SABINO - Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais - Da Abordagem Clássica Ao Papel Mediador Do Silêncio - PHD PDF
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e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel
mediador do Silêncio
Ana Margarida Fernandes Pereira do Nascimento Sabino
Lisboa
2015
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
II
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
AGRADECIMENTOS
Porque este trabalho não teria sido elaborado sem o apoio incondicional de diferentes pessoas,
aproveito a oportunidade para agradecer publicamente àquelas que foram fundamentais para a
sua realização.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus Orientadores. Professor Albino Lopes,
obrigada por me desafiar a refletir, a “querer ir mais além”, a desenvolver o meu espírito
crítico. Professora Fernanda Nogueira, obrigada pela sua imensa exigência, determinação e
constante apoio e acompanhamento. A ambos, um sentido MUITO OBRIGADA!
Agradeço a todos aqueles que tornaram possível a realização deste trabalho, em particular os
participantes que acederam responder aos questionários. Sem a sua participação, a realização
deste trabalho teria sido impossível.
A todas as pessoas e entidades que acederam aos meus inúmeros pedidos de participação, o
meu obrigada.
Num plano mais pessoal, gostaria de agradecer aos meus amigos, por me terem ouvido,
compreendido e apoiado em todos os momentos.
A toda a minha família, em especial ao meu irmão, à minha cunhada, aos meus sobrinhos e
aos meus sogros, por me terem proporcionado um suporte familiar tão estável que me
permitiu realizar este sonho!
Em particular, não poderia deixar de destacar as três pessoas que são o meu porto seguro!
Pai, foi ao desafiar-te que encontrei o tema que me fez ultrapassar os meus limites. Mãe, por
estares sempre pronta a ajudar-me, a ouvir-me, a aconselhar-me. Obrigada pelo vosso amor
incondicional, pela vossa compreensão, pelos vossos conselhos, pelo vosso apoio e ajuda
constante….Obrigada por Acreditarem sempre em mim… Obrigada por Tudo!
Edgar, se não tivesses acreditado em mim, se não me tivesses dito “deixa tudo e vai fazer o
que gostas” eu nunca estaria aqui! Tu acredistaste em mim quando eu própria não
acreditava… Obrigada por me ouvires, criticares, apoiares, ajudares, aconselhares… Obrigada
por seres o companheiro que és!!
III
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
Estratégias Comportamentais, Saída, Voz, Negligência, Silêncio, Lealdade,
Comprometimento Organizacional, Perfis de Comprometimento, Satisfação com o Trabalho
IV
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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ABSTRACT
KEY-WORDS
Behavioral Strategies, Exit, Voice, Neglect, Silence, Loyalty, Organizational Commitment,
Commitment Profiles, Work Satisfaction
V
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INDICE
VII
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4.3.2. A Análise Multigrupos relativa à Diferença entre Docentes e Não Docentes ....................................... 173
4.4. Sobre o Modelo Estrutural Alternativo ...................................................................................................... 176
4.5. Sobre os Perfis de Comprometimento Organizacional ............................................................................. 182
Anexo 1 - “O Silêncio dos Colaboradores nas Organizações: Uma perspetiva integrada nas estratégias
comportamentais e aplicadae aplicada ao ensino superior público português” – Comunicação Submetida às
XXVI Jornadas Luso-Espanholas de Gestão Cientifica ...................................................................................... 221
Anexo 2 - “Tradução do Termo Commitment para Português Aplicada ao Setor da Saúde” – Artigo Submetido à
revista SociologiaReferencia ............................................................................................................................... 239
Anexo 10 - Análise Fatorial Exploratória das Estratégias Comportamentais (Modelo EVLN e Silêncio) ......... 313
VIII
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Anexo 17 – Teste dos Efeitos de Mediação presentes no Modelo Estrutural Proposto Final ............................. 345
Anexo 18 – Análise dos Efeitos de Moderação do Subsistema de Ensino (EUP e EPP) com recurso à Análise
Multigrupos ........................................................................................................................................................ 351
Anexo 19 – Análise dos Efeitos de Moderação do Tipo de Carreira (Docente e Não Docente) com recurso à
Análise Multigrupos ........................................................................................................................................... 353
IX
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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INDICE DE TABELAS
Tabela 2-1 – Sistematização da terminologia mais utilizada para denominar o fenómeno em estudo e respetivos
autores de referência ........................................................................................................................................... 20
Tabela 3-16- Escala da satisfação com o trabalho e respectiva codificação ..................................................... 101
Tabela 3-18- Sistematização das Escalas / Sub-Escalas e respetivo coeficiente de viabilidade medido pelo Alfa
de Cronbach ...................................................................................................................................................... 102
X
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Tabela 3-19- Escala do comprometimento calculativo com a sua respetiva codificação ................................. 102
Tabela 3-20- Sistematização das Escalas / Sub-Escalas e respetivo coeficiente de viabilidade medido pelo Alfa
de Cronbach ...................................................................................................................................................... 103
Tabela 3-21- Comparação dos coeficientes da fiabilidade entre as duas escalas em análise ............................ 106
Tabela 3-22 - Dimensões do questionário, constructos, itens e escalas de resposta ......................................... 107
Tabela 3-27- Categoria Profissional na Carreira Docente, por subsistema de ensino ...................................... 114
Tabela 3-29- Sistematização dos métodos, técnicas e softwares utilizados na análise de dados ...................... 117
Tabela 3-31- Critérios de Aceitabilidade dos indicadores de bondade de Ajustamento utilizados .................. 121
Tabela 3-34- Sistematização dos principais conceitos referentes aos efeitos de mediação ............................. 128
Tabela 4-1- Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação do modelo
EVLN face à amostra ....................................................................................................................................... 138
Tabela 4-2 - Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação do silêncio
face à amostra ................................................................................................................................................... 142
Tabela 4-3 - Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação da
satisfação com o trabalho face à amostra .......................................................................................................... 144
Tabela 4-4 – Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação do
comprometimento organizacional face à amostra ............................................................................................. 147
Tabela 4-14- Teste das subhipóteses referentes à segunda hipótese ................................................................ 161
Tabela 4-15- Teste das subhipóteses referentes à terceira hipótese ................................................................. 162
Tabela 4-16- Teste da quarta hipótese ............................................................................................................. 162
Tabela 4-17- Teste das subhipóteses referentes à quinta hipótese ................................................................... 162
Tabela 4-18- Teste das subhipóteses referentes à sexta hipótese ..................................................................... 163
Tabela 4-19- Teste das subhipóteses referentes à sétima hipótese ................................................................... 163
Tabela 4-20- Teste das subhipóteses subjacentes referentes à sétima hipótese ............................................... 164
Tabela 4-22- Sistematização das mediações presentes no modelo estrutural final ........................................... 168
Tabela 4-23- Estimativas das relações estruturais no modelo final e nos dois subsistemas de ensino (EUP e
EPP) bem como a diferença entre elas. ............................................................................................................ 172
Tabela 4-24 - Estimativas das relações estruturais no modelo final e nos dois tipos de carreira (docente e não
docente) bem como a diferença entre elas. ...................................................................................................... 175
Tabela 4-25- Indicadores de bondade de Ajustamento do modelo inicial alternativo e do modelo final
alternativo ......................................................................................................................................................... 178
Tabela 4-26- Tabela com a apresentação do SQC, SQT, Variância Explicada e respetivo incremento, nas 8
soluções ............................................................................................................................................................ 183
XII
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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INDICE DE FIGURAS
Figura 4-13 -Distribuição dos sujeitos pelos perfis (Clusters), pela saída, voz, lealdade, negligência, silêncio de
rejeição, silêncio de adesão e satisfação com o trabalho ................................................................................. 188
Figura 5-1 - Modelo conceptual proposto para um estudo futuro ..................................................................... 201
XIII
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LISTA DE ABREVIATURAS
XIV
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CAPÍTULO I
DA PROBLEMÁTICA À
ESTRUTURA DA INVESTIGAÇÃO
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Hirschman (1970), pode esta estratégia ser considerada um comportamento ou uma atitude?
Muito tem sido discutido sobre a complexidade e subjetividade deste constructo (e.g. Leck e
Saunders, 1992, Rusbult et al., 1982, Farrell, 1983; Cannings, 1992; Dowding et al., 2000;
Dowding e John, 2012; Sabino et al., 2013; Elegido, 2013; Nunes, et al., 2014), colocando-se
mesmo a questão da eventual existência de duas lealdades. Uma vinculativa (atitude) e outra
de resposta (comportamento). Também aqui o presente trabalho visa acrescentar informação
relevante a esta discussão. Inicialmente propõe-se que esta estratégia comportamental pode
ser entendida como uma ‘ligação especial’, logo uma atitude, mediadora de comportamentos.
Na sequência dos dois objetivos anteriores, o terceiro macro objetivo refere-se à
contribuição prevista através da identificação de um modelo que espelhe as relações de
causalidade entre as estratégias comportamentais considerando, assim, que o silêncio é
preditor da saída, da voz e da negligência e que a lealdade pode ser percecionada numa ótica
atitudinal, precedendo, desta forma, às restantes. Este objetivo é agregador dos anteriores
integrando já as suas contribuições.
Acresce que o fenómeno das estratégias comportamentais é indissociável da satisfação
com o trabalho sendo este um constructo contextualizador das mesmas (Nascimento, 2010;
Sabino, 2011), pelo que o quarto grande objetivo visa estudar a relação entre este constructo
avaliativo das perceções do individuo em relação ao seu trabalho (Hackman e Oldham, 1975,
1976, 1980) e as suas respostas deliberadas (Farrell e Rusbult, 1992).
Dada a importância do papel do comprometimento organizacional nas estratégias
comportamentais importa, também, percecionar o posicionamento do comprometimento
organizacional nesta problemática (e.g. Farrell e Peterson, 1984; Meyer, Allen, Smith, 1993;
Nascimento, 2010; Sabino, 2011; Gieter et al., 2011; Vigoda-Gadotet al., 2012) enquanto
constructo antecedente das mesmas.
Considere-se ainda a nova linha de investigação relacionada com o comprometimento
organizacional e que diz respeito aos perfis de comprometimento. Assim, partindo dos
estudos de Wasti (2005), Meyer e Parfyonova (2010), Meyer, Stanley e Parfyonova (2012) e
de Sabino e Nascimento (2014), pretende-se estudar a emergência e caracterização dos perfis
de comprometimento emergentes na amostra em estudo, considerando como ponto de partida
para a sua caracterização as variáveis socio-demográficas, as estratégias comportamentais e a
satisfação com o trabalho.
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1.4 Metodologia
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1.5 Contribuições
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Tendo por base tudo o que foi referido anteriormente, estruturou-se o presente trabalho
em 5 capítulos apresentados de seguida numa tabela explicativa, quer da sua organização quer
dos seus conteúdos.
Tabela 1-1 – Estrutura da Tese
Capítulos Principais Características a destacar
Enquadramento e Problemática Capítulo organizado em pontos distintos que visam
Justificação e Pertinência do Tema clarificar o leitor da importância e contextualização da
Questão de Investigação e Objetivos do temática apresentada, através da identificação das
Capítulo I
Sobre os Perfis de Comprometimento análise de dados termina com o estudo dos perfis de
comprometimento emergentes e respetiva
caracterização. De notar que neste capítulo se realiza,
também, o teste das hipóteses de estudo.
Reflexões Finais Neste capítulo pretende-se refletir sobre os resultados
Limitações do Estudo obtidos, à luz do quadro teórico estabelecido e das
Capítulo V
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CAPÍTULO II
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O presente capítulo tem como finalidade refletir teoricamente sobre os três principais
constructos em estudo: as estratégias comportamentais, a satisfação com o trabalho e o
comprometimento organizacional. Para tal, o capítulo está organizado em diferentes pontos
que incidem sobre temáticas de destaque da reflexão teórica realizada.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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que estão a estudar, e não a um modelo específico. Nestes casos, os autores procuraram
estudar um comportamento em particular ou refletir de modo mais integrativo sobre o
fenómeno, não tendo adotado como modelo de referência, o modelo EVLN.
Mais recentemente tem-se vindo a estudar com maior detalhe um comportamento
particular – a voz. Nesta linha, em 2014, Wilkinson et al., editaram o Handbook of Research
on Employee Voice sobre o estudo deste constructo em particular. Nesse documento,
diferentes autores refletem sobre as diferentes perspetivas associadas à voz. Na linha da
subjetividade deste constructo, tem surgido uma nova tendência onde certos autores
consideram que o exercício da voz pode ser integrada nos comportamentos de cidadania
organizacional (Detert, Burris, Harrison e Martin, 2013) ou noutras abordagens teóricas,
conforme apresentado no seguimento do presente capítulo.
O mesmo acontece com outros comportamentos, nomeadamente a saída, muitas vezes
associada ao turnover (Vroom, 1964; Lawer III, 1995; Takase, 2010) ou à intenção de saída
(Lyons, 1971; Takase, Yamashita e Oba, 2008; Yıldız, Ayhan, e Erdoğmus, 2009; Takase,
2010), que são estudados numa ótica distinta à do presente trabalho, ou seja, o modo como o
individuo reage intencionalmente e conscientemente quando se depara com uma situação de
declínio da satisfação com o trabalho.
Até à data, não foram identificados estudos que discutam as implicações que esta
questão tem para o desenvolvimento do constructo em causa. Não obstante, o facto de não
existir um nome, claro e consensual, para este fenómeno poderá influenciar diretamente a
falta de consistência, teórica e empírica, do mesmo. Isto porque o fenómeno torna-se mais
disperso, assim como o seu conhecimento académico, científico e empírico. Note-se por
exemplo a dificuldade em realizar uma pesquisa nas bases de dados científicas nacionais e
internacionais. Adicionalmente, as opções supracitadas, e que são as mais utilizadas, têm cada
uma delas, desvantagens que condicionam a sua utilização e que se passa a enunciar.
A opção em utilizar o nome do modelo de referência (modelo EVLN) não reflete a
natureza do constructo em causa, nomeadamente a abordagem de Hirschman (1970), o seu
percursor. A utilização desta denominação implica a aceitação e adotação do modelo EVLN
(Rusbult et al., 1982; Rusbult e Farrell, 1983; Farrell, 1983), não considerando as
especificidades do fenómeno que não estão comtempladas pelo modelo ELVN. Por este
motivo, optou-se pela sua não utilização, na medida em que é redutora espelhando o estudo de
um modelo e não de um fenómeno específico.
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prende-se com o facto de este termo não evidenciar o carácter deliberado e intencional do
comportamento dos indivíduos. Note-se que o significado do termo resposta refere-se com a
relação causa-efeito direta, que em muitos casos não é deliberada e/ou intencional,
característica que se pretende realçar no presente trabalho.
O autor também identifica a saída, a voz e a lealdade como ‘mecanismos de
recuperação’. Estes comportamentos, vistos enquanto mecanismos de recuperação das
organizações, não evidenciam o carácter pessoal e individual que se pretende estudar. O
fenómeno em causa espelha a perspetiva pessoal e individual do colaborador que poderá não
ser de recuperação da relação se, por exemplo, se verificarem comportamentos que
deliberadamente prejudicam diretamente a organização. Nesta linha, a terminologia de
mecanismo de recuperação poderá estar mais orientada para a perspetiva organizacional do
fenómeno, onde apesar do individuo optar por sair, a organização poderá recuperar.
Desta forma, tendo em conta que as razões apresentadas poderão ser uma das causas
para a falta de consistência do fenómeno e consequentemente o declínio de estudos sobre o
mesmo, optou-se por propor um nome que cumpra alguns requisitos fundamentais. O
primeiro requisito é que tem de ser uma designação suficientemente lata para englobar todo o
conjunto de diferentes comportamentos que se evidenciam nesta situação particular. Note-se
que estes comportamentos podem ter naturezas e finalidades muito distintas. Denotar que,
apesar de não constarem no modelo EVLN (Rusbultet al., 1982; Farrell, 1983), outros
comportamentos se podem integrar neste fenómeno. Destaque-se por exemplo a voz
agressiva, o silêncio, o cinismo, o boicote, entre outros (e.g. Hirschman, 1970; Farrell e
Petersen, 1982, Hagedoorn et al., 1999; Naus, Van Iterson & Roe, 2007).
O segundo requisito prende-se com a necessidade em refletir acerca da natureza do
fenómeno inicialmente proposto por Hirschman (1970), nomeadamente a sua complexidade e
a sua adaptabilidade consoante o tipo de situação concreta, as características do individuo
bem como da própria organização.
O terceiro requisito refere-se ao facto do nome não dever estar associado a nenhum
modelo específico, como acontece com o modelo EVLN, na medida em que se pretende
denominar um constructo genérico e não uma representação teórica, com os seus
pressupostos, as suas vantagens e desvantagens, que os caracterizam.
Para além dos requisitos apresentados, importa reforçar com clareza as características
e a natureza do constructo em causa, ou seja, o que se pretende estudar e em que contexto
particular. Neste sentido, este constructo visa englobar os comportamentos que os indivíduos,
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relevante, mas tambéma influência de vários outros fatores únicos para aquela ocasião,
situação particular e ação observada” (Ajzen, 1991, p. 180). Na linha da Teoria do
Comportamento Planeado de Ajzen (1991) dá-se ênfase à intenção do individuo em adotar
determinado comportamento. Como o próprio refere “assume-se que as intenções capturam os
fatores motivacionais que influenciam o comportamento” (Ajzen, 1991, p. 181).
A palavra ‘estratégia’ reforça que estes comportamentos dependem de um conjunto de
decisões prévias tomadas pelos indivíduos sendo conscientes, deliberados e orientados para a
Ação. Como Simon (1997, p. 77) destacou, “O conjunto destas decisões que determinam
comportamentos num determinado período de tempo podem ser chamados de estratégia”.
Nesta linha, e tendo como premissa esta abordagem de Simon (1997) à estratégia, importa
também referir a perspetiva de Mintzberg (1987, 1987a, 1987b, 1994). O autor apresentou
cinco definições de estratégia, justificando o facto pela complexidade do tema. Neste sentido,
a estratégia pode ser entendida como um plano, como um estratagema, como um padrão,
como uma posição ou como uma perspetiva. As diferentes abordagens de estratégia são, na
maioria dos casos, complementares e não mutuamente exclusivas.
No âmbito do presente trabalho, a ‘estratégia’ de Mintzberg (1987), como uma
estratégia comportamental, poderá ser entendida como um plano e como um padrão,
remetendo-se também para algumas características da estratégia como uma posição e como
uma perspetiva.
Como um plano (Mintzberg, 1987, p. 11) o autor salienta que a intencionalidade é “…
uma linha de ação consciente e intencional… uma guideline para lidar com uma situação”.
Reforça assim as decisões que o individuo toma antes do comportamento, como reação a uma
determinada causa. Na perspetiva da estratégia como um padrão ressalva-se o facto desta
resultar num comportamento, mais concretamente na consistência de comportamentos. Neste
caso, a intencionalidade da ação não é determinante.
Ainda segundo Mintzberg (1987) a estratégia como um plano (salientando-se a
intencionalidade da estratégia) e a estratégia como um padrão (destacando-se a realização de
uma ação, o comportamento em si) são claramente constructos distintos, mas não mutuamente
exclusivos. E é neste sentido que se caracteriza a estratégia comportamental, visto conciliar
estas vertentes apresentadas por Mintzberg (1987). O autor, considerou esta hipótese tendo
proposto a existência de estratégias deliberadas como “ … intenções que existiam antes de
serem realizadas” (Mintzberg, 1987, p.17). Realça-se assim a possibilidade da estratégia ser
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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intencional e deliberada, com vista à obtenção de uma vantagem competitiva através dos
comportamentos.
Tendo em conta a complexidade da estratégia comportamental e da sua natureza, ela
não deverá ser reduzida a uma resposta que não foi pensada ou até mesmo a um ato imediato
e inconsciente numa relação direta causa – efeito. Note-se que Farrell (1983) realçou esta
complexidade quando apresentou o modelo EVLN. O autor refere que os indivíduos
controlam as suas ações e resultados das mesmas e, neste âmbito, respondem de forma
previsível e pensada de forma a conseguirem atingir um determinado objetivo. Neste sentido,
o autor reforça a intencionalidade destas respostas (Ajzen e Fishbein, 1977; Ajzen e Madden,
1986; Ajzen, 1991)
Conclui-se assim que o termo ‘Estratégia Comportamental’ clarifica o constructo
distinguindo-o dos comportamentos que são diretos e inconscientes. Assim sendo, o
fenómeno aqui retratado, refere-se aos comportamentos deliberados, intencionais e que visam
alcançar um objetivo específico, que é a restauração da satisfação com o trabalho, aqui
denominado de Estratégias Comportamentais.
A tabela seguinte apresenta um resumo com a identificação das várias alternativas
utilizadas no âmbito da denominação deste constructo bem como a proposta apresentada no
presente trabalho
Tabela 2-1 – Sistematização da terminologia mais utilizada para denominar o fenómeno em estudo e respetivos
autores de referência
Termos / Expressões Utilizadas para denominar
Autores
o fenómeno em estudo
Respostas ao declínio da Satisfação Hirschman (1970)
Mecanismos de Recuperação Hirschman (1970)
Modelo EVLN Farrell e Rusbult (1982, 1983, 1984, 1992)
Hagedoorn et al.(1999)
Liljegren et al.(2008)
Respostas a acontecimentos problemáticos Knoll e Dick (2013b)
Referência específica aos comportamentos dos Graham e Keeley (1992)
indivíduos neste contexto Leck e Saunders (1992)
Kolarska e Aldrich (1980)
Dowding et al.(2000)
Dyne et al.(2003)
Estratégias Comportamentais Nascimento (2010)
Voz – comportamento de cidadania organizacional Detert et al.(2013)
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Noutra linha, quando a opção da saída não se coloca, o autor identificou outra
alternativa que denominou de voz. Segundo Hirschman (1970, p.4) “os clientes da firma ou os
membros da organização expressam a sua insatisfação diretamente à gestão ou a outra
autoridade à qual está subordinada a gestão ou através de um protesto geral dirigido a alguém
que está preocupado em escutar...”. Trata-se então, de uma estratégia onde o sujeito irá
manifestar-se, participando ativamente nas decisões com o objetivo de mudar os aspetos que
lhe provocam a insatisfação. Para tal, é necessário que o indivíduo tenha a capacidade de
influenciar a organização ou unidade social onde está integrado e também que esta(s)
esteja(m) recetiva(s) a ser influenciada(s) e de a mudar.
O autor associa cada uma destas estratégias a uma solução específica pelo que a saída
é associada a uma solução de cariz económico enquanto que a voz já é vista como uma
solução política. No primeiro caso, Hirschman (1970) esclarece as parecenças na medida em
que a saída é uma solução impessoal que faz uso do mercado para defender a sua posição. É
pois uma solução direta que não exige mais nada senão um corte com o foco da insatisfação.
Estas características têm uma natureza mais económica.
Já a associação da voz enquanto solução de tipo político pode ser caracterizado por ser
mais subjetivo, podendo a voz ser graduada de um simples comentário a uma violenta
discussão. O autor refere mesmo que ambas podem ser associadas por serem complexas como
uma “arte” (Hirschman, 1970).
Estas duas soluções, vistas na ótica económica e politica, poderão ser entendidas como
contraditórias entre si, pelo que para os economistas a solução politica, ou seja, a voz poderá
ser vista como “embaraçosa” (Hirschman, 1970, p.17) enquanto que para os políticos, a
solução económica, saída, é entendida como uma “deserção” (Hirschman, 1970,p. 17). Leia-
se as palavras do autor: “De facto, no reino politico, a saída é muito pior que a voz é para os
economistas. Mais que ineficaz e embaraçosa, a saída é muitas vezes intitulada como
criminosa, associada à deserção, defecação e traição.” (Hirschman, 1970, p.17). Apesar desta
aparente disputa entre os dois campos científicos e correspondentes mecanismos de
recuperação, o autor finaliza a discussão referindo que “… eu espero demonstrar aos
cientistas políticos a utilidade dos conceitos económicos e aos economistas a utilidade dos
conceitos políticos” (Hirschman, 1970, p. 19). Assim, o trabalho de Hirschman (1970) baseia-
se nesta reciprocidade entre as duas respostas – saída e voz – e o modo como elas se
relacionam e em que circunstâncias.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Neste sentido, as duas soluções não devem ser entendidas separadamente, verificando-
se assim, uma relação direta entre a voz e a saída, pois “a voz é a única forma pela qual
clientes ou empregados insatisfeitos podem reagir sempre que a opção de saída não é viável”
(Hirschman, 1970, p.33). A relação inversa também se pode verificar na medida em que a voz
tem tendência a aumentar à medida que as oportunidades de saída diminuem. Veja-se o
trabalho de Lee e Whitford (2007) que procuram responder à questão “Mas a saída depende
da voz e da lealdade?” (Lee e Whitford, 2007, p.649). Os resultados sugerem que as perceções
dos colaboradores em relação à voz e à lealdade limitam a intenção de saída, existindo outros
fatores como a insatisfação em relação à compensação que são preditores desta estratégia
comportamental.
Já em 1995, numa nova reflexão sobre o seu trabalho, Hirschman (1995) salienta que
as oportunidades de saída também podem originar o aumento da voz. O autor demonstra este
facto através de uma reflexão histórica sobre o declínio da República Democrática Alemã
(Hirschman, 1995,p.13).
Posto isto, ao longo do seu trabalho, o autor não determina em que medida se
estabelece a relação entre a saída e a voz. Exemplifica sim muitas possíveis reações que
tendem a variar consoante a existência de circunstâncias específicas tais como o tipo de
organização, a reação dos indivíduos, a resposta mais dominante, entre outras (Hirschman,
1970,p.122), sendo que o autor refere que não existe um modelo ótimo que integre estas duas
soluções, visto o modelo ser instável entre e intra organizações (Hirschman, 1970).
Adicionalmente, importa também referir que o estudo da voz e da sua relação com a
saída foi também abordada anteriormente ao trabalho de Hirschman (1970). Nesta linha, o
Handbook of Researchof Employee Voice (2014) dedica um capítulo à análise da voz antes da
sua conceptualização por Hirschman (1970) (Kaufman, 2014). O autor realiza assim uma
síntese histórica referindo que a voz teve a sua primeira referência formal no trabalho de
Adam Smith “A Riqueza das Nações” (1776) que considera a dicotomia da voz como ato de
comunicar versus como capacidade de influência. Karl Marx, no primeiro volume do Capital
(1867), dá maior ênfase ao facto dos empregadores ativamente desencorajarem o exercício da
voz e que esta tem a dupla finalidade de criar vantagens aos trabalhadores mas também de
salvaguardarem a sua posição (de explorados). Já Mill (1874) realça o papel da mulher onde a
voz visa possibilitar que os trabalhadores, homens ou mulheres, possam tentar influenciar as
regras pré-estabelecidas em relação às organizações que trabalham e também ao poder central.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Kaufman (2014) refere também a existência de vários tipos de vozes, tanto a um nível
macro como micro, por exemplo com o aparecimento dos primeiros sindicatos, com a
realização das primeiras greves e também com os primeiros casos de gestão da voz
(comunicação) organizacional, nomeadamente a chamada “gestão de porta aberta”
preconizada por Rockefeller e numa fase inicial, por Henry Ford.
Retomando a proposta de Hirschman (1970), o autor também identifica uma terceira
estratégia, denominada de lealdade (loyalty). No entanto, ao contrário da saída e da voz, a
lealdade, na perspetiva de Hirschman (1970), é um constructo pouco claro e muito complexo
sendo entendido como uma força que prevê uma ‘ligação especial’ com a organização. O
autor introduz esta estratégia de forma a obter “… uma compreensão mais sólida das
condições que favorecem a coexistência da saída e da voz…” (Hirschman, 1970,p. 77). Neste
sentido, a lealdade tende a promover o uso da voz e a suprimir a saída. Pode então ser
caracterizada pelo “nós”, a crença que a organização merece todo o esforço e dedicação do
sujeito, verificando-se assim a sua componente crítica na relação entre a saída e a voz.
Acresce que, o autor distingue também a lealdade da fé organizacional, sendo que a principal
diferença entre elas reside no facto da primeira implicar que o individuo tenha algum tipo de
influência sobre a organização (Hirschman, 1970,p. 78).
O autor não é claro relativamente à interpretação da lealdade. Ao longo de todo o
livro, Hirschman (1970) identifica a lealdade como sendo uma atitude ou como sendo um
comportamento. Estas duas óticas, distintas, têm causado inúmeras discussões no círculo
teórico (Leck e Saunders, 1992; Graham e Keeley, 1992; Withey e Cooper, 1992; Sabino et
al., 2013; Nuneset al., 2014). Inclusive este tópico de discussão originou uma edição especial
do Employee Responsibilities and Rights Journal (1992, 5(3)) onde foram discutidas inúmeras
teses sobre esta problemática da lealdade enquanto comportamento ou enquanto atitude.
Enquanto atitude, a lealdade é vista como uma variável mediadora da relação entre a
saída e a voz. E neste sentido, os colaboradores leais, que estão insatisfeitos, tendencialmente
irão optar mais pelo exercício da voz em detrimento da saída. Leck e Saunders (1992)
apresentaram a perspetiva de Hirschman da lealdade enquanto atitude. Em contexto
português, refira-se que Sabinoet al.(2013) desenvolveram um estudo que pretendia avaliar o
papel mediador da lealdade, segundo Leck e Saunders (1992), na relação entre o
comprometimento organizacional e a voz. Os autores concluíram que a lealdade é uma
mediadora desta relação, reforçando assim os resultados obtidos por Leck e Saunders (1992).
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
entanto, o modo de atuação dos indivíduos numa relação pessoal e romântica poderá ser
diferente da forma como se atua em contexto profissional e organizacional.
Outra crítica apontada retoma o trabalho realizado por Hirschman (1970) onde o autor
apresenta uma conceptualização das estratégias menos limitada que o modelo EVLN. O autor
nunca refere a ortogonalidade do modelo e as suas dimensões (ativa/passiva e
construtiva/destrutiva). Pelo contrário, apresenta as estratégias como sendo mais voláteis. Por
um lado, ao nível da sua natureza, onde a lealdade pode ser vista como um comportamento ou
uma atitude e a voz é subjetiva ao ponto de poder variar entre uma simples opinião e o
violento protesto. Por outro lado as estratégias segundo Hirschman (1970) são também mais
voláteis na sua manifestação, podendo ocorrer simultaneamente, de forma sequencial e
segundo um contexto muito específico. Sobre esta questão, refira-se que o autor salientou a
não existência de um modelo integrado e universal sobre o fenómeno. Acresce que, apesar de
não terem sido encontrados comentários de Hirschman (1970) sobre os trabalhos que lhe
seguiram, nomeadamente a emergência do modelo EVLN, em 1995, o autor escreveu
“Aparece um problema quando os cientistas sociais procuram um conhecimento mais
profundo e que, nessa tentativa, proporem um modelo conceptual que inicialmente parece
mais fácil, consequentemente, poderá torná-lo mais complicado, para compreender o que se
passa” (Hirschman, 1995,p.44). Numa reflexão sobre o “método” de Hirschman, McPherson
(1986, p. 306) refere que “… Hirschman nunca pára a sua procura pelo ‘fenómeno
inexplicável … facto estranho’ em oposição à procura das ciências socias de leis gerais.”
Numa análise mais centrada nas particularidades do modelo EVLN, realçam-se outras
interrogações, algumas delas também discutidas por Dowding et al. (2000).
A primeira interrogação diz respeito à lealdade. Como já foi aqui explicitado, este
constructo não foi claramente definido por Hirschman (1970) que, ao longo da sua tese, se
referiu à mesma, por vezes, como uma atitude e outras como um comportamento sendo uma
força que se manifesta numa ligação especial à organização. Quando é apresentada como
atitude, a lealdade atua como mediadora em relação à saída e à voz.
Ao adaptarem o modelo de Hirschman (1970), Farrel e Rusbult (e.g. 1982, 1983,
1984, 1988) optaram por considerar a lealdade na perspetiva comportamental, caracterizando-
se por comportamentos passivos e construtivos. Dowding et al. (2000,p.481) consideram que
“A lealdade é considerada uma alternativa à saída e à voz. Não só isto é conceptualmente
estranho, como vários estudos demonstram pouco suporte empírico”. Leck e Saunders (1992)
também estudaram esta temática tendo concluído que a lealdade assume um papel de
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Emerge assim uma terceira crítica que vai ao encontro da ideia anterior focando-se
exclusivamente na voz. Os autores interrogam-se porque é que a saída é necessariamente uma
resposta destrutiva e porque é que a voz é necessariamente construtiva. Dowding et al. (2000,
p.482) referem que “ As pessoas podem usar a voz para demonstrar a sua insatisfação de uma
forma atenciosa e amigável, mas também podem usar uma voz agressiva para comunicar a sua
insatisfação, por exemplo, gritando o abuso”. Esta interpretação da natureza da voz vai mais
de encontro á caracterização realizada por Hirschman (1970) na medida em que o autor refere
que a subjetividade da voz está presente enquanto constructo escalar podendo variar de um
simples comentário a um protesto mais violento.
Metodologicamente, os autores identificaram três problemas. No primeiro é abordada
a questão dos estudos precedentes terem analisado intenções de respostas ao invés de
respostas e comportamentos propriamente ditos. Seguidamente, refira-se que as escalas
utilizadas têm apresentado valores pouco consistentes. Sobre este tema, Nascimento (2010)
sistematizou os valores da fiabilidade das várias escalas do modelo EVLN, confirmando os
dados avançados por Dowding et al. (2000). Veja-se por favor a tabela resumo dos Alfas de
Cronbach dos principais estudos realizados no âmbito das estratégias comportamentais
apresentada no capítulo da metodologia (tabela 3-10).
Saliente-se, a título de exemplo, o Alfa de Cronbach da voz no estudo de Rusbult et
al.(1988) de 0.45 ou de 0.41 no trabalho de Whithey e Cooper (1989) onde a negligência
apresentou um valor de 0.55. Qualquer um destes valores é inferior aos critérios de
aceitabilidade propostos por Nunnaly (1978) e por Hair et al.(2006). Os autores consideram
que o valor de referência de uma boa consistência interna da escala é de 0,70 ou 0,60 em
casos de estudos exploratórios (Hair et al., 2006).
Finalmente, destaque-se que “ ...estudos sobre o EVLN têm usado desenhos
metodológicos transversais” o que impossibilita estabelecer sequencias temporais no uso de
cada estratégia, “… por exemplo, as pessoas experimentam primeiro a voz, e recorrem à saída
quando a voz tem insucesso?” (Dowding et al., 2000, p. 482). De facto, inúmeros autores
trabalharam sobre esta questão tendo elaborado um conjunto de propostas conceptuais de
possíveis sequências entre as estratégias comportamentais (Kolarska e Aldrich, 1980;
Dowding et al., 2000; Grima et al., 2012). Destaque-se, inclusive que Grima et al. (2012, p.
3) referiram que “a maioria dos estudos até à data implicam que colaboradores insatisfeitos se
mantenham numa única opção, no entanto, confirma-se a existência de trajetórias”.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Posto isto, pode-se pois concluir que existem inúmeras diferenças entre o modelo EVL
de Hirschman (1970), percursor do estudo das estratégias comportamentais, e o modelo
EVLN, principal modelo explicativo das mesmas. Grima et al. (2012, p.3) referem que “a
combinação de uma terminologia muito ampla e a incerteza sobre o exato significado dos
termos utilizados tende a empobrecer o modelo EVLN e chega-se a questionar a sua
relevância”.
Tendo em conta (1) os problemas associados à falta de terminologia adequada para
estudar o tema; (2) as críticas apontadas por diferentes autores relativamente ao modelo
EVLN (3) e os problemas metodológicos a ele associados, tem-se assistido a uma quebra de
estudos relacionados com esta temática ou até a uma descrença em relação à pertinência em
estudar este fenómeno.
Não obstante, e tendo em conta a sua relevância teórica e também prática, com
aplicabilidade direta para a Gestão, já anteriormente salientada, alguns autores têm procurado
responder a determinadas lacunas acima referidas, outros têm optado por estudar uma
estratégia em particular e outros continuaram a replicar o modelo EVLN, tendo concluído a
necessidade de melhorias, nomeadamente na reconceptualização do modelo EVLN, que seja
teórica e empiricamente mais consistente.
2.1.5. Propostas de respostas às Críticas e Contradições do Modelo EVLN
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ser uma das manifestações mais frequentes do individuo quando a satisfação com o trabalho
começa a diminuir.
Tendo em conta as várias questões acima levantadas, apresenta-se de seguida, um
conjunto de abordagens alternativas ao modelo EVLN onde os autores têm estudado modelos
que se propõem responder a alguma crítica anteriormente apresentadas, aprofundando assim o
conhecimento sobre as estratégias comportamentais.
Ainda antes do aparecimento do modelo EVLN, Kolarska e Aldrich (1980) sugeriram
uma abordagem ao fenómeno das estratégias comportamentais baseando-se no modelo EVL
de Hirschman (1970) ao nível das duas respostas iniciais propostas pelo autor, quando o
sujeito se depara com uma situação de insatisfação. Nesta ótica, os autores propõem que o
modo como o individuo se comporta em contexto de declínio da satisfação poderá variar
consoante a possibilidade de melhoria do contexto em que se insere. Para os autores, a
primeira questão que os sujeitos devem colocar é se acreditam que a situação poderá
melhorar. Se sim, então o colaborador optará por manter-se na organização. Se considerar que
não há margem de melhoria, o colaborador sairá da organização. Independentemente desta
decisão, importa numa fase seguinte, percecionar se o sujeito exercerá, ou não, o seu direito à
voz, revelando assim os motivos que o levaram a tomar essa decisão. Os autores criaram um
sistema conceptual que originará quatro respostas possíveis.
A primeira resposta ‘Ficar, em silêncio’ assume-se de extrema importância, no
entanto, não foi desenvolvida por Hirschman (1970). Está muitas vezes associada a situações
de acomodação ou de lealdade (Kolarska e Aldrich, 1980), apesar de vários autores
considerarem o silêncio como uma estratégia independente possível, como será explicitado no
seguimento do texto. A segunda resposta, ‘Ficar, e falar’ associa-se ao facto do colaborador
ter uma voz ativa no sentido de mudar a situação. Esta alternativa vai ao encontro da voz
prosocial proposta no modelo EVLN. Seguidamente, na resposta ‘Sair, em silêncio’ o
colaborador pode optar por não revelar quais os motivos que o levaram a deixar a
organização. Finalmente, na possibilidade ‘Sair, e falar’ como o nome indica, a voz ativa é
utilizada com a finalidade de dar a conhecer as razões que levaram o colaborador a tomar a
decisão de sair.
Na linha de Hirschman (1970) verifica-se então uma dualidade respeitante à decisão
do colaborador optar por exercer,ou não,a voz, pelo que que a opção passa por recorrer á voz
ou ao silêncio. Mais uma vez, o silêncio é referido como uma alternativa às restantes
estratégias comportamentais.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Na segunda sequência o colaborador leal manterá o exercício das suas funções. Mas,
se com o passar do tempo a situação não se alterar, então o sujeito irá exercer a voz. Se,
mesmo assim, a insatisfação se mantiver, então poderá optar, ou por sair da organização ou
por se tornar negligente com o seu trabalho. Esta decisão dependerá das alternativas.
No segundo estudo Withey e Cooper (1992) abordam a temática da lealdade com
maior profundidade, sendo este tema desenvolvido com maior detalhe no seguimento da
presente reflexão.
Graham e Keeley (1992) também desenvolveram um modelo alternativo ao modelo
EVLN, partindo do pressuposto que a saída e a voz não são mutuamente exclusivas, podendo
combinar-se. Propõem um modeloque apresenta características ortogonais e sugere a
existência de duas dimensões. Por um lado a voz (enquanto esforço para mudar o status quo)
versus o silêncio e por outro, a saída (enquanto esforço para escapar) versus a opção em ficar
na organização.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Da interação das duas dimensões são propostas quatro opções distintas. A primeira e a
terceira opção referem-se a alternativas do sujeito quando decide ficar na organização. O
primeiro ‘(1) Esforço de mudança interna’ corresponde ao constructo de voz definido por
Hirschman (1970) podendo também ser associado ao constructo de lealdade reformista que os
próprios autores definiram e que será abordado no seguimento do texto. A terceira opção ‘(3)
Aceitação Passiva / Paciência’ pode ser caracterizado através de comportamentos de
conformismo e de aceitação da situação atual. Esta opção relaciona-se com a lealdade passiva,
caracterizada posteriormente.
Quando o sujeito opta por sair da organização, poderá fazê-lo utilizando a voz, ou
ficando em silêncio. No primeiro caso, está-se perante a opção ‘(2) Saída Vociferante’ onde o
colaborador exerce a voz contra a organização. No segundo caso, ‘(4) Saída Tranquila’ o
sujeito sai da organização exercendo comportamentos de não-voz, ou seja, opta por sair em
silêncio.
Nesta linha, Graham e Keeley (1992) também refletem acerca de duas das temáticas
fulcrais para o entendimento das estratégias comportamentais. Por um lado a questão da
natureza da lealdade e por outro a identificação de um outro comportamento adotado pelo
individuo, o silêncio.
Mais recentemente, Hagedoorn et al. (1999) apresentaram um conjunto de reações
alternativas dos empregados perante situações problemáticas. Os autores optaram por manter
os eixos adotados por Rusbult e Farrell (1982, 1983), assumindo assim a explicação do
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
fenómeno através de um modelo ortogonal. Através de uma análise Fatorial forçada em dois
fatores, os autores propuseram cinco reações distintas.
A primeira grande conclusão referente aos resultados obtidos prende-se com o facto
dos autores verificarem empiricamente a complexidade da voz, através do surgimento de duas
vozes, de naturezas distintas. Por um lado, uma voz atenciosa caracterizada pela sua
componente ativa e construtiva. Este tipo de voz poderá ser associado à voz proposta por
Hirschman (1970) e Farrell e Rusbult (1982, 1983) da voz prosocial. Por outro lado, a voz
agressiva que, apesar de manter o seu carácter ativo e participativo tem uma finalidade
destrutiva. Estes resultados vão de encontro à conceptualização da voz, segundo Hirschman
(1970) que a associou a um mecanismo de cariz politico pela sua complexidade e possível
gradação. No que concerne à voz atenciosa, importa ressalvar que os resultados apontam para
que este tipo de voz não seja tão ativo como esperado inicialmente.
Outra conclusão referente ao trabalho desenvolvido por Hagedoorn et al. (1999) diz
respeito à lealdade, que será desenvolvido mais adiante. Note-se que os autores optam por
estudar a sua faceta comportamental, denominando-a de Paciência, na linha de Leck e
Saunders (1992).
No que concerne à saída os resultados apontam para que esta resposta tenha um
carácter mais passivo que ativo, como esperado (e.g. Farrel, 1983). Identificam por último a
negligência enquanto comportamento de cariz destrutivo e menos passivo que o esperado
inicialmente.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Tabela 2-3- Relação entre a voz e alguns dos seus constructos fronteiriços
Constructo Definição Relação com a Voz
Voz como resposta à Qualquer tentativa de mudar, em vez Limitativa por só se focar nas ‘
insatisfação (Rusbultet de escapar, do que causa insatisfação. condições de insatisfação’ mas
al, 1988; Withey e Ativa e construtivamente tentar mais abrangente por incluir todo e
Cooper, 1989) melhorar a causa de insatisfação. qualquer esforço em relação a essa
questão (e não só falar)
Whistleblowing (Miceli A divulgação por parte de membros Abrangente por incluir
eNear, 1992; Miceli et (atuais ou antigos) de práticas ilegais, comunicação intra e extra
al., 2008) imorais ou ilegítimas sobre o controlo organização. Limitativa porque se
dos empregadores, para pessoas ou foca apenas em informação
organizações a que possa ter um efeito inapropriada.
ativo.
