Apostila de Balanço de Massa e Energia - Prof Flavia Bezerra
Apostila de Balanço de Massa e Energia - Prof Flavia Bezerra
Apostila de Balanço de Massa e Energia - Prof Flavia Bezerra
Energético
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PROCESSOS INDUSTRIAIS
Equações Químicas
Uma vez que átomos não são criados nem destruídos em uma reação, uma equação
química tem que ter um número igual de átomos de cada elemento em cada lado da seta
(isto é: Diz-se que a equação é 'balanceada').
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Os passos envolvidos na busca de uma 'equação balanceada' para uma reação química
são:
Exemplo:
Considere a reação de queima do gás metano (CH4) no ar.
Passo #1: Esta reação consome oxigênio (O2) e produz água (H2O) e gás carbônico
(CO2).
Só existe até então, metade dos hidrogênios nos produtos do que nos reagentes.
Conserta-se isto dobrando o número relativo de moléculas de água na lista de produtos:
Ao fim do passo #3, existe um equilíbrio na equação química da reação do metano com
oxigênio. Assim, uma molécula de metano reage com duas moléculas de oxigênio para
produzir uma molécula de gases carbônicos e duas moléculas de água.
O estado físico de cada substância química pode ser indicado usando os símbolos (g),
(l), e (s) (para gás, líquido e sólido, respectivamente):
CH4+2O2→CO2+2H2O
RESUMINDO: diz-se do processo que visa estabelecer uma igualdade entre as diversas
substâncias de uma determinada reação, assim em: H2 + O2 → H2O, denota-se que duas
moléculas de hidrogênio reagem com duas de oxigênio para formar a água que só
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possui uma molécula de oxigênio, ou seja, existe uma disparidade nesta equação que
pode ser corrigida com a multiplicação por dois da substância H2 e H2O, assim temos:
2H2 + O2 → 2H2O. Este processo de representação multiplicativa para estabelecer a
igualdade em uma reação é denominado balanceamento e nos diz a proporção exata de
reagentes que devemos possuir para a aquisição de um produto, ou seja, no caso da
água, se tivéssemos 1 quilo de oxigênio, deveremos obter 2 quilos de hidrogênio para
produzirmos 2 quilos de água
Em certas reações se encontram átomos que ganham elétrons e outros que os perdem.
Quando um átomo perde elétrons, ele se oxida e o seu nox aumenta. Quando um átomo
ganha elétrons, ele se reduz e o seu nox diminui.
Exemplo
Balanços De Massa
O material que entra num processo designa-se por entrada ou alimentação do processo
e o que deixa o processo designa-se por saída ou produto. Dá-se o nome de unidade do
processo ao equipamento no qual se efetuam as operações que integram o processo:
por exemplo, tanques de armazenagem de matérias-primas e de produtos, fornalhas,
colunas de destilação e seu equipamento auxiliar, reatores químicos, entre outros. A
cada unidade do processo está associado um conjunto de correntes processuais de
entrada e saída formadas pelos materiais que entram e saem da unidade. Há ainda a
considerar, as entradas e saídas de energia. Se a entrada e saída de materiais num
processo se derem continuamente ao longo do tempo, diz-se que o processo é
contínuo. Se a entrada e saída de materiais se derem de forma localizada no tempo,
não se verificando qualquer entrada ou saída de materiais nos tempos intermediários, o
processo é denominado por bateladas, sendo também designado por processo
descontínuo (“batch”). Constitui tarefa do engenheiro químico projetar novas unidades de
processo, supervisionar a operação de unidades existentes ou implementar nelas
modificações, de modo a adaptá-las a novas condições de trabalho. Para isso, torna-se
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necessário identificar e quantificar as variáveis do processo cujos valores definem as
condições de operação das unidades do processo: quantidades, composições e
condições (pressão, temperatura, estado físico, etc.) dos materiais que entram e saem
de cada unidade do processo. Os balanços de massa constituem a base do projeto de
um processo. Um balanço de massa estabelecido sobre todo o processo determinará as
quantidades de matérias-primas necessárias e os produtos produzidos. Balanços sobre
cada uma das unidades do processo estabelecem as correntes e as composições das
correntes desse mesmo processo. Em projeto processual é essencial dominar bem os
cálculos de balanços de massa. Estuda-se nesta disciplina os fundamentos dos balanços
de massa, usando exemplos simples para ilustrar cada tópico. Só a prática permitirá
ganhar destreza para realizar cálculos que, por vezes, são muito complexos. Há certas
regras fundamentais para efetuar balanços de massa. Essas regras incluem a definição
de um sistema e a aplicação da lei da conservação da massa ao sistema.
