusão,
pois creio que todo tem direito de evoluir como pessoa, e de opinar e conviver na sociedade
igualmente sem discriminação.
De acordo com as respostas que obtive os professores demonstraram conhecimento
sobre o assunto abordado, é obvio que cada um dentro do seu conceito com uma formação
diferente, mas todas voltadas para trabalhar na área designada. A ideia era realmente trazer a
dificuldade que o professor encontra ou encontrou em trabalhar com alunos especiais dentro
da sala de aula comum por que a inclusão não é só do aluno com deficiência e sim da sala
como um todo, e como adaptar o planejamento para que esse aluno tenha o mesmo conteúdo
que os outros alunos, através dessa pesquisa de campo que fica mais claro que não há teoria
sem prática e nem tampouco prática sem teoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O professor da educação especial não deve se diferente dos outros professores, por que
deve trabalhar com adaptação curricular, inserindo todos os alunos. Para isso o seu
planejamento deve ser flexível, o professor tem que ser o transmissor desse direito do aluno
deficiente mostrando meios que insiram esse aluno a sociedade mesmo quando pareça
impossível. Embora a inclusão seja um direito garantido na lei a questão da acessibilidade e
permanência do aluno com necessidades especiais em alguns lugares não tem acessibilidade
nenhuma. Para que o trabalho seja desenvolvimento com êxito é necessário que uma gama de
outras coisas aconteça para que se interem esse aluno ao meio em que ele vive, o professor
também precisa está cercado de outros profissionais para que de fato a inclusão aconteça, a
criança deve fazer um acompanhamento com o profissional de sua deficiência para que haja
um avanço naquele grau da sua deficiência. A nossa sociedade é formada por pessoas
diferentes, cada um com suas crenças e seus valores, na escola não pode ser diferente já que
estamos sempre levantando a questão que ninguém é igual a ninguém.
Para uma educação de qualidade é necessário uma formação sólida e contínua para que
aconteça uma progressão continuada, e uma reflexão sobre as suas práticas pedagógicas. Com
certeza o que deixa o professor mais preocupado seja a sua inexperiência, precisa repensar
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seus planos para que não fique preso na questão do espaço físico ou na sala de aula,
procurando criar situações que envolvam essas crianças utilizando materiais e meios de
recursos ofertados pela instituição. A história da inclusão começa com a exclusão, e só depois
de muita discriminação começam a surgir os primeiros casos de inclusão, no séc.XX que
começou a inclusão aqui no Brasil e ainda um processo em andamento até hoje ainda há
muito a ser feito para que se tenha uma educação inclusiva de qualidade.
Para começar a pensar em mudanças é necessário que seja feito um levantamento do
que já tem sido feito e o que precisa ser feito para melhorar, por que antes de serem
deficientes eles são pessoas que tem sentimentos elas devem ser vistas como pessoas que
vivenciam desafios todos os dias, por mais que o professor seja inclusivo sozinho ele não
consegue fazer muita coisa é necessário uma equipe de apoio, que venha atender as
necessidades dessas crianças, fazendo um trabalho diferenciado, para inseri-lo na sociedade,
chamado de apoio pedagógico. Esse apoio dentro do contexto escolar tem a finalidade de
auxiliar o professor e o aluno no processo ensino aprendizagem.
A pesquisa de campo mostra a realidade em que vive os professores que trabalham
com a inclusão, as instituições não oferecem subsídios para a capacitação dos professores.
Muitos deles atuam na área há alguns anos e fazem o que gosta, trabalham com essas crianças
pelo amor e correm atrás da sua capacitação, para atender melhor essas pessoas dentro da sua
necessidade e capacidade.

Referências

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baixa visão. In Revista Pedagógica. Inclusão, Revista da Educação Especial. V.5, nº1, jan/jul
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Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 5 – nº 1 - 2014

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