Silêncio (Morrison Conscientemente reter informação, A opção do indivíduo em não usar
eMilliken, 2000; Pinder e sugestões ou ideias potencialmente a voz, apesar de saber que traria
Harlos, 2001) importantes para a organização valor se optasse por fazê-lo.
Fonte: Adaptado de Morrison (2011)
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
que aumenta a antiguidade. Em 2013, McClean, Burris e Detert (2013) focaram-se também na
relação entre a saída e a voz, discutindo o papel da liderança nesta relação. Os autores
apontam para o papel do líder, e a sua preparação, que lhes permita lidar com estes dois tipos
de respostas, que não são mutuamente exclusivas. Nesta linha, referem que se a voz prosocial,
não for gerida adequadamente pelo líder, poderá ter um efeito contraproducente.
Noutra linha de investigação, Liang, Farh e Farh (2012) distinguem à priori a voz
proibitiva da voz de promoção procurando descortinar se os seus antecedentes diferem. Os
autores partem da abordagem de Dyne et al. (2003) para proporem que a voz de promoção
emerge da voz prosocial na medida em que tem como finalidade melhorar o desempenho
organizacional, promovendo a criatividade, inovação e sugestões de melhoria continua. Em
contraste, a voz proibitiva refere-se às manifestações dos indivíduos que terão consequências
negativas para a organização. Os autores concluem que a obrigação que o individuo sente está
positivamente relacionada com o silêncio de promoção. Já a segurança psicológica é
antecedente das duas vozes, sendo mais sentida na proibitiva. A auto-estima baseada na
organização está reciprocamente relacionada com a voz de promoção. Já ao nível de efeitos de
moderação, verificou-se que a obrigação sentida majorava a relação entre a segurança
psicológica e as duas vozes,enquanto que a auto-estima baseada na organização enfraquecia a
relação entre a segurança psicológica e a voz de promoção.
Note-se que, apesar da imensa importância da voz, nomeadamente através da
emergência de estudos específicos sobre este constrtuto, o presente trabalho não tem como
finalidade estudar as suas várias facetas. Nesta linha, a voz percecionada neste contexto
caracteriza-se pela sua natureza prosocial na linha de Rusbult et al. (1982, 1986) e de Dyne et
al. (2003).
O objetivo deste trabalho prende-se sim com uma tentativa de melhor percecionar a
problemática associada à lealdade e ao silêncio (enquanto constructo independente da voz).
Por este motivo, importa aqui dar especial ênfase a estes dois temas.
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do autor marcou-se por alguma ponderação e subjetividade. Assim, como já foi referido aqui,
o autor refere-se à lealdade de dois modos distintos. Por um lado, a lealdade pode ser
entendida como uma força, ou seja, uma ligação especial do individuo em relação à entidade a
que se refere, podendo então mediar comportamentos, suprimindo a saída e potenciando o
exercício de uma voz prosocial.
Noutro âmbito, o autor refere claramente que a lealdade pode também ser entendida
como um comportamento, considerando-a como uma terceira possível resposta dos
indivíduos, ao nível a saída e da voz.
No seguimento da falta de clarificação concreta de Hirschman (1970) sobre a natureza
da lealdade, as abordagens relativas à lealdade têm-se pautado por esta dualidade sendo que,
alguns autores optam por adotar uma determinada linha de interpretação e outros visam
refletir sobre esta temática discutindo as características da lealdade vista de cada uma das
perspetivas e as suas implicações teórico-práticas.
Kolarska e Aldrich (1980) associaram a lealdade à alternativa ‘Ficar, em silêncio’
caracterizando-o como uma acomodação em relação à própria situação. Note-se que esta
perspetiva poderá ir ao encontro da proposta de Hirschman (1970) que refere que
colaboradores leais, sofrem em silêncio. Este tópico será novamente abordado quando se
especificar a análise sobre o silêncio nas organizações.
Rusbult et al. (1982), na definição do modelo EVLN já interpretaram a lealdade numa
ótica comportamental, pelo que consideraram-na como sendo a resposta do individuo que se
caracteriza pela sua natureza passiva e construtiva.
Relativamente à dualidade interpretativa da lealdade, Withey e Cooper (1989),
admitem a ambiguidade do constructo apresentando estudos anteriores onde esta resposta foi
tratada seguindo diferentes interpretações. Enquanto comportamento, destacam o trabalho de
Rusbult (1988) e enquanto atitude, o estudo de Kolarska e Aldrich (1980). Nesta linha,
Withey e Cooper (1989) distinguem a lealdade passiva da lealdade ativa. A primeira refere-se
aos colaboradores que estão insatisfeitos e cujos níveis de comprometimento são muito
baixos. Nestes casos os custos de mudança são elevados. Na lealdade ativa os colaboradores
estão satisfeitos e comprometidos com a organização, acreditando assim na melhoria e que os
custos não interferem com as ações. Os autores concluem que cada tipo de lealdade está mais
associada a um determinado tipo de características pessoais, ressalvando também que, se se
identifica uma distinção entre lealdade ativa e passiva, então, poderá ser possível verificar-se
também uma diferenciação entre lealdade construtiva e destrutiva.
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Como já foi aqui referido, esta discussão originou, em 1992, uma edição especial do
Employee Responsibilities and Rights Journal (1992, 5(3)) onde foram discutidas inúmeras
teses sobre a problemática da lealdade. Neste âmbito, importa destacar o trabalho de Graham
e Keeley (1992) que procuraram compreender com maior detalhe a lealdade, distinguindo a
sua faceta comportamental da atitudinal. Assim, considerando que “… não é necessário
concluir que apenas uma interpretação de lealdade é a versão ‘correta’” (Graham e
Keeley,1992,p.196) os autores apresentam a lealdade reformista e a lealdade passiva. A
lealdade reformista prevê o restauro da qualidade organizacional caracterizando-se por uma
ligação afetiva à organização que faz com que os colaboradores trabalhem para alterarem as
condições de insatisfação. Caracteriza-se assim pela participação, análise crítica e pensamento
criativo. Já a lealdade passiva, prevê a manutenção da ordem existente. Neste caso, também se
verifica uma ligação afetiva à organização, onde estes confiam, pacientemente, que a situação
irá melhorar, não sendo desenvolvidas ações que promovam essa melhoria.
Na mesma edição, Leck e Saunders (1992) apresentaram também a sua contribuição
em relação a esta questão. Os autores distinguem as duas lealdades (comportamental versus
atitudinal) denominando a primeira de Paciência. Nesta linha, a lealdade do modelo EVLN
pode ser entendida por Paciência visto caracterizar-se por comportamentos passivos e
construtivos do individuo para com a sua organização. Consequentemente, a lealdade per si é
uma atitude que medeia comportamentos, suprimindo a saída e incentivando o exercício da
voz.
Seguindo a proposta de Leck e Saunders (1992) Hagedoorn et al. (1999) optaram por
estudar a manifestação comportamental da lealdade, utilizando o termo proposto por Leck e
Saunders (1992), a paciência. Os autores reforçaram a proposta de Leck e Saunders (1992)
que identifica a paciência através de comportamentos passivos e construtivos. No entanto no
modelo final, esta estratégia comportamental é representada com menor incidência nos
comportamentos construtivos.
Ainda em 1992, na edição especial sobre esta temática, Cannings (1992) distinguiu a
lealdade do comprometimento, considerando-os constructos distintos.
Mais recentemente, Elegido (2013) salienta novamente a falta de consenso sobre este
constructo, adotando uma perspetiva contrária a Cannings (1992) quando define a lealdade
como sendo “um comprometimento deliberado para promover os interesses da organização
mesmo que isso exija o sacrifício de interesses próprios” (Elegido, 2013, p. 496).
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Hirschman (1970)” (Nunes et al., 2014, p. 51) denominando-a de “lealdade como resposta”.
A lealdade como resposta caracteriza-se assim como sendo de tipo comportamental onde o
individuo adota comportamentos passivos acreditando que a situação irá melhorar. Assim, os
autores propõem estudar estas duas conceções de lealdade, na sua relação com a identidade
organizacional percebida, a saída e a voz. Os resultados confirmam que as duas lealdades são
distintas e que se relacionam diferentemente com a identidade organizacional percebida, com
a saída e com a voz. Na ótica atitudinal, a lealdade como vinculação medeia a relação entre a
identidade organizacional percebida e a voz, não se confirmando a mediação em relação à
saída e à lealdade como resposta. Na perspetiva comportamental, verifica-se que a identidade
organizacional percebida é antecedente das três respostas do individuo: a saída, a voz e a
lealdade como resposta.
No presente trabalho, adotar-se-á a perspetiva da lealdade atitudinal, ou seja, enquanto
uma vinculação entre o individuo e a organização capaz de mediar comportamentos. No
entanto, durante a realização do presente trabalho, será considerada a complexidade e
subjetividade deste constructo sendo que os resultados obtidos serão discutidos tendo presente
esta premissa.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Difusão de Latané e Darley, Perceção de que outro também está a presenciar um evento faz
Responsabilidade 1968 com que o individuo fique em silêncio
Lealdade Hirschman (1970) Como resposta à insatisfação, para além da saída e da voz, os
indivíduos podem ser leais, sofrendo em silêncio
O efeito MUM Rossen e Tesser, Relutância em transmitir más noticias receando o desconforto
1970 associado ao facto de ter de o fazer
Pensamento Janis, 1972 Tipo de pensamento dos membros do grupo onde estes tentam
Grupal minimizar o conflito e chegar a consensos sem analisar
criticamente as situações, ficando em silêncio sobre algumas
dúvidas que possam surgir
Paradoxo de Harvey, 1974 Os indivíduos acedem ás situações, ficando em silêncio quando
Abilene não concordam, porque acreditam que esse é o desejo do grupo.
Quando se verifica que os restantes membros estavam na
mesma situação acusam-se sendo que ninguém é responsável
Neglect Farrell, 1983 Parte da conceção de Hirschman e considera esta estratégia
comportamental como uma quarta alternativa caracterizada pela
passividade, apatia, descomprometimento e silêncio
Síndrome de Peirce et al, 1998 Desencorajamento organizacional da comunicação da
Surdez insatisfação por parte dos colaboradores
Silêncio Morrison e Fenómeno coletivo de retenção de informação relacionada com
Organizacional Milliken, 2000 problemas organizacionais.
Clima de Silêncio Morrison e Perceção dos indivíduos que o exercício da voz é um
Milliken, 2000 comportamento fútil e pode ser perigoso
Silêncio do Pinder e Harlos, O colaborador reter informação intencionalmente motivado por
Colaborador 2001; Dyne et al, diferentes razões.
2003
Fonte: Adaptado de Briensfield (2014)
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Já Withey e Cooper (1989) consideraram o silêncio como uma quinta opção que pode
ser tomada pelo indivíduo aquando da proposta, conceptual, de possíveis sequências de
estratégias comportamentais.
Estas abordagens ao silêncio, mais clássicas, relançam a questão da possível existência
de outras estratégias comportamentais como é o caso do silêncio. Não obstante, não é clara a
sua natureza e relação com as restantes estratégias. As abordagens apresentadas
anteriormente, apontam para uma linha de investigação que, para alguns autores como Pinder
e Harlos (2001) ou Morrison e Milliken (2000,2003) pode ser entendida como redutora e até
simplista por considerarem o silêncio como a ausência de voz e por isso, sempre que o
individuo não fala, está calado. A opção do silêncio estar mais associado à lealdade é
abordada no seguimento imediato do trabalho de Hirschman (1970) mas merece também mais
atenção.
Mais recentemente, nomeadamente a partir do trabalho de Pinder e Harlos (2001), a
temática do silêncio tem sido relançada visto os autores salientarem que este constructo é
complexo e multidimensional não devendo ser entendido como o simples oposto da voz.
Pinder e Harlos (2001) identificaram então três temas que são consistentemente referidos no
estudo do silêncio: (1) o facto de se verificar pouco consenso sobre o que é efetivamente o
silêncio; (2) estar associado a outros constructos, normalmente opostos e; (3) a interpretação
do silêncio variar consoante o contexto.
A sua importância é também reiterada pela frequência que o silêncio se manifesta nas
organizações (Morrison e Milliken, 2003; Whiteside e Barclay, 2013). Ressalve-se que
Milliken et al. referem que “… indivíduos nas organizações debatem-se com uma escolha
sobre se devem falar ou manter-se calados sobre as preocupações … não surpreendente a
opção em ficar calado sobre o problema é a mais comum” (Milliken et al., 2003,p.563). Sobre
esta temática, importa destacar que em 2003 o Journal of Management Studies editou um
número especial apenas sobre a temática do silêncio.
Morrison e Mililiken (2003) foram os editores deste número especial tendo
contribuído para a temática salientando que o tipo de silêncio que emerge em cada
organização depende do contexto. Os autores mantêm a sua linha de investigação sobre a
temática do clima de silêncio, abordada inicialmente em 2000 e que alavancou o estudo desta
temática numa perspetiva mais complexa de tipo multidimensional. Apesar do estudo do
clima do silêncio se caracterizar por um nível mais grupal, não deixa de ser indicativo e
precursor do silêncio dos colaboradores, numa perspetiva mais individual. Veja-se
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ou passivo e tendo em conta as motivações que o levam a optar por um destas estratégias, os
autores propuseram conceptualmente que a voz e o silêncio são constructos
multidimensionais. Relativamente à voz, são identificadas a voz submissa, onde as ideias são
expressas baseadas na resignação; a voz defensiva, baseada no medo; e a voz prosocial
baseada na cooperação para a melhoria da organização (voz vista segundo o Modelo EVLN).
Ao nível do silêncio, o silêncio submisso caracteriza-se pela retenção de ideias por
resignação, o silêncio defensivo é baseado no medo e o silêncio prosocial é baseado na
cooperação onde a retenção de ideias é feita com o objetivo de proteger o conhecimento em
benefício da organização.
Wang, Hsieh, Tsai e Cheng (2011) procuraram descortinar a relação entre a liderança
transformacional com a voz e com silêncio prosocial. Os principais resultados prendem-se
com o facto de se verificar que estes constructos não são opostos, mas sim independentes e
que se relacionam diferentemente com outros constructos.
Já Wang e Hsieh (2014) abordaram o silêncio submisso de Dyne et al.(2003) como
mediador da relação entre a quebra do contrato psicológico e a satisfação com o trabalho. Os
resultados dos autores apontam para uma alteração de paradigma no sentido em que
experiências de trabalho negativas levam a respostas comportamentais também negativas que
por sua vez, originam atitudes para com o trabalho também negativas. Estes resultados vão
contra a abordagem mais utilizada, que preconiza relações e tipo “… experiência de trabalho
– atitude – comportamento de resposta” (Wang e Hsieh, 2014, p. 64).
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
intencional e que este silêncio intencional não pode ser estudado como equivalente da
ausência da voz na medida em que um não implica necessariamente o outro. Assim, através
da condução de quatro estudos independentes, o autor concluiu que existem seis silêncios
distintos que se passam a explicitar. O silêncio desviante é entendido como um
comportamento desviante de trabalho e que poderá ter consequências negativas. O silêncio
relacional, é comparado inicialmente com o silêncio prosocial no entanto, são distintos na
medida em que o prosocial pode ser motivado por altruísmo e o relacional não. O silêncio
relacional é motivado por interesses próprios e não orientado para o outro, como o prosocial.
O silêncio defensivo, é motivado pelo medo, na linha do silêncio defensivo de Dyne et
al.(2003) e do silêncio quiescence de Pinder e Harlos (2001). O silêncio tímido, caracteriza-se
pela falta de auto-confiança, pela insegurança e incertezas. Conceptualmente, este silêncio
pode-se sobrepor ao silêncio defensivo no facto de ambos associarem-se ao medo das
consequências. O silêncio ineficaz caracteriza-se pela opção em reter informação baseado em
motivos de que a não retenção não teria qualquer utilidade. O autor associa-o assim ao
silêncio acquiescence de Pinder e Harlos (2001) e ao silêncio submisso de Dyne et al. (2003)
na medida em que se baseia na resignação, no facto de se tomarem as coisas como garantidas
e na falta de noção de existirem alternativas. O autor opta por nomear este silêncio de forma
diferente para dar mais ênfase ao facto de ele não influenciar positivamente o contexto e e
diminuir a sua vertente marcada pela resignação. Finalmente, o silêncio disengaged
(desligado / descomprometido) caracteriza-se pelo facto dos indivíduos estarem desligados
com a organização. Pode-se sobrepor ao silêncio submisso por ambos se associarem a
sentimentos de baixa auto-eficácia dos colaboradores no entanto podem ser entendidos como
dimensões empiricamente distintas.
Bisel e Arterburn (2012) procuraram descortinar as razões que levam os indivíduos
decidirem reter informação referente a feedback negativo que eles próprios dariam aos seus
superiores, ou seja, o que os leva a manterem-se em silêncio. O autor identificou cinco razões
predominantes. Na primeira os indivíduos precavêm-se de serem prejudicados. Na segunda os
indivíduos colocam a responsabilidade nos seus superiores, de deterem o controlo pelo que,
dar-lhes feedback negativo poderá ser entendido como uma forma de desrespeito. A terceira
razão é similar à anterior, na medida em que o colaborador coloca em causa a sua
competência naquela temática especifica e como o outro sujeito é o chefe, logo superior, é ele
o grande especialista. Por outro lado, os indivíduos podem optar pelo silêncio por
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
considerarem que o supervisor não os vai ouvir, não tem interesse em fazê-lo. Finalmente, o
timing do feedback poderá não ser o mais indicado.
Em súmula, o silêncio é, per si, um constructo merecedor de uma análise mais
específica sendo este um dos objetivos do presente trabalho, adotando-se para tal a perspetiva
de Dyne et al.(2003).
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Verifica-se assim que, mais do que estudar teoricamente estes fenómenos, importa
refletir de que modo os gestores podem utilizá-las para prever comportamentos (de tipo
positivo e / ou negativo) e agir em conformidade. Interessa também percecionar a influência
das práticas de recursos humanos nas estratégias comportamentais, dando ênfase às que
potenciam estratégias recuperativas e procurando tornar as práticas vistas como originárias de
estratégias destrutivas, como potenciadoras de estratégias recuperativas.
Para tal, a contribuição da academia passa pela realização de estudos que tragam mais-
valias e cujas conclusões possam ser transmitidas e transferidas para a realidade da vida
organizacional. Este trabalho tem esta ambição: através de um conhecimento mais
aprofundado ser um meio para tornar as organizações portuguesas, particularmente as
instituições de ensino superior, mais competitivas e com colaboradores (tanto docentes como
não docentes) a optarem por utilizar frequentemente estratégias recuperativas em detrimento
das destrutivas.
Para tal, importa nesta fase tecer algumas considerações determinantes para o decorrer
o trabalho, nomeadamente para a justificação de algumas decisões tomadas relativas a adoção
dos modelos propostos.
Assim, como é possível verificar, existem diversas abordagens a esta temática. Por um
lado, estudos que se baseiam no modelo EVLN, mais recorrentemente utilizado. Por outro
lado, e em resposta às críticas apontadas a este modelo, outros autores procuram apresentar
alternativas explicativas do fenómeno.
No entanto, a dispersão de modelos e resultados contraditórios tem originado lacunas
na obtenção de resultados que justifiquem a manutenção e desenvolvimento de estudos que
aprofundem ainda mais esta temática. Verifica-se assim, um decréscimo de estudos e interesse
científico neste âmbito.
Um dos principais motivos tem sido a continuação de realização de estudos que
procurem tipificar e simplificar este tipo de comportamentos, nomeadamente através da
utilização de modelos explicativos de natureza ortogonal (e.g. Rusbult et al.,1982; Farrell,
1983; Graham & Keeley, 1992; Hagedoorn et al., 1999). Hirschman referiu que a tentativa em
simplificar estes comportamentos poderá ter um efeito adverso, tornando-o ainda mais
complexo (Hirschman, 1995).
Adicionalmente, tenha-se em linha de conta que Hirschman (1970), o autor que
originalmente elaborou uma teoria explicativa para este fenómeno, mesmo que numa ótica
generalista, em nenhuma situação o tipificou ortogonalmente ou o simplificou, reduzindo-o à
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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A satisfação com o trabalho (“job satisfaction”) tem sido uma variável amplamente
estudada desde os Estudos de Hawthorne de Elton Mayo que vieram contrariar a Organização
Científica do Trabalho, sendo percecionada em grande parte como uma variável dependente.
Acrescente-se também que existem poucos estudos onde a satisfação é vista como um
constructo específico pelo que não tem havido consenso sobre a sua definição. (Lima, Vala e
Monteiro, 1994, p. 101)
Na globalidade, é possível agrupar as definições de satisfação em dois grupos
diferenciados. Por um lado, a satisfação poderá ser vista como uma reação afetiva, ou seja,
uma emoção e por outro, pode ser vista como uma atitude. Nos dois casos, a satisfação é
entendida como “… um estado emocional positivo ou de uma atitude positiva face ao trabalho
ou às experiências em contexto de trabalho” (Lima et al, 1994,p.110) devendo refletir tanto
uma avaliação pessoal das diferentes vertentes do trabalho como uma avaliação global que
determinará comportamentos organizacionais específicos.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Neste sentido, apesar da existência de diversas definições pode-se pois concluir que a
satisfação é “… uma reação afetiva a estados psicológicos determinados por características
organizacionais e funcionais.” (Nascimento, 2010,p.87), podendo-se caracterizar como um
constructo mutável e dinâmico.
Dada a diversidade de estudos sobre esta temática, Lima et al. (1994) propuseram uma
tipologia que visa sistematizar, numa ótica comparativa, diferentes modelos motivacionais no
âmbito da satisfação. Esta é apresentada na tabela seguinte.
Tabela 2-7 – Tipologia dos modelos de explicação da satisfação (baseado em Lima et al, 1994)
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Finalmente, a terceira abordagem postula que este constructo pode ser explicado
através dos processos de interação social tais como: o processo de comparação social, o
processamento social da informação e a cultura organizacional. (Lima et al, 1994)
No âmbito da presente investigação optou-se por centrar esta análise no Modelo das
Características da Função de Hackman e Oldham (1980). Este modelo insere-se na primeira
abordagem onde, segundo a tipologia de Lima et al.(1994), a satisfação é explicada por
fatores situacionais, nomeadamente as características da função.
Os autores iniciaram a sua pesquisa procurando percecionar como desenhar e
enriquecer as funções de uma forma eficaz tendo em conta a atual conjuntura de crescente
complexidade, questionando-se sobre a atual “… crise na relação pessoa-trabalho…”
(Hackman e Oldham, 1980, p. 70). Apesar de não fornecerem uma resposta concreta a esta
questão, identificaram quatro fatores determinantes na sua problematização – (1) a rotina, (2)
a capacidade de adaptação, (3) a viabilidade em medir a satisfação e, por fim, a (4) resistência
à mudança. Neste sentido, a questão chave não é a crise pessoa-trabalho mas sim a
necessidade em compreender simultaneamente a produtividade dos trabalhadores versus a
qualidade das suas experiências de trabalho (Hackman e Oldham, 1980).
A partir desta premissa os autores apresentaram o Modelo das Características da
Função onde, como o nome indica, as características da função vão determinar um estado
psicológico do indivíduo sendo a satisfação uma resultante desse mesmo estado psicológico,
conforme representado na figura abaixo apresentada.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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originado na realização da tarefa em si, o segundo é obtido por outros, sejam eles supervisores
ou colegas e o terceiro diz respeito à necessidade que o indivíduo tem de se relacionar com
outros intervenientes no desempenho das tarefas. (Hackman e Oldham, 1980)
Cada uma destas dimensões origina então, três estados psicológicos que
consequentemente originam um determinado grau de motivação. Os autores propuseram um
“Índice Potencial Motivador” (MPS) que é “… o resultado multiplicativo dos três estados
psicológicos críticos medidos através das características do trabalho que estão na origem de
cada um deles. “ (Nascimento, 2010, p.79). Quanto maior for o índice, maior será o potencial
de motivação da função e consequentemente a sua possibilidade de determinar a satisfação do
indivíduo, desencadeando respostas elevadas de motivação interna de orientação para o
trabalho, de elevada satisfação com o desenvolvimento, de satisfação geral com o trabalho e
de efectividade no trabalho. (Hackman e Oldham, 1980)
Na linha deste modelo, Hackman e Oldham (1980) propuseram o redesenho das
funções através da alteração das características funcionais como forma de aumentar a
efetividade no trabalho e otimizar os resultados. Foi também concebido um questionário para
medir cada uma das variáveis presentes no modelo denominando-se de “Questionário de
Diagnóstico de Função (JDS)”.
Adicionalmente, foram identificadas três variáveis moderadoras destacando-se a
terceira, denominada por satisfações “contextuais”. De facto, os autores distinguiram a
satisfação global entendida como “… um estado de alegria e felicidade que o sujeito tem em
relação ao trabalho que executa…” (Nascimento, 2010, p.80) de satisfações resultantes de
facetas específicas de trabalho, como por exemplo a satisfação referente à segurança no
emprego, à remuneração ou à relação com colegas, ou seja, as satisfações contextuais.
Verifica-se assim que, neste modelo, a satisfação pode ser vista sob duas perspetivas:
unidimensional e multidimensional. Na primeira, a satisfação é apresentada como uma
resultante de um conjunto de fatores associados ao trabalho, enquanto que na segunda, o
indivíduo pode ter várias satisfações, cada uma delas associada da um determinado fator ou
faceta.
Neste sentido, estas duas perspetivas não são mutuamente exclusivas (Spector, 1997)
visto um sujeito poder experienciar diferentes satisfações e ter uma satisfação global com o
trabalho. É possível, na globalidade, estar satisfeito com o trabalho mas estar insatisfeito com
uma determinada faceta, por exemplo, a relação com a chefia ou à política de remunerações.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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directas, tanto para a Academia como para a Gestão em geral (Sabino et al., 2014, ver anexo
2).
Outro motivo que levou à opção em trabalhar em pormenor este tema prende-se com o
facto de que, para se propor uma tradução devidamente sustentada, é necessário realizar uma
reflexão profunda acerca da natureza do constructo em si de forma a percecionar que termo
em português melhor representa a natureza do constructo. Assim, para além da uma primeira
parte do artigo, de revisão de literatura sobre o entendimento dos vários autores sobre a
natureza do constructo, optou-se por incluir também um levantamento dos trabalhos
realizados em Portugal, as opções tomadas pelos autores e as respetivas justificações.
Realizou-se também uma análise etimológica às várias alternativas e também recorrendo a
outros recursos bibliográficos, como dicionários, manuais e outros estudos científicos de
referência.
Depois de analisadas as diferentes perspetivas no presente trabalho adota-se a
abordagem do commitment enquanto um mindset que determina “… a relação entre um
indivíduo (colaborador) e uma entidade concreta (organização, ou outro alvo) … implicar
sempre a possibilidade de manter, ou não, a relação existente, dependendo da intensidade
dessa relação, ou seja, na aceitação dos valores, objetivos, o empenho e a determinação na
concretização dos mesmos.” (Sabino et al., 2014, p. 7). Nesta perspetiva, optou-se por adotar
o termo comprometimento para traduzir o constructo commitment para a língua portuguesa.
Posto isto, e seguindo a linha de investigação inicialmente apresentada com a
realização da comunicação já previamente citada e do artigo subsequente, no presente
trabalho, optar-se-á também pela utilização do termo comprometimento como tradução de
commitment para português.
Seguindo esta linha, e visto que o trabalho (Sabino et al., 2014) se integra no âmbito
do presente estudo de investigação optou-se por, neste capítulo, não aprofundar a revisão de
literatura relativa ao constructo em estudo, dado esse trabalho já ter sido realizado no âmbito
do artigo.
2.3.1. O Modelo das Três Componentes do Comprometimento Organizacional de
Meyer e Allen (1991)
Pretende-se sim dar maior enfoque na reflexão teórica que originou a adotação da
perspetiva de Meyer e Allen (1991, 1997) e Allen e Meyer (1996), em especial o Modelo das
Três Componentes do Comprometimento Organizacional de Meyer e Allen (1991). Tendo em
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componente afetiva e a normativa (Meyer et al., 2002). Este facto poderá sugerir a não
independência das duas componentes o que levou a que alguns autores tivessem optado por
não considerar a componente normativa (e.g., Bergman, 2006; Neves e Caetano, 2009).
Adicionalmente, Meyer e Parfyonova (2010) propuseram conceptualmente um perfil de
comprometimento denominado de Dever Moral e composto pela manifestação mais evidente
das componentes afetiva e normativa. No entanto, a tendência continua a ser a utilização
destas duas componentes em separado e este facto deve-se a dois motivos. O primeiro, pelas
suas naturezas serem distintas. A componente afetiva pressupõe uma relação baseada na
afetividade e na emoção e tem como principais antecedentes as características pessoais dos
indivíduos e as suas experiências de trabalho (Meyer et al., 2002). Já a componente normativa
baseia-se no sentido de responsabilidade imputado pelo próprio na sua relação com a
organização, pelo que Meyer et al. (2002) identificam os investimentos e o processo de
socialização como antecedentes desta componente.
A componente calculativa é também alvo de críticas na medida em que alguns autores
têm proposto a sua bidimensionalidade (McGee & Ford, 1987). Os autores identificaram um
estrutura Fatorial composta por três fatores, em que dois dos quais são passíveis de
interpretação. Por um lado, a perceção de ausência de alternativas e por outro a perceção de
custos elevados. Note-se que esta discussão, e os resultados empíricos que a suportam, não
são consensuais. Este facto tem levado a uma constante discussão sobre esta temática. Não
obstante, os resultados da escala da componente calculativa têm-se mostrado aceitáveis
(Meyer et al., 2002). Adicionalmente, Meyer et al. (1997, 2002) têm evidenciado que, tanto a
perceção de ausência de alternativas como a perceção de custos elevados, poderão ser
consideradas não como sub-dimensões da componente calculativa, mas sim como
antecedentes do comprometimento organizacional em geral, apresentando relações mais fortes
com a componente calculativa.
Importa assim, no âmbito da presente reflexão sobre o Modelo das Três Componentes
do Comprometimento Organizacional, abordar a temática das suas antecedentes e das suas
consequentes. Tendo em conta as características do presente trabalho, dar-se-á especial
enfoque às suas consequentes.
Os autores posicionam a emergência das três componentes do comprometimento
organizacional num sistema mais abrangente ao nível das suas antecedentes e consequentes.
Sobre esta abordagem, veja-se o trabalho de Meyer e Allen (1997) em particular o Modelo
multidimensional do comprometimento organizacional, dos seus antecedentes e consequentes
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Tendo em conta esta reflexão, Meyer et al. (2002) propuseram um modelo que
distingue as consequentes do comprometimento, em três áreas distintas. Procura também
estabelecer as suas relações com cada componente do constructo. Assim, diferencia três
consequentes: a intenção de saída e / ou saída, os comportamentos on-job (destacando os
comportamentos de cidadania organizacional, a presença e a performance) e o stress e saúde
dos colaboradores. No âmbito do presente trabalho, importa reter as duas primeiras áreas,
nomeadamente por se poder realizar um paralelismo com a saída e com a voz, respetivamente.
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e
Calculativamente
Calculativamente
Normativamente
Normativamente
Normativamente
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Comprometidos
Afetivamente
Calculativa
Estudos
Método
Afetiva
Afetiva
Muito
Não
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dimensão originar a pouca presença das restantes. Assim, os autores referem os primeiros
estudos onde foi abordada a temática da interacção entre dimensões de comprometimento
como forma de explicar o comportamento dos indivíduos e propõem uma solução de oito
perfis que correspondem à associação alto / baixo entre as três dimensões do
comprometimento.
A posteriori vários estudos têm sido realizados sendo que os principais constam na
tabela acima indicada. Verifica-se que existem diferentes métodos para estudar a emergência
dos perfis de comprometimento, sendo que a análise de Clusters e a análise dos perfis latentes
têm sido os mais utilizados.
De destacar também que não são claros os perfis existentes em cada amostra sendo
que que estes emergem consoante condições específicas. Não obstante, importa salientar que,
na globalidade, existe um conjunto de perfis que, em diferentes amostras e com diferentes
técnicas estatísticas associadas, têm emergido nestes estudos. Destaca-se fundamentalmente o
perfil referente aos sujeitos que se encontram comprometidos com a organização, o perfil
caracterizado pelos colaboradores não comprometidos e também aqueles que estão afetiva e
normativamente comprometidos. Neste último caso, importa destacar que Meyer e
Parfyonova (2010) dedicam um artigo à discussão relativa à componente normativa onde
propuseram uma associação entre a componente afetiva e normativa a que denominaram de
perfil de Dever Moral e um outro composto pela associação entre a componente normativa e
calculativa chamado de Obrigação por Dívida.
Denotar também que se tem considerado a emergência dos perfis de
comprometimento, integrando-os numa investigação mais ampla que os relacione com outros
constructos, destacando-se a este nível e de interesse para a presente investigação, o turnover
ou os comportamentos de cidadania (e.g. Gellaty, Meyer e Luchak, 2006; Meyer, Morin e
Vandenberghe, 2015). Como referem Kam, Morin, Meyer e Topolnytsky(aceite), “Os perfis
ótimos relativos ao comportamento dos colaboradores e ao seu bem-estar têm sido
encontrados nos perfis com todos os AC NC e CC dominantes ou naqueles onde AC, ou
AC/NC dominam. Os mais fracos resultados são encontrados em perfis onde o AC, NC e CC
são todos fracos, ou CC dominante”.
Mais recentemente, Meyer et al.(2015) publicaram um artigo onde, para além de
analisarem a emergência dos perfis de comprometimento organizacional, consideram também
o comprometimento para com o supervisor. Usando a análise de perfis latentes, os autores
determinam assim cinco perfis distintos compostos pela associação das três dimensões
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variável latente tendo por isso sido eliminado. Posto isto, os resultados relativos aos
constructos estudados no presente trabalho sugerem que, para a amostra utilizada, a satisfação
global com o trabalho é uma antecedente positiva do comprometimento afetivo e que não está
relacionada com o comprometimento normativo.
Em 2013, Top e Gider (2013) estudaram, a relação entre o comprometimento
organizacional e a satisfação com o trabalho. Como objetivo intermédio, os autores
procuraram percecionar a influência de um conjunto de variáveis sociodemográficas nesta
relação. Os autores consideram o comprometimento organizacional como a variável
dependente enquanto que a satisfação com o trabalho é apontada como a variável
independente. Os resultados apontam para a confirmação de uma relação positiva entre
ambas.
Tanto o trabalho de Gutierrez et al. (2012) como de Top e Gider (2013) não estão na
linha do presente trabalho visto adoptarem a perspetiva antecedente da satisfação com o
trabalho em relação ao comprometimento organizacional. Contrariamente a abordagem de
Gieter et al. (2011)e de Vigoda-Gadot et al. (2012), que consideram que a satisfação com o
trabalho é uma consequente, e não antecedente, do comprometimento organizacional, está na
linha deste trabalho que também preconiza esta relação de determinação.Verifica-se assim
que não existe consenso sobre a relação entre a satisfação com o trabalho e o
comprometimento (Yang, 2012) cabendo a cada autor estudar as diferentes abordagens ao
tema e tomar uma decisão devidamente sustentada.
Em Portugal, Nascimento (2010) estudou a relação entre o comprometimento
organizacional e as estratégias comportamentais, relaçãoessa mediada pelo comprometimento
com os objetivos e pela satisfação com o trabalho. O autor partiu da conceptualização das
estratégias comportamentais propostas por Farrell (1983) tendo concluído que a saída é
antecedida negativamente pelo comprometimento normativo e pela satisfação, a voz é uma
consequente positiva da dimensão afetiva do comprometimento e da satisfação e negativa do
comprometimento calculativo. Já a lealdade (vista como a terceira resposta comportamental) é
antecedida positivamente pela lealdade e pelas dimensões afetiva e normativa do
comprometimento. Finalmente a negligência está positivamente relacionada com o
comprometimento normativo e negativamente com o afetivo e também com o
comprometimento com os objetivos. De ressalvar também que a satisfação é antecedida
positivamente pelas três dimensões do comprometimento bem como pelo comprometimento
com os objetivos.
76
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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CAPÍTULO III
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Foi com base nesta questão central que se determinaram sete macroobjetivos que
podem ser decompostos em objetivos específicos, os quais se encontram estruturados na
tabela que se segue.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
modelo, importa também estudar a relação entre a satisfação com o trabalho enquanto
antecedente da lealdade (H4).
Irão ainda fazer parte do estudo as estratégias comportamentais na sua relação com o
comprometimento organizacional, tendo-se adotado para o efeito, a perspetiva de Meyer e
Allen (1991, 1997), onde este constructo, de natureza tridimensional, é entendido como
antecedente de comportamentos, entre os quais as estratégias comportamentais (H8). Assim, a
quinta hipótese (H5) visa confirmar o modelo tridimensional do comprometimento
organizacional proposto por Meyer e Allen (1991).
Já a hipótese seis (H6) estabelece a relação entre o comprometimento organizacional e
a satisfação com o trabalho. Segue-se a verificação da antecedência do comprometimento
organizacional com a lealdade (H7).
Após a identificação das relações estabelecidas no modelo metodológico proposto
anteriormente, ficam resumidas condições de hipotetizar as relações integradas, ou seja, a
mediação da satisfação com o trabalho e da lealdade na relação entre o comprometimento e as
relações de determinação de estratégias comportamentais (H9), sendo esta a hipótese de
estudo que visa responder à questão de investigação do presente trabalho.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Não é clara a relação entre estes dois constructos, tendo-se verificado a emergência de
duas linhas diferentes. Por um lado, autores como Elegido (2013) e Chen et al.(2002) referem
que estes constructos são idênticos utilizando o comprometimento para medir a lealdade. Por
outro lado, Cannings (1992), Pauksztat et al.(2011) ou Nascimento (2010) defendem que são
constructos distintos.
Note-se em particular o trabalho de Meyer, Allen e Smith(1993) que estudaram a
relação entre o comprometimento organizacional e as estratégias comportamentais. Os autores
tiveram por base o trabalho de Hirschman (1970) e Farrell (1983) para conceptualizar a
lealdade. Apesar de não discutirem abertamente a controvérsia da natureza da lealdade, Meyer
et al. (1993) definiram a lealdade como sendo uma “disposição para aceitar as coisas como
são”. Esta conceptualização da lealdade vai ao encontro da perspetiva adoptada no presente
trabalho onde esta estratégia comportamental é entendida numa óptica atitudinal. Os
resultados do estudo dos autores sugerem uma antecedência positiva da componente afetiva e
normativa em relação à lealdade e a não existência de uma relação entre a componemente
calculativa e a lealdade. Posto isto, seguindo a linha proposta por Cannings (1992), Meyer et
al.(1993), Pauksztat et al.(2011) e Nascimento (2010) a sétima hipótese de investigação tem
as seguintes Subhipóteses como pressupostos.
90
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
91
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
A nona e última hipótese de estudo diz respeito aos efeitos de mediação da satisfação
com o trabalho e da lealdade na relação entre o comprometimento organizacional e as
estratégias comportamentais. Dadas as características do modelo conceptual proposto, não é
viável apresentar as hipóteses secundárias emergentes no modelo visto que, dada a
reespecificação do mesmo aquando da análise de dados (Hair et al., 2006; Maroco, 2010; ver
capítulo 4), nem todas as relações estruturais se manterão. Sugere-se assim a realização da
análise dos efeitos de mediação partindo dos resultados obtidos na reespecificação do modelo.
92
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
A presente investigação é composta por diferentes fases que visam responder aos
objetivos específicos e às hipóteses e subhipóteses, apresentadas anteriormente.
Pretende-se que a análise detalhada, com vista à concretização de cada objetivo
específico, contribua para um entendimento micro sobre uma problemática macro que se
prende com a discussão em torno das estratégias comportamentais e da sua relação com o
comprometimento organizacional, mediada pela satisfação com o trabalho e com a lealdade.
Para tal, o desenho metodológico parte da adoção de uma metodologia hipotético-dedutiva,
tendo-se adotado uma metodologia quantitativa, com recurso à técnica do inquérito por
questionário.
A decisão em utilizar esta técnica de recolha de dados prendeu-se com o facto de ser o
meio mais ajustado em relação às características e objetivos particulares do presente trabalho.
Note-se que, segundo Moreira (2004) uma vantagem da utilização do questionário é a
possibilidade de ser utilizado para uma amostra de grande dimensão, permitindo também uma
maior estandartização ao nível das respostas dadas pelos participantes como também dos
procedimentos utlizados (de construção e de aplicação). Por outro lado, a sua aplicação deverá
ter em conta um conjunto de desvantagens, destacando-se a este nível a complexidade da sua
construção, quer em termos de forma como do conteúdo podendo perder fiabilidade e
validade. Krosnick (1999) distingue dois tipos de preenchimento possíveis. O participante
poderá optar pela estratégia de satisfação ou pela estratégia de otimização. No primeiro caso,
o participante não se compromete com as respostas, respondendo às questões com pouco
envolvimento e não lhe imputando muita atenção e reflexão. No segundo caso, o participante
opta por refletir sobre as questões e as respostas através de um processo cognitivo. Assim,
importa ao investigador, criar um questionário que vise diminuir a probabilidade dos
participantes utilizarem a estratégia de satisfação,aumentando a estratégia de otimização.
Para tal, a elaboração e condições de aplicação do questionário seguiram um conjunto
de recomendações propostas na literatura (Krosnick, 1999; Moreira, 2004; Hill e Hill, 2005)
93
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
que poderão ser identificadas durante a apresentação dos referidos processos que se passa a
abordar.
De forma a dar resposta à questão de investigação levantada no ponto anterior,
utilizou-se um questionário que engloba as diferentes escalas, cada uma relacionada com um
constructo em estudo: saída, voz, lealdade, negligência, silêncio, satisfação com o trabalho e
comprometimento organizacional. Ressalve-se ainda, que foi realizada uma única aplicação
do questionário. Apresenta-se de seguida o ponto referente à metodologia adotada,
comtemplando a temática da elaboração do questionário, da aplicação do mesmo e da
caracterização da amostra.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tendo em conta que (i) a escala proposta por Nascimento (2010) apresentou os valores
da fiabilidade mais aceitáveis, (ii) a escala proposta por Nascimento (2010) foi aplicada em
contexto português e (iii) a presente investigação tem origem nas conclusões obtidas pelo
próprio autor, optou-se por adotar esta escala para a saída, a voz, a lealdade e a negligência.
A escala da saída (E) é composta por 10 itens, sendo um deles revertido. No presente
trabalho, o valor da fiabilidade desta subescala é de 0,90, o que vai de encontro aos valores
elevados da fiabilidade da saída noutras escalas (Nascimento, 2010; Hagedoorn et al., 1999;
Liljegren et al., 2008).
A escala da voz é composta por 10 itens, sendo três deles revertidos. No que concerne
aos valores da fiabilidade, no presente trabalho o Alfa de Cronbach é de 0,82. Note-se que no
estudo de Nascimento (2010) foi =0,84. Adicionalmente, destaque-se o trabalho de Sabino
(2011) que aplicou a subescala da voz proposta por Nascimento (2010) tendo também obtido
uma Alfa de Cronbach de 0,84.
97
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Apesar do silêncio não ser identificado por Rusbult et al. (1982)ou Farrell (1983)
como uma estratégia comportamental, no âmbito do presente trabalho, este constructo é
também analisado, posicionando-se como a quinta estratégia comportamental. Neste sentido,
parte-se da premissa que o silêncio é mais do que a ausência de voz e por isso, quando o
individuo opta por esta estratégia ele assume intencionalmente a retenção de informação
importante para a organização. Essa retenção é motivada por diferentes motivos (Dyne et al.,
2003).
