GIZ P2 CatalogoSbN
GIZ P2 CatalogoSbN
GIZ P2 CatalogoSbN
Campinas | SP
Figura 01: Diagrama executado sob base digital disponibilizada pela Prefeitura Municipal de Campinas. Fonte:Diagrama autoral.
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Rio de Janeiro | RJ
Figura 02: Diagrama executado sob base digital obitida através do site mapacad.com. Fonte:Diagrama autoral.
4 5
GIZ - Deutsche Gesellschaft für internationale Zusammenarbeit
• Campinas Produto 2
Catálogo de Soluções baseadas na Natureza para Espaços Livres.
Essa ação foi financiada com recursos do The City Climate Finance
Gap Fund (“Gap Fund Initiative”), uma iniciativa entre Ministério
Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza, Segurança Nu-
• Rio de Janeiro clear e Proteção ao Consumidor da Alemanha (BMUV), Ministério
Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ)
e o Ministério do Meio Ambiente, Clima e Desenvolvimento Sus-
tentável de Luxemburgo, e implementada por meio do projeto Su-
PPUrbP - City Climate Finance Gap Fund, pelo Banco Europeu de
Investimento em parceria com a Deutsche Gesellschaft für Inter-
nationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ), e Banco Mundial. Essa
publicação foi realizada por uma equipe formada por consultores
independentes sob a coordenação da Secretaria Municipal do Am-
biente e Clima - SMAC, Rio de Janeiro - RJ) e da Secretaria Municipal
do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável- SVDS,
Campinas - SP) e da GIZ. Todas as opiniões aqui expressas são de
inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessaria-
mente a posição da GIZ, da SMAC, da SVDS ou dos financiado-
res. Este documento não foi submetido à revisão editorial da GIZ.
6 7
Expediente Colaboração AMBIENTE
E CLIMA
The City Climate Finance Gap Fund/ Deutsche Gesellschaft für Interna-
Apresentado por: tionale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH
Guajava- Arquitetura da Paisagem e Urbanismo | Aquaflora Kadri Sternberg – Gestora de projetos
Meio Ambiente | Kralingen Economia Ambiental Vanessa Bauer – Gestora de projetos
Ana Carolina Câmara – Diretora de projetos
Organização e coordenação técnica: Eduarda Silva Rodrigues de Freitas – Assessora técnica
Adriana Afonso Sandre
8 9
INTRODUÇÃO
pág. 15 Sumário
CAPÍTULO 1
pág. 19
1 2 3 4
PA S S 0 PA S S 0 PA S S 0 PA S S 0
pág. 23 pág. 29 pág. 207 pág. 247
Estudo, caracterização e diagnóstico da Definição dos dispositivos Definição de espécies vegetais Mensuração dos Serviços Ecossistêmicos e
Bacia hidrográfica e área de drenagem de SbN para os dispositivos de SbN Benefícios Sociais Pós-Implantação
CAPÍTULO 2
Jardim De Chuva 50 pág. 261
Canteiro Pluvial 58
Biovaleta 70 Panorama das SbN no Brasil: Desafios para
Terraços de Chuva 78 implantação e estudos de caso.
Escada Hidráulica Vegetada 84
Poço de Infiltração 90 CAPÍTULO 3
Bacia de Detenção 96
Bacia de Retenção 102 pg. 293
Bacia de Infiltração 108
Wetlands Construídos 114 Estudos de casos: Campinas e
Ilhas Filtrantes Flutuantes 126 Rio de Janeiro.
Reservatório Anfíbio 132
Polder Vegetado 138 REFERÊNCIAS
Step Pool 144 pág. 324
Muro de Suporte Vivo em Madeira Tipo Cribwall 152
Muro De Suporte Vivo Em Margens Fluviais 158
Grade Viva 164
Muro De Contenção Com Pedra 170
Muro De Pedra Com Vegetação 176
Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação 180
Muro De Gabiões Com Vegetação 186
Gabiões Planos - Colchão 190
Solo Grampeado Verde 194
Contenção De Taludes Em Geocélulas 200
10 11
INTRODUÇÃO
Diante dos desafios relacionados à ocorrência, cada vez mais frequente, de eventos climáticos seve-
ros em inúmeras cidades ao redor do mundo, é imperioso buscar soluções que substituam ou com-
plementem as tecnologias existentes de engenharia de infraestrutura urbana. De forma a garantir
a eficiência necessária para tornar as cidades mais resilientes às inundações, secas e ilhas de calor,
dentre outros fenômenos adversos.
A Nova Agenda Urbana ratifica ser imprescin- Para apoiar o desenvolvimento deste programa
dível a busca por “soluções inspiradas na natu- nos dois municípios junto as prefeituras munici-
reza” que sejam eficientes e sustentáveis em pais de Campinas e Rio de Janeiro, foi firmado
garantir segurança e melhor qualidade de vida o consórcio composto pelas empresas Guajava
da população com redução de custos orçamen- Arquitetura da Paisagem e Urbanismo, Aquaflo-
tários aos municípios (ONU-HABITAT III, 2016). ra Meio Ambiente e Kralingen Economia Am-
Nesse sentido, o termo Soluções baseadas na biental. Com o objetivo de auxiliar gestores dos
Natureza (SbN) tem sido adotado e defendido municípios brasileiros a compreender e incor-
por diversos órgãos internacionais como estra- porar as SbN nos projetos de parques lineares e
tégia para mitigar os efeitos das mudanças cli- fluviais em suas respectivas localidades.
máticas nas cidades. A União Internacional para
a Conservação da Natureza (IUCN) definiu SbN Os produtos desenvolvidos pelo consórcio e
como ações para proteger, gerenciar de manei- contemplados no Programa são: a Metodolo-
ra sustentável e restaurar ecossistemas natu- gia para Quantificação dos Riscos e Benefícios
rais ou modificados que respondem aos desa- Ambientais, Econômicos e Sociais de Soluções
fios sociais de maneira efetiva e adaptável, ao baseadas na Natureza (a ser adotada em pro-
mesmo tempo em que promovem o bem-estar jetos de Parques Lineares e Fluviais); o Projeto
humano e benefícios à biodiversidade (COHEN- básico do Parque Linear do Córrego Bandei-
-SHACHAM et. al., 2016).1 rantes, em Campinas (com a aplicação de dis-
positivos de SbN); a Modelagem econômico-fi-
Nesse âmbito, o City Climate Gap Fund, opera- nanceira para manutenção do Parque Fluvial
cionalizado pelo Banco Europeu de Investimen- do Jardim Maravilha no município do Rio de
to (BEI) e pelo Banco Mundial, oferece assistên- Janeiro e a elaboração do presente Catálogo
cia técnica a cidades de países emergentes e de Soluções baseadas na Natureza para Espa-
em desenvolvimento na fase inicial de projetos ços Livres.
que visam a resiliência climática e a redução
das emissões de carbono. Como parte desse O objetivo do Catálogo é reunir informações
programa, o BEI estabeleceu uma parceria com que auxiliem o poder público a selecionar ti-
a agência de cooperação técnica Deutsche Ge- pologias (ou dispositivos) de SbN que possam
sellschaft für Internationale Zusammenarbeit ser incorporadas aos projetos de espaços livres
(GIZ) GmbH, GIZ BRASIL, com o objetivo de de uso público, integrados a uma rede de infra-
apoiar os municípios de Campinas e do Rio de estrutura verde para as cidades. Optou-se por
Janeiro, nessas temáticas. utilizar o termo “espaços livres” para nomear o
1 A visão de que a natureza sustenta o funcionamento da sociedade e das economias no mundo foi defendida durante a Assembleia Geral da
ONU, em março de 2022, onde também foi dado um alerta importante: “A degradação dos ecossistemas e perda de biodiversidade e serviços ecossis-
têmicos, reduzirão a capacidade das nações e suas cidades de responder às mudanças climáticas e outros desafios” (UNEP, 2022, p.13).
Figura 05: Área inundada, Malásia. Fonte: Pok Rie, Pexels. Figura: Pok Rie|Pexels.
12 13
Catálogo – e não parques lineares, fluviais ou
áreas verdes –, por representar a abrangência
da aplicabilidade das tipologias selecionadas.
14 15
CAPÍTULO 1
Método para seleção de soluções baseadas na natureza.
Este capítulo fornece os subsídios para projetos que incorporam os dispositivos de SbN em uma
miríade de espaços livres, variando desde a escala do lote à da bacia hidrográfica.
1° 2° 3° 4°
2 Dessa visão decorre o conceito da infraestrutura verde que, • Serem soluções mais econômicas em
ao agregar corredores verdes urbanos, alagados construídos (wetlands), relação às infraestruturas de engenha-
reflorestamentos de encostas e outras intervenções de baixo impacto
com as melhores práticas de manejo das águas, fornece contribuições ria tradicionais.
importantes para um desenho ecologicamente mais eficiente da cida-
Figura 06: Diagrama explicativo da importância das áreas verdes urbanas.Fonte: Guajava. de, reforçando o papel crucial dos espaços livres vegetados.
16 17
BENEFÍCIOS PÓS-IMPLANTAÇÃO.
ESPÉCIES VEGETAIS.
ESTUDO/DIAGNÓSTICO.
aborda a seleção dos dispositivos de SbN de acordo com o grau de aptidão de cada
um dos dispositivos (recomendado, possível e não recomendado), com a localidade
0S 04
Figura 07: Diagrama de apresentação dos quatros principais passos para seleção dos dispositivos de SbN. Fonte: Diagrama autoral
18 19
PASSO 1
Estudo, caracterização e diagnóstico da bacia hidrográfica.
20 21
Evolução Histórica da Área e Dinâmicas de Urbanziação: com identificação de áreas de conflito entre a ocupação urbana, quali-
dade ambiental e recursos naturais;
• Levantamento histórico da região, considerando a inserção regional, • Diagnóstico, com métricas, da composição e estrutura da paisagem;
dinâmicas sociais e ambientais e os reflexos desses fatores no espaço Identificação da situação dos remanescentes de vegetação;
construído; • Levantamento das áreas de risco, uma vez que possíveis solapamentos
• Análise histórica da ocupação do território a partir dos seus elemen- de solo podem ser controlados com determinadas tipologias de SbN;
tos estruturadores; • Análise do tipo de solo com identificação da capacidade de infiltração
• Identificação de áreas disponíveis para implantação da estrutura e e suscetibilidade à erosão.
tipologia de SbN a ser projetada.
Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Urbanos:
Meio Social e Econômico: • Levantamento da infraestrutura viária que pode interferir na área dis-
ponível para a tipologia de SbN, bem como contribuir à poluição difusa;
• Divisão administrativa, limites, presença de áreas urbanas, áreas ru- • Caracterização do uso do solo por predominância de forma a compre-
rais, unidades de conservação ou outros; ender o processo de apropriação das tipologias pela população;
Caracterização do uso e ocupação do solo, com foco nas classes de in- • Análise das condições de saneamento ambiental (com levantamento
teresse; da rede de abastecimento de água, rede de coleta de esgoto, drena-
• Dinâmica econômica, abrangendo o perfil da produção, setores e flu- gem, coleta e destinação de resíduos sólidos; ecopontos) que influen-
xos de insumos e produtos mais relevantes que podem, eventualmen- ciam na carga de poluição pontual ou difusa;
te, influenciar no uso e ocupação do solo, inclusive de infraestrutura de • Caracterização das precariedades habitacionais (presença de cortiços
transporte e outros; e ocupações irregulares);
• Dinâmica demográfica e de domicílios, perfil e padrão de ocupação • Densidade populacional vis-à-vis densidade construtiva;
(público, privado, propriedades rurais de pequeno, médio ou grande • Análise da distribuição espacial das populações do entorno da região
porte) e tendências futuras; em estudo, com atribuição de valores econômicos para a melhoria pre-
• Prestação de serviços básicos de saneamento em seus quatro compo- vista na qualidade de vida (menos perdas por inundações e alagamen-
nentes (água, esgoto, resíduos e drenagem); tos, menos abstenção por problemas de saúde etc.);
• Presença de equipamentos públicos. • Identificação de edificações (e suas respectivas fundações) a serem
protegidas, das quais devem ser mantidas a distância mínima de 2 me-
tros dos dispositivos de SbN;
Legislação em Projetos Urbanos: • Identificação de interferências subterrâneas que possam afetar a es-
trutura a ser implantada, assim como, as estruturas existentes às quais
• Levantamento das normas jurídicas e instrumentos legais, vinculados o projeto a ser implantado possa oferecer algum risco.
ao Direito Ambiental e Urbanístico, e, em especial, atos de competên-
cia municipal. A exemplo do Plano Diretor (que define instrumentos de Estudo Hidrológico:
planejamento urbano) e outras legislações relativas ao Zoneamento Ur-
bano e Uso do Solo do Município; • Identificação e caracterização da rede de drenagem natural ou artifi-
• Análise das políticas nacionais e seus impactos no âmbito local, em cial (canais abertos, lagos e reservatórios, nascentes ou olhos d’água,
especial no que se refere à área verde urbana e à proteção dos recursos galerias de macro e microdrenagem, afluências de drenagem superfi-
hídricos; cial que necessitam de proteção ou que podem ser incorporadas ao
• Identificação de processos administrativos que possibilitem a revisão projeto). A existência ou não de uma rede de drenagem artificial ou um
dos instrumentos legais voltados às SbN. curso d’água na região é um limitante para o uso de medidas de de-
tenção, pois impossibilita a descarga dos volumes excedentes. Uma vez
Meio Biofísico: que as SbN são, geralmente, propostas em áreas cujo terreno sofreu
alterações nos padrões de infiltração e escoamento na bacia, é neces-
• Identificação das áreas vegetadas significativas, para delimitar as áre- sário estimar o impacto dessa ocupação na redução da infiltração e no
as com restrições ao processo de urbanização em cartas de aptidão, consequente aumento do escoamento superficial;
bem como verificar a possibilidade de incorporá-las ao projeto; • Análise da área de drenagem e identificação da bacia de contribuição.
• Levantamento da biodiversidade (fauna e flora) endêmica e regional A área de drenagem é aquela que irá contribuir para a SbN e deve ser
de forma a utilizar as espécies mais adequadas ao contexto; delimitada pelo divisor de águas. Essa variável permite definir o tipo e
• Diagnóstico da relação entre ambiente construído e meio natural, tamanho das SbN e é utilizada para o cálculo hidrológico e hidráulico
22 23
das intervenções mais complexas, como as bacias de detenção, reten- considerada extremamente benéfica aos terri-
ção ou infiltração, ou sistemas formados por diversas estruturas de SbN; tórios com grande fragilidade social. As SbN po-
• Diagnóstico da topografia e declividade da área de drenagem. Ter- dem somar-se a essas estratégias, contribuindo • Designar profissionais, sejam eles
renos íngremes (declividades maiores do que 5%) geram escoamento para estimular a visão de políticas públicas mais contratados ou da própria estrutu-
com alta velocidade, dificultando o processo de infiltração. Nestas con- holísticas e intersetoriais, favorecendo o diálo- ra pública, para coordenar o levan-
dições devem ser previstos materiais ou estruturas para diminuição da go entre os diversos atores que se relacionam tamento das demandas sociais do
velocidade do escoamento; nesses territórios. território em relação à área de in-
• Levantamento da capacidade de infiltração do solo. Utiliza-se esse tervenção a ser realizada;
parâmetro para dimensionar estruturas com infiltração. Solos argilosos, Por essa razão, o emprego de SbN vai implicar
por exemplo, apresentam capacidade de infiltração reduzida se compa- no conhecimento da territorialidade social e
rada com a de solos arenosos; das maneiras como as comunidades locais e do
• Realizar um “mapeamento” dos
• Levantamento do nível do lençol freático. Semelhante à capacidade entorno se relacionam com o ambiente. Vere-
grupos e organizações sociais locais
de infiltração, esta condição também reduz o processo de infiltração, mos essa questão com mais detalhe no Capítu-
que já interagem com o ambiente
pois há o risco de saturação das camadas da estrutura pela contribuição lo 3 por meio dos dois casos que inspiram este
da intervenção para o estabeleci-
do próprio lençol freático. A distância mínima deve ser de no mínimo Catálogo, Campinas e Rio de Janeiro.
mento de diálogo comunitário;
1 metro abaixo do fundo do dispositivo de infiltração, considerando o A primeira tarefa nessa fase é a identificação
nível máximo do lençol freático, como detalhado nas tipologias do pas- dos principais atores sociais intervenientes no
so 2; território e o estabelecimento de diálogos, com
• Levantar as organizações e pro-
• Levantamento sobre áreas contaminadas (solo e água), de descarte as práticas sociais já existentes e que podem ser
jetos públicos que já incidem com
de resíduos sólidos, de afluências poluídas (ou com altas taxas de sedi- preservadas, e os agentes públicos presentes
políticas públicas no território,
mentos), áreas com indícios de erosão ou que indiquem fragilidade do no território, especialmente as escolas e unida-
especialmente assistência social,
solo à ação da água. Em locais onde forem detectadas afluências com des básicas de saúde.
saúde e educação. Considerar tam-
quantidades elevadas de poluentes, sedimentos e lixo é recomendada a
bém se há projetos de mobilidade
utilização de pré-tratamento e rotina frequente de manutenção; Como processo, sugere-se a criação de um cro-
urbana, coleta de resíduos ou ou-
• Análise do uso e ocupação do solo (da área de drenagem/bacia de nograma e divulgação de oficinas participativas
tras ações públicas;
contribuição) e sua relação com a geração de poluição. Essas informa- com a comunidade e posterior instalação de
ções apontam os indícios sobre a qualidade da água do escoamento uma comissão com representantes comunitá-
superficial que irá contribuir para a SbN. A poluição difusa se caracteriza rios que poderão acompanhar de forma mais
• Realizar oficinas participativas,
por ser gerada principalmente na ocorrência de fenômenos meteoroló- direta e frequente o projeto de intervenção,
nas quais se possa estabelecer um
gicos e decorrente da lavagem das superfícies urbanas e rurais, onde se criando assim uma base participativa para a
diálogo entre os atores sociais dire-
depositam diversos tipos de poluentes. gestão democrática do território. O senso de
tamente afetados pela intervenção
pertencimento por parte da população é um
a ser realizada, os autores do pro-
Questões socioambientais: territorialidade social, comunida- aspecto muito importante e que levará a comu-
jeto e a Municipalidade.
de do entorno nidade a apropriar-se do espaço e dos dispo-
sitivos de SbN, preservando-as e ajudando na
Nesta etapa se avalia brevemente os aspectos relativos às questões manutenção básica (limpeza) das mesmas.
• Considerar, depois das oficinas
socioambientais que norteiam a seleção dos dispositivos de SbN. Por participativas, o aporte derivado
serem informações de grande complexidade, serão abordadas, neste Sugere-se, portanto, que profissionais capaci-
desse diálogo e estabelecer uma
tópico, apenas as questões mais relevantes a serem avaliadas e discuti- tados (como assistentes sociais, sociólogos ou
comissão de acompanhamento,
das nos projetos com aplicação de SbN. educadores locais) sejam contratados ou mobi-
representativa da população do
lizados para fazer o levantamento das deman-
lugar.
É fato que a implantação desse tipo de solução em países com tamanha das e problemas sociais locais. Uma vez identifi-
desigualdade social, como o Brasil, constitui-se em um enorme desafio, cados, no território, os principais interlocutores,
uma vez que os territórios onde serão realizadas as intervenções po- podem ser realizadas oficinas públicas sobre o
dem estar atravessados por graves problemas sociais, como a falta de projeto e para criação de comissão pública de
políticas habitacionais de cunho social, ausência de saneamento básico, acompanhamento, que seja representativa em
Com esse levantamento, e a partir da categori-
dificuldades no acesso a serviços de coleta de resíduos, mobilidades relação ao território e suas demandas.
zação da bacia hidrográfica, pode ser proposto
locais com pouca infraestrutura, entre outros. um plano e projeto para os espaços livres com
Por fim, as tarefas recomendadas nesse passo
seleção dos dispositivos de SbN ideais para cada
A presença de serviços universais e públicos de saúde e educação é prévio de diagnóstico da bacia hidrográfica são:
contexto, como veremos no passo a seguir.
24 25
PASSO 2
Definição dos dispositivos de SbN
DESCRIÇÃO:
Tabela 1 - Critérios para definição das tipologias
de SbN segundo camadas de informação, de lo-
calização, pedologia e hidrologia. (ver próxima
página)
3 Dados da tabela baseados nos estudos autorais da equipe Figura 11: Diagrama de apresentação dos critérios de seleção
Figura 10: Nuvem de palavras com dispositivos de SbN. Fonte: Diagrama autoral. deste Catálogo GIZ; SANDRE et al. (no prelo); RIGHETTO (2009). dos dispositivos de SbN. Fonte: Diagrama autotal.
26 27
PEDOLOGIA E TOPOGRAFIA
Permeabilidade Solo Tipos de Solo (grupos
CAMADA DE INFORMAÇÃO Carga de
(condutividade hidráulica em Declividade hidrológicos de solos, cf. Serviço de Conservação do
sedimentos
mm/h) Solo - Estados Unidos (SCS-USDA)
Jardim de chuva
Biovaleta
Terraço de chuva
Poço de infiltração
Bacia de Detenção
Bacia de Retenção
Bacia de Infiltração
Wetlands
Controle centralizado
Reservatório Anfíbio
Polder Vegetado
Step Pool
28 29
LOCALIZAÇÃO
CAMADA DE INFORMAÇÃO Susceptibilidade a
Tamanho do lote Sob laje
Sistema viário
alagamentos e inundações
Área Áreas
permanente- Área Canteiro
DISPOSITIVO DE SbN destinas a Calçadas Rotatórias Esquinas < 100m² > 100m² Sob laje
mente alagada alagavel central
reservação
Jardim de chuva
Biovaleta
Terraço de chuva
Poço de infiltração
Bacia de Detenção
Bacia de Retenção
Bacia de Infiltração
Wetlands
Controle centralizado
Reservatório Anfíbio
Polder Vegetado
Step Pool
30 31
HIDROLOGIA
CAMADA DE INFORMAÇÃO Controle de vazão/capacidade Proximidade ao Drenagem e
de interceptação lençol freático escoamento das águas
<1m
DISPOSITIVO DE SbN Tr 2 anos Tr 25 anos Tr 100 anos Planície >1m Detenção Retenção Condução Infiltração
Aluvial
Jardim de chuva
Biovaleta
Terraço de chuva
Poço de infiltração
Bacia de Detenção
Bacia de Retenção
Bacia de Infiltração
Wetlands
Controle centralizado
Reservatório Anfíbio
Polder Vegetado
Step Pool
32 33
SOLUÇÕES VISANDO CONTENÇÕES DE MARGENS DE RIOS
LOCALIZAÇÃO HIDROLOGIA GEOMETRIA VEGETAÇÃO
CAMADA DE INFORMAÇÃO Características do Limites superiores para Altura Declividade TIPO
terreno velocidades em canais admitida
Contenção em geocelulas
Para cada uma das tipologias, estarão descritos Muro de suporte vivo em madeira tipo “cri-
LEGENDA:
os parâmetros técnicos para escolha e infor- bwall”, Muro de suporte vivo em margens flu-
mações de pedologia, topografia e hidrologia, viais, Grade viva, Muro de contenção com pe- Grau de aptidão para receber
localização estratégica, materiais necessários, dras, Muro de pedra com vegetação, Muro de dispositivos de SbN
vegetação, manutenção, custo da implantação suporte tipo “Cribwall” pré-fabricado com ve- Alta
e os desafios possíveis no planejamento e exe- getação, Muros de gabiões com vegetação, Ga- Média
cução. biões planos, Solo Grampeado Verde. Baixa
34 35
INICIAIS
Descrição das fichas de SbN Definição das tipologias de SbN
- Nome do dispositivo de SbN-
elencadas na Tabela 1:
Jardim de chuva, Canteiro Pluvial, Biovaleta, Bacia de
detenção, Bacia de retenção, Bacia de infiltração, Terraço
de chuva, Escada vegetada, Wetland híbrido, Ilha filtrante manutenção
construída, Reservatório anfíbio, Pôlder Vegetado, Step
pool, Poço de infiltração.
Em geral, as SbN visam a redução nos custos com manutenção a longo
- Nome do dispositivo de SbN - prazo. Pode ser necessário o acompanhamento inicial do sistema para
verificar sua eficácia e se há necessidade de reposição de mudas. Sugere-
se a participação da população no cuidado e manutenção manual
básica destas infraestruturas, como remoção de lixo acumulado que
pode prejudicar a passagem/entrada de água nas diferentes tipologias.
Essa participação deve contar com ciclos de formação educacional
orientados para a consciência da importância dessas práticas e sobre
a forma de lidar com elas para uma efetiva manutenção. Pressupõe-
se, entretanto, que a atribuição formal dos serviços de manutenção
e limpeza é da municipalidade. Todavia, a população pode ser grande
aliada por estar em contato cotidiano com o equipamento público.