Sistemas
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Cálculo Estequiométrico – balanço material com reação química
O cálculo das massas das substâncias que se combinam num dado processo químico se
baseia na informação, qualitativa e quantitativa, fornecida pela equação química que
representa a reação envolvida. A estequiometria baseia-se na aplicação da lei das
proporções múltiplas. A equação química ou estequiométrica de uma reação química,
uma vez acertada, indica os números de moléculas dos reagentes e dos produtos que
intervêm na reação; a partir destes valores é possível calcular as massas.
Além das conversões por balanceamento, podemos contar com fórmulas auxiliares como
Clayperon e Equação Geral dos Gases Perfeitos para se estabelecer a quantidade exata
de uma determinada substância.
EQUAÇÃO DE CLAYPERON: usada para gases ideais. Diz respeito a uma fórmula que
relaciona diretamente as propriedades dos gases com as situações ambientais. Sendo
sempre compensada a alteração em um destes fatores com o remanejamento em outra
de forma a sempre se obter uma igualdade. P . V = n . R . T
Onde:
P é a pressão dada em atm (atmosfera)
V é o volume dado em L (litros)
R é uma constante gasosa equivalente a 0,082 para atmosferas
T é a temperatura dada em ºK (kelvin)
n é o número de mols dado pela expressão
Onde:
m é a massa da substância dada em g (gramas)
M é o equivalente grama da substância dado em g
Quando se efetuam cálculos em sistemas com reação química tomando uma base em
massa segue-se o seguinte procedimento:
Balancear (equacionar) a equação química (para efeito de multiplicação de mols)
Passar os dados do exercício (o que o exercício passa) e o pedido (o que se pede) para
mols.
Estabelecer as proporções através de regra de três.
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Exemplo: C7H16 + 11O2 → 7CO2 + 8H2O
C7H16 11O2 7CO2 8H2O
1 molécula 11 moléculas 7 moléculas 8 moléculas
1 mol 11 mols 7 mols 8 mols
1*(7*16+16*1) g 11*(2*16) g 7*(12+2*16) g 8*(2*1+1*16) g
100g 352g 308g 144g
452g 452g
Exemplo
Pureza De Reagente
Grau de pureza: é o quociente entre a massa (m) da substancia pura e a massa (m´) do
total da amostra, ou seja massa pura mais as impurezas, para dar em porcentagem,
multiplica-se por 100.
m
Pureza(%) = 100
m´
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Exemplo:
Deseja-se obter 180 litros de dióxido de carbono, medidos na CNTP, pela calcinação de
um calcário a 90% de pureza. Qual a massa de calcário necessária? Dados (C=12,
O=16, Ca=40), reação: CaCO3 → CaO + CO2
Conversão
A conversão é uma medida da fração do regente que reage. Para otimizar o projeto de
um reator e para minimizar a formação de subprodutos, a conversão de um dado
reagente é muitas vezes menor que 100%. Se houver mais que um reagente, deve
especificar-se o reagente em que se baseia a conversão. A conversão define-se pela
seguinte expressão:
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Exemplo
Na fabricação de cloreto de vinilo (CV) pela pirólise do dicloroetano (DCE), a conversão
no reator está limitada a 55% para reduzir a formação de carbono, que suja os tubos do
reator. Calcular a quantidade de DCE necessária para produzir 5 000 kg/h de CV.
