Apostila Nutrição Utfpr PDF
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LIPÍDEOS
5.1. Classificação
Extensão:
- Cadeia curta: 6 carbonos ou menos – TCC (triglicérides de cadeia curta) ou
AGCC (ácidos graxos de cadeia curta)
- Cadeia média: 8 a 12 carbonos – TCM (triglicérides de cadeia média) ou
AGCM (ácidos graxos de cadeia média)
- Cadeia longa: 13 até 27 átomos de carbono – TCL (triglicérides de cadeia
longa) ou AGCC (ácidos graxos de cadeia longa)
1
Grau de saturação: saturados e insaturados.
Quadro 5.1 – Tipos de ácidos graxos, energia fornecida por grama e fontes
alimentares.
TCC Manteiga, fermentação de fibras vegetais por
2,4 Kcal/g bactérias do cólon.
SATURADOS TCM Coco, amêndoa, pequena quantidade no
8,3 Kcal/g leite.
TCL Gordura de carne animal, manteiga de cacau,
9,3 Kcal/g cacau, manteiga.
w9 (MUFA) Azeite de oliva, óleo de amendoim, óleo de
canola.
INSATURADOS w6 (PUFA) Óleo de: açafrão, soja, milho, algodão,
(São todos TCL - 9,3 girassol, prímula.
Kcal/g w3 (PUFA) Óleo de: peixe, noz, óleo de semente de
linhaça.
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parece estar relacionado aos níveis plasmáticos de colesterol e ao transporte de
lipídios.
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Gordura interesterificada
É o resultado da modificação físico-química de gorduras para formar produtos
com excelentes características sem alterar a estrutura dos ácidos graxos. Ela vem
sendo utilizada pela indústria tendo como sua matéria prima inicial o óleo de palma
(óleo rico em ácidos graxos saturados), que é facilmente digerido e absorvido pelo
processo metabólico normal, não necessitando da hidrogenação, tornando-se isento
de gordura trans. Vale ressaltar que, como a gordura interesterificada é saturada, seu
consumo excessivo também é prejudicial ao organismo.
5.2.2. Colesterol
Componente essencial das membranas estruturais de todas as células dos
mamíferos, é o principal componente do cérebro e das células nervosas. É encontrado
também em altas concentrações nas glândulas supra-renais, local onde os hormônios
adrenocorticais são sintetizados, e no fígado, onde é sintetizado e estocado.
O colesterol é uma chave intermediária na biossíntese de uma série de
esteróides importantes, incluindo ácidos biliares, hormônios adrenocorticais
(aldosterona) e hormônios sexuais (estrogênios, testosterona e progesterona). Nos
alimentos, é encontrado exclusivamente em alimentos de origem animal: em alta
concentração na gema de ovo, miolo e fígado e está presente na manteiga, cremes de
leite, queijo, coração, lagosta, camarão, ova de peixe, leite integral. Além do colesterol
exógeno (alimentar), nosso organismo produz colesterol, sendo que a síntese
endógena varia de 0,5 a 2,0 g/dia.
Digestão
O início da digestão dos lipídios se dá no estômago em crianças e adultos. Mas,
em recém-nascidos existe certa produção de lipase lingual, capaz de iniciar o
processo de digestão dos lipídios na boca. No estômago, embora essa etapa não seja
tão significativa, os triglicérides, pela ação da lipase gástrica, iniciam sua degradação
a diacilgliceróis e ácidos graxos livres. Já, no estômago, são absorvidos ácidos graxos
livres hidrofílicos de cadeia média e curta.
O intestino delgado é o principal local de digestão das gorduras. As
enzimas secretadas no intestino delgado pelo pâncreas, que atuam nas gorduras são:
- lipase pancreática realiza a degradação dos triglicérides;
4
- fosfolipase A2 realiza a degradação dos fosfolipídeos.
O fígado libera a bile, composta de sais e ácidos biliares, colesterol e proteínas,
que contribui para a emulsificação das gorduras. São produtos finais da digestão da
gordura ácidos graxos livres, monoacilgliceróis, glicerol, colesterol e fosfolipídeos, que
são absorvidos das micelas de sais biliares que permitem o transporte em meio
aquoso. Os ácidos graxos e colesterol absorvidos no epitélio intestinal (por difusão) se
ligam aos quilomícrons (lipoproteína) que são coletados pelas veias linfáticas e que
drenam na circulação sistêmica via ducto torácico.
Dentro de poucas horas após a alimentação, a maior parte dos quilomícrons
serão removidos do sangue através da lipase lipoprotéica (LPL), enzima localizada
nas células endoteliais que revestem os capilares em muitos tecidos. O destino das
gorduras será a oxidação nas células musculares ou armazenamento sob forma de
ácidos graxos nas células adiposas do tecido subcutâneo. E o colesterol carreado nos
quilomícrons é levado para o fígado.