Refere-se a qual espaço livre é ideal para receber a SbN. Esta camada
trata da disponibilidade de espaço para implantação dos dispositivos e
definição de locais estratégicos para captação do escoamento superficial Estimado a partir de variáveis e parâmetros gerais para obter
de águas urbanas. um custo por m². O custo para viabilizar a implementação
de cada uma das tipologias possui variáveis a serem
O método sugere verificar em qual espaço livre a SbN será aplicada para sua escolha ideal, consideradas, seja pelo órgão público ou em uma parceria
especificando se será em sistema viário, lote e/ou sob laje, em margens fluviais, encostas público-privada. Os principais itens de custo são:
ou taludes. É de suma importância a análise do terreno e demais critérios relacionados ao
escoamento das águas pluviais para se determinar os dispositivos a serem implantados de
maneira eficaz e trabalhando como rede sistêmica que possa ser replicada em diversas escalas. O método sugere verificar em qual espaço livre a SbN será aplicada para sua escolha ideal,
Dentro do sistema viário, cada trecho (calçadas, rotatórias, esquinas, canteiro central) tem especificando se será em sistema viário, lote e/ou sob laje, em margens fluviais, encostas
ÁreaÉdisponível
ou taludes. para a implementação
de suma importância a análise do da tipologia:
terreno o custo
e demais pode variar
critérios conforme
relacionados ao
uma potencialidade estratégica para os diferentes dispositivos de drenagem. As calçadas a maior necessidade de intervenção e também com o tamanho da área de implementação
podem receber dispositivos voltados à infiltração das águas pluviais, como canteiros pluviais; já escoamento das águas pluviais para se determinar os dispositivos a serem implantados
dodedispositivo. O orçamento
maneira eficaz devecomo
e trabalhando verificar
redeasistêmica
possibilidade de redução
que possa do valor
ser replicada em por m²,
diversas
canteiros centrais são excelentes áreas para biovaletas que promovem o encaminhamento de conforme a área de intervenção aumente. Em algumas cidades, tende-se a reduzir os custos
águas pluviais; e rotatórias são ideais para as bacias de detenção escalas. Dentro do sistema viário, cada trecho (calçadas, rotatórias, esquinas, canteiro central)
dostem
fornecedores na compra
uma potencialidade de quantidade
estratégica para osmaior de material.
diferentes Casodea drenagem.
dispositivos área estejaAs sob tutela
calçadas
depodem
outro órgão, que não o estadual (considerando as duas cidades, Campinas e Rio de Janeiro,
receber dispositivos voltados à infiltração das águas pluviais, como canteiros pluviais;
deste Catálogo)
já canteiros deve-sesão
centrais considerar ainda,
excelentes áreasospara
custos para atuação
biovaletas no terreno.
que promovem o encaminhamento
de águasTipo de solo
pluviais; existentesão
e rotatórias e necessidade
ideais para asdebacias
intervir
dena sua composição: o tipo de solo
detenção
existente e o nível do lençol freático podem interferir como uma variável de custo. O próprio solo
pode intervir na estrutura da tipologia, necessitando de paredes de fechamento, tubulações,
etc.
Desenvolvimento do projeto técnico: caso não seja realizado pelo próprio corpo
técnico da prefeitura e necessite de contratação de empresa e/ou profissional especializado.
Mão-de-obra: em situações onde não há profissionais da prefeitura disponíveis para
realizar o serviço, deve-se levantar os custos destes profissionais.
Escavação: averiguar se o serviço será realizado manualmente ou por maquinário e
levantar custos atribuídos a cada uma das escolhas através da necessidade local.
Transporte de materiais: sugere-se o reaproveitamento de materiais, quando não
36 37
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Nome do dispositivo de SbN- - Nome do dispositivo de SbN-
contaminados, para o próprio sistema reduzindo, assim, o custo com transporte de resíduos. Estão divididos por desafios frente à escolha do terreno, colmatação6,
Como exemplo, o concreto a ser removido de uma calçada para abertura de canteiro pluvial vegetação adequada, qualificação dos técnicos e políticas públicas.
pode ser reaproveitado na camada inferior filtrante no lugar da brita/pedra de mão.
Blocos de sarjeta e meio fio: custo variável de acordo com projeto e necessidades
previstas ao local.
Canaletas e condutores: custo variável de acordo com projeto e necessidades
parâmetros técnicos a serem considerados na
previstas ao local. escolha
Solo, areia, brita, geotêxtil: o custo total dos itens pode variar de acordo com as
dimensões da infraestrutura e necessidade de aumentar determinada camada e reduzir outra.
Vegetação: o custo final destinado para vegetação pode variar de acordo com as
dimensões da infraestrutura e espécies utilizadas. (estruturado pelas camadas de informação das Tabela 1)
Materiais específicos a tipologia: como bombas são itens de custo variável, o valor
pode variar de acordo com projeto e necessidades previstas ao local. Pedologia/Topografia
Consistem em critérios referentes à permeabilidade do solo e à capacidade
de infiltração e armazenamento de água no solo (mm) e carga de
Os itens acima são um direcionamento das possíveis variáveis sedimentos. Para escolha dos diferentes dispositivos de drenagem,
pois, para cada tipologia e situação projetual o custo pode é importante realizar o perfil pedológico do local e, então, escolher o
variar de acordo com as necessidades locais, parâmetros dispositivo adequado de acordo com o tipo de solo. Conforme os dados:
de projeto e demais definições. Sempre há possibilidade de
minimizar custos durante a obra. Portanto, o profissional Permeabilidade do Solo (condutividade hidráulica em mm/h):
responsável pelo projeto deve estar atento às possibilidades para avaliar a infiltração de águas pluviais, é necessário estudar a
de reutilização de materiais existentes in loco (reduzindo, condutividade hidráulica à saturação no local do projeto. Neste sentido,
assim, os custos com insumos e transporte de resíduos); solos com condutividade hidráulica compreendida entre 10-3 e 10-6
definição de espécies adequadas (reduzindo sua taxa de m/s (maior que 3,6 mm/h) podem admitir técnicas de infiltração das
mortalidade e projeto adequado ao local para diminuir a águas pluviais (RIGHETTO et al, 2009).
necessidade de manutenções futuras). Um sistema de SbN Declividade: influencia na escolha do dispositivo, uma vez que vias
deve prever, ao longo do tempo, a redução da manutenção com inclinação maior que 5% não permitem o tempo necessário para
da infraestrutura. a infiltração das águas. Em alta declividade, onde há risco de erosão e
deslizamento de encostas, é possível utilizar soluções como terraços de
chuva, que trabalham com contenção e tratamento das águas, de forma
a proteger os taludes. Tais soluções podem ser utilizadas em variadas
escalas, levando-se em conta a altura das barragens e dissipação de
energia, bem como os custos para sua implantação. É possível empregar
outras tipologias para contenção de taludes e encostas, como gabiões
vegetados. De acordo com a localização, tais tipologias de SbN podem
ser implementadas pontualmente ou em sistema, seja com a repetição
DESCRIÇÃO GERAL:
Definição do conceito e objetivos da SbN 6 Colmatação é o processo de obstrução do sistema filtrante, geralmente pelas próprias
partículas do solo, quando recebe o nome de colmatação física, mas também pode ser biológica (pela
aderência de microrganismos) ou mesmo química (pela obstrução por óxido de ferro). Erosão retrogressiva
(ou piping) é o processo de carreamento do solo através do sistema filtrante, que pode resultar na ruína da
estrutura. Ambos os fenômenos são esperados durante o início da operação do sistema, mas é necessário
o correto dimensionamento do meio filtrante para evitar a continuidade deste processo durante a vida
útil da estrutura. É possível mensurar o potencial de colmatação de um geotêxtil em um determinado
meio a partir de ensaios de laboratório com a utilização de permeâmetros, que são cilindros de pequenas
dimensões utilizados para replicar o meio filtrante empregado em campo, fazendo fluir água através do
permeâmetro e calculando a evolução da permeabilidade ao longo do tempo. Então, são elaborados para
o monitoramento do sistema, gráficos de permeabilidade pelo tempo.
38 39
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Nome do dispositivo de SbN- - Nome do dispositivo de SbN-
da mesma solução ou de soluções combinadas, a depender da análise arenosos com alta capacidade de percolação, por exemplo, são ideais
das características e necessidades do local. para dispositivos que atuam principalmente na infiltração de água. Já
Carga de sedimento: Quando há um aporte de carga de sedimentos em solos com baixa taxa de infiltração podem ser usados dispositivos
elevada recomenda-se não utilizar dispositivos voltados ao escoamento estanques e com o objetivo de fitorremediação da água. Em tais locais,
superficial das águas, evitando elevada taxa de manutenção para é importante prever extravasores ligados ao sistema de águas pluviais
limpeza de eventuais sedimentos e sólidos grosseiros. Em locais com (deve-se estudar sua capacidade de receber escoamentos) que são
alta carga de poluentes, os dispositivos de infiltração de águas pluviais essenciais para que a lâmina d’água não permaneça por mais de 72
devem ser utilizados a partir de um projeto rigoroso de fitorremediação, horas no sistema, mantendo a eficiência da drenagem. Neste tipo de
de forma a evitar a contaminação do solo e das águas subterrâneas, solução, pensada de forma estanque, a função de amortecimento fica
bem como elevada manutenção frente à possível rápida colmatação do restrita, principalmente, à camada drenante mineral, como será visto
solo (SANDRE et al. no prelo). nos canteiros pluviais (SANDRE et al. no prelo).
Tipo de solo: uma informação pedológica importante é a taxa de
infiltração dos diferentes tipos de solos4. Os solos são classificados Características do terreno: a implementação dos dispositivos requer,
quanto à sua taxa mínima de infiltração, de acordo com os Grupos principalmente quando inseridos em áreas urbanas consolidadas que
Hidrológicos de Solos (classificação do Serviço de Conservação do Solo seja averiguada a presença de quaisquer instalações interferentes antes
(SCS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América do início das obras; ou ainda, se possível, durante a fase de projeto,
(USDA), adaptada para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos verificar se podem ser realocadas ou readequadas à configuração do
(SiBCS) por SARTORI et al. (2005). Os solos do grupo A são aqueles com projeto. Atentando-se para as características e interferências do terreno:
alta taxa de infiltração - maior que 7,62 mm/h), enquanto os solos dos Presença de instalações subterrâneas: deve-se atentar à presença
grupos B, C e D apresentam taxas progressivamente menores, sendo de instalações subterrâneas (rede de energia elétrica, de telefonia ou
que os solos menos permeáveis, do grupo, têm taxas de infiltração de esgoto) e analisar a possibilidade de serem realocadas ou adequar
inferiores a 1,27 mm/h (SARTORI et al, 2005). Comparando-se com a a configuração do projeto. Quando inseridas em áreas urbanas
classificação de solos quanto à sua condutividade hidráulica (RIGHETTO consolidadas, há a necessidade de averiguar a presença de quaisquer
et a., 2009) pode-se considerar que os solos dos grupos A e B - que têm instalações antes do início das obras ou ainda, se possível, durante a
taxas de infiltração maiores que 3,81 mm/h (SARTORI et al, 2005) – são fase de projeto, a análise pode ser realizada in loco ou por meio de
os mais aptos a receberem SbN voltadas ao incremento da infiltração. documentações dos órgãos responsáveis. O mesmo ocorre para a
Enquadram-se nestas duas classes todos os tipos de latossolos, argissolos implantação das tipologias em terrenos amplos destinados a parques
vermelho ou vermelho-amarelo que não apresentam mudança textural urbanos e/ou lineares, a cooperação entre secretarias e órgãos de
abrupta, nitossolo vermelho e neossolo quartzarênico. Para que o governo para troca de documentações e informações são essenciais
sistema de drenagem alcance bons resultados na absorção de água, é para um bom planejamento da drenagem sustentável do projeto.
necessário realizar ensaios de caracterização do solo, como por exemplo, Arborização existente: deve-se analisar no local de implantação
o ensaio de análise granulométrica, que determinará a porcentagem em das tipologias quanto à presença de arborização existente no local; é
peso que cada faixa especificada de tamanho de partículas representa necessário certificar-se de que a arborização está ou é uma espécie
na massa total ensaiada, fornecendo então a parcela de argila, silte, adaptada às condições de solos úmidos, caso contrário, a mesma pode
areia e pedregulho presente em uma determinada amostra. A fração sofrer por estas alterações no solo e ter sua saúde prejudicada e, a longo
grossa do solo (pedregulho e areia) é muito mais permeável do que prazo, pode morrer e causar maiores danos ao local caso venha a cair.
a fração fina (argila e silte), e por isso é preferível na composição das Local de destino do volume de água: nas localidades onde não há a
SbN para que possibilitem infiltrar o volume de água da chuva a taxas presença de rede de drenagem próxima ou curso d’água para efetuar
adequadas para contribuir na mitigação de inundações a jusante. Solos a descarga do volume de água excedente armazenado, deve-se realizar
cálculos de capacidade de infiltração do jardim, canteiro e/ou biovaleta
4 SARTORI et al. (2005) adaptaram a classificação hidrológica de solos desenvolvida pelo
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para o contexto dos solos ocorrentes no Brasil. e analisar o volume das chuvas mais intensas nos últimos anos para
40 41
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Nome do dispositivo de SbN- - Nome do dispositivo de SbN-
verificar se é viável, ou não, sua instalação e, em caso positivo, analisar não será alta, necessitando assim, de tubulação para conectar à rede
sua eficácia diante das ocorrências no local. convencional de drenagem; o mesmo também deve ser estanque, ou
Disponibilidade de área: deve-se analisar cada local de acordo com seja, com paredes nas laterais e fundo do sistema, evitando que a água
suas necessidades e características para se escolher a melhor opção do lençol adentre na estrutura. Caso não tenha acesso às informações
projetual. O projeto, seja em vias, calçadas, parques, entre outros, deve de profundidade do lençol freático no local a se instalar o dispositivo,
seguir as normas urbanísticas locais. deve-se verificar a existência de corpo d’água a menos de 50 m ou se o
mesmo será implantado dentro da planície aluvial; em caso positivo de
Hidrologia uma das duas situações, ou ambas, a infraestrutura deverá ser estanque
: refere-se aos dados necessários para seleção da SbN adequada. Sugere- com dreno de escoamento. Já nas situações em que o dispositivo estiver
se verificar o controle de vazão, profundidade do lençol freático e como a mais de 50 m de corpo d’água, fora de planície aluvial, o mesmo não
será o encaminhamento das águas do escoamento superficial (retenção, necessita, a priori, ser estanque, seja o solo existente permeável ou não.
condução e infiltração). Conforme dados: Drenagem e escoamento das águas: : divididas pela capacidade de
infiltração, detenção, condução e retenção das águas.
Controle de vazão/capacidade de interceptação: Dispositivos
distribuídos pela bacia hidrográfica e incorporados à paisagem urbana
fornecem ganhos diversificados aos centros urbanos se implantados de
forma sistêmica e redundante. Para o controle de pequenas vazões (por
exemplo, chuvas com TR de até 10 anos), as estratégias SbN difundidas no
âmbito da bacia são eficientes, e ainda têm o potencial de proporcionar
simultaneamente benefícios ecossistêmicos e paisagísticos. Para chuvas materiais necessários
com tempos de recorrência maiores (TR maior que 10 anos), conhecidas
por produzirem maiores volumes de água, bacias e/ou reservatórios com
São os recursos materiais necessários à implantação da SbN, como areia,
usos múltiplos são ideias interessantes para soluções de macrodrenagem
pedras, geotêxtil5, vegetação etc.
das cidades.
Nível do lençol freático: esse fator influencia diretamente na escolha
do tipo de dispositivo a ser implantado em cada local, uma vez que sua
profundidade interfere na capacidade de armazenamento das camadas
minerais, bem como no tempo de concentração, a vazão de pico e a
intensidade da chuva, tempo de retorno, velocidade e coeficiente de
escoamento das águas, como descrito nos passos anteriores. Para os
dispositivos destinados à coleta e absorção da água se faz necessária a
análise do nível do lençol freático para identificar qual a solução mais
adequada para a intervenção e também qual sua profundidade máxima.
A profundidade superficial pode representar riscos quando se trata do
emprego de estruturas de infiltração, uma vez que podem saturá-las
durante eventos pluviais longos, havendo ainda o risco de contaminação
5 Sobre os geotêxteis vale citar que são de fácil instalação, baixo custo, pequena espessura e
de águas subterrâneas (RIGHETTO et al, 2009). Recomenda-se o emprego possibilitam o controle de qualidade permitindo propriedades hidráulicas adequadas, características essas
dessas soluções, quando não estanques, apenas quando o nível d’água que endossam a utilização deste material em sistemas filtrantes. O correto funcionamento dos geotêxteis
como filtros depende de atender critérios mecânicos e de durabilidade e o dimensionamento correto,
(NA) dos lençóis no período chuvoso encontra-se a pelo menos 1 m de modo que a abertura de seus poros atinja a capacidade de retenção do solo e impeça a passagem de
abaixo da superfície dos terrenos. Onde o nível do lençol freático é alto partículas do solo. O que se espera desse material é que garanta eficiência hidráulica do dispositivo, permita
a passagem de água e evite a ocorrência de dois fenômenos indesejáveis na estrutura: a colmatação e a
deve-se avaliar qual será a eficácia do sistema uma vez que a absorção erosão retrogressiva.
42 43
INICIAIS
Descrição das fichas de SbN Definição das tipologias de SbN
- Nome do dispositivo de SbN-
elencadas na Tabela 2:
Muro de suporte vivo em madeira tipo “cribwall”, Muro
de suporte vivo em margens fluviais, Grade viva, Muro de
contenção com pedras, Muro de pedra com vegetação, manutenção
Muro de suporte tipo “Cribwall” pré-fabricado com
vegetação, Muros de gabiões com vegetação, Gabiões
planos, Solo Grampeado Verde. Em geral, as SbN visam a redução nos custos com manutenção a longo
prazo. Pode ser necessário o acompanhamento inicial do sistema para
- Nome do dispositivo de SbN - verificar sua eficácia e se há necessidade de reposição de mudas. Sugere-
se a participação da população no cuidado e manutenção manual
básica destas infraestruturas, como remoção de lixo acumulado que
pode prejudicar a passagem/entrada de água nas diferentes tipologias.
Refere-se a qual espaço livre é ideal para receber a SbN. Esta camada
trata da disponibilidade de espaço para implantação dos dispositivos e
definição de locais estratégicos para captação do escoamento superficial Estimado a partir de variáveis e parâmetros gerais para obter
de águas urbanas. um custo por m². O custo para viabilizar a implementação
de cada uma das tipologias possui variáveis a serem
As diferentes tipologias de contenção devem considerar o perfil topográfico para a escolha consideradas, seja pelo órgão público ou em uma parceria
da melhor solução na mitigação dos processos erosivos e na manutenção da estabilidade de
terrenos. O auxílio dessas contenções para mitigar as ocorrências de desmoronamentos devido
público-privada.
a forças aplicadas, como de empuxo, peso do solo e água infiltrada, demandam maior cuidado
na execução da drenagem associada ao dispositivo para que a estrutura não venha a romper.
O método sugere verificar em qual espaço livre a SbN será aplicada para sua escolha ideal,
especificando se será em sistema viário, lote e/ou sob laje, em margens fluviais, encostas
ou taludes. É de suma importância a análise do terreno e demais critérios relacionados ao
escoamento das águas pluviais para se determinar os dispositivos a serem implantados
de maneira eficaz e trabalhando como rede sistêmica que possa ser replicada em diversas
escalas. Dentro do sistema viário, cada trecho (calçadas, rotatórias, esquinas, canteiro central)
tem uma potencialidade estratégica para os diferentes dispositivos de drenagem. As calçadas
DESCRIÇÃO GERAL:
podem receber dispositivos voltados à infiltração das águas pluviais, como canteiros pluviais;
já canteiros e
Definição do conceito centrais são excelentes
objetivos da SbNáreas para biovaletas que promovem o encaminhamento
de águas pluviais; e rotatórias são ideais para as bacias de detenção
44 45
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Nome do dispositivo de SbN- - Nome do dispositivo de SbN-
- Jardim de Chuva -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
7 Ação feita por órgão responsável pela manutenção e limpeza da área e/ou por pessoa civil.
Indica o incentivo à adoção de áreas verdes urbanas para auxílio na manutenção dos mesmos.
Figura 12 e 13 - Jardim de Chuva. Perspectiva isométrica com detalhe e corte. Fonte: Guajava, 2023 8 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais, mão de obra, vegetação.
48 49
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Jardim de Chuva - - Jardim de Chuva -
Terreno: dificuldade em obter informações prévias das instalações passará através do dispositivo e não será absorvida, diminuindo assim
subterrâneas, interferindo, muitas vezes, na revisão do projeto após o seu potencial aproveitamento.
início das obras. Carga de sedimentos: O aporte de sólidos no sistema é baixo.
Colmatação: contratação de manutenção para os dispositivos entre 5 Tipos de Solo: o sistema se adequa com maior eficácia em solos com
a 10 anos após a implementação para recuperação da sua capacidade baixo potencial de escoamento e alta taxa de infiltração e em solos
infiltrativa. contendo moderada taxa de infiltração e bem drenados, dos grupos
Vegetação adequada: disponibilidade de espécies vegetais (autóctones) hidrológicos de solos A e B9 , conforme a classificação hidrológica de
adequadas para solos úmidos. solos do Serviço de Conservação do Solo dos Estados Unidos (adaptada
Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos para os solos do Brasil por Sartori et al., 2005).
capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta Características do terreno: a implementação desta tipologia,
de todas as informações e posterior acompanhamento na execução. principalmente quando inserida ema implementação deste dispositivo,
Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e principalmente quando inserido em áreas urbanas consolidadas, exige
Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento que seja averiguada a presença de quaisquer instalações antes do início
urbano. das obras; ou ainda, se possível, durante a fase de projeto, verificar se
podem ser realocadas ou readequadas à configuração do projeto. A
análise pode ser realizada in loco ou por meio de documentação dos
órgãos responsáveis. O mesmo ocorre para a implantação das tipologias
em terrenos amplos destinados a parques urbanos e/ou lineares.
Neste caso, a cooperação entre secretarias e órgãos para troca de
parâmetros técnicos a serem considerados na documentação e informações é essencial para um bom planejamento
escolha da drenagem sustentável do projeto. Deve-se analisar ainda, a presença
de arborização existente no local; é necessário certificar-se de que a
árvore seja de uma espécie adaptada às condições de solos úmidos,
Pedologia/Topografia
caso contrário, ela pode sofrer por estas alterações no solo e ter sua
saúde prejudicada.
Permeabilidade do Solo (condutividade hidráulica em mm/h): para
que o sistema de drenagem alcance bons resultados na absorção de água,
Hidrologia
são necessários ensaios de caracterização do solo, como por exemplo, o
ensaio de análise granulométrica, que determinará a porcentagem em
Controle de vazão/capacidade de interceptação: para se definir o
peso que cada faixa especificada de tamanho de partículas representa
tempo de retorno do dispositivo, é necessário realizar os cálculos de
na massa total ensaiada, fornecendo então a parcela de argila, silte, areia
acordo com normas municipais considerando o índice de galeria de
e pedregulho presente em uma determinada amostra. A fração grossa
águas pluviais públicas a qual a tipologia estará correlacionada.
do solo (pedregulho e areia) é muito mais permeável do que a fração
Nível do lençol freático: : em locais onde o nível do lençol freático é
fina (argila e silte) e por isso é preferível na composição das SbN para
alto, a eficácia do sistema será comprometida devido à baixa absorção,
possibilitar a infiltração de um volume de água pluvial a taxas adequadas
sendo assim, sugere-se a utilização de outro dispositivo, como canteiros
e contribuir na mitigação de inundações a jusante.
pluviais estanques, ou seja, com paredes nas laterais e fundo do sistema,
Declividade: não devem ser implantados em terrenos com declividade
evitando que a água do lençol adentre na estrutura.
superior a 5% para que se obtenha o melhor aproveitamento do
Drenagem e escoamento das águas: os jardins de chuva possuem como
dispositivo. Quando em terreno plano ou de inclinação de até 5% a área
principais características de regulação hídrica a infiltração e a detenção.
destinada à captação e absorção de água é mais eficiente por permitir
que a água permaneça no local e seja absorvida adequadamente pelo
dispositivo, quanto em terreno com inclinação maior, parte da água 9 Que têm taxas de infiltração maiores que 3,81 mm/h (SARTORI et al, 2005).
50 51
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Jardim de Chuva - - Jardim de Chuva -
São projetados para que em, no máximo, 72 horas10 não haja mais deve ter ao menos 25 cm de espessura para um bom desenvolvimento
água parada na superfície do jardim e contam ainda com a evaporação, das plantas.
evapotranspiração e transbordamento. Pedras do entorno do dispositivo: pode-se utilizar pedra de mão,
paralelepípedos, materiais residuais ou de ornamentação no entorno
Sugere-se download da família BIM disponível link: www.guajava.com. ou nas entradas do dispositivo para a dissipação da energia da água;
br/bim quando não se utiliza o material, a força da água irá carrear o substrato,
terra e a vegetação, danificando o canteiro ao longo do tempo.