No presente trabalho, optou-se por esta perspetiva, tendo-se adotado o modelo de
Dyne et al. (2003) que postula a complexidade e multidensionalidade do constructo, sendo
este composto por três componentes: silêncio submisso, silêncio defensivo e silêncio
prósocial. Os autores propõem uma escala de medida para o constructo, composta por três
subescalas, correspondentes aos três silêncios.
Para tal, procedeu-se à sua tradução, segundo o método da tradução/retroversão.
Sabino discute as particularidades dos procedimentos adoptados neste âmbito (ver anexo 1)
Apresenta-se assim as subescalas finais referentes a cada dimensão do silêncio. Cada
uma é composta por 5 itens, não existindo itens revertidos. Os valores da fiabilidade de Alfa
de Cronbach são de 0,70 para o silêncio submisso, 0,79 para o silêncio defensivo e 0,72 para
o silêncio prosocial.
99
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 3-20- Sistematização das Escalas / Sub-Escalas e respetivo coeficiente de viabilidade medido pelo Alfa
de Cronbach
Escala / Constructo SubEscala Autor de Adaptação para Alfa de
Referência Portugal Cronbach no
presente
trabalho
Estratégias Saída E Nascimento Nascimento 0,90
Comportamentais (2010) (2010)
Voz V Nascimento Nascimento 0,82
(2010) (2010)
Lealdade L Nascimento Nascimento 0,79
(2010) (2010)
Negligência N Nascimento Nascimento 0,82
(2010) (2010)
Silêncio Silêncio Submisso Dyne et Sabino 0,70
al.(2003)
Silêncio Defensivo Dyne et Sabino 0,79
al.(2003)
Silêncio Prosocial Dyne et Sabino 0,72
al.(2003)
Comprometimento Comprometimento Meyer e Allen Nascimento 0,85
Organizacional Afetivo (1991) (2008)
Comprometimento Meyer e Allen Nascimento 0,83
Normativo (1991) (2008)
Comprometimento Meyer e Allen Nascimento 0,74
Calculativo (1991) (2008)
Satisfação com o Hackman e Nascimento 0,80
Trabalho Oldham (1978; (2010)
1980)
Fonte: Elaboração Própria
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
3.2.6. O Pré-Teste
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
a lealdade e o silêncio defensivo, os valores do Alfa de Cronbach mais elevado diz respeito à
escala Likert de 7 pontos.
Relativamente às contribuições dos participantes do pré-teste, destacou-se a facilidade
em responder à primeira versão do questionário, que correspondia á utilização da escala de
resposta de tipo Likert de 5 pontos. Em contrapartida, os participantes comgrau de
escolaridade mais elevado referiram também que a escala de resposta de tipo Likert de 5
pontos poderá tornar-se mais limitativa ao nível das “pequenas nuances de respostas entre as
diferentes frases”, ou seja, no âmbito da diferenciação das respostas e das pequenas diferenças
de opinião dos participantes em relação ás questões colocadas
Tabela 3-21- Comparação dos coeficientes da fiabilidade entre as duas escalas em análise
Escala de Tipo Likert de 5 Pontos Escalda de Tipo Likert de 7
(Alfa de Cronbach) pontos (Alfa de Cronbach)
Saída 0,881 0,902
Voz 0,773 0,785
Lealdade 0,769 0,876
Negligência 0,813 0,631
Silêncio Submisso 0,705 0,633
Silêncio PróSocial 0,797 0,771
Silêncio Defensivo 0,696 0,712
Fonte: Elaboração Própria
Analisando de forma integrada (i) as opções tomadas em estudos anteriores, (ii) os
contributos dos participantes e (iii) os resultados dos valores da fiabilidade para as duas
escalas de resposta, optou-se por utilizar a escala de resposta de Likert de 7 pontos.
Relativamente à escala do silêncio, o principal objetivo prendia-se com a análise do
entendimento dos itens, principalmente entre os participantes com uma escolaridade inferior.
Na globalidade, os itens foram adequadamente interpretados sendo que o principal comentário
foi referente ao facto de serem muito repetitivos, utilizando-se muitas vezes os mesmos
termos. Não obstante, os participantes conseguiram distinguir o objetivo adjacente a cada item
proposto. Ressalve-se, também, que os resultados do Alfa de Cronbach para os itens
referentes às três dimensões do silêncio: silêncio submisso, silêncio defensivo e silêncio
prosocial são aceitáveis.
Assim, no respeitante aos itens da escala do silêncio, optou-se por não proceder a
nenhuma alteração relativamente à proposta utilizada no pré-teste, sendo estes os itens
constantes que no questionário final. No entanto, de forma a atenuar a questão da
repetitividade dos mesmos, optou-se por juntá-los aos itens da escala das estratégias
comportamentais. Desta forma, a primeira seção do questionário final contem os itens da
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
pela utilização de uma amostra por conveniência no ensino superior. Inicialmente, dever-se-á
ter em consideração a particularidade do setor onde se insere a população-alvo, pelo que a
utilização de um método de amostragem probabilístico iria fazer emergir um conjunto de
condicionantes práticas e logísticas que poderiam condicionar a continuidade do presente
trabalho. Optou-se assim pela utilização de um método de amostragem, também
cientificamente válido, que valoriza a disponibilidade e facilidade de acesso á informação.
Note-se que Hill e Hill (2005) apontam como principais vantagens desta amostra o facto de
ser “… rápido, barato e fácil”, valorizando-se neste trabalho esta faceta do mesmo.
Seguidamente, a presente amostra e, num âmbito mais geral o presente trabalho de
investigação, não têm como pretensão extrapolar os resultados obtidos para o universo, mas
sim tirar conclusões para a amostra específica que se está a estudar sendo que os resultados
aqui obtidos podem ser entendidos como uma de muitas possíveis explicações de uma mesma
realidade. Refira-se o trabalho de Hill e Hill (2005, p. 50) que este tipo de amostra não deverá
ser extrapolada “… com confiança para o Universo. Isto porque não há garantia de que a
amostra seja razoavelmente representativa do Universo.” Tendo em conta que o método de
eleição para análise dos dados obtidos é a modelação por Equações Estruturais e que estas
visam percecionar se o modelo, baseado numa abordagem teórica prévia, se ajusta aos dados.
(Hairet al., 2006; Maroco, 2007; Salgueiro, 2008; Salgueiro, 2012) e não ao Universo onde a
amostra se insere.
Posto isto, ao nível dos requisitos relativos à amostra, deu-se especial ênfase à sua
dimensão. Sobre esta questão não existe consenso sobre a dimensão mínima e preferencial da
amostra visto esta depender de vários fatores entre os quais o número de itens, o número de
parâmetros e o tipo de análises que se pretende efetuar (Hill e Hill, 2005; Maroco, 2010). Não
obstante, na globalidade a literatura considera um intervalo de 5 a 15 participantes por item
(Maroco, 2010). Hair et al. (2006) identificam um rácio de 8:1. No caso da presente
investigação, para 77 itens que compõem o questionário, a dimensão deverá variar entre
385(77*5) a 1155 (77*15). Tendo-se rececionado 856 questionários que depois de analisados
deram originem à amostra final de 756 participantes, valores que estão em linha com a
proposta de Hair et al. (2006). Nesta linha, a amostra obtida na realização do presente
trabalho é composta por 756 docentes e não docentes do ensino superior público português,
nomeadamente universidades e institutos politécnicos.
Os primeiros contactos formais estabeleceram-se com universidades, públicas e
privadas e com institutos politécnicos, públicos e privados. Todas as organizações privadas
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Hill, 2005). Obtiveram-se então 859 questionários sendo que 103 foram eliminados por
diferentes motivos entre os quais (i) não estarem totalmente preenchidos e (ii) não
apresentarem variabilidade de respostas.
Depois de revistos e inseridos todos os questionários, chegou-se à amostra final que,
como já foi referido, é composta por 756 participantes, docentes e não docentes do ensino
superior público português. Apresenta-se de seguida uma tabela resumo com as principais
características da amostra.
110
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Percentagem Percentagem
Variável
Válida Acumulada
Ensino Primário 0,6% ,6%
Habilitações Ensino Básico 1,4% 2,0%
Literárias Ensino Secundário 15,9% 17,7%
Licenciatura 18,8% 36,3%
Ensino Pós-Graduado 11,8% 48,1%
Mestrado 28,3% 76,2%
Doutoramento 23,2% 100,0%
Fonte: Elaboração Própria
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Relativamente aos participantes que pertencem à carreira não docente, 48,7% dos
respondentes são técnicos superiores, 31,8% são assistentes técnicos e 15,7% são assistentes
operacionais.
No que se refere à carreira docente, importa evidenciar que as carreiras são distintas
nos dois subsistemas de ensino. No entanto, as recentes alterações de 2009 tenderam a
uniformizarem-nas apesar das suas denominações se manterem diferentes.Apesar da categoria
de assistente ter terminado nos dois subsistemas, atualmente ainda existem participantes que
pertencem a essa categoria. No caso do EUP 4,3% são assistentes estagiários e 17,4% são
assistentes convidados. No caso do EPP, 13,9% são assistentes convidados e 11,5% são
assistentes. Note-se que, apesar de já não existir, 4,3% dos participantes do EUP são leitores.
Segue-se, no EUP, a categoria de professor auxiliar, sendo que 60,9% são contratados e 4,3%
são convidados. Para o EPP, a categoria paralela é a de professor adjunto, sendo que 12,1%
são convidados e 49,7% são contratados. A categoria seguinte, para o EUP é a de professor
associado (4,3%). Já no EPP esta categoria corresponde ao professor coordenador (12,7%).
Finalmente, no EUP 4,3% dos participantes são professores catedráticos. No EPP não se
obtiveram respostas de participantes com a categoria profissional correspondente.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 3-29- Sistematização dos métodos, técnicas e softwares utilizados na análise de dados
Tipo de Análise Opções estatísticas Software Utilizado
Introdução teórica N/A
Validação do instrumento face à Análise Descritiva SPSS 21
amostra Análise Fatorial Exploratória (AFE) SPSS 21
Análise Fatorial Confirmatória (AFC) LISREL 9.1
Modelação de Equações Estruturais
(reespecificação do modelo)
Modelo Estrutural e Teste de Modelos de Equações Estruturais LISREL 9.1
Hipóteses (H1 a H8) Efeitos de Mediação
Modelo Estrutural Final e Teste da Modelos de Equações Estruturais LISREL 9.1
Hipótese H9 Efeitos de Mediação
Análise das diferenças entre os dois Modelos de Equações Estruturais LISREL 9.1
subsistemas de ensino e entre o tipo de Efeitos de Moderação
carreira no modelo estrutural final
Definição e caracterização dos Perfis Análise de Clusters SPSS 21
de Comprometimento
Fonte: Elaboração Própria
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
sendo que neste caso a literatura também a apresenta como referência comunalidades
superiores a 0,5.
Apresenta-se de seguida uma tabela resumo com a identificação das principais
características das AFE realizadas no âmbito do presente trabalho de investigação.
119
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
são o NFI (Normed Fit Index), CFI (Compared Fit Index), IFI (Incremental Fit Index), TLI
(Tucker-Lewis Index). No âmbito do presente trabalho, adotou-se o CFI e o IFI. O primeiro é
dos indicadores mais utilizado, na medida em que é uma versão melhorada do NFI, o
indicador original deste tipo de medidas de ajustamento. O CFI varia entre 0 e 1 sendo um
bom ajustamento valores superiores a 0,9 (Hair et al., 2006; Salgueiro, 2008). Optou-se
também por utilizar o IFI que ajusta o NIF tendo em conta, tanto os graus de liberdade como a
dimensão da amostra (Salgueiro, 2008) pretendendo-se valores o mais próximos possível a 1.
Se forem muito inferiores a 1 poderão ser indicativos de um fraco ajustamento e se forem
muito superiores a 1 poderão indicar uma forte sobre identificação.
Apresenta-se de seguida as terceiras medidas de ajustamento que são denominadas de
medidas de parcimónia e de comparação de modelos. Estas medidas têm em linha de conta
uma comparação entre os vários modelos testados. Salgueiro (2008) completa esta questão
destacando que estas medidas contemplam tanto a complexidade dos modelos com o número
de parâmetros a estimar. Existem vários indicadores nomeadamente o AGFI (Adjust
Goodness of Fit Index), ϰ²/df, PNFI (Parsimonious Normed Fit Index) ou o AIC (Akaike
Information Criterion). Optou-se por considerar duas medidas de ajustamento de pacrimónia
e de comparação de modelos: ϰ²/df e AIC. O primeiro corrige o valor do ϰ² através dos graus
de liberdade no entanto, não existe muito consenso sobre o valor de referência pelo que irá
seguir-se a indicação de Salgueiro (2008) com sugere valores inferiores a 2 ou 3. Neste caso
optou-se por 3. O modelo AIC visa comparar modelos através do número de parâmetros
sendo que o modelo mais ajustado é aquele que tem menor valor AIC.
Apresenta-se de seguida uma tabela resumo com as medidas de bondade e ajustamento
escolhidas, respetivos indicadores e valores de referência, tendo por base as sugestões de Hair
et al. (2006) e Salgueiro (2008).
121
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
uma hipótese de estudo (Hair et al., 2006; Salgueiro, 2012). Nesta linha, os autores referem
que todas as decisões tomadas no que concerne ao modelo as suas implicações devem ser
analisadas numa óptica teórica.
Posto isto, o modelo inicial a estimar refere-se a todas as relações entre as variáveis
latentes em estudo,sendo o seu ajustamento (a partir dos indicadores de bondade de
ajustamento acima apresentados) e a significância das relações (T-Value ≥1,96) estudadas
com vista a uma reespecificação do modelo. Reespecificação esta, teoricamente sustentada e
que vá ao encontro dos objetivos e das hipóteses de estudo identificadas apriori (Hair et al.,
2006; Salgueiro, 2012). Assim, como salienta Salgueiro (2012, p. 78) “ o analista pode
estimar o modelo diversas vezes” e “ … compete depois ao analista interpretar as estimativas
de o modelo obtido e, eventualmente, modificá-lo”. Consequentemente, como referem Hair et
al. (2006, p. 865) “… a reespecificação do modelo melhora o seu ajustamento”. No entanto,
Salgueiro (2012, p. 83) alerta para “… o facto de se ter chegado a um bom ajustamento
modelo – dados, e a um modelo em que todos os parâmetros são significativos e as suas
estimativas são interpretáveis do ponto de vista substantivo, não garante que se tenha
conseguido “o melhor modelo”, e muito menos o “modelo verdadeiro” já que os modelos são
sempre representações mais ou menos aproximadas da realidade”. Nesta linha, a autora
conclui a reflexão referindo que “Os Modelos com Equações Estruturais têm pois as mesmas
limitações que outras metodologias empíricas: só se pode refutar um modelo, nunca se pode
provar que um modelo é válido; um bom ajustamento modelo – dados não significa que se
tenha encontrado o ‘modelo verdadeiro’ ”Salgueiro (2012, p. 83).
No seguimento destas considerações iniciais, optou-se por reespecificar o modelo
estrutural inicial que continha todas as possíveis relações de dependência do modelo
estrutural, tendo-se procedido gradualmente à sua reespecificação, através da eliminação de
cada relação estatisticamente não significativa por modelo intermédio estimado, chegando-se
assim a um modelo estrutural final composto pelas relações estatisticamente significativas e
que contempla o melhor ajustamento, comparativamente aos modelos intermédios testados. O
teste das hipóteses será realizado a partir do modelo estrutural final considerando a estimativa
e o T-Value de cada relação de determinação. Os testes dos efeitos de mediação ou moderação
presentes são também realizados a partir do modelo estrutural final.
Posto isto, no que concerne à modelação do modelo estrutural ressalve-se então que a
decisão para a eliminação de uma relação de determinação dá-se a partir da sua significância
estatística sendo o valor de referência a manutenção da relação para T-Values ≥ 1,96, que as
123
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
estimativas das relações variam entre 0 e 1, que o ajustamento do modelo aos dados é dado
pelos indicadores de bondade de ajustamento supracitados e que se deve analisar também o
coeficiente de determinação múltiplo (R²), ou seja, a “proporção de variância da variável
dependente explicada pelas variáveis independentes” (Salgueiro, 2012, p. 57) que varia entre
0 e 1 sendo que valor desejável superior a 0,5, correspondendo então a uma capacidade
explicativa de 50%.
Concluindo, apresenta-se de seguida uma tabela resumo com os valores de referência
para a determinação da validade do constructo.
124
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
125
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Por outro lado, há que considerar os efeitos indiretos, ou seja, “as relações que
envolvem uma sequência de relações com pelo menos um constructo a interferir” (Hair et al.,
2006, p. 868) ou como definem MacKinnon, Fairchild e Fritz.(2007) os efeitos indiretos
correspondem às relações entre a VI e a VM e entre a VM e a VD podendo na figura abaixo
ser representados por (b) e (c). Assim, o valor correspondente aos efeitos indiretos é o produto
entre as duas relações, ou seja “efeitos indiretos=b*c”
126
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
127
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 3-34- Sistematização dos principais conceitos referentes aos efeitos de mediação
Efeitos de Mediação
(Baron e Kenny, 1986; MacKinnon et al, 2002; Hair et al, 2006; MacKinnon et al, 2007)
Quando a relação entre uma variável independente e outra dependente é explicada
Mediação
por uma variável mediadora
Quando a relação entre uma variável independente e outra dependente mantem-se
Ausência de Mediação
inalterada e significativa com a introdução de uma variável mediadora
Quando a relação entre uma variável independente e outra dependente mantem-se
Mediação Parcial
significativa mas inferior com a introdução de uma variável mediadora
Quando a relação entre uma variável independente e outra dependente é
Mediação Total
totalmente explicada por uma variável mediadora
Quando se verifica mais de uma variável mediadora na explicação entre uma
Mediação Múltipla
variável independente e uma variável dependente.
Ƶ’ de MacKinnon et al.(2002) que estabelece significância dos efeitos indiretos
Teste de Mediação
das relações de mediação para valores de Ƶ’ superiores a 0,97 para um nível de
Utilizado
significância de 0,05 (H0: Ƶ’=0)
Fonte: Elaboração Própria
Para Hair et al. (2006, p. 870) “ Um efeito de moderação ocorre quando uma terceira
variável/constructo altera a relação entre duas outras variáveis/constructos”, então “Um
moderador significa que a relação entre duas variáveis muda com o nível de outra
variável/constructo” (Hair et al, 2006, p. 870).
Para se testar os efeitos de moderação, a técnica mais utilizada é a análise multigrupo
(Hair et al., 2006; Maroco, 2010; Salgueiro, 2012). Sobre esta temática, Maroco (2010, p.
275) refere que “A análise multigrupos tem como objetivo avaliar se a estrutura do modelo de
medida e/ou do modelo estrutural é equivalente (invariante) em diferentes grupos ou
populações com características diferentes”. Para Salgueiro (2012, p. 107) a análise
multigrupos permite “determinar até que ponto o modelo de medida e o modelo estrutural se
ajustam nas várias populações e examinar as diferenças entre grupos”. Para tal, importa que
os grupos a testar (populações) sejam independentes e mutuamente exclusivos. Assim, das
várias utilizações desta análise, uma delas prende-se com a avaliação se os “coeficientes ou
trajetórias estruturais que relacionam variáveis latentes não diferem significativamente entre
duas populações distintas”. (Maroco, 2010, p. 275).
Na linha do que foi referido anteriormente, aquando da distinção entre os efeitos de
mediação e de moderação, estes grupos são tendencialmente traços, características inatas dos
indivíduos ou variáveis contextuais (Wu e Zumbo, 2008). Neste estudo, os efeitos de
moderação considerados terão duas variáveis moderadoras, ambas de caracterização
128
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
129
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
seja, que mais discriminam. Nesta linha, se o Cluster Mean (QMS) de uma determinada
variável for elevado, então essa variável discrimina mais. Note-se que esta medida refere-se à
diferença entre Clusters. Se tal acontece, então é expectável que a variabilidade intra Cluster
nessa variável seja baixa. Esta medida é apresentada na Error Mean Square (QME). Conclui-
se assim, que as variáveis que contribuem mais para a definição dos Clusters são aquelas que
apresentam maior QMS e menor QME. Tendo em conta que o valor de F é calculado pela
divisão entre QMS e QME, então a variável mais discriminante é aquela que tiver maior valor
de F.
Depois de definidos os Clusters estes serão caracterizados tendo como referências as
variáveis de caracterização da amostra e também as estratégias comportamentais em estudo,
pretendendo-se assim, percecionar como é que se caracterizam os sujeitos que compõem cada
Cluster.
132
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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CAPÍTULO IV
133
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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4.1.1.1. A Saída
A validação da escala face a amostra tem como fase exploratória a análise das
frequências e valores médios relativos a esta subescala. As respetivas tabelas são apresentadas
no anexo 7. Na globalidade, verifica-se que os resultados médios estão abaixo do ponto médio
da escala, pelo que os resultados sugerem que, em média, os participantes não têm adotado
comportamentos de saída. O item que revela maior diferença (nomeadamente através do
desvio-padrão) é o E_5_R “Não estou a pensar atualmente em mudar de organização, mesmo
que me surgisse uma oportunidade para tal” onde 18,4% discordam em absoluto, 22,5% não
têm uma opinião definida e 17,9% concordam em absoluto.
No que concerne à AFE (anexo 10), chegou-se a uma solução fatorial com um fator
que explica 63% da variância. Esta solução final não contempla os itens E_25 “Se fosse
possível gostaria de mudar de equipa de trabalho", E_41”Estou a considerar seriamente a
possibilidade de poder vir a trocar o meu trabalho atual por um outro trabalho alternativo
dentro da organização” e E_42”"Estou ativamente a tentar que seja transferido para um outro
trabalho na organização onde trabalho atualmente" visto apresentarem FL inferiores a 0,5.
134
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
4.1.1.2. A Voz
No que concerne à voz importa relembrar que, apesar da literatura ter demonstrado a
existência de diferentes tipos de vozes (e.g. Hirschman, 1970, Hagedoorn et al., 1999), no
presente trabalho adotou-se a abordagem de Rusbult et al. (1982) que preconizam uma voz
com características construtivas e ativas, ou seja, de natureza prosocial.
Relativamente à análise descritiva (anexo 7) verifica-se que o item com a média mais
baixa (M=4,44), apesar de acima do ponto médio, é o V_16 “Nesta organização é comum os
seus colaboradores dizerem aquilo que pensam”. Contrariamente, o item com a média de
respostas mais elevada e com menor desvio-padrão (M=5,52; DP=1,4) é V_22 “Sinto-me à
vontade para exprimir uma opinião ou dar uma sugestão que vá contra as ideias definidas pela
organização”. Os resultados descritivos sugerem uma tendência para uma abertura ao nível do
exercício desta voz prosocial.
Na AFE da voz (anexo 10) obteve-se uma solução com um fator explicativo de 56,4%
da variância onde foram eliminados 5 itens visto apresentarem FL inferiores a 0,5. Mais
concretamente, eliminaram-se os itens V_11"Para além da minha chefia direta, se for
necessário sei que posso recorrer a outras pessoas da hierarquia da organização", V_16 “Nesta
organização é comum os seus colaboradores dizerem aquilo que pensam”, V_22"Quando
qualquer coisa não corre bem, apresento à organização as minhas razões e sugestões para
resolver essa situação", V_36”Quando tenho um problema de qualquer tipo, utilizo os
recursos que a organização põe à minha disposição para o poder resolver" e V_37"Sempre
que quero, posso apresentar ideias para melhorar o funcionamento da organização"
4.1.1.3. A Negligência
135
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
4.1.1.4. A Lealdade
Apesar de, no âmbito do presente trabalho, a lealdade ser considerada uma atitude
sendo então hipotetizado o seu papel como mediadora, optou-se por incluí-la como uma
estratégia comportamental durante o presente ponto de validação do instrumento face à
amostra, visto integrar-se no modelo EVLN.
Aqui, os resultados descritivos (anexo 7) são indicativos de uma maior dispersão ao
nível das opiniões dos indivíduos nas respostas que dão em cada item. A diferença de médias
entre os itens é maior. No entanto, todos os itens apresentam valores médios superiores ao
ponto médio da escala. Note-se que o item L_14 “Esta organização tem a capacidade de
resolver os problemas que apareçam através de consensos” apresenta o valor médio mais
baixo (M=4,37; DP=1,69) enquanto que o item L_8 “O meu comportamento respeita os
valores, normas e princípios que orientam esta organização” apresenta os valores médios mais
elevados com M=6,24 e DP=1,23). Sobre este item refira-se que 91,2% respondem nas
opções referentes à concordância em relação ao item.
A segunda fase da validação do instrumento face à amostra refere-se à AFE (anexo 10)
cujos resultados da solução final encontrada apontam para a existência de um fator que
explica 57,5% da variância tendo-se eliminado os itens L_3"Defendo a organização quando
os outros a criticam", L_4"Sou incapaz de criticar negativamente a organização onde trabalho
na presença de pessoas que não sejam seus empregados", L_8"O meu comportamento respeita
os valores, normas e princípios que orientam esta organização", L_18"Fico preocupado
quando a organização tem um problema" e L_23"Como tenho confiança na hierarquia da
136
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
organização, faço o meu trabalho com rigor e deixo que a hierarquia tome as decisões que lhe
compete tomar" visto apresentarem FL inferiores a 0,5.
137
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 4-1- Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação do modelo
EVLN face à amostra
Modelo V1 Modelo V2 Modelo V4
Indicadores (Original) (FL< 0,5) (AFE Final)
RMSEA (≤ 0,07) 0,098 0,100 0,082
GFI (≥ 0,90) 0,697 0,716 0,890
ϰ² 2416,20 1907,04 278,77
Df 659 521 113
CFI (≥ 0,90) 0,970 0,974 0,990
IFI (͌ 1) 0,970 0,974 0,990
ϰ²/df (≤ 3) 3,6 3,6 2,4
AIC (menor) 9805,720 8159,915 4051,433
Fonte: Elaboração Própria
Os resultados sugerem que o modelo que melhor se ajusta aos dados é o modelo V4.
Destaque-se que é o modelo com menor valor AIC e também o único modelo que se apresenta
dentro dos requistos referentes ao QuiQuadrado Normalizado (ϰ²/df). Denote-se no entanto
que nenhum dos modelos testados apresenta um valor do RMSEA inferior a 0,07, ou um GFI
superior a 0,90, como desejável.
Apresenta-se de seguida o modelo de medida final (modelo V4) que é composto por 8
itens referentes à saída, 3 itens referentes à voz, 4 para a lealdade e 3 para a negligência. Note-
se também que as estratégias da mesma natureza (construtivas e destrutivas) apresentam
correlações positivas enquanto que as correlações de natureza distinta (construtiva e destrutiva
/ destrutiva e construtiva) apresentam correlações negativas, verificando-se também que todas
elas são estatisticamente significativas.
138
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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139
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
O silêncio submisso (SS) parte do pressuposto que o individuo é passivo e que está
resignado com a sua organização. Os resultados descritivos revelam que, dos cinco itens que o
compõem, quatro deles apresentam resultados médios no ponto 2 da escala que representa a
discordância moderada em relação ao item. Note-se no entanto, que um deles SS_2 “Não
estou disposto a fazer sugestões de mudança porque estou pouco empenhado” revela um valor
médio inferior aos restantes (M=1,86; DP=1,36).
No caso do silêncio defensivo (SD), que tem como pressuposto o indivíduo ser ativo e
optar por exercer o silêncio motivado pelo medo e pela necessidade de auto-protecção, os
resultados indicam que o item que tem média mais elevada (M=2,23; DP=1,25) é SD_21
“Omito factos importantes de modo a proteger-me” enquanto que o item SD_52 “Retenho a
solução para os problemas porque tenho medo” é aquele cujo resultado médioé inferior com
M=1,82; DP=1,27.
Assim como o silêncio defensivo, o silêncio prosocial (SP) considera que o indivíduo
é ativo e a sua motivação para omitir factos é a proteção da própria organização. Os resultados
médios posicionam-se acima do ponto médio da escala com o item SP_24 “Resisto à pressão
dos outros em contar segredos organizacionais" a obter resultados médios superiores
(M=5,61; DP=188). Já o item SP_15”Protejo informação para que a organização beneficie”
apresenta os valores inferiores para os itens correspondentes a este silêncio (M=4,91;
DP=1,73). Importa também ressalvar que o item SP_7”Retenho informação confidencial,
porque sou cooperante” apresenta o maior desvio-padrão (M=5,19; DP=2,01).
No que diz respeito à AFE (anexo 10) relativa ao silêncio, importa aqui referir que,
numa primeira fase, foram realizadas AFE por cada tipo de silêncio de forma a que, numa
segunda fase, fosse repetida a análise incluindo os itens finais das análises anteriores, tendo
sido testadas duas soluções.
Na primeira solução optou-se por não pré-definir o número de fatores desejado.
Obteve-se assim uma solução fatorial composta por dois fatores sendo que o primeiro fator
inclui os itens finais relativos ao silêncio submisso e ao silêncio defensivo e explica 35,3% da
variância. O segundo fator refere-se ao silêncio prosocial e explica 15,8% da variância. A
correlação entre os dois fatores é negativa e significativa.
A segunda solução testada teve em linha de conta os mesmos itens optando-se por pré-
definir o número de fatores, três, seguindo assim a abordagem teórica adotada (Dyne et al.,
2003). Os resultados não se alteram muito. A única diferença reside no facto do item
SS_20"Passivamente, guardo ideias para a solução de problemas para mim próprio" que na
140
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
solução anterior se posicionava no fator 1, ser agora o único representante do fator 3 com um
FL=0,999 explicando 6,9% da variância.
Os resultados obtidos na AFE sugerem a multidimensionalidade do constructo. No
entanto, enquanto que Dyne et al. (2003) propuseram a existência de três dimensões, os
resultados exploratórios no presente trabalho apontam para a existência de duas dimensões.
Desta forma, torna-se determinante completar esta análise incluindo uma AFC a este
constructo (anexo 13).
Na AFC do silêncio foram testados três modelos distintos. O primeiro modelo (V1)
inclui todos os itens do questionário. Os resultados deste modelo confirmaram as tendências
apresentadas tanto na análise descritiva como na AFE. A correlação entre o silêncio submisso
(SS) e o silêncio defensivo (SD) era muito elevada (0,98) levantando-se, assim, a hipótese do
silêncio ser um constructo composto por duas, e não três, dimensões.
Consequentemente, levantam-se também questões sobre os pressupostos teóricos que
originaram a emergência do silêncio tridimensional de Dyne et al. (2003). Isto porque os
autores consideraram que se o indivíduo é passivo, então manifesta-se através do silêncio
submisso. Se é ativo poderá manifestar-se através de um silêncio defensivo ou de um silêncio
prosocial. Uma vez que os resultados do modelo V1 apontam para que o SS e o SD sejam
uma dimensão, então estes pressupostos também deverão ser revistos.
Face aos resultados obtidos optou-se por testar um modelo (V2) com todos os itens,
mas apenas com dois fatores, apontando-se assim para a bidimensionalidade do constructo. O
modelo converge e ajusta-se adequadamente aos dados, sendo que se confirma que os itens SS
e SD se referem à primeira dimensão enquanto que os itens SP explicam a segunda dimensão.
Os FL são superiores a 0,5 no entanto o primeiro fator é composto por 10 itens e o segundo
pelos 7 itens iniciais do SP. Assim, num terceiro modelo (2A) optou-se por eliminar os itens
com FL inferiores a 0,7.
Apresenta-se de seguida a tabela com os indicadores de bondade de ajustamento
referentes à validação do modelo do silêncio face à amostra.
141
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 4-2 – Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação do silêncio
face à amostra
Modelo 2A
Modelo V1 Modelo V2
Indicadores (Eliminados SR
(SS/SD/SP) (SR/SA)
FL<0,7)
RMSEA (≤ 0,07) 0,07 0,07 0,06
GFI (≥ 0,90) 0,93 0,93 0,95
ϰ² 196,31 198,77 96,03
Df 53
CFI (≥ 0,90) 0,99 0,99 0,99
IFI (͌1) 0,99 0,99 0,99
ϰ²/df (≤ 3) 2,2 2,2 1,8
AIC (menor) 6172,19 5038,54
Os resultados sugerem que o modelo 2A seja o modelo que melhor se ajusta, sendo
este o modelo de medida final para o silêncio. Note-se que o modelo confirma a proposta de
Dyne et al. (2003) quando os autores afirmaram tratar-se de um constructo não
unidimensional. No entanto, não se confirma a sua tridimensionalidade (SS+SD+SP) como se
esperava. Confirma-se sim que, neste caso, o constructo é bidimensional, composto por uma
dimensão que engloba o SS e o SD e uma outra dimensão referente aos itens do SP.
Face aos resultados obtidos optou-se por renomear estas dimensões, distinguindo-as
assim das dimensões propostas por Dyne et al.(2003). A primeira dimensão que é composta
pelos itens do SS e do SD e será denominada de Silêncio de Rejeição (SR). A segunda
dimensão composta pelos itens do SP e será denominada de Silêncio de Adesão (SA). Para
um melhor entendimento da escolha da terminologia dada às novas dimensões do silêncio,
sugere-se a leitura do artigo apresentado no anexo 1.
142
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tendo em conta os resultados obtidos na AFC do silêncio, a partir deste momento será
caracterizado como um constructo composto por duas dimensões – o silêncio de rejeição (SR)
e o silêncio de adesão (SA).
A satisfação com o trabalho (anexo 8) tem sido tratada, no presente trabalho, como um
constructo unidimensional que reflete uma avaliação geral que o indivíduo realiza em relação
ao seu trabalho. A escala adotada é composta por 5 itens que apresentam valores médios
superiores ao ponto médio da escala e que variam entre M=5,4 (DP=1,47) para o item Sat_3
”Na generalidade, estou satisfeito com o tipo de tarefas que faço neste trabalho” e entre
M=4,3 (DP=1,37) para o item Sat_4 ”Na minha opinião, a maioria das pessoas que têm este
trabalho, ou trabalhos afins, está muito satisfeita com as tarefas que fazem”. Note-se que o
item Sat_5_R “Na minha opinião, as pessoas que têm este trabalho, ou trabalhos afins, não
pensam frequentemente em mudar” apresenta o mesmo valor médio mas maior dispersão de
respostas (DP=1,47).
143
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
A AFE da satisfação com o trabalho (anexo 11) sugere que este constructo é composto
por um fator que explica 74,9% da variância. Foram eliminados os itens Sat_3"Na minha
opinião, a maioria das pessoas que têm este trabalho, ou trabalhos afins, está muito satisfeita
com as tarefas que fazem" e Sat_5_R"Na minha opinião, as pessoas que têm este trabalho, ou
trabalhos afins, não pensam frequentemente em mudar" visto os FL serem inferiores a 0,5.
No caso da AFC da satisfação com o trabalho (anexo 14), foram testados três modelos.
O primeiro modelo (V1) inclui todos os itens referentes ao constructo em causa. Já no
segundo modelo (V2) foram eliminados os itens com FL inferior a 0,5. No terceiro modelo
(V3) optou-se por testar a solução referente à AFE. Nesta solução a satisfação é composta por
três itens sendo que o modelo não tem graus de liberdade o que invalida a determinação dos
restantes indicadores de bondade de ajustamento.
Tabela 4-3 – Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação da satisfação
com o trabalho face à amostra
Modelo V2
Modelo V1 Modelo 2A
Indicadores (eliminados
(itens originais) (solução AFE)
FL<0,5)
RMSEA (≤ 0,07) 0,16 0,05 NA
GFI (≥ 0,90) 0,90 0,99 NA
ϰ² 98,71 6,49 NA
Df 5 2 0
CFI (≥ 0,90) 0,95 1,00 NA
IFI ( ͌ 1) 0,95 1,00 NA
ϰ²/df (≤ 3) 19,7 3,2 NA
AIC (menor) 118,71 22,49 NA
Fonte: Elaboração Própria
144
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145
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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(M=3,23; DP=1,89) e CNor_4 ”Eu não iria deixar esta organização neste momento porque
sinto que tenho uma obrigação pessoal para com as pessoas que trabalham aqui” (M=3,85;
DP=1,91). Os restantes itens estão acima do ponto médio, sendo que o item CNor_10”Esta
organização merece a minha lealdade” é aquele cujo resultado médio é superior e o desvio-
padrão é inferior (M=5,57; 1,49).
Finalmente, o comprometimento calculativo entendido como a manutenção do
indivíduo na organização motivada pela análise da relação custo-benefício que este faz é
entendida como o comprometimento calculativo. Os resultados descritivos referentes a esta
dimensão do comprometimento organizacional revelam valores mais próximos ao ponto
médio da escala. Neste sentido, verifica-se que o item CCal_13”Uma das principais razões
para eu continuar a trabalhar para esta organização é que a saída iria requerer um considerável
sacrifício pessoal, porque uma outra organização poderá não cobrir a totalidade de benefícios
que tenho aqui” é aquele cujo resultado médio é mais baixo (M=3,46; DP=1,87). Já o item
CCal_17”Muito da minha vida iria ser afetadase decidisse querer sair desta organização neste
momento” apresenta maiores valores médios sendo M=4,86; DP=1,82).
Sendo o comprometimento organizacional um constructo multidimensional, a AFE
(anexo 12) realizou-se em duas fases distintas. Primeiro foram realizadas AFE por dimensão
pelos que os itens finais constituíram a AFE final relativa a este constructo. Assim, na solução
final não foi pré-definido o número de fatores pretendidos, pelo que estes emergiram
naturalmente, sendo que o primeiro corresponde ao comprometimento afetivo e explica 37,6%
da variância. O segundo fator diz respeito ao comprometimento normativo e explica 18,1% da
variância. Já o terceiro, comprometimento calculativo, explica 12,4% da variância.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, na AFC do comprometimento organizacional
(anexo 15)foram também testados três modelos. O primeiro contemplava todos os itens
referentes às três dimensões deste constructo (V1). Já no segundo modelo (V2) foram
eliminados os itens com FL inferiores a 0,5. A terceira alternativa referiu-se à adequação da
AFE, sendo que este modelo (V3) continha os itens desta solução fatorial. Apresentam-se de
seguida os indicadores de bondade de ajustamento dos três modelos testados.
146
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Tabela 4-4 – Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos testados no âmbito da validação do
comprometimento organizacional face à amostra
Modelo V2
Modelo V1 Modelo V3
Indicadores (eliminados
(itens originais) (solução AFE)
FL<0,5)
RMSEA (≤ 0,07) 0,107 0,12 0,08
GFI (≥ 0,90) 0,746 0,74 0,90
ϰ² 1363,37 1057,32 247,82
Df 149 88 41
CFI (≥ 0,90) 0,94 0,92 0,97
IFI ( ͌ 1) 0,94 0,92 0,97
ϰ²/df (≤ 3) 9,1 12 6
AIC (menor) 6209,00 240,00 132,00
Fonte: Elaboração Própria
147
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sobre a análise da variância extraída dos constructos, refira-se que todas as restantes variáveis
latentes apresentam VE ≥0,5.
149
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Pelo exposto pode concluir-se que as escalas utilizadas para medirem as 10 variáveis
latentes em estudo apresentam boas propriedades psicométricas face à amostra que está em
estudo no presente trabalho.
Acresce ainda referir que, paralelamente ao modelo de medida final proposto, importa
também estudar a estrutura de correlações que lhe está subjacente. Esta informação, ainda que
preliminar, poderá ser indicativa das tendências das relações entre constructos que serão alvo
de análise nos próximos pontos.
No que concerne às estratégias comportamentais, confirma-se a tendência para a
existência de uma relação positiva entre estratégias da mesma natureza e negativa entre
estratégias com naturezas distintas. Veja-se os resultados referentes à relação entre a lealdade
e voz (0,36), entre a saída e a negligência (0,53), a saída e a voz (-0,42) ou até mesmo a
lealdade e a saída (-0,64).
No caso das duas dimensões do silêncio, verifica-se uma correlação negativa entre
ambas (-0,25) o que sugere a mesma tendência dos resultados referentes às estratégias
comportamentais que postulam a correlação negativa entre estratégias de naturezas diferentes.
Refira-se também a correlação positiva, mas baixa, existente entre a voz e o silêncio de
adesão (0,18). Contrariamente, a correlação entre o silêncio de rejeição e a voz é negativa e
elevada (-0,89).
Tabela4-6- Correlações policoricas entre as variáveis latentes em estudo
Média Desvio- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Padrão
1E 2,55 1,44 1,00
2V 5,38 1,37 -0,42 1,00
3L 4,88 1,31 -0,64 0,36 1,00
4N 1,74 0,99 0,53 -0,67 -0,37 1,00
5 SR 2,11 1,05 0,43 -0,89 -0,35 0,81 1,00
6 SA 5,35 1,21 -0,22 0,18 0,45 -0,37 -0,25 1,00
7 Sat 5,02 1,27 -0,80 0,38 0,75 -0,39 -0,39 0,28 1,00
8 COA 5,42 1,46 -0,74 0,56 0,69 -0,63 -0,58 0,33 0,77 1,00
9 COM 3,72 1,56 -0,54 0,12 0,64 -0,15 -0,05 0,30 0,64 0,56 1,00
10 COC 4,55 1,49 0,09 -0,25 -0,07 0,08 0,22 0,07 -0,08 -0,22 -0,05 1,00
Fonte: Elaboração Própria
150
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
quando conceptualizaram o perfil Obrigação por Divida composto pela associação destas duas
componentes.
Assim, na globalidade, os resultados sugerem a tendência da correlação positiva para
constructos de natureza semelhante e correlação negativa para constructos de natureza
diferente. Os casos onde se verificam correlações mais baixas dizem respeito ao
comprometimento calculativo. Note-se que para além da correlação com a componente
normativa não estar na linha do quadro teórico, denota-se também uma correlação muito
baixa (0,09) o que poderá ser indicativo da ausência de alternativas para a saída.
Adicionalmente, refira-se também a correlação entre este comprometimento e a negligência
que, apesar de ser positiva, é também muito baixa (0,08) e com a lealdade (-0,07).
4.1.7. Um novo olhar sobre as hipóteses à luz da validação dos instrumentos face à
amostra
Posto isto, depois de todas as variáveis latentes estarem devidamente validadas face à
amostra e de se ter repensado as subhipóteses de estudo, importa então iniciar o estudo dos
modelos propostos e respetivos testes de hipóteses. Para tal, ter-se-á em linha de conta a
reespecificação do modelo com vista a obter o modelo que melhor se ajusta aos dados.
152
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Modelo M017
Indicadores M0 (final)
(inicial)
RMSEA (≤ 0,07) 0,070 0,069
GFI (≥ 0,90) 0,804 0,803
ϰ² 1710,74 1731,39
Df 857 875
CFI (≥ 0,90) 0,988 0,988
IFI ( ͌ 1) 0,988 0,988
ϰ²/df (≤ 3) 1,99 1,97
AIC (menor) 10128,34 10128,34
154
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
expectáveis do presente trabalho, que se prende com o facto da lealdade não estar relacionada
com a saída, impossibilitando assim o seu posicionamento como variável mediadora que
suprime a saída, conforme proposto por Hirschman (1970) e defendido por inúmeros autores
que interpretam esta variável como uma atitude. Note-se que Nunes et al. (2014) também não
encontraram uma relação estatisticamente significativa entre a antecedência da lealdade em
relação à saída. Denotar também que não se confirmou qualquer relação entre as duas
dimensões do silêncio com a saída. Apesar que não haver suporte teórico sobre esta temátca,
relembre-se que Pinder e Harlos (2001) e Morrison e Milliken (2000, 2003) ressalvaram que o
silêncio antecede as restantes estratégias, este facto não é confirmado em relação à saída.