Metabolismo
O fígado é amplamente responsável pela regulação dos níveis de lipídeo no
organismo, pois realiza:
- síntese de triglicerídeos a partir de ácidos graxos, carboidratos ou proteína;
- síntese de fosfolipídios e colesterol;
- dessaturação (formação de dupla ligação) e alongamento dos ácidos graxos;
- catabolismo de triglicerídeos para ser usado como energia (lipólise).
Corpos cetônicos
Corpos cetônicos são produzidos pelo fígado no processo de degradação dos
lipídeos para síntese de energia. São utilizados como fonte de energia pelo organismo,
quando não há glicose prontamente disponível. Os dois principais corpos cetônicos
são acetoacetato (AcAc) e beta-hidroxibutirato (B-OHB), enquanto a acetona é o
terceiro e o menos abundante corpo cetônico. As cetonas estão sempre presentes no
sangue e seus níveis aumentam durante o jejum, exercícios prolongados e algumas
doenças. O diabetes melito é a causa patológica mais comum das cetonas elevadas
no sangue.
Durante períodos de deficiência de glicose, os corpos cetônicos têm papel chave
na economia e utilização da proteólise (quebra de proteínas musculares para liberação
de aminoácidos para o sangue). Diferente de outros tecidos, o cérebro não pode
utilizar ácido graxo para energia, quando os níveis de glicose sanguínea tornam-se
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comprometidos. Nesse caso, os corpos cetônicos fornecem ao cérebro uma fonte
alternativa de energia, somando próximo de 2/3 da energia que o cérebro necessita
durante períodos de jejum prolongado e inanição. O excesso de corpos cetônicos
pode causar dores de cabeça, mau hálito e em casos extremos associados à doença,
a acidose metabólica.
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intermediários
Outras funções - Fonte de vitaminas lipossolúveis.
- Fonte de ácidos graxos essenciais.
- Aumentam a saciedade.
- Melhoram a palatabilidade das dietas.
ü IOM (2002):
Gordura total: 20-35% do valor total de energia por dia.
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Comparação no teor de gordura dos alimentos:
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5.6. Doenças de interesse ao tecnólogo ou engenheiro de alimentos,
relacionadas ao metabolismo dos lipídeos
Obesidade
A obesidade é representada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal,
resultante do desequilíbrio entre o gasto energético e o consumo de alimentos,
provocando alterações como a resistência à insulina, alterações do perfil lipídico,
problemas psicológicos, ortopédico e de pele. O excedente de peso é resultante do
aumento do tamanho e do número dos adipócitos (células do tecido adiposo).
Todo o excesso de energia deve, necessariamente, ser modificado e
transformado em energia química potencial para armazenagem. Como a principal
forma de estoque de energia no nosso corpo é a gordura, o excesso de energia
disponível, devido ao consumo alimentar excessivo, causa o aumento do tecido
adiposo e, consequentemente, ocorre o aumento da massa corporal.
Como o seu desenvolvimento é resultado de uma complexa interação entre
fatores genéticos, psicológicos e culturais, o tratamento envolve não somente o
controle da ingestão alimentar, mas também a mudança de comportamento e hábitos
de vida, incluindo a atividade física.
Dislipidemia
Consiste na alteração dos níveis de lipídeos sanguíneos, sendo que as mais
comuns são:
Hipercolesterolemia
O excesso de colesterol no sangue (acima de 200mg/dL para adultos) ou
aumento do LDL-colesterol (>130 mg/dL para adultos) pode ocorrer por
hereditariedade ou devido à ingestão excessiva de gordura saturada e colesterol
alimentar. O colesterol em excesso pode se acumular nos vasos sanguíneos levando
à aterosclerose.
Aterosclerose: depósitos de gordura (placas) que se acumulam no interior das
artérias. Tais depósitos reduzem o calibre desses vasos sanguíneos, predispondo ao
aumento da pressão arterial e ao ataque cardíaco.
Arterosclerose: perda da elasticidade das artérias com aterosclerose, limitando a
quantidade de sangue que pode ser bombeada por meio delas, limitando a quantidade
de oxigênio para o coração. Essa privação de oxigênio leva à dor conhecida como
angina.
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Para reduzir o colesterol sérico é necessário reduzir o consumo de alimentos
ricos em gordura saturada e colesterol, além do aumento da ingestão de fibras
alimentares e realização de exercício físico.
Hipertrigliceridemia
A hipertrigliceridemia é o aumento dos triglicérides no sangue, em geral
representado pela elevação das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), ou
dos quilomícrons, ou de ambos. Para serem considerados normais, os níveis de
triglicérides devem estar abaixo de 150 mg/dL (valores de referência para adultos > de
20 anos de idade).
Em conjunto com a hipercolesterolemia, podem contribuir para a instalação ou o
agravamento de quadro clínico de aterosclerose e, assim, são consideradas situações
de risco. Isso é especialmente preocupante se tais níveis elevados de um ou de
ambos (colesteróis e triglicerídeos) são conjugados com hábitos inadequados de
ingestão de bebidas alcoólicas e/ou uso de derivados do tabaco. O controle dietético
deve incluir a restrição da ingestão de gorduras saturadas e álcool, controle do
consumo de carboidratos e prática de exercício físico. Atualmente, alguns estudos
revelaram que a suplementação de ω3 pode auxiliar na redução dos triglicérides.