Vegetação: absorvem nutrientes e água que fluem para o jardim de
materiais necessários chuva e liberam vapor de água de volta à atmosfera através do processo
de transpiração. As raízes profundas das plantas também criam canais
pelos quais as águas pluviais se infiltram no solo. Espécies vegetais
Brita ou pedra de mão: a camada de brita, preferencialmente nº 5, ou (autóctones) adequadas para solos úmidos são ideais; a vegetação
a utilização de pedra de mão ou ainda resíduos de concreto removidos indicada está listada no Passo 3 deste Catálogo. Atentar-se às condições
do local (sem a presença de componentes contaminantes para o climáticas locais para a escolha das espécies.
lençol freático) denominada como a camada de armazenamento e de
transferência, onde a água é temporariamente acumulada antes de ser
destinada ao abastecimento do lençol freático ou direcionada ao sistema
de drenagem convencional. Camada principal para armazenamento
da água, portanto deve ser destinada maior espessura possível para
este material, respeitando a necessidade mínima de substrato para a
vegetação.
Geotêxtil: este geossintético tem sido largamente empregado para a
composição de sistemas drenantes e filtrantes, podendo ser classificado
em função do seu processo de fabricação em tecido, não tecido e
tricotado. Para que cumpra a função de filtro, deve-se utilizar o tipo
não tecido, produto que apresenta suas fibras dispostas em orientação
aleatória, o que impede a livre passagem de água através do geossintético.
Os geotêxteis são de fácil instalação, baixo custo, pequena espessura
e possibilitam o controle de qualidade permitindo propriedades
hidráulicas adequadas, características essas que endossam a utilização
deste material em sistemas filtrantes.
Areia: a areia aumenta a porosidade e aeração, auxiliando a infiltração e
redistribuição da água no solo. A camada de areia deve ter ao menos 10
cm de espessura de maneira para que possa aumentar a permeabilidade
e infiltração do dispositivo.
Substrato/terra: Recomenda-se o uso de composto de terra preta e
húmus de minhoca na proporção de 1:1. Pode ser misturado com traço
de areia para aumentar sua permeabilidade. A camada de substrato
10 Que têm taxas de infiltração maiores que 3,81 mm/h (SARTORI et al, 2005).
52 53
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Jardim de Chuva - - Jardim de Chuva -
Figura 14 - Jardim de chuva. Foto: Meridiano. Fonte: Projeto Guajava. Figura 15 - Jardim de chuva. Foto: Nereu Jr. Fonte: Projeto Guajava.
54 55
CP
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Canteiro Pluvial -
- Canteiro Pluvial -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
11 A ser feito por órgão responsável pela manutenção e limpeza e/ou por pessoa civil. Indica-se o
incentivo à adoção de áreas verdes urbanas para auxílio na manutenção dos mesmos.
Figura 16 - Canteiro Pluvial. Perspectiva isométrica com detalhe. Fonte: Guajava, 2023 . 12 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais, mão de obra, vegetação.
56 57
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Canteiro Pluvial - - Canteiro Pluvial -
TUBULAÇÃO/ CARACTERÍSTICAS
PAREDES LAJE DE FUNDO DUTO DE CONEXÃO DO SOLO
LATERAIS DO JARDIM COM DRENAGEM
CONVENCIONAL
58 59
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Canteiro Pluvial - - Canteiro Pluvial -
Edificação próxima a
menos de 2 metros, Figura 19 - Canteiro pluvial com paredes laterais e sem laje de fundo, sem tubulação/duto de conexão sem
fora da planície aluvial drenagem convencional existente (Fonte: Guajava, 2023)
Edificação próxima a
menos de 2 metros,
fora da planície aluvi-
al, verificar condição
do solo (impermeável Figura 20 - Canteiro pluvial com paredes laterais sem laje de fundo, com tubulação/duto de conexão com
<10mm/h) drenagem convencional existente (Fonte: Guajava, 2023)
60 61
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Canteiro Pluvial - - Canteiro Pluvial -
Terreno: dificuldade em obter informações prévias das instalações que a água permaneça no local e seja absorvida adequadamente pelo
subterrâneas, interferindo, muitas vezes, na revisão do projeto após o dispositivo, quanto em terreno com inclinação maior, parte da água
início das obras. passará através do dispositivo e não será absorvido, diminuindo assim
Colmatação: contratação de manutenção para os dispositivos entre 5 seu potencial aproveitamento.
a 10 anos após a implementação para recuperação da sua capacidade Carga de sedimentos: o aporte de sólidos no sistema é baixo nas cinco
infiltrativa. situações ilustradas para canteiros pluviais e sistemas de infiltração
Vegetação adequada: disponibilidade de espécies vegetais (autóctones) quando utiliza-se guias acima do nível do passeio.
adequadas para solos úmidos. Tipos de Solo: O sistema se adequa com maior eficácia em solos com
Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos baixo potencial de escoamento e alta taxa de infiltração e em solos
capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta de contendo moderada taxa de infiltração e bem drenados, Grupos A e B,
todas as informações e posterior acompanhamento na execução. respectivamente inseridos no Grupos Hidrológicos de Solos, conforme
Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e Serviço de Conservação do Solo dos Estados Unidos.
Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento Características do terreno: a implementação desta tipologia,
urbano. principalmente quando inserida em áreas urbanas consolidadas, exige
que seja averiguada a presença de quaisquer instalações antes do início
das obras; ou ainda, se possível, durante a fase de projeto, verificar se
podem ser realocadas ou readequadas à configuração do projeto. A
análise pode ser realizada in loco ou por meio de documentação dos
órgãos responsáveis. O mesmo ocorre para a implantação das tipologias
parâmetros técnicos a serem considerados na em terrenos amplos destinados a parques urbanos e/ou lineares.
escolha Neste caso, a cooperação entre secretarias e órgãos para troca de
documentação e informações é essencial para um bom planejamento
da drenagem sustentável do projeto. Deve-se analisar ainda, a presença
Pedologia/Topografia
de arborização existente no local; é necessário certificar-se de que a
árvore seja de uma espécie adaptada às condições de solos úmidos,
Permeabilidade do Solo (condutividade hidráulica em mm/h): para que
caso contrário, ela pode sofrer por estas alterações no solo e ter sua
o sistema de drenagem alcance bons resultados na absorção de água, é
saúde prejudicada.
necessário realizar ensaios de caracterização do solo, como por exemplo
o ensaio de análise granulométrica, que determinará a porcentagem em
Hidrologia
peso que cada faixa especificada de tamanho de partículas representa
na massa total ensaiada, fornecendo então a parcela de argila, silte, areia
Controle de vazão/capacidade de interceptação: para se definir o
e pedregulho presente em uma determinada amostra. A fração grossa
tempo de retorno do dispositivo, é necessário realizar os cálculos de
do solo (pedregulho e areia) é muito mais permeável do que a fração
acordo com normas municipais considerando o índice de galeria de
fina (argila e silte); e por isso é preferível na composição das SbN para
águas pluviais públicas a qual o dispositivo estará correlacionado.
possibilitar a infiltração de um volume de água pluvial a taxas adequadas
Nível do lençol freático: : em locais onde o nível do lençol freático é
e contribuir na mitigação de inundações a jusante. A permeabilidade do
alto, a eficácia do sistema será comprometida devido à baixa absorção,
solo influenciará diretamente na escolha da estanqueidade do canteiro
sendo assim, sugere-se a utilização de tubulação para conectar à rede
pluvial.
convencional de drenagem; o canteiro pluvial, neste caso, também deve
Declividade: não devem ser implantadas em terrenos com declividade
ser estanque, ou seja, com paredes nas laterais e fundo do sistema,
superior a 5% para que se obtenha o melhor aproveitamento do
evitando que a água do lençol adentre na estrutura.
dispositivo. Quando em terreno plano ou de inclinação até 5% a área
Drenagem e escoamento das águas: possuem como principal
destinada à captação e absorção de água é mais eficiente por permitir
62 63
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Canteiro Pluvial - - Canteiro Pluvial -
característica de regulação hídrica a detenção, e também de infiltração da água no solo. Através da utilização da areia, aumenta-se a porosidade
quando o sistema não for estanque. São projetados para que em, no e aeração, auxiliando que a água penetre por esta camada. A camada
máximo, 72 horas13 não haja mais água parada na superfície do canteiro de areia deve ter ao menos 10 cm de espessura, quando houver dis-
independente da escolha projetual. ponibilidade de área, para aumento da permeabilidade e infiltração do
dispositivo.
Sugere-se download da família BIM disponível link: www.guajava.com. Substrato/terra: composto por terra preta e húmus de minhoca na pro-
br/bim porção de 1:1. Pode ser misturado com traço de areia para aumentar
sua permeabilidade. A camada de substrato deve ter ao menos 25 cm
de espessura para um bom desenvolvimento das plantas.
Vegetação: absorvem nutrientes e água que fluem para o jardim de chu-
materiais necessários va e liberam vapor de água de volta à atmosfera através do processo de
transpiração. As raízes profundas das plantas também criam canais pe-
los quais as águas pluviais se infiltram no solo. Espécies vegetais (autóc-
A seguir estão descritos os materiais necessários para as camadas fil-
tones) adequadas para solos úmidos são ideais; a vegetação indicada
trantes do canteiro pluvial em ordem de aplicação no dispositivo e ma-
está listada no Passo 3 deste catálogo. Atentar-se às condições climáti-
teriais para dissipação de energia da água:
cas locais para a escolha das espécies.
Pedras no entorno do dispositivo: pode-se utilizar pedra de mão, pa-
Brita ou pedra de mão: a camada de brita, preferencialmente nº 5, ou
ralelepípedos, materiais residuais ou de ornamentação no entorno
a utilização de pedra de mão ou ainda resíduos de concreto removi-
(quando nhouver guias) ou nas entradas do dispositivo para a dissipação
dos in loco (sem a presença de componentes contaminantes para o
da energia da água; quando não se utiliza o material, a força da água irá
lençol freático) denominada como a camada de armazenamento e de
carrear o substrato, terra e a vegetação, danificando o canteiro ao longo
transferência, onde a água é temporariamente acumulada antes de ser
do tempo.
destinada ao abastecimento do lençol freático ou direcionada ao siste-
ma de drenagem convencional. Camada principal para armazenamen-
to da água, portanto deve ser destinada maior espessura possível para
este material, respeitando a necessidade mínima de substrato para a
vegetação.
Geotêxtil: este geossintético tem sido largamente empregado para a
composição de sistemas drenantes e filtrantes, podendo ser classifica-
do em função do seu processo de fabricação em tecido, não tecido e
tricotado. Para que cumpra a função de filtro, deve-se utilizar o tipo
não tecido, produto que apresenta suas fibras dispostas em orientação
aleatória, o que impede a livre passagem de água através do geossintéti-
co. Os geotêxteis são de fácil instalação, baixo custo, pequena espessura
e possibilitam o controle de qualidade permitindo propriedades hidráu-
licas adequadas, características essas que endossam a utilização deste
material em sistemas filtrantes.
Areia: a camada de areia visa o aumento da infiltração e redistribuição
64 65
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Canteiro Pluvial - - Canteiro Pluvial -
66 67
BV
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Biovaleta -
- Biovaleta -
localização estratégica manutenção
Em canteiros centrais e estacionamentos, locais estreitos para Prever quantidade adicional de mudas de 2 a 5% do valor total para
condução da água ou ainda locais amplos associados a jardins de mitigar perdas iniciais, por mudas que possam morrer logo após o
chuva, canteiros pluviais, pôlder, entre outros. plantio no período de adaptação (ação pontual na implementação);
custos da implantação
14 Por órgão responsável pela manutenção e limpeza ou pessoa civil. Indica-se incentivo à adoção
de áreas verdes urbanas.
15 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais, mão de obra, vegetação.
Figura 24 - Biovaleta. Perspectiva isométrica com detalhe. Fonte: Guajava, 2023
68 69
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Biovaleta - - Biovaleta -
Terreno: dificuldade em obter informações prévias das instalações Características do terreno: A implementação desta tipologia,
subterrâneas, interferindo, muitas vezes, na revisão do projeto após o principalmente quando inseridas em áreas urbanas consolidadas,
início das obras. exige que seja averiguada a presença de quaisquer instalações antes
Vegetação adequada: disponibilidade de espécies vegetais (autóctones) do início das obras ou ainda, se possível, durante a fase de projeto,
adequadas para solos úmidos. verificando se as mesmas podem ser realocadas ou readequadas à
Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos configuração do projeto. A análise pode ser realizada in loco ou por
capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta de meio de documentação dos órgãos responsáveis. O mesmo ocorre para
todas as informações e posterior acompanhamento na execução. a implantação das tipologias em terrenos amplos destinados a parques
Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e urbanos e/ou lineares.
Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento
urbano. Hidrologia
70 71
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Biovaleta - - Biovaleta -
materiais necessários
Brita ou pedra de mão: a camada de brita, preferencialmente nº 5, ou vegetação indicada está listada no Passo 3 deste Catálogo. Atentar-
a utilização de pedra de mão ou ainda resíduos de concreto removidos se às condições climáticas locais para a escolha das espécies.
in loco (sem a presença de componentes contaminantes para o lençol Pedras do entorno do dispositivo: pode-se utilizar pedra de mão,
freático). denominada como a camada de armazenamento e de paralelepípedos, materiais residuais ou de ornamentação no entorno
transferência, onde a água é temporariamente acumulada antes de ser (quando não houver guias) ou nas entradas do dispositivo para a
destinada ao abastecimento do lençol freático ou direcionada ao sistema dissipação da energia da água, quando não se utiliza o material, a força
de drenagem convencional. Camada principal para armazenamento da água irá carrear o substrato, terra e a vegetação, danificando o
da água, portanto deve ser destinada maior espessura possível para canteiro ao longo do tempo.
este material, respeitando a necessidade mínima de substrato para a Aletas de dissipação de energia: quando inseridas em terrenos com
vegetação. inclinação superior a 5%, é necessário o uso de barramentos para reduzir
Geotêxtil: este geossintético tem sido largamente empregado a velocidade de condução da água e manter sua eficácia elevada sem
para a composição de sistemas drenantes e filtrantes, podendo ser carregar vegetação e solo presentes no dispositivo. Estes barramentos
classificado em função do seu processo de fabricação em tecido, não podem ser executados com pedras, tijolos ou outro material que execute
tecido e tricotado. Para que cumpra a função de filtro, deve-se utilizar a função de barragem.
o tipo não tecido, produto que apresenta suas fibras dispostas em Tubulação: utiliza-se tubo-dreno ao longo de toda a extensão da
orientação aleatória, o que impede a livre passagem de água através do biovaleta com inclinação de 0,1% no sentido da caixa de drenagem para
geossintético. Se executa com a manta separando a camada de solo da condução da água.
camada drenante abaixo, o que evita do solo ser carreado e também a
precoce colmatação do sistema. Os geotêxteis são de fácil instalação,
baixo custo, pequena espessura e possibilitam o controle de qualidade
permitindo propriedades hidráulicas adequadas, características essas
que endossam a utilização deste material em sistemas filtrantes. Em
casos que houver um fundo de concreto para conduzir o fluxo de água,
há a possibilidade de se revestir esse fundo com uma geomembrana
para gerar estanqueidade e evitar ao máximo a força de puncionamento
das raízes no concreto caso passem pelo geotêxtil.
Areia: a camada de areia visa o aumento da infiltração e redistribuição
da água no solo. Através da utilização da areia, aumenta-se a porosidade
e aeração, auxiliando que a água penetre por esta camada. A camada
de areia deve ter ao menos 10cm de espessura, quando houver
disponibilidade de área, para aumento da permeabilidade e infiltração
do dispositivo.
Substrato/terra: composto por terra preta e húmus de minhoca na
proporção de 1:1. Pode ser misturado com traço de areia para aumentar
sua permeabilidade. A camada de substrato deve ter ao menos 25c m de
espessura para um bom desenvolvimento das plantas.
Vegetação: absorvem nutrientes e água que fluem para a biovaleta
e liberam vapor de água de volta à atmosfera através do processo
de transpiração. As raízes profundas das plantas também criam
canais pelos quais as águas pluviais se infiltram no solo. Espécies
vegetais (autóctones) adequadas para solos úmidos são ideais; a
72 73
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Biovaleta - - Biovaleta -
BIOVALETA BIOVALETA
Projeto implantado Projeto implantado em
LAGOA DO NADO - MG
Figura 25 - Biovaleta. Fonte: Beckley Sanitary Board. Figura 26 - Biovaleta. Foto: Meridiano. Fonte: Projeto Guajava.
74 75
TC
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Terraços de Chuva -
- Terraços de Chuva -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
16 Ação a ser feita por órgão responsável pela manutenção e limpeza ou pessoa civil. Indica-se
incentivo à adoção de áreas verdes.
Figura 27 - Terraços de Chuva em Taludes. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2023 17 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais, mão de obra, vegetação.
76 77
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Terraços de Chuva - - Terraços de Chuva -
18 De acordo com a análise sobre Terraceamento no Cultivo de Arroz (MACHADO, P.; WADT, P. ,
2021)
78 79
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Terraços de Chuva - - Terraços de Chuva -
prejudicada. gabiões que possam ser vegetados, a escolha varia conforme o tipo e
resistência do solo.
Hidrologia Vegetação adequada: vegetação e substrato adequados para cada tipo
de região, que possuam raízes fortes para contribuir na estabilização de
Controle de vazão/capacidade de interceptação: para se definir o taludes e resistentes a períodos de alta umidade. A vegetação indicada
tempo de retorno do dispositivo, é necessário realizar os cálculos de está listada no Passo 3 deste Catálogo.
acordo com normas municipais considerando o índice de galeria de
águas pluviais públicas a qual o dispositivo estará correlacionado.
Nível do lençol freático: em locais onde o nível do lençol freático é
alto, a eficácia do sistema será comprometida devido à baixa absorção,
sendo assim, sugere-se a utilização de tubulação para conectar à rede
convencional de drenagem caso o objetivo principal do terraço de chuva
seja a infiltração; a tipologia neste caso também deve ser estanque, ou
seja, com paredes nas laterais e fundo do sistema, evitando que a água
do lençol adentre na estrutura.
Drenagem e escoamento das águas: possuem como principais
características de regulação hídrica a detenção e infiltração das águas.
Podem estar em associação a tubulações de drenagem convencionais
ou outros dispositivos de SbN como biovaletas, canteiros pluviais, entre
outros. Assim, se o objetivo for diminuir a velocidade de escoamento
superficial para áreas da bacia à jusante, sugere inserir mais de um
terraço de chuva e conectá-los por meio de biovaletas. O sistema deve
estar livre do acúmulo de água em, no máximo, 72h após ocorrência de
chuva.
materiais necessários
80 81
EH
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Escada Hidráulica Vegetada -
custos da implantação
19 Por órgão responsável pela manutenção e limpeza ou pessoa civil. Indica-se incentivo à adoção
de áreas verdes urbanas.
Figura 28 - Escada Hidráulica Vegetada. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2023 20 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais, mão de obra, vegetação.
82 83
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Escada Hidráulica Vegetada - - Escada Hidráulica Vegetada -
Terreno: dificuldade em obter informações prévias das instalações Características do terreno: a implementação desta tipologia,
subterrâneas, interferindo, muitas vezes, na revisão do projeto após o principalmente quando inserida em áreas urbanas consolidadas,
início das obras. exige que seja averiguada a presença de quaisquer instalações antes
Vegetação adequada: disponibilidade de espécies vegetais (autóctones) do início das obras ou ainda, se possível, durante a fase de projeto,
adequadas para solos úmidos. verificando se as mesmas podem ser realocadas ou readequadas à
Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos configuração do projeto. A análise pode ser realizada in loco ou por
capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta de meio de documentação dos órgãos responsáveis. O mesmo ocorre para
todas as informações e posterior acompanhamento na execução. a implantação das tipologias em terrenos amplos destinados a parques
Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e urbanos e/ou lineares. Neste caso, a cooperação entre secretarias e
Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento órgãos para troca de documentação e informações é essencial para um
urbano. bom planejamento da drenagem sustentável do projeto.
Hidrologia
84 85
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Escada Hidráulica Vegetada - - Escada Hidráulica Vegetada -
materiais necessários
86 87
PI
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Poço de Infiltração -
- Poço de Infiltração -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
Figura 31 - Poço de Infiltração. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2023 21 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
88 89
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Poço de Infiltração - - Poço de Infiltração -
Terreno: Dificuldade em obter informações prévias do tipo de solo, armazenado, sendo que o sistema terá eficácia inferior em solos dos
interferindo na avaliação prévia de infiltração; interferências no subsolo grupos A e B.
que não estejam mapeadas podem ser um dificultador no momento de Características do Terreno: O sistema não necessita de áreas amplas,
realizar as escavações nos locais planejados no projeto de drenagem mas de profundidade. Deve-se efetuar o levantamento e a identificação
com poços de infiltração; das instalações subterrâneas e adjacentes, existentes ou projetadas.
Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos Os projetos deverão considerar as devidas adequações ou proteções
capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta de dessas estruturas.
todas as informações e posterior acompanhamento na execução.
Hidrologia
90 91
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Poço de Infiltração - - Poço de Infiltração -
POÇO DE INFILTRAÇÃO
Tubulação de drenagem conectora: também chamado de conduto
horizontal, serve para a destinação das águas pluviais captadas por
Projeto implantado em
edificação ao poço drenante;
Camada de agregado graúdo: camada utilizada ao fundo do poço,
geralmente com brita nº3;
SÃO CARLOS - SP
Caixa de Inspeção: serve para inspecionar o sistema de drenagem para
que não haja entupimento na canalização/extravasor.
92 93
BD
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Detenção -
- Bacia de Detenção -
localização estratégica manutenção
custos da implantação23
Figura 34 - Bacia de Detenção. Perspectiva isométrica com detalhe. Fonte: Guajava, 2023 23 Fonte: FCTH/SIURB-PMSP, 2022.
94 95
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Detenção - - Bacia de Detenção -
96 97
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Detenção - - Bacia de Detenção -
materiais necessários
98 99
BR
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Retenção -
- Bacia de Retenção -
localização estratégica manutenção
custos da implantação24
Figura 37 - Bacia de Retenção. Perspectiva isométrica com detalhe. Fonte: Guajava, 2023 24 Fonte: FCTH/SIURB-PMSP, 2022.
100 101
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Retenção - - Bacia de Retenção -
102 103
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Retenção - - Bacia de Retenção -
materiais necessários
104 105
BI
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Infiltração -
- Bacia de Infiltração -
localização estratégica manutenção
custos da implantação25
Figura 40 - Bacia de Infiltração. Perspectiva isométrica com detalhe. Fonte: Guajava, 2023 25 Fonte: FCTH/SIURB-PMSP, 2022.
106 107
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Infiltração - - Bacia de Infiltração -
Hidrologia
108 109
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Bacia de Infiltração - - Bacia de Infiltração -
110 111
WC
Definição das tipologias de SbN
- Wetland Construído -
localização estratégica
Figura 43 - Wetland Híbrido. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2023 Figura 46 - Zona de raizes. Perspectiva Isométrica. Fonte: Guajava, 2023
112 113
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Wetland Construído - - Wetland Construído -
manutenção
114 115
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Wetland Construído - - Wetland Construído -
116 117
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Wetland Construído - - Wetland Construído -
por equipe técnica formada por engenheiro, arquitetos e outros diretamente no funcionamento do sistema, mas pode impor condicion-
profissionais. Devem ser elaborados estudos hidrológicos e hidráulicos antes no sistema construtivo a ser utilizado.
para o dimensionamento da estrutura e avaliação do impacto de sua Características do terreno: a implementação desta tipologia, princi-
implantação na bacia hidrográfica. Além de levantamentos topográficos palmente quando inseridas em áreas urbanas consolidadas, exige que
e estudos geotécnicos da área. É necessário, portanto, a formação seja averiguada a presença de quaisquer instalações antes do início das
de mão de obra qualificada para projeto, implantação, operação e obras ou ainda, se possível, durante a fase de projeto, verificando se
manutenção destes sistemas. as mesmas podem ser realocadas ou readequadas à configuração do
Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e projeto. A análise pode ser realizada in loco ou por meio de documen-
Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento tação dos órgãos responsáveis. O mesmo ocorre para a implantação das
urbano. A aceitação da tecnologia deve considerar aspectos sanitários e tipologias em terrenos amplos destinados a parques urbanos e/ou line-
estéticos para aceitação dos moradores. ares. Neste caso, a cooperação entre secretarias e órgãos para troca de
documentação e informações é essencial para um bom planejamento
do projeto. Deve-se analisar ainda, quanto à presença de arborização
parâmetros técnicos a serem considerados na ou edificações existentes no local que possam causar sombreamento e
escolha diminuir a eficiência do sistema.