Já a voz é antecedida negativamente pelo silêncio de rejeição (-0,91) e pelo silêncio de
adesão (-0,08), estando esta última relação no limiar da significância. Pode-se pois concluir,
que as abordagens mais recentes sobre a sua independência em relação à voz (e não serem
uma o oposto da outra) são reiteradas com estes resultados. Em relação à sua independência,
verifica-se que, na linha de Pinder e Harlos (2001), Morrison e Milliken (2000, 2003) e Dyne
et al.(2003), para além de ser mais frequente, é o primeiro que se manifesta quando o
indivíduo se depara com o declínio da satisfação. No presente estudo a sua manifestação
acontece como preditora da voz, tanto na sua dimensão de rejeição como de adesão. A voz é
também precedida pelo comprometimento baseado no sentido da responsabilidade pela
organização (0,10). Também este resultado é distinto das conclusões de Nascimento (2010)
que não encontrou uma relação direta, estatisticamente significativa, entre estas duas variáveis
latentes. Note-se que 81,5% da variância da voz é explicada por estes antecedentes. Por fim,
importa aqui ressalvar que, na linha da lealdade como mediadora, a perspetiva adoptada de
Hirschman (1970) e de outros autores que lhe seguiram, preconizava que, como atitude, a
lealdade potenciava o exercício da voz. No presente trabalho, este facto não pode ser
confirmado visto não se ter confirmado uma relação estatisticamente significativa entre as
duas variáveis latentes. Este resultado difere do estudo de Sabino et al. (2013) e de Nunes et
al. (2014) que confirmaram a mediação da lealdade na relação entre o comprometimento e a
voz e entre a identidade organizacional e a voz, respetivamente.
No caso da negligência, os resultados sugerem que esta estratégia (R²=0,751) tem
como antecedentes positivos o silêncio de rejeição (0,64), a satisfação com o trabalho (0,20) e
como antecedentes negativos o silêncio de adesão (-0,13), o comprometimento afetivo (-0,39)
e o comprometimento calculativo (-0,11). Destaca-se um outro resultado que não está em
linha de conta com o quadro teórico estabelecido (Rusbult et al., 1982; Hagedoorn et al.,
155
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
1999), na medida em que a negligência é vista como sendo uma estratégia de natureza
destrutiva prejudicando então a relação entre o indivíduo e a organização. No entanto, no
presente trabalho esta estratégia comportamental apresenta uma relação positiva e
estatisticamente significativa com a satisfação com o trabalho.
A temática do silêncio organizacional merece aqui uma atenção especial na medida
que um dos objetivos do presente trabalho visa contribuir com um conhecimento mais
alargado do mesmo enquanto estratégia comportamental. A primeira nota prende-se com o
facto de se confirmar que este constructo é mais que o simples e redutor oposto da voz
(Morrison e Milliken, 2000). É pois um constructo multidimensional e complexo. É
multidimensional, na medida em que foram confirmadas duas dimensões que o compõem, que
são independentes entre si e que se correlacionam negativamente. É complexo, na medida em
que esta multidimensionalidade não é clara visto ter-se adotado a perspetiva tridimensional do
silêncio de Dyne et al. (20003) porém, na presente amostra, apenas se confirmaram duas, com
naturezas distintas aos restantes silêncios propostos pelos vários autores (Pinder e Harlos,
2001; Dyne et al., 2003, Knoll e Dick, 2013; Brinsfield, 2013).
Enquanto que o silêncio de adesão corresponde aos itens propostos por Dyne et al.
(2003) relativos ao silêncio prosocial, o silêncio de rejeição compreende itens que
correspondem ao silêncio defensivo e submisso dos mesmos autores. Este silêncio de rejeição
não corresponde a mais nenhum silêncio proposto pelos vários autores que estudam a
multidimensionalidade deste constructo. Importa então, refletir à luz dos resultados obtidos,
procurando obter mais informação sobre estes resultados no âmbito das estratégias
comportamentais. Ambos os silêncios são antecedidos pela satisfação com o trabalho, na linha
das estratégias comportamentais. Particularmente o silêncio de rejeição, cuja variância
explicada pelos seus antecedentes é de 47% tendo identificado o comprometimento afetivo (-
0,82) e o normativo (0,41) como antecedentes deste constructo. O facto da relação entre o
comprometimento normativo e o silêncio de rejeição ser positiva pode ser entendida como o
sentimento do indivíduo permanecer na organização por sentimentos de obrigação que o
levará a reter informação.
Já o silêncio de adesão, que apresenta um coeficiente de determinação de 0,247, é
antecedido pelo comprometimento afetivo (0,24), pelo comprometimento calculativo (0,16) e
pela lealdade (0,50). Estes resultados sugerem que a lealdade possa ser entendida como uma
manifestação do silêncio de adesão, na linha da conceptualização de Hirschman (1970) que
refere que colaboradores leais sofrem em silêncio, perspetiva reforçada mais recentemente
156
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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pelo trabalho de Burris (2012). Não obstante, esta linha explicativa deverá ser sujeita a
confirmações adicionais, nomeadamente através da análise de mediações.
Importa assim, percecionar o posicionamento da lealdade no modelo pelo que, na linha
adoptada no presente trabalho, esta variável latente (R²=0,634) é entendida numa ótica mais
vinculativa e atitudinal, tendo como antecedentes a satisfação com o trabalho (0,40), o
comprometimento afetivo (0,24) e o normativo (0,25). Não obstante, tal como foi discutido
durante a revisão da literatura existem diferentes abordagens sobre a relação entre estes dois
constructos. No presente trabalho, confirma-se a antecedência do comprometimento
organizacional em relação à lealdade, verificando-se que são constructos independentesna
linha de Cannings (1992) e Nascimento (2010), e contrariando as propostas de Chen et
al.(2002), Pauksztat et al. (2011) ou Elegido (2013) que os consideravam constructos
similares. De referir também que a satisfação com o trabalho, enquanto constructo integrador
determinado por uma avaliação do indivíduo em relação a diferentes facetas do trabalho,
antecede positivamente a lealdade (0,40). Já para Hirschman (1970) os mecanismos de
recuperação eram respostas ao declínio da satisfação e, sendo a lealdade um desses
mecanismos (na perspetiva vinculativa ou comportamental), então este resultado está em linha
do quadro teórico estabelecido pelo autor dado que o indivíduo estar satisfeito com o seu
trabalho irá determinará a lealdade que tem em relação à organização (Hirschman, 1970).
No que diz respeito à satisfação com o trabalho, os resultados reforçam já a
estabilização do modelo e identificação dos seus preditores, tendo-se assim confirmado a
antecedência das três dimensões do comprometimento – afetiva (0,63), normativa (0,28) e
calculativa (0,08). Estes resultados vão ao encontro das conclusões de Nascimento (2010) e
Sabino (2011). Refira-se a este propósito que 67,9% da variância da satisfação com o trabalho
é explicada pelo comprometimento organizacional.
No quadro teórico estabelecido por Meyer e Allen (1991) confirma-se uma correlação
positiva entre a dimensão afetiva e a normativa, bem como o facto da componente normativa
e calculativa não estarem relacionadas entre si. No entanto, contrariamente ao expetável,
verificou-se que o comprometimento afetivo e calculativo estão negativamente relacionados.
157
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da satisfação com o trabalho ser mediadora da relação entre qualquer possível variável
independente e a voz (como variável dependente) dado que esse efeito indireto (Sat – V) não
é estatisticamente significativo.
Já em relação à lealdade, que na sua vertente atitudinal medeia comportamentos,
contrariamente ao quadro teórico adotado que preconiza que a lealdade enquanto vinculação
que suprime a saída e incentiva o exercício da voz, estes pressupostos não puderam ser
testados visto não se verificarem relações estatisticamente significativas entre a lealdade com
a saída ou com a voz. Posto isto, apenas se testou a lealdade como mediadora quando a
variável dependente é o silêncio de adesão, dado esta ser a única variável latente que a
lealdade antecede.
Já as duas dimensões do silêncio posicionam-se como potenciais mediadoras
considerando o comprometimento organizacional, a satisfação com o trabalho e a lealdade
como potenciais variáveis independentes e a saída, a voz e a negligência como potenciais
variáveis dependentes. Mais concretamente, no que se refere ao silêncio de rejeição, existe a
possibilidade deste mediar por um lado, a relação entre o comprometimento normativo e a voz
e por outro, a relação entre o comprometimento afetivo e a negligência. Já o silêncio de
adesão emerge também como possível mediador entre o comprometimento afetivo e a
negligência, entre a dimensão calculativa e a negligência e entre a satisfação e a negligência.
Tendo em conta o modelo estrutural final, verifica-se então a possibilidade de
existirem possíveis mediações múltiplas que expliquem, em conjunto, a relação entre uma
variável independente e uma variável dependente.
Os resultados apontam para a existência de oito mediações parciais, de duas
mediações totais e de uma mediação múltipla (com três mediadores),como indicado na tabela
4-22 abaixo apresentada. Denota-se também que quatro das relações testadas confirmam a
ausência de mediação.
Claramente, e na linha dos resultados obtidos por Nascimento (2010) e Sabino (2011),
verifica-se o posicionamento da satisfação com o trabalho enquanto variável mediadora entre
o comprometimento e as estratégias comportamentais. Particularmente no caso da relação
entre o comprometimento afetivoe a lealdade (Z’=4,71; p<0,05), a saída (Z’=5,36; p<0,05) e
a negligência (Z’=4,73; p<0,05). Quer isto dizer que a relação entre a dimensão afetiva e estas
três estratégias comportamentais é parcialmente determinada pela satisfação com o trabalho.
Este constructo explica também, parcialmente a relação entre o comprometimento normativo
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Tabela 4-23- Estimativas das relações estruturais no modelo final e nos dois subsistemas de ensino (EUP e EPP)
bem como a diferença entre elas.
Relações Estimativa Estimativa Estimativa EPP Diferença da Estimativa
Modelo EUP (Grupo 1) (Grupo 2) do EUP e do EPP
Completo
COA – Sat 0,636 0,793 0,610 0,183
COA – L 0,249 -0,062 0,296 -0,358
COA – SR -0,826 -0,747 -0,846 0,099
COA – SA 0,242 0,422 0,219 0,203
COA – E -0,294 -0,108 -0,309 0,201
COA - N -0,393 0,008 -0,387 0,395
CON – Sat 0,288 0,080 0,319 -0,239
CON – L 0,235 0,043 0,286 -0,243
CON – SR 0,419 0,334 0,436 -0,102
CON – V 0,103 0,155 0,104 0,051
COC – Sat 0,080 0,086 0,068 0,018
COC – SA 0,168 0,069 0,186 -0,117
COC - N -0,118 -0,104 -0,111 0,007
Sat – L 0,409 0,923 0,312 0,611
Sat – SA -0,288 -0,525 -0,232 -0,293
Sat – E -0,581 -0,780 -0,568 -0,212
Sat – N 0,201 -0,132 0,179 -0,311
L - SA 0,508 0,404 0,510 -0,106
SR – V -0,913 -0,753 -0,935 0,182
SR – N 0,647 0,703 0,647 0,056
SA - V -0,083 -0,159 -0,086 -0,073
SA – N -0,132 -0,299 -0,122 -0,177
COA – CON 0,561 0,711 0,543 0,168
COA – COC -0,204 -0,169 -0,206 0,037
SR – SA -0,097 0,150 -0,131 0,281
V–N 0,060 0,066 0,054 0,012
E–N 0,100 0,180 0,078 0,102
R²Sat 0,679 0,711 0,674
R²L 0,634 0,810 0,617
R²SR 0,470 0,315 0,505
R²SA 0,247 0,114 0,275
R² E 0,692 0,762 0,688
R²V 0,815 0,656 0,844
R²N 0,751 0,669 0,772
Fonte: Elaboração Própria
Para uma melhor representação dos dados, apresenta-se uma tabela resumo (tabela 4-
23) com as principais diferenças entre os dois grupos em análise. De referir que os valores a
negrito referem-se às relações estatisticamente não significativas.
Tendo em conta estes dados, e olhando para os resultados de uma forma mais global,
não considerando as relações estatisticamente não significativas, urge dar ênfase a alguns
resultados que podem ser explicativos das principais diferenças sentidas nos dois modelos.
Desde logo, importa aqui destacar o número de participantes que compõem o grupo 1 (EUP)
não ser um número suficiente que permita inferir conclusões com maior grau de confiança.
172
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Como tal, estes resultados devem ser analisados como tendências gerais de comportamentos e
atitudes dos indivíduos face às organizações onde trabalham.
Outra grande tendência diz respeito ao comprometimento organizacional deixar de
determinar um conjunto de estratégias comportamentais no EUP que determina no EPP. Note-
se, por exemplo, que no EPP a lealdade é positivamente determinada pelo comprometimento
afetivo e normativo e no EUP estas relações não são estatisticamente significativas. Estes
resultados remetem para a necessidade em estudar com maior profundidade o tipo de
comprometimento, colocando-se assim a questão do papel do comprometimento com a
profissão nestas relações. Note-se que Figueira, Nascimento e Almeida (2015) estudaram a
relação entre o comprometimento organizacional e o comprometimento profissional em
docentes do ensino superior público português, tendo concluído uma maior presença do
comprometimento com a profissão. Outro aspeto a ressalvar diz respeito à elevada diferença
entre os dois subsistemas na relação entre a satisfação com o trabalho e a lealdade, sendo esta
relação muito mais forte no caso do EUP. Nesta linha, refira-se que o quoficiente de
determinação da lealdade é também mais elevado no EUP (R²=0,810) do que no EPP
(R²=0,617). Finalmente,as duas dimensões do silêncio estão positivamente relacionadas no
EUP e negativamente relacionadas no EPP.
A análise da influência do tipo de carreira no modelo final (anexo 19) realizou-se nas
mesmas fases da análise anterior, que testava a influência dos subsistemas de ensino. Foram
inicialmente definidos os dois grupos, sendo o grupo 1 composto pelos docentes prefazendo
um grupo com 374 participantes. Já o segundo grupo é composto pelos participantes
integrantes nos corpos não docentes das instituições de ensino aderentes. Este grupo é
composto por 337 participantes. Depois de realizados os modelos sem e com restrições, e para
um nível de significância de 0,05, verificou-se que a diferença do ϰ²=95,73. Assim, numa
distribuição do ϰ², para 22 graus de liberdade, o valor crítico é de 33,92. Sendo a diferença do
ϰ² de 95,73 então rejeita-se a hipótese nula da invariância do modelo estrutural, confirmando-
se a influência do tipo de carreira no modelo final, ou seja, existem diferenças
estatisticamente significativas entre o pessoal docente e o pessoal não docente nas relações
173
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Tabela 4-24 – Estimativas das relações estruturais no modelo final e nos dois tipos de carreira (docente e não
docente) bem como a diferença entre elas.
Relações Estimativa Estimativa Estimativa Diferença da
Modelo Carreira Carreira Não Estimativa – Carreira
Completo Docente (Grupo Docente (Grupo Docente e Carreira não
1) 2) Docente
COA – Sat 0,636 0,589 0,641 -0,052
COA – L 0,249 0,389 0,235 0,154
COA – SR -0,826 -0,788 -0,837 0,049
COA – SA 0,242 0,093 0,433 -0,34
COA – E -0,294 -0,378 -0,101 -0,277
COA - N -0,393 -0,251 -0,501 0,25
CON – Sat 0,288 0,333 0,316 0,017
CON – L 0,235 0,413 0,022 0,391
CON – SR 0,419 0,327 0,501 -0,174
CON – V 0,103 0,088 0,153 -0,065
COC – Sat 0,080 -0,022 0,143 -0,165
COC – SA 0,168 0,143 0,203 -0,06
COC - N -0,118 -0,047 -0,204 0,157
Sat – L 0,409 0,127 0,679 -0,552
Sat – SA -0,288 0,049 -0,835 0,884
Sat – E -0,581 -0,476 -0,792 0,316
Sat – N 0,201 0,054 0,294 -0,24
L - SA 0,508 0,294 0,853 -0,559
SR – V -0,913 -0,954 -0,847 -0,107
SR – N 0,647 0,689 0,593 0,096
SA - V -0,083 -0,101 -0,037 -0,064
SA – N -0,132 -0,038 -0,179 0,141
COA – CON 0,561 0,523 0,566 -0,043
COA – COC -0,204 -0,238 -0,171 -0,067
SR – SA -0,097 -0,107 0,115 -0,222
V–N 0,060 0,100 0,032 0,068
E–N 0,100 0,062 0,138 -0,076
R²Sat 0,679 0,670 0,729
R²L 0,634 0,649 0,796
R²SR 0,470 0,459 0,476
R²SA 0,247 0,166 0,358
R² E 0,692 0,647 0,764
R²V 0,815 0,888 0,711
R²N 0,751 0,709 0,820
Fonte: Elaboração Própria
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ensino, sendo uma relação significativa em ambos, os resultados sugerem uma relação mais
intensa no ensino superior politécnico.
Apesar desta conclusão preliminar, os objetivos do presente estudo bem como as suas
características metodológicas, não incidem sobre a análise do silêncio como uma
manifestação da lealdade. Pretende-se sim, retomar a discussão iniciada pela proposta de
Hirschman (1970) sobre a natureza da lealdade. Isto é, será esta de tipo comportamental ou
atitudinal? Recorde-se que no presente trabalho seadotou a segunda prespetiva, seguindo Leck
e Saunders (1992), Withey e Cooper (1992), Sabino et al. (2013) ou Nunes et al. (2014). No
entanto, a hipótese não pode ser confirmada na medida em que a relação entre a lealdade e a
saída e a voz não se revelou estatisticamente significativa, impossibilitando a análise do efeito
de mediação da lealdade. Confirmou-se porém, que este constructo é o mediador total quando
o silêncio de adesão é a variável dependente. Assim, a relação entre o comprometimento
afetivo e a satisfação com o trabalho com o silêncio de adesão é totalmente explicada pela
lealdade. Mais uma vez, estes resultados vão ao encontro da sugestão anterior de que o
silêncio de adesão possa ser entendido como uma manifestação da lealdade.
Dada a complexidade e falta de consenso no que concerne a esta temática, e no sentido
de tentar encontrar conclusões explicativas para as questões levantadas aquando da análise do
modelo final proposto, optou-se por testar um modelo final alternativo (anexo 20) que
considera a lealdade como um comportamento, passando assim a estar correlacionada com a
saída, a voz e a negligência. Este modelo pode ser suportado teoricamente na medida em que
foram já propostas por Rusbult et al. (1982), Farrell (1983), Hagedoorn et al. (1999), entre
outros. É pois um modelo onde as estratégias comportamentais são antecedidas pelo silêncio,
pela satisfação e pelo comprometimento organizacional.
Importa referir que se utilizou a mesma variável latente, composta pelas variáveis
manifestas presentes no modelo de medida final da lealdade. Assim, tanto o modelo final
como o modelo alternativo apresentam as mesmas variáveis latentes, compostas pelas mesmas
variáveis manifestas. A única alteração prende-se com o facto de que no modelo final
proposto a lealdade assume uma posição de intermediária entre o comprometimento
organizacional (variáveis independentes) e as estratégias comportamentais (variáveis
dependentes) enquanto que no no modelo alternativo, a lealdade é uma variável dependente.
Tendo em conta a semâmtica e interpretação dos itens finais compósitos desta variável, e visto
que uma atitude é definida como uma predisposição para um comportamento (Ajzen, 2001)
então podem-se manter os mesmos itens.
177
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tal como aconteceu na reespecificação do modelo final proposto, opotou-se por testar
o modelo alternativo considerando todas as relações entre as variáveis latentes. A
reespecificação do modelo foi realizada gradualmente através da eliminação individual, das
relações estatisticamente não significativas. Posto isto, foram testados 20 modelos até se obter
uma solução onde todas as relações são estatisticamente significativas. Apresenta-se de
seguida a tabela 4-25 com as medidas de bondade de ajustamento.
Tabela 4-25- Indicadores de bondade de Ajustamento do modelo inicial alternativo e do modelo final alternativo
Modelo Modelo
Indicadores
MA_1 MA_20
RMSEA (≤ 0,07) 0,069 0,069
GFI (≥ 0,90) 0,804 0,802
ϰ² 1710,74 1734,39
Df 857 876
CFI (≥ 0,90) 0,988 0,988
IFI ( ͌ 1) 0,988 0,988
ϰ²/df (≤ 3) 1,9 1,9
AIC (menor) 10128,34 10128,34
178
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Como é possível verificar pela análise do modelo estrutural alternativo final que se
apresenta na imagem seguinte (figura 4-6) a lealdade é uma variável consequente positiva de
quatro antecedentes: o comprometimento afetivo e normativo, a satisfação com o trabalho e o
silêncio de adesão. Ou seja, os antecedentes mantêm-se em relação ao modelo proposto
acrescendo o silêncio de adesão que, de consequente passa a ser antecedente da lealdade.
Denotar, também, que a variância explicada da lealdade e dos restantes constructos em estudo
não se alteram substancialmente nos dois modelos.
Conforme a figura abaixo apresentada, outro aspeto que importa ter em consideração
prende-se com o facto da lealdade não se encontrar correlacionada com as restantes
estratégias comportamentais, a destacar a saída, a voz e a negligência.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
que as restantes estratégias comportamentais, não podendo ser interpretada na mesma linha
que as restantes que se caracterizam por acções concretas que visam a reposição da ordem.
4.5. Sobre os Perfis de Comprometimento Organizacional
182
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 4-26- Tabela com a apresentação do SQC, SQT, Variância Explicada e respetivo incremento, nas 8
soluções
Número de SQC: Soma dos SQT: Soma dos R² Incremento da
Clusters Quadrados entre Quadrados Totais (Variância Variância
Clusters Explicada) Explicada
1 0
2 554,4296 2259 0,245 -0,24543
3 944,945 2259,000 0,418 -0,17287
4 1160,809 2259,000 0,513 -0,09556
5 1324,922 2259 0,586 -0,07265
6 1446,762 2259 0,640 -0,05394
7 1519,341 2259 0,672 -0,03213
8 1584,82 2259 0,701 -0,02899
9 1631,34 2259 0,722 -0,02059
Fonte: Elaboração Própria
Efetuou-se em seguida, uma análise não hierárquica para a solução de seis Clusters,
permitindo o reagrupamento dos sujeitos tendo em conta, por um lado o centro de cada
Cluster e por outro as distâncias finais entre os centros de cada Cluster.
Cluster F
1 2 3 4 5 6
Zscore: COA 0,79206 0,49650 -1,28914 0,71676 -0,80997 -0.80599 271,505
Zscore: CON 0,94406 -0,49389 -1,08641 0,89531 -1,08779 0.25114 354,299
Zscore: COC -0,95554 -0,62592 -0,87829 0,86685 1,02437 0,19996 286,968
Fonte: Elaboração Própia
184
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Figura 4-9- Distribuição dos sujeitos pelos perfis (Clusters), por sexo
Fonte: Elaboração Própria
No caso do subsistema de ensino, como se apresenta pela figura 4-11, verifica-se uma
prevalência no ensino superior público universitário nos perfis Não Comprometido (Cluster
3), Comprometido (Cluster 4) e Calculativo (Cluster 5) enquanto que nos restantes perfis, a
tendência é de uma maior incidência no subsistema politécnico.
Figura 4-10- Distribuição dos sujeitos pelos perfis (Clusters), por subsistema de ensino
Fonte: Elaboração Própria
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
No que concerne ao regime contratual (figura 4-12), os resultados apontam para uma
prevalência de sujeitos com exclusividade no perfil Comprometidos (Cluster 4) e Calculativo
(Cluster 5) enquanto que nos restantes perfis a predominância é de sujeitos sem
exclusividade. Importa também ressalvar o equilíbrio verificado ao nível do perfil Não
Comprometidos (Cluster 3).
Figura 4-11- Distribuição dos sujeitos pelos perfis (Clusters), por subsistema de ensino
Fonte: Elaboração Própria
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Figura 4-12- Distribuição dos sujeitos pelos perfis (Clusters), por idade, antiguidade e anos de carreira
Fonte: Elaboração Própria
Nos perfis em que domina a componente afetiva, verifica-se que as variáveis
dominantes são a voz, a lealdade, o silêncio de adesão e a satisfação com o trabalho. No caso
do perfil Dever Moral (Cluster 1) o silêncio de adesão aproxima-se da média já no perfil
Afetivo destaca-se a voz enquanto que as outras variáveis aproximam-se da média. O perfil
Comprometido (Cluster 4) é determinado em particular pela lealdade e pela satisfação com o
trabalho e em menor grau pelo silêncio de adesão seguido da voz. Nos restantes perfis há a
prevalência das variáveis com uma conotação de demissão cognitiva (withdrawal cognition)
(Nascimento, 2010) na linha do proposto nomeadamente por Farrell (1983) e Meyer e
Herschovitc (2001). Assim, a saída encontra-se particularmente presente no perfil Não
Comprometido (Cluster 3) e Calculativo (Cluster 5) e a negligência e o silêncio de rejeição no
perfil Obrigação por Dívida (Cluster 6).
Figura 4-13- Distribuição dos sujeitos pelos perfis (Clusters), pela saída, voz, lealdade, negligência, silêncio de
rejeição, silêncio de adesão e satisfação com o trabalho
Fonte: Elaboração Própria
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CAPÍTULO V
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5.1.Reflexões Finais
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
essa a intenção dos colaboradores que os adotam. Outros autores, como é o caso de Pinder e
Harlos (2001), Dyne et al.(2003) ou Knoll e Dick (2013) apresentam outras propostas
explicativas sobre os vários motivos originários do silêncio dos indivíduos nas organizações,
confirmando-se assim a sua complexidade, multidimensionalidade e independência face à
voz. De realçar a perspetiva de Pinder e Harlos (2001) que, apesar de não apresentarem
dimensões coincidentes com o silêncio de rejeição e com o silêncio de adesão proposta no
presente trabalho, optam também por defender a dualidade do constructo. No âmbito da
gestão dos recursos humanos, esta dualidade / multidimensionalidade do silêncio levanta aqui
um conjunto de questões que se prendem principalmente com a capacidade das chefias terem
a capacidade interpretativa de cada um destes silêncios sendo esta de extrema importância
dado que os seus consequentes são também eles muito diferentes. Esta capacidade de leitura
dos silêncios pode então ser apoiada pelos seus diferentes antecedentes, introduzindo-se
também os estilos de comunicação (não verbal) adotados pelos colaboradores, podendo estes
transmitir informação explicativa do tipo de silêncio adotado.
Outro grupo identificado refere-se ao conjunto das estratégias comportamentais saída,
voz e negligência. São estratégias de manifestação mais ativa, mais superficial, podendo ser
entendidas como sendo de foro externo. Encontram-se ao nível da própria organização onde o
indivíduo por exemplo opta, deliberada e intencionalmente, em sair, começa a procurar
trabalho, diz à sua chefia que não concorda com algo, procurando melhorar a situação,
começa a chegar atrasado ao trabalho ou não cumpre prazos. São então comportamentos
objetivos deliberadamente intencionais e diretamente identificáveis pela organização. No
âmbito dos resultados aqui obtidos, são estratégias comportamentais que podem suceder
(positiva ou negativamente) ao silêncio de rejeição. Quer isto dizer que o colaborador opta por
reter informação baseado no medo como uma resposta defensiva à organização e este silêncio
deliberado poderá então vir a determinar outras estratégias comportamentais como a decisão
em sair da organização, em adotar comportamentos negligentes ou, numa ótica mais
recuperativa, resolver o foco de insatisfação, através do exercício da voz prosocial. Não tendo
sido objetivo desta investigação, a análise da integração dos comportamentos de cinismo
pessoal (Naus et al., 2007) ou de outras estratégias comportamentais de manifestação mais
visível, neste segundo grupo seria altamente vantajosa na compreensão mais detalhada das
relações entre estratégias e também na relação de antecedência assumida pelo silêncio de
rejeição.
192
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Por fim, surge um terceiro grupo que se posiciona num nível mais interno ao próprio
indivíduo e se refere especificamente à lealdade. Partindo da vasta discussão sobre o
constructo em causa, verificou-se que não é clara a afirmação de que a lealdade é uma
resposta como a saída ou a voz, ou a afirmação de que pode ser um mecanismo que suprime a
primeira e potencie a segunda. Sobre este aspeto tenha-se em linha de conta quatro resultados
obtidos no presente trabalho e que contribuem diretamente para esta discussão (i) não foi
identificada uma relação de causalidade directa entre a lealdade e a saída e entre a lealdade e a
voz; (ii) o modelo que contemplava a lealdade como antecedente das restantes estratégias
(possível mediadora) é estatisticamente idêntico ao modelo que a considera como uma
resposta comportamental, ao nível da saída, da voz e da lealdade; (iii) no modelo que refletia
a natureza comportamental da lealdade, este constructo não se correlacionava como mais
nenhuma estratégia do modelo EVLN e; (iv) A lealdade apenas prediz o silêncio de adesão,
sendo mediadora total da relação entre o comprometimento afetivo e o silêncio de adesão e
entre a satisfação com o trabalho e o silêncio de adesão. Partindo destes quatro resultados
empíricos obtidos, e tendo em linha de conta as várias abordagens teórico-empíricas ao tema,
conclui-se assim que a lealdade é um constructo complexo e altamente subjectivo, como o
próprio Hirschman (1970) ressalvou sendo que na linha do próprio, coloca-se a questão da
lealdade ser uma estratégia de foro interno que se manifesta nas organizações através do
silêncio de adesão pelo que, quando o colaborador é efetivamente leal com a sua organização,
a sua resposta será manifestada externamente através do silêncio de adesão. Já Drigotas et al.
(1995) referia que a lealdade é a estratégias “menos visível” abrindo espaço para esta
interpretação da lealdade enquanto estratégia comportamental que deve ser analisada e
caraterizada de forma independente das restantes. Tendo em conta as particularidades da
amostra utilizada neste trabalho, esta lealdade manifestada por intermédio do silêncio de
adesão deverá ser analisada diferentemente consoante o tipo de carreira já que nos docente a o
silêncio de adesão é determinado unicamente pela lealdade enquanto que no corpo docente
das instituições de ensino superior analisadas, este tipo de retenção de informação depende
também que o colaborador esteja afetivamente ligado à organização e satisfeito com o seu
trabalho. Note-se que esta proposta necessita de validação empírica.
No âmbito do presente trabalho, importa ainda considerar o papel do
comprometimento organizacional, nomeadamente a sua relação com as estratégias
comportamentais bem como os perfis de comprometimento organizacional e a sua
caraterização.
193
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aos seus antecedentes e em relação aos diferentes contextos onde se inserem. Denotar também
que Hirschman (1970), na perspetiva de Dowding e John (2000), apresentou um framework e
não um modelo operacionalizável, pelo que a realização de estudos empíricos que expliquem
a grande problemática aqui em debate podem ser considerados redutores (Dowding e John,
2000). Os próprios autores ressalvam que estes estudos são também importantes sendo que a
continuação de estudos desta natureza e que contemplem e considerem a complexidade,
subjetividade apontada por Hirschman (1970) trarão vantagens na reafirmação da linha de
investigação aqui apresentada. Foi este o objetivo com que se partiu para a realização do
presente trabalho: contribuir ativamente, com base em dados empíricos, considerando também
as abordagens mais conceptuais ao tema, para um avanço científico sobre os comportamentos
deliberados e intencionas dos indivíduos em contexto de declínio da satisfação com o trabalho
e a sua relação com o comprometimento organizacional.
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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(1970), Farrell (1983), Withey e Cooper (1989) e Grima e Glaymann (2012), propõe-se a
realização de um estudo de natureza longitudinal que vise percecionar a sequencialidade entre
estratégias comportamentais, podendo assim responder com um maior grau de certeza qual a
sequência de estratégias adotadas pelos indivíduos durante um determinado período de tempo.
Note-se que, no presente trabalho, uma das conclusões avançadas prende-se com o facto de o
silêncio poder ser entendido como uma estratégia comportamental. Na linha do quadro teórico
estabelecido, os resultados sugeriram uma antecedência desta estratégia comportamental em
relação às restantes. Isto não quer dizer que um indivíduo que opte pelo silêncio tenha como
estratégia comportamental seguinte a saída, a voz ou a negligência. Este tipo de conclusões só
pode ser considerado no âmbito da realização de um estudo longitudinal, tendo sido apenas
identificado um estudo empírico, mas de natureza qualitativa, com estas características
(Girma et al., 2012).
Ainda integrado na temática das estratégias comportamentais, propõe-se a realização
de um estudo que tenha como objetivo principal, analisar a natureza da lealdade e todas as
suas possíveis manifestações como estratégia comportamental. A realização de um estudo que
partisse da proposta de Hirschman (1970) e tivesse em linha de conta as diferentes
abordagens, contribuía também para um melhor entendimento deste fenómeno. Ressalve-se
que a relação entre a lealdade, o silêncio, em particular o silêncio de adesão, e o pensamento
grupal assume aqui uma importância crescente visto o presente estudo concluir a estreita
relação entre os dois primeiros constructos, podendo um ser a manifestação do outro.
Questiona-se também qual o papel do pensamento grupal nesta relação, visto Brinsfield
(2014) identificar este constructo como estando diretamente relacionado com o silêncio.
Propõe-se também a realização de um estudo que incida fundamentalmente na
natureza do silêncio e, partindo já da perspetiva de Morrison (2000), Pinder e Harlos (2001),
Milliken e Morrison (2003) que preconizam que o silêncio é mais que a ausência da voz,
podendo ser considerado um constructo complexo e multidimensional que se manifesta
frequentemente nas organizações. Veja-se que, como foi possível verificar ao longo do
estudo, esta abordagem ao silêncio ainda não está devidamente estabilizada, existindo um
conjunto de diferentes análises que apresentam diferentes propostas de dimensões do silêncio
(e.g. Pinder e Harlos, 2001; Dyne et al., 2003, Knoll e Dick, 2013, Knoll e Dick, 2013a ).
Seguidamente e numa linha distinta, para além das estratégias comportamentais, o
presente trabalho tinha ainda como constructo de referência o comprometimento
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
organizacional pelo que importa apresentar os dois estudos futuros que, na linha das
conclusões apresentadas, devem ser tidos em conta.
O primeiro refere-se ao tipo de amostra utilizada no presente trabalho. O ensino
superior público português, em particular os docentes e não docentes, são uma população com
características muito particulares (Machado et al., 2014; Figueira et al., 2015) sendo que
importa ter também em conta o comprometimento profissional, emergindo assim uma nova
linha de investigação que se prende com a análise da relação de antecedência do
comprometimento com a profissão (Figueira et al., 2015) (e não com a organização) e as
estratégias comportamentais. Numa perspetiva mais completa, sugere-se também a introdução
do comprometimento profissional nesta relação.
O segundo estudo futuro proposto refere-se à continuação de estudos sobre os perfis
de comprometimento organizacional, nomeadamente a sua relação com as estratégias
comportamentais, ao invés da análise da antecedência das dimensões do comprometimento
organizacional. Propõe-se então um estudo com duas fases onde, inicialmente, estudar-se-ia a
emergência e respetiva caracterização dos perfis de comprometimento organizacional e,
seguidamente, a sua relação com as estratégias comportamentais.
Posto isto, e como proposta integradora, de continuidade das principais conclusões
obtidas, nomeadamente a primeira reflexão apresentada no início do primeiro ponto, sugere-se
a realização de um estudo cujo modelo preliminar conceptual é apresentado na figura abaixo.
Neste modelo é preconizada a introdução da lealdade, numa ótica mais interna sendo a sua
manifestação feita pelo silêncio de adesão. As restantes estratégias comportamentais (e.g.
saída, voz prosocial, voz agressiva, cinismo e negligência) são de tipo ativo e visam resolver o
foco de insatisfação, utilizando para tal meio construtivos ou destrutivos, consoante a sua
natureza. Estas estratégias são antecedidas pelo silêncio de rejeição. Neste modelo conceptual
proposto (Figura 5-1), considera-se a nova linha de investigação do comprometimento
organizacional donde se deverão ter em conta os perfis de comprometimento organizacional, e
não as suas dimensões, como antecedentes das estratégias comportamentais.
200
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Pensamos com o presente trabalho ter contribuido para a Academia no sentido em que
foi feita uma revisão do estado da arte relacionada com os construtos em estudo e que
contempla tanto as abordagens clássicas como as mais recentes. No que concerne às
estratégias comportamentais, é proposta uma terminologia agregadora deste fenómeno o que
poderá potenciar as pesquisas e análises sobre o tema, até então desagregadas dificultando o
acesso aos estudos sobre o tema. Procurou-se ainda ter em linha de conta o estudo mais
aprofundado do silêncio dos indivíduos nas organizações como outra resposta possível
quando se deparam com o declínio da satisfação. A introdução de uma estratégia
comportamental adicional, para além das identificadas no modelo EVLN, é também de realçar
contribuindo para a estabilização do fenómeno. Acresce também que o presente trabalho
contribuiu para um melhor entendimento da natureza da lealdade. No âmbito do
comprometimento organizacional, introduziu-se a nova linha de investigação que visa estudar
não as dimensões do comprometimento separadamente, mas sim as suas associações,
enquanto perfis de comprometimento, e a caracterização dos sujeitos que os compõem, tanto
demograficamente como em relação às restantes variáveis em estudo, a saída, a voz, a
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218
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXOS
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
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da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 1
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ISCSP-ULisboa
Universidade de Lisboa
RESUMO
O silêncio dos colaboradores nas organizações tem sido apontado, simplistamente, como a ausência da
voz (Dyne, Ang & Botero, 2003). No entanto, estudos recentes reafirmam a sua complexidade e
importância na medida em que esta alternativa é vista como sendo a opção mais frequente quando a
satisfação com trabalho diminui (Milliken & Morrison, 2003; Dyne et al., 2003). Nesta perspetiva, o
silêncio pode ser entendido como uma decisão intencional e deliberada do indivíduo em reter
informação importante para a organização (Dyne et al., 2003). Pretende-se estudar o silêncio enquanto
estratégia comportamental complexa e multidimensional. Partindo de uma amostra de 756
profissionais do ensino superior público português, o presente artigo visa testar o modelo de Dyne et
al. (2003) para propor uma reconceptualização do silêncio organizacional enquanto estratégia
comportamental, relacionando-o com a satisfação com o trabalho, a saída, a voz, a lealdade e a
negligência. Fazendo recurso à técnica das equações estruturais, os resultados confirmam a
multidimensionalidade do constructo, apresentando, no entanto, características distintas face ao
modelo adotado.
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
The employee’s silence in organizations has been studied, simplistically, as the absence of voice
(Dyne, Ang & Botero, 2003). However, recent studies indicate it complexity and importance as its
being seen as the most frequent choice when job satisfaction decreases (Milliken & Morrison, 2003;
Dyne et al., 2003). In this perspective, silence can be understood as an intentional and deliberate
decision of the individual to retain important information for the organization (Dyne et al., 2003). The
present study studies employees silence as a complex and multidimensional behavioral strategy. From
a sample of 756 individuals, teachers and staff of the Portuguese public higher education, this paper
aims to test the model Dyne et al. (2003) in order to propose a reconceptualization of organizational
silence as behavioral strategy, linking it to job satisfaction, exit, voice, loyalty and neglect. The results
222
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
confirm the complexity and multidimensionality of this construct, however, with different
characteristics to the model proposed by Dyne et al. (2003). The theoretical and practical implications
were discussed.
KEY-WORDS
1. INTRODUÇÃO
O comportamento dos indivíduos nas organizações onde trabalham tem sido um tópico de análise a diferentes
níveis. Este facto torna-se ainda mais relevante quando se manifesta numa conjuntura marcada pelo declínio da
satisfação (Hirschman, 1970; Bilhim, 2001). O estudo destes fenómenos, de respostas conscientes ao declínio da
satisfação com o trabalho é normalmente denominado por estratégias comportamentais (Nascimento, 2010).
Neste âmbito, os indivíduos decidem, de modo deliberado e intencional, agir de determinado modo com um
objetivo concreto em mente – anular as causas do declínio da satisfação com o trabalho.
O estudo destes fenómenos tem tido como principal referência o trabalho de Rusbult, Zembrodt e Gunn (1982) e
de Farrell (1983) que preconizaram o Modelo EVLN. Neste modelo, de características ortogonais, com dois
eixos (ativo/passivo e construtivo/destrutivo) o indivíduo poderá responder ao declínio da satisfação adotando
uma de quatro estratégias possíveis. Poderá sair (E), usar a voz prosocial (V), ser leal à organização (L) ou ser
negligente (N).
Esta abordagem baseou-se no trabalho de Hirschman (1970) apesar do autor não ter proposto um modelo
explicativo “a literatura EVLN parte de um caminho muito diferente de Hirschman. O framework desenvolvido
produz hipóteses diferentes de Hirschman (contudo iguais) e constitui um mecanismo muito diferente”
(Dowding & John, 2012, p. 49) tendo, desde então, surgido trabalhos que discutem as lacunas do Modelo EVLN
em diferentes facetas.
Da extensa discussão lançada sobre esta temática, têm sido apontados dois aspetos que, apesar de diferentes,
relançam a discussão relativa a uma temática concreta e fulcral para o melhor entendimento das estratégias
comportamentais – o Silêncio dos colaboradores nas organizações onde atuam. São eles: a possibilidade de
existirem relações de antecedência entre as estratégias e, também, o facto de não existirem exclusivamente 4
estratégias, como apresenta o Modelo EVLN (Dowding & John, 2012; Dowding, John, Mergoupis & Vugt,
2010).
É, neste âmbito, que surge a necessidade de analisar com maior detalhe o silêncio. Na globalidade, quando
apontado como o oposto da voz, o estudo do silêncio torna-se redutor por ser entendido como aquilo que o
indivíduo faz quando não exerce o seu direito à voz (Morrison, 2011). Porém, uma linha mais recente tem
estudado este constructo como independente da voz (e.g. Knoll & Dick, 2013; Dyne et al., 2003; Morrison &
Milliken 2003). Os autores consideram que o silêncio poderá ser visto como um constructo mais complexo e de
natureza multidimensional. Nesta perspetiva, não se limita a ser o oposto da voz, mas sim o fenómeno que se
manifesta quando “… os colaboradores retêm as suas opiniões e receios acerca de potenciais problemas
organizacionais” (Dyne et al., 2003, p. 1364). Os autores realçam, ainda, a sua intencionalidade e orientação para
um objetivo podendo então ser enquadrado no âmbito das estratégias comportamentais.
Tendo como base a problemática avançada, o presente artigo tem como principal objetivo trazer à discussão o
silêncio dos colaboradores e o seu posicionamento enquanto potencial estratégia comportamental. Partindo do
modelo proposto por Dyne et al. (2003) pretende-se percecionar se, numa amostra composta por 756
participantes que atuam no ensino superior público português, este silêncio se manifesta enquanto estratégia
comportamental complexa e multidimensional. Para tal, recorreu-se a análises estatísticas, descritivas e
confirmatórias com base em modelagem por equações estruturais para estudar esta problemática (Hair, Black,
Babin, Anderson & Tatham, 2006; Maroco, 2007; Salgueiro, 2008; Salgueiro, 2012).
223
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
2. REVISÃO DE LITERATURA
Em 1970, Hirschman analisou o tipo de respostas dos indivíduos numa situação caracterizada pelo declínio da
satisfação. Esta análise, de natureza genérica, evidenciava duas respostas alternativas. Ou os indivíduos optavam
por quebrar a relação causadora da insatisfação – Saída (exit) – ou optavam por tentar resolvê-la através de uma
resposta prosocial que o autor denominou de voz (voice). O autor estudou também outra resposta possível, de
natureza mais subjetiva e de difícil concetualização – a lealdade (loyalty) que ainda hoje suscita discussão sobre
a sua natureza (e.g. Graham & Keeley, 1992; Leck & Sauders, 1992; Briensfield, 2014; Nunes, Reto, Martins &
Tinoco, 2014). Para Hirschman (1970) a lealdade é uma força, uma ligação especial entre o indivíduo e a
organização pelo que os colaboradores leais, sofrem em silêncio (Hirschman, 1970, p. 38). O autor considera
aqui a opção do indivíduo optar por se manter em silêncio, como forma de manifestar a sua lealdade à
organização.
