CFM Resolucao 1821 - 2007

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RESOLUÇÃO CFM 1821/2007


20/02 22:45

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

RESOLUÇÃO CFM Nº 1.821, DE 11 DE JULHO DE 2007


Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 23 nov. 2007. Seção I, p. 252

Aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos


sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos documentos
dos prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e
a troca de informação identificada em saúde.

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições que lhe


confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, alterada pela
Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, regulamentada pelo
Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO que o médico tem o dever de elaborar um


prontuário para cada paciente a que assiste;

CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Medicina (CFM) é a


autoridade certificadora dos médicos do Brasil (AC) e distribuirá o
CRM-Digital aos médicos interessados, que será um certificado
padrão ICP-Brasil;

CONSIDERANDO que as unidades de serviços de apoio, diagnóstico e


terapêutica têm documentos próprios, que fazem parte dos
prontuários dos pacientes;

CONSIDERANDO o crescente volume de documentos armazenados


pelos vários tipos de estabelecimentos de saúde, conforme
definição de tipos de unidades do Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde;

CONSIDERANDO os avanços da tecnologia da informação e de


telecomunicações, que oferecem novos métodos de
armazenamento e transmissão de dados;

CONSIDERANDO o teor das Resoluções CFM nos 1.605, de 29 de


setembro de 2000, e 1.638, de 9 de agosto de 2002;

CONSIDERANDO o teor do Parecer CFM nº 30/02, aprovado na


sessão plenária de 10 de julho de 2002, que trata de prontuário
elaborado em meio eletrônico;

CONSIDERANDO que o prontuário do paciente, em qualquer meio de


armazenamento, é propriedade física da instituição onde o mesmo
é assistido - independente de ser unidade de saúde ou consultório -
, a quem cabe o dever da guarda do documento;

CONSIDERANDO que os dados ali contidos pertencem ao paciente e


só podem ser divulgados com sua autorização ou a de seu

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responsável, ou por dever legal ou justa causa;

CONSIDERANDO que o prontuário e seus respectivos dados


pertencem ao paciente e devem estar permanentemente
disponíveis, de modo que quando solicitado por ele ou seu
representante legal permita o fornecimento de cópias autênticas
das informações pertinentes;

CONSIDERANDO que o sigilo profissional, que visa preservar a


privacidade do indivíduo, deve estar sujeito às normas
estabelecidas na legislação e no Código de Ética Médica,
independente do meio utilizado para o armazenamento dos dados
no prontuário, quer eletrônico quer em papel;

CONSIDERANDO o disposto no Manual de Certificação para Sistemas


de Registro Eletrônico em Saúde, elaborado, conforme convênio,
pelo Conselho Federal de Medicina e Sociedade Brasileira de
Informática em Saúde;

CONSIDERANDO que a autorização legal para eliminar o papel


depende de que os sistemas informatizados para a guarda e
manuseio de prontuários de pacientes atendam integralmente aos
requisitos do "Nível de garantia de segurança 2 (NGS2)",
estabelecidos no referido manual;

CONSIDERANDO que toda informação em saúde identificada


individualmente necessita de proteção em sua confidencialidade,
por ser principio basilar do exercício da medicina;

CONSIDERANDO os enunciados constantes nos artigos 102 a 109 do


Capítulo IX do Código de Ética Médica, o médico tem a obrigação
ética de proteger o sigilo profissional;

CONSIDERANDO o preceituado no artigo 5º, inciso X da Constituição


da República Federativa do Brasil, nos artigos 153, 154 e 325 do
Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) e
no artigo 229, inciso I do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002);

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária de


11/7/2007, resolve:

Art. 1º Aprovar o Manual de Certificação para Sistemas de Registro


Eletrônico em Saúde, versão 3.0 e/ou outra versão aprovada pelo
Conselho Federal de Medicina, anexo e também disponível nos sites
do Conselho Federal de Medicina e Sociedade Brasileira de
Informática em Saúde (SBIS), respectivamente,
www.portalmedico.org.br e www.sbis.org.br.

Art. 2º Autorizar a digitalização dos prontuários dos pacientes,


desde que o modo de armazenamento dos documentos digitalizados
obedeça a norma específica de digitalização contida nos parágrafos
abaixo e, após análise obrigatória da Comissão de Revisão de
Prontuários, as normas da Comissão Permanente de Avaliação de
Documentos da unidade médico-hospitalar geradora do arquivo.

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§ 1º Os métodos de digitalização devem reproduzir todas as


informações dos documentos originais.

§ 2º Os arquivos digitais oriundos da digitalização dos documentos


do prontuário dos pacientes deverão ser controlados por sistema
especializado (Gerenciamento eletrônico de documentos - GED),
que possua, minimamente, as seguintes características:

a) Capacidade de utilizar base de dados adequada para o


armazenamento dos arquivos digitalizados;

b) Método de indexação que permita criar um arquivamento


organizado, possibilitando a pesquisa de maneira simples e
eficiente;

c) Obediência aos requisitos do "Nível de garantia de segurança 2


(NGS2)", estabelecidos no Manual de Certificação para Sistemas de
Registro Eletrônico em Saúde;

Art. 3º Autorizar o uso de sistemas informatizados para a guarda e


manuseio de prontuários de pacientes e para a troca de informação
identificada em saúde, eliminando a obrigatoriedade do registro
em papel, desde que esses sistemas atendam integralmente aos
requisitos do "Nível de garantia de segurança 2 (NGS2)",
estabelecidos no Manual de Certificação para Sistemas de Registro
Eletrônico em Saúde;

Art. 4º Não autorizar a eliminação do papel quando da utilização


somente do "Nível de garantia de segurança 1 (NGS1)", por falta de
amparo legal.

Art. 5º Como o "Nível de garantia de segurança 2 (NGS2)", exige o


uso de assinatura digital, e conforme os artigos 2º e 3º desta
resolução, está autorizada a utilização de certificado digital padrão
ICP-Brasil, até a implantação do CRM Digital pelo CFM, quando
então será dado um prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias para
que os sistemas informatizados incorporem este novo certificado.

Art. 6º No caso de microfilmagem, os prontuários microfilmados


poderão ser eliminados de acordo com a legislação específica que
regulamenta essa área e após análise obrigatória da Comissão de
Revisão de Prontuários da unidade médico-hospitalar geradora do
arquivo.

Art. 7º Estabelecer a guarda permanente, considerando a evolução


tecnológica, para os prontuários dos pacientes arquivados
eletronicamente em meio óptico, microfilmado ou digitalizado.

Art. 8º Estabelecer o prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do


último registro, para a preservação dos prontuários dos pacientes
em suporte de papel, que não foram arquivados eletronicamente
em meio óptico, microfilmado ou digitalizado.

Art. 9º As atribuições da Comissão Permanente de Avaliação de


Documentos em todas as unidades que prestam assistência médica

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e são detentoras de arquivos de prontuários de pacientes, tomando


como base as atribuições estabelecidas na legislação arquivística
brasileira, podem ser exercidas pela Comissão de Revisão de
Prontuários.

Art. 10º Estabelecer que o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a


Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), mediante
convênio específico, expedirão selo de qualidade dos sistemas
informatizados que estejam de acordo com o Manual de
Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde,
aprovado nesta resolução.

Art. 11º Ficam revogadas as Resoluções CFM nos 1.331/89 e


1.639/02, e demais disposições em contrário.

Art. 12º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE


Presidente do Conselho

LÍVIA BARROS GARÇÃO


Secretária-Geral

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