Hidrologia
Pedologia/Topografia
Controle de vazão/capacidade de interceptação: o desempenho dess-
Permeabilidade do Solo (condutividade hidráulica em mm/h): os wet- es sistemas depende da escolha da configuração adequada para cada
lands construídos para tratamento esgoto são estruturas estanques que tipo de água residuária, da taxa de aplicação, do tempo de detenção
podem ser instaladas em diferentes tipos de solo onde a capacidade de hidráulica e das condições climáticas locais (MATOS; MATOS, 2021). É
infiltração não interfere no funcionamento do sistema. importante a definição e o monitoramento do regime hidráulico que
Declividade: podem ser implantados em terrenos com diferentes de- é definido por 3 aspectos: quantidade de esgoto aplicada em relação a
clividades. No caso da associação de vários reatores a declividade do área do wetlands em um determinado período de tempo e, como ele é
terreno pode ajudar para que o sistema funcione por gravidade sem aplicado: se há intermitência (por bateladas) e/ou alternância de mód-
necessidade de aporte de energia. Quando em terreno plano, pode ser ulos (se opera continuamente ou com períodos de repouso). Também
necessário o uso de motobomba para a alimentação dos reatores insta- por se tratar de um sistema aberto, fatores como a chuva, a evapo-
lados a jusante do sistema. Quanto em terreno com inclinação até 18%, ração e a evapotranspiração interferem no controle de massa de água
pode ser feito o terraceamento do talude para conformação dos dispos- no sistema (SEZERINO et al, 2018). Áreas permanentemente alagadas
itivos, sendo que quanto maior a declividade, maior a necessidade de são wetlands naturais e devem ser como possíveis bem conservados e
reforço nas estruturas das paredes construídas. manejados, caso apresentem estado de degradação, deve-se consultar
Carga de sedimentos: os Wetlands Construídos podem funcionar como material referente a recuperação deste bioma e tratar o problema na
um dispositivo para retenção de sedimentos (SEZERINO et al., 2018). Já fonte. Se uma das causas for a contaminação por despejo irregular de
o aporte de sólidos grosseiros no sistema deve ser evitado para que não poluentes, os wetlands construídos podem ser implantados a montante.
ocorra o entupimento das tubulações e danifique, caso haja, motobom- Em áreas alagáveis, os wetlands podem ser implantados, desde que haja
bas submersas ou outros equipamentos. Isso pode ser feito a partir de um extravasor conectado à rede coletora. Em áreas destinadas à res-
um sistema de gradeamento a montante do sistema. Já a carga de pol- ervação, os Wetlands Construídos podem ajudar na redução do pico de
uentes que o sistema comporta pode variar de baixo a alto, sendo um inundação.
sistema flexível e adaptável às características do efluente. Nível do lençol freático: influi na escolha da estrutura e, consequente-
Tipos de solo: por ser um sistema estanque o tipo de solo não interfere mente, no seu custo. Estruturas escavadas possuem menor custo (por
118 119
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Wetland Construído - - Wetland Construído -
não ter necessidade do material e da mão de obra de construção do materiais alternativos para a redução de custos e para a reutilização
tanque), mas nem sempre são recomendáveis, como no caso de locais resíduos sólidos descartados de outras atividades podendo ser resíduos
onde lençol freático é muito raso. da construção civil, conchas, garrafas PET, lascas de pneu (SEZERINO;
Drenagem e escoamento das águas: as características de regulação PELISSARI, 2021).
hídrica e tratamento de águas (pluviais e residuais) dos wetlands con- Vegetação: as plantas são um fator fundamental para o funcionamento
struídos contribuem para a despoluição e o reabastecimento de corpos de wetlands construídos, pelo qual se inclui um tópico adicional
hídricos. O efluente tratado pode ser reutilizado (para fins não potáveis) específico para esta tipologia (vide mais informações no Passo 3 deste
e colaborar para a segurança hídrica do município, armazenando tem- Catálogo).
porariamente as águas pluviais e ajudando a reduzir os fluxos de pico
(EISENBERG et al., 2022). Ainda contribui com a evaporação e a evapo-
transpiração.
materiais necessários
120 121
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Wetland Construído - - Wetland Construído -
Figura 47 - Wetland Construído. Foto: Sarah Daher. Figura 48 - Wetland Construído. Foto: Sarah Daher.
122 123
IF
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Ilhas Filtrantes Flutuantes -
custos da implantação
Figura 49 - Ilhas filtrantes. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2023 28 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
124 125
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Ilhas Filtrantes Flutuantes - - Ilhas Filtrantes Flutuantes -
principalmente acima da lâmina d'água, enquanto as raízes se estendem variações no nível da água levando em consideração a velocidade do
para baixo na coluna d'água. As plantas crescem em um sistema fluxo projetada e a manutenção.
hidropônico, desenvolvendo um extenso sistema radicular capaz de Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos
absorver nutrientes diretamente da coluna d'água (PAVLINERI et al, capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta de
2017). todas as informações e posterior acompanhamento na execução.
Se diferem dos demais Wetlands construídos por serem implementadas Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e
diretamente ao corpo hídrico de águas superficiais, com fácil instalação Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento
e abstendo-se da necessidade de aquisição de terreno (SHAHID et al, urbano.
2019). São considerados uma alternativa eficiente e de baixo custo,
utilizadas comumente em lagos, lagoas, rios, córregos, mananciais e até
mesmo em ambientes marinhos (TAKAVAKOGLOU et al., 2021). parâmetros técnicos a serem considerados na
As ilhas filtrantes flutuantes fornecem um habitat artificial para plantas escolha
emergentes. Podem ser construídas de diferentes materiais flutuantes
ou adquiridas por empresas que vendem o sistema já pronto em
módulos. As raízes ficam submersas na água onde o desenvolvimento Pedologia/Topografia
de um sistema radicular denso é fundamental para o desempenho do
sistema (PAVLINERI et al, 2017). As raízes e o meio de suporte poroso Permeabilidade do Solo (condutividade hidráulica em mm/h): não se
oferecem hábitat para microorganismos que formam o biofilme, onde aplica, uma vez que é colocada em corpos hídricos.
ocorre a maior parte da absorção e degradação de nutrientes. As ilhas Declividade: segue a declividade do corpo hídrico.
podem ficar livres ou ser ancoradas ao fundo ou na borda do corpo Carga de sedimentos: Podem ser utilizadas para tratar diferentes tipos
d'água. de água poluída, e apresentam uma boa eficiência na remoção de
nutrientes, sólidos suspensos, algas e metais. Podem tratar desde águas
pluviais, esgotos e águas residuais agrícolas, industriais e aquicultura.
Tipos de Solo: não se aplica.
Características do Terreno: preferencialmente instaladas em corpos
hídricos com baixa vazão e velocidade da água. Ilhas flutuantes são
desafios possíveis no planejamento e execução:
capazes de resistir a inundações e eventos de chuva extremos. Os
módulos podem estar ancorados no fundo ou na lateral sendo capazes
de subir e descer de acordo com o nível da água. Caso não esteja
Nível de água: para que funcionem, as Ilhas Filtrantes Flutuantes ancorada e haja mudança no nível da água esta pode se mover para a
requerem água permanente para manter a vegetação. Deve-se costa e enraizar perdendo assim suas propriedades de ilha flutuante.
considerar uma profundidade de 0.8 a 1.5m de profundidade para que
as raízes não se fixem ao fundo do corpo hídrico. Hidrologia
Vegetação: devem ser consideradas espécies nativas locais com base
nas características do corpo hídrico local. O crescimento das raízes é de Controle de vazão/capacidade de interceptação: são recomendadas
0.4 a 0.8m de profundidade sendo que algumas espécies podem chegar para águas de fluxo lento, com uma profundidade mínima de 0.8m para
até 1.5m de profundidade. que as raízes não se fixem ao fundo do corpo hídrico (HEADLY e TANNER,
Ancoragem: a ancoragem nem sempre é necessária, mas há o risco de 2008).
o vento embocar a ilha ou esta ser dirigida para a costa e perder suas Serviço Ecossistêmico: melhoram a transparência e evitam o
características de ilha. É necessário definir qual tipo de ancoragem com crescimento de algas verdes, o biofilme que se forma nas raízes e no
base nas características do corpo hídrico a ser tratado, deve permitir substrato ajudam na remoção da poluição, lodos e excesso de nutrientes.
126 127
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Ilhas Filtrantes Flutuantes - - Ilhas Filtrantes Flutuantes -
128 129
RA
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Reservatório Anfíbio -
- Reservatório Anfíbio -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
Figura 51 e 52 - Reservatório anfíbio vazio e cheio, vista externa. Perspectiva isométrica. Fonte: FCTH, 2021. 29 Fonte: FCTH/SIURB-PMSP, 2022
130 131
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Reservatório Anfíbio - - Reservatório Anfíbio -
de um córrego urbano canalizado e a restauração de sua várzea; e em (autóctones) adequadas para as condições de seca e cheia.
diferentes momentos, fitorremediar as águas pluviais e fluviais por Qualificação de técnicos: os projetos devem ser desenvolvidos
meio de ilhas filtrantes, além de cumprir com a função de reservação. por equipe técnica formada por engenheiro, arquitetos e outros
O nome anfíbio advém da funcionalidade tanto em períodos de profissionais. Devem ser elaborados estudos hidrológicos e hidráulicos
cheia quanto de seca, tal qual algumas de nossas rãs e sapos. É uma para o dimensionamento da estrutura e avaliação do impacto de sua
estrutura complexa, que abarca também diferentes tipologias de SbN implantação na bacia hidrográfica. Além de levantamentos topográficos
que contribuem com a melhoria ambiental, atuando no tratamento das e estudos geotécnicos da área. É necessário, portanto, a formação
águas pluviais, infiltração e reabastecimento do lençol freático, bem de mão de obra qualificada para projeto, implantação, operação e
como na recomposição vegetal. manutenção destes sistemas.
Neste sistema, a vazão das águas pluviais e fluviais (caso o córrego seja Políticas Públicas: ausência de Políticas Públicas e Planejamento e
aberto dentro do reservatório in line) encaminha-se por diferentes Governança participativa para a inclusão de SbN no planejamento
trechos de tratamento. Inicialmente, são retidos possíveis resíduos urbano. A aceitação da tecnologia deve considerar aspectos sanitários e
sólidos em um sistema de grelhas que facilitam a manutenção e limpeza estéticos para aceitação dos moradores.
junto a uma bacia de sedimentação na entrada do reservatório. No
trecho seguinte, o aumento da rugosidade das margens do córrego,
com o plantio de espécies tolerantes a alagamentos, permite a
diminuição da velocidade do escoamento e possibilita o processo de parâmetros técnicos a serem considerados na
fitorremediação e deposição de sedimentos finos nas pequenas ilhas escolha
formadas pela ramificação das águas. Em chuvas de grandes vazões,
o reservatório é preenchido, em toda a sua capacidade, funcionando
como um reservatório comum, com uso de mecanismos de controle Pedologia/Topografia
adequados. Ao final, as águas são direcionadas, novamente, à galeria e
faz-se a posterior limpeza do reservatório, como nos casos tradicionais. Permeabilidade do Solo (condutividade hidráulica em mm/h): quanto
mais permeável o solo maior a capacidade de infiltração da estrutura,
por se tratar de uma estrutura de detenção de cheias esse parâmetro é
pouco expressivo.
desafios possíveis no planejamento e execução: Declividade: não devem ser implantadas em terrenos com declividade
superior a 5%, ou deverá ser previsto o nivelamento do terreno para a
implantação da estrutura.
Carga de sedimentos: em áreas com alta produção de sedimentos ou
Área: os reservatórios anfíbios requerem grandes áreas para sua resíduos devem ser instaladas estruturas de sedimentação a montante
implantação (> 100 m²) o que dificulta a sua implementação em áreas ou na entrada da estrutura. A implantação de reservatório anfíbio em
densamente ocupadas, requerendo espaços livres para sua implantação. córregos com altas cargas de poluentes deve ser considerada com
Criar áreas de lazer conectadas ao sistema de modo a trazer benefícios cautela, devendo ser previstos sistemas de controle da poluição a
paisagísticos e sociais ao meio urbano. montante do reservatório.
Dimensionamento Adequado: os projetos devem ser desenvolvidos Tipos de Solo: por se tratar de uma estrutura de detenção esse
por equipe técnica formada por engenheiro, arquitetos e outros parâmetro é pouco expressivo.
profissionais. Devem ser elaborados estudos hidrológicos e hidráulicos Características do Terreno: levantamento e identificação das instalações
para o dimensionamento da estrutura e avaliação do impacto de sua subterrâneas e adjacentes, existentes ou projetadas, na fase de projeto
implantação na bacia hidrográfica. Além de levantamentos topográficos deverão apontar as devidas adequações ou proteções dessas estruturas.
e estudos geotécnicos da área.
Vegetação Adequada: seleção e disponibilidade de espécies vegetais
132 133
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Reservatório Anfíbio - - Reservatório Anfíbio -
Controle de vazão/capacidade de interceptação: como área de Sistema de acesso para limpeza do reservatório (via para acesso de
destinação das águas pluviais, a criação de um reservatório anfíbio veículo de limpeza).
deve ter capacidade semelhante à calculada para um reservatório
convencional, que pode ser melhorado por uma rede de microdrenagem Materiais necessários para o sistema de microdrenagem: verificar as
composta por tipologias de SbN como biovaletas, jardins de chuva e especificações detalhadas neste Catálogo para cada tipologia, como:
outras que possam contribuir para a redução da vazão, velocidade de
escoamento e aumento da infiltração e qualidade das águas antes que Brita ou Pedra de mão: a camada de brita, preferencialmente nº 5, ou
cheguem ao reservatório. a utilização de pedra de mão ou ainda resíduos de concreto removidos
Nível do lençol freático: em locais onde o nível do lençol freático é alto in loco (sem a presença de componentes contaminantes para o lençol
a estrutura deverá ser revestida e impermeabilizada, evitando que as freático) é denominada como a camada de armazenamento e de
águas do lençol adentrem na estrutura. transferência, onde a água é temporariamente acumulada antes de
Drenagem e escoamento das águas: contribuem com o processo ser destinada ao abastecimento do lençol freático ou direcionada ao
de detenção das águas pluviais, os processos de infiltração e sistema de drenagem convencional.
evapotranspiração também podem ser atribuídos às bacias a depender Areia: a camada de areia visa o aumento da infiltração e redistribuição
das condições de permeabilidade do solo local e da existência ou não de da água no solo. Através da utilização da areia, aumenta-se a porosidade
vegetação em seu interior. e aeração, auxiliando que a água penetre por esta camada.
Vegetação Adequada: vegetação e substrato adequados para cada tipo
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DESTA TIPOLOGIA: de região, que possuam raízes fortes para contribuir na estabilização
de paredes ou taludes (caso o reservatório não seja com paredes de
Sistema de bombeamento das águas pluviais do reservatório para a concreto armado), e resistentes a períodos de alta umidade.
rede de drenagem existente após seu funcionamento ou em caso de
extravasamento do sistema.
Criação de áreas de circulação, redes de acesso e equipamentos públicos
dentro e no entorno do reservatório para que o mesmo possa contribuir
com a função de contemplação e lazer da população usuária, bem como
um tratamento paisagístico que contribua com a melhoria ambiental da
região.
materiais necessários
134 135
PV
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Polder Vegetado -
- Polder Vegetado -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
30 Por órgão responsável pela manutenção e limpeza ou por pessoa civil. Indica-se incentivo à
adoção de áreas verdes.
Figura 53 - Polder vegetado. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2018. 31 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais, mão de obra, vegetação.
136 137
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Polder Vegetado - - Polder Vegetado -
138 139
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Polder Vegetado - - Polder Vegetado -
projetuais. Os taludes podem ser diferentes de um lado em relação ao Biovaleta para condução das águas pluviais ao reservatório: em
outro. O dique deve ter suas cotas inicial e final amarradas no terreno, e substituição ao canal de concreto tradicional, deve-se projetar
ao longo de todo o trecho a ser protegido. Ele deve seguir a declividade biovaletas estruturadas de acordo com a vazão calculada para o sistema,
natural do terreno longitudinalmente, garantindo a proteção de áreas contemplando largura, profundidade e rugosidade suficientes para
baixas com as cotas de inundação abaixo da crista do dique em toda a o devido escoamento das águas drenadas da área baixa, a ser isolada
sua extensão. com medidas estanques, e ainda garantindo a máxima permeabilidade
Carga de sedimentos: o aporte de sólidos no sistema é alto e demanda do solo e fitorremediação proporcionada pela vegetação ideal. Seguir
limpeza a cada evento de chuva. orientações sobre biovaletas indicadas neste Catálogo, considerando as
Tipos de Solo: o sistema se adequa com maior eficácia em solos com devidas proporções necessárias para a vazão calculada para o sistema.
baixo potencial de escoamento e alta taxa de infiltração e em solos
contendo moderada taxa de infiltração e bem drenados, Grupos A e B, Reservatório: como estrutura de destinação das águas pluviais do sistema
respectivamente inseridos nos Grupos Hidrológicos de Solos, cf. Serviço de pôlder vegetado, sugere-se a criação de um reservatório anfíbio, de
de Conservação do Solo dos Estados Unidos (SCS-USDA). estrutura impermeável, com capacidade reduzida em comparação a
um volume de reservatório convencional, pois deve ser dimensionado
Hidrologia considerando o sistema de bombeamento em pleno funcionamento.
Controle de vazão/capacidade de interceptação: para se definir o Sistema de bombeamento das águas pluviais do reservatório para o
tempo de retorno do dispositivo, é necessário realizar os cálculos de curso d’água durante o evento da cheia. Diferentemente do reservatório
acordo com normas municipais considerando o índice de galeria de de detenção convencional, que é apenas esvaziado após o evento de
águas pluviais públicas a qual o dispositivo estará correlacionado. precipitação, os pôlders devem funcionar tão logo seus reservatórios de
Nível do lençol freático: em locais onde o nível do lençol freático é passagem começam a encher.
alto, a eficácia do sistema será comprometida devido à baixa absorção,
sendo assim, sugere-se que o dique seja estanque, evitando que a água
do lençol adentre na estrutura.
Drenagem: as diversas tipologias de SbN detalhadas neste Catálogo materiais necessários
podem ser aplicadas ao sistema de pôlder vegetado, devendo-se seguir
as recomendações de conexão com os sistemas de drenagem existentes
e as necessidades de atendimento às vazões calculadas. Materiais necessários para a estrutura do dique: Os materiais são
definidos em projeto a depender da situação local, sendo preferencial-
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DESTA TIPOLOGIA: mente de solo compactado (argila ou silte) ou de concreto, para o efeti-
vo isolamento hidráulico da área baixa a ser protegida.
Construção do dique de barramento: a base do dique deve seguir os Vegetação adequada: vegetação e substrato adequados para cada tipo
modos construtivos tradicionais de um sistema de engenharia, sendo de região, que possuam raízes fortes para contribuir na estabilização de
previstas fundações, estruturas e materiais de resistência necessários. taludes e resistentes a períodos de alta umidade.
Já no que tange ao acabamento superficial, sugere-se aplicação de uma Sistema de extração do volume armazenado: Sistema de bombas hi-
cobertura de terra natural com substratos necessários para plantio de dráulicas e área de instalação e funcionamento (casa de bombas).
espécies vegetais rasteiras e herbáceas de baixo e médio porte, com
a finalidade de reter umidade, reduzir a velocidade de escoamento
de águas pluviais, manter a contenção natural dos taludes e criar uma
paisagem agradável que favoreça a biodiversidade local.
140 141
SP
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Step Pool -
- Step Pool -
localização estratégica manutenção
custos da implantação
32 Por órgão responsável pela manutenção e limpeza da área e/ou por pessoa civil, indica-se ainda,
o incentivo à adoção de áreas verdes urbanas para auxílio na manutenção dos mesmos.
33 Custo de implantação varia de acordo com diversos fatores, como a largura do curso d’água,
dimensão e quantidade de pedras necessárias para as barragens, custo de mão de obra para alocação das
Figura 54 - Step Pool. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava, 2021. mesmas, entre outros.
142 143
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Step Pool - - Step Pool -
Hidrologia
144 145
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Step Pool - - Step Pool -
Dimensão das margens: quanto mais largo o curso d’água, maior a var- STEP POOL
iedade de formatos possíveis para alocação das pedras. É possível criar
zonas de tratamento das águas entre as margens e as barragens quando
tem-se maior amplitude no canal.
Projeto implantado em
LONDRINA -PARANÁ
materiais necessários
146 147
SOLUÇÕES VOLTADAS A
CONTENÇÃO DE MARGENS
DE CÓRREGOS E RIOS,
TALUDES E ENCOSTAS
148 149
MS
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Suporte Vivo em
- Muro de Suporte Vivo em Madeira Tipo Cribwall - Madeira Tipo Cribwall -
custos da implantação
Figura 56 - Muro de Suporte Vivo em Madeira Tipo Cribwal. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava.
Adaptado de Helgard Z., 2007. 34 De acordo com a altura, área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
150 151
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Suporte Vivo em - Muro de Suporte Vivo em
Madeira Tipo Cribwall - Madeira Tipo Cribwall -
Terreno: apesar de ser uma opção menos onerosa por possibilitar a de criar um efeito de armadura no terreno, conferido no decorrer do
utilização de materiais encontrados no próprio local, deve-se atentar desenvolvimento dos sistemas radiculares das plantas, o qual contribuirá
para a altura do talude ou da margem fluvial a ser contida, e a capacidade para a estabilização conferida inicialmente pela estrutura de madeira.
de suporte do solo existente, demandando durante a execução maiores Para tal, são mais indicadas as espécies gramíneas e trepadeiras.
cuidados para a completa segurança, estabilização e consolidação do
local a ser implementado.
Vegetação Adequada: disponibilidade de espécies vegetais adequadas
para solos úmidos.
materiais necessários
Qualificação de técnicos: disponibilidade no mercado de técnicos
capacitados com os conhecimentos específicos para a análise correta
de todas as informações do projeto, e posterior acompanhamento na Madeira: o madeiramento35 , com diâmetro de 18 a 40 cm, tem função
execução da obra. estrutural e tem como objetivo assegurar a estabilidade da estrutura de
contenção. Os troncos devem ser interconectados de maneira a formar
uma estrutura estável e resistente em forma de “fogueira”, sendo
parâmetros técnicos a serem considerados na dispostos no sentido sub-horizontal e longitudinal em relação ao curso
escolha d’água;
Tubo de drenagem: A estrutura deve incluir tubos drenos para escoar
as águas pluviais e evitar erosão do solo;
Pedologia/Topografia Terra vegetal local: Entre as camadas deve ser aplicado solo compactado,
que pode ser material retirado das margens durante a preparação das
Características do Terreno: esta solução se adequa melhor a taludes e mesmas;
margens fluviais, não sendo indicada a encostas devido a sua execução Vegetação: as plantas, em um primeiro momento, não possuem uma
ser realizada em patamares. função estrutural. Após o seu desenvolvimento assumem um papel de
Limites de velocidade de escoamento admitido: devido tanto suporte estrutural através de sua trama radicular. As raízes profundas das
ao material de suporte da contenção (madeiramento) quanto do plantas também criam canais pelos quais as águas pluviais se infiltram no
preenchimento (solo), esta solução não suporta fluxos d'água com solo. Espécies vegetais adequadas para solos úmidos são ideais. Atentar-
velocidades elevadas, pois esse fluxo causaria danos na estrutura e se às condições climáticas locais para a escolha das espécies.
implicaria também no carreamento do preenchimento, sendo assim
indicado para velocidades de até 1,5 m/s.
Altura Admitida: esta estrutura de contenção é indicada para taludes
baixos em relação ao nível do seu pé e para margens fluviais rasas.
Sugere-se uma altura limite de 5m para que os fatores de segurança
possam ser atendidos.
Declividade: devido ao tipo de estrutura e do material, esta solução é
mais indicada para locais com declividades mais suaves, de até 40 graus,
preferencialmente. 35 Madeira de reflorestamento comumente utilizada na construção civil (como Eucalipto ou Pinus)
Tipo de vegetação: a vegetação utilizada nessa solução tem a função sendo necessário tratamento da madeira para combate a agentes biológicos.
152 153
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Suporte Vivo em - Muro de Suporte Vivo em
Madeira Tipo Cribwall - Madeira Tipo Cribwall -
Figura 57 -Muro de Suporte Vivo em Madeira Tipo Cribwall. Fonte: Empresa Ecosalix.
154 155
MS
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Suporte Vivo em
- Muro de Suporte Vivo em Margens Fluviais - Margens Fluviais -
custos da implantação
Figura 58 - Muro de Suporte Vivo em Margens Fluviais. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava. Adaptado de 36 De acordo com a altura, área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
Helgard Z., 2007.