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- adicionar leite desnatado aos alimentos cremosos;
- usar carnes magras e proteínas de soja para substituir carnes gordurosas;
- utilizar géis derivados de celulose, amido ou gomas para imitar a textura das
gorduras;
- utilizar proteínas microparticuladas processada a partir de proteínas do leite ou
clara de ovo com partículas que parecem e têm gosto de gordura, oferecendo textura
cremosa.
Olestra
O Olestra (Olean®) é um poliéster de sacarose. Consiste em uma molécula
central de sacarose com a qual, até oito moléculas de ácidos graxos estão ligados.
Quimicamente apresenta semelhança com a gordura comum, no entanto as enzimas
digestivas humanas não são capazes de separar os ácidos graxos da sacarose.
Assim, todo o Olestra consumido em uma refeição não é digerido, portanto não é
absorvido.
O Olestra é a mais bem-sucedida das gorduras artificiais, porque as suas
propriedades são idênticas às das gorduras e óleos quando usada para fritar, cozinhar
e assar. Ela pode ser aquecida à temperatura de frituras sem se decompor; efetua
todas as funções da gordura em bolos, massas de tortas e outros assados, embora
obtenha um leve sabor residual.
O FDA aprovou o Olestra em 1996. Mas, as ressalvas quanto ao produto é que
ele pode ocasionar a perda das vitaminas lipossolúveis por não absorção e arraste,
possível desconforto digestório e escape fecal, se consumido em excesso. No Brasil,
segundo a ANVISA, a lista de novos ingredientes com alegação de propriedades
funcionais e/ou de saúde aprovadas em abril de 2008, incluiu o Olestra como
ingrediente com obrigatoriedade de registro, devendo apresentar o processo detalhado
de obtenção e padronização da substância; apresentar laudo do perfil lipídico com o
grau de pureza do produto e, ainda o rótulo deve apresentar informação ao
consumidor sobre os efeitos adversos do Olestra quanto à possível ocorrência de
cólicas intestinais e fezes amolecidas.
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6. PROTEÍNAS
Base estrutural
ü Aminoácidos (AA): caracterizados por possuir um radical carboxílico
(COOH) e um radical amino (NH2), um átomo de hidrogênio e um radical (R)
diferenciado.
ü Existem 20 AA (sendo 8 essenciais e 12 não essenciais). Os
aminoácidos, ligados entre si por meio de ligações peptídicas, podem formar centenas
de proteínas a partir dos 20 AA; qualquer alteração na sequência muda o tipo de
proteína.
Quanto ao tamanho
ü Peptídeos: 2 a 80 aminoácidos.
ü Polipeptídeos: 81 a 300 aminoácidos.
ü Proteínas: mais de 300 aminoácidos, podendo chegar a mais de 40000.
Quanto ao tipo
ü Proteínas simples: contém somente aminoácidos, sem outra
substância associada. Após a sua hidrólise, formam somente aminoácidos.
ü Proteínas conjugadas: contém uma proteína simples adicionada com
uma substância não protéica denominada grupo prostético. Após a sua hidrólise se
formam aminoácidos e outras substâncias, que podem ser lipídeos, fósforo, ferro, etc.
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6.2. Aminoácidos
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Quadro 6.2 - Funções de alguns aminoácidos no organismo.
Aminoácido Função
Triptofano Precursor da niacina e do neurotransmissor serotonina.
Metionina Doador de grupos metílicos nas reações biológicas.
Tirosina Precursor dos hormônios da tireoide.
Fenilalanina Precursor da tirosina.
Arginina Participação no ciclo da uréia e na síntese de creatina.
Histidina Síntese de histamina.
Lisina Síntese de carnitina.
Fonte: Adaptado de Philippi, 2008.
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ü Ovos: Contêm em média 13g de proteína por 100g. Clara:
ovoalbumina, ovoglobulina, conalbumina. Gema: fosfoproteínas, nucleoproteínas,
vitelina.
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adequadamente a proteína. Assim, uma dieta que é deficiente em qualquer dos
aminoácidos essenciais limita sua síntese protéica.
Duas ou mais proteínas, cujos agrupamentos de aminoácidos complementem
um ao outro, podem melhorar o aproveitamento dessa proteína pelo organismo, ou
seja, os aminoácidos essenciais em excesso de um alimento protéico podem suprir a
falta em outro. De maneira geral, os cereais são ricos em metionina e pobre em lisina
e as leguminosas o inverso; por isso a combinação alimentar de cereal mais
leguminosa pode ser positiva. No caso do Brasil, a mistura de 2 partes de arroz (AA
limitante: lisina) para 1 parte de feijão (AA limitante: metionina) melhora o valor
biológico dessas proteínas vegetais.
Digestão
A digestão das proteínas se inicia no estômago, onde o ácido clorídrico ativa o
pepsinogênio em pepsina. A pepsina hidrolisa as proteínas em proteoses e peptonas.
