Cedencia Temporaria de Trabalhadores em Angola

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Novo Regulamento Jurídico DEZEMBRO 2011

Cedência Temporária de Trabalhadores em Angola

No passado dia 26 de Outubro foi publicado o Decreto Presidencial n.º 272/11, que veio
regulamentar, no território angolano e ao abrigo do artigo 32.º da Lei Geral do Trabalho, o regime
de cedência temporária de trabalhadores, bem como, a actividade das empresas de trabalho
temporário.

Este regime passa, com este diploma, a ter os seus contornos legalmente definidos sendo aplicável
a todas as empresas e cooperativas angolanas que detenham como objecto social a cedência
temporária de trabalhadores.

O exercício desta actividade passará a carecer da obtenção de uma autorização prévia, devendo
para tal a empresa requerente respeitar e preencher os seguintes requisitos:
(i) de idoneidade: capacidade da empresa para a prática de actos de comércio, isenta de qualquer
proibição de exercício;
(ii) de capacidade técnica, organizativa e funcional para esse exercício: instalações adequadas,
recursos humanos suficientes, etc;
(iii) e ter a sua situação contributiva regularizada perante a administração fiscal e a segurança
social.

O requerimento de autorização para o exercício desta actividade deverá ser dirigido ao órgão que
tutela a área da administração do trabalho em Angola, actualmente, o Ministério da Administração
Pública, Emprego e Segurança Social (MAPESS). Terão que ser juntos todos os documentos que
atestem o cumprimento dos requisitos acima referidos.

O pedido será apreciado no prazo máximo de 30 dias, sendo, no caso de aprovação, emitida a
respectiva licença para exercício da actividade.

Após a obtenção da licença, caberá à empresa licenciada comunicar ao Centro de Emprego


competente, com periodicidade semestral, um conjunto de informações que se prendem,
genericamente, com o número de trabalhadores cedidos e as condições da cedência. A empresa
terá ainda que garantir um conjunto de deveres relacionados com a sua comunicação externa e
com a formação profissional dos trabalhadores.

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Os contratos de trabalho em questão passarão a ser obrigatoriamente celebrados por escrito, DEZEMBRO 2011
devendo incluir um conjunto de informações essenciais que são relativas ao trabalhador, às suas
funções e demais vicissitudes contratuais. O mesmo sucederá relativamente aos contratos de
cedência de trabalho temporário que só poderão ser celebrados em determinadas situações
específicas, expressamente previstas no diploma (todas elas relacionadas com situações de
excepcional e temporária necessidade), aí se definindo especificamente a duração máxima que o
contrato poderá ter.

Não obstante a regra da não integração do trabalhador cedido no quadro de pessoal efectivo da
empresa utilizadora do serviço, salientamos a possibilidade legal desta integração definitiva vir a
ocorrer caso o trabalhador se mantenha ao serviço da empresa após o termo do prazo de duração do
seu contrato, sendo nula qualquer cláusula contratual que disponha em sentido contrário.

A cessação ou a suspensão do contrato de trabalho temporário, independentemente da causa, não


implicará a cessação do contrato de cedência, salvo acordo em contrário, devendo o trabalhador ser
substituído pela empresa responsável pela sua cedência.

As empresas não detentoras de licença, bem como as que pratiquem um conjunto de infracções
tipificadas no novo diploma, serão punidas pela Inspecção Geral do Trabalho de acordo com o
estipulado no Decreto n.º 11/03, de 11 de Março, diploma que define o regime de multas para os casos
de violação da Lei Geral do Trabalho.

As empresas que se encontrem a exercer a actividade de cedência temporária de trabalhadores em


Angola terão que regularizar a sua situação legal no prazo máximo de 180 dias após a entrada em
vigor deste diploma e de acordo com as formalidades nele previstas.

O regime jurídico do trabalho temporário, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 272/11, entrou em
vigor em 26 de Outubro de 2010.

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Esta newsletter contém informação de carácter genérico e não se destina a servir como consulta jurídica. Foi elaborada por advogados angolanos da
VCA com a colaboração de advogados portugueses da ABBC, no âmbito da respectiva associação. Tem por destinatários clientes e contactos de
ambos os escritórios.

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