156 157
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Suporte Vivo em - Muro de Suporte Vivo em
Margens Fluviais - Margens Fluviais -
Terreno: dificuldade em obter informações prévias das instalações Madeira: Troncos de madeira37 com diâmetro entre 20 a 30 cm e
subterrâneas, interferindo, muitas vezes, na revisão do projeto após o comprimento de até 3 m, necessitando ser interconectados de maneira
início das obras. a formar uma estrutura estável e resistente, sendo dispostos no sentido
Vegetação Adequada: é importante escolher as plantas adequadas para sub-horizontal e longitudinal em relação ao curso d’água;
o clima e o solo local, garantindo que elas tenham raízes resistentes para Tubo de drenagem: A estrutura deve incluir drenos para escoar as águas
ajudar a estabilizar o muro. pluviais e evitar erosão do solo.
Manutenção: os muros de suporte vivo precisam de manutenção Preenchimento: debaixo da água os interstícios são preenchidos com
regular para garantir que as plantas continuem crescendo para auxiliar pedras e, na parte superior, o preenchimento entre as camadas deve
na estabilização do muro, e também para que as vigas não apresentem ser realizado com solo compactado, que pode ser feito com o material
problemas estruturais. eventualmente retirado das próprias margens durante a preparação
delas.
Vegetação: as plantas, em um primeiro momento, não possuem uma
parâmetros técnicos a serem considerados na função estrutural, após o seu desenvolvimento assumem um papel de
escolha suporte estrutural através de sua trama radicular. As raízes profundas das
plantas também criam canais pelos quais as águas pluviais se infiltram
no solo. Espécies vegetais adequadas para solos úmidos são ideais; a
Pedologia/Topografia
vegetação indicada está listada no Passo 3 deste Catálogo. Atentar-se às
condições climáticas locais para a escolha das espécies.
Características do Terreno: esta solução se adequa melhor a margens
fluviais principalmente devido a facilidade de sua execução, podendo
ser realizada em calhas de córregos e rios subverticais.
Limites de velocidade de escoamento admitido: devido tanto
ao material de suporte da contenção (madeiramento) quanto do
preenchimento (solo), esta solução não suporta fluxos d'água com
velocidades elevadas, pois esse fluxo causaria danos na estrutura e
implicaria também no carreamento do preenchimento, sendo assim
indicado para velocidades de até 1,5 m/s.
Altura Admitida: esta estrutura de contenção é indicada para margens
fluviais rasas. Sugere-se uma altura limite de até 5m para que os fatores
de segurança possam ser atendidos.
Declividade: esta solução é indicada mesmo para terrenos com grandes
declividades, idealmente de até 70 graus.
Tipo de vegetação: a vegetação utilizada nessa solução tem a função
de criar um efeito de armadura no terreno, conferido no decorrer do
desenvolvimento dos sistemas radiculares das plantas, o qual contribuirá
para a estabilização conferida inicialmente pela estrutura de madeira.
Para tal, são mais indicadas as espécies gramíneas e trepadeiras. 37 Madeira de reflorestamento comumente utilizada na construção civil (como Eucalipto ou Pinus)
sendo necessário tratamento da madeira para combate a agentes biológicos.
158 159
Definição das tipologias de SbN
- Muro de Suporte Vivo em
Margens Fluviais -
160 161
GV
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Grade Viva -
- Grade Viva -
custos da implantação
Figura 60 - Grade Viva. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava. Adaptado de Helgard Z., 2007. 38 De acordo com a altura, área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
162 163
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Grade Viva - - Grade Viva -
A execução de contenção em grade viva não requer maiores dificuldades Madeira: o madeiramento39 tem função estrutural e tem como objetivo
na sua implantação. assegurar a estabilidade da estrutura até que a vegetação se desenvolva,
principalmente até que se consolide a formação das raízes. Os troncos
devem ser interconectados de maneira a formar uma estrutura estável
e resistente em formato de “fogueira”.
parâmetros técnicos a serem considerados na Vegetação: as plantas, em um primeiro momento, não possuem uma
escolha função estrutural, após o seu desenvolvimento assumem um papel de
suporte estrutural através de sua trama radicular. As raízes profundas das
plantas também criam canais pelos quais as águas pluviais se infiltram
Pedologia/Topografia
no solo. Espécies vegetais (autóctones) adequadas para solos úmidos
são ideais; a vegetação indicada está listada no Passo 3 deste Catálogo.
Características do Terreno: esta solução tem sua principal utilização
Atentar-se às condições climáticas locais para a escolha das espécies.
em encostas, podendo também ser utilizada em taludes íngremes
ou margens fluviais verticalizadas, devido a sua estrutura suportar
melhor o material a ser contido em decorrência do uso do gradil com
madeiramento e a vegetação.
Limites de velocidade de escoamento admitido: devido tanto
ao material de suporte da contenção (madeiramento) quanto do
preenchimento (solo), esta solução não suporta fluxos d'água com
velocidades elevadas, pois esse fluxo causaria danos na estrutura e
implicaria também no carreamento do preenchimento, sendo assim
indicado para velocidades de até 1,5 m/s.
Altura Admitida: esta estrutura de contenção é indicada para encostas
altas em relação ao nível do seu pé, devido ao método executivo do
conjunto da trama do madeiramento com a vegetação plantada, o que
garante a viabilidade de projetos com alturas de até 20 m de contenção.
Declividade: devido ao tipo de estrutura e do material, esta solução
é mais indicada para locais com alturas e declividades maiores, que
podem chegar até a 70 graus de inclinação.
Tipo de vegetação: a vegetação utilizada nessa solução tem a função
de criar um efeito de armadura no terreno, conferido no decorrer do
desenvolvimento dos sistemas radiculares das plantas, o qual contribuirá
para a estabilização conferida inicialmente pela estrutura de madeira.
Para tal, são mais indicadas as espécies gramíneas e trepadeiras.
164 165
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Grade Viva - - Grade Viva -
GRADE VIVA
Projeto implantado em
PORTUGAL
166 167
MC
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Contenção com Pedra -
- Muro de Contenção com Pedra -
custos da implantação
Figura 62 - Muro de Contenção com Pedras. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava. Adaptado de Helgard Z., 40 Demanda avaliação geotécnica do local para o cálculo correto de dimensões do muro de
2007) contenção.
168 169
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Contenção com Pedra - - Muro de Contenção com Pedra -
A execução de muro de pedra não requer maiores dificuldades na sua Pedra: que possam ser alinhadas e argamassadas gerando paredes ou
implantação. muros estruturais;
Tubos de drenagem: a estrutura deve incluir drenos para escoar a chu-
va infiltrada no solo, aliviando a estrutura de empuxos adicionais gera-
dos pela água da chuva.
Pedologia/Topografia
170 171
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Contenção com Pedra - - Muro de Contenção com Pedra -
Figura 63 - Muro de Contenção com Pedra. Fonte: Cedido por Pedro Algodoal
172 173
MP
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Pedra com Vegetação -
- Muro de Pedra com Vegetação -
custos da implantação
174 175
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro de Pedra com Vegetação - - Muro de Pedra com Vegetação -
A execução de muro de pedra com vegetação não requer maiores Pedras: que possam ser alinhadas e argamassadas gerando paredes ou
dificuldades na sua implantação. muros estruturais.
Tubos de drenagem: a estrutura deve incluir drenos para escoar a chuva
infiltrada no solo, aliviando a estrutura de empuxos adicionais gerados
pela água da chuva.
parâmetros técnicos a serem considerados na Vegetação: as plantas, em um primeiro momento, não possuem uma
escolha função estrutural. Após o seu desenvolvimento assumem um papel de
suporte estrutural através de sua trama radicular. As raízes profundas das
plantas também criam canais pelos quais as águas pluviais se infiltram no
Pedologia/Topografia solo. Espécies vegetais adequadas para solos úmidos são ideais. Atentar-
se às condições climáticas locais para a escolha das espécies.
Características do Terreno: esta solução tem sua principal utilização
em encostas e taludes, podendo até ser utilizada em margens fluviais
verticalizadas devido a sua resistência.
Limites de velocidade de escoamento admitido: como maior parte do
material da contenção é composto por pedras, esta solução é indicada
para velocidades de até 3,0m/s.
Altura admitida: esta estrutura de contenção é indicada para encostas
com até 10m de altura atuando como um dispositivo majoritariamente
utilizado em cortes. Para espessura existem várias variáveis, como tipo
do solo, diâmetro das pedras, altura do muro etc. Costuma variar entre
30cm a 1m.
Declividade: devido ao tipo de estrutura e material esta solução é mais
indicada para locais com declividades de taludes e encostas maiores, não
sendo recomendada a sua utilização em terrenos mais suaves, situação
na qual o custo-benefício da solução é menos atrativo em função da
perda da efetividade da solução.
Tipo de vegetação: são plantadas espécies de trepadeiras juntamente
com substrato propício durante o levantamento do muro para que
estas ajudem no escoamento superficial e na infiltração. Suas raízes se
desenvolvem pelos vazios deixados pelas pedras formando uma espécie
de trama que ajuda na sustentação do muro e impede a passagem de
material carreado vindo de trás da contenção.
176 177
MS
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação -
- Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação -
custos da implantação
Figura 65 - Muro de suporte tipo “Cribwall” pré-fabricado com vegetação. Perspectiva isométrica. Fonte:
Guajava. Adaptado de Helgard Z., 2007 41 De acordo com a altura, área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
178 179
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação - - Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação -
180 181
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação - - Muro De Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado Com Vegetação -
Figura 66 - Muro de Suporte Tipo Cribwall Pré-Fabricado com Vegetação. Fonte: Guajava, 2023
182 183
MG
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro De Gabiões Com Vegetação -
- Muro De Gabiões Com Vegetação -
custos da implantação
Figura 67 - Muro de Gabiões com Vegetação. Perspectiva isométrica. Fonte: Fonte: Guajava. Adaptado de
Helgard Z., 2007 42 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
184 185
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Muro De Gabiões Com Vegetação - - Muro De Gabiões Com Vegetação -
Execução: A execução do muro de gabião com vegetação não requer Execução: rápida e simples com efeito de contenção imediata. Permite
maiores dificuldades na sua implantação pois são constituídos de a utilização de pedras encontradas no local, reduzindo os custos na
elementos pré-fabricados. execução.
Solução Permeável: permite passagem de água entre as pedras; não
precisa de drenagem auxiliar43.
186 187
GP
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Gabiões Planos - Colchão -
- Gabiões Planos - Colchão -
custos da implantação
Figura 68 - Gabiões Planos. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava. Adaptado de Helgard Z., 2007 44 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
188 189
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Gabiões Planos - Colchão - - Gabiões Planos - Colchão -
Execução: A execução de gabiões planos não requer maiores dificuldades Outros dados técnicos:
na sua implantação pois são constituídos de elementos pré-fabricados.
Diferencia-se do gabião tipo caixa por possuir grande área e pequena
espessura, fazendo com que seu uso seja apropriado para revestimento
e proteção, mas não para contenção;
A flexibilidade do material permite que seja instalado em situações
de solo mole, ou seja, com baixa capacidade de carga sem risco de
rompimento;
A utilização de gabião plano como revestimento não impede a
parâmetros técnicos a serem considerados na percolação da água entre rio/solo, mantendo assim, o nível do lençol
escolha freático existente;
Quando em contato com a água, o arame é suscetível à corrosão, portanto
necessita de camada de galvanização e polímero para prolongar a vida
Pedologia/Topografia útil do material
Características do Terreno: esta solução tem sua principal utilização em materiais necessários
taludes e margens fluviais, inclusive em declividade íngremes de até 70
graus devido a sua estrutura suportar melhor o material a ser contido
com o gabião e a vegetação. Tela metálica: utilizada para conter o preenchimento e dar forma ao
Limites de velocidade de escoamento admitido: para os escoamentos dispositivo de gabião, usualmente utilizado em formatos de manta com
superficiais, os fluxos d'água com velocidades elevadas são suportadas espessura entre de 10cm e 30cm;
pela estrutura metálica e preenchimento em pedras, podendo ocorrer Pedras: pode-se utilizar pedra de mão ou costumeiramente rachão para
o carreamento do material de preenchimento e do preparo da terra realizar o preenchimento das telas;
vegetal quando as velocidades superarem 2,5 m/s. Vegetação: as plantas, em um primeiro momento, não possuem uma
Altura Admitida: esta estrutura de contenção é indicada para encostas função estrutural. Após o seu desenvolvimento assumem um papel de
mais altas em relação ao nível do seu pé, devido ao método executivo suporte estrutural através de sua trama radicular. As raízes profundas das
do conjunto da trama do madeiramento com a vegetação plantada que plantas também criam canais pelos quais as águas pluviais se infiltram no
garanta um fator de segurança tolerável até 5m de altura. solo. Espécies vegetais adequadas para solos úmidos são ideais. Atentar-
Declividade: devido ao tipo de estrutura e material, esta solução é mais se às condições climáticas locais para a escolha das espécies;
indicada para locais com alturas e declividades maiores, que podem Geotêxtil: para que cumpra a função de filtro, deve-se utilizar o tipo
chegar a 70 graus de inclinação do talude ou encosta. não tecido, produto que apresenta suas fibras dispostas em orientação
Tipo de vegetação: são plantadas espécies de gramíneas ou trepadeiras, aleatória, o que impede a livre passagem de água através do geossintético.
juntamente com substrato propício, durante o levantamento do muro Os geotêxteis são de fácil instalação, baixo custo, pequena espessura
para que estas ajudem no escoamento superficial. Suas raízes se e possibilitam o controle de qualidade permitindo propriedades
desenvolvem pelos vazios deixados pelas pedras formando uma espécie hidráulicas adequadas, características essas que endossam a utilização
de trama que ajuda na sustentação do muro e impede a passagem de deste material em sistemas filtrantes.
material carreado vindo de trás da contenção.
190 191
SG
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Solo Grampeado Verde -
- Solo Grampeado Verde -
custos da implantação
192 193
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Solo Grampeado Verde - - Solo Grampeado Verde -
Vegetação adequada: disponibilidade de espécies vegetais adequadas utilização é indicada tanto para terrenos mais suaves quanto íngremes,
para solos úmidos. com até 70 graus de declividade.
Qualificação de técnico: disponibilidade no mercado de técnicos Tipo de vegetação: gramíneas ou trepadeiras ajudam a absorver a água
capacitados com os conhecimentos específicos para análise correta de precipitada no terreno, e suas raízes criam uma malha superficial, o que
todas as informações e posterior acompanhamento na execução. pode ajudar a evitar novos deslizamentos.
194 195
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Solo Grampeado Verde - - Solo Grampeado Verde -
SOLO GRAMPEADO
Projeto implantado
196 197
CG
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Contenção em Geocélulas -
- Contenção em Geocélulas -
custos da implantação
Figura 71 - Contenção em Geocélulas. Perspectiva isométrica. Fonte: Guajava,2023. 46 De acordo com a área, projeto e configuração do dispositivo, materiais e mão de obra.
198 199
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Contenção em Geocélulas - - Contenção em Geocélulas -
200 201
Definição das tipologias de SbN Definição das tipologias de SbN
- Contenção em Geocélulas - - Contenção em Geocélulas -
CONTENÇÃO EM GEOCÉLULAS
Projeto implantado
202 203
PASSO 3
Definição de espécies vegetais para as tipologias de SbN.
01 VEGETAÇÃO 05 A escolha adequada das espécies vegetais em projetos de espaços livres que utilizam dispositivos de
SbN é de extrema importância, pois as especificidades da vegetação impactam diretamente na efici-
ência e eficácia dos diferentes sistemas.
204 205
cialmente nas wetlands, as espécies macrófitas fraestruturas existentes, respeitando os recuos
oferecem importantes benefícios por sua tole- necessários. Em instalações onde há intersec-
rância aos ambientes eutrofizados e sua alta ca- ções com passagens de pedestres e calçadas,
pacidade de absorção dos poluentes. Especifi- por exemplo, a altura máxima de plantas madu-
camente na implantação das tipologias Wetland ras deve ser de aproximadamente 60 cm, para
e nas Ilhas filtrantes a escolha de vegetação me- não comprometer a visibilidade dos pedestres.
rece atenção especial. Por se tratar de sistemas Se estiverem plantadas no fundo da instalação, a
permanentemente ou parcialmente alagados, altura da planta pode ser maior, desde que não
devem ser utilizadas plantas macrófitas aquáti- ultrapasse os 60 cm em relação ao nível da rua. O
cas, plantas palustres ou plantas que resistem a volume da copa e ramificações ao longo da vida
períodos de alagamento. As macrófitas aquáti- da árvore também devem ser considerados para
cas exercem uma função ecológica primordial garantir altura livre adequada, tanto na calçada
para a manutenção desses ecossistemas. A es- quanto na beira da estrada.
colha das macrófitas está estritamente relacio-
nada às características dos efluentes a serem • Quantidade de Plantas
tratados e da sua disponibilidade na região em
que a Wetland será implantada, portanto deve- A densidade do plantio vai variar de acordo com
-se priorizar espécies nativas adaptadas às con- o porte da espécie e sua capacidade de propa-
dições locais, para um melhor desempenho. gação, podendo variar de 4 a 8 mudas por m²,
sendo que para alguns casos de espécies de pro-
• Manejo pagação rápida, como a Typha domingensis, em
condições ambientais adequadas, pode-se con-
As espécies que demandam menor manuten- siderar o plantio de 2 mudas por m². Um plantio
ção devem ser priorizadas. As macrófitas emer- com densidade adequada é importante para o
gentes, por exemplo, podem permanecer por fechamento do sistema e para evitar manuten-
longos ciclos nos alagados, sem necessidade ção contra espécies invasoras.
de poda ou manutenção da zona de raízes. As
espécies flutuantes são mais fáceis de serem • Sustentabilidade Economica
removidas nos sistemas de fluxo superficial,
permitindo um manejo constante da biomassa A escolha de vegetação também deve conside-
conforme o crescimento da planta e maior re- rar a sustentabilidade econômica. Recomenda-
moção de nutrientes. -se, por exemplo, o incentivo ao cultivo de es-
pécies de valor comercial como: forragem para
• Porte de Vegetação alimentação animal, espécies para produção de
fármacos e produtos cosméticos, espécies para
Plantas de variados portes são utilizadas em ti- produção de fibras para uso artesanal ou indus-
pologias de SbN. Mas, o projeto deve conside- trial como a taboa e espécies florísticas comer-
rar a altura da planta na fase adulta. A escolha ciais (estrelícia, antúrio, agapanto e lírio amarelo
das espécies arbóreas, por exemplo, deve ser (MATOS; MATOS, 2021).
feita na fase de concepção do projeto, consi-
derando os aspectos do solo e da tipologia que • Manutenção e Manejo
permitam crescimento saudável das árvores e
suas raízes ao longo do tempo. Se houver árvo- Seja qual for o dispositivo de SbN, devem ser
res previamente no local, suas raízes devem ser priorizadas, na escolha, as espécies que deman-
protegidas das camadas minerais das SbN para dem baixa manutenção, minimizando a necessi-
não gerar instabilidade. dade de corte, poda, capina e irrigação. Também
deve ser evitado o uso de fertilizantes ou pesti-
• Visibilidade cidas.
206 207
TIPOLOGIAS DE SBN ATRIBUTOS DA VEGETAÇÃO
Na Tabela 4 estão sintetizadas as características específicas necessárias para cada tipologia de SbN:
Muitas espécies botânicas utilizadas em SbN têm como característica de destaque o potencial de
biorretenção de poluentes e fitorremediação. Nas Tabelas 5 e 6 são apresentadas algumas delas que
foram identificadas em estudos PINHEIRO, 201746 e em projetos com tipologias de SbN consultados
na região Sudeste brasileira. Nessa lista, encontram-se espécies nativas e algumas exóticas naturaliza-
das e cultivadas, como descritas no item Contribuição para a conservação da biodiversidade.
46 Consultado (PINHEIRO, 2017) e em visita técnica ao projeto do Parque da Orla Piratininga da cidade de Niterói/RJ em 2022
208 209
Nome científico Domínio Forma
Origem Ação potencial
Nome popular Fitogeográfico* de Vida
Biorretenção de óleos
Dichondra microcalyx
Mata Atlântica, e graxas, matéria or-
(Hallier f.) N Herbácea
Pampa gânica, nitrato, nitrito,
Dinheiro-em-penca
Fe,Zn, Cu e Cd, e SDT
Biorretenção de óleos
Neomarica caerulea
e graxas, matéria or-
(Ker Gawl.) Sprague N Mata Atlântica Herbácea gânica, nitrato, nitrito,
Falso-íris
Fe, Zn, Cu e Cd, e SDT
Fitorremediação de
hidrocarbonetos totais
TABELA 5 Solidago sp (L)
Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica e
do petróleo (TPH),
N Herbácea
Solidago solventes, hidrocar-
Pampa
bonetos policíclicos
ESPÉCIES UTILIZADAS EM JARDIM DE CHUVA, aromáticos
Biorretenção de óleos
Ctenanthe setosa e graxas, matéria or-
(Roscoe) Eichler N gânica, nitrato, nitrito,
Maranta-cinza, tenan- Mata Atlântica Herbácea
Fe, Zn, Cu e Cd, sóli-
te dos dissolvidos totais
Biorretenção de óleos
e graxas, matéria orgâ-
Alternanthera brasi- Amazônia, Caatin- Herbácea
N nica, nitrato, nitrito,Fe,
liana ga, Cerrado e Mata semi-
Zn, Cu e Cd, sólidos
Lutiela Atlântica erecta
dissolvidos totais
210 211
Nome científico Domínio Forma Nome científico Domínio Forma
Origem Ação potencial Origem Ação potencial
Nome popular Fitogeográfico* de Vida Nome popular Fitogeográfico* de Vida
Fitorremediação de Biorretenção de óleos
Festuca L. N Mata Atlântica, Herbácea compostos orgânicos, e graxas, matéria or-
Grama Pampa TPH; HPA, BTEX Hemerocalis x hybrida gânica, nitrato, nitrito,
Bergmans Fe, Zn, Cu e Cd, e SDT.
Lírio-de-um-dia, C -- Herbácea
Stenotaphrum se- Fitorremediação de
cundatum (Walter) hemerocale, lírio-de- hidrocarbonetos do
Tratamento de com- -são-josé
Kuntze Caatinga, Mata Petróleo
N Herbácea postos orgânicos HTP,
Grama-inglesa, gra- Atlântica
HPA
ma-santo-agostinho
Tratamento para TPH;
Zea mays L.
C -- Herbácea explosivos; pesticidas;
Axonopus compressus Milho
Amazônia, Caatin- e Cd
(Sw.) P. Beauv. Remediação de com-
N ga, Cerrado, Herbácea
Gramam missioneira, postos orgânicos TPH
Mata Atlântica Alocasia macrorrhizos Biorretenção de óleos
grama tapete
(L.) G. Don e graxas, matéria or-
C -- Herbácea
Orelha-de-elefante gânica, nitrato, nitrito,
Allamanda cathartica Biorretenção de óleos taiá-rio-ranco; taioba Fe,Zn, Cu e Cd, e SDT
L. e graxas, matéria or-
Amazônia, Cerra- Arbusto
Alamanda amarela, N gânica, nitrato, nitrito, Dietes bicolor Sweet Biorretenção de óleos
do, Mata Atlântica Trepadeira
carolina, dedal-de-da- Fe, Zn, Cu e Cd, sóli- ex klatt e graxas, matéria or-
C -- Herbácea
ma dos dissolvidos totais Moréia bicolor, dietes, gânica, nitrato, nitrito,
moreia Fe,Zn, Cu e Cd, e SDT
Senna obtusifolia (L.)
