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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA


BACHAREL EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

ARTHUR LUCHINI FELIPE PEREIRA


BRAYANN MARTINS CAMPOS
MATHEUS DIAS MERLO
WELLEST G. C. NASCIMENTO

A DINÂMICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA NO


ESTUDO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

SERRA, ES
2015
 
 
 

ARTHUR LUCHINI FELIPE PEREIRA


BRAYANN MARTINS CAMPOS
MATHEUS DIAS MERLO
WELLEST G. C. NASCIMENTO

A DINÂMICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA NO


ESTUDO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

Trabalho apresentado à Disciplina de


Fenômenos de Transporte como
requisito de nota para o 2º bimestre.
Professor: Victor

SERRA, ES
2015
 
 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................... 4
3 CONCLUSÃO................................................................................................ 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 11
 

1 INTRODUÇÃO
A Dinâmica de fluidos envolve os problemas ligados à fluidodinâmica,
hidráulica, termodinâmica, aerodinâmica e em todos os processos que envolvam
escoamento de fluidos. Os fluidos são substâncias cuja estrutura molecular não
oferece resistência a tensões externas, isto é, uma pequena força já é capaz de
deformar uma partícula de fluido (FERZIGER and PERIĆ, 1999).

Com o aumento da utilização de fluidos para incontáveis fins a evolução


das técnicas e novas tecnologias para a solução de problemas que envolvessem
fluidos tornou-se inevitável. Por se tratarem de cálculos bastante complexos e
difíceis de serem feitos manualmente, a Dinâmica de Fluidos Computacional
(DFC) teve um crescimento extraordinário.

A Dinâmica de Fluidos Computacional (DFC ou CFD – Computational


Fluid Dynamics) utiliza métodos numéricos para simulação de fenômenos que
envolvem o fluxo de fluidos com ou sem troca de calor. A solução numérica das
equações de Navier-Stokes permite obter distribuições de velocidade, pressão e
temperatura na região de escoamento. O total de variáveis desconhecidas é
maior que o número de equações, de tal modo que a solução é possível com
equações adicionais baseadas na equação de estado do sistema. Simplificações
podem ser postuladas dependendo do tamanho e geometria do sistema e
condições de contorno podem ser introduzidas para a solução numérica das
equações, por exemplo, velocidade relativa zero entre uma superfície sólida e a
camada adjacente de fluido (COSTA and RIBEIRO, 2010).

Conhecida também como “um túnel de vento em um computador”, a CFD


tem uma enorme capacidade computacional somada a programas sofisticados,
que, entre outras aplicações, permite aos engenheiros simular e analisar as
propriedades aerodinâmicas de uma peça antes mesmo de ser fabricada.

Diversos trabalhos científicos têm utilizado a CFD para estudar o


comportamento de fluidos e aprimorar os processos nos quais estes estão
envolvidos. Diante de tamanha importância, faz-se necessário de casos da
aplicação da DFC. O presente trabalho tem como objetivo uma revisão de
literatura a respeito do assunto, servindo como base para outros trabalhos de
pesquisa.


 
 

2 DESENVOLVIMENTO
Até há alguns anos a utilização da DFC era inacessível para muitas
empresas, por ter um alto valor de custo com equipamentos e programa de
computador, porém hoje, a redução dos custos tornou o acesso facilitado.

As ferramentas numéricas aumentaram muito a capacidade de realizar


projetos mais adequados, seguros e otimizados, tendo em vista que até pouco
tempo isso não poderia ser feito por sua complexidade, pela utilização de muitas
variáveis, pela quantidade de testes, de espaço e principalmente pelo custo
bastante elevado para a sua realização.

A DFC trata-se de um método computacional com referências nos


princípios físicos para a obtenção de modelos, que servirão para explicar ou
prever os fenômenos no escoamento dos fluidos.

O modelo matemático para os diversos tipos de fluidos é estabelecido pela


equação de Navier-Stokes, que se baseia na conservação de massa e energia,
formuladas utilizando um conjunto ou um sistema de equações diferenciais.