No duodeno, o quimo, em contato com a mucosa intestinal, estimula a enzima
enteroquinase que estimula a liberação de tripsinogênio (forma inativa) pelo pâncreas.
A tripsina (forma ativa do tripsinogênio) hidrolisa os polipeptídeos em aminoácidos, di
e tripeptídeos. Nas microvilosidades intestinais, os di e tripeptídeos serão hidrolisados
pelas di e tripeptidases e serão absorvidas na forma de aminoácidos para o sangue.
Metabolismo
O pool de aminoácidos no sangue está sempre em equilíbrio com a proteína
tissular. Aminoácidos não utilizados imediatamente após a síntese protéica são
perdidos, já que não há estocagem de proteínas. Assim, o total de proteínas no
corpo de um adulto saudável é constante, de forma que a taxa de síntese é sempre
igual à de degradação. O excesso de ingestão protéica é transformado em energia, e,
se não for usada, será transformada em triglicérides e armazenada no tecido adiposo.
A utilização protéica depende da disponibilidade de energia, ou seja,
ocorre melhor balanço nitrogenado com adição de energia. O aumento de energia
aumenta a síntese protéica e diminui a oxidação de aminoácidos. Dessa forma, o
consumo de alimentos de fontes protéicas deve ocorrer com alimentos fontes de
energia (preferencialmente carboidratos), para melhor utilização da proteína pelo
organismo humano. É necessário 24 Kcal para reter 1g de proteína pelo organismo.
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Fator importante a ser considerado é o espaçamento da ingestão de
proteínas. Como não há reserva de proteínas no organismo humano, é importante
que a ingestão de proteínas seja intercalada ao longo do dia e não concentrada em
uma única refeição, pois o que o organismo necessitar no momento da absorção, ele
utilizará; o excesso será transformado em energia, sendo queimada ou armazenada
na forma de gordura.
Desnaturação
Desdobramento ou quebra da estrutura das proteínas (sem hidrólises das
ligações peptídicas entre os aminoácidos) por agitação mecânica, alterações de
temperatura ou modificações químicas (extremos de pH, íons metálicos, solventes
orgânicos, detergentes, agentes oxidantes e redutores, etc.)
O processamento dos alimentos altera o valor nutritivo da proteína. O
superaquecimento, particularmente na ausência de água, pode destruir aminoácidos
termolábeis, como a lisina, ou alterá-los de uma maneira que torne a proteína
resistente às enzimas digestivas. A maioria dos processos de cocção, entretanto,
exerce um efeito positivo pelo amaciamento do tecido conjuntivo, aumentando, assim,
a digestibilidade e favorecendo a liberação dos aminoácidos.
A desnaturação também exerce influências que modificam as propriedades
funcionais tecnológicas: hidrofílicas (solubilidade, capacidade de retenção e absorção
de água), interfásicas (espuma e emulsão) e intermoleculares (gelatinização). Essas
alterações podem ser positivas ou negativas (dependendo das condições do meio).
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São essas propriedades que indicam a melhor utilização dos vários tipos de
ingredientes. As propriedades funcionais de interesse tecnológico dependem das
propriedades físicas e químicas de seus componentes e que afetam o processamento
e o seu comportamento em um sistema alimentar, julgadas pelos atributos de
qualidade do produto final, sendo muito importantes para o preparo de determinados
tipos de alimentos e para a sua aceitação pelo consumidor.
Reação de Maillard
Uma reação que ocorre frequentemente em alimentos, que diminui a
biodisponibilidade de aminoácidos, é a do tipo Maillard (RM), que ocorre entre o grupo
carbonilo de um açúcar redutor e o grupo amínico de um aminoácido. No
processamento dos alimentos, a RM pode ser útil, como o desenvolvimento de
produtos da reação que conferem sabor, cor e aroma desejáveis, por exemplo, doce
de leite, massas (pães, bolos) assados, etc. Já, por outro lado, temos a redução do
valor nutricional do produto devido à utilização dos aminoácidos e proteínas na reação,
que se tornam indisponíveis. Lisina, metionina e aminoácidos N-terminal de proteínas
reagem com açúcares redutores, e perdas substanciais desses aminoácidos ocorrem
quando submetidos a tratamentos drásticos. Apesar de estudada há muitos anos,
ainda não se entendeu completamente a RM. Os compostos produzidos pela RM que
recebem maior atenção e estudo são as melanoidinas, as quais são complexantes de
metais e sua cor varia de marrom claro até preto.
Digestibilidade
A digestibilidade de uma proteína dietética pode ser afetada pelas fibras
alimentares, pois elas aumentam a excreção de nitrogênio fecal, reduzindo a
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digestibilidade protéica em cerca de 10%. Além disso, a presença de polifenóis como
os taninos aumentam também a excreção de nitrogênio nas fezes.
6.7. Enzimas
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6.8. Recomendações nutricionais
Proteínas
ü RDA, 1989: 10 a 15% do valor energético total da dieta. Para adulto: 0,8
a 1,2 g/Kg/dia.