H.S.Irwin & Barneby Amazônia, Caatin- Dianella ensifolia L. Biorretenção de óleos
N ga, Cerrado, Mata Arbusto Tratamento de TPH DC e graxas, matéria or-
Senna, Mata-pasto, C -- Herbácea
cassia Atlântica, Pantanal Dianela, dracena gânica, nitrato, nitrito,
guarda-chuva Fe, Zn, Cu e Cd, e SDT
Fitorremediação de
Vertivera zizanioides
metais Al, Mn, Mg, As,
(L.) Nash
Na Mata Atlântica Herbácea Cd, Cr, Ni, Cu, Pb, Hg,
Vertiver, capim-verti-
Se, Zn, pesticidas; HTP
ver, pachuli
; e explosivos
Tratamento de HPAs;
Brassica juncea (L.) As; Cu, Cd, Cr (VI), Ni,
Czern. Na Mata Atlântica Herbácea Zn; Ni; Se; Hg; Com-
Mostarda-da-índia postos inorgânicos
212 213
Nome científico Domínio Forma Ação potencial no
Origem
Nome popular Fitogeográfico* de Vida meio ambiente
Tratamento de me-
tais Cd, As e Ni; Fe,
Zn, Mn, Ni, Pb e Cd,
(DBO), amônia, nitrato
Ceratophyllum de- Amazônia, Mata Macrófita e P; N e P; farma-
mersum L N Atlântica, Pampa, submersa cêuticos ; explosivos
Rabo-de-raposa Pantanal ; 137Cs, 60Co, 32P,
134Cs, 89Sr; compos-
tos organofosforados
e organoclorados,
clorobenzenos
Tratamento de com-
Myriophyllum aquati- Cerrado, Mata Macrófita postos orgânicos,
cum (Vell.) Verdec N Atlântica, Pampa e submersa explosivos; radionu-
Pinheirinho d´água Pantanal enraizada clídeos 137Cs, 60Co e
54Mn
Tratamento de metais
Amazônia, Caatin-
Pistia stratiotes L. Macrófita As, Cd, Cu, Ni, Zn, Pb,
ga, Cerrado, Mata
Alface d´água N flutuante Cr, Mn,Compostos
Atlântica e Panta-
orgânicos aromáticos
nal
e nitrato; antibióticos
214 215
Nome científico Domínio Forma Ação potencial no Nome científico Domínio Forma Ação potencial no
Origem Origem
Nome popular Fitogeográfico* de Vida meio ambiente Nome popular Fitogeográfico* de Vida meio ambiente
Caatinga (stricto Amazônia, Caatin-
Canna indica L.
sensu), Cerra- ga, Cerrado, Mata
Macrófita Fitorremediação de Beri, Biri, Bananeiri- N Herbácea --
Potamogeton L. do (lato sensu), Atlântica, Pampa,
N submersa organoclorados e ex- nha
Limo mestre Floresta Estacio- Pantanal
enraizada plosivos; pesticidas
nal Semidecidual,
Restinga, Amazônia, Caatin-
Pontederia cordata ga, Cerrado, Mata
N Aquática --
Fitorremediação no Mururé, Aguapé Atlântica, Pampa,
tratamento de metais Pantanal
Zn, Pb, As e Cd; As,
Zn, Cu e Ni; na remo- Sagittaria montevi-
Amazônia, Cerra- Fitorremediação
ção de compostos densis N do, Mata Atlântica, Aquática
orgânico, DBO e DQO; Aguapé-de-flecha, de:Cu
Typha latifolia L Amazônia, Mata Macrófita Pampa
N Tratamento de efluen- Sagitária
Taboa Atlântica emergente
tes da indústria têxtil;
explosivos; e possui Amazônia, Caatin-
capacidade de remo- Cyperus papyrus L ga, Cerrado, Mata
ver pesticidas, explosi- Mini papirus Na Atlântica, Pampa, Aquática --
vos e farmacêuticos Pantanal
216 217
PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR À POPU- sua existência. Há ainda as exóticas “naturaliza- (ajudam a manter a variabilidade genética de
LAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL das”, que se reproduzem naturalmente em um populações de plantas nativas que sustentam
novo bioma, porém sem ameaçar a sobrevivên- a biodiversidade e as funções ecossistêmicas);
A vegetação dos parques promove diretamen- cia de espécies nativas. E as “cultivadas” que fo- de provisão alimentícia (fornecem frutos, se-
te o bem-estar dos visitantes, seja pelo con- ram reproduzidas com auxílio humano fora da mentes, mel, entre outros alimentos); e cultu-
forto térmico promovido pela sombra da copa sua área de distribuição natural. ral (promove valores culturais relacionados ao
de árvores, pelo aroma e detalhes estéticos e conhecimento tradicional).
compositivos da paisagem e até por aspectos Cabe destacar que, nem todas as espécies exó-
simbólicos para uma determinada região ou ticas apresentam potencial de causar desequi- Em espaços livres de uso público, como os par-
cultura. Para potencializar esses benefícios, a líbrio ecológico ou ameaçar a conservação dos ques e jardins, as espécies botânicas com flores
escolha da vegetação de parques deve permear biomas nativos. Contudo, toda e qualquer es- e frutos que atraem fauna polinizadora – como
a possibilidade de ações socioeducativas, como pécie exótica em área de conservação neces- abelhas, pássaros, borboletas, besouros, mor-
jardins sensoriais ou medicinais, jardins para sita de constante e adequado controle e ma- cegos, entre outros – merecem atenção espe-
polinizadores (borboletários e meliponários), nejo para que não se torne invasora. cial devido a contribuição dada à conservação
passeios de observação de pássaros, entre ou- da biodiversidade (MMA, 2006) e pelas expe-
tros Vários municípios brasileiros e suas unidades riências benéficas que podem proporcionar ao
de conservação estabelecem listas de espécies público visitante, como contemplação e experi-
exóticas invasoras em seus domínios, periodica- mentação sensorial da natureza e seus proces-
CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO
mente atualizadas, as quais devem ser consul- sos (MORAES, 2020).
DA BIODIVERSIDADE tadas pelas equipes responsáveis pelos projetos
e manejo de parques. Além de ameaçar biomas Nesse sentido, os projetos paisagísticos amigá-
O bioma de origem é o requisito básico na es- nativos, as “invasoras” demandam alto custo veis aos polinizadores permitem a criação de
colha de espécies em projetos paisagísticos de aos cofres públicos para o necessário controle espaços que funcionam como “escolas-vivas” –
parques. As espécies nativas devem ser privi- biológico em unidades de conservação. os chamados “jardins para polinizadores” – que
legiadas em relação às exóticas, uma vez que são cenários propícios às atividades de educa-
apresenta vantagens tanto do ponto de vista Os exemplos mais conhecidos são da espécie ção ambiental e de observação e conservação
ecológico como econômico: Leucena (Leucaena leucocephal), originária da da biodiversidade.
América Central, e da australiana Palmeira-se-
• Vantagens das espécies nativas: contribuem afortia (Archontophoenix cunninghamiana). Na
para conservação da biodiversidade (oferta ali- ausência de um plano nacional único para con-
mentos e abrigo à fauna); são de fácil acesso
Espécies Para Atração De Polinizadores
trole de espécies invasoras, muitos municípios
e reprodução em viveiros municipais; conferem brasileiros e suas unidades de conservação es- A seguir estão listadas algumas espécies sele-
maior adaptabilidade ao clima e solo; possuem tabelecem o levantamento de espécies exóticas cionadas de estudos de áreas verdes quanto à
melhor desenvolvimento metabólico; produ- invasoras e ações para o manejo e supressão. interação de flora e fauna com ação poliniza-
zem mais flores e frutos saudáveis.
dora no domínio da região Sudeste Brasileira
O município de Campinas informa a lista de es- (GOBATTO; PEREIRA; CHAGAS,2021). Elas estão
• Desvantagens das espécies exóticas: são sus- pécies exóticas em seu domínio por meio da identificadas por nome científico, família bo-
cetíveis à propagação descontrolada; ameaça Resolução nº 12, de 22/10/2015-SVDS (PRE- tânica, nome popular e classificadas quanto a
espécies nativas do bioma; exige mais esforços FEITURA DE CAMPINAS, 2015); o município do sua: origem (nativas, cultivadas e naturaliza-
(e custo) para controle; são mais suscetíveis às Rio de Janeiro listou suas espécies no Programa das); tipo de vida (herbácea, arbustiva, arbórea,
doenças e pragas. Espécie exótica, de acordo Municipal de Controle de Espécies Exóticas In- palmácea, aquática e macrófita); características
com a Convenção sobre Diversidade Biológi- vasoras Vegetais, por meio do decreto 33.814, botânicas (porte, luminosidade e período de
ca, é aquela que se encontra fora de sua área de 18 de maio de 2011. (DIÁRIO OFICIAL DO floração); usos paisagísticos; e tipo de poliniza-
de distribuição natural e não é originária de MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO,2014). dores visitantes.
um bioma. As exóticas podem ser classificadas
como “naturalizadas’”, “cultivadas” ou “invaso-
ras”. São consideradas “invasoras” as espécies
ATRAÇÃO DE FAUNA POLINIZADORA
que, com alta taxa de reprodução, ameaçam
Os polinizadores e a polinização oferecem ser-
ecossistemas, habitats e espécies nativas. Elas
viços ecossistêmicos (POTTS et al., 2016; COS-
se reproduzem de forma descontrolada, con-
TANZA et al., 2017), com funções regulatórias
correndo com as espécies nativas e ameaçando
218 219
Herbáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 01 02 03 04 05
Ruellia brevifolia (Pohl) Ruellia makoyana Ja-
Pachystachys lutea Nees Sphagneticola trilobata (L.) Pruski Bidens sulphurea
NOME CIENTÍFICO C.Ezcurra cob-Makoy ex Closon
[Acanthaceae] [Asteraceae] [Asteraceae]
[Acanthaceae] [Acanthaceae]
NOME POPULAR Camarão amarelo Pingo-de-sangue Planta-veludo Vedélia; Picão-da-praia Cosmo amarelo
ORIGEM N N N N N
PORTE (AXD) 1,00 x 0,50 0,70 x 0,50 0,30 x 0,45 0,60 x 0,20 0,80 x 0,30
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Meia-Sombra Pleno Sol Pleno Sol
Meia-Sombra Meia-Sombra Meia-Sombra
Figura 74 - Mosaico de imagens de espécies herbáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 1) Sviatlana Zyhmantovich; 2) Mirwanto Muda ;3) Firn; 4) Wirestock; 5) Sarno
(Fonte: istockphoto.com) Markosasi; (Fonte: istockphoto.com)
220 221
Herbáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 06 07 08 09 10
Salvia guaranitica A. St-Hill Salvia splendens Sellow ex
Heliconia hirsuta “Burle marxii” Arachis repens Handro Nothoscordum gracile (Aiton)
NOME CIENTÍFICO ex Benth Wied-Nuew
[Heliconiaceae] [Leguminosae] Stearn
[Lamiaceae] [Lamiaceae]
[Amaryllidaceae]
ORIGEM N N N N N
PORTE (AXD) 2,00 x 1,00 1,6 x 0,20 0,80 x 0,20 0,20 x 0,30 0,80 x 0,30
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Meia Sombra
Abelha Abelha
POLINIZADOR ou VISITANTE Beija-flor Beija-flor Beija-flor
Abelha Abelha
Borboleta Borboleta
Libélula Libélula
Figura 75 - Mosaico de imagens de espécies herbáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 6) Rahmad Wijaya ; 7) Photohampster; 8) Liane M; 9) Julio Cesar Pires; 10) Deny
(Fonte: istockphoto.com) Novan; (Fonte: istockphoto.com)
222 223
Herbáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 11 12 13 14 15
Bulbine frutescens (L.)
Thunbergia mysorensis Clivia miniata Regel Ageratum conyzoides L. Leucanthemum vulgare Lam.
NOME CIENTÍFICO Willd.
[Acanthaceae] [Amaryllidaceae] [Asteraceae] [Asteraceae]
[Asphodelaceae]
ORIGEM Na Na Na Na Na
PORTE (AXD) 20,00 x 1,00 0,60 x 0,40 0,30 x 0,30 1,00 x 0,30 0,60 x 0,20
Figura 76 - Mosaico de imagens de espécies herbáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 11) Kateryna Kukota; 12) Natalie Board; 13) Igaguri_1; 14) Bush Alex; 15) Iva
(Fonte: istockphoto.com) Vagnerova; (Fonte: istockphoto.com)
224 225
Herbáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 16 17 18 19 20
ORIGEM Na Na Na Na Na
PORTE (AXD) 0,90 x 0,30 10,00 x 1,00 1,00 x 0,60 0,25 x 0,10 4,00 x 1,00
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Meia-sombra Pleno Sol Pleno Sol
Meia-sombra
FLORAÇÃO Ano todo Ano todo Verão Ano todo Ano todo
Figura 77 - Mosaico de imagens de espécies herbáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 16) Martina Unbehauen; 17) Santi Wiwatchaikul; 18) Simona Flamigni 19) Ar-
(Fonte: istockphoto.com) mankose 20) E46AV22 (Fonte: istockphoto.com)
226 227
Herbáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 21 22 23 24 25
ORIGEM C C C C C
PORTE (AXD) 6,00 x 1,00 0,60 x 0,30 0,60 x 0,30 4,00 x 0,30 0,20 x 0,15
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Meia-sombra Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Meia-sombra
Figura 78 - Mosaico de imagens de espécies herbáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 21) Albin Raj 22) Michael Meijer 23) Dani VG24) Weisschr 25) Teddiviscious.
(Fonte: istockphoto.com) (Fonte: istockphoto.com)
228 229
Arbustivas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 26 27 28 29 30
Callistemon viminalis (Sol. Bougainvillea spectabilis Thunbergia erecta (Benth.) Osmanthus fragans (Thunb.) Lour.
Allamanda laevis Markgr
NOME CIENTÍFICO ex.Gaertn) G.Don Willd. T. Anderson [Oleaceae]
[Apocynaceae]
[Myrtaceae] [Nyctaginaceae] [Acanthaceae]
ORIGEM C N N N Na
PORTE (AXD) 15,0 x 2,00 5,00 x 2,00 3,00 x 0,50 3,00 x 1,00 4,00 x 2,00
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Outono Inverno Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Meia-sombra
Figura 79 - Mosaico de imagens de espécies arbustivas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 26) K.Samurkas; 27) Jian Yi Liu; 28) Wahid Hasyim Asyari29) Chi Wai Chevy Wan;
(Fonte: istockphoto.com) 30). (Fonte: istockphoto.com)
230 231
Arbustivas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 31 32 33 34 35
Holmskioldia sanguinea
NOME CIENTÍFICO Duranta erecta L. Lantana camara L. Rosa x grandiflora Hort. Retz Ixora coccinea L.
[Verbenaceae] [Verbenaceae] [Rosaceae] [Lamiaceae] [Rubiaceae]
ORIGEM Na Na C C C
PORTE (AXD) 1,50 x 1,00 2,00 x 0,60 2,00 x 0,50 5,00 x 3,00 3,00 x 0,50
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Maciço
Maciço Maciço Maciços
USO PAISAGISMO Renque Canteiro Isolado
Cerca-viva Cerca-viva
Renque
Figura 80 - Mosaico de imagens de espécies arbustivas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 26) K.Samurkas; 27) Jian Yi Liu; 28) Wahid Hasyim Asyari29) Chi Wai Chevy Wan;
(Fonte: istockphoto.com) 30). (Fonte: istockphoto.com)
232 233
Arbóreas
e Palmáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 36 37 38 39 40 41
Psidium cattleianum
Senna alata (L.) Roxb. Cordia superba Cordia ecalyculata Peltophorum dubium Psidium guajava
NOME CIENTÍFICO Sabine
[Solanaceae] [Boraginaceae] [Boraginaceae] [Fabaceae] [Myrtaceae]
[Myrtaceae]
Fedegoso
NOME POPULAR Cassia candelabro Araçá-amarelo Babosa branca Café de Bugre Canafístula Goiaba
ORIGEM N N N N N N
PORTE (AXD) 3,00 x 0,80 6,00 x 3,00 7,00 x 4,00 16,00 x 5,00 25,00 x 5,00 6,00 x 3,00
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Inverno
Primavera Primavera Primavera
FLORAÇÃO Outono Primavera Verão
Verão Verão Verão
Verão
Isolado
Isolado Isolado Isolado Isolado Isolado Pomar
USO PAISAGISMO Bosque Bosque Bosque Bosque Renque Bosque
Figura 81 - Mosaico de imagens de espécies arbóreas e palmáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 36) Mansum008; 37) Oscar Yoshinori Toyofuku; 38) Nathalia de Franca Guimara-
(Fonte: istockphoto.com) es; 39) Walter Medina (CC) ; 40) Nataly Hanin; 41) Sommai photo. (Fonte: istockphoto.com)
234 235
Arbóreas e
Palmáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 42 43 44 45 46
Eugenia brasiliensis Marlierea edulis Inga vera subsp. affinis Bauhinia forficata Paubrasilia echinata
NOME CIENTÍFICO [Myrtaceae] [Myrtaceae] [Fabaceae-Mimosoideae] [Fabaceae-Cercideae] [Fabaceae/Caesalpinioideae]
ORIGEM N N N N N
PORTE (AXD) 15,00 x 4,00 20,00 x 4,00 10,00 x 4,00 9,0 x 4,00 25,00 x 5,00
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Inverno
FLORAÇÃO Primavera Primavera Primavera Primavera
Primavera
Verão Verão Verão Verão
Verão
Figura 82 - Mosaico de imagens de espécies arbóreas e palmáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 42) Murilo Gualda ; 43) Nancy Ayumi; 44) g01xm; 45) Alfribeiro; 46); Julcéia Ca-
(Fonte: istockphoto.com) millo. (Fonte: istockphoto.com)
236 237
Arbóreas e
Palmáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 47 48 49 50 51
Senna multijuga Libidibia ferrea Tibouchina mutabilis Syagrus romanzoffiana Euterpe edulis
NOME CIENTÍFICO [Fabaceae/Caesalpinioideae] [Fabaceae/Caesalpinioideae] [Melastomataceae] [Arecaceae] [Arecaceae]
ORIGEM N N N N N
PORTE (AXD) 10,0 x 4,00 15,0 x 4,00 12,0 x 3,00 15,00 x 4,00 12,00 x 4,00
ILUMINAÇÃO Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol Pleno Sol
Verão
FLORAÇÃO Primavera Primavera Primavera
Outono Verão
Verão Verão Verão
Inverno
Abelha
POLINIZADOR ou VISITANTE Abelha Pássaros
Abelha Abelha Abelha
Borboleta Pequenos
roedores Pássaros
Figura 83 - Mosaico de imagens de espécies arbóreas e palmáceas que atraem polinizadores. Crédito de imagens : 47) PeterEtchells; 48) Elis Cora ;49) Cassia Bars ; 50) Nancy Ayumi ; 51) Nancy
(Fonte: istockphoto.com) Ayumi. (Fonte: istockphoto.com)
238 239
Arbóreas e
Palmáceas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 52 53
ORIGEM N N
Isolado Isolado
USO PAISAGISMO Renque Renque
240 241
Aquáticas e
Macrófitas
ORIGEM: N (Nativa)
Na(Naturalizada)
C (Cultivada)
PORTE: A (Altura fase
adulta) x D (Diâmetro).
N° 54 55 56 57 58
Cyperus papyrus L Thalia geniculata L. Canna indica L. Sagittaria montevidensis [Alis- Pontederia cordata [Commeli-
NOME CIENTÍFICO [Cannacea] mataceae] nales]
[Cyperaceae] [Marantaceae]
ORIGEM Na N N N N
PORTE (AXD) 1,00 x 0,50 2,00 x 0,40 1,20 x 0,30 0,90 x 0,40 0,90 x 0,40
Abelha Borboleta
POLINIZADOR ou VISITANTE Beija-flor
Abelha
Beija Flor
Beija-flor Libélula Abelhas
Mariposa Morcego
A despeito das vantagens ecológicas das espécies citadas – seja pelas proprie-
RECOMENDAÇÕES dades de fitorremediação ou de atração e visitação de fauna polinizadora – é
DE MANEJO recomendável o monitoramento constante no intuito de identificar se há cres-
cimento anormal ou reprodução descontrolada, suas causas e se são necessá-
rias ações de manejo, como supressão ou substituição de espécies.
Figura 85 - Mosaico de imagens de aquáticas macrófitas que atraem polinizadores. Crédito de imagens: 54) Noppharat; 55)kendoNice; 56)Jobrestful; 57) shihina; 58) kj2011; 59)RPFer-
(Fonte: istockphoto.com) reira. (Fonte: istockphoto.com)
242 243
PASSO 4
Mensuração dos Serviços Ecossistêmicos e Benefícios Sociais Pós-Implantação.
244 245
Variáveis para Mensuração dos Serviços TIPO DE SERVIÇO
Ecossistêmicos CATEGORIA DESCRIÇÃO
ECOSSISTÊMICO
O estudo de provisão de serviços ecossistêmi-
Recreação, espirituais, educacionais, Voltados à apreciação estética, valores
cos procura estimar o efeito positivo gerado
pelo projeto no incremento de processos eco- Culturais patrimônio. recreativos, educacionais, paisagens cultu-
ralmente importantes
lógicos benéficos para a sociedade humana
como, por exemplo, o aumento de sequestro
de carbono, a melhoria no conforto ambiental Alimentação. Plantas comestíveis
ou ainda o aperfeiçoamento da drenagem ur-
bana a partir da implantação de uma SbN. Provisão Presença de espécies com potencial uso
Fibra e energia. de madeira, combustível ou matéria-pri-
As estimativas de geração de benefícios por in- ma
cremento de serviços ecossistêmicos usualmen-
te envolvem a oferta potencial desses serviços Quantidade de água (diminuição do esco-
– enquanto a capacidade máxima hipotética amento superficial e dos riscos de inunda-
Regulação hídrica Água (Proteção contra
otimizada de uma área específica de fornecer ção)
inundações e alagamentos e melhoria
um conjunto específico de benefícios dentro Qualidade (Papel da biota e processos abi-
da qualidade).
de um determinado período. Esta variável dife- óticos na remoção ou quebra de matéria
re, por exemplo, da capacidade efetiva de uma orgânica, nutrientes xênicos e compostos)
área específica de fornecer um conjunto espe-
cífico de benefícios dentro de um determinado
período realmente utilizado (BURKHARD et al.,
2012); informação que só pode ser obtida me-
Redução da poluição
diante monitoramento detalhado dos proces-
Capacidade do ecossistema de extrair
sos ecológicos, algo nem sempre possível por Regulação da qualidade do ar.
substâncias químicas da atmosfera (ozô-
razões orçamentárias e operacionais.
nio, partículas sólidas)
As estimativas de benefícios advindos do incre-
mento da provisão de Serviços Ecossistêmicos
Influência dos ecossistemas na tempera-
por SbN, geralmente, vão se basear em simpli- Regulação do clima local. tura local por meio de cobertura vegetal.
ficações e aproximações, ainda que seja funda- Regulação
mental buscar-se a máxima redução das incer-
tezas durante este processo de inferência.
246 247
detalhado de volume de carbono armazenado
FATORES QUE INDICADORES FUTUROS
e de taxas de sequestro de carbono, são ne- SERVIÇO
cessários estudos empíricos e equações ma- INFLUENCIAM A FATORES QUE INFLUENCIAM A OFERTA
ECOSSISTÊMICO
temáticas que levem em conta fatores como DEMANDA
arranjo de plantio urbano, efeito de borda e
de variabilidade de espécies e espécimes. Por Densidade populacional ex- Diferença de temperatura (C°) do ar e superfi-
exemplo, a capacidade de sequestro de carbo- posta a temperaturas extre- cial entre as áreas ensolaradas, sombreadas e/
no e interceptação de água da chuva de uma mas ou próximas a elementos hídricos
árvore variam não só conforme a espécie, mas Conforto Térmico
entre espécimes (tamanho da copa, maturida- e Ambiental 47 Diminuição da temperatura pela cobertura das
de, condições edáficas) e seu local de plantio. Temperatura equivalente árvores (°C)
É necessário entender, para tanto, no que di- percebida (TEP)
fere o retorno de um conjunto exclusivo de um Temperatura equivalente percebida (TEP)
elemento arbóreo a um conjunto com uma ri-
queza deles e quais são os melhores arranjos Quantidade de carbono (CO2) acima do solo
espaciais para cada uma das tipologias de SbN Aumento da emissão de
que absorvida e armazenada por árvores em
(por exemplo, jardins de chuva) para a biomas- gases relacionados ao efeito
termo de biomassa, teor de carbono (kg/espé-
sa (SANDRE, 2022). estufa
cie)
Redução da Concentração
Para simplificar o processo de geração de esti- de Gases do Efeito Estufa Redução de cobertura arbó-
mativas quantitativas dos processos de arma- rea urbana
zenagem e sequestro de carbono, podem ser Sequestro de carbono (kg.ano-1)
utilizados modelos que calculam os volumes Estocagem de carbono tCha-
armazenados e/ou as taxas de acúmulo de car- 1
bono na vegetação mediante a utilização de
Precipitação local e capacida- Proporção de Superfície permeável/imperme-
duas variáveis básicas: 1) os valores médios de
de de interceptação (m3a- ável de unidade homogênea de uso da terra
armazenagem de carbono para cada tipologia
no-1) em que a água não pode se infiltrar %
de SbN por unidade de área (valores obtidos na
literatura ou mediante mensurações em cam-
Capacidade de infiltração e Aumento da capacidade de infiltração e arma-
po) e 2) a extensão territorial da área sobre in-
armazenamento de água no zenamento de água no solo (mm); Capacidade
tervenção. Um exemplo é o modelo InVEST Car-
solo (mm); e de retenção de de retenção de água pelo solo da vegetação
bon Storage and Sequestration (TALLIS, 2010;
água pelo solo da vegetação (ton.km-2);
STANFORD UNIVERSITY, 2022), que pode consi-
(ton.km-2);
derar até 4 diferentes “reservatórios de carbo-
no” (biomassa acima do solo, biomassa abaixo Regulação de Inundações e Alto escoamento superficial Precipitação interceptada por árvores; Dimi-
do solo, solo e biomassa morta). Alagamentos (mm); nuição do Escoamento superficial (mm)
Já a interceptação das águas das chuvas varia Áreas expostas a inundações; Precipitação interceptada por árvores; Dimi-
conforme o arranjo do plantio de árvores, de nuição do Escoamento superficial (mm)
maneira que a copa reduz o escoamento su-
perficial e a erosão do solo pela amenização do População exposta ao risco
impacto das gotas das chuvas, e as raízes, que de inundação (% por unidade
de área) e contaminação das Fitorremediação (papel da biota e processos
águas pluviais e fluviais por de remoção ou quebra de matéria orgânica e
fontes pontuais ou difusas compostos)
DESCRIÇÃO:
Regulação da População exposta à concen-
Taxas anuais médias de remoção de poluentes
Tabela 8 - Descrição de Serviços Ecossistêmicos tração limiar de poluentes
Qualidade do Ar com aumento de cobertura arbórea (g/m2 e
por demanda e oferta de projeto de paisagem. (proximidade a fonte de
kg.ha-1 ano-1)
Fonte: SANDRE, 2022. (ver ao lado) emissão e sua intensidade)
248 249
crescem e se decompõem, aumentam a capa-
cidade de infiltração de água no solo e promo- FATORES QUE INDICADORES FUTUROS
SERVIÇO INFLUENCIAM A FATORES QUE INFLUENCIAM A OFERTA
vem sua purificação por percolação (XIAO et
al., 1998). A influência da vegetação no recebi- ECOSSISTÊMICO DEMANDA
mento e redistribuição das chuvas é significa-
tiva, dentro do contexto do balanço hídrico de
uma determinada área. As coberturas florestais
podem influenciar expressivamente na recarga
hídrica do solo, dependendo de fatores concor- Capacidade do uso do solo e de espaços livres
Regulação da Concentração, distribuição es-
rentes, como porosidade do solo, relevo, índice de interceptar a poluição enquanto obstáculo
pacial, obstáculos à dispersão
de umidade anterior, entre outros. Qualidade do Ar e fluxo de poluentes à dispersão
MENSURAÇÃO DE BENEFÍCIOS
têmicos por demanda e oferta de projeto de
paisagem, considerando-se que a demanda
por Serviços Ecossistêmicos é a quantidade de
um serviço exigido ou desejado pela sociedade
(VILLAMAGNA et al., 2013).