Resolução:
C2H4Cl2 → C2H3Cl+ HCl
reação C2H4Cl2 C2H3Cl HCl
Coeficientes 1 1 1
Massa molar dos 12*2+4*1+35,5*2=99 12*2+3*1+35,5=62,3 1+35,5=36,5
constituintes (g/mol)
Dados do exercício -- 5000Kg/h --
Dados em mols X 5000/62,3=80,25 Y
Regra de três (mols) 80,25 80,25
Massa dos 7944,75g 5000 2929,12g
constituintes puros
Conferência 7944,75g 5000+2929,12=7944,75g
conversão 55%
Massa do reagente 14445g
total
Rendimento De Reação
OBS.: pela pureza constatamos o aproveitamento da reação antes desta ocorrer e pelo
rendimento é possível constamos a porcentagem de impurezas contidas na reação
depois de sua ocorrência
Rendimento (R) de uma reação é quociente entre a quantidade (q) de produto realmente
obtida e a quantidade (q´) de produto que seria teoricamente obtida pela equação
química correspondente.
q
Re n dim ento% = 100
q´
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Exemplo
reação C O2 CO2
Coeficientes 1 1 1
Massa molar dos 12 32 44
constituintes (g/mol)
Dados do exercício 30 -- --
Dados em mols 30/12=2,5 X Y
Regra de três (mols) 2,5 2,5 2,5
Massa dos 30 80 110
constituintes puros
Conferência 30+80=110 110
Rendimento 90%*
Massa do reagente 30g 80g 99g
total
X
* 0,90 = X = 0,9 110 = 99 g
110
É necessário indicar claramente qual o reagente que é tomado como referência para o
cálculo do excesso. Este se designa muitas vezes como reagente limitante.
Exemplo
A oxidação do etileno para produção do óxido de etileno dá-se de acordo com a seguinte
reação:2C2H4+O2→2C2H4O. A alimentação contém 100 Kmol de etileno e 100 Kmol de
oxigênio. Indique qual o reagente em excesso e qual a sua %.
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Resolução:
reação 2C2H4 1O2 2C2H4O
Coeficientes 2 1 2
Massa molar dos 2*12+4=26 2*16=32 2*12+4+16=44
constituintes (g/mol)
Dados do exercício 100 100 --
(Kmol)
Verificação da proporção 1*1002*100 (fora da proporção)
100200(excesso)
Substituição do reagente 1*100=2*X
em excesso
Regra de três 100 50 100
Excesso (mols) 0 100-50=50 --
Quantidade de excesso 50*32=1600%
em gramas
Massa dos constituintes 100*26=2600g 50*32=1600g 100*44=4400g
% de excesso -- 100-50/50=100% --
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Fração em Massa, Fração Molar e Massa Molecular Média de uma mistura.
Massa molar média de uma mistura, M (g/mol, kg/kmol, lb/mol, etc.), é a razão entre a
massa de uma amostra da mistura (mt) e o número de mols de todas as espécies
químicas presentes na amostra (nt). Se yi e Mi forem, respectivamente, a fração molar e
a massa molecular do componente i, então:
Concentração
Concentração em massa de um componente de uma mistura ou solução é a massa
desse componente por unidade de volume da mistura ou solução (g/cm 3, lbm/ft3, etc.). A
concentração molar de um componente é o número de mols do componente por unidade
de volume da mistura ou solução (kmol/m3, mol-lb/ft3, etc.). A molaridade de uma solução
é o valor da concentração molar do soluto expressa em g de soluto/litro de solução.
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em que é a corrente em massa, é a corrente em volume e n é a massa por
unidade de volume do material.
Pode escrever-se uma equação de balanço para cada constituinte independente. Nem
todos os constituintes num balanço serão independentes.
Exemplo
Se se prepara o ácido de nitração usando oleum em vez de ácido sulfúrico a 98%,
haverá quatro espécies químicas distintas: ácido sulfúrico 98%, trióxido de enxofre, ácido
nítrico, água. O trióxido de enxofre reagirá com a água produzindo ácido sulfúrico pelo
que há apenas três constituintes independentes.
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Exemplo
Considere-se uma unidade de separação, como seja uma coluna de destilação, a qual
divide uma corrente do processo em duas correntes de produto. Seja a corrente de
alimentação, Q1, 10 000 kg/h; as composições: benzeno 60%, tolueno 30% e xileno
10%.