ü IOM, 2002: 5-20% de 1-3 anos de idade; 10-30% de 4-18 anos de idade
e 10-35% para maiores de 18 anos.
ü Proteína bruta da Dieta: 6,25g de proteína = 1g de N (em alimentos
mede-se o N e depois se multiplica por 6,25).
Aminoácidos
ü As necessidades de aminoácidos estão representadas nos quadros
abaixo:
1
Litíase renal: Cálculos renais, popularmente denominados de “pedra no rim”, são formações
sólidas de sais minerais e uma série de outras substâncias, como oxalato de cálcio e ácido
úrico.
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Quadro 6.6 - Perfil de requerimento de aminoácidos por humanos
(mg/kg/dia) segundo FAO/OMS.
Aminoácido Crianças de 2 – 10 anos 10 - 12 anos Adultos
essencial até 1 ano
Histidina 28 - - 8-12
Isoleucina 70 31 28 10
Leucina 161 73 44 14
Lisina 103 64 44 12
Metionina+Cisteína 58 27 22 13
Fenilalanina+Tirosina 125 69 22 14
Treonina 87 37 28 7
Triptofano 17 12,5 3,3 3,5
Valina 93 38 25 10
Fonte: FAO/OMS, 1985.
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A alergia ao leite de vaca se dá pela manifestação alérgica do organismo contra
a proteína do leite. Essa doença não deve ser confundida com a intolerância à lactose,
que é a ausência da enzima lactase, portanto, uma reação do organismo ao
carboidrato presente em todos os leites.
Doença celíaca
A doença celíaca é considerada uma desordem auto-imune, na qual o
organismo ataca a si mesmo. É uma condição crônica que afeta principalmente o
intestino delgado, caracterizada por intolerância permanente ao glúten, proteína
encontrada no trigo, centeio, cevada e malte. A aveia não contém glúten em sua
composição, mas, como em geral são contaminadas na plantação ou na linha de
produção, não é recomendado seu consumo pelos celíacos. Nos indivíduos afetados,
a ingestão de glúten causa danos às microvilosidades do intestino delgado.
Os sintomas podem surgir em qualquer idade após o glúten ser introduzido na
dieta, sendo mais comum seu diagnóstico na infância. Os sintomas intestinais incluem
diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho
de peso. Os pacientes podem apresentar atraso de crescimento e da puberdade,
anemia da carência de ferro, osteopenia2 ou osteoporose, exames anormais de fígado,
e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme. Todo alimento
industrializado que contém glúten deve disponibilizar essa informação no rótulo.
2
Osteopenia: consiste na diminuição da densidade mineral dos ossos, precursora da
osteoporose.
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7. MICRONUTRIENTES
7.1. Vitaminas
23
Quadro 7.1 – Classificação das vitaminas de acordo com a sua solubilidade
LIPOSSOLÚVEIS HIDROSSOLÚVEIS
Vitamina A B1 Tiamina
Vitamina D B2 Riboflavina
Vitamina E B3 Niacina
Vitamina K B5 Ácido Pantotênico
B6 Piridoxina
B7 Biotina
B9 Ácido Fólico
B12 Cobalamina
C Ácido Ascórbico
Vitaminas hidrossolúveis
A maioria das vitaminas hidrossolúveis é componente de sistemas de enzimas
essenciais. Várias estão envolvidas em reações de manutenção do metabolismo
energético. Essas vitaminas não são normalmente armazenadas no organismo em
quantidades apreciáveis e são normalmente excretadas em pequenas quantidades na
urina; sendo, assim, um suprimento diário é desejável com o intuito de se evitar
depleção e interrupção das funções fisiológicas normais.
As vitaminas hidrossolúveis são mais facilmente absorvidas que as vitaminas
lipossolúveis, visto que no intestino há uma grande quantidade de líquidos. Em
contrapartida, as deficiências podem se desenvolver mais rapidamente porque o
organismo armazena somente pequenas quantidades de vitaminas hidrossolúveis.
São vitaminas hidrossolúveis todas do complexo B e a vitamina C. Nosso
organismo é capaz de sintetizar niacina através do triptofano, a biotina pode ser
produzida pelas bactérias intestinais e a vitamina B12 deve ser ativada pelo fator
intrínseco no estômago para ser absorvida. É importante ressaltar que a vitamina B12
está presente apenas em alimentos de origem animal. Dessa forma, vegetarianos
estritos devem ser suplementados dessa vitamina, pois correm risco de desenvolver,
em longo prazo, anemia megaloblástica, que é um tipo de anemia causada pela
deficiência de vitamina B12.
A função no organismo e fontes alimentares das vitaminas hidrossolúveis pode
ser vista no quadro 7.2.
Vitaminas lipossolúveis
As vitaminas lipossolúveis requerem a presença de gordura para serem
absorvidas pelo trato intestinal. Dessa forma, indivíduos com distúrbio na absorção de
gorduras podem desenvolver sintomas de deficiência, apesar de receberem
quantidades adequadas de uma determinada vitamina por meio da alimentação. Por
24
outro lado, quando ingeridas em alta dosagem, podem se acumular no organismo com
riscos de toxidade.