Mais tarde, Farrell (1983) e Rusbult et al. (1988) adaptaram este modelo de três respostas - modelo EVL de
Hirschman (1970) - para as relações organizacionais. Criaram assim o modelo EVLN – composto pelas três
estratégias atrás apresentadas acrescentando uma quarta, a qual denominaram de negligência (neglect).
O modelo tem características ortogonais, definidas por duas dimensões – construtiva versus destrutiva e ativa
versus passiva. Sob este pressuposto, quando se depara com uma situação de declínio da satisfação com o
trabalho, o colaborador tende a agir de forma ponderada, deliberada e intencional, utilizando uma de quatro
estratégias comportamentais possíveis: se optar pela alternativa destrutiva e ativa, então o colaborador irá utilizar
a estratégia comportamental de saída; se a estratégia utilizada se caracterizar por uma abordagem construtiva e
ativa, então estará a procurar solucionar o foco de insatisfação, através da voz; se a solução for também
construtiva mas de natureza passiva, o colaborador irá acreditar que a situação se resolverá, sendo assim, leal à
organização. A introdução da quarta estratégia refere-se à abordagem destrutiva e passiva, onde o colaborador
passa a actuar de forma negligente.
Desde a sua concetualização, o modelo EVLN tem sido utilizado como o modelo de referência para estudar o
comportamento deliberado dos colaborados em contexto de declínio da satisfação. No entanto, tem sido alvo de
críticas a vários níveis (Dowding et al.,2000), destacando-se aqui a possibilidade das estratégias poderem ser
sequenciais e, simultaneamente, poderem existir outras, para além das identificadas pelos autores. Destas, e de
outras críticas emergentes, sugiram um conjunto de estudos com o objetivo de melhor compreender este
fenómeno. O silêncio dos indivíduos nestes contextos assume, assim, uma importância crescente na medida em
que é referido em inúmeros trabalhos, fazendo a maioria deles referência a Hirschman (1970), percursor do
estudo do fenómeno aqui em estudo.
Porém, esta problemática do silêncio nas organizações não tem sido estudada de modo integrado, no âmbito das
estratégias comportamentais, apesar de ser referida na maioria dos trabalhos sobre o tema. Devido à sua
importância, tem sido recentemente revisitada tanto ao nível académico como prático (Hirschman, 1970;
Kolarska & Aldrich, 1980; Withey & Cooper, 1989; Dowding et al., 2000; Morrison & Milliken, 2000; Pinder &
Harlos, 2001; Dyne et al., 2003; Knoll & Dick, 2013; Brinsfield, 2014).
Brinsfield (2014) analisa o posicionamento de Hirschman (1970) em relação ao silêncio. O autor refere-se ao
silêncio não numa ótica oposta à voz (ausência de voz) mas sim como manifestação da lealdade (conforme
vimos anteriormente). Nesta linha, o autor caracteriza os indivíduos leais como aqueles que não praticam
necessariamente a voz mas que poderão permanecer em silêncio (1970, p. 38). O silêncio caracteriza-se, assim,
por uma manifestação mais ou menos passiva do indivíduo, na medida em que este acredita que a situação irá
melhorar. Pinder e Harlos (2001) já tinham interpretado o texto de Hirschman (1970) referindo que o autor
considerava o silêncio como sendo o sinónimo da lealdade. Brinsfield (2014) refere também que Farrell (1983)
propõe a negligência como a quarta resposta do modelo EVLN, caracterizando-a como sendo passiva, apática e
onde o indivíduo se mantem em silêncio.
Na proposta de Kolarska e Aldrich (1980) os autores referiram-se ao silêncio como um comportamento oposto à
voz, identificando duas situações onde o mesmo pode ocorrer: a solução ‘ficar, em silêncio’ pode ser
interpretada como sendo a lealdade de Hirschman (1970) numa perspetiva de acomodação e de lealdade; já a
solução de ‘Sair, em silêncio’ refere-se á opção do indivíduo quebrar a relação com a organização e não lhe dar a
conhecer os principais motivos que o levaram a tomar tal decisão.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Mais tarde, Graham e Keeley (1992) consideram, também, o silêncio como sendo o oposto da voz. No entanto, a
sua interpretação do silêncio é distinta dos restantes autores visto emergir como eixo para a definição do modelo
ortogonal que propõem. Assim, o eixo proposto pelos autores tem como opostos a voz no sentido de querer
mudar o status quo e o silêncio que, contrariamente, significa o não interesse na mudança do status quo. O outro
eixo proposto diz respeito à saída como modo de escapar ou de se querer manter na organização.
Estas abordagens ao silêncio, mais clássicas, relançam a questão da possível existência de outras estratégias
comportamentais como é o caso do silêncio. Não obstante, não é clara a sua natureza e relação com as restantes
estratégias. Algumas das abordagens apresentadas anteriormente, apontam para uma linha de investigação que,
para alguns autores como Pinder e Harlos (2001) ou Morrison e Milliken (2000, 2003) pode ser entendida como
redutora e até simplista por considerarem o silêncio como a ausência de voz e por isso, sempre que o indivíduo
não fala, está calado.
Mais recentemente, nomeadamente a partir do trabalho de Pinder e Harlos (2001), a temática do silêncio tem
sido relançada visto os autores salientarem que este constructo é complexo e multidimensional não devendo ser
entendido como o simples oposto da voz. Pinder e Harlos (2001) identificaram então três temas que são
consistentemente referidos no estudo do silêncio: (1) o facto de se verificar pouco consenso sobre o que é
efetivamente o silêncio; (2) estar associado a outros constructos, normalmente opostos e; (3) a interpretação do
silêncio variar consoante o contexto.
A sua importância é também reiterada pela frequência com que o silêncio se manifesta nas organizações
(Morrison & Milliken, 2003; Whiteside & Barclay, 2013). Ressalve-se que Milliken e Morrison (2003) referem
que “… indivíduos nas organizações debatem-se com uma escolha sobre se devem falar ou manter-se calados
sobre as preocupações … não surpreendente a opção em ficar calado sobre o problema é a mais comum” (2003,
p.563). Sobre esta temática, importa destacar que em 2003 o Journal of Management Studies editou um número
especial dedicado totalmente à temática do silêncio. Morrison e Mililiken (2003) foram os editores deste número
especial tendo contribuído para a temática salientando que o tipo de silêncio que emerge em cada organização
depende do contexto. Os autores mantêm a sua linha de investigação sobre a temática do clima de silêncio,
abordada inicialmente em 2000 e que alavancou o estudo desta temática numa perspetiva mais complexa de tipo
multidimensional. Apesar do estudo do clima do silêncio se caracterizar por um nível mais grupal, não deixa de
ser indicativo e precursor do silêncio dos colaboradores, numa perspetiva mais individual. Veja-se recentemente
o trabalho de Donaghey e Cullinane (2011) relativo à necessidade de estudar, não só a perspetiva individual e
motivacional que origina o silêncio, mas também o papel da gestão e da estrutura organizacional como um meio
de o perpetuar.
Para além da contribuição de Morrison e Milliken (2003), outros têm sido os autores a contribuir fortemente,
com os seus trabalhos, para o estudo desta temática. No entanto vão-se distinguindo nas suas abordagens,
métodos e populações alvo. Destaque-se o artigo de Dyne et al., (2003), proposta que é adotada no presente
artigo, onde os autores propõem uma alternativa conceptual relançando a multidimensionalidade do constructo.
Dyne et al.(2003) partem do pressuposto que a voz e o silêncio são constructos independentes, complexos e
multidimensionais. Enquanto que a voz pode ser entendida como “… intencionalmente expressar ideias,
informação e opiniões relevantes para melhorar o trabalho e a organização”, o silêncio é definido como “ …
intencionalmente reter ideias, informação e opiniões relevantes que melhoram o trabalho e a organização”. Os
autores caracterizam, ainda, a voz e o silêncio como sendo independentes e pertencentes ao “ativo, consciente,
intencional e com um objetivo concreto” (Dyne et al.,2003, p.1365). Pode-se pois concluir que o silêncio pode
ser considerado uma estratégia comportamental na medida em que emerge em situações de declínio da satisfação
e se caracteriza por comportamentos conscientes, intencionais e deliberados com vista à concretização de um
determinado objetivo – resolver o foco de insatisfação.
Tendo como antecedentes a natureza geral do comportamento e o motivo primário dos empregados, e partindo
do pressuposto que a voz não é necessariamente um constructo ativo e construtivo, podendo-se caracterizar de
outras formas, Dyne et al.. (2003) propuseram a existência de três vozes e três silêncios distintos. Os autores
definiram então um conjunto de comportamentos que caracterizam cada uma das vozes e dos silêncios. Partindo
da análise do pressuposto de que o individuo é ativo ou passivo e tendo em conta as motivações que o levam a
optar por uma destas estratégias, os autores propõem, conceptualmente, que a voz e o silêncio sejam constructos
multidimensionais. Relativamente à voz, são identificadas a voz submissa, onde as ideias são expressas baseadas
na resignação; a voz defensiva, baseada no medo; e a voz prosocial baseada na cooperação para a melhoria da
organização (voz vista segundo o Modelo EVLN). Ao nível do silêncio, o silêncio submisso caracteriza-se pela
retenção de ideias por resignação, o silêncio defensivo é baseado no medo e o silêncio prosocial é baseado na
225
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
cooperação onde a retenção de ideias é feita com o objetivo de proteger o conhecimento em benefício da
organização.
A proposta dos autores foi adotada por diferentes autores, em diferentes estudos, destacando-se Wang, Hsieh,
Tsai e Cheng (2011), Wang e Hsieh (2014), Gambarotto e Cammozzo (2010), Duan, Lam e Chen (2010) ou
Tangirala e Ramanujam, 2008). Após estas contribuições relativas à análise do silêncio, importa rever outras
abordagens que seguem também a perspetiva mais recente onde este constructo é entendido como complexo e
multidimensional.
Pinder e Harlos (2001) apresentam um artigo de características conceptuais onde discutem a emergência do
silêncio como problemática crítica de estudo. Os autores definiram o silêncio como sendo a “… retenção de
qualquer forma genuína de expressão sobre os comportamentos, cognições e afetos dos indivíduos relativos à sua
avaliação das circunstâncias organizacionais em relação a pessoas que são capazes de afetar, mudar ou
redirecionar” (Pinder & Harlos, 2001, p.334). Nesta discussão os autores focam-se muitas vezes na dualidade do
silêncio e da sua finalidade. A título de exemplo os autores referiram que o silêncio tanto pode juntar as pessoas,
como separá-las; pode fazer bem, ou mal; pode facultar informação, ou escondê-la ou; pode representar uma
reflexão intensa ou nenhuma reflexão sobre o tema (Pinder & Harlos, 2001, p. 338). No entanto, os autores
alertam para o facto desta dualidade poder levar a uma conceptualização do silêncio negativo ou positivo,
alertando para o facto de que este não deve ser o foco da análise. Deve-se sim, dar especial enfoque ao grau de
aceitação dos indivíduos que os levará a serem, mais ou menos silenciosos. Nesta linha da dualidade do silêncio,
os autores propuseram a existência de dois silêncios com características distintas (Tabela 1).
No seguimento dos estudos relativos a esta temática, Knoll e Dick (2013a) apresentam um artigo que tem como
objetivo validar uma escala de medida para quatro silêncios possíveis. Os autores partiram da discussão em que a
falta de conhecimentos e estabilização do constructo são produto do desconhecimento, falta de consenso e falta
de uma escala validada para o medir. Na linha dos estudos do clima de silêncio, Morrison e Milliken (2000,
2003) consideram o silêncio organizacional como um fenómeno top-down, enquanto que Knoll e Dick (2013a)
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
defendem que este deve ser entendido numa perspetiva bottom – up, ou seja, de que modo as motivações dos
indivíduos contribuem para o silêncio e sua manutenção ou disrupção. Assim, partindo dessas motivações, os
autores referem que o silêncio pode ser entendido como um constructo multidimensional composto por quatro
dimensões. Knoll e Dick (2013a) retomam os dois silêncios propostos por Pinder e Harlos (2001) e consideram
também o silêncio prosocial de Dyne et al. (2003). Acrescentam um quarto silêncio que denominam de silêncio
oportunista, mais orientado para o Eu e que se caracteriza pela retenção de informação motivada pela
oportunidade de ganhos próprios, como por exemplo manterem o poder e o status neles próprios, aceitando a
possibilidade de esta estratégia influenciar negativamente outros. Os resultados obtidos confirmam a
multidimensionalidade do constructo, particularmente a existência das quatro dimensões. Os autores completam
a discussão relacionando cada dimensão com outros constructos nomeadamente a satisfação com o trabalho. Os
resultados apontam para uma correlação negativa entre a satisfação com o trabalho e os dois tipos de silêncio que
se baseiam em Pinder e Harlos (2001): o silêncio quiescence e o silêncio acquiescence e, ainda, baixas
correlações entre a satisfação com o trabalho e o silêncio prosocial e oportunista.
Ainda em 2013, Brinsfield publica um artigo semelhante onde propõe a existência, não de quatro mas, de seis
tipos de silêncio. Antes de se identificar os silêncios propostos pelo autor, importa aqui ressalvar que este se
refere explicitamente a um silêncio intencional e que este silêncio intencional não pode ser estudado como
equivalente da ausência da voz na medida em que um não implica necessariamente o outro. Assim, através da
condução de quatro estudos independentes, o autor conclui que existem seis silêncios distintos que se passam a
explicitar. O silêncio desviante o qual é entendido como um comportamento desviante do trabalho e que poderá
ter consequências negativas. O silêncio relacional, comparado inicialmente com o silêncio prosocial sendo, no
entanto, distintos na medida em que o prosocial pode ser motivado pelo altruísmo e o relacional não. O silêncio
relacional é motivado por interesses próprios e não orientado para o outro, como o prosocial. O silêncio
defensivo, é motivado pelo medo, na linha do silêncio defensivo de Dyne et al..(2003) e do silêncio quiescence
de Pinder e Harlos (2001). O silêncio tímido, caracteriza-se pela falta de auto-confiança, pela insegurança e
incertezas. Conceptualmente, este silêncio pode sobrepor-se ao silêncio defensivo pelo facto de ambos se
associarem ao medo das consequências. O silêncio ineficaz caracteriza-se pela opção em reter informação
baseada em motivos que a não retenção não teria qualquer utilidade. O autor associa-o assim ao silêncio
acquiescence de Pinder e Harlos (2001) e ao silêncio submisso de Dyne et al.. (2003) na medida em que se
baseia na resignação, no facto de se tomarem as coisas como garantidas e na falta de noção de existirem
alternativas. O autor opta por nomear este silêncio de forma diferente para dar mais ênfase ao facto de ele não
influenciar positivamente o contexto e diminuir a sua vertente marcada pela resignação. Finalmente, o silêncio
disengaged (desligado/descomprometido) o qual se caracteriza pelo facto dos indivíduos estarem desligados da
organização. Pode sobrepor-se ao silêncio submisso por ambos se associarem a sentimentos de baixa auto-
eficácia dos colaboradores. No entanto, podem ser entendidos como dimensões empiricamente distintas.
Como foi possível verificar, o silêncio assume uma forte relevância organizacional verificando-se uma
complexidade do constructo que, na sua globalidade, tem sido percepcionado de modo simplista como oposto da
voz. Não obstante, o papel que desempenha na organização merece um estudo mais aprofundado sobre a sua
natureza e conceptualização, nomeadamente pelo facto de ser a alternativa mais utilizada pelos indivíduos nas
organizações (Miliken & Morrison, 2003; Dyne et al., 2003).
Tendo em conta que o silêncio está a ser estudado no âmbito das estratégias comportamentais, importa clarificar
o que se entende por satisfação com o trabalho. Adotou-se, para tal, a perspetiva de Hackman e Oldham (1980)
da satisfação com o trabalho onde este constructo é entendido como tendo uma natureza unidimensional
resultante da avaliação que o indivíduo faz a fatores intrínsecos e extrínsecos, na sua relação com a organização
onde trabalha.
3. OBJETIVOS DO ESTUDO
Partindo da reflexão crítica referente à natureza do silêncio dos colaboradores nas organizações, o presente
artigo, caracterizado por ser exploratório, tem como principal objetivo estudar este constructo, nomeadamente a
sua multidimensionalidade e relação com as estratégias comportamentais presentes no modelo EVLN de Rusbult
et al. (1982) e Farrell (1983). Deste grande objetivo, emergem, desde logo, três objetivos específicos: (1) o
primeiro prende-se com a adequabilidade do modelo proposto por Dyne et al. (2003) ao contexto português, em
particular ao sector do ensino superior público português. Assim, de forma a validar a escala face à amostra,
optou-se por adotar esta abordagem concetual na medida em que é o modelo que melhor espelha a natureza do
silêncio no âmbito das estratégias comportamentais, ou seja, enquanto comportamento adoptado de modo
intencional, consciente e deliberado do colaborador, com um objetivo concreto que é gerir o declínio da
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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satisfação com o trabalho. Neste contexto, o silêncio é visto segundo Dyne et al. (2003) como constructo
multidimensional composto por três dimensões distintas. O silêncio submisso (SS) onde o colaborador retém
informação porque está resignado, o silêncio defensivo (SD) onde o individuo retém informação porque tem
medo e o silêncio prosocial (SP) onde ele retém a informação porque é cooperante com a organização; (2) o
segundo objetivo pretende estudar o silêncio no âmbito das estratégias comportamentais. Tendo em conta que
diferentes autores ressalvaram a existência de outras respostas para além das identificadas no Modelo EVLN, o
silêncio será estudado enquanto consequente da satisfação com o trabalho (Sat) (Hackman e Oldham, 1975); (3)
o terceiro objetivo deriva do anterior e retoma as estratégias comportamentais identificadas no Modelo EVLN
pretendendo-se, desta forma, verificar a relação do silêncio com a saída (E), a voz (V), a lealdade (L) e a
negligência (N).
4. MÉTODO
O presente trabalho caracteriza-se pela metodologia quantitativa tendo sido utilizada a técnica do inquérito por
questionário.
4.1. Instrumento
Utilizou-se a escala proposta por Dyne et al.. (2003) para o silêncio dos colaboradores nas organizações. Apesar
da escala não estar devidamente validada para Portugal, foi traduzida por Rego (2013) para a língua portuguesa.
Foi realizada a tradução da escala original para português, utilizando para isso o método de tradução/retroversão.
Os resultados obtidos foram comparados com a escala proposta por Rego (2013) permitindo, assim, uma
tradução mais fiável da escala final aqui proposta.
No passo seguinte, foi solicitado a um grupo de peritos a análise da adequabilidade da escala, ou seja, se os itens
realmente medem o que é suposto medirem. Foi realizado também um pré-teste seguido de focus-group com
vista à discussão sobre a adequabilidade da escala proposta.
Posto isto, conforme o quadro teórico (Dyne et al., 2003), o silêncio é considerado um constructo
multidimensional composto por três dimensões distintas – o silêncio submisso (SS_2, SS_10, SS_20, SS_28,
SS_51), o silêncio defensivo (SD_6, SD_13, SD_21,SD_33, SD_52) e, por fim, o silêncio prosocial (SP_7,
SP_15, SP_24, SP_34, SP_53). Os itens finais encontram-se vertidos na Tabela 2.
SS_2 Não estou disposto a fazer sugestões de mudança porque estou pouco empenhado
SS_10 Retenho ideias passivamente porque estou resignado
SS_20 Passivamente, guardo ideias para a solução de problemas para mim próprio
SS_28 Mantenho para mim ideias de melhoria porque tenho pouca autoconfiança para fazer a
diferença
SS_51 Retenho ideias sobre como melhorar o trabalho á minha volta porque estou pouco
empenhado
SD_6 Não falo, nem sugiro ideias de mudança porque tenho medo
SD_13 Retenho informação relevante porque tenho medo
SD_21 Omito factos importantes de modo a proteger-me
SD_33 Evito expressar ideias de melhoria para me auto proteger
SD_52 Retenho a solução para os problemas porque tenho medo
SP_7 Retenho informação confidencial, porque sou cooperante
SP_15 Protejo informação para que a organização beneficie
SP_24 Resisto à pressão dos outros em contar segredos organizacionais
SP_34 Recuso-me a divulgar informação que possa prejudicar a organização
SP_53 Protejo, de forma adequada, informação confidencial por preocupação para com a
organização
Fonte: Elaboração Própria
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Para medir a satisfação com trabalho adotou-se a escala de Hackman e Oldham (1975). Esta escala foi adaptada
e traduzida para português por Nascimento (2010) e é composta por 5 itens. Quanto às escalas referentes às
estratégias comportamentais também elas foram retiradas de Nascimento (2010). A saída e a voz são compostas
por 10 itens cada. A lealdade e a negligência por 9 itens, cada.
Relativamente à escala de resposta, optou-se por utilizar uma escala de Likert de 7 pontos estando o valor 1
associado ao “Discordo Totalmente” e o 7 ao “Concordo Totalmente”, tal como proposto originalmente por
Hackman e Oldham (1975), Dyne et al. (2003) e Nascimento (2010).
Utilizou-se uma amostra de conveniência, composta por 756 indivíduos, docentes e não docentes, que atuam no
ensino superior público português. Da totalidade da amostra, 125 (16,5%) pertencem ao ensino universitário
público enquanto que 631 (83,5%) pertencem ao ensino politécnico público. Não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas entre os dois subsistemas de ensino.
Na globalidade, a amostra é maioritariamente composta por participantes do sexo feminino (66,1%). A média de
idades é de 43,7 anos (S.D=9,5 anos) sendo que 19,9% têm até 35 anos, 21,8% têm entre 36 e 40 anos e 58,5%
têm mais de 41 anos. A antiguidade média é de 13,9 anos (S.D.=85), sendo que 24,3% estão nas respectivas
organizações entre 11 a 15 anos.
5. RESULTADOS
Tendo presente que o nosso principal objetivo é o de estudar a complexidade da natureza do silêncio dos
colaboradores, nomeadamente em relação à sua potencial multidimensionalidade, na apresentação dos
resultados, optou-se por evidenciar esse constructo. Porém, também para a satisfação com o trabalho, a saída, a
voz, a lealdade e a negligência foram realizadas todas as análises estatísticas propostas, nomeadamente análise
Descritiva, Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória com vista à modelagem por equações
estruturais estabelecendo, assim, relações entre a satisfação com o trabalho e o silêncio e incluindo, também, as
restantes estratégias comportamentais.
A escala do silêncio, constituída por 15 itens, apresentou um coeficiente Alfa de Cronbach de 0,725.
Relativamente às suas dimensões, refira-se que o silêncio submisso apresenta coeficiente Alfa de Cronbach de
0,700, o silêncio defensivo de 0,797 e o silêncio prosocial de 0,721.
Conforme análise da tabela abaixo apresentada, importa aqui tecer algumas considerações. Os valores médios
são mais elevados ao nível dos itens referentes ao silêncio prosocial do que em relação aos itens do silêncio
submisso e defensivo. Ao nível das correlações entre os itens verifica-se correlações negativas ou não
significativas entre os itens do silêncio prosocial e os dos silêncios submisso e defensivo. Já as correlações entre
os silêncios submisso e defensivo, são significativas e positivas. Estes resultados preliminares poderão assim
sugerir alguma ligação mais específica entre o silêncio submisso e o silêncio defensivo, o que contraria a
abordagem de Dyne et al. (2003) que os conceptualizam com base em naturezas distintas, passiva e ativa,
respetivamente.
229
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
M DP S S _2 S S _10 S S _20 S S _28 S S _51 S D_6 S D_13 S D_21 S D_33 S D_52 S P_7 S P_15 S P_24 S P_34 S P_53
S S _2 1,85 1,361 1
S S _10 2,43 1,642 0,306 1
S S _20 2,32 1,602 0,286 0,436 1
S S _28 2,26 1,562 0,295 0,345 0,416 1
S S _51 2,13 1,658 0,321 0,241 0,251 0,272 1
S D_6 2,06 1,520 0,339 0,432 0,349 0,383 0,251 1
S D_13 1,89 1,406 0,236 0,368 0,278 0,353 0,196 0,426 1
S D_21 2,24 1,548 0,311 0,355 0,437 0,322 0,262 0,348 0,403 1
S D_33 2,20 1,503 0,359 0,471 0,466 0,477 0,245 0,516 0,404 0,434 1
S D_52 1,82 1,274 0,33 0,429 0,446 0,415 0,408 0,5 0,42 0,433 0,557 1
S P_7 5,20 2,008 -,030 -,022 -0,106 ,000 ,002 ,011 ,014 -,023 -,048 -0,092 1
S P_15 4,91 1,739 0,081 -,054 -,056 ,005 ,000 -,028 ,012 ,001 -,031 -0,078 0,41 1
S P_24 5,60 1,681 -,051 -0,16 -0,075 -0,078 -0,099 -,065 -,047 -,057 -0,137 -0,132 0,246 0,258 1
*
S P_34 5,57 1,696 -,080 -0,085 -,051 -,041 -,067 -,055 -,047 -,039 -,043 -0,106 0,298 0,384 0,363 1
S P_53 5,49 1,688 -,105** -0,131 -0,114 -0,119 -0,114 -0,08 -0,085 -,070 -0,127 -0,176 0,332 0,363 0,36 0,438 1
A Análise Fatorial Exploratória (AFE) tem como finalidade identificar uma estrutura de fatores semelhante à
estrutura identificada no modelo teórico, sendo considerada uma técnica de análise prévia à Análise Fatorial
Confirmatória (AFC).
Utilizou-se o método de estimação por máxima verosimilhança (Maximum Likelihood) por ser o mais utilizado
neste âmbito (Maroco, 2007). Optou-se, também, por realizar uma rotação oblíqua Promax (Maroco, 2007).
Numa primeira fase, optou-se por não forçar o número de factores extraídos. A solução encontrada apresenta um
KMO de 0,882 com uma solução de dois fatores, sendo que o primeiro fator explica 29,6% da variância e o
segundo 15,3%, apresentando assim uma explicação total da variância de 45%. Nesta solução, os itens referentes
ao silêncio submisso e ao silêncio defensivo correspondem ao primeiro fator que pode indicar um silêncio de
natureza de rejeição para com a organização. O segundo fator refere-se ao silêncio prosocial indicativo de um
silêncio de natureza de adesão.
Silêncio de Silêncio de
Rejeição Adesão
SS_2 ,502 -,138
SS_10 ,610 -,129
SS_20 ,619 -,110
SS_28 ,592 -,066
SS_51 ,436 -,114
SD_6 ,652 -,059
SD_13 ,567 -,021
SD_21 ,623 -,064
SD_33 ,733 -,101
SD_52 ,737 -,166
SP_7 -,033 ,535
230
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Como é possível verificar pela matriz de estrutura, os factor loadings são superiores a 0,5, valor de referência
para a eliminação de itens (Hair et al., 2006). Assim sendo, nenhum item careceu de eliminação.
Não obstante, importa repetir a AFE, forçando o número de fatores a três, conforme o quadro teórico
estabelecido (Dyne et al., 2003). Os resultados obtidos explicam 51,2% da variância total. O primeiro fator
explica 29,6% da variância, o segundo fator explica 15,3% e o terceiro fator 6,1%. Note-se que o primeiro fator é
composto pelos itens do silêncio submisso e do silêncio defensivo. Apenas o item SS_51 “Retenho ideias sobre
como melhorar o trabalho á minha volta porque estou pouco empenhado” não consta neste factor, sendo ele o
factor explicativo do terceiro fator (FL de 0,999). Os itens do silêncio prosocial têm representação no segundo
fator. Mais uma vez, os resultados reforçam a estreita ligação existente entre o silêncio submisso e o silêncio
defensivo, como as correlações entre os fatores tinham inicialmente indicado.
A Análise Fatorial Confirmatória (AFC) tem como finalidade verificar a adequação da escala ao modelo teórico
e ao seu ajustamento com os dados, ou seja, à amostra. Neste sentido, é já utilizada quando existe uma
informação antecedente sobre a estrutura fatorial que se pretende confirmar. É pois uma fase posterior e mais
completa da AFE.
O primeiro modelo de medida (modelo inicial) testado comtempla as três dimensões do silêncio propostas por
Dyne et al. (2003), através da totalidade das variáveis manifestas. O modelo apresenta uma boa bondade de
ajustamento (RMSEA=0,072) e os factor loadings são superiores a 0,60. Verifica-se, também, a partir da análise
das correlações das variáveis latentes, uma correlação de 0,98 entre o silêncio submisso e o silêncio defensivo, e
231
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
correlações negativas entre o silêncio submisso e o silêncio prosocial (-0,32) e entre o silêncio defensivo e o
silêncio prosocial (-0,29). Estes resultados reforçam a AFE que indicou a existência de dois fatores (silêncio
submisso/silêncio defensivo e silêncio prosocial). Neste âmbito, os resultados sugerem que o silêncio pode ser
um constructo bidimensional composto por duas, e não três, dimensões. Uma primeira dimensão composta pelo
silêncio submisso e defensivo passa agora a ser denominada de silêncio de rejeição e uma segunda dimensão já
existente – o silêncio prosocial – que passa a ser denominada de silêncio de adesão.
Já o segundo modelo (modelo 2) é composto por estas duas novas variáveis latentes consubstanciadas pela
totalidade das variáveis manifestas. Os resultados apontam para um ajustamento do modelo aos dados. Os factor
loadings variam entre 0,60 e 0,84. No entanto, o silêncio de rejeição (SS+SD) é composto por 10 variáveis
manifestas. Optou-se então por eliminar os itens com factor loadings inferiores a 0,7 (SS_2, SS_10 e SS_51).
Este modelo (modelo 2A) também apresenta uma boa bondade de ajustamento sendo que o silêncio de rejeição é
composto por 7 variáveis manifestas enquanto que o silêncio de adesão é composto pelas 5 variáveis manifestas
originais.
Importa ainda testar o modelo enquanto constructo unidimensional (modelo3). Os resultados reforçam a
existência da bidimensionalidade do constructo na medida que que os factor loadings dos itens correspondentes
ao silêncio prosocial apresentam valores negativos e baixos e os indicadores de bondade de ajustamento pioram
substancialmente.
Na tabela 6 apresentam-se as medidas de bondade de ajustamento referentes aos quatro modelos testados. A
análise das medidas de bondade de ajustamento confirma que o modelo mais ajustado se refere ao silêncio
enquanto constructo bidimensional (modelo 2A). Posto isto, o modelo final do silêncio preconiza que, na
Modelo 3
Modelo Inicial Modelo 2A (Silêncio
Indicadores 1 Modelo 2 (SR/SA) (SR Eliminados FL<0,7 Unidimensional)
(SS/SD/SP) do SR)
amostra em análise, este constructo é composto por duas componentes, uma referente ao silêncio de adesão
(anteriormente SP) e outra ao silêncio de rejeição (anteriormente SD+SS).
Reforce-se que foi realizada uma Análise Fatorial de 2ª Ordem para confirmar, ou não, a unidimensionalidade do
silêncio. Visto que o modelo não convergiu, reforça-se os resultados que vão ao encontro da
multidimensionalidade do constructo. Apesar de não se confirmarem as dimensões sugeridas por Dyne et al..
(2003) confirma-se que o modelo é multidimensional.
Apresenta-se de seguida o modelo de medida final. Neste sentido, verifica-se que o silêncio é composto por duas
componentes e que as mesmas estão negativamente correlacionadas entre si (-0,28). A primeira componente é
denominada por silêncio de rejeição (SR) e é composta por 7 variáveis manifestas, duas referentes ao silêncio
submisso e as restantes cinco referentes ao silêncio defensivo, segundo a abordagem de Dyne et al. (2003). Este
silêncio caracteriza-se pelo facto do indivíduo optar deliberadamente por não reagir por motivos de
autoprotecção e de medo das possíveis repercussões. Consequentemente, é um silêncio que poderá ser indicativo
de uma tendência destrutiva da relação entre o individuo e a organização. Não foi identificado nenhuma
232
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
dimensão do silêncio com características idênticas noutros autores que postulam a multidimensionalidade do
constructo.
Já a segunda componente, denominada de silêncio de adesão (SA), é composta pelos 5 itens originais do silêncio
prosocial preconizados por Dyne et al. (2003). Neste caso, o indivíduo opta pelo silêncio com a finalidade de
proteger a própria organização, em benefício dela. É pois um silêncio baseado na cooperação e na construção de
uma melhor relação entre o individuo e a organização. Neste âmbito denota-se um paralelismo entre esta
dimensão do silêncio e o pensamento grupal, onde o indivíduo, independentemente das suas opiniões, opta por
seguir a vontade do grupo, em prol deste e da organização (Janis, 1982; Briensfield, 2013). De notar que outros
autores, como é o caso de Knoll e Dick (2013) também identificaram esta dimensão do silêncio.
No seguimento do estudo sobre o silêncio e tendo em conta os resultados obtidos na determinação do modelo de
medida final relativo a este constructo importa, nesta fase, estudar a relação entre a satisfação com o trabalho e o
silêncio considerando-o uma estratégia comportamental ou seja, uma resposta intencional e deliberada do
individuo em contexto de declínio da satisfação com o trabalho.
O modelo de medida final da satisfação com o trabalho apresenta uma boa bondade de ajustamento (RMSEA
0,05; GFI 0,99; CIF 1,00; IFI 1,00; ϰ²/df 3,2). Posto isto, e a partir da Análise de Modelos de Equações
Estruturais chegou-se ao modelo final, que se passa a apresentar. O modelo final apresenta uma boa bondade de
ajustamento (RMSEA 0,05; GFI 0,94; CIF 0,99; IFI 0,99; ϰ²/df 1,5).
233
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Figura 3 - Modelo Estrutural da Satisfação com o Trabalho e com o Silêncio (Solução Completamente
Estandardizada)
Fonte: Elaboração Própria
Verifica-se assim uma relação negativa entre a satisfação com o trabalho e o silêncio de rejeição e uma relação
positiva entre a satisfação com o trabalho e o silêncio de adesão. A correlação entre as duas dimensões do
silêncio é negativa e significativa, reforçando uma vez mais a sua dualidade, sendo o silêncio de rejeição um
silêncio que espelha uma relação de tipo negativo com a organização emergindo em contexto onde a satisfação
com o trabalho é inferior. Já o silêncio de adesão caracteriza-se pela forte ligação com a organização
aumentando à medida que aumenta a satisfação com o trabalho.
Como já foi referido anteriormente, o terceiro objetivo é analisar a relação que se estabelece entre o silêncio e as
restantes estratégias comportamentais propostas no modelo EVLN. Tendo em conta que o quadro teórico das
estratégias comportamentais se baseia no trabalho de Rusbult et al. (1982) e Farrell (1983) que preconizaram o
Modelo EVLN como as possíveis quatro respostas dos indivíduos ao declínio da satisfação, importa aqui
apresentar um modelo que inclua o silêncio como uma outra alterativa de resposta ao declínio da satisfação com
o trabalho pelo que, deverá ser integrado como a quinta estratégia comportamental, estabelecendo-se assim a sua
relação com a satisfação com o trabalho. Note-se que, no âmbito da validação da escala do modelo EVLN face a
amostra, verificou-se um bom ajustamento do modelo aos dados (RMSEA 0,08; GFI 0,89; CIF 0,99; IFI 0,99;
ϰ²/df 2,4).
Está-se assim em condições de estabelecer as relações entre a satisfação com o trabalho e as estratégias
comportamentais comtempladas no modelo EVLN e, também, com as duas dimensões do silêncio dos
colaboradores. Foram testados três modelos referentes apresentando-se abaixo uma tabela como as medidas de
bondade de ajustamento de cada um.
Verifica-se que os três modelos apresentam indicadores de bondade de ajustamento aceitáveis. Adicionalmente,
a maioria dos indicadores são idênticos nos três modelos em estudo (destaque-se o GFI, o CFI, o IFI e ϰ²/df). No
entanto, da análise do Modelo AIC, verifica-se que o modelo 3 é o que tem o valor mais baixo, sendo este o
modelo final. A diferença entre os três modelos consiste na eliminação das relações estatisticamente não
significativas (T-Value ≤ 1,96) (Hair et al., 2006).
O primeiro apontamento a reter prende-se com a relação de cada estratégia comportamental com a satisfação
com o trabalho. Verifica-se que todas as relações são significativas, sendo que as estratégias de natureza negativa
(saída, negligência, e silêncio de rejeição) têm uma relação negativa com a satisfação com o trabalho, enquanto
que as estratégias comportamentais de natureza positiva (voz, lealdade e silêncio de adesão) apresentam uma
relação positiva com a satisfação com o trabalho. Estes resultados vão ao encontro do trabalho de Nascimento
(2010). As relações de maior intensidade são a relação entre a satisfação e a saída (-0,82) seguida da satisfação e
a lealdade (0,77).
234
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Figura 4 - Modelo Final da Satisfação e as Estratégias Comportamentais (Saída, Voz, Lealdade, Negligência,
Silêncio de Adesão e Silêncio de Rejeição) (solução completamente estandardizada)
Fonte: Elaboração Própria
Importa ainda analisar a correlação entre as diferentes estratégias comportamentais. A primeira nota prende-se
com o facto da correlação entre a voz e o silêncio de adesão não ser significativa neste modelo (T-Value=1,62
logo ≤1,96) tendo sido eliminada, sugerindo, assim, a independência entre estas duas estratégias
comportamentais e as suas naturezas distintas. Este facto vai ao encontro das abordagens mais recentes que
apontam pela independência dos constructos e não pelo facto de o silêncio ser o oposto da voz.
Os resultados apontam também para uma correlação negativa entre as estratégias comportamentais com
orientações distintas (V-SR e N-SA) e correlações positivas entre as estratégias comportamentais com a mesma
orientação (E-SR, E-N e L-SA). É entre a voz e o silêncio de rejeição que se verifica a correlação de maior
intensidade (-0,73). Este resultado é expectável na medida em que, se o colaborador optar pela voz (prosocial),
tendencialmente não irá optar por reter informação derivado a motivos de rejeição para com a própria
organização.
Note-se que apenas o silêncio de adesão se correlaciona com a lealdade (0,24). Nenhuma outra estratégia
comportamental apresenta correlações estatisticamente significativas com a lealdade. Estes resultados relançam a
discussão que se prende com a natureza da lealdade. Quando Hirschman (1970) identificou a lealdade
apresentou-a como uma força altamente complexa que pode ser entendida como uma atitude (operacionalizada
como mediadora de comportamentos) ou como um comportamento (operacionalizada como uma estratégia
comportamental). Outros autores (e.g. Leck & Saunders,1992; Withey & Cooper, 1988, 1992; Dowding et al.,
2000 ou Sabino et al., 2012) relançam esta questão verificando-se que existem diferentes abordagens ao tema,
como confirmado na revisão de literatura já realizada anteriormente. Porém, importa aqui ressalvar que
Hirschman (1970) referiu que os colaboradores leais tendem a sofrem em silêncio. Outros autores reforçam esta
linha de pensamento que associa a lealdade com o silêncio. Desta forma, os resultados aqui apresentados
poderão sugerir que o silêncio, neste caso particular o silêncio de adesão, poderá ser entendido como uma
manifestação da própria lealdade. Note-se, no entanto, que os dados do presente trabalho não permitem a
validação desta possibilidade.
6. DISCUSSÃO
235
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Teve-se como principal objetivo estudar o silêncio dos colaboradores nas organizações integrando-o no âmbito
das estratégias comportamentais. Optou-se por focar a análise neste constructo particular na medida em que ele
prevalece nas organizações mas tem sido pouco estudado denotando-se assim pouca clarificação teórica e
empírica do mesmo. Dyne et al. (2003, p. 1363) referem mesmo que “ Morrison e Milliken notaram que o
silêncio é uma força poderosa nas organizações mas não tem recebido uma atenção rigorosa e de investigação
que merece”.
Partiu-se assim da perspetiva de Dyne et al. (2003), onde o silêncio não é entendido como o oposto da voz, mas
sim como um constructo multidimensional onde os indivíduos intencionalmente retêm informação importante da
organização motivados pela resignação (silêncio submisso), pelo medo (silêncio defensivo) e pela cooperação
(silêncio prosocial).
Neste sentido, não estando em causa a passividade versus atividade intrínseca do indivíduo que origina um
determinado tipo de comportamento, a decisão intencional e deliberada do mesmo em permanecer calado dá-se
por motivos extrínsecos de duas naturezas distintas. Por um lado, por fatores originários de uma repressão do
individuo em relação à organização. Esses fatores poderão ser a resignação, o medo, a própria submissão em
relação à organização. E, neste caso está-se perante um silêncio de rejeição. Por outro lado, por fatores
originários de aprovação e consentimento do indivíduo em relação à organização e ao grupo de trabalho. O
individuo opta então pelo silêncio por querer cooperar com a organização ou até mesmo por querer ser
reconhecido por ela. Neste caso, está-se perante um silêncio de adesão. Apesar de não se ter analisado esta
questão, sugere-se que o silêncio de adesão possa ser associado aos fenómenos de pensamento grupal podendo
assim ter repercussões negativas para a organização (Janis, 1982; Briensfield, 2013). Noutra linha, também já
aqui identificada, poderá ser entendido como uma manifestação da lealdade, onde o colaborador permanece
calado em contextos de declínio da satisfação como forma de manifestar e reforçar a sua lealdade para com a
organização.
Clarifique-se também as principais razões que levaram a optar por denominar as duas componentes do silêncio
utilizando terminologias distintas das propostas pelos autores de referência, nomeadamente Dyne et al. (2003).
Tomou-se essa decisão como forma de salientar a dualidade do silêncio propondo assim um modelo explicativo
que as distinga uma da outra, procurando-se também distanciar da proposta de Dyne et al. (2003) visto as
justificações para a emergência destas duas componentes, ou seja, as suas naturezas, serem também elas
distintas. A terminologia escolhida (rejeição versus adesão) teve assim como base a etimologia das respetivas
palavras. Optou-se por duas palavras que, na sua origem, reflectissem a natureza dos próprios silêncios. Chegou-
se ao silêncio de rejeição sendo que a origem da palavra vem de “..REJEIÇÃO – do Latim reicere, “atirar de
volta”, formado por re-, “de volta, para trás”, mais jacere, “jogar, atirar””. Assim, a rejeição surge no sentido de
“atirar para trás” no sentido do ditado português “Atirar para trás das costas” que quer dizer que a pessoa não
quer saber, quer esquecer, não quer enfrentar algo. Já a palavra adesão “vem do Latim ADHAERERE, “unir-se,
juntar-se a”, formado por AD, “a”, mais HAERERE, “colar-se, unir-se, grudar-se””. Neste sentido, surge como
forma do individuo querer colar-se à organização, manter-se junto dela, unir-se a ela. O silêncio é, assim, mais
do que a ausência da voz. É pois uma estratégia comportamental independente, multidimensional que está
presente nas organizações, pelo que as suas duas dimensões devem ser consideradas de modo independente
enquanto estratégias comportamentais.
236
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
7. CONCLUSÃO
Do presente trabalho emergem um conjunto de questões que sugerem a continuidade do estudo sobre esta
temática. Mais uma vez, se confirma a necessidade em reconcetualizar o modelo EVLN de Rusbult et al. (1982)
e Farrell (1983). Em primeiro lugar, verificou-se a emergência de uma estratégia não identificada pelos autores,
o silêncio dos colaboradores. Não obstante, outros autores propuseram outras potencias estratégias,
nomeadamente o cinismo (Naus, 2007) ou a voz enquanto estratégia mais destrutiva e agressiva (Hagedoorn et
al., 1999). Posto isto, identifica-se uma limitação do presente trabalho que se prende com a não inclusão destas
estratégias alternativas na relação com o silêncio. Optou-se sim por considerar apenas as estratégias propostas no
modelo de referência do estudo destes fenómenos – o modelo EVLN. Propõe-se então que um estudo futuro
tenha como objetivo testar a relação do silêncio com outras estratégias identificadas na literatura.