Resolução:
Há três correntes: alimentação, destilado e resíduo e três constituintes em cada corrente.
Número de variáveis (correntes e constituintes) = 9
Número de equações de balanço de massa independentes = 3
Número de variáveis a especificar para haver solução (9 - 3) = 6
Três variáveis estão especificadas; a corrente de alimentação e a composição fixam a
corrente de cada constituinte na alimentação.
Número de variáveis a especificar pelo projetista (6 - 3) = 3. Podem escolher-se
quaisquer três correntes.
Normalmente escolher-se-iam a composição e a corrente de destilado ou a composição
e corrente de resíduo.
É óbvio, mas deve se realçar, que a soma das correntes dos diversos constituintes em
qualquer corrente não pode exceder a corrente total. E também, que a soma das
diversas frações molares ou em peso tem de ser igual à unidade. Portanto, a
composição de uma corrente fica completamente definida se forem dadas as
concentrações de todos os constituintes exceto um. As correntes constituintes numa
corrente (ou as quantidades numa carga) serão completamente definidas por qualquer
das seguintes maneiras:
1. Especificando a corrente (ou quantidade) de cada constituinte.
2. Especificando a corrente total (ou quantidade) e a composição.
3. Especificando o fluxo (ou quantidade) de um constituinte e a composição.
Exemplo
A corrente de alimentação para um reator contém: 16% de etileno, 9% de oxigênio, 31%
de nitrogênio e ácido clorídrico. Se a corrente de etileno for 5 000 kg/h, calcular as
correntes dos diversos constituintes e a corrente total. Todas as % são ponderais.
Resolução:
% HCl = 100 - (16+9+31) = 44
%C2H4 = 5000/total x 100=16
a corrente total = 5000 x 100/16 = 31250 kg/h
a corrente de O2 = 9/100 x 31250 =9687 kg/h
N2=31250 x 31/100 = 9687 kg/h
HCl = 31250 x 44/100 = 13750 kg/h
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Regra geral: O quociente entre a corrente de um qualquer constituinte e o de qualquer
outro constituinte é igual ao quociente entre as composições nos dois constituintes. A
corrente de qualquer constituinte, no exemplo anterior, podia ser calculada diretamente a
partir do quociente entre a respectiva % e a do etileno e entrando com a corrente deste
último.
Método
Etapa 1. Traçar um diagrama de blocos de processo. Representar cada etapa
significativa por um bloco, ligado por linhas e setas para indicar as correntes de ligação e
o sentido do fluxo.
Etapa 2. Fazer uma lista de todos os dados disponíveis. Representar no diagrama de
blocos as correntes (ou grandezas) e as composições das correntes conhecidas.
Etapa 3. Fazer uma lista de toda a informação que se requer do balanço.
Etapa 4. Decidir sobre as fronteiras de sistema.
Etapa 5. Escrever todas as reações químicas envolvidas para os produtos principais e
subprodutos.
Etapa 6. Anotar quaisquer outros dados do problema tais como: composições de
correntes especificadas, azeótropos, equilíbrios entre fases, inertes.
Etapa 7. Anotar quaisquer composições das correntes que se possam conhecer
aproximadamente.
Etapa 8. Verificar o número de equações de conservação (e outras) que se podem
escrever, e comparar com o número de incógnitas.
Etapa 9. Decidir quanto à base de cálculo.
A ordem por que se efetuam as etapas pode variar conforme convier ao problema.
Purga
Exemplo
Na produção de amoníaco a partir de hidrogênio e do nitrogênio, a conversão baseada
em quaisquer das matérias primas, está limitada a 15%. O amoníaco produzido é
retirado por condensação a partir da corrente do produto do reator e o material que não
reagiu é recirculado. Se a alimentação contiver 0,2% de argônio, calcular a corrente da
purga necessária para manter o argônio na corrente de recirculação abaixo de 5,0%. As
% são volumétricas.