As técnicas de solução numéricas aplicadas, assim como as condições


de contorno impostas aos escoamentos, dependem intrinsecamente da
classificação do sistema de equações diferenciais parciais (FERZIGER, 1999)

A utilização da DFC irá depender de vários fatores, como por exemplo, tipo de
fluido, temperatura, tipo de escoamento, local de escoamento, viscosidade do
fluido, entre outras. Todos estes fatores devem ser levados em consideração ao
ser montado a malha que representa o modelo conceitual.

Entre os tipos de escoamento o turbulento ainda continua a ser um


obstáculo para os pesquisadores, pois os escoamentos turbulentos são instáveis
e não são dependentes de tempo ou espaço. A equação de Navier-Stokes se
aplica a modelagem turbulenta, porém a limitação de tecnologia não permite a
resolução deste escoamento.

Seguem alguns exemplos da utilização da dinâmica de fluidos


computacional:


 
 

Figura 1 – Corpo de um misturador estático com malha. Fonte: HERCKERT and NETO, 2004.

Figura 2 – Simulação de um carro de Fórmula 1. Fonte: HERCKERT and NETO, 2004.


 
 

Figura 3 – Simulação de uma hélice de turbina. Fonte: HERCKERT and NETO, 2004.

PINHO et al (2011) utilizam a fluidodinâmica computacional para avaliar o


escoamento de leite desnatado durante homogeneização a alta pressão (HAP).
Foram consideradas pressões de até 300 Mpa e avaliados os perfis de pressão
e velocidade do fluido durante o processo. Os resultados obtidos apontam que
os mecanismos mais prováveis para inativação microbiana no homogeneizador
sejam as tensões de cisalhamento resultantes do escoamento do fluido dentro
do gap e a cavitação na saída do mesmo. Na Figura 1 é possível visualizar as
zonas de cavitação, determinadas por pressões abaixo da pressão de vapor da
água, assinaladas pela linha branca pontilhada. A análise permite confirmar a
existência de regiões de turbulência e cavitação na saída do gap. O processo de
cavitação resulta em altas tensões de cisalhamento no rompimento das bolhas
de vapor, o que provavelmente exerce uma importante função na inativação
microbiana e no rompimento celular.

Figura 4 – Perfis de pressão absoluta de leite desnatado por meio da válvula de HAP,
considerando-se processo a 100 MPa e 300 MPa. A linha branca pontilhada marca as zonas
de cavitação. Fonte: PINHO et al, 2011.


 
 

Com o intuito de garantir a segurança por meio da estabilização


microbiológica dos alimentos, as indústrias, por vezes, superdimensionam os
processos, comprometendo características sensoriais e nutricionais do produto
e custos do processo. AUGUSTO et al (2010) avaliaram, por meio da CFD, o
efeito da orientação da embalagem na pasteurização de cerveja em lata
comercial de alumínio. O processo consistiu numa simulação de aquecimento a
60°C até 15 UPs – 1 unidade de pasteurização (UP) equivale a 1 minuto a 60°C
–, onde avaliou-se o perfil de temperatura e velocidade das correntes de
convecção ao longo do processo e a variação das UPs em relação ao tempo,
considerando as latas na posição convencional (Figura 2), invertida (Figura 3) e
horizontal (Figura 4). O resultado obtido corrobora com os dados da literatura já
existente, indicando que a orientação da embalagem não resultou em melhoria
no processo.

Figura 5 – Perfil de temperatura e correntes de convecção para velocidade da água durante


tratamento térmico (60°C/1300 segundos) em latas comerciais em 60, 100, 200, 300 e 1300
segundos: posição convencional. Fonte: AUGUSTO et al, 2010.

Figura 6 – Perfil de temperatura e correntes de convecção para velocidade da água durante


tratamento térmico (60°C/1300 segundos) em latas comerciais em 60, 100, 200, 300 e 1300
segundos: posição invertida. Fonte: AUGUSTO et al, 2010.