Urge, ainda, estudar com maior foco o papel da lealdade neste contexto. Hirschman (1970) identificou-a como
uma força complexa, Rusbult et al. (1988) definiram que a lealdade poderá ser entendida como outra estratégia
comportamental. Por outro lado, autores como Leck e Saunders (1992) ou Withey e Cooper (1992) salientam a
sua vertente atitudinal, logo mediadora. Em Portugal, Sabino et al. (2012) concluíram que a lealdade é uma
mediadora entre o comprometimento organizacional e as estratégias comportamentais preconizadas no modelo
EVLN. Já Nunes et al. (2014) ressalvam a dualidade deste constructo, como vinculação versus como
comportamento. No presente estudo, dos resultados emergiu a possibilidade do silêncio de adesão ser uma
manifestação da própria lealdade. Contudo, esta suposição não foi confirmada empiricamente, nomeadamente
testando a relação de antecedência da lealdade em relação ao silêncio de adesão. Aponta-se assim outra limitação
ao estudo, no sentido em que fica por explicar a distinção entre estes dois constructos. Na linha destas distintas
abordagens, a lealdade e a sua relação com o silêncio, sugere-se a realização de um estudo que aborde, de modo
mais profundo, esta questão.
Após a realização deste primeiro estudo, de natureza mais exploratória, sugere-se a realização de um estudo que
se centre na possibilidade de analisar as possíveis relações de determinação entre as estratégias comportamentais,
inclusive o silêncio. Outra questão que se levanta em relação ao presente trabalho prende-se com a natureza do
silêncio em geral, e das suas componentes em particular. Sobre esta questão, importa destacar o silêncio de
adesão. Não foram identificados estudos que relacionassem o silêncio (em qualquer uma das concepções
propostas) com o pensamento grupal. Neste sentido, a realização de um estudo futuro que tenha como ponto de
partida a análise da relação entre o silêncio de adesão e o pensamento grupal seria, no mínimo, interessante. O
facto do presente estudo se ter realizado num contexto organizacional muito particular – o ensino universitário,
leva-nos a sugerir a replicação do mesmo utilizando um outro contexto e, por conseguinte uma amostra distinta.
Posto isto e em jeito de conclusão, ressalve-se, uma vez mais, a importância do estudo do silêncio dos
colaboradores nas organizações onde trabalham. Partindo da premissa de que o silêncio tem um significado e que
este deverá ser estudado, percepcionou-se a sua complexidade e diferentes abordagens teóricas. Em súmula, cabe
aos gestores, aos reitores, aos presidentes, aos coordenadores, aos profissionais com responsabilidades na gestão
de pessoas, adotarem uma postura atenta na leitura dos diferentes silêncios com vista à sua interpretação e
potencial recuperação dos colaboradores que tendem a adotar estratégias comportamentais de tipo mais
destrutivo, promovendo as estratégias mais construtivas. Saber ler cada silêncio poderá ser um indicador de
relevo para a compreensão dos comportamentos dos docentes e não docentes do ensino superior português.
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ANEXO 2
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Resumo
O estudo do commitment tem ganho uma importância crescente, verificando-se, em paralelo, uma dificuldade
permanente ao nível da sua concetualização e definição. Essa dificuldade tem-se sentido também em Portugal,
agravada pelo facto de não haver um consenso para a tradução do termo commitment. A utilização de diferentes
traduções de commitment, em concreto, ‘envolvimento’, ‘empenhamento’, ‘compromisso’, ‘comprometimento’ e
‘implicação’, tem criado alguma confusão ao nível da concetualização do constructo em Portugal. Trata-se de
um termo transversal aos vários setores, não sendo exceção o setor da saúde, onde, ao longo dos tempos, têm
sido desenvolvidos inúmeros trabalhos sobre o tema predominando as terminologias ‘empenhamento’ e
‘comprometimento’. Propomo-nos, assim, ao longo do presente artigo, explorar a concetualização e natureza do
termo commitment e fundamentar a sua tradução para o português, tendo presente a sua importância para o setor
da saúde. Trata-se, por isso, de um artigo concetual integrado e de natureza metodológica, aplicado ao setor da
saúde.
Abstract
The study of Commitment has been gaining importance in the last few years, side by side with a permanent
difficulty with regards to its own conceptualization and definition.
This difficulty has been felt also in Portugal, aggravated by the fact that no consensus translation can be found
for commitment. The usage of different commitment translations namely, ‘envolvimento’, ‘empenhamento’,
‘compromisso’, ‘comprometimento’ and ‘implicação’ has been creating some confusion on commitment
construct conceptualization in Portugal. It is a cross-term to various sectors being no exception the health sector,
where over the time have been developed several studies which the terms ‘empenhamento’ and
‘comprometimento’ are mainly used. This study’s goal is to explore the commitment conceptualization in order
to substantiate a proposal for this construct translation to Portuguese, in the health sector. Thus this is a
conceptual article with a methodological nature and applied to the health sector.
Key-Words: Commitment; Engagement; Envelopment; Compromise;
Resumen
El commitment del estudio ha adquirido una importancia creciente, asegurándose de que, en paralelo, una
dificultad permanente en cuanto a su conceptualización y definición. Esta dificultad también se ha sentido en
Portugal, agravada por el hecho de que no hay consenso para la traducción del compromiso a largo plazo. El uso
de diferentes traducciones de commitment en el concreto, ‘envolvimento’, ‘empenhamento’, 'compromiso',
‘comprometimento’ y 'implicação', ha creado cierta confusión a nivel de conceptualización de la construcción en
Portugal. Es una cruz plazo a diversos sectores, no es la excepción del sector de la salud, en el que, con el
tiempo, se han desarrollado numerosos trabajos sobre el tema predominando las terminologías 'empenhamento' y
'comprometimento'. Proponemos, por lo tanto, en este artículo, explorar la conceptualización y la naturaleza del
término commitment y apoyo a su traducción al portugués, teniendo en cuenta su importancia para el sector de la
salud. Es, por tanto, un artículo integrado naturaleza conceptual y metodológica, aplicada al sector de la salud.
1 Introdução
Num mundo cada vez mais globalizado, a produção de trabalhos científicos, com o aparecimento e
desenvolvimento de novos modelos, teorias e discussões, tem diluído cada vez mais as fronteiras mundiais. A
adaptação de teorias e modelos entre os vários países é prática usual nas investigações feitas ao nível da Gestão e
transversal aos vários setores de atividade.
No entanto, apesar da globalidade do Conhecimento, Hofstede (1993) alertou para o efeito perverso de se
considerar apenas uma teoria universal de gestão, advertindo, igualmente, para a falácia da mesma e afirmando
explicitamente que “não existe uma teoria universal de gestão” (Hofstede, 1993: 81), alertando a comunidade
científica mundial para a influência que as questões culturais têm em cada país, cabendo ao investigador garantir
que estes sejam devidamente adaptados e validados, a um nível macro, ao contexto cultural do seu país bem
como a um nível micro, isto é ao contexto setorial que se está a estudar.
240
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
É neste âmbito que surge a necessidade de relançar o estudo do commitment, numa vertente agregadora partindo
do estudo do fenómeno no setor da saúde.
Na prática, esta perspetiva traduz-se em diversas facetas, entre as quais se coloca a questão da tradução, não só
dos instrumentos a serem utilizados, mas também do modelo e das variáveis em causa, realçando-se, a propósito,
as dificuldades em traduzir o nome do próprio constructo que está a ser objeto de estudo – commitment – em
Portugal. De facto, nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento de estudos que têm incidido neste
constructo. Não obstante, verificou-se a existência de um conjunto de diferentes termos utilizados na tradução
deste constructo, sendo que os próprios autores desses estudos nem sempre esclarecem as razões que os levam a
optar por um termo em detrimento de outros.
Paralelamente, denota-se também uma distinção entre setores de atividade, na medida em que, numa análise
setorialmente mais transversal denota-se a emergência de quatro alternativas, sendo que não se verifica uma
tendência de tradução, consoante o objeto de estudo / setor que se está a estudar. No entanto, ao focar-se a
análise exclusivamente no setor da saúde, denota-se uma predominância de dois termos, a saber o
‘empenhamento’ e o ‘comprometimento’.
Assim, o presente estudo tem como objetivo revisitar a questão da tradução do termo commiment para português,
partindo do setor que apresenta forte representatividade de estudos sobre este construto nacional e
internacionalmente (e.g. Ferreira, 2005; Klein, 2001; Meyer, Allen & Smith, 1993; Carrier Vernhet, Commeiras
& Desmarais, 2014; Doi & Moura, 2011; Saleh, Darawad & Al-Hussami, 2014; Birken, Lee, Weiner,Chiu &
Schaefer, 2015). Pretende-se realizar uma análise descritiva sobre a natureza do constructo, identificando, em
detalhe, as alternativas de tradução que têm sido utilizadas em Portugal, destacando os termos mais recorrente no
setor da saúde, com vista a fundamentar uma proposta final de tradução para o termo commitment, devidamente
fundamentada e sustentada para este setor e que pode ser adaptada para outros setores de atividade.
A importância desta problemática deve-se ao facto da necessidade de proporcionar um debate alargado sobre as
dificuldades em traduzir constructos para a língua portuguesa e as repercussões que esta falta de consenso tem
originado, tanto a nível teórico como ao nível da gestão em geral, e da gestão de unidades de saúde, em
particular. De facto, os instrumentos estão já devidamente estabilizados para a população portuguesa, mas os
termos utilizados para identificar o constructo em causa, não. Acresce que, como será aqui analisado através de
vários Dicionários de Língua Portuguesa e de uma análise etimológica das palavras, estes termos não querem
dizer a mesma coisa. Assim, evoque-se a perspetiva de Klein, Molloy e Cooper (2009, p. 3) ao afirmarem “ (…)
tamanha variação é importante numa fase inicial do desenvolvimento do constructo. Contudo, esta variação
contínua e falta de consenso na definição de commitment levam a uma confusão sobre a sua terminologia,
natureza, e função do commitment".
A presente reflexão não incide unicamente na questão da tradução, como parece óbvio. Mais do que uma questão
de etimologia, pretende-se estruturar uma reflexão concetual sobre a natureza do commitment e apresentar uma
discussão da análise do termo que melhor concilia o entendimento da natureza do constructo, com as
particularidades da área da saúde.
resultaria da integração de diferentes interesses materiais que existem na relação entre o indivíduo e a
organização, passando por investimentos realizados pelo indivíduo na organização e custos associados à
mudança. Trata-se, por isso, de uma resultante calculativa e coerente de diversos comportamentos. Também
Staw (1977) contribuiu para um melhor entendimento do commitment, numa ótima comportamental, tendo-o
concetualizado como sendo a ligação da pessoa aos seus atos, pois “atuar é estar comprometido consigo próprio”
(Salancik, 1995, p. 284).
Vários autores têm questionado as bases desta concetualização do commitment, sendo o principal comentário o
que se prende com o facto das trocas e dos investimentos serem consensualmente considerados como
antecedentes do commitment. Assim, nunca esses poderão ser considerados como commitment propriamente
dito; estar-se-ia perante uma “concetualização do commitment confundida como antecedente” (Klein et al., 2009,
p. 11).
Já no segundo caso, o commitment é entendido como uma atitude, ou seja, uma predisposição para um
determinado comportamento. Autores como Mowday, Porter e Steers (1982), Chusmir (1982) e Blau (1985)
defenderam esta abordagem. Para Chusmir (1982), o commitment seria uma atitude ou uma orientação para o
trabalho, enquanto Mowday e colaboradores (1982) chegam mesmo a denominar o commitment por “atitudinal
commitment”. Estes autores consideraram, também, o commitment como um constructo unidimensional,
argumentando que seria a intensidade da relação que se cria entre o indivíduo e a organização onde está inserido
que iria determinar a aceitação dos objetivos e valores da organização, a realização de esforços adicionais em
prol da organização e a vontade expressa em permanecer como sendo um dos seus membros. Em Portugal
destacam-se, nesta linha, os trabalhos de Carochinho (1998) e Carochinho, Neves e Jesuíno (1998). Blau (1985)
considerou que o commitment é uma atitude para com uma profissão ou uma vocação. Esta abordagem tem sido
amplamente criticada, destacando-se duas razões. A primeira, como refere Klein e associados (2009), tem a ver
com o fato de se não descrever exatamente o que é o commitment e, mais ainda, não o distinguir de outras
atitudes relacionadas com o trabalho, como é o caso, por exemplo, da satisfação com o trabalho ou da
implicação. A segunda crítica refere-se ao facto de este constructo não corresponder aquilo que se entende por
atitude na perspetiva da psicologia social. Segundo Allen e Meyer (1990), a visão das atitudes como sendo uma
resultante tripartida de afectos, comportamentos e cognição, teria sido substituída por outra, que implicava “…
uma avaliação sumária de um objecto psicológico …” (Ajzen, 2001, p. 28, citado por Klein et al, 2009, p. 8).
Logo, os autores (Allen, 1997; Klein, et al., 2009) concluíram que esta abordagem não poderia ser aceite porque,
estar commited com um determinado objeto, é diferente da avaliação que se faz sobre esse mesmo objecto.
Sobre estas duas perspetivas do commitment, a atitudinal e a comportamental, Meyer e Allen (1997) adaptaram a
distinção realizada por Mowday e colaboradores (1980) referindo especificamente que o “ commitment atitudinal
foca-se no processo pelo qual as pessoas pensam sobre as suas relações com as organizações (…) consideram em
que medida os seus valores e objetivos são congruentes com os das organizações (…) [enquanto o] commitment
comportamental, por outro lado, se relaciona com o processo em que os indivíduos ficam presos a uma certa
organização e de que forma eles gerem esse problema.” (Meyer & Allen, 1997, p. 9).
Numa outra abordagem do commitment este constructo é concetualizado como sendo um “bond”, ou seja, um
vínculo resultante de uma determinada força. Foi a partir desta perspetiva que Meyer e Allen (1991)
concetualizaram o commitment, definindo-o como algo que: “(...) a) caracteriza a relação do empregado com a
organização; b) tem implicações na decisão de continuar membro da organização” (Meyer e Allen, 1991, p. 67).
Posteriormente, autores como Meyer e Herscovitch (2001) consideraram o commitment como sendo uma “biding
force” ou seja, uma força de vinculação entre o indivíduo e o objecto do commitment. É de realçar que a tradução
destes dois termos - bind e bond - para português também não é clara, já que ambos podem ser associados aos
vocábulos ‘força’ e ‘vínculo’. No entanto, enquanto bind é traduzido como vincular, isto é, o acto de criar um
vínculo, bond é o vínculo em si, isto é, a ligação enquanto tal. Nesta ótica, no commitment enquanto biding force
os antecedentes criam uma força, traduzida em determinados estados psicológicos, que iria dar origem a uma
vinculação entre o indivíduo e esse alvo. Vários têm sido os autores que se posicionaram nesta linha de
pensamento, tendo concetualizado o commitment como sendo uma força que determina que o indivíduo esteja
orientado para um dado comportamento (Scholl, 1981) ou, em alternativa, essa força ligaria o sujeito a uma linha
de ação associada aos alvos do commitment (e.g., Brown, 1996; Weick, 2001). Já na linha em que o commitment
é perspetivado como um bond, está-se perante um vínculo entre o individuo e um alvo, por exemplo organização
(e.g., O’Reilly, & Chatman, 1986; Klein et al., 2009).
Esta concetualização de commitment, enquanto uma força, originou diferentes críticas. Klein e colaboradores
(2009) partem da definição de commitment de Meyer e Allen (1991), para salientaram que, numa abordagem de
natureza mais psicológica, as percepções dos indivíduos são mais visíveis do que uma força. Por outro lado, os
mesmos autores consideram que a perspetiva de concetualizar o commitment como uma força pode não ser clara
ao nível da distinção do que é antecedente e consequente desse constructo. Já Solinger, van Olffen e Roe (2008)
criticaram a abordagem de Meyer e Allen (1991), particularmente o Modelo das Três Componentes do
Commitment Organizacional (TCM), que estipula que o commitment é um estado psicológico que vincula o
indivíduo à organização, resultando de uma componente afetiva, normativa e calculativa. Os autores, defenderam
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
que este modelo deveria ser visto, mais como um modelo preditivo da intenção de saída do que de commitment.
Como consequência desta argumentação propuseram o commitment como sendo uma atitude de natureza afetiva
(Solinger, et al., 2008), posicionando-se na linha de Eagly e Chaiken (1993) em que o commitment combina uma
atitude para com um alvo com uma atitude para com um comportamento. Os autores sistematizam as diferentes
concetualizações de commitment, concluindo que a sua natureza é similar em todas elas, isto é, entendem o
commitment como sendo uma atitude. Mais especificamente, afirmam que “alguns autores referem-se ao
commitment como um estado psicológico (…), outros referem-se simplesmente como um vínculo ou ligação
(…) como uma ligação afetiva (…) como uma orientação (…) como uma prontidão para atuar (…) todas essas
descrições exibem uma semelhança estrutural entendida como uma atitude” (Solinger, et al., 2008, p. 71).
Apesar destas três principais concetualizações do commitment, importa realçar a multiplicidade de outras
perspetivas, não havendo um consenso relativo à concetualização e conteúdo deste constructo. Salienta-se
também que, no âmbito do presente estudo, não se pretende dar a conhecer os principais modelos concetuais,
mas sim a natureza do constructo em si, como fundamento da análise do conteúdo etimológicos dos termos
utilizados em Portugal na tradução de commitment. Neste âmbito, destaca-se a existência de dois pontos em
comum ao nível da definição de commitment (Meyer e Allen, 1991). O primeiro refere-se ao facto de ser
caracterizada a relação entre um individuo (colaborador) e uma entidade concreta (organização, ou outro alvo).
O segundo diz respeito ao facto de implicar sempre a possibilidade de manter, ou não, a relação existente,
dependendo da intensidade dessa relação, ou seja, na aceitação dos valores, objetivos, o empenho e a
determinação na concretização dos mesmos.
Pelo exposto, anteriormente, pode concluir-se que, o que é comum a todas a concetualizações do commitment é o
facto de este constructo ser considerado "(...) como um processo de influência social, que resulta de uma relação
de determinada natureza (“mindset”) entre um sujeito e um objeto, ou entidade concreta, conferindo, por isso,
um sentido de pertença social e/ou organizacional e de estabilidade comportamental, e que permite a redução da
ambiguidade organizacional (Klein et al., 2009; Meyer, 2009; Meyer, 2009; Meyer & Allen, 1991 e 1997; Meyer
& Herscovitch, 2001; Mowday et al. 1982; Weick, 1995 e 2001)" (Nascimento, 2010, p. 20).
No que se refere ao termo ‘comprometimento’, importa ressalvar que esta é a tradução consensual utilizada no
Brasil (e.g. Sanches, Prósporo, Stuker & Júnior, 2010; Doi & Moura, 2011). A sua utilização em Portugal iria ao
encontro dos objetivos de normalização do Novo Acordo Ortográfico. A origem etimológica do vocábulo
‘comprometimento’ é o termo em latim compromittere. Este termo é constituído por com que significa ‘junto’ e
de promittere que significa ‘prometer, jurar’, significando “fazer uma promessa mútua” (Dicionario de
Etimologia, 1952, p. 668).
Em Portugal, Nascimento (2008 e 2010) optou também por utilizar este vocábulo justificando a sua decisão, em
relação às restantes opções, alegando “apesar de haver uma grande proximidade semântica entre estes vocábulos,
optou-se por utilizar o de COMPROMETIMENTO pois é de todos o que melhor retrata uma ação e uma
responsabilidade pessoal de querer dar algo por iniciativa própria, ao contrário de compromisso que implica uma
obrigação ou de empenhamento que pressupõe uma relação transaccional de dar algo como penhor (Costa e
Melo, S.D.; Housaiss, Villar e Franco, 2001; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, s.d.)” (Nascimento,
2010: p. 1).
Também nos estudos desenvolvidos na área da saúde, se denota que vários autores optam por utilizar esta
alternativa para traduzirem o termo commitment. Veja-se, a título de exemplo Aleixo (2008), Silva e Silva
Gomes (2009), Januário (2009), Domingues (2011), Mendes (2011), Pinheiro (2011), Dantas (2012) ou
Machado (2013).
5 Conclusão
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O presente artigo teve como objetivo trazer à discussão as diferentes concetualizações e traduções do constructo
commitment, com vista a realizar uma proposta sustentada sobre o termo que melhor se adequa à tradução do
mesmo para português, privilegiando-se os estudos realizados no setor da saúde.
Optou-se por realçar uma área específica, para demonstrar que a falta de consenso em torno desta temática é
transversal e não varia consoante o setor onde é aplicado. A decisão de se basear o estudo no setor da saúde
prende-se com a importância que tem sido dada a este constructo, neste setor, consubstanciada pela forte
realização de estudos sobre o tema, na medida em que o fenómeno é mais visível em profissões de “grande
comprometimento” quer com as várias dimensões da organização quer com o “forte comprometimento” com a
própria profissão no âmbito destas organizações (e.g. Meyer et al., 1993).
Com vista a fundamentar a proposta de um vocábulo teoricamente sustentável, realizou-se uma reflexão sobre a
concetualização do constructo, em detrimento de diferentes modelos do commitment. Adotou-se a perspetiva de
commitment como sendo um vínculo, originário de uma força, existente entre o individuo e um alvo, podendo ser
a organização ou outro qualquer objeto existente no local de trabalho, tais como a profissão, a carreira ou os
objetivos.
Centrando-se o presente artigo na natureza do commitment, não se abordaram modelos amplamente utilizados e
considerados de referência no estudo deste constructo, tanto em Portugal como além-fronteiras. Refira-se, a
título de exemplo, o Modelo das Três Componentes do Commitment de Meyer e Allen (1991).
Paralelamente, a descrição e análise dos diferentes termos, utilizados para traduzir este constructo, demonstraram
que, na sua interpretação, cada um deles se foca em algum sentido numa faceta do commitment, justificando
assim a sua utilização. Mesmo assim, optou-se por propor que a tradução para Portugal do constructo
commitment fosse ‘comprometimento’. Razões de várias índoles fundamentam esta decisão. Teoricamente, este é
o termo que melhor espelha o tipo de ligação que se cria entre um indivíduo e uma entidade/objeto, por se
traduzir numa vinculação. Etimologicamente, é a palavra que melhor contempla esta perspetiva e está em linha
com a normalização do novo acordo ortográfico. Por fim, é também o termo que poderá causar menos confusão
na relação com outros constructos.
Não obstante, o presente estudo apresenta um conjunto de limitações que devem ser tidas em conta. A primeira
limitação do estudo prende-se com o facto de não se discutir a natureza do próprio constructo no contexto da
saúde. Parte-se sim, de uma discussão da natureza do commitment enquanto constructo geral pois pretendeu-se
estudar o fenómeno e não a sua emergência nesse contexto específico. Decorrente desta limitação propõem-se a
realização de um estudo que tenha essa finalidade, compreender as várias manifestações do commitment nos
profissionais de saúde, diferenciando assim o commitment com a organização com outras formas de commitment,
tais como, com a profissão, com o líder, com os objetivos, entre outros.
Sendo a língua portuguesa caracterizada pelas suas particularidades, que tendem a dificultar a tradução dos
vocábulos que representam determinados constructos, propõe-se também que seja realizada uma discussão mais
aprofundada sobre esta temática, com a apresentação de outras perspetivas, com vista a proporcionar-se um
debate mais alargado e um conhecimento mais vasto sobre o tema.
Realce-se que a presente reflexão não tem a pretensão de intervir em áreas como da linguística ou a tradução,
mas sim a um nível concetual do Comportamento Organizacional, contextualizado no setor da saúde mas que
pode ser transferido para outra qualquer área.
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247
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 3
248
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
RESUMO
ABSTRACT
249
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Um dos principais modelos utilizados para estudar o comprometimento organizacional foi desenvolvido
por Meyer e Allen (1991 e 1997) e é denominado de “Modelos das Três-Componentes do Comprometimento
Organizacional”. Segundo este modelo, o comprometimento organizacional caracteriza o tipo de relação que
existe entre o sujeito e a organização em que trabalha e, consequentemente, tem implicações na decisão em
permanecer ou não na dita organização. É um modelo de natureza multidimensional onde são identificadas três
componentes – afetiva, normativa e calculativa. A componente afetiva do comprometimento organizacional
refere-se à ligação emocional do indivíduo à organização, sendo que o indivíduo irá permanecer na organização
por vontade própria. A componente normativa está associada ao sentimento de responsabilidade, de dívida e de
obrigação que o sujeito tem para com a organização, pelo que este mantem-se na organização devido a um
sentimento de dever para com a mesma. Por fim, a componente calculativa caracteriza-se pelas questões
extrínsecas entre o indivíduo e a organização, ou seja, a permanência depende dos investimentos que o sujeito
fez na organização, estando assim directamente associada a necessidades de ordem material, da relação custo-
benefício.
Estas componentes do comprometimento organizacional não são mutuamente exclusivas, podendo
coexistir em simultâneo, com diferentes intensidades. De facto, Meyer e Allen (1991 e 1997) ressalvam que os
indivíduos podem experienciar estas três formas de comprometimento em diferentes graus, simultaneamente. O
estudo deste fenómeno é denominado de Perfis de Comprometimento Organizacional (Wasti, 2005). Apesar do
estudo das três componentes estar já estabilizado, verifica-se que os perfis de comprometimento, necessitam de
uma maior atenção, tanto teórica como empiricamente, constituindo uma das atuais linhas de investigação
(Becker, Klein & Meyer, 2009; Klein, 2013).
Meyer, Stanley e Parfyonova, (2012) realizaram uma revisão de literatura dedicada ao tema onde
apresentaram uma meta-análise, baseada em sete estudos, com os perfis encontrados em cada estudo, bem como
o método estatístico adotado. Segundo os autores, os perfis de comprometimento podem variar até nove perfis
distintos, na medida em que se associam com altos e /ou baixos níveis de relação entre cada componente do
comprometimento organizacional.
Tendo como referência os trabalhos publicados sobre a temática dos perfis de comprometimento, o
presente artigo tem como finalidade descortinar que perfis de comprometimento emergem numa organização
portuguesa do sector dos transportes, e como se caracterizam.
MÉTODO
O presente estudo realizou-se numa organização portuguesa que actua no sector dos transportes.
Adotou-se exclusivamente uma metodologia quantitativa, tendo sido utilizada a técnica do inquérito por
questionário. A recolha de dados realizou-se presencialmente e on-line. No primeiro caso, foi pedido aos
participantes que preenchessem o questionário e que o colocassem num envelope que ia anexo ao documento
principal. No segundo caso foi enviado um link, através do email, para os restantes colaboradores. As respostas
ao questionário foram directamente enviadas para a investigadora, sem nunca passarem pela organização
aderente.
Instrumentos de Medida
Adaptou-se a Escala das Três Componentes proposta por Meyer e Allen (1997) e adaptada para
Portugal por Nascimento, Lopes e Salgueiro (2008). Assim, a escala final é constituída por três subescalas, cada
uma associada a uma componente do comprometimento. A escala para a componente afetiva é constituída por
seis itens, três dos quais invertidos, sendo o Alfa de Cronbach de 0,87. Já a escala da componente normativa é
constituída por seis itens, um dos quais invertido, sendo o Alfa de Cronbach de 0,84. A escala da componente
calculativa é constituída por sete itens, apresentando um Alfa de Cronbach de 0,72. Utilizou-se uma escala de
resposta de tipo Likert de 7 pontos, onde (1) corresponde a “Discordo Totalmente” e (7) corresponde a
“Concordo Totalmente”.
Caracterização da amostra
A amostra é constituída por 90 participantes, correspondendo a uma taxa de resposta de 20%, tendo
como referência uma população total de 450 colaboradores da organização. Está-se perante uma amostra
dominantemente masculina (76,5%) e com um nível de escolaridade predominantemente ao nível do secundário
(56,5%). Apresenta uma média de idades de 42 anos, sendo a classe mais representativa de “36 a 45 anos”
(45,8%).
250
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
As áreas funcionais mais representadas são das operações/produção (47,6%) seguida da administrativa
(35,4%), ocupando uma posição hierárquica de operacional (62%) e sem funções de chefia directa (63,8%).
Note-se que, tendencialmente, as mulheres ocupam funções mais administrativas enquanto os homens ocupam
funções na área das operações. A média das antiguidades é de 16 anos, sendo a classe mais representativa a “dos
11 aos 20 anos”. O colaborador com maior antiguidade está na organização há 48 anos. No entanto, há a
salientar que se está perante uma amostra onde se verifica uma aposta na contratação de novos colaboradores na
medida em que, 22% têm uma antiguidade inferior a 5 anos. Importa também referir que os cargos de chefia são
maioritariamente ocupados por colaboradores que têm o ensino secundário e uma antiguidade elevada.
Ao nível do vínculo contratual verifica-se que 70,2% são efectivos e 27,4% têm um contrato a termo
certo. Note-se que a maioria dos colaboradores com uma antiguidade inferior têm um regime contratual a termo
certo e que à medida que a antiguidade aumenta, também aumenta a percentagem de colaboradores efectivos. É
apresentada de seguida uma tabela resumo com a caracterização da amostra.
A identificação dos perfis foi realizada através da análise de Clusters com recurso ao SPSS, versão 22,
na medida em que é uma técnica que “… permite agrupar sujeitos ou variáveis em grupos homogéneos
relativamente a uma ou mais características comuns.” (Maroco, 2007: 419). Para esta análise foram utilizados os
dados estandardizados, de forma a garantir a mesma escala de medida nas três componentes, caracterizada por
uma média igual a zero e o desvio padrão como unidade de medida (Maroco, 2007).
251
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Numa primeira fase efetuou-se uma análise hierárquica de Clusters utilizando-se o Método Ward.
Partindo-se do quadro teórico que estabelece a existência de um máximo possível de nove Clusters foram
testadas de duas a nove soluções possíveis. Identificou-se em seguida a variância explicada por cada solução e o
incremento resultante da solução seguinte, isto é, da solução que implicou o aumento de mais um Cluster,
através do R2 obtido pela Anova On-Way. A decisão da solução escolhida dependeu de (i) das soluções
encontradas em estudos anteriores sobre o tema, (ii) o número de sujeitos existente em cada Cluster e (iii) o grau
de variância explicada e o incremento da mesma (Maroco, 2007).
Após se ter identificado a solução hierárquica que se iria utilizar, realizou-se uma nova análise de
Clusters, utilizando o número de Clusters identificado nessa solução e recorrendo ao método K-Means. Optou-se
por alterar o método de obtenção de Clusters tendo em vista reduzir o erro de classificação de cada sujeito num
determinado Cluster por haver sucessivas classificações ao longo da análise, pelo que "esta vantagem sobrepõe-
se à dificuldade de ´adivinhar` à partida o número de Clusters a usar” (Maroco, 2007: 445).
RESULTADOS
Perfis de Comprometimento
252
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Tabela 3: Variabilidade retida em cada solução de Clusters obtida através da ANOVA One-way
Incremento da
Número de
SQC SQT R2 Variância
CLUSTERS
Explicada
1 0 0
2 89,45 250,58 0,36 0,36
3 131,81 250,58 0,53 0,17
4 170,28 250,58 0,68 0,15
5 184,02 250,58 0,73 0,05
6 195,28 250,58 0,78 0,04
7 203,13 250,58 0,81 0,03
8 208,86 250,58 0,83 0,02
9 214,45 250,58 0,86 0,02
SQC: Soma dos Quadrados entre Clusters
SQT: Soma dos Quadrados Totais
Optou-se por escolher a solução com quatro Clusters por corresponder, em relação à solução anterior, a
um aumento da variância explicada de 15% (∆R2=0,15). A partir desta solução a variabilidade retida começa a
ser diminuta (Figura 1).
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Efetuou-se em seguida, uma análise não hierárquica para a solução de quatro Clusters, permitindo o
reagrupamento dos participantes (Tabela 4). Os resultados sugerem que a variável que teve um maior contributo
para a definição dos Clusters seja o Comprometimento Organizacional Calculativo (F=64,260) seguida da
Afetiva (F=61,760) e com menor contributo a Normativa (F=46,790).
253
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
A solução encontrada, que permitiu identificar 4 Perfis de Comprometimento distintos (Figura 2), está
em linha com o quadro teórico estabelecido, sendo de realçar que os 4 perfis aparecem em todos os estudos
empíricos de perfis de comprometimento, conforme estabelecido por Meyer, Stanley e Parfyonova (2012, p. 4,
Table 1). A utilização de notas estandardizadas (Zscore) permitiu posicionar, em cada perfil/Cluster, cada uma
das variáveis em relação da média da amostra, sendo esta de valor 0.
254
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Verifica-se a existência de uma igualdade na distribuição entre o sexo feminino e o masculino, nos
quatro perfis, destacando-se que 50% das mulheres e 43,8% dos homens pertencerem ao perfil dos colaboradores
altamente comprometidos (Cluster 4). O perfil onde se denota maior diferença de género é o perfil dos sujeitos
que estão calculativamente comprometidos (Cluster 1) com uma predominância do sexo feminino (11,1% contra
4,7%).
Em relação às idades, refira-se que 50% dos participantes com uma idade até aos 25 anos não estão
comprometidos, ou melhor, são os sujeitos que apresentam um menor comprometimento (Cluster 1). Acima dos
25 anos, os sujeitos apresentam um baixo comprometimento de natureza calculativa. Por outro lado, os
colaboradores mais comprometidos têm idades a partir dos 36 anos, sendo que, 48,6% têm entre 36 e 45 anos,
56,5% têm entre 46 e 55 anos e 33,3% mais de 56 anos. Finalmente, refere-se que 66,7% dos colaboradores com
mais de 56 anos terem um perfil de dever moral, ou seja, estão afectiva e normativamente comprometidos.
Relativamente à antiguidade, destaca-se que a totalidade dos participantes com mais de 41 anos
pertencem ao perfil de dever moral (Cluster 3), sugerindo este resultado, que as recompensas extrínsecas não são
tão valorizadas quanto um sentimento de gratidão de natureza emocional. Em contrapartida, as classes de
antiguidade intermédias, apresentaram valores mais elevados no perfil altamente comprometido, onde a relação
calculativa apresenta um nível de intensidade semelhante às componentes afetiva e a normativa.
No que concerne às habilitações literárias, note-se que 100% dos colaboradores com habilitações pós-
graduadas inserem-se no perfil de dever moral (Cluster 3) enquanto que 66,7% dos colaboradores altamente
comprometidos (Cluster 4).
Os principais pontos a destacar sobre o vínculo contratual referem-se ao facto de que 100% dos
indivíduos com contrato a termo incerto estão mediamente comprometidos enquanto que 100% dos
colaboradores em regime de prestação de serviços estão altamente comprometidos. Os colaboradores efectivos
estão maioritariamente altamente comprometidos (46,6%) e têm um perfil de dever moral (31%). Já os
colaboradores com contrato de trabalho a termo certo estão altamente comprometidos (42,9%) ou mediamente
(33,3%).
No que diz respeito à posição hierárquica, 100% dos colaboradores com posições de direcção têm um
perfil de dever moral (Cluster 3). Quanto aos gestores, que reportam ao nível de direção, apresentam um elevado
comprometimento (Cluster 4) e dever moral (Cluster 3), com 44% dos sujeitos em cada perfil. Destaca-se
também que 11,1% dos gestores não estão comprometidos ou pertencem ao grupo de sujeitos menos
comprometidos (Cluster 2). Já metade dos técnicos estão altamente comprometidos (Cluster 4) enquanto que a
outra metade não está comprometida (Cluster 2). Já a maioria dos supervisores (83,3%) está altamente
comprometida (Cluster 4). No caso dos operacionais, 44,7% estão altamente comprometidos (Cluster 4) e 31,9%
não estão comprometidos (Cluster 2).
Por último, importa realçar que 51,7% dos sujeitos que exercem cargos de chefia estão altamente
comprometidos (Cluster 4) e 37,9% apresentam um perfil de dever moral (Cluster 3). Em contrapartida, 41,7%
dos sujeitos que não exercem funções de chefia, estão altamente comprometidos (Cluster 4) e 31,3% não estão
ou estão menos comprometidos com a organização.
CONCLUSÃO
Uma das tendências mais recentes da investigação sobre o comprometimento organizacional têm
revelado a importância em estudar a relação entre as três componentes numa perspetiva centrada na pessoa, mais
do que centrada em variáveis, conforme foi realçado por Meyer, Stanley e Vandenberg (2013) estando, no
entanto, esta nova abordagem ainda "na sua infância, havendo a necessidade de mais investigações para avaliar a
generalização dos resultados já obtidos" (Meyer, Stanley e Vandenberg, 2013, p. 198). É nesta linha que se
posiciona o presente trabalho ao definir perfis de comprometimento organizacional numa organização
portuguesa que actua no sector de transporte de mercadorias bem como a caracterização sociodemográfica de
cada perfil.
Apesar dos diversos estudos realizados terem sugerido a ausência ou uma fraca determinação da idade e
da antiguidade nas componentes do comprometimento organizacional (e.g., Meyer et al., 2002), os resultados
sugerem que estas variáveis poderão ter um efeito moderador no comprometimento, nomeadamente através do
decréscimo do comprometimento calculativo com a idade. Tal facto, poderá ter origem na aquisição de
competências e a valorização do indivíduo no mercado de trabalho poderá conduzir a um aumento de
alternativas e a uma redução dos custos associados à mudança. Também a permanência na organização, isto é a
antiguidade do indivíduo pode determinar um reforço das componentes de natureza afetiva e normativa, com um
decréscimo sucessivo da calculativa e, assim passando de um perfil de comprometimento em todas as
componentes (Cluster 4) para uma comprometimento de dever moral (Cluster 3), o que vem reforçar a
importância dos processos de socialização não só inicial (Allen e Meyer, 1990) mas também contínua.
Os resultados sugerem também uma influência do nível de habilitações nos perfis, nomeadamente com
o decréscimo da componente calculativa com o aumento do nível habilitacional. Estes resultados podem estar
255
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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associados a uma relação direta entre habilitações e alternativas, reduzindo-se, consequentemente os custos
associados a uma mudança.
Quanto ao nível hierárquico os resultados sugerem que os níveis mais baixos apresentam um menor
comprometimento do que os níveis mais elevados. De igual forma os titulares de funções de chefia estão também
mais comprometidos do que os titulares de cargos que não têm funções de chefia. Estes resultados levantam a
questão da influência do exercício do poder no comprometimento, quer do próprio, quer dos seus subordinados.
Na linha destes resultados realça-se a necessidade da realização de estudos de multinível que permitam
aprofundar a problemática da relação do posicionamento hierárquico e do exercício de cargos de chefia ao nível
de comprometimento. Por outro lado, questiona-se também a influência da chefia no comprometimento dos seus
subordinados ser mais determinada pelo comprometimento com a chefia do que pelo estilo de liderança
assumido pela chefia.
Realça-se também que a análise sociodemográfica veio a confirmar a importância do comprometimento
calculativo na formação dos perfis estabelecida durante a análise dos Clusters. A problemática do
comprometimento calculativo poderá constituir um outra linha de estudos, situando-se numa continuidade do
estudo de Powell e Meyer (2004).
Uma das limitações do presente estudo foi não se ter avaliado as práticas de gestão e, em particular, as
de gestão de recursos humanos. Conforme Meyer e Allen (1997) estabeleceram, as práticas de gestão são um
antecedente do comprometimento. Está-se perante uma organização com um comprometimento elevado. Mesmo
o perfil não comprometidos (Cluster 2) apresenta, conforme já referido, um nível de comprometimento acima do
ponto médio da escala. Na realidade o que corresponde a este perfil são os sujeitos da amostra que estão menos
comprometidos, mais do que a ausência efetiva de comprometimento. Importa pois identificar o impacto das
práticas da gestão e, particularmente, as de gestão de recursos humanos, a coerência e congruência das mesmas
na formação e evolução temporal do comprometimento em geral e, especificamente, no desenvolvimento de
perfis de comprometimento, podendo ser esta uma outra linha de investigação.
Apesar do quadro teórico ter estabelecido a existência de 9 perfis de comprometimento, todos os
estudos apresentam a existência de 4 perfis comuns a todos eles (Meyer et al., 2012). O presente estudo confirma
esta evidência, na medida em que os perfis identificados correspondem precisamente a esses quatro perfis,
comuns a todos os estudos. Pode-se pois, levantar a possibilidade de haver, dos 9 perfis teorizados, 4 que sejam
dominantes e, por isso, presentes em qualquer situação. Nesta linha, tendo-se utilizado uma única organização,
importa replicar este estudo em outras organizações tendo em vista verificar se estes 4 perfis dominantes
permanecem constantes, comparar a emergência de outras soluções de perfis e verificar possíveis diferenças,
nomeadamente na constituição de cada perfil.
A vantagem de se poder utilizar amostras mais reduzidas, possibilita a realização de estudos com base
numa única organização, permitindo uma melhor compreensão dos fenómenos de comprometimento, quer
centrada na pessoa, quer centrada na organização, onde os perfis de comprometimento se assumem como
particularmente relevantes. Adicionalmente, há também que analisar a relação dos perfis de comprometimento
com outras variáveis nomeadamente de natureza comportamental tais como as estratégias comportamentais ou os
comportamentos de cidadania organizacional.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Meyer, J.; Stanley, L.; Parfyonova, N. (2012). Employee commitment in context: the nature and implication of
commitment profiles. Journal of Vocational Behaviour, 80, pp. 1-16
Nascimento, J. L., Lopes, A., e Salgueiro, M. F. (2008). Estudo sobre a validação de "Modelo de
Comprometimento Organizacional" de Meyer e Allen para o contexto português. Comportamento
Organizacional e Gestão, 14 (1), 115-133.
Powell, D. M., & Meyer, J. P. (2004). Side-bet theory and the three-component model of organizational
commitment.Journal of Vocational Behavior, 65, 157-177
Sabino, A. N. (2011). O Comprometimento Organizacional como determinante da Voz: um estudo de perfis.
Tese de Mestrado não publicada. INDEG-ISCTE: Lisboa
Sabino, A. N.; Nascimento, J. L.; Lopes, A (2013) O comprometimento como determinante da voz: um estudo
de mediação e moderação. Lusíada: Economia &Organização, pp-125-151, Universidade Lusíada
Wasti, S.A, (2005). Commitment profiles: combinations of organizational commitment forms and job outcomes.
Journal of Vocational Behavior, 67, 290-307
257
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 4
258
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
RESUMO: O sistema educativo superior português, caracterizado pela sua natureza binária, tem
sofrido inúmeras alterações, nomeadamente em 2009, quer ao nível da sua natureza, como da organização das
carreiras docentes e funções associadas. O sentido das reformas é o da aproximação entre o ensino universitário
público (EUP) e o ensino politécnico público (EPP). Não basta, porém, acentuar as mudanças por decreto.
Importa ter igualmente em conta fatores determinantes para a sua competitividade. Destaca-se, a emergência do
comprometimento organizacional, da satisfação com o trabalho e das estratégias comportamentais. Objetivo: Foi
nosso objetivo verificar se existem diferenças entre dos dois subsistemas de ensino nos três constructos em
análise. Métodos: Com recurso a uma metodologia quantitativa foram utilizadas diferentes abordagens
estatísticas, tais como testes de hipóteses e análise multigrupos. Resultados: Numa amostra composta por 756
profissionais, docentes e não docentes, do ensino superior público português, não se verificaram diferenças
estatisticamente significativas nos três constructos em análise, por parte dos colaboradores EUP e EPP.
Conclusão: Os resultados revelaram uma tendência de aproximação entre os dois subsistemas emergindo assim
um conjunto de desafios a vários níveis a estas instituições nomeadamente em relação ao seu posicionamento
societal bem como aos deveres, responsabilidades e direitos dos profissionais que as compõem.