47 A interceptação de carbono consiste na fração da precipitação retida nas folhas e ramos das árvores (que retorna à atmosfera como vapor);
a transprecipitação ou precipitação interna (que é a porção da chuva que atravessa o dossel, chegando ao solo na forma de gotas); escoamento pelo Benefícios para a Gestão Pública.
tronco; a precipitação efetiva é a soma desses dois últimos fluxos hídricos (ARCOVA et al., 2003). O cálculo da interceptação se dá pela subtração da Pre-
cipitação total (medida em terreno aberto) da precipitação interna (chuva que atinge o solo, tanto pelas gotas que passam diretamente pelas aberturas Benefícios Econômicos.
existentes entre as copas, como as que respingam dessas) e do escoamento pelo tronco das árvores. Benefícios Sociais.
250 251
Benefícios para a Gestão Pública. Benefícios Sociais
Considerando os benefícios para a gestão pública, a aplicação dos dis- O aumento de áreas verdes, mediante a implementação das Soluções
positivos deve atender aos parâmetros legais para a proteção ao meio baseadas na Natureza (SbN) – calçadas, canteiros, áreas residuais, pra-
ambiente ecologicamente equilibrado assegurado no artigo 225, da ças, rios, parques, entre outras – pode trazer diversos benefícios sociais
Constituição Federal de 1988. É fundamental recordar que União, Es- às comunidades residentes diretamente afetadas por tais intervenções,
tados, Distrito Federal e Municípios devem também combater a polui- bem como benefícios bastante concretos na escala dos municípios.
ção em qualquer de suas formas, o que reforça a exigência da adoção
dessas tipologias sempre que possível no âmbito da gestão urbana. Em Na escala local, os benefícios podem ser verificáveis no campo da mo-
detalhe, são indicados alguns benefícios diretos e indiretos do uso dos bilidade, saúde, educação formal e não formal, cultura, esportes e lazer
dispositivos para a gestão pública: e habitação:
• Possibilidade de preservar e restaurar os processos ecológicos essen- • Saúde: o estímulo às atividades físicas está relacionado ao combate
ciais e prover o manejo ecológico no âmbito da gestão urbana; ao sedentarismo, condição associada ao ambiente construído nas cida-
• Controle de atividades potencialmente causadoras de significativa de- des. Mais espaços verdes contribuem para mais uso do tempo livre com
gradação do meio ambiente; atividades físicas. Ademais, há aspectos da saúde que transcendem o
• Conhecimento e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que biológico, trazendo também aos moradores a “percepção” de bem-es-
promovam qualidade de vida e conservação do meio ambiente; tar que colabora com a saúde mental. Além disso, os espaços públicos
• Potencial para que sejam desenvolvidas ações de educação ambiental gerados por tais intervenções podem ser usados por programas muni-
junto aos gestores públicos; cipais de saúde da família, ligados às Unidades Básicas de Saúde (UBS)
• Defesa da fauna e da flora no contexto urbano locais, bem como aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Benefícios Econômicos • Educação formal e não formal: as Soluções Baseadas na Natureza são
campo fértil para o ensino formal, ao estimular a incorporação destas
No âmbito dos benefícios econômicos a implementação destas tipolo- discussões sobre o espaço físico local ao programa curricular das esco-
gias auxiliam os seguintes fatores: las em cada território. As mais diversas disciplinas do currículo escolar
podem incorporar conteúdos referentes à biologia, geografia/geologia,
• Redução dos custos de manutenção da paisagem, pois ao se utilizar matemática, história, educação física, artes, língua portuguesa, dentre
espécies adequadas e já adaptadas ao clima e solo locais (preferencial- outras, tendo como referência as intervenções de SbN realizadas em
mente nativas), tende-se a ter menor necessidade de cuidados a médio cada território. Além disso, as associações locais, por meio de ativi-
e longo prazo; dades de educação não formal, podem estimular o uso dos espaços e
• Melhorias na ambiência, paisagem e qualidade de vida local, valo- o cuidado, gerando sentimento de pertencimento, por meio de pro-
rizando, assim, propriedades privadas e públicas que estão próximas gramas que atinjam desde crianças, adolescentes, jovens, adultos até
destas localidades; idosos: festas, eventos temáticos, atividades comunitárias, grupos de
• Possibilidade de diversificação de usos por diferentes órgãos da ges- atividades temáticas (skate, hip-hop, grafite, futebol, basquete e outras
tão pública municipal, ligados aos temas de saúde, educação, e outros, atividades esportivas). Dentre outras estratégias de educação não for-
auxiliando no desenvolvimento urbano; mal, estas são realizáveis nestes espaços gerados, bem como em hortas
• Oportunidade para utilização das SbN, como parques lineares, em urbanas, espaços de permacultura e agroecologia urbanas, dentre ou-
eventos públicos e privados, que movimentam a economia local (prin- tras atividades.
cipalmente o comércio);
• Atração de empresas e investidores pela melhoria de aspectos paisa- • Cultura, esportes e lazer: mais espaços verdes nos quais a população
gísticos e aumento da qualidade de vida locais; possa estabelecer vínculos de sociabilidade estimulam a participação
• Redução nos gastos públicos com mitigação de alagamentos, a exem- cultural, as atividades esportivas e o uso mais diversificado do tempo
plo da possibilidade de infiltração e redução da velocidade do escoa- livre por meio de diversos lazeres. Os espaços gerados por tais inter-
mento superficial e resolução de demais transtornos usualmente vistos venções podem se articular com os grupos culturais e equipamentos
em dias de chuvas intensas nas cidades, que impactam diretamente nos públicos locais, e promover o cuidado com o espaço por meio do uso
custos de diversos setores dos municípios para retomar ao estágio de público.
normalidade, notadamente os setores de comércio e de prestação de
serviços. • Habitação: os espaços públicos gerados podem levar a uma maior
percepção de bem viver na localidade, desde que outras políticas urba-
252 253
nas estejam articuladas: coleta e tratamento de equipamentos de cultura, esportes e lazer já Os ODS abrangem as dimensões ambiental,
resíduos sólidos, esgotamento sanitário, limpe- existentes no território. econômica e social do desenvolvimento sus-
za urbana, calçamento de ruas e instalação de tentável (BRASIL, 2023) 48; cada país possui suas
equipamentos públicos: escolas, creches, cen- Cabe destacar que tais benefícios sociais das metas nacionais considerando suas circunstân-
tros de saúde, dentre outros. SbN se dão, quando elas são articuladas a polí- cias e devem incorporar medidas, ações e pro-
ticas públicas e planos urbanísticos. jetos em políticas, programas e planos de go-
Na escala municipal, esses benefícios locais po- verno.
dem contribuir com a construção de um mu- Objetivos de Desenvolvimento Sustentá-
nicípio mais resiliente às mudanças climáticas, vel (ODS) e as SbN Os dispositivos de SbN apresentados neste Ca-
com maior qualidade de vida e com um maior tálogo estão relacionadas diretamente aos 6
sentimento de pertencimento de seus mora- Em setembro de 2015 os 193 Estados membros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a
dores. A geração de mais espaços verdes no da ONU, incluindo o Brasil, se comprometeram seguir elencados: (ver diagrama abaixo)
município contribui também com soluções de a um Plano de Ação universal, até o ano de O grau de interação de cada dispositivo de SbN
políticas públicas locais e intersetoriais, fazen- 2030, para sanar questões de diversos setores com essas ODS podem variar de Baixa Intera-
do com que a ação do poder público municipal como: pobreza, fome, miséria, desigualdades, ção a Média e Alta Interação, como descrito na
seja mais efetiva, eficaz e eficiente. doenças, violência, desemprego, degradação Tabela 9.
ambiental, esgotamento de recursos naturais,
OBJETIVOS DE
Espaços verdes auxiliam na integração de pro- entre outros.
postas de saúde, educação, cultura, espor- Estes compromissos estão vinculados a um to-
tes e lazer e podem promover uma ação mais
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
tal de 17 objetivos – os Objetivos de Desenvol-
consistente dos programas das escolas públi- vimento Sustentável – e 169 metas a serem al-
cas locais, unidades básicas de saúde e outros cançadas até a Agenda 2030.
• ODS 3 - BOA SAÚDE E BEM- • ODS 6 - ÁGUA POTÁVEL E • ODS 11 - CIDADES E COMU- • ODS 13 - AÇÃO CONTRA A • ODS 14 - VIDA NA ÁGUA: • ODS 15 - VIDA TERRESTRE:
-ESTAR: Assegurar uma vida SANEAMENTO: Garantir dis- NIDADES SUSTENTÁVEIS: Tor- MUDANÇA GLOBAL DO CLI- Conservação e uso sustentá- Proteger, recuperar e pro-
saudável e promover o bem- ponibilidade e manejo sus- nar as cidades e os assenta- MA: Tomar medidas urgentes vel dos oceanos, dos mares e mover o uso sustentável dos
-estar para todos, em todas tentável da água e sanea- mentos humanos inclusivos, para combater a mudança do dos recursos marinhos para o ecossistemas terrestres, ge-
as idades. mento para todos seguros, resilientes e susten- clima e seus impactos. desenvolvimento sustentável rir de forma sustentável as
táveis. florestas, combater a deser-
tificação, deter e reverter a
48 Informações da página Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- degradação da terra e deter
tística (IBGE). Disponível em: https://odsbrasil.gov.br/home/agenda a perda de biodiversidade.
254 255
SISTEMAS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
MODULARES DE ODS6 ODS11 ODS13
ODS3 SAÚDE E ODS14 ODS15
SBN BEM-ESTAR
ÁGUA POTÁVEL E CIDADES E COMUNIDADES AÇÃO CONTRA A MUDANÇA
VIDA NA ÁGUA VIDA TERRESTRE
SANEAMENTO SUSTENTÁVEIS GLOBAL DO CLIMA
TIPOLOGIAS
Jardim de chuva
Canteiro Pluvial
Biovaleta
Terraço de chuva
Escada hidráulica
vegetada
Poço de
infiltração
Bacia de
Detenção
Bacia de
Retenção
Bacia de
Infiltração
Wetlands
Reservatório Anfíbio
Polder Vegetado
Step Pool
DESCRIÇÃO: LEGENDA:
Grau de interação entre dispositivo
e ODS
Alta
Tabela 9 - Grau de interação entre dispositivo Média
do Sistema Modular de SbN e ODS(ver acima) Baixa
256 257
CAPÍTULO 2
Panorama das SbN no Brasil:
Desafios para Implantação e Estudos de Caso.
Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo nos projetos de Soluções baseadas na Na-
tureza (SbN) no contexto brasileiro. Essas soluções representam uma abordagem inovadora que visa
proteger os ecossistemas e a sua biodiversidade diante dos desafios das mudanças climáticas e da
degradação ambiental.
258 259
legá-los ao esquecimento ou ao esgotamento
sanitário (FCTH, 2021).
260 261
Rio de Janeiro – o projeto é financiado pelo
banco CAF e pela Prefeitura Municipal, dentro
do Programa Niterói PROSustentável. Contem-
pla a criação de um parque linear que recupera
a qualidade ambiental da lagoa e se torna um
pólo de socialização e desenvolvimento de cul-
tura e educação ambiental.
262 263
Em suma, observa-se a importância da promo-
ção de políticas públicas municipais que visem à
implementação das SbNs através de sua incor-
poração aos planos diretores, constituintes do
principal instrumento de gestão administrativa
municipal, além de integrar as diferentes secre-
tarias de modo a efetivar a gestão ambiental.
As SbNs se constituem como o meio de desen-
volvimento sustentável mais alinhado aos ob-
jetivos contemporâneos de desenvolvimento
urbano através de um ecossistema resiliente
devidamente amparado por uma estrutura ju-
rídica que o efetive.
49 É possível compreender as políticas públicas como respostas às necessidades sociais e ambientais através de ações do Estado por meio de
programas, ações, leis e outros atos normativos. É imprescindível que a estrutura de elaboração de uma política pública considere aspectos funcionais
e sequenciais para que possam atender o bem comum e cumprir a sua função originária, além de possuir previsão legal. Desse modo a relação entre o
Estado e a sociedade constituem o centro de formação das políticas públicas e o seu acompanhamento vigilante durante suas execuções e reformula-
ções.
50 No âmbito do Direito Ambiental cuja relação jurídica se dá entre o homem e meio ambiente através de mecanismos diretivos, cogentes,
proibitivos e sancionatórios, a Constituição Federal em seu dispositivo 225, define o meio ambiente como um bem jurídico de uso comum da sociedade,
que precisa ser equilibrado e protegido para que possa garantir qualidade de vida necessárias à população, de forma que direciona a ação do Poder
Público em conjunto com a sociedade para o dever de preservar e defender esse bem, e um dos meios para instrumentalizar esse preceito constitucional
é através das políticas públicas, que devem ser realizadas no âmbito federal, estadual e municipal.
51 Com relação à matéria urbanística, cujo objeto é intervenção estatal orientada a ordenar os espaços habitáveis (SILVA, José Afonso da. Direito
Urbanístico Brasileiro. 5ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p.44.), busca-se atender à coletividade sempre respeitando a legalidade do estatuto jurídico. Sob
esse aspecto o artigo 182 da Constituição Federal estabelece que a política urbana deverá ser executada no âmbito municipal com objetivo de resguar-
dar as garantias de bem-estar social e cumprir a função social das cidades. O Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/ 2001, regulamenta os artigos os 182 e
183 da Constituição Federal ao estabelecer as diretrizes gerais da política urbana, para a qual ressalta-se a garantia do direito a cidades sustentáveis em
seu artigo 2º, inciso I, o estabelecimento dos planos diretores municipais como instrumentos de viabilização das políticas públicas urbanas municipais,
em seu artigo 4º, inciso I e participação social como fator da gestão democrática dos projetos de desenvolvimento urbano, no mesmo artigo 2º, inciso
II.
52 Disponível em: <https://oics.cgee.org.br/> Acesso 10 out. 2022
53 Informação divulgada pela Prefeitura de São Paulo em seu site.
54 O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/ 2001) regulamenta os artigos os 182 e 183 da Constituição Federal ao estabelecer as diretrizes gerais
da política urbana, para qual ressalta-se a garantia do direito a cidades sustentáveis em seu artigo 2º, inciso I, o estabelecimento dos planos diretores
municipais como instrumentos de viabilização das políticas públicas urbanas municipais, em seu artigo 4º, inciso I e participação social como fator da
gestão democrática dos projetos de desenvolvimento urbano, no mesmo artigo 2º, inciso II.
264 265
Projeto na cidade de
São Paulo | SP
Figura 89: Imagem de satélite da cidade de São Paulo. Fonte: Google Earth.
266 267
VES et al., 2018). Nesse âmbito, a Área de In-
filtração do Saracura atua como um sistema de
FICHA TÉCNICA: reservação e infiltração descentralizada, que
retarda e diminui o escoamento superficial con-
Área de Infiltração Saracura, Bacia hidrográ- tribuindo para minimizar inundações a jusante.
fica do Anhangabaú Além disso, essa solução apresenta ainda o be-
nefício de ser mais simples de ser construída
Caderno de Drenagem da Bacia hidrográfica quando comparada a medidas estruturais con-
do Anhangabaú, 2021 vencionais.
Autores: Guajava Arquitetura da Paisagem
e Urbanismo, responsável pelo projeto, jun- Parte superior do formulário
to a Fundação Centro Tecnológico Hidráulica
(FCTH) e a Prefeitura de São Paulo Desta forma, o projeto, localizado nos arredo-
res da Av. Nove de Julho, foi concebido enquan-
to um modelo de retardamento do escoamento
de águas pluviais. Para tanto, foi realizado um
diagnóstico que primou por selecionar o dis-
A cidade de São Paulo tem projetos importan- positivo de SbN ideal a cada trecho do projeto
tes vinculados à implantação de SbN. Muitos considerando sua adequação frente a declivida-
deles fazem parte dos Cadernos de Drenagem, de da rua e do talude, bem como do tipo de
desenvolvidos pela Fundação do Centro Tecno- solo e permeabilidade.
lógico de Hidráulica (FCTH) para a Secretaria
Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras Iniciado um evento de chuva, as águas plu-
(Siurb). Tais cadernos vão além de simples pla- viais percorrerão as biovaletas, localizadas às
nos diretores de drenagem pois, além de pro- ruas Eng. Monlevade e Prof. Picarolo, com seu
porem e estabelecerem graus de prioridade e escoamento superficial retardado em vista de
risco relacionados a obras hidráulicas para o pequenas barreiras inseridas neste dispositivo.
controle de inundações, apresentam interven- Uma vez na Nove de Julho, as águas são des-
ções com ganhos ambientais, tecnológicos e tinadas à galeria de águas pluviais sob o leito
urbanísticos, apostando em soluções de drena- carroçável.
gem urbana sustentável e multidisciplinar.
Em momentos de chuva extremos, o escoamen-
Um dos projetos de destaque é a Área de Infil- to superficial das biovaletas será direcionado a
tração Saracura. O projeto localiza-se na bacia poços de infiltração localizados sob as calçadas
hidrográfica do córrego Anhangabaú que sofre das ruas supracitadas. Para permitir que a água
constantemente com inundações próximas à infiltre no solo, tais poços são perfurados em
foz do Saracura. São vários os fatores que con- suas paredes laterais e abertos no fundo. Ainda,
tribuem para a recorrência destes eventos: a são previstas pedras no entorno das paredes do
alta impermeabilização do solo; a canalização poço para otimizar a infiltração da água. Caso
massiva dos córregos; idade e capacidade de ocorra um evento de chuva em dias subsequen-
escoamento da infraestrutura de drenagem, tes, o que ocasionará um aumento do grau de
com risco de ruína. saturação do solo, um extravasor permitirá es-
coar a água por entre os poços e depois para a
De forma a solucionar esta situação, medidas galeria de águas pluviais da Av. Nove de Julho.
estruturais de utilização de reservatórios, em-
bora necessários na bacia do Anhangabaú em Simultaneamente, os terraços de chuva, en-
função da gravidade do problema, têm apre- quanto dispositivos de SbN localizados em am-
sentado entraves à sua construção devido ao bos os taludes, atuam de forma a retardar o es-
grande impacto que confeririam, por exemplo, coamento superficial das águas pluviais para o
no sistema de transportes da região durante a fundo de vale. Para conter a água, aproveita-se Figura 90: Planta da Área de infiltração Saracura localizando os dispositivos de infraestrutura verde: biovaletas, terraços de chuva,
etapa de construção das estruturas (GONÇAL- poços de infiltração, canteiro pluvial e reservatório subterrâneo (Fonte: Prefeitura de São Paulo, FCTH, 2021)..
268 269
a declividade do terreno junto a uma contenção
de pedras que acompanha as curvas de nível.
Quando a água atinge o nível máximo do terra-
ço é encaminhada para biovaletas que a levam
para o terraço de chuva seguinte.
TERRACEAMENTO
Uma vez na Av. Nove de Julho, as águas pluviais
encaminham-se para um reservatório estanque
sob as calçadas de ambos os lados da avenida.
Após, passam por um filtro de areia grossa e
brita e são direcionadas ao sistema de águas
pluviais. Destaca-se que tal reservatório é ve-
dado pois o solo do fundo de vale não é ideal
para infiltração das águas pluviais. Por fim, ao
centro da Av. Nove de Julho é inserido um can-
teiro pluvial com barreiras para direcionar e di- JARDIM DE CHUVA
minuir a velocidade do escoamento superficial
das águas de chuva.
TERRACEAMENTO
DESCRIÇÃO:
TUBÕES
Reservatórios sob a calçada Av. Nove de Julho 2 2 600 1200 Cisterna (dispositivo impermeável) 1650
Poços de infiltração R. Prof. Picarolo e Eng. Monlevada 23 5 12.25 282 Trincheira de infiltração 1400
Terraços de chuva R. Prof. Picarolo e Eng. Monlevada 9 1 80 720 Trincheira de infiltração 520
Canteiro pluvial Av. Nove de Julho 1 1.3 510 510 Trincheira de infiltração 270
Jardim de chuva Rotatória da R. Carlos Comenale 1 3 170 170 Jardim de chuva 230
Biovaletas R. Prof. Picarolo e Eng. Monlevada 4 0.4 230 920 Biovaleta -
Total: 40 1.602 3802 4070
270 271
De forma a promover uma dimensão didática nível máximo de um terraço, ela é encaminha-
para o projeto, foram inseridos caminhos no da para biovaletas que a levam para o terraço
talude para que a população possa visualizar o de chuva seguinte. Uma vez na Avenida Nove
funcionamento do modelo. Ainda, este local é de Julho, as águas pluviais encaminham-se
um importante marco turístico de São Paulo que para um reservatório estanque sob as calçadas
tem nas suas imediações o Museu de Arte de de ambos os lados da avenida. Depois disso,
São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), proje- passam por um filtro de areia grossa e brita e
tado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Sob o museu, são direcionadas ao sistema de águas pluviais.
onde aos domingos ocorre uma feira de antigui- Destaca-se que tal reservatório é impermeável,
dades, será possível contemplar o modelo de pois o solo do fundo de vale não é ideal para
infiltração proposto. Outro ponto de destaque infiltração das águas pluviais.
é o Mirante Nove de Julho onde, atualmente, é
localizado um café que atrai inúmeros turistas Por fim, ao centro da Avenida Nove de Julho, é
em busca de um local para avistar o vale. inserido um canteiro pluvial com barreiras para
direcionar e diminuir a velocidade do escoa-
Esses dispositivos associam medidas de reten- mento superficial.
ção e de infiltração, devidamente dimensiona-
das para proporcionar o abatimento das cheias. Para se promover uma dimensão didática para
Iniciado um evento de chuva, as águas pluviais o projeto, foram inseridos caminhos no talude
percorrem as biovaletas, localizadas nas ruas para que a população possa visualizar seu fun-
Figura 92: Corte do projeto, destaque para o novo dispositivo de infraestrutura verde: terraço de chuva (Fonte: Prefeitura de São Paulo,
Eng. Monlevade e Prof. Picarolo, tendo a veloci- cionamento. 56
FCTH, 2021). dade reduzida por meio de pequenas barreiras
inseridas neste dispositivo. O escoamento su-
perficial das biovaletas, por sua vez, será dire-
cionado a poços de infiltração localizados sob
as calçadas e, também, para as biovaletas, po-
sicionadas nos taludes, que irão conduzir parte
desse escoamento para os terraços de chuva.
55 Os dados foram calculados a partir do diagnóstico da bacia hidrográfica, calibrado do modelo hidráulico-hidrológico PCSWMM com os dados
de monitoramento fluviométrico medidos no posto da Av. Nove de Julho, e da simulação de dispositivos IV. Para detalhes ver Gonçalves et al (2018).
56 Mais informações estão detalhadas em vídeo, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pvHbSSmWyB8&t=4s
272 273
Projeto na cidade de
Belo Horizonte | MG
Figura 94: Imagem de satélite da cidade de Belo Horizonte. Fonte: Google Earth.