Na maior parte, são absorvidos com outros lipídios, e uma absorção eficiente
requer a presença de bile e suco pancreático. São transportadas para o fígado através
da linfa como uma parte de lipoproteína e são estocadas em vários tecidos corpóreos,
sendo o fígado o órgão que melhor estoca vitamina A.
São vitaminas lipossolúveis as A, D, E e K. Sendo que a vitamina D, também é
considerada um hormônio, é produzida pelo organismo a partir dos raios ultravioletas
em conjunto com o colesterol e a vitamina K é produzida quase que totalmente pelas
bactérias intestinais. A vitamina A é a que temos maior possibilidade de estocar no
nosso organismo (no fígado), por outro lado, é a mais tóxica se consumida em
excesso.
A função no organismo e fontes alimentares das vitaminas lipossolúveis pode ser
vista no quadro 7.3.
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(plantas verdes) responsável escuro. anemia
- K2: menaquinona pelos fatores de hemolítica.
(bactérias intestinais) coagulação.
- K3: Menadiona Sintetizada pelas
(composto sintético bactérias
hidrossolúvel) intestinais.
7.2. Minerais
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Fatores antinutricionais
Substâncias presentes nos alimentos que podem diminuir a biodisponibilidade
de nutrientes presentes no mesmo alimento, ou em outros alimentos, quando
consumidos em conjunto. Entre eles, podemos citar:
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Interação entre nutrientes
Os nutrientes podem auxiliar ou prejudicar a biodisponibilidade de um ao outro.
Abaixo constam algumas dessas interações clássicas.
ü Ferro x cálcio: interação negativa. Adições até 300mg corresponderiam
ao declínio de 50 a 60% na absorção do ferro não heme. A absorção de ferro poderia
aumentar de 1,32 mg para 1,76 mg/dia (34%), se a ingestão de cálcio se desse longe
das refeições rica em ferro (almoço e jantar).
ü Cálcio x fósforo: interação positiva. A necessidade da presença do
fósforo para absorção de cálcio em nível intestinal, bem como, ósseo. A relação ideal
entre Ca/P é de 2:1 para a fase de crescimento e 1:1 para adultos.
ü Cálcio x vitamina D: interação positiva. A proteína carreadora do cálcio
é dependente de Vitamina D.
ü Ferro x vitamina C: interação positiva. É bastante conhecida a
interação do ferro com a vitamina C (ácido ascórbico), facilitando a absorção do Fe
não heme de uma refeição. Com a oxidação da vitamina provocada por preparação de
alimentos a altas temperaturas, há perda dessas propriedades. O ácido ascórbico
mantém o Fe na forma solúvel (se complexa ao Fe formando um quelado)
biodisponível quando o pH do intestino aumenta.
A biodisponibilidade do ferro pode ser influenciada por fatores, como tratamento
térmico e/ou processamento. Com relação aos fatores dietéticos, dos fatores que
diminuem sua absorção são: inibidores de tripsina, lecitina, ácido fítico e taninos.
Por outro lado, nas carnes, o ferro ligado à hemoglobina ou mioglobina é mais
biodisponível. É importante ressaltar que apenas 40% do ferro presente nas carnes é
ferro heme, o restante também faz parte do ferro não heme.
Podemos citar, como exemplo, o ferro na gema de ovo, que se encontra ligado a
fosfovitina, uma proteína que representa 7% das proteínas da gema e tem uma alta
capacidade ligante, reduzindo a biodisponibilidade do ferro da gema do ovo.
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A qualidade dos alimentos está relacionada a fatores diversos, dentre os quais, o
conteúdo de nutrientes, em especial as vitaminas se apresentam como um dos mais
importantes. No entanto, podem ocorrer perdas desses nutrientes desde o processo
pós-colheita ou abate do animal até a distribuição para os consumidores. Durante o
processamento, o alimento é exposto a diversos fatores que podem interferir na sua
estrutura e composição nutricional, sendo que temperatura, luz, oxigênio, umidade e
pH do meio são os fatores que mais contribuem para essa alteração.
Esses mecanismos podem ser influenciados pela estrutura física, localização da
vitamina no alimento, quantidade da vitamina no alimento, nível de oxigênio
intracelular, atividade das enzimas oxidativas, tipo de fatiamento e área superficial,
relação água/alimento, conteúdo de sólidos solúveis da água de cocção, temperatura
e tempo de cocção. Conhecimentos sobre a estabilidade e as etapas que podem levar
às perdas de vitaminas facilitam a adoção de medidas de controle de perdas desses
nutrientes.
A presença das vitaminas nos alimentos é variável, dependendo de alguns
fatores, como variedade da planta, estação do ano, condições de cultivo, alimentação
do animal, grau de maturação, condições de estocagem e métodos de preparo dos
alimentos. O processamento pelo calor é um dos mais importantes métodos
desenvolvidos pelo homem para aumentar o período de estocagem e a disponibilidade
dos alimentos. Contudo, após processamento, pode haver uma redução no teor de
nutrientes presentes originalmente. No caso das vitaminas, esse tipo de
processamento pode ser controlado para reduzir as perdas, sem prejudicar os
aspectos sensoriais e de segurança.