ABSTRACT: The Portuguese higher education system is characterized by its binary nature. Since 2009
this system has been suffering many changes in terms of nature, the teaching careers and their management
responsibilities. Thus, there has been a approximation between the public university education (PUE) and public
polytechnics education (PPE). We also must consider the constructs that led to the organizations’
competitiveness, such as the organizational commitment, job satisfaction and behavioral strategies.Aim: The aim
of this study is to see if there are differences between the two educational subsystems in the three constructs
under analysis. Method: We used a quantitative methodology through the adoption of different statistical
approaches; Results: In a sample of 756 professionals, teachers and staff, of the Portuguese public higher
system, there are no statistically significant differences between universities and the polytechnics in the level of
organizational commitment, job satisfaction and behavioral strategies. Conclusion: The results show a
rapprochement between the two subsystems thus emerging a number of challenges at various levels to these
institutions in particular in relation to their societal position and the duties, responsibilities and rights of their
employees.
1
Ana Nascimento Sabino, [email protected], Doutoranda em Comportamento Organizacional no ISCSP
– Universidade de Lisboa.
2
Albino Lopes, [email protected], Docente do ISCSP – Universidade de Lisboa.
3
Fernanda Nogueira, [email protected], Docente do ISCSP – Universidade de Lisboa.
259
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
RÉSUMÉ: Le système d'enseignement supérieur portugais, caractérisé par sa nature binaire, a subi de
nombreux changements, en particulier en 2009, tant en termes de sa nature, que l'organisation de l'enseignement
et les fonctions associées à la carrière. La réforme va dans le sens de l’approximation l'université publique (EUP)
aux écoles polytechniques publiques (EPP). Il ne suffit pas, cependant, de souligner les changements par décret.
Il devrait également prendre en compte des facteurs qui déterminent sa compétitivité tels que l'engagement
organisationnel, la satisfaction au travail et les stratégies comportementales. Objectif: déterminer s’il existe des
différences entre les deux sous-systèmes éducatifs au niveau des trois construits en cours d'analyse. Méthode: A
partir d’une méthodologie quantitative out été utilisées différentes approches statistiques telles que les tests
d'hypothèses et d'analyse multi groupes. Résultats: D’après Dans un échantillon de 756 professionnels,
enseignants et personnel d’appri, l'enseignement supérieur public portugais ne présente pas de différences
statistiquement significatives dans les trois construits en cours d'examen à l'EUP et de l’EPP. Conclusion: Les
résultats ont montré une tendance de rapprochement entre les deux sous-systèmes émergents ainsi que d’une
certain nombre de défis à différents niveaux des institutions étudiées, en particulier par rapport à leur
positionnement dans la société et les fonctions, les responsabilités et les droits des professionnels qui les
composent.
INTRODUÇÃO
O sistema educativo superior público português caracteriza-se por ser um sistema binário, verificando-
se assim a existência de universidades e de institutos politécnicos. Esta diferenciação entre universidades e
politécnicos foi inicialmente desenvolvida no início dos anos 70, sendo que já sofreu alterações, nomeadamente
com a introdução de dois momentos reguladores das carreiras docentes. O primeiro após a Revolução de Abril
de 1974, em 1979/1981 e a segunda em 2009. Estas alterações vieram instalar mudanças a vários níveis nos dois
subsistemas do ensino superior português. Os subsistemas foram criados com objetivos e naturezas diferentes, no
entanto, a tendência actual, após a operacionalização destas, é para uma maior uniformização.
Este facto tem originado discussões sobre as diferenças actuais e reais entre o ensino superior
universitário público (EUP) e o ensino superior politécnico público (EPP) em Portugal.
Adicionalmente, importa referir a importância crescente que constructos como o comprometimento
organizacional, a satisfação com o trabalho e as estratégias comportamentais têm assumido como fatores de
sucesso, competitividade e eficácia das organizações (Nascimento, 2010; Sabino, 2011; Sabino, 2012) e como
estes acompanham e se acomodam às transformações em curso.
Neste âmbito, o presente trabalho tem como principal objetivo verificar se existem diferenças
significativas entre o EUP e o EPP, tendo como referência a análise do comprometimento organizacional, da
satisfação com o trabalho e das estratégias comportamentais numa amostra por conveniência apurada em
diferentes organizações do ensino superior público em Portugal.
260
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Como resultante destas alterações verificou-se uma aproximação entre os dois subsistemas de ensino.
Como referem Machado et al. (2014: 31)
“… os preâmbulos dos estatutos, em 2009, apresentam-se muito semelhantes, sendo mesmo
idênticos em grande parte do texto, num sinal claro de que as questões do ensino superior são, agora, em
grande parte, comuns ou enunciadas de forma idêntica ou similar em ambos os subsistemas e que a
diferença entre eles, embora enunciada de forma explicita, neste e noutros diplomas legais, não aparece
tão acentuada…”.
Mais concretamente, a aproximação entre estes dois subsistemas do ensino superior fez-se sentir na
alteração das carreiras docentes. Foram extintas categorias nos dois subsistemas, passando a ter cada uma deles
uma sequência de carreira de três categorias: Professor Auxiliar, Professor Associado e Professor Catedrático no
caso da EUP e Professor Adjunto, Professor Coordenador e Professor Coordenador Principal para o EPP.
Note-se que também se verificaram diferenças ao nível dos requisitos de acesso a cada uma das
categorias, verificando-se mais uma vez uma maior aproximação do EPP ao EUP. Esse facto é exemplificado na
medida em que, a partir de 2009, o grau exigido para aceder às categorias de professor passou a ser o
Doutoramento. Esta situação manteve-se inalterada no EUP alterando-se no EPP, onde anteriormente era exigido
o grau de mestre ou, se o candidato ainda não tivesse o grau, poderia sujeitar-se a provas públicas (Machado et
al., 2014). Verifica-se também um paralelismo ao nível das funções, responsabilidades e principais tarefas dos
docentes de cada subsistema.
Não obstante, como referem Machado et al. (2014) sobressaem algumas diferenças entre os dois
subsistemas nomeadamente em relação à carga horária do pessoal docente, sendo superior para o EPP. Outra
grande diferença prende-se com o facto das instituições de EPP não apresentarem na sua oferta educativa
Doutoramentos.
Apesar dos esforços de aproximação destes dois subsistemas, o prestigio associado ao EUP e a
orientação mais profissionalizante do EPP continuam a diferenciá-los a nível da representação pública de cada
um deles. Adicionalmente, as diferenças são também sentidas a um nível mais social e de prestigio associado a
cada um dos subsistemas.
seu trabalho. No presente trabalho, adoptou-se a perspectiva de Hackman e Oldham (1980), que, a partir do
Modelo das Características da Função determinaram a satisfação com o trabalho como um constructo
unidimensional que perspectiva um resultado geral da avaliação do individuo a fatores intrínsecos e extrínsecos.
Hirschman (1970) desenvolveu um trabalho onde procurou compreender como é que os indivíduos
reagiam quando se deparavam com uma situação de declínio da satisfação. O autor determinou a existência de
três alternativas possíveis mais recorrentes. Os indivíduos tendem a sair (exit), quebrando a relação com a
entidade que lhes causou o declínio da satisfação. Podem procurar resolver a situação através da voz (voice),
numa óptica construtiva. Ou podem manter-se leais (loyalty), esperando que a situação se resolva. Esta
alternativa tem suscitado discussões sobre se a lealdade pode ser entendida como um comportamento, uma
estratégia efectiva de resposta, ou como uma atitude, ou seja, uma mediadora de comportamentos.
Mais tarde, Farrell e Rusbult adaptaram este modelo de Hirschman (1970) para as organizações.
Criaram um modelo ortogonal com dois eixos: construtivo/destrutivo e ativo/passivo, desenvolvendo quatro
estratégias possíveis. No eixo activo e destrutivo o individuo opta por sair (exit) (nesta dimensão também se
considera a intenção de saída). No eixo activo e construtivo o individuo utiliza a voz (voice) com a intenção de
resolver o foco de insatisfação. A estratégia lealdade (loyalty), na perspetiva comportamental, caracteriza-se por
ser passiva e construtiva. Por fim, os autores incluíram uma quarta opção denominada de negligência (neglect)
ou seja, comportamentos passivos e destrutivos. Surge então o Modelo EVLN, utilizado como modelo de
referência no estudo das estratégias comportamentais. No entanto, tem sido alvo de inúmeras críticas, tanto
teóricas como metodológicas (Dowding, John, Mergoupis, Vugt, 2000).
MÉTODOS
O presente artigo insere-se num projecto de investigação mais alargado que visa propor uma re-
conceptualização das estratégias comportamentais e analisar a relação destas com o comprometimento
organizacional. Este projecto de investigação tem como universo de pesquisa o ensino superior público
português.
Para tal, foram convidadas a participar no estudo universidades e institutos politécnicos públicos de
Portugal, através do preenchimento de um questionário (presencial ou via on-line) a todo o pessoal docente e não
docente das ditas organizações. Não foram incluídos na amostra os alunos das respectivas organizações de
ensino.
Obteve-se uma amostra, por conveniência, com características peculiares o que originou a necessidade
de realizar o presente estudo.
Da totalidade da amostra, com 756 participantes, 125 pertencem ao EUP enquanto que 631 pertencem
ao EPP. Tendo em conta (i) a disparidade de respostas dos dois subsistemas e (ii) o actual enquadramento dos
dois subsistemas de ensino, optou-se por realizar este trabalho com vista a percepcionar se existem diferenças
significativas entre o EUP e o EPP no comprometimento organizacional, na satisfação com o trabalho e nas
estratégias comportamentais. Tendo em conta este macro objetivo, pretende-se de seguida reflectir qual a
utilização da amostra nos estudos posteriores.
Assim, se se verificarem diferenças entre os dois subsistemas de ensino, então os estudos posteriores
debruçar-se-ão apenas na sub-amostra correspondente ao ensino politécnico visto a sua dimensão ser
substancialmente superior à sub-amostra relativa ao ensino universitário. Contrariamente, se não se verificarem
diferenças, então poder-se-á utilizar os dois subsistemas de ensino integrados numa só amostra.
Optou-se pela utilização de uma metodologia quantitativa com recurso à técnica do inquérito por
questionário. De forma a aumentar a taxa de respostas, optou-se por disponibilizar duas opções de aplicação às
instituições: em papel ou via on-line. Das 30 instituições aderentes, apenas uma optou pela alternativa em papel.
O instrumento de medida para o comprometimento organizacional foi o questionário de Meyer e Allen
(1991), devidamente validado para a população portuguesa por Nascimento, Lopes e Salgueiro (2008). A escala
é composta por 19 itens, sendo que 6 correspondem ao comprometimento afectivo, 6 ao comprometimento
normativo e os restantes 7 itens ao compromentimento calculativo. Relativamente à escala da satisfação com o
trabalho, utilizou-se a escala de Hackman e Oldham (1980) também adaptada por Nascimento (2010). Esta
escala é composta por 5 itens. Finalmente, para estratégias comportamentais utilizou-se a escala de Nascimento
(2010) composta por 38 itens, 10 relativos à saída (E), 10 à voz (V), 9 à lealdade (L) e 9 à negligência.
Apresenta-se de seguida os valores do Alfa de Cronbach de cada uma das escalas para as três amostras
em análise: a amostra total (EUP+EPP), a sub-amostra relativa ao ensino universitário (EUP) e por fim a sub-
amostra correspondente às instituições politécnicas aderentes (EPP).
Como é possível verificar, os valores do Alfa de Cronbach não diferem significativamente nas amostras,
o que poderá ser indicativo da não diferença entre os subsistemas de ensino.
262
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Opções Estatísticas
A análise dos dados passou por diferentes fases, tais como:
Testes de Hipóteses não paramétricos (T-Student) para averiguar se existem
diferenças em cada variável latente, nas duas amostras independentes: EUP e EPP, com recurso ao
sistema SPSS;
Testes de Hipóteses não paramétricos (T-Student) para descortinar se existem
diferenças na idade, antiguidade e anos de carreira nas duas amostras independentes: EUP e EPP, com
recurso ao sistema SPSS;
Análise Fatorial Exploratória (AFE) dos três constructos com recurso ao sistema
SPSS;
Determinação do modelo de medida dos três constructos, com recurso a Modelos de
Equações Estruturais (SEM) através do LISREL;
Análises Multigrupos para averiguar se existem diferenças nos modelos entre (1) EUP
e EPP, com recurso a Modelos de Equações Estruturais (SEM) através do LISREL;
Caracterização da Amostra
A amostra global é composta por 756 participantes, 125 do EUP e 631 do EPP (Tabela 2). Importa
ressalvar que no EUP 68% dos participantes pertencem ao corpo não docente da organização enquanto que no
EPP 56% dos participantes são docentes dos institutos politécnicos aderentes.
Tabela 2 - Caracterização da Amostra
263
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Esta particularidade influência outros aspectos, nomeadamente nas diferenças existentes ao nível das
habilitações académicas, visto que no EUP 53,1% têm habilitações até à licenciatura enquanto que no EPP
66,4% têm habilitações pós-graduações, mestrado e doutoramento. A tabela 2 sistematiza os os principais
resultados respeitantes à caracterização da amostra.
264
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Testes de Hipóteses
Antes de se proceder à realização dos testes de hipóteses, com recurso ao SPSS, foram feitos índices
não ponderados de todos os constructos em análise: comprometimento afectivo (COA), comprometimento
normativo (CON), comprometimento calculativo (COC), satisfação (Sat), saída (E), voz (V), lealdade (L) e
negligência (N).
Optou-se por utilizar o teste T-Student para comparação de duas médias populacionais, a partir de duas
amostras independentes (EUP e EPP). Tal como refere Maroco (2007: 47) “serve para testar se as médias de
duas populações são ou não significativamente diferentes”. Como é possível verificar os resultados apontam para
a não existência de diferenças, em nenhum dos constructos, entre o EUP e o EPP.
Tabela 3 – Testes de Hipóteses T-Student para o COA, CON, COC, Sat, E,V,L,N
Levene Test T Student para Igualdade das Médias
Constructo
F p T p
COA 2,049 0,153 -0,57 0,569
CON 0,001 0,979 0,855 0,393
COC 1,04 0,308 0,03 0,976
Sat 3,11 0,078 -1,416 0,152
E 2,45 0,118 1,256 0,21
V 4,035 0,045 -0,535 0,593
L 1,722 0,19 0,035 0,972
N 0 0,992 -0,173 0,863
Fonte: Elaboração Própria
Foram, também, realizados testes T-Student para percepcionar se existem diferenças na idade,
antiguidade e anos de carreira, entre as duas amostras independentes em análise. Verifica-se assim a não
existência de diferenças nas três variáveis em análise entre o EUP e o EPP.
265
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Tabela 6 - Indicadores de Bondade de Ajustamento dos modelos referentes à satisfação com o trabalho
Modelo 2
Indicadores Modelo Inicial
(FL <0,5)
RMSEA (≤ 0,08) 0,16 0,05
GFI (≥ 0,90) 0,90 0,99
ϰ² (p-value ≤ 0,05) 98,71 6,49
CFI (≥ 0,90) 0,95 1,00
IFI (1≥IFI ≥1) 0,95 1,00
ϰ²/df (≤ 3) 19,7 3,2
AIC (≤ 3 AIC) 118,71 22,49
Pela análise da tabela anterior pode-se concluir que o modelo 2 é o modelo onde se verifica um melhor
ajustamento aos dados, sendo este, o modelo de medida final. Apresenta-se de seguida a representação gráfica do
modelo composto por quatro itens.
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Verifica-se assim, que o modelo de medida final, ou seja, aquele que melhor se ajusta aos dados
corresponde ao modelo composto pelos itens finais da AFE (modelo3). Como é possível verificar, a saída (E) é
composta por sete variáveis manifestas, a voz (V) por três, a lealdade (L) por quatro e finalmente a negligência
(N) por três.
Relativamente às correlações entre elas, verifica-se que a correlação entre estratégias com a dimensão
construtiva ou destrutiva oposta apresentam correlações negativas. Veja-se o exemplo da correlação entre a saída
e a voz (-0,43), entre a saída e a lealdade (-0,64), entre a voz e a negligência (-0,65) e entre a lealdade e a
negligência (-0,35). Por outro lado, as correlações entre as estratégias construtivas (voz e lealdade) e as
destrutivas (saída e negligência) apresentam correlações positivas: 0,38 e 0,53, respectivamente. Estes resultados
estão na linha dos resultados obtidos por Nascimento, 2010).
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Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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Segundo Maroco “A análise multigrupos tem como objetivo avaliar se a estrutura do modelo de medida
e / ou do modelo estrutural é equivalente (invariante) em diferentes grupos ou populações com características
diferentes” (Maroco, 2010: 275). No caso do presente artigo pretendeu-se avaliar se a estrutura do modelo de
medida de cada constructo (comprometimento organizacional, satisfação e estratégias comportamentais) é
invariante para os dois grupos em causa – EUP e EPP.
Verifica-se assim uma relação negativa entre a saída e a voz sendo de maior intensidade no EPP. No
caso da relação entre a voz e lealdade, esta relação é positiva e também de maior intensidade no EPP. Já no caso
da lealdade e da negligência, estas duas estratégias têm uma relação negativa nos dois subsistemas de ensino,
sendo mais intensa no EUP. Situação idêntica à relação entre a saída e a lealdade. Já no caso da voz e da
negligência a relação caracteriza-se por ser negativa e mais intensa no EPP. No caso da saída e da negligência
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verifica-se uma relação positiva de maior intensidade no EUP. Destaque-se também, que o grau de intensidade
das correlações entre as estratégias não é muito elevado, podendo variar entre 0,34 e 0,71 no EUP e 0,38 e 0,64
no EPP.
Tabela 10 - Testes de hipóteses T-Student com a utilização de índices ponderados com os fator
loadings dos respectivos modelos de medida
Levene Test T Student para a Igualdade das Médias
Constructo
F p T p
E 1,52 0,217 1,3 0,194
V 1,281 0,258 -0,126 0,979
L 1,373 0,242 1,267 0,206
N 0,269 0,604 0,758 0,449
COA 1,42 0,232 -0,383 0,703
COM 0,046 0,831 -0,673 0,501
COC 0,812 0,368 0,756 0,45
Sat 3,217 0,05 -0,845 0,399
Fonte: Elaboração Própria
Os resultados confirmam a igualdade das médias em cada constructo entre as duas amostras
independentes, EUP e EPP. Pode-se pois concluir que a discrepância de resultados entre o teste T-Student e a
análise multigrupos não tem como origem o facto dos itens e fator loadings são serem os mesmos.
CONCLUSÕES
O presente artigo teve como principal objetivo descortinar se existem diferenças entre duas amostras
independentes – o EUP e o EPP – ao nível de três constructos que estão directamente relacionados com a
competitividade das organizações, em particular nas instituições de ensino superior – o comprometimento
organizacional, a satisfação com o trabalho e as estratégias comportamentais.
Pretende-se assim, reflectir sobre os subsistemas do ensino superior público português e sobre as
implicações das alterações que se têm feito sentir desde 2009. De um sistema educativo binário, as mais recentes
alterações jurídicas têm ditado uma aproximação e uniformização entre os subsistemas. Enquanto o EUP tem
ganho uma natureza mais prática e orientação para o exterior (característica do EPP), o EPP tem-se tornado mais
exigente, tanto ao nível do acesso e evolução da carreira docente, como também no acréscimo de importância da
investigação e da publicação (característica do EUP). Importa assim analisar os resultados à luz da conjuntura
actual.
A primeira conclusão prende-se com a diferença na taxa de respostas do EUP e do EPP. Note-se que
84% dos participantes pertence ao EPP e 16% colabora no EUP. Esta característica esteve presente durante todo
270
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
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o processo de pedidos de autorização e recolha de dados. As instituições de EPP revelaram maior interesse,
disponibilidade e abertura para participarem no estudo. Por outro lado, as instituições de EUP demonstraram
maior inflexibilidade e menor interesse em tornarem-se organizações aderentes ao estudo. Este resultado pode
ser indicativo do interesse em realizar um estudo que avalie os níveis de comprometimento organizacional, de
satisfação com o trabalho e de utilização das estratégias comportamentais em cada subsistema.
Outro aspecto a referir está também associado às diferenças entre os dois subsistemas de ensino. No
EUP, a taxa de respostas foi superior ao nível do pessoal não docente e no EPP foi superior ao nível do corpo
docente das instituições. Consequentemente verifica-se uma disparidade de respostas ao nível das habilitações
literárias, sendo estas superiores no EPP, quando era expectável que tal acontecesse no EUP. Neste sentido,
depois de realizadas as análises principais desta investigação, optou-se por complementá-las, acrescentando a
discussão referente à diferença nos modelos entre pessoal docente e pessoal não docente. Os resultados sugerem
a não existência de diferenças entre o pessoal docente e não docente, para os três constructos em causa.
No que concerne aos resultados relativos às diferenças entre o EUP e o EPP nos três constructos em
análise, verifica-se uma disparidade de resultados no comprometimento organizacional e nas estratégias
comportamentais, com a introdução de técnicas estatísticas caracterizadas por uma maior precisão, ao nível da
comparação de modelos entre grupos – T Student versus análise multigrupos.
Nestes dois constructos, comprometimento organizacional e estratégias comportamentais, os resultados
do T de Student (com índices não ponderados e com índices ponderados com os itens finais após AFC) sugerem
a igualdade das médias no EUP e no EPP. No entanto, a análise multigrupos aponta para que os modelos de
medida de cada constructo sejam variantes consoante os grupos (EUP e EPP).
O facto das análises supracitadas revelarem resultados distintos e mais particularmente, a existência de
diferenças nos modelos de medida do comprometimento e das estratégias comportamentais entre os dois grupos
em análise, pode ser indicativa de que o instrumento utilizado permite a identificação de diferenças, apenas
detectáveis com recurso a técnicas estatísticas mais avançadas.
No entanto, na globalidade, os resultados apontam para a existência de cada vez menos diferenças entre
os dois subsistemas e este facto pode ser suportado pelas alterações legislativas em 2009 e consequentes
mudanças ao nível da natureza, responsabilidades e carreiras docentes nos dois subsistemas. Acresce também
que estas alterações estão alinhadas com as orientações gerais da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Superior (A3ES).
Os resultados sugerem assim uma tendência para a diluição das diferenças entre o EUP e o EPP, tanto
ao nível da orientação (interna versus externa) como ao nível das carreiras docentes.
Nesta linha, tendo em conta a necessidade do cumprimento dos requisitos legais, a missão de cada
instituição de ensino e a sua imagem a um nível mais societal, emerge um desafio para estas instituições. Cabe
assim a cada uma, seja do subsistema universitário ou politécnico, reflectir na sua missão e posicionamento,
tanto interno como externo. A um nível macro importa adequar a missão às novas exigências, seja reorientando a
instituição para um foco mais académico e de investigação, seja tornar a instituição como um meio para apoiar a
competitividade das organizações e em última instância do próprio país. Para tal, que adequações micro serão
necessárias, nomeadamente ao nível do trabalho e expectativas dos corpos docentes e não docentes?
Não obstante, refira-se também o papel fulcral do poder central, nomeadamente no âmbito das
mudanças legislativas que têm vindo a acontecer e as suas implicações e impacto na imagem das instituições de
ensino superior (públicas) bem como do que é esperado delas.
Importa também compreender como se caracterizam os indivíduos que trabalham em cada subsistema.
Sugere-se que a continuação deste estudo seja a determinação de perfis de comprometimento, satisfação e
estratégias comportamentais e a sua caracterização sociodemográfica, nos dois grupos em análise. Assim, poderá
ser possível percepcionar características particulares dos indivíduos de cada grupo.
Outro estudo opcional diz respeito à diferença entre estes dois grupos ao nível dos resultados entre o
comprometimento com a organização e o comprometimento com a carreira. Tendo em conta Machado et al.
(2014) será possível hipotetizar que os docentes do EUP têm maiores níveis de comprometimento organizacional
e os docentes do EPP de comprometimento com a carreira, ambicionando alcançar o EUP, muitas vezes
caracterizada, historicamente, como instituições de maior prestígio social (Machado et al., 2014) “…
mobilidade… sendo mais frequente dos Politécnicos para a Universidade. As razões são várias, nomeadamente
questões culturais, missão diferente de ambos os subsistemas, maior prestígio e condições mais atraentes da
carreira universitária” (Machado et al., 2014: 30).
Outro estudo que emerge como complemento da presente reflexão diz respeito à introdução do sistema
educativo privado. Será que existem diferenças entre o ensino universitário público e privado? E entre o ensino
politécnico público e privado? E finalmente entre o público e o privado, independentemente do subsistema?
Como limitação do estudo, aponta-se a discrepância de respostas entre o EUP e o EPP. Sugere-se a
replicação do estudo depois de se alcançar um maior equilíbrio entre as duas amostras. Outra limitação prende-se
com o facto de se verificarem diferenças entre a taxa de respostas do pessoal docente (superior no EPP) e do
271
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
pessoal não docente (superior no EUP). Quais as causas que levaram a esta tendência de respostas? Será que as
diferenças residem não no subsistema em si mas no tipo de carreira?
Pode-se pois concluir que apesar do sistema educativo superior português ser binário, a tendência actual
é de uma aproximação e uniformização. No entanto, ainda se verificam diferenças entre o EUP e o EPP. Estas
diferenças poderão ter uma natureza de cariz mais social e de prestígio associado a cada subsistema que tem a
sua origem a um nível histórico de distinção clara entre os dois.
Este facto levanta um conjunto de questões com implicações não só ao nível da gestão e particularmente
da gestão de recursos humanos mas também da organização do sistema de ensino superior.
No que concerne à gestão de recursos humanos, destaca-se o recrutamento e selecção. Importa que os
gestores sejam alertados para o facto de existir uma aproximação dos dois subsistemas, porque nesta prática de
recursos humanos verifica-se ainda uma análise cuidada da instituição de ensino do candidato e a sua adequação
à função a que se está a candidatar.
Finalmente, e em jeito de conclusão, optou-se por salientar a uniformização do sistema educativo
superior público português, utilizando em estudos futuros a totalidade da amostra. No entanto, ressalve-se um
desafio que é proposto às organizações de ensino públicas portuguesas. Nesta conjuntura de aproximação
jurídica num contexto de distanciamento histórico, cabe a cada organização reflectir sobre o seu posicionamento.
Caminhar para a existência de um único sistema de ensino superior público português? Ou acentuar as facetas
que tornam cada subsistema mais distintivo?
REFERÊNCIAS
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mediadas pelo Comprometimentos com os Objetivos e pela Satisfação Global com o Trabalho. Tese de
Doutoramento não publicada, ISCTE, Lisboa.
Sabino, A., N. (2011). O Comprometimento Organizacional como determinante da Voz: um estudo de perfis.
Tese de Mestrado não publicada. INDEG-ISCTE: Lisboa.
Sabino, A. N., Nascimento, J. L. & Lopes, A. (2012). ‘O comprometimento como determinante da voz: um
estudo de mediação e moderação’. VII Simpósio de Comportamento Organizacional. ISCTE: Lisboa.
Salgueiro, M. F.(2008). Modelos de Equações Estruturais: Aplicações com LISREL. Documento de trabalho
não publicado, ISCTE, Lisboa, Portugal.
272
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
273
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 5
274
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
O presente questionário faz parte de um estudo empírico que está a ser realizado no âmbito do
Programa Doutoral em Comportamento Organizacional do ISCSP – Instituto Superior de Ciências
Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa.
Com este estudo de investigação pretende-se verificar o que as pessoas sentem em relação às
Organização onde trabalham, o seu grau de satisfação e a forma como actuam neste contexto.
Os dados pessoais solicitados têm fins estatísticos, não havendo qualquer possibilidade de quebra da
confidencialidade. Os resultados da investigação dependem directamente do rigor da sua resposta e
da sinceridade com que responde. Responda ao questionário de forma sequencial e sem interrupções.
Não deixe questões para responder no fim nem reveja no final as suas respostas. Por favor responda a
todas as questões. Responda ainda ao seu ritmo próprio, sem grande pressa. No entanto, não pense
muito na resposta que vai dar.
Relembra-se que todas as respostas são admissíveis, não havendo respostas certas ou erradas.
Se tiver alguma dúvida, por favor, contacte a investigadora telefonicamente ou por e-mail.
A Investigadora
Ana Margarida Sabino
(TM: 91 836 11 93)
(e-mail: [email protected])
Não Concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Absoluto
275
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
em
Não Concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Absoluto
7. Retenho informação confidencial, porque sou
1 2 3 4 5 6 7
cooperante
8. O meu comportamento respeita os valores, normas
1 2 3 4 5 6 7
e princípios que orientam esta Organização
9. Considero que não tenho outra alternativa para a
minha actual situação, que não seja mudar de 1 2 3 4 5 6 7
Organização
10. Retenho ideias passivamente porque estou
1 2 3 4 5 6 7
resignado
11. Para além da minha chefia directa, se for
necessário sei que posso recorrer a outras pessoas 1 2 3 4 5 6 7
da hierarquia da Organização
12. Pretendo mudar de Organização o mais depressa
1 2 3 4 5 6 7
possível
13. Retenho informação relevante porque tenho medo 1 2 3 4 5 6 7
14. Esta Organização tem a capacidade de resolver os
1 2 3 4 5 6 7
problemas que apareçam através de consensos
15. Protejo informação para que a organização
1 2 3 4 5 6 7
beneficie
16. Nesta Organização é comum os seus colaboradores
1 2 3 4 5 6 7
dizerem aquilo que pensam
17. Não me sinto à vontade para exprimir uma opinião
ou dar uma sugestão que vá contra as ideias 1 2 3 4 5 6 7
definidas pela Organização
18. Fico preocupado quando a Organização tem um
1 2 3 4 5 6 7
problema
19. Não fico muito preocupado se não puder cumprir
1 2 3 4 5 6 7
as minhas obrigações profissionais
20. Passivamente, guardo ideias para a solução de
1 2 3 4 5 6 7
problemas, para mim próprio
21. Omito factos importantes de modo a proteger-me 1 2 3 4 5 6 7
22. Quando qualquer coisa não corre bem, apresento à
Organização as minhas razões e sugestões para 1 2 3 4 5 6 7
resolver essa situação
23. Como tenho confiança na hierarquia da
Organização, faço o meu trabalho com rigor e
deixo que a hierarquia tome as decisões que lhe 1 2 3 4 5 6 7
compete tomar
em
Não Concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Absoluto
29. Estou a pensar na possibilidade de pedir para ser
transferido do meu trabalho actual para um outro 1 2 3 4 5 6 7
trabalho alternativo
30. Quando há um problema na Organização, procuro
1 2 3 4 5 6 7
ignorar a situação
31. Desde que receba pontualmente o meu salário, não
estou preocupado com os problemas da 1 2 3 4 5 6 7
Organização
32. Pessoalmente considero que esta Organização é
1 2 3 4 5 6 7
uma boa Organização onde trabalhar
33. Evito expressar ideias de melhoria para me auto-
1 2 3 4 5 6 7
proteger
34. Recuso-me a divulgar informação que possa
1 2 3 4 5 6 7
prejudicar a organização
35. Quando tenho um problema de qualquer tipo,
utilizo os recursos que a Organização põe à minha 1 2 3 4 5 6 7
disposição para o poder resolver
36. Se tiver um problema pessoal com a Organização,
sei que tenho de recorrer a uma entidade externa à 1 2 3 4 5 6 7
Organização se o quiser ver resolvido
37. Sempre que quero, posso apresentar ideias para
1 2 3 4 5 6 7
melhorar o funcionamento da Organização
38. Quando há um problema, sei que a hierarquia da
1 2 3 4 5 6 7
Organização irá resolvê-lo
39. Quando tenho um problema de qualquer tipo posso
1 2 3 4 5 6 7
falar livremente com a minha chefia
40. Tenho estado activamente à procura de um outro
1 2 3 4 5 6 7
emprego alternativo
41. Estou a considerar seriamente a possibilidade de
poder vir a trocar o meu trabalho actual por um 1 2 3 4 5 6 7
outro trabalho alternativo dentro da Organização
42. Estou activamente a tentar que seja transferido para
um outro trabalho na Organização onde trabalho 1 2 3 4 5 6 7
actualmente
43. Penso que esta Organização não merece que a
1 2 3 4 5 6 7
defenda quando é criticada por outros
44. Por uma questão de princípio, não estou disponível
para trabalhar para além do meu horário de 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
45. Faço as minhas tarefas de forma precisa, mas não
estou preocupado quanto ao resultado ou qualidade 1 2 3 4 5 6 7
do meu trabalho
46. Não me sinto à vontade para exprimir uma opinião
ou dar uma sugestão que vá contra as ideias 1 2 3 4 5 6 7
definidas pela minha chefia directa
47. Se tiver oportunidade, gostaria de mudar de
1 2 3 4 5 6 7
Organização durante o próximo ano
48. Realizo o meu trabalho com empenho e dedicação 1 2 3 4 5 6 7
277
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
em
Não Concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Absoluto
49. Sinto-me à vontade para apresentar ideias ou
sugestões pessoais, mesmo que não estejam de 1 2 3 4 5 6 7
acordo com a minha chefia
50. Não fico realmente muito preocupado se o meu
1 2 3 4 5 6 7
trabalho estiver atrasado
51. Retenho ideias sobre como melhorar o trabalho á
1 2 3 4 5 6 7
minha volta porque estou pouco empenhado
52. Retenho a solução para os problemas porque tenho
1 2 3 4 5 6 7
medo
53. Protejo, de forma adequada, informação
confidencial por preocupação para com a 1 2 3 4 5 6 7
Organização
Tendo em conta o que sente pessoalmente em relação à Organização onde trabalha actualmente,
indique o grau com que concorda ou discorda com cada uma das seguintes afirmações, assinalando
com um X uma das sete possíveis alternativas.
Não concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Totalmente
Concordo
Discordo
Não concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Totalmente
Concordo
Discordo
12. Sentir-me-ia culpado se deixasse esta
1 2 3 4 5 6 7
Organização agora
13. Uma das principais razões para eu continuar a
trabalhar para esta Organização é que a saída iria
requerer um considerável sacrifício pessoal, 1 2 3 4 5 6 7
porque uma outra Organização poderá não cobrir
a totalidade de benefícios que tenho aqui
14. Neste momento, manter-me nesta Organização é
tanto umaquestão de necessidade material quanto 1 2 3 4 5 6 7
de vontade pessoal
15. Não me sinto como fazendo parte desta
1 2 3 4 5 6 7
Organização
16. Uma das consequências negativas para mim se
saísse desta Organização resulta da escassez de 1 2 3 4 5 6 7
alternativas de emprego que teria disponíveis
17. Muito da minha vida iria ser afectada se decidisse
1 2 3 4 5 6 7
querer sair desta Organização neste momento
18. Sinto que tenho um grande dever para com esta
1 2 3 4 5 6 7
Organização
19. Como já dei tanto a esta Organização, não
considero actualmente a possibilidade de 1 2 3 4 5 6 7
trabalhar numa outra
Tendo em conta a sua satisfação pessoal em relação ao seu trabalho, indique o grau com que
concorda ou discorda com cada uma das seguintes afirmações, assinalando com um X uma das sete
possíveis alternativas.
Não concordo,
Nem Discordo
Totalmente
Totalmente
Concordo
Discordo
279
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Assinale com um X a sua resposta. Se tiver qualquer dúvida, por favor contacte imediatamente a
investigadora.