274 275
sante. A água percola por entre o sistema em
uma série de pequenas bacias que permitem
FICHA TÉCNICA: sua detenção temporária, que é então gradual-
mente infiltrada no solo ou direcionada para a
Jardim de chuva da Lagoa do Nado lagoa existente no parque.
Iniciativa: Projeto INTERACT-BIO implementa- Além de cumprir sua função principal de geren-
do pelo ICLEI (do inglês, International Council ciamento das águas pluviais, o Jardim de Chuva
for Environmental Initiatives), Governos Locais no Parque Lagoa do Nado também apresenta
pela Sustentabilidade e o Ministério do Meio outros benefícios. Ele contribui para a melho-
Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança ria da qualidade da água, uma vez que a água é
Nuclear do Governo da Alemanha e Prefeitura filtrada e tratada pelos materiais e plantas pre-
de Belo Horizonte sentes no jardim. Além disso, o projeto valori-
Autores: Arquitetura da paisagem – Guajava za o aspecto estético e paisagístico do parque,
Arquitetura da Paisagem e Urbanismo e pro- integrando-se harmoniosamente ao ambiente
fessores Paulo Pellegrino e Silvio Motta; Enge- e oferecendo um espaço agradável para os vi-
nharia Civil – Geasa Engenharia sitantes.
276 277
Projeto na cidade de
Niterói | RJ
278 279
águas efluentes e lodos, com o diferencial de
utilizar vegetação como elementos do sistema.
FICHA TÉCNICA: As espécies macrófitas absorvem a matéria or-
gânica por suas raízes e realizam processos fisio-
Parque Orla Piratininga lógicos e a evapotranspiração (folhas), criando
um ambiente dentro dos próprios jardins para
Iniciativa: Prefeitura municipal de Niterói, Pro- o desenvolvimento de bactérias que realizam
grama PRO-Sustentável a quebra de partículas poluentes (PREFEITURA
Autores: Projeto conceitual – Prefeitura Muni- DE NITERÓI, 2023).
cipal de Niterói & Secretaria de Meio Ambien-
te, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, 2017; O objetivo da instalação do sistema filtrante foi
Projeto executivo – Consórcio Parque Orla de o de avaliar a qualidade da água, após todas as
Piratininga (Phytorestore, Embyá Paisagens e etapas de filtragem, e verificar um bom funcio-
Ecossistemas, Kaan Architecten, Village Cons- namento para que não mais seja lançada na
truções) Lagoa as águas extremamente contaminadas,
com carga orgânica proveniente do lançamen-
to irregular de esgoto doméstico. Após todas as
etapas de filtragem, a água é lançada à Lagoa
de Piratininga.
O Parque Orla Piratininga é um parque público
na margem da Lagoa de Piratininga que está
Foram previstos jardins de chuva e biovaletas Figura 99: Projeto do Parque Orla Piratininga. Fonte: Embyá, 2019
sendo criado com o propósito de, por meio de
como sistemas de biorretenção para controle
Soluções baseadas na Natureza, oferecer à po-
de poluentes, aumento de infiltração no solo
pulação um ambiente que priorize e aproxime
e retenção de volumes de água, contribuindo
as pessoas do meio natural, ainda que em um
na mitigação de alagamentos. Essas infraestru-
contexto urbano, estimulando o sentimento de
turas devem funcionar conjuntamente com o
pertencimento do cidadão com aquele espaço
sistema de drenagem convencional existente e
(PREFEITURA DE NITERÓI, 2023).
ambas possuem elementos filtrantes como bri-
ta, areia, dreno e vegetação.
Os desafios de desenvolvimento do projeto são
a descarga direta de esgotos para os rios das
Por fim, temos os vertedouros – infraestrutura
proximidades, contaminação por poluição difu-
em gabião argamassado – que possuem a fun-
sa e resíduos sólidos. Entre outros equipamen-
ção de desviar as águas dos rios contribuintes,
tos de lazer e cultura, destacam-se as tipologias
direcionando o fluxo das águas para os siste-
de SbN projetadas e, algumas já implementa-
mas de tratamentos, compostos por bacias de
das no local. De acordo com as características
sedimentação e jardins filtrantes. Os vertedou-
e necessidades locais socioambientais, as tipo-
ros realizam também o controle de volume de
logias definidas foram: bacias de sedimentação,
águas que acessam o sistema aumentando o
wetlands, jardins de chuva, biovaletas e verte-
tempo de detenção para que o sistema mante-
douros (HERZOG; ROZADO, 2019).
nha sua eficiência. 57
As bacias de sedimentação possuem o objetivo
Até a conclusão deste Catálogo, estavam im-
de minimizar a poluição difusa que escoa para Figura 100: Projeto do Parque Orla Piratininga. Fonte: Embyá, 2019
plantados os jardins filtrantes do sistema Cafu-
a lagoa, por meio dos rios contaminados, reten-
bá com macrófitas plantadas; a estrutura dos
do diversos elementos que contribuem para o to, é possível identificar benefícios ambientais libélulas, retenção de águas de escoamento su-
jardins filtrantes nos sistemas do Rio Arrozal e
assoreamento da Lagoa e realizando a prepara- e sociais. No âmbito dos benefícios ambientais, perficial (auxiliando na mitigação de alagamen-
do Rio Jacaré, porém sem plantio e biovaletas
ção das águas para serem lançadas aos jardins é possível constatar a redução da poluição di- tos), aumento da biodiversidade da flora nativa
no trecho do Camboatá até a ilha do Tibau.
filtrantes. As bacias necessitam de manutenção fusa das águas, habitats para abelhas nativas e e ecossistemas locais e valorização do entorno
periódica com acesso de veículos e equipamen- demais insetos identificados como borboletas e do parque por meio das mudanças realizadas.
Ainda que a obra do parque não esteja concluí-
tos para realização dos serviços.
da, com todos seus sistemas em funcionamen-
Os jardins filtrantes visam dar o tratamento às 57 http://www.prosustentavel.niteroi.rj.gov.br/parque-orla-de-piratininga/
280 281
Projeto na cidade de
Fortaleza | CE
282 283
alagável.
284 285
Projeto na cidade de
Londrina | PR
286 287
Durante o processo, a equipe de projeto desen-
FICHA TÉCNICA: volveu um importante trabalho de interlocução,
em parceria com a Prefeitura, com a população
Revitalização da nascente do Lago Cabrinha local e grupos acadêmicos. Houve também o
envolvimento da iniciativa privada (empresas e
Iniciativa: Projeto INTERACT-BIO implementa- fornecedores de materiais e serviços da região)
do pelo ICLEI (do inglês, International Council na facilitação para a implantação do projeto e
for Environmental Initiatives), Governos Locais expandindo os conhecimentos das práticas de
pela Sustentabilidade e o Ministério do Meio SbN no mercado de engenharia e arquitetura,
Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança transformando as práticas em soluções escalo-
Nuclear do Governo da Alemanha e Prefeitura náveis.
de Belo Horizonte
Autores: Arquitetura da paisagem – Guajava Outra iniciativa que vale destaque no projeto
Arquitetura da Paisagem e Urbanismo e pro- foi o trabalho de divulgação e educação am-
fessores Paulo Pellegrino e Silvio Motta; Enge- biental, visando estimular a conscientização e
nharia Civil – Geasa Engenharia engajamento da população na manutenção e
preservação das intervenções e na compreen-
são da importância das SbN.
288 289
Capítulo 3
Estudos de Caso: Campinas e Rio de Janeiro
Conforme a premissas das cidades de Campinas e Rio de Janeiro para as localidades do Parque Linear
do Córrego Bandeirantes e do Parque Fluvial do Jardim Maravilha, e o embasamento teórico e técni-
co necessário, definiram-se os seguintes critérios para a análise e seleção das tipologias de Soluções
baseadas na Natureza (SbN) e de engenharia sustentável:
Disso decorre que sua aplicação implica em Situação semelhante ocorre na área destinada
conhecer a territorialidade social local e de ao parque linear no município de Campinas/SP.
que forma as comunidades do entorno da in- O projeto do parque com a implantação das SbN
tervenção se relacionam com o ambiente. Nos ao longo do curso do rio, considerou as peculia-
dois casos que inspiram este Catálogo, pode-se ridades e as demandas sociais locais. Por meio
exemplificar concretamente o exposto. de oficinas participativas buscou-se entender
como se dá a interação das comunidades e
No bairro do Jardim Maravilha, no Rio de Janei- grupos sociais do entorno com o ambiente de
ro, que possui cerca de 40 mil habitantes, foram intervenção. Dessa forma, foram identificadas
identificados problemas sociais graves, com formas recorrentes de uso público existentes
consequências igualmente graves para a saúde no ambiente de intervenção, tais como hortas,
pública, como, por exemplo, quanto à coleta campos de futebol de várzea, áreas de piqueni-
de resíduos sólidos. Não há locais adequados que, áreas de brinquedos infantis, organizados
Figura 108: Fonte: Iagustin Diaz Gargiulo, Unsplash
290 291
fundamentalmente pela própria comunidade.
No projeto de intervenção há que se considerar
formas de preservar essas ricas formas de inte-
ração social locais.
292 293
O Parque Linear do Córrego Bandeirantes está LOCALIZAÇÃO
MAPAS TEMÁTICOS
localizado na região Sudoeste do Município
de Campinas em uma área de 224.383,53 m²,
entre a Rodovia dos Bandeirantes e o Conjun-
to Habitacional Vila União. A área do parque
também está próxima da Avenida John Boyd
Dunlop, ao Norte, e da Avenida Ruy Rodriguez,
ao Sul, com importantes corredores viários que
fazem a interligação com o Centro da cidade.
A área da bacia hidrográfica possui um perfil A seguir, apresenta-se alguns mapas temáticos
residencial de média densidade populacional, que caracterizam a região do limite do parque
com mescla de usos residencial, misto e não re- proposto e do seu entorno, e que auxiliam na
sidencial. Estende-se por 33 setores censitários, identificação de aspectos importantes para a
que totalizam 25.321 habitantes e 7.821 domi- escolha de tipologias de Soluções Baseadas na
cílios particulares e coletivos (BRASIL, 2010 59). Natureza (SbN) mais adequadas para cada situ-
ação físico-ambiental.
59 Dados do Censo Demográfico 2010. Disponíveis em: <https://www.ibge.gov.br/censo2010/apps/sinopse/> Acesso 14 de jan. 2023 Figura 109: Mapa de localização da área proposta para o Parque Linear do Córrego Bandeirantes
294 295
HIDROGRAFIA TOPOGRAFIA
Figura 110: Mapa de hidrografia da região do Parque Linear do Córrego Bandeirantes Figura 111: Mapa de altimetria da área proposta para o Parque Linear do Córrego Bandeirantes
296 297
DECLIVIDADE SOLOS
Figura 112: Mapa de declividade da área proposta para o Parque Linear do Córrego Bandeirantes Figura 113: Mapa de solos da área proposta para o do Parque Linear do Córrego Bandeirantes
298 299
USO DA TERRA ATUAL MANCHA DE INUNDAÇAO
Figura 114: Mapa de uso e cobertura da terra da área proposta para o do Parque Linear do Córrego Bandeirantes. Figura 115: Mancha de inundação da área proposta para o do Parque Linear do Córrego Bandeirantes.
300 301
MANCHA DE INUNDAÇAO
Figura 116: Mancha de inundação da área proposta para o Parque Linear do Córrego Bandeirantes (TR 25 anos).
302 303
Parque Fluvial do Jardim Maravilha
Rio de Janeiro - RJ
304 305
O Loteamento Jardim Maravilha está localizado de infiltração muito baixa, oferecendo pouquís- Porcos; a área inundável calculada tem cerca de
MAPAS TEMÁTICOS
na porção oeste do município do Rio de Janeiro, sima resistência e tolerância à erosão. Os pro- 35 hectares, sendo quase 31 hectares inunda-
próximo a bairros como Campo Grande e Gua- cessos erosivos ocorrem menos por questões dos com profundidades de alagamento inferio-
ratiba, em uma área de planície aluvial, com de declividade e mais por força mecânica dos res a 1 metro.
ocorrência original de áreas de várzeas. Atual- rios que atravessam essas regiões. A taxa mí-
mente, dominada por ocupação urbana conso- nima de infiltração é de <1,27 mm/h, o que é Já quando a chuva simulada tem Tr = 25 anos e
lidada, a região registra constantes eventos de um impeditivo para a aplicação de SbN voltadas duração de 12 horas, cerca de 64 hectares dos
alagamentos, principalmente devido às cheias a promover a infiltração de águas das chuvas. 137 hectares que compõem a área proposta
do rio Piraquê-Cabuçu e intensa interferência (SARTORI et al., 2005) pelo parque seriam alagados, dos quais cerca
da maré da baía de Sepetiba (HIDROSTUDIO, de 59 hectares teriam profundidades de alaga-
2022). Devido ao processo de expansão urbana na re- mento inferiores a 1 metro. A mancha de inun-
gião, parte da mata ciliar do Rio Piraquê-Cabu- dação, neste caso, também atingiria as porções
Os principais rios formadores do Rio Piraquê çu foi removida ao longo de alguns trechos, es- central e norte do parque, além da porção sul.
são: o rio da Prata do Cabuçu e o rio Cabuçu, pecialmente entre a Estrada Aterrado do Rio e a
sendo o rio da Prata do Cabuçu (situado na ex- Av. Dom João VI, que é justamente o trecho em
tremidade nordeste da bacia) o afluente mais que deve ser instalado o novo parque fluvial.
caudaloso, apesar de drenar uma área de ape- Sempre que possível, para os casos de mata
nas 28% da área total da bacia e concentrar ciliar inexistente, a ação mais adequada é a
cerca de 45% da vazão média de longo período restauração ecológica (por plantio total, ou iso-
registrada na foz do rio Piraquê. lamento e condução da regeneração natural),
buscando-se minimamente atender às larguras
Enquanto a sub-bacia do Cabuçu é bastante preconizadas no Código Florestal. No caso de
urbanizada, a sub-bacia do Prata do Cabuçu é mata ciliar existente mas degradada, também
uma das porções mais preservadas da bacia do recomenda-se o isolamento, para recuperação
Piraquê-Cabuçu, devido ao relevo mais mon- natural.
tanhoso dessa região. As nascentes do Rio da
Prata do Cabuçu estão localizadas na parte No- A instalação de passarelas elevadas sobre o solo
roeste da Área de Proteção Ambiental da Pedra da mata ciliar e de decks de contemplação à
Branca. beira-rio são soluções possíveis para estimular
o contato visual da população com o Rio Pira-
Quanto aos solos ocorrentes na área de inte- quê-Cabuçu.
resse – limite proposto no anteprojeto para o
Parque Fluvial do Jardim Maravilha - e entorno Em relação ao relevo, a conformação geomor-
imediato, predominam, na porção norte e cen- fológica é de planície aluvial, sendo que cerca
tral, os gleissolos háplicos, solos minerais hidro- de 63% da área total apresenta declividades
mórficos, de textura argilosa a muito argilosa. A HIDROGRAFIA muito baixas (abaixo de 2 graus) e quase 89%
vegetação original ocorrente nestes solos é de TOPOGRAFIA da área têm declividades inferiores a 5 graus.
campo higrófilo de várzea (EMBRAPA, 2017). DECLIVIDADE Acerca das áreas suscetíveis a inundação na
Na área sul do parque ocorrem gleissolos sáli- SOLOS área proposta pelo parque, simulações hidro-
cos, de características semelhantes aos gleis- USO DA TERRA ATUAL dinâmicas realizadas pela empresa Hidrostudio,
solos háplicos, onde ocorriam, originalmente, utilizando diferentes períodos de retorno (Tr)
campos halófilos de várzea. Nesta porção tam-
MANCHAS DE INUNDAÇÃO e durações de chuva (levando em conta tam-
bém ocorrem intrusões de solos indiscrimi- bém os efeitos da maré), permitiram um ma-
nados de mangue, com vegetação original de peamento relativamente preciso das áreas que
manguezal. Para caracterizar a região do limite do parque geralmente são alagadas em chuvas intensas.
proposto e do seu entorno, apresenta-se a se- Quando se simulou uma chuva com Tr = 10
Em relação a seus aspectos hidrológicos, os guir alguns mapas temáticos e que auxiliam na anos e duração de 12 horas, o mapeamento
gleissolos podem ser classificados, pela Classi- identificação de aspectos importantes para a indica uma concentração de áreas inundáveis
ficação Hidrológica de Solos Brasileiros, como escolha de tipologias de Soluções Baseadas na na porção sul do parque proposto, na região de
Grupo D, ou seja, solos mal drenados, com taxa Natureza (SbN) mais adequadas para cada situ- interflúvio entre os rios Piraquê-Cabuçu e dos
ação físico-ambiental.
306 307
LOCALIZAÇÃO VAZÕES AFLUENTES
Figura 117: Mapa de localização da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha na bacia do rio Piraquê-Cabuçu. Figura 118: Mapa de vazões médias de longo período dos rios da bacia do Piraquê-Cabuçu.
308 309
TOPOGRAFIA DECLIVIDADE
Figura 119: Mapa de altimetria da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha. Figura 120: Mapa de declividade da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha.
310 311
SOLO USO DA TERRA ATUAL
Figura 121: Mapa de solos da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha. Figura 122: Mapa de uso e cobertura da terra da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha.
312 313
MANCHAS DE INUNDAÇÃO MANCHAS DE INUNDAÇÃO
Figura 123: Mancha de inundação da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha (TR 10 anos - Chuva de 12 horas, com Figura 124: Mancha de inundação da área proposta para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha (TR 25 anos - Chuva de 12 horas, com
efeito de maré). efeito de maré).
314 315
TIPOLOGIAS DE SBN SUGERIDAS PARA O PARQUE LINEAR DO CÓRREGO águas mais eficientes para a região.
BANDEIRANTES E PARA O PARQUE FLUVIAL DO JARDIM MARAVILHA
BACIA DE RETENÇÃO:
CANTEIRO PLUVIAL:
Para ambos os parques, inseridos em planícies aluviais com ocorrên-
Para ambos os parques, inseridos em planície aluvial com ocorrências BR
CP
cias de inundações, sugere-se a inserção de bacias de retenção. Porém,
de alagamentos, sugere-se a inserção de canteiros pluviais conectados devem ser realizados estudos hidrológicos e hidráulicos para verificar
à rede de drenagem convencional existente, com extravasores e pare- o volume de armazenamento necessário em cada caso. A estrutura de
des laterais e laje de fundo. Mais informações técnicas estão descritas armazenamento possui uma lâmina d’água permanente que possibili-
no item Canteiro Pluvial deste Catálogo. ta o uso integrado aos parques e permite a utilização do espaço pela
população. A água fica armazenada por longos períodos possibilitando
Localização estratégica: Principalmente em calçadas, vagas de estacio- a decantação de partículas sólidas e consequente redução de cargas
namento em vias, leito carroçável. poluentes.
Para o Parque Linear do Córrego Bandeirantes, as biovaletas podem Para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha, inserido em planície aluvial
ser inseridas no sistema viário para conduzir as águas do escoamento
superficial, antes de alcançar o corpo hídrico.
RA com ocorrências de inundações, sugere-se que a inserção do reserva-
tório anfíbio seja na área destinada ao armazenamento de água. É ne-
cessária a realização de estudo hidrológico e hidráulico para verificar o
Mais informações técnicas estão descritas no item Biovaleta deste Ca- volume necessário e a necessidade de controle de cheias, por se tratar
tálogo. de um dispositivo desenvolvido para substituir a necessidade do uso de
reservatórios convencionais.
Localização estratégica: Principalmente em canteiros centrais, estacio-
namentos, locais estreitos para condução da água ou ainda locais am- Idealizado como um parque, para além das paredes de concreto, este
plos associados a outro dispositivo como pôlder. tipo de reservatório se transforma também em área de lazer e recupe-
ração ambiental (características e necessidades importantes identifica-
das para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha).
BACIA DE DETENÇÃO:
Mais informações técnicas estão descritas no item Reservatório Anfí-
BD
Para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha, inserido em planície aluvial bio deste Catálogo.
com ocorrências de inundações, sugere-se a inserção de bacias de de-
tenção na área interna e envoltória do parque. É necessária a realização Localização estratégica: Reservação e lazer.
de estudo hidrológico e hidráulico para verificar o volume de armaze-
namento necessário. Para o Parque Linear do Córrego dos Bandeirantes esta tipologia não
se aplica, uma vez que serão propostas outras estruturas de contenção
Mais informações técnicas estão descritas no item Bacia de Detenção de águas mais adequadas.
deste Catálogo.
WETLANDS CONSTRUÍDOS:
Localização estratégica: Parque inundável, área destinada a reservação
a montante da bacia, quadras esportivas, praças e parques. Para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha sugere-se a inserção de
316 317
tecnológicos específicos para tratar diversos tipos de efluentes (carac- O sistema visa ser mais eficiente e ecológico se for construído em cone-
terísticas e necessidades identificadas para o Parque Fluvial do Jardim xão com as SbN, de modo a se tornar uma infraestrutura híbrida com:
Maravilha). alterações em sua infraestrutura, incluindo materiais naturais e filtran-
tes; substituição de rede de microdrenagem convencional por biovale-
Para o Parque Linear do Córrego do Bandeirantes sugere-se associar tas e outras tipologias cabíveis ao cenário; e, a se considerar, a substi-
wetlands aos equipamentos sanitários e/ou quiosques instalados na tuição do reservatório tradicional pelo reservatório anfíbio.
área do parque. Essa composição visa tratar a carga pontual de esgota-
mento sanitário e após desemboque de galerias com alta carga de po- Mais informações técnicas estão descritas no item Pôlder Vegetado
luentes, proporcionando um tratamento dessa contribuição antes que deste Catálogo.
este seja despejado no corpo hídrico principal.
Localização estratégica: entre área urbanizada e curso de rio existente;
O sistema otimiza a capacidade de fitorremediação de plantas e micro- entre área urbanizada e parque fluvial (inundável).
organismos, capazes de absorverem nutrientes como nitrogênio, fós-
foro e potássio, decompondo contaminantes e patógenos por meio de Para o Parque Linear do Córrego dos Bandeirantes esta tipologia não
processos biológicos. se aplica, uma vez que serão propostas outras estruturas de contenção
de águas.
Mais informações técnicas estão descritas no item Wetlands Construí-
dos deste Catálogo. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO:
IF
Para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha, sugere-se a inserção das pontos específicos em que as margens sejam verticalizadas ou taludes
Ilhas Filtrantes Flutuantes ao longo do Rio Piraquê Cabuçu. Elas pos- mais íngremes.
suem um papel similar aos Wetlands Construídos com o diferencial de
que podem ser implementadas diretamente ao longo do curso do rio, Para o Parque Linear do Córrego dos Bandeirantes sugere-se a inser-
córrego, lago e lagoas. ção de barragens com pedras argamassadas para contenção das águas
fluviais. O detalhamento da sua dimensão e estrutura será entregue no
Para o Parque Linear do Córrego dos Bandeirantes, onde a vazão de Produto 4.
base é baixa, sugere-se as Ilhas em bacias de retenção com lâmina
d’água a partir de 0,8m. O sistema otimiza a capacidade de fitorreme- Mais informações técnicas estão descritas no item Muro De Contenção
diação de plantas e microorganismos, capazes de absorver nutrientes Com Pedra deste Catálogo.
como nitrogênio, fósforo e potássio e decompor contaminantes e pató-
genos por meio de processos biológicos. Localização estratégica: margens de rios e taludes
Mais informações técnicas estão descritas no item Ilhas Filtrantes Flu- MURO DE PEDRA COM VEGETAÇÃO:
tuantes deste Catálogo.
MP
Para o Parque Fluvial do Jardim Maravilha, sugere-se a inserção de
Localização estratégica: Lagos e lagoas eutrofizados, rios e córregos Muros de Pedras com Vegetação ao longo do Rio Piraquê Cabuçu, em
com excesso de nutrientes e canais de águas residuais abertos. pontos específicos em que as margens sejam verticalizadas. Podem ser
utilizados em taludes mais íngremes com interesse de plantio de vege-
POLDER VEGETADO: tação.
ções prévias de dados do local e fornecidas ao consórcio, da Fundação Para o Parque Linear do Córrego dos Bandeirantes optou-se por não
Rio Águas e Hidrostudio. utilizar esta SbN, frente aos cálculos de drenagem apresentados no Pro-
duto 4 - Projeto básico do Parque Linear Córrego dos Bandeirantes.
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Localização estratégica: margens de rios e taludes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
MURO DE GABIÕES COM VEGETAÇÃO:
Acredita-se que este material seja uma grande contribuição para gesto-
res públicos e demais atores interessados na promoção de desenvolvi-
mento sustentável para as cidades, reunindo informações que venham
auxiliar a tomada de decisão, a ampliar a resiliência das cidades e pro-
ver a sociedade com soluções eficientes, inspiradas na natureza, com
benefícios sociais, ambientais, e econômicos.
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