 
 

Figura 7 – Perfil de temperatura e correntes de convecção para velocidade da água durante


tratamento térmico (60°C/1300 segundos) em latas comerciais em 60, 100, 200, 300 e 1300
segundos: posição horizontal. Fonte: AUGUSTO et al, 2010.

MACHADO et al (2008) apresentam um modelo fluidodinâmico


computacional tridimensional que simula a dispersão de substâncias solúveis em
rios, sendo esse modelo capaz de predizer o impacto causado pela ocorrência
de múltiplos pontos de emissão no trecho em questão. O modelo se baseia na
solução de equações de conservação de massa e quantidade de movimento
aplicadas a um trecho de rio com margem e profundidade constantes.


 
 

Apesar da DFC ser mais amplamente utilizada na Engenharia, ela


também possui grande importância para o esporte. SILVA et al (2005) lançam
mão da DFC para investigar a força propulsiva produzida pela mão e antebraço
de nadadores, aplicando a mesma no cálculo dos coeficientes de resistência (CR)
e sustentação (CS) resultantes da simulação numérica do fluxo externo da mão
e antebraço. Os principais resultados demonstraram que CR foi o coeficiente que
contribui mais para a propulsão, sendo constante para toda a amplitude de
velocidades com valor máximo de 1,16, possibilitando concluir que a DFC é uma
metodologia suscetível de desenvolvimento para o cálculo das forças
hidrodinâmicas em natação.


 
 

3 CONCLUSÃO
A Dinâmica dos Fluidos é uma das disciplinas de simulação e estudos
ligados a problemas de fluidodinâmica, termodinâmica, hidráulica e outros. Por
ser uma metodologia atualmente mais acessível e que gera resultados muito
satisfatórios, indústrias como a aeroespacial, naval, automotiva, óleo e gás,
biomédica e alimentícia, estão investindo cada vez mais nessa
modelagem matemática de simulação numérica, que é baseada nos princípios
de conservação de massa, da energia e da quantidade de movimento, no
domínio do espaço e do tempo, sendo uma ferramenta de alta confiabilidade e
desempenho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUGUSTO, P. E. D. et al. Using Computational Fluid-Dynamics (CFD) for the
evaluation of beer pasteurization: effect of orientation of cans. Ciênc.
Tecnol. Aliment., Campinas, 2010, vol. 30, n. 4, pp. 980-986. Disponível em:
<www.scielo.br/pdf/cta/v30n4/v30n4a22>. Acesso em: 19 jun 2015.
COSTA, L. T. and RIBEIRO, M. C. C. Propriedades dinâmicas de Fluidos por
simulação computacional: métodos híbridos atomístico-contínuo. Quim.
Nova, 2010, vol. 33, n. 4, pp. 938-944. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/qn/v33n4/32.pdf>. Acesso em: 19 jun 2015.
FERZIGER, J. H. and PERIĆ, M. Computational methods for fluid dynamics.
Springer-Verlag, 1999.
MACHADO, M. B. et al. Software para modelagem de dispersão de efluentes
em rios. Eng. sanit. ambient., 2008, vol. 13, n. 3, pp. 291-297. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/esa/v13n3/a08v13n3.pdf>. Acesso em: 19 jun 2015.
PINHO, C. R. G. et al. Avaliação do escoamento de leite desnatado durante
homogeneização a alta pressão (HAP) por meio de fluidodinâmica
computacional (CFD). Braz. J. Food Technol., Campinas, 2011, vol. 14, n. 3,
pp. 232-240. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bjft/v14n3/08.pdf>.
Acesso em: 19 jun 2015.
SILVA, A. J. et al. Cálculo da força propulsiva gerada pela mão e antebraço
do nadador através da dinâmica computacional de fluidos. Rev. Port. Cien.
Desp., 2005, vol. 5, n. 3, pp. 288-297. Disponível em:
<http://www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/artigos_soltos/vol.5_nr.3/1.04.a_silva.pdf>
. Acesso em: 19 jun 2015.

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