Algumas vitaminas do complexo B e a vitamina C são mais susceptíveis a
perdas nos alimentos. Tiamina e ácido fólico são as vitaminas mais sensíveis do
complexo B. Assim, a vitamina C, tiamina e ácido fólico são frequentemente usados
como indicadores da severidade do processamento dos alimentos, assumindo-se que
se estes nutrientes estão bem retidos nos alimentos, a porcentagem de retenção de
todos os outros nutrientes é tão ou mais alta. Conhecendo os principais fatores que
causam as perdas de vitaminas, é possível aperfeiçoar os processos de preparo dos
alimentos e, assim, garantir maior qualidade em termos nutricionais.
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São consideradas estáveis a niacina, biotina, riboflavina e vitamina K. Já o ácido
pantotênico, vitamina C, tiamina, folato e cobalamina são instáveis (termolábeis). O
quadro 7.5. trás a perda das vitaminas C, B1 e B2 em diferentes métodos de cocção.
Anemias carenciais
A anemia pode ser definida como um estado em que a concentração de
hemoglobina3 no sangue está anormalmente baixa, em consequência da carência de
um ou mais nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem dessa carência.
Contudo, apesar da ausência de vários nutrientes contribuírem para a ocorrência de
anemias carenciais como folatos, proteínas, vitamina B12 e cobre indiscutivelmente
o ferro é, dentre todos, o mais importante. A anemia por deficiência de ferro é
atualmente um dos mais graves problemas nutricionais mundiais em termos de
prevalência, sendo determinada, quase sempre, pela ingestão deficiente de alimentos
ricos em ferro ou pela inadequada utilização orgânica.
O ponto de corte proposto pela OMS para nível de hemoglobina indicativo de
anemia em crianças de 6 a 60 meses e em gestantes é abaixo de 11,0g/dL. Os
principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite),
palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas, palma das mãos), menor
disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia (crianças
muito "paradas").
Estudos recentes no Brasil indicam as seguintes prevalências de anemia
ferropriva, com grande homogeneidade nas diferentes regiões do país:
• menores de 2 anos: 50-83%;
3
Hemoglobina: é uma metaloproteína que contém ferro, presente nos glóbulos vermelhos
(eritrócitos), que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório.
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• pré-escolares: variando ao redor de 50%;
• adolescentes: cerca de 20% ;
• gestantes: variando entre 15% e 30%.
No mundo:
• 40% crianças de países desenvolvidos;
• >50% crianças dos países em desenvolvimento
O tratamento é a suplementação de ferro em doses medicamentosas e a
ingestão adequada de ferro para que o quadro não retorne. São boas fontes
alimentares de ferro:
• carnes, miúdos e vísceras;
• leguminosas e verduras verde escuras;
• facilitador: vitamina C;
• reduz sua absorção: cálcio, fitatos, café, chá mate, etc.
Ressalta-se que o leite materno é considerado fator protetor contra anemia
por deficiência de ferro devido à alta biodisponibilidade do ferro existente. Estudos
evidenciam associação de anemia em crianças que tiveram pouco tempo de
aleitamento materno exclusivo, alimentação prolongada com leite de vaca e com a
introdução da alimentação complementar precoce.
Bócio endêmico
O iodo é essencial na produção dos hormônios tireoidianos (triiodotironina e a
tiroxina). Esses hormônios têm dois importantes papéis – atuam no crescimento físico
e neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal e
manutenção do calor do corpo). Sua falta pode levar ao bócio endêmico. São doenças
causadas por deficiência de iodo:
• Hipotireoidismo – produção insuficiente dos hormônios tireoidianos, podendo
ocasionar cansaço, insônia, pele seca, depressão, intestino preso, ganho de peso,
aumento do colesterol sangüíneo.
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• bócio – aumento da glândula tireóide, pode ocasionar asfixia por compressão
da traquéia e dificuldade na deglutição.
• cretinismo – consequência do hipotireoidismo que ocorreu no período fetal –
apresenta retardo mental, surdo-mudez, sistema muscular e esquelético pouco
desenvolvido.
• retardo mental por DDI (distúrbios por deficiência de iodo) – retardo intelectual
e de desenvolvimento.
• problemas na gravidez – risco de aborto espontâneo, nascimento de natimortos
e crianças baixo peso, afeta o cérebro do feto.
Não há dados recentes da prevalência de bócio, acredita-se que o mesmo
encontra-se erradicado. A medida tomada na década de 50 foi fortificar o sal com iodo,
uma vez que os alimentos ricos em iodo são os alimentos de fontes marinhas, que não
estão disponíveis a toda a população brasileira.
Em novembro de 1999, foi instalada a Comissão Interinstitucional para Controle
dos Distúrbios por Deficiência de Iodo. As estimativas são de que 95% do sal para
consumo humano no país é iodado.