1. Sexo
1. Feminino
2. Masculino
280
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
3. Investigador Auxiliar
4. Investigador Principal
5. Investigador-Coordenador
11. Se pertence à carreira Docente do Subsistema Politécnico, por favor indique a sua
Categoria Profissional:
1. Assistente Convidado
2. Assistente
3. Professor Adjunto Convidado
4. Professor Adjunto
5. Professor Coordenador Convidado
6. Professor Coordenador
7. Professor Coordenador Principal
12. Indique o Regime Contratual que tem com a Organização a que pertence:
1. Com Exclusividade
2. Sem Exclusividade
281
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 6
282
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
283
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
284
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
285
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
286
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
287
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 7
288
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
E_5_R "Não estou a pensar actualmente em mudar de organização, mesmo que me
surgisse uma oportunidade para tal"
Discordo em Absoluto 139 18,4 18,4 18,4
Discordo Moderadamente 106 14,0 14,1 32,5
Discordo Ligeiramente 69 9,1 9,2 41,6
Não Concordo Nem 170 22,5 22,5 64,2
Discordo
Concordo Ligeiramente 64 8,5 8,5 72,7
Concordo 71 9,4 9,4 82,1
Moderadamente
Concordo em Absoluto 135 17,9 17,9 100,0
Total 754 99,7 100,0
E_9 "Considero que não tenho outra alternativa para a minha actual situação, que
não seja mudar de organização"
Discordo em Absoluto 367 48,5 48,5 48,5
Discordo Moderadamente 135 17,9 17,9 66,4
Discordo Ligeiramente 56 7,4 7,4 73,8
Não Concordo Nem 125 16,5 16,5 90,3
Discordo
Concordo Ligeiramente 30 4,0 4,0 94,3
Concordo 22 2,9 2,9 97,2
Moderadamente
Concordo em Absoluto 21 2,8 2,8 100,0
E_12_R "Não pretendo mudar de organização o mais depressa possível"
Discordo em Absoluto 380 50,3 50,3 50,3
Discordo Moderadamente 104 13,8 13,8 64,1
Discordo Ligeiramente 57 7,5 7,5 71,7
Não Concordo Nem 122 16,1 16,2 87,8
Discordo
Concordo Ligeiramente 29 3,8 3,8 91,7
Concordo 27 3,6 3,6 95,2
Moderadamente
Concordo em Absoluto 36 4,8 4,8 100,0
Total 755 99,9 100,0
EC_E_25 "Se fosse possível gostaria de mudar de equipa de trabalho"
Discordo em Absoluto 229 30,0 30,1 30,1
289
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Desvio-
N Mínimo Máximo Média Padrão
EC_V_11 762 1 7 5,39 1,725
EC_V_16 760 1 7 4,44 1,698
EC_V_17_R 764 1 7 5,28 1,744
EC_V_22 759 1 7 5,52 1,414
EC_V_35 758 1 7 5,29 1,580
EC_V_36_R 762 1 7 4,83 1,858
EC_V_37 760 1 7 5,33 1,616
EC_V_39 758 1 7 5,41 1,753
EC_V_46_R 763 1 7 5,52 1,715
EC_V_49 763 1 7 5,36 1,620
N Válidos 737
Percentagem
Frequência Percentagem Válida Percentagem Acumulada
EC_V_11 "Para além da minha chefia directa, se for necessário sei que posso recorrer a outras pessoas
da hierarquia da organização"
Discordo em Absoluto 32 4,2 4,2 4,2
Discordo Moderadamente 42 5,5 5,5 9,7
Discordo Ligeiramente 40 5,2 5,2 15,0
Não Concordo Nem 87 11,4 11,4 26,4
Discordo
Concordo Ligeiramente 104 13,6 13,6 40,0
Concordo Moderadamente 194 25,4 25,5 65,5
Concordo em Absoluto 263 34,4 34,5 100,0
Total 762 99,7 100,0
EC_V_16 "Nesta organização é comum os seus colaboradores dizerem aquilo que pensam"
291
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
293
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Desvio-
N Mínimo Máximo Média Padrão
EC_L_3 762 1 7 5,15 1,619
EC_L_4 763 1 7 4,65 1,964
EC_L_8 761 1 7 6,24 1,239
EC_L_14 762 1 7 4,37 1,694
EC_L_18 759 1 7 5,67 1,427
EC_L_23 761 1 7 5,24 1,645
EC_L_32 764 1 7 5,28 1,597
EC_L_38 758 1 7 4,62 1,667
EC_L_43_R 760 1 7 5,86 1,520
N Válidos 739
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
EC_L_3 "Defendo a organização quando os outros a criticam"
Discordo em Absoluto 29 3,8 3,8 3,8
Discordo Moderadamente 33 4,3 4,3 8,1
Discordo Ligeiramente 40 5,2 5,2 13,4
Não Concordo Nem 159 20,8 20,9 34,3
Discordo
Concordo Ligeiramente 114 14,9 15,0 49,2
Concordo Moderadamente 205 26,8 26,9 76,1
Concordo em Absoluto 182 23,8 23,9 100,0
Total 762 99,7 100,0
EC_L_4 "Sou incapaz de criticar negativamente a organização onde trabalho na
presença de pessoas que não sejam seus empregados"
Discordo em Absoluto 68 8,9 8,9 8,9
Discordo Moderadamente 73 9,6 9,6 18,5
Discordo Ligeiramente 76 9,9 10,0 28,4
Não Concordo Nem 127 16,6 16,6 45,1
Discordo
Concordo Ligeiramente 91 11,9 11,9 57,0
Concordo Moderadamente 152 19,9 19,9 76,9
Concordo em Absoluto 176 23,0 23,1 100,0
Total 763 99,9 100,0
EC_L_8 "O meu comportamento respeita os valores, normas e princípios que
orientam esta organização"
Discordo em Absoluto 14 1,8 1,8 1,8
Discordo Moderadamente 10 1,3 1,3 3,2
Discordo Ligeiramente 8 1,0 1,1 4,2
Não Concordo Nem 35 4,6 4,6 8,8
Discordo
Concordo Ligeiramente 52 6,8 6,8 15,6
Concordo Moderadamente 206 27,0 27,1 42,7
Concordo em Absoluto 436 57,1 57,3 100,0
Total 761 99,6 100,0
EC_L_14 "Esta organização tem a capacidade de resolver os problemas que
apareçam através de consensos"
Discordo em Absoluto 55 7,2 7,2 7,2
Discordo Moderadamente 63 8,2 8,3 15,5
Discordo Ligeiramente 91 11,9 11,9 27,4
Não Concordo Nem 193 25,3 25,3 52,8
294
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Discordo
Concordo Ligeiramente 139 18,2 18,2 71,0
Concordo Moderadamente 135 17,7 17,7 88,7
Concordo em Absoluto 86 11,3 11,3 100,0
Total 762 99,7 100,0
EC_L_18 "Fico preocupado quando a organização tem um problema"
Discordo em Absoluto 15 2,0 2,0 2,0
Discordo Moderadamente 21 2,7 2,8 4,7
Discordo Ligeiramente 24 3,1 3,2 7,9
Não Concordo Nem 80 10,5 10,5 18,4
Discordo
Concordo Ligeiramente 119 15,6 15,7 34,1
Concordo Moderadamente 240 31,4 31,6 65,7
Concordo em Absoluto 260 34,0 34,3 100,0
Total 759 99,3 100,0
EC_L_23 "Como tenho confiança na hierarquia da organização, faço o meu trabalho
com rigor e deixo que a hierarquia tome as decisões que lhe compete tomar"
Discordo em Absoluto 26 3,4 3,4 3,4
Discordo Moderadamente 37 4,8 4,9 8,3
Discordo Ligeiramente 50 6,5 6,6 14,8
Não Concordo Nem 122 16,0 16,0 30,9
Discordo
Concordo Ligeiramente 112 14,7 14,7 45,6
Concordo Moderadamente 209 27,4 27,5 73,1
Concordo em Absoluto 205 26,8 26,9 100,0
Total 761 99,6 100,0
EC_L_32"Pessoalmente considero que esta organização é uma boa organização onde
trabalhar"
Discordo em Absoluto 24 3,1 3,1 3,1
Discordo Moderadamente 36 4,7 4,7 7,9
Discordo Ligeiramente 48 6,3 6,3 14,1
Não Concordo Nem 104 13,6 13,6 27,7
Discordo
Concordo Ligeiramente 124 16,2 16,2 44,0
Concordo Moderadamente 236 30,9 30,9 74,9
Concordo em Absoluto 192 25,1 25,1 100,0
Total 764 100,0 100,0
EC_L_38 "Quando há um problema, sei que a hierarquia da organização irá
resolvê-lo"
Discordo em Absoluto 36 4,7 4,7 4,7
Discordo Moderadamente 69 9,0 9,1 13,9
Discordo Ligeiramente 64 8,4 8,4 22,3
Não Concordo Nem 175 22,9 23,1 45,4
Discordo
Concordo Ligeiramente 156 20,4 20,6 66,0
Concordo Moderadamente 149 19,5 19,7 85,6
Concordo em Absoluto 109 14,3 14,4 100,0
Total 758 99,2 100,0
EC_L_43_R "Penso que esta organização merece que a defenda quando é criticada
por outros"
Discordo em Absoluto 18 2,4 2,4 2,4
Discordo Moderadamente 15 2,0 2,0 4,3
Discordo Ligeiramente 28 3,7 3,7 8,0
Não Concordo Nem 91 11,9 12,0 20,0
Discordo
Concordo Ligeiramente 76 9,9 10,0 30,0
Concordo Moderadamente 146 19,1 19,2 49,2
Concordo em Absoluto 386 50,5 50,8 100,0
295
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Desvio-
N Mínimo Máximo Média Padrão
EC_N_1 764 1 7 1,63 1,249
EC_N_19 758 1 7 1,59 1,224
EC_N_27 762 1 7 2,31 1,615
EC_N_30 762 1 7 1,95 1,373
EC_N_31 759 1 7 1,69 1,277
EC_N_44 762 1 7 2,23 1,659
EC_N_45 758 1 7 1,60 1,263
EC_N_48_R 762 1 7 1,57 1,129
EC_N_50 763 1 7 1,82 1,369
N Válidos 741
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
EC_N_1 "Desde que não seja afectado, não estou preocupado com o que possa acontecer à
organização"
Discordo em Absoluto 535 70,0 70,0 70,0
Discordo Moderadamente 119 15,6 15,6 85,6
Discordo Ligeiramente 37 4,8 4,8 90,4
Não Concordo Nem 36 4,7 4,7 95,2
Discordo
Concordo Ligeiramente 16 2,1 2,1 97,3
Concordo Moderadamente 10 1,3 1,3 98,6
Concordo em Absoluto 11 1,4 1,4 100,0
Total 764 100,0 100,0
EC_N_19 "Não fico muito preocupado se não puder cumprir as minhas obrigações
profissionais"
Discordo em Absoluto 530 69,4 69,9 69,9
Discordo Moderadamente 135 17,7 17,8 87,7
Discordo Ligeiramente 36 4,7 4,7 92,5
Não Concordo Nem 23 3,0 3,0 95,5
Discordo
Concordo Ligeiramente 11 1,4 1,5 97,0
Concordo Moderadamente 8 1,0 1,1 98,0
Concordo em Absoluto 15 2,0 2,0 100,0
Total 758 99,2 100,0
EC_N_27 "Não estou de todo disponível para fazer outras tarefas que não sejam as que me
foram definidas"
Discordo em Absoluto 341 44,6 44,8 44,8
Discordo Moderadamente 164 21,5 21,5 66,3
Discordo Ligeiramente 98 12,8 12,9 79,1
Não Concordo Nem 74 9,7 9,7 88,8
Discordo
Concordo Ligeiramente 34 4,5 4,5 93,3
Concordo Moderadamente 29 3,8 3,8 97,1
296
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Desvio-
N Mínimo Máximo Média Padrão
EC_SS_2 763 1 7 1,86 1,362
EC_SS_10 762 1 7 2,43 1,646
EC_SS_20 760 1 7 2,32 1,607
EC_SS_28 758 1 7 2,25 1,559
EC_SS_51 761 1 7 2,12 1,653
N válidos 749
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
EC_SS_2 "Não estou disposto a fazer sugestões de mudança porque estou pouco
empenhado"
Discordo em Absoluto 443 58,0 58,1 58,1
Discordo Moderadamente 174 22,8 22,8 80,9
Discordo Ligeiramente 51 6,7 6,7 87,5
Não Concordo Nem 42 5,5 5,5 93,1
Discordo
Concordo Ligeiramente 23 3,0 3,0 96,1
Concordo Moderadamente 21 2,7 2,8 98,8
Concordo em Absoluto 9 1,2 1,2 100,0
Total 763 99,9 100,0
EC_SS_10 "Retenho ideias passivamente porque estou resignado"
Discordo em Absoluto 320 41,9 42,0 42,0
Discordo Moderadamente 159 20,8 20,9 62,9
Discordo Ligeiramente 77 10,1 10,1 73,0
Não Concordo Nem 120 15,7 15,7 88,7
Discordo
Concordo Ligeiramente 37 4,8 4,9 93,6
Concordo Moderadamente 26 3,4 3,4 97,0
Concordo em Absoluto 23 3,0 3,0 100,0
Total 762 99,7 100,0
EC_SS_20 "Passivamente, guardo ideias para a solução de problemas para mim próprio"
Discordo em Absoluto 336 44,0 44,2 44,2
Discordo Moderadamente 171 22,4 22,5 66,7
Discordo Ligeiramente 73 9,6 9,6 76,3
Não Concordo Nem 98 12,8 12,9 89,2
Discordo
Concordo Ligeiramente 35 4,6 4,6 93,8
Concordo Moderadamente 28 3,7 3,7 97,5
298
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Desvio-
N Mínimo Máximo Média Padrão
EC_SD_6 762 1 7 2,07 1,526
EC_SD_13 760 1 7 1,88 1,409
EC_SD_21 755 1 7 2,23 1,553
EC_SD_33 760 1 7 2,20 1,499
EC_SD_52 761 1 7 1,82 1,274
N Válidos 743
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
EC_SD_6 "Não falo, nem sugiro ideias de mudança porque tenho medo"
Discordo em Absoluto 417 54,6 54,7 54,7
Discordo Moderadamente 142 18,6 18,6 73,4
Discordo Ligeiramente 60 7,9 7,9 81,2
Não Concordo Nem 70 9,2 9,2 90,4
Discordo
Concordo Ligeiramente 38 5,0 5,0 95,4
Concordo Moderadamente 22 2,9 2,9 98,3
Concordo em Absoluto 13 1,7 1,7 100,0
Total 762 99,7 100,0
EC_SD_13 "Retenho informação relevante porque tenho medo"
Discordo em Absoluto 459 60,1 60,4 60,4
Discordo Moderadamente 137 17,9 18,0 78,4
Discordo Ligeiramente 38 5,0 5,0 83,4
Não Concordo Nem 85 11,1 11,2 94,6
Discordo
299
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Desvio-
N Mínimo Máximo Média Padrão
EC_SP_7 757 1 7 5,19 2,015
EC_SP_15 760 1 7 4,91 1,737
EC_SP_24 762 1 7 5,61 1,685
EC_SP_34 757 1 7 5,56 1,697
EC_SP_53 760 1 7 5,48 1,696
N Válidos 742
300
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
EC_SP_7 "Retenho informação confidencial, porque sou cooperante"
Discordo em Absoluto 78 10,2 10,3 10,3
Discordo Moderadamente 34 4,5 4,5 14,8
Discordo Ligeiramente 16 2,1 2,1 16,9
Não Concordo Nem Discordo 142 18,6 18,8 35,7
Concordo Ligeiramente 53 6,9 7,0 42,7
Concordo Moderadamente 133 17,4 17,6 60,2
Concordo em Absoluto 301 39,4 39,8 100,0
Total 757 99,1 100,0
EC_SP_15 "Protejo informação para que a organização beneficie"
Discordo em Absoluto 50 6,5 6,6 6,6
Discordo Moderadamente 41 5,4 5,4 12,0
Discordo Ligeiramente 32 4,2 4,2 16,2
Não Concordo Nem Discordo 181 23,7 23,8 40,0
Concordo Ligeiramente 112 14,7 14,7 54,7
Concordo Moderadamente 186 24,3 24,5 79,2
Concordo em Absoluto 158 20,7 20,8 100,0
Total 760 99,5 100,0
EC_SP_24 "Resisto à pressão dos outros em contar segredos organizacionais"
Discordo em Absoluto 36 4,7 4,7 4,7
Discordo Moderadamente 26 3,4 3,4 8,1
Discordo Ligeiramente 16 2,1 2,1 10,2
Não Concordo Nem Discordo 107 14,0 14,0 24,3
Concordo Ligeiramente 72 9,4 9,4 33,7
Concordo Moderadamente 187 24,5 24,5 58,3
Concordo em Absoluto 318 41,6 41,7 100,0
Total 762 99,7 100,0
EC_SP_34 "Recuso-me a divulgar informação que possa prejudicar a organização"
Discordo em Absoluto 33 4,3 4,4 4,4
Discordo Moderadamente 26 3,4 3,4 7,8
Discordo Ligeiramente 33 4,3 4,4 12,2
Não Concordo Nem Discordo 100 13,1 13,2 25,4
Concordo Ligeiramente 74 9,7 9,8 35,1
Concordo Moderadamente 180 23,6 23,8 58,9
Concordo em Absoluto 311 40,7 41,1 100,0
Total 757 99,1 100,0
EC_SP_53 "Protejo, de forma adequada, informação confidencial por preocupação para
com a organização"
Discordo em Absoluto 33 4,3 4,3 4,3
Discordo Moderadamente 34 4,5 4,5 8,8
Discordo Ligeiramente 17 2,2 2,2 11,1
Não Concordo Nem Discordo 125 16,4 16,4 27,5
Concordo Ligeiramente 84 11,0 11,1 38,6
Concordo Moderadamente 180 23,6 23,7 62,2
Concordo em Absoluto 287 37,6 37,8 100,0
Total 760 99,5 100,0
301
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 8
302
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
Sat_1 "Na generalidade, estou muito satisfeito com este trabalho"
Discordo em Absoluto 33 4,3 4,3 4,3
Discordo Moderadamente 30 3,9 3,9 8,3
Discordo Ligeiramente 42 5,5 5,5 13,8
Não Concordo Nem 79 10,3 10,4 24,2
Discordo
Concordo Ligeiramente 171 22,4 22,5 46,6
Concordo Moderadamente 228 29,8 30,0 76,6
Concordo em Absoluto 178 23,3 23,4 100,0
Total 761 99,6 100,0
Sat_2_R "Não penso frequentemente em deixar este trabalho"
Discordo em Absoluto 52 6,8 6,8 6,8
Discordo Moderadamente 59 7,7 7,8 14,6
Discordo Ligeiramente 55 7,2 7,2 21,8
Não Concordo Nem 89 11,6 11,7 33,5
Discordo
Concordo Ligeiramente 74 9,7 9,7 43,2
Concordo Moderadamente 157 20,5 20,6 63,9
Concordo em Absoluto 275 36,0 36,1 100,0
Total 761 99,6 100,0
Sat_3 "a generalidade, estou satisfeito com o tipo de tarefas que faço nesta trabalho"
Discordo em Absoluto 19 2,5 2,5 2,5
Discordo Moderadamente 32 4,2 4,2 6,7
Discordo Ligeiramente 39 5,1 5,1 11,9
Não Concordo Nem 66 8,6 8,7 20,6
Discordo
Concordo Ligeiramente 161 21,1 21,2 41,8
Concordo Moderadamente 268 35,1 35,3 77,1
Concordo em Absoluto 174 22,8 22,9 100,0
Total 759 99,3 100,0
Sat_4 "Na minha opinião, a maioria das pessoas que têm este trabalho, ou trabalhos
afins, está muito satisfeita com as tarefas que fazem"
Discordo em Absoluto 32 4,2 4,2 4,2
Discordo Moderadamente 48 6,3 6,3 10,5
303
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
304
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
305
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 9
306
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Comprometimento Afetivo
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
CAf_2_R "Sinto-me “emocionalmente ligado” a esta Organização"
Discordo em Absoluto 24 3,1 3,1 3,1
Discordo Moderadamente 30 3,9 3,9 7,1
Discordo Ligeiramente 40 5,2 5,2 12,3
Não Concordo Nem 81 10,6 10,6 23,0
Discordo
Concordo Ligeiramente 66 8,6 8,7 31,6
Concordo Moderadamente 159 20,8 20,9 52,5
Concordo em Absoluto 362 47,4 47,5 100,0
Total 762 99,7 100,0
CAf_6 "Esta Organização tem um grande significado pessoal para mim"
Discordo em Absoluto 41 5,4 5,4 5,4
Discordo Moderadamente 38 5,0 5,0 10,4
Discordo Ligeiramente 29 3,8 3,8 14,2
Não Concordo Nem 113 14,8 14,8 29,0
Discordo
Concordo Ligeiramente 106 13,9 13,9 43,0
Concordo Moderadamente 180 23,6 23,7 66,6
Concordo em Absoluto 254 33,2 33,4 100,0
Total 761 99,6 100,0
CAf_7_R "R Sinto-me como “fazendo parte da família” nesta Organização"
Discordo em Absoluto 40 5,2 5,3 5,3
Discordo Moderadamente 47 6,2 6,2 11,5
Discordo Ligeiramente 51 6,7 6,7 18,3
Não Concordo Nem 99 13,0 13,1 31,3
Discordo
Concordo Ligeiramente 87 11,4 11,5 42,9
307
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
Concordo Moderadamente 147 19,2 19,4 62,3
Concordo em Absoluto 285 37,3 37,7 100,0
Total 756 99,0 100,0
CAf_9 "Na realidade sinto os problemas desta Organização como se fossem meus"
Discordo em Absoluto 56 7,3 7,4 7,4
Discordo Moderadamente 52 6,8 6,8 14,2
Discordo Ligeiramente 67 8,8 8,8 23,0
Não Concordo Nem 131 17,1 17,2 40,2
Discordo
Concordo Ligeiramente 160 20,9 21,0 61,2
Concordo Moderadamente 161 21,1 21,2 82,4
Concordo em Absoluto 134 17,5 17,6 100,0
Total 761 99,6 100,0
CAf_11 " Ficaria muito feliz em passar o resto da minha carreira nesta Organização"
Discordo em Absoluto 77 10,1 10,2 10,2
Discordo Moderadamente 47 6,2 6,2 16,4
Discordo Ligeiramente 29 3,8 3,8 20,2
Não Concordo Nem 192 25,1 25,3 45,5
Discordo
Concordo Ligeiramente 85 11,1 11,2 56,7
Concordo Moderadamente 150 19,6 19,8 76,5
Concordo em Absoluto 178 23,3 23,5 100,0
Total 758 99,2 100,0
CAf_15_R "Sinto-me como fazendo parte desta Organização"
Discordo em Absoluto 25 3,3 3,3 3,3
Discordo Moderadamente 22 2,9 2,9 6,2
Discordo Ligeiramente 38 5,0 5,0 11,2
Não Concordo Nem 91 11,9 12,0 23,3
Discordo
Concordo Ligeiramente 76 9,9 10,1 33,3
Concordo Moderadamente 157 20,5 20,8 54,1
Concordo em Absoluto 347 45,4 45,9 100,0
Total 756 99,0 100,0
308
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
CNor_4 "Eu não iria deixar esta Organização neste momento porque sinto que tenho uma
obrigação pessoal para com as pessoas que trabalham aqui"
Discordo em Absoluto 123 16,1 16,1 16,1
Discordo Moderadamente 101 13,2 13,3 29,4
Discordo Ligeiramente 69 9,0 9,1 38,5
Não Concordo Nem 205 26,8 26,9 65,4
Discordo
Concordo Ligeiramente 83 10,9 10,9 76,2
Concordo Moderadamente 97 12,7 12,7 89,0
Concordo em Absoluto 84 11,0 11,0 100,0
Total 762 99,7 100,0
CNor_5_R "Sinto que tenho um dever moral em permanecer na Organização onde estou
actualmente"
Discordo em Absoluto 62 8,1 8,1 8,1
Discordo Moderadamente 67 8,8 8,8 17,0
Discordo Ligeiramente 66 8,6 8,7 25,6
Não Concordo Nem 148 19,4 19,4 45,1
Discordo
Concordo Ligeiramente 83 10,9 10,9 56,0
Concordo Moderadamente 108 14,1 14,2 70,2
Concordo em Absoluto 227 29,7 29,8 100,0
Total 761 99,6 100,0
CNor_8 "Mesmo que fosse uma vantagem para mim, sinto que não seria correcto deixar
esta Organização no presente momento"
Discordo em Absoluto 165 21,6 21,7 21,7
Discordo Moderadamente 97 12,7 12,8 34,5
Discordo Ligeiramente 75 9,8 9,9 44,3
Não Concordo Nem 209 27,4 27,5 71,8
Discordo
Concordo Ligeiramente 56 7,3 7,4 79,2
Concordo Moderadamente 94 12,3 12,4 91,6
Concordo em Absoluto 64 8,4 8,4 100,0
Total 760 99,5 100,0
CNor_10"Esta Organização merece a minha lealdade"
Discordo em Absoluto 16 2,1 2,1 2,1
Discordo Moderadamente 22 2,9 2,9 5,0
Discordo Ligeiramente 31 4,1 4,1 9,1
Não Concordo Nem 106 13,9 13,9 23,0
Discordo
Concordo Ligeiramente 120 15,7 15,8 38,8
Concordo Moderadamente 204 26,7 26,8 65,6
Concordo em Absoluto 262 34,3 34,4 100,0
Total 761 99,6 100,0
CNor_12 "Sentir-me-ia culpado se deixasse esta Organização agora"
Discordo em Absoluto 212 27,7 28,1 28,1
Discordo Moderadamente 101 13,2 13,4 41,5
Discordo Ligeiramente 77 10,1 10,2 51,7
Não Concordo Nem 191 25,0 25,3 77,0
Discordo
Concordo Ligeiramente 60 7,9 7,9 84,9
Concordo Moderadamente 65 8,5 8,6 93,5
Concordo em Absoluto 49 6,4 6,5 100,0
Total 755 98,8 100,0
CNor_18 "Sinto que tenho um grande dever para com esta Organização"
Discordo em Absoluto 77 10,1 10,1 10,1
Discordo Moderadamente 95 12,4 12,5 22,6
Discordo Ligeiramente 62 8,1 8,2 30,8
Não Concordo Nem 187 24,5 24,6 55,4
309
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Discordo
Concordo Ligeiramente 113 14,8 14,9 70,3
Concordo Moderadamente 120 15,7 15,8 86,1
Concordo em Absoluto 106 13,9 13,9 100,0
Total 760 99,5 100,0
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem Válida Acumulada
CCal_1 "Acredito que há muito poucas alternativas para poder pensar em sair desta
Organização"
Discordo em Absoluto 92 12,0 12,1 12,1
Discordo Moderadamente 87 11,4 11,4 23,5
Discordo Ligeiramente 55 7,2 7,2 30,7
Não Concordo Nem Discordo 183 24,0 24,0 54,7
Concordo Ligeiramente 112 14,7 14,7 69,4
Concordo Moderadamente 117 15,3 15,4 84,8
Concordo em Absoluto 116 15,2 15,2 100,0
Total 762 99,7 100,0
CCal_3 "Seria materialmente muito penalizador para mim, neste momento, sair desta
Organização, mesmo que o pudesse fazer"
Discordo em Absoluto 110 14,4 14,5 14,5
Discordo Moderadamente 89 11,6 11,7 26,1
Discordo Ligeiramente 40 5,2 5,3 31,4
Não Concordo Nem Discordo 221 28,9 29,0 60,4
Concordo Ligeiramente 71 9,3 9,3 69,8
Concordo Moderadamente 115 15,1 15,1 84,9
Concordo em Absoluto 115 15,1 15,1 100,0
Total 761 99,6 100,0
CCal_13 "Uma das principais razões para eu continuar a trabalhar para esta
Organização é que a saída iria requerer um considerável sacrifício pessoal, porque uma
outra Organização poderá não cobrir a totalidade de benefícios que tenho aqui"
310
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
311
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 10
312
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Saída (E)
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,922
Comunalidades
Inicial Extracção
E_5_R ,378 ,389
E_9 ,475 ,492
E_12 ,658 ,724
E_26 ,557 ,613
E_29 ,449 ,469
E_40 ,591 ,648
E_47 ,658 ,726
Matriz de Fatores
Fator
1
E_5_R ,624
E_9 ,701
E_12 ,851
E_26 ,783
E_29 ,685
E_40 ,805
E_47 ,852
% Variância 63,60%
Explicada
313
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Voz (V)
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,789
Comunalidades
Inicial Extracção
V_17_R ,335 ,363
V_37 ,421 ,484
V_39 ,415 ,449
V_46_R ,387 ,412
V_49 ,445 ,579
Matriz de Fator
Fator
V
V_17_R ,603
V_37 ,696
V_39 ,670
V_46_R ,642
V_49 ,761
% Variância 56,40%
Explicada
Lealdade (L)
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,821
Communalidades
Inicial Extracção
L_14 ,397 ,489
L_23 ,338 ,403
L_32 ,463 ,565
L_38 ,486 ,607
L_43_R ,281 ,310
Matriz de Fator
Fator
L
L_14 ,699
L_23 ,635
L_32 ,752
L_38 ,779
L_43_R ,557
% 57,50%
Variância
Explicada
314
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Negligência (N)
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,731
Communalidades
Inicial Extracção
N_19 ,190 ,278
N_30 ,273 ,432
N_31 ,291 ,481
N_44 ,185 ,269
Matriz de Fator
Fator
N
N_19 ,527
N_30 ,658
N_31 ,693
N_44 ,519
% 51,90%
Variância
Explicada
315
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
MODELO EVLN
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO: 0,927
Communalidades
Inicial Extracção
EC_E_5_R ,412 ,437
EC_E_9 ,497 ,502
EC_E_12 ,680 ,735
EC_E_26 ,571 ,614
EC_E_29 ,511 ,542
EC_E_40 ,634 ,680
EC_E_47 ,683 ,736
EC_V_17_R ,325 ,404
EC_V_37 ,504 ,569
EC_V_39 ,525 ,602
EC_V_49 ,421 ,553
EC_L_14 ,430 ,472
EC_L_23 ,360 ,395
EC_L_32 ,529 ,579
EC_L_38 ,569 ,679
EC_L_43_R ,423 ,449
EC_N_19 ,216 ,270
EC_N_30 ,313 ,397
EC_N_31 ,349 ,472
EC_N_44 ,232 ,277
Matriz de Padrão
Fator
1 2 3 4
EC_E_5_R ,658 -,166 -,167 ,104
EC_E_9 ,654 -,006 ,096 ,002
EC_E_12 ,859 -,033 -,040 ,001
EC_E_26 ,760 -,026 ,034 ,020
EC_E_29 ,672 ,158 ,187 -,067
EC_E_40 ,845 ,076 -,018 -,070
EC_E_47 ,858 -,051 -,086 -,028
EC_V_17_R -,056 -,172 -,163 ,596
EC_V_37 ,039 ,380 ,014 ,501
EC_V_39 ,020 ,487 ,083 ,442
EC_V_49 ,007 ,053 ,022 ,726
EC_L_14 -,072 ,682 ,045 -,044
EC_L_23 ,038 ,648 -,014 -,007
EC_L_32 -,163 ,669 -,090 -,084
EC_L_38 ,041 ,873 ,001 -,051
EC_L_43_R -,100 ,371 -,410 -,051
EC_N_19 ,001 ,018 ,523 -,003
EC_N_30 -,085 -,044 ,641 -,027
EC_N_31 ,035 ,094 ,675 -,041
EC_N_44 -,044 -,072 ,520 -,004
316
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Matriz de Estrutura
Fator
E L N V
EC_E_5_R ,625 -,414 ,158 -,161
EC_E_9 ,704 -,389 ,419 -,302
EC_E_12 ,856 -,486 ,394 -,330
EC_E_26 ,783 -,438 ,407 -,305
EC_E_29 ,704 -,302 ,503 -,332
EC_E_40 ,822 -,416 ,411 -,346
EC_E_47 ,854 -,506 ,368 -,346
EC_V_17_R -,274 ,241 -,433 ,603
EC_V_37 -,355 ,634 -,334 ,691
EC_V_39 -,375 ,696 -,279 ,664
EC_V_49 -,293 ,447 -,353 ,742
EC_L_14 -,404 ,683 -,181 ,342
EC_L_23 -,319 ,628 -,194 ,346
EC_L_32 -,538 ,739 -,337 ,396
EC_L_38 -,412 ,822 -,225 ,418
EC_L_43_R -,485 ,525 -,550 ,398
EC_N_19 ,251 -,147 ,519 -,253
EC_N_30 ,265 -,212 ,626 -,337
EC_N_31 ,334 -,158 ,684 -,338
EC_N_44 ,253 -,212 ,523 -,285
% Variância 36,30% 10,30% 9,50% 5,10%
Explicada
SILÊNCIO
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,650
Communalidades
Inicial Extracção
SS_10 ,217 ,349
SS_20 ,270 ,536
SS_28 ,204 ,325
317
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Matriz de Fator
Fator
SS
SS_10 ,591
SS_20 ,732
SS_28 ,570
% 59,70%
Variância
Explicada
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,829
Comunalidades
Inicial Extracção
SD_6 ,353 ,446
SD_13 ,277 ,338
SD_21 ,279 ,338
SD_33 ,415 ,544
SD_52 ,427 ,568
Matriz de Fatores
Fator
SD
SD_6 ,668
SD_13 ,581
SD_21 ,581
SD_33 ,737
SD_52 ,754
% 55,40%
Variância
Explicada
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,656
Comunalidades
Inicial Extracção
SP_15 ,196 ,323
SP_34 ,248 ,461
SP_53 ,233 ,409
318
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Matriz de Fator
Fator
SP
SP_15 ,568
SP_34 ,679
SP_53 ,639
% Variância 59,60%
Explicada
SILÊNCIO
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax,
sem definição do número de fatores apriori
KMO=0,869
Comunalidades
Inicial Extracção
SS_10 ,324 ,365
SS_20 ,360 ,385
SS_28 ,308 ,345
SD_6 ,367 ,419
SD_13 ,288 ,316
SD_21 ,332 ,368
SD_33 ,462 ,555
SD_52 ,441 ,525
SP_15 ,196 ,321
SP_34 ,238 ,432
SP_53 ,247 ,422
Matriz de Padrão
Fator
1 2
SS_10 ,598 -,032
SS_20 ,617 -,017
SS_28 ,589 ,013
SD_6 ,651 ,028
SD_13 ,567 ,040
SD_21 ,610 ,029
SD_33 ,748 ,016
SD_52 ,712 -,063
SP_15 ,041 ,572
SP_34 ,025 ,661
SP_53 -,050 ,640
319
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Matriz de Estrutura
Fator
1 2
SS_10 ,603 -,125
SS_20 ,620 -,113
SS_28 ,587 -,079
SD_6 ,647 -,073
SD_13 ,560 -,048
SD_21 ,606 -,066
SD_33 ,745 -,101
SD_52 ,722 -,174
SP_15 -,047 ,565
SP_34 -,078 ,657
SP_53 -,150 ,647
% Variância 35,30% 15,80%
Explicada
Matriz de Correlações
Fator 1 2
1 1,000
2 -,155 1,000
SILÊNCIO
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax,
com a definição apriori de três fatores
KMO=0,869
Comunalidades
Inicial Extracção
SS_10 ,324 ,360
SS_20 ,360 ,999
SS_28 ,308 ,339
SD_6 ,367 ,449
SD_13 ,288 ,345
SD_21 ,332 ,361
SD_33 ,462 ,552
SD_52 ,441 ,527
SP_15 ,196 ,322
SP_34 ,238 ,433
SP_53 ,247 ,422
320
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Matriz de Padrão
Fator
1 2 3
SS_10 ,527 -,033 ,105
SS_20 ,038 ,003 ,977
SS_28 ,530 ,011 ,086
SD_6 ,721 ,025 -,089
SD_13 ,651 ,037 -,116
SD_21 ,521 ,028 ,128
SD_33 ,742 ,011 ,005
SD_52 ,710 -,067 ,006
SP_15 ,066 ,571 -,034
SP_34 ,008 ,662 ,026
SP_53 -,057 ,640 ,012
Matriz de Estrutura
Fator
1 2 3
SS_10 ,592 -,125 ,414
SS_20 ,605 -,116 ,999
SS_28 ,578 -,079 ,393
SD_6 ,666 -,075 ,327
SD_13 ,578 -,049 ,258
SD_21 ,591 -,067 ,427
SD_33 ,743 -,102 ,434
SD_52 ,723 -,176 ,425
SP_15 -,041 ,565 -,062
SP_34 -,077 ,657 -,046
SP_53 -,147 ,648 -,095
% Variância 35,30% 15,80% 6,90%
Explicada
Matriz de Correlações
Fator 1 2 3
1 1,000
2 -,152 1,000
3 ,580 -,116 1,000
321
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 11
322
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO:0,728
Comunalidades
Inicial Extracção
Sat_1 ,622 ,793
Sat_2_R ,467 ,491
Sat_3 ,534 ,619
Sat_4 ,352 ,247
Sat_5_R ,349 ,198
Matriz de Fator
Fator
Sat
Sat_1 ,944
Sat_2_R ,674
Sat_3 ,760
% Variância 74,9%
Explicada
323
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 12
324
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
AFE: Análise Fatorial Exploratória com método de extracção Maximum Likelihood e rotação obliqua Promax
KMO=0,831
Comunalidades
Inicial Extracção
CAf_2_R ,522 ,590
CAf_6 ,459 ,472
CAf_7_R ,540 ,630
CAf_15_R ,586 ,719
CNor_4 ,474 ,559
CNor_8 ,497 ,597
CNor_12 ,503 ,618
CNor_18 ,531 ,585
CCal_1 ,301 ,430
CCal_16 ,390 ,636
CCal_17 ,276 ,370
Matriz de Padrão
Fator
COA CON COC
CAf_2_R ,772 -,006 ,004
CAf_6 ,511 ,260 ,022
CAf_7_R ,813 -,043 -,022
CAf_15_R ,891 -,086 -,003
CNor_4 ,003 ,746 -,009
CNor_8 -,060 ,806 -,064
CNor_12 -,095 ,833 ,003
CNor_18 ,204 ,623 ,113
CCal_1 ,041 -,008 ,660
CCal_16 -,108 -,105 ,771
CCal_17 ,052 ,116 ,587
325
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Matriz de Estrutura
Fator
COA CON COC
CAf_2_R ,768 ,411 -,079
CAf_6 ,649 ,538 -,016
CAf_7_R ,792 ,395 -,112
CAf_15_R ,845 ,395 -,104
CNor_4 ,407 ,747 ,040
CNor_8 ,381 ,769 -,004
CNor_12 ,354 ,782 ,069
CNor_18 ,529 ,741 ,132
CCal_1 -,034 ,059 ,655
CCal_16 -,247 -,112 ,776
CCal_17 ,052 ,183 ,589
% da
Variância 37,60% 18,10% 12,40%
Explicada
Matriz de Correlações
Fator 1 2 3
1 COA 1,000
2 CON ,540 1,000
3 COC -,107 ,066 1,000
326
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
327
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 13
328
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
329
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
330
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
331
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 14
332
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
333
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
334
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo V2
Modelo V1 Modelo 2A
Indicadores (eliminados
(itens originais) (solução AFE)
FL<0,5)
RMSEA (≤ 0,07) 0,16 0,05 NA
GFI (≥ 0,90) 0,90 0,99 NA
ϰ² 98,71 6,49 NA
Df 5 2 0
CFI (≥ 0,90) 0,95 1,00 NA
IFI ( ͌ 1) 0,95 1,00 NA
ϰ²/df (≤ 3) 19,7 3,2 NA
AIC (menor) 118,71 22,49 NA
335
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 15
336
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
337
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
338
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo V2
Modelo V1 Modelo V3
Indicadores (eliminados
(itens originais) (solução AFE)
FL<0,5)
RMSEA (≤ 0,07) 0,107 0,12 0,08
GFI (≥ 0,90) 0,746 0,74 0,90
ϰ² 1363,37 1057,32 247,82
Df 149 88 41
CFI (≥ 0,90) 0,94 0,92 0,97
IFI ( ͌ 1) 0,94 0,92 0,97
ϰ²/df (≤ 3) 9,1 12 6
AIC (menor) 6209,00 240,00 132,00
339
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 16
340
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo 0 – Modelo inicial completo – considera todas as possíveis relações entre variáveis.
341
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo M02 – M01 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa CON - N
Modelo M03 – M02 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa COC - L
Modelo M04 – M03 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa CON – SA
Modelo M05 – M04 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa COC – E
Modelo M06 – M05 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa Sat – SR
Modelo M07 – M06 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa Sat - V
Modelo M010 – M09 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa CON - COC
Modelo M013 – M012 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa CON - E
Modelo M015 – M014 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa COC –V
342
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo M018 – M017 com a eliminação da relação estatisticamente não significativa COC - SR
Modelo M017
Indicadores
M0
RMSEA (≤ 0,07) 0,70 0,69
GFI (≥ 0,90) 0,804 0,803
ϰ² 1710,74 1731,39
Df 857 875
CFI (≥ 0,90) 0,988 0,988
IFI ( ͌ 1) 0,988 0,988
ϰ²/df (≤ 3) 1,99 1,97
AIC (menor) 10128,34 10128,34
343
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 17
344
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e o Silêncio de Adesão (SA) mediada pela
Satisfação com o Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA – SA 0,29 5,66 0,054
COA – SA 0,27 2,70 0,104
Mediação COA – Sat 0,78 12,81 0,096
Sat – SA 0,04 0,38 0,065
Tendo em conta que o efeito indireto entre Sat – SA não é estatisticamente significativo, então não se verificam
os pressupostos para uma possível mediação.
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e a Lealdade (L) mediada pela Satisfação com o
Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA – L 0,71 11,67 0,086
COA – L 0,36 5,05 0,114
Mediação COA – Sat 0,78 12,78 0,097
Sat – L 0,46 5,76 0,080
Para um Z=4,71 tendo em conta o valor crítico de 0,97, e dado que o efeito direto após a mediação continua
significativo, verifica-se uma mediação parcial da Satisfação com o trabalho na relação entre o
comprometimento afetivo e a lealdade.
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e a Saída (E) mediada pela Satisfação com o
Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA – E -0,73 -12,54 0,085
COA – E -0,20 -2,97 0,121
Mediação COA – Sat 0,80 12,39 0,107
Sat – E -0,65 -7,89 0,087
Para um Z=-5,36tendo em conta o valor crítico de- 0,97, e dado que o efeito direto após a mediação continua
significativo, verifica-se uma mediação parcial da Satisfação com o trabalho na relação entre o
comprometimento afetivo e a saída.
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e a Negligência (N) mediada pela Satisfação com o
Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA – N -0,31 -6,79 0,049
COA – N -0,53 -5,42 0,104
Mediação COA – Sat 0,77 12,82 0,096
Sat – N 0,38 3,90 0,066
345
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Para um Z=5,05tendo em conta o valor crítico de 0,97, e dado que o efeito direto após a mediação continua
significativo, verifica-se uma mediação parcial da Satisfação com o trabalho na relação entre o
comprometimento normativo e a Lealdade.
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e a Negligência (N) mediada pelo Silêncio de
Rejeição (SR)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA– N -0,33 -6,79 .0.49
COA – N -0,13 -2,44 0,090
Mediação COA – SR -0,54 -10,43 0,061
SR – N 0,74 8,65 0,125
Para um Z=-4,925tendo em conta o valor crítico de -0,97 A H0 é rejeitada e tendo em conta que o efeito direto
com mediação continua estatisticamente significativo, verifica-se uma mediação do silêncio de rejeição na
relação entre o comprometimento afetivo e a negligência.
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e a Negligência (N) mediada pelo Silêncio de Adesão
(SA)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA– N -0,31 -6,79 0,049
COA – N -0,24 -5,04 0,051
Mediação COA – SA 0,28 5,26 0,054
SA – N -0,23 -4,44 0,053
Para um Z=-3,3802 tendo em conta o valor crítico de- 0,97 A H0 é rejeitada pelo que se verifica que existe
mediação parcial do Silêncio de Adesão na relação entre o comprometimento afetivo e negligência.
Relação entre o Comprometimento Afetivo (COA) e o Silêncio de Adesão (SA) mediada pelo Lealdade
(SA)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA– SA 0,29 5,66 0,054
COA – SA -0,02 -0,25 0,093
Mediação COA – L 0,71 11,68 0,086
L – SA 0,44 4,82 0,071
Para um Z=4,968 tendo em conta o valor crítico de 0,97 A H0 é rejeitada pelo que se verifica que existe
mediação do Silêncio de Rejeição na relação entre o comprometimento normativo e a voz. Dado que o efeito
direto deixa de ser significativo com a introdução da mediadora confirma-se uma mediação total.
Relação entre o Comprometimento Normativo (CON) e a Lealdade (L) mediada pelo Satisfação com o
Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação CON– L 0,68 11,96 0,078
CON – L 0,37 5,87 0,100
Mediação CON – Sat 0,70 11,30 0,074
Sat – L 0,47 6,82 0,079
Para um Z=4,9471tendo em conta o valor crítico de 0,97 A H0 é rejeitada pelo que se verifica que existe
mediação parcial da Satisfação com o Trabalho na relação entre o comprometimento normativo e a Lealdade.
346
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Relação entre o Comprometimento Normativo (CON) e a Voz (V) mediada pelo Silêncio de Rejeição
(SR)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação CON– V 0,17 3,71 0,045
CON – V 0,08 2,18 0,084
Mediação CON – SR -0,04 -0,79 0,048
SR – V -0,89 -7,66 0,268
Para um Z=0,80tendo em conta o valor crítico de 0,97 A H0 não é rejeitada pelo que se verifica que não existe
mediação do Silêncio de Rejeição na relação entre o comprometimento normativo e a voz.
Relação entre o Comprometimento Calculativo (COC) e a Negligência (V) mediada pelo Satisfação
com o Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COC– N -0,06 -1,16 0,048
COC – N
Mediação COC – Sat
Sat – N
Tendo em conta que o efeito direto sem mediação não é significativo, não se verifica o requisito para a análise de
mediação.
Relação entre o Comprometimento Calculativo (COC) e a Negligência (V) mediada pelo Silêncio de
Adesão (SA)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COC– N -0,06 -1,16 0,048
COC – N
Mediação COC – SA
SA – N
Tendo em conta que o efeito direto sem mediação não é significativo, não se verifica o requisito para a análise de
mediação.
Relação entre o Comprometimento Calculativo (COC) e o Silêncio de Adesão (SA) mediada pelo
Satisfação com o Trabalho (Sat)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COC– SA 0,14 2,54 0,055
COC – SA 0,13 2,55 0,054
Mediação COC – Sat -0,11 -2,18 0,050
Sat – SA 0,23 4,61 0,050
Para um Z=-1,2140 tendo em conta o valor crítico de 0,97 A H0 é rejeitada pelo que se verifica que existe
mediação parcial do da satisfação com o trabalho na relação entre o comprometimento calculativo e o Silêncio
de Adesão
347
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Relação entre a Satisfação com o Trabalho (Sat) e o Silêncio de Adesão (SA) mediada pelo Lealdade
(L)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação Sat– SA 0,22 4,46 0,051
Sat – SA -0,15 -1,709 0,100
Mediação Sat-L 0,74 11,67 0,093
L – SA 0,53 5,507 0,072
Para um Z=-1,2140 tendo em conta o valor crítico de 0,97 A H0 é rejeitada pelo que se verifica que existe
mediação parcial do da satisfação com o trabalho na relação entre o comprometimento calculativo e o Silêncio
de Adesão.
Relação entre a Satisfação com o Trabalho (Sat) e a Negligência (N) mediada pelo Silêncio de Adesão
(SA)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação Sat– N 0,09 2,00 0,045
Sat – N 0,15 3,26 0,050
Mediação Sat-SA 0,21 4,30 0,051
SA – N -0,27 -5,79 0,049
Para um Z=3,304tendo em conta o valor crítico de 0,97 A H0 é rejeitada pelo que se verifica que existe
mediação parcial do silêncio de adesão na relação entre a satisfação com o trabalho e a negligência.
MEDIAÇÃO MULTIPLA
Relação entre a o Comprometimento Afetivo (COA) e a Negligência (N) mediada pelo pela Satisfação
(Sat), plo Silêncio de Rejeição (SR) e pelo Silêncio de Adesão (SA)
Modelos Condições Estimativa T-Value Erro Padrão
Ausência de Mediação COA – N -0,31 -6,79 0,049
COA – N -0,27 -2,81 0,164
COA – Sat 0,76 12,91 0,093
Sat – N 0,33 3,54 0,102
Mediação COA – SR -0,55 -10,52 0,063
SR – N 0,71 8,34 0,123
COA – SA 0,34 6,69 0,056
SA – N -0,16 -3,36 0,077
Tendo em conta que todos os efeitos são significativos, verifica-se uma mediação múltipla da Satisfação, do
Silêncio de Rejeição e do Silêncio de adesão na relação entre o comprometimento afetivo e a negligência
348
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
349
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 18
350
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ϰ²=63,92
df=22
O valor crítico de uma distribuição de ϰ² com 22 graus de liberdade é de 33,92 pelo que é de rejeitar a hipótese
da invariância do modelo estrutural. Quer isto dizer que existem diferenças estatisticamente significativas entre o
ensino universitário e o ensino politécnico português
351
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 19
352
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ϰ²=95,73
df=22
O valor crítico de uma distribuição de ϰ² com 22 graus de liberdade é de 33,92 pelo que é de rejeitar a hipótese
da invariância do modelo estrutural. Quer isto dizer que existem diferenças estatisticamente significativas entre o
pessoal docente e o pessoal não docente
353
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 20
354
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo 1 – Modelo inicial completo – considera todas as possíveis relações entre variáveis.
355
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
Modelo Final
Modelo M20
Indicadores M1
RMSEA (≤ 0,69 0.069
0,07)
GFI (≥ 0,90) 0,804 0,802
ϰ² 1710,74 1734,39
857 876
Df
0,988 0,988
CFI (≥ 0,90)
IFI ( ͌ 1) 0,988 0,988
356
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
357
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANEXO 21
PERFIS DE COMPROMETIMENTO
358
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
359
Comprometimento Organizacional e Estratégias Comportamentais:
da Abordagem Clássica ao papel mediador do Silêncio
ANOVA
Sum of Squares df Mean F Sig.
Square
Between Groups 245.946 5 49.189 72.349 .000
Zscore: Saída Indice Within Groups 508.556 748 .680
Total 754.502 753
Between Groups 104.293 5 20.859 24.005 .000
Zscore: Voz Indice Within Groups 649.964 748 .869
Total 754.257 753
Between Groups 235.797 5 47.159 68.116 .000
Zscore: Lealdade Indice Within Groups 517.871 748 .692
Total 753.668 753
Between Groups 96.435 5 19.287 21.952 .000
Zscore: Negligência Indice Within Groups 657.193 748 .879
Total 753.628 753
Between Groups 100.696 5 20.139 23.028 .000
Zscore: Silêncio de Rejeição Within Groups 654.163 748 .875
Total 754.858 753
Between Groups 56.713 5 11.343 12.208 .000
Zscore: Silêncio de Adesão Within Groups 694.949 748 .929
Total 751.662 753
Between Groups 293.375 5 58.675 95.489 .000
Zscore: Satisfação com o Within Groups 459.625 748 .614
Total 753.000 753
ANOVA
Sum of Squares df Mean F Sig.
Square
Zscore: Número de Between Groups 19.800 5 3.960 4.045 .001
Anos na Organização Within Groups 686.200 701 .979
(Antiguidade) Total 706.000 706
Between Groups 12.074 5 2.415 2.440 .033
Zscore: Número de
Within Groups 686.926 694 .990
Anos na Carreira
Total 699.000 699
Between Groups 26.286 5 5.257 5.422 .000
Zscore: Idade Within Groups 680.714 702 .970
Total 707.000 707
360