Hipovitaminose A
É caracterizada como a diminuição da concentração do retinol do organismo,
em níveis menores que 10mcg/dL de retinol no sangue. O nordeste brasileiro é
considerado uma região endêmica. A doença tem os seguintes sintomas: xeroftalmia
(olho seco), pele seca, cegueira noturna, mancha de Bitot. A causa da doença é o
consumo insuficiente de alimento fonte do nutriente.
A medida que o Governo investe atualmente para combater essa doença é a
garantia da suplementação periódica e regular das crianças de 6 a 59 meses, de
vitamina A distribuídas pelo Ministério da Saúde e para lactantes no pós - parto
imediato, antes da alta hospitalar, além da promoção da alimentação saudável,
incentivando o consumo de alimentos ricos em vitamina A pela população.
Osteoporose
Osteoporose é uma doença que afeta principalmente mulheres na pós-
menopausa caracterizada por uma fragilidade nos ossos, caracterizada por poros nos
ossos. Dez milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Três em cada quatro
doentes são do sexo feminino. Uma em cada três mulheres com mais de 50 anos tem
a doença, sendo que 75% dos diagnósticos são feitos somente após a primeira fratura.
No Brasil, 2,4 milhões de fraturas são decorrentes da osteoporose anualmente e
200.000 pessoas morrem todos os anos no Brasil em decorrência dessas fraturas.
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Após os 25 anos em média, o organismo passa a ter uma perda natural dos
ossos comparada à absorção de cálcio, no entanto, na menopausa a ausência do
hormônio feminino faz com que os ossos percam mais cálcio o que pode levar a
doença. Embora mulheres tenham maior probabilidade de desenvolver a doença, os
homens também podem desenvolvê-la.
A prevenção se dá por uma formação da massa óssea adequada até os 25 anos
de idade, com atividades físicas, boa ingestão de cálcio e vitamina D, além da
exposição adequada ao sol. São hábitos que aumentam o risco à osteoporose: fumo,
bebidas alcoólicas e café.
O tratamento após a doença instalada é a suplementação de cálcio, vitamina D,
exercícios apropriados, exposição ao sol e, em alguns casos, medicações são
importantes para manter a massa óssea e tratar a osteoporose pós-menopausa.
Hipertensão arterial
A hipertensão arterial sistêmica também conhecida como hipertensão arterial e
popularmente chamada de “pressão alta” é caracterizada pelos níveis pressóricos
acima dos valores de normalidade. Quando a pressão arterial sistólica (pressão do
sangue dentro das artérias no momento da contração do coração) é maior que 140
milímetros de mercúrio, e/ou quando a pressão arterial diastólica (pressão do sangue
dentro das artérias entre uma contração e outra) é maior que 90 milímetros de
mercúrio.
É uma doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial,
assintomática (na grande maioria dos casos) que compromete fundamentalmente o
equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento
da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar
danos aos órgãos por eles irrigados. Seu tratamento envolve vários aspectos:
mudanças dietéticas comportamentais e medicamentosas.
Essas mudanças incluem a correção do peso corporal, aumento da atividade
física, moderação da ingestão de bebida alcoólica, abandono do fumo, diminuição da
ingestão de sal e gorduras, ingestão satisfatória de potássio, cálcio e magnésio,
realização de técnicas de relaxamento, além do controle de doenças concomitantes
como o diabetes e a dislipidemia.
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7.6. Adição de vitaminas e minerais em alimentos industrializados
Alimentos fonte
A adição de vitaminas e de minerais desde que 100 mL ou 100g do produto,
pronto para o consumo, forneçam no mínimo 7,5% da IDR de referência, no caso de
líquidos e 15% da IDR de referência, no caso de sólidos.
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"Rico em Vitaminas",
"Rico em Minerais" ,
"Rico em Vitaminas e Minerais".
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Vitamina B6 (Piridoxina) 2 mg 1,3 mg
Vitamina B12 (Cianocobalamina) 1 mcg 2,4 mcg
Vitamina C 60 mg 45 mg
Vitamina E (Tocoferóis) 10 mg 10 mg
Biotina 0,15 mg 30 mcg
Ácido Fólico 200 mcg 240 mcg
Vitamina K (*) 80 mcg 65 mcg
Cálcio 800 mg 1000 mg
Fósforo (*) 800 mg 700 mg
Magnésio 300 mg 260 mg
Ferro 14 mg 14 mg
Flúor (*) 4 mg 4 mg
Zinco 15 mg 7 mg
Cobre (*) 3 mg 900 mcg
Iodo 150 mcg 130 mcg
Selênio (*) 70 mcg 34 mcg
Molibdênio (*) 250 mcg 45 mcg
Cromo (*) 200 mcg 35 mcg
Manganês (*) 5 mg 2,3 mg
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7.8. Legislação relacionada aos micronutrientes
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REFERÊNCIAS
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Alimentar para Crianças menores de 2 anos Brasília, 2005. Disponível em
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disponível em http://www.sbaf.org.br/_artigos/200803_adocantes_sbaf.pdf. Acesso
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