Resolução:
Base: 100 mols de alimentação
Diagrama do processo:
Uma corrente pode ser dividida sendo uma parte desviada de algumas unidades. Este
procedimento é usado muitas vezes para controlar a composição ou temperatura da
corrente. Os cálculos de balanços de massa em processos em que há correntes com
desvio (“By pass” na literatura de língua inglesa) são semelhantes aos que envolvem
recirculação, exceto no fato de a corrente ser enviada para diante e não para trás. Isto
normalmente torna os cálculos mais simples do que no caso de recirculação.
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Exemplo de balanço de massa de uma de processo de produção de polímeros
Resolução:
Na resolução apresentam-se apenas as correntes necessárias para ilustrar a escolha da
fronteira de sistema e o método de cálculo. Considere-se a primeira fronteira de sistema
em torno do filtro e do secador.
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inibidor
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BALANÇOS DE ENERGIA
Tal como nos balanços de massa, pode considerar-se que a energia se conserva em
todos os processos exceto nos processos nucleares. A conservação de energia, porém,
difere da conservação de massa pelo fato de a entalpia puder gerar-se (ou consumir-se)
num processo químico. As substâncias podem transformar-se ao longo de um processo
(reagirem), mas o caudal de massa total que entra numa unidade de processo tem de
ser igual ao caudal que sai (em estado estacionário), o mesmo não acontecendo com a
entalpia. A entalpia total das correntes de saída poderá não ser igual à das correntes de
entrada se nos processos se gerar ou consumir entalpia; como por exemplo a que é
devida ao calor da reação. A energia pode existir sob várias formas: calor, energia
mecânica, energia eléctrica, etc..., mas é a energia total que se conserva.
Conservação de Energia
Tal como para a massa, pode escrever-se uma equação geral para a conservação de
energia num sistema:
Formas de Energia
Energia Potencial
É a energia devida à posição do sistema num campo potencial (por exemplo, um campo
gravitacional ou um campo eletromagnético) ou devida à configuração do sistema em
relação a uma configuração de equilíbrio (por exemplo, devida à extensão de uma mola).
No caso de um sistema no campo da gravidade terrestre a energia potencial Ep de um
corpo de massa m será:
em que
z = altura acima de uma determinada cota arbitrária (para a qual Ep é considerada nula);
g = aceleração da gravidade;
Energia Cinética
É a energia devida ao movimento de um corpo. A energia cinética Ec de um corpo de
massa m movendo-se com a velocidade v em relação à superfície da Terra:
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Se um fluido entrar no sistema com um caudal em massa m e uma velocidade uniforme
v, o valor de Ec obtido através da equação anterior representa a energia cinética
transportada pelo fluido para dentro do sistema por unidade de tempo.
Energia Interna
É a energia associada ao movimento das moléculas em relação ao centro de massas do
sistema, ao movimento de rotação e vibração e interações eletromagnéticas das
moléculas e ainda ao movimento e interações dos constituintes atômicos e subatômicos
das moléculas. A energia interna de um sistema depende quase exclusivamente da
composição química, do estado de agregação e da temperatura dos materiais do
sistema. É independente da pressão para os gases perfeitos e quase independente da
pressão para os sólidos e líquidos. Deste modo, a energia total de um sistema é igual à
adição das energias potencial, cinética e interna do sistema e representa-se por:
A energia transfere-se entre um sistema e o meio que o rodeia quer sob as formas acima
referidas de energia potencial e energia cinética, quer sob as formas de calor e trabalho.
Num sistema aberto (há transferência de massa através das fronteiras do sistema)
podem coexistir todas estas formas de transferência de energia. Num sistema fechado
(não há transferência de massa através das fronteiras do sistema), a energia pode
transferir-se entre o sistema e o meio exterior apenas sob as formas de calor e de
trabalho.
Calor
O calor (Q) corresponde a uma transferência de energia em conseqüência de uma
diferença de temperatura entre o sistema e o meio exterior. O fluxo de calor dá-se
sempre no sentido da temperatura mais elevada para a mais baixa. Um sistema não
contém "calor", mas as transferências de calor ou trabalho para um sistema fazem variar
a sua energia interna. Convencionou-se considerar positivo o calor recebido por um
sistema a partir do exterior e negativo o que é transferido do sistema para o exterior.
Trabalho
A energia transfere-se sob a forma de trabalho (W) como resultado de uma força atuante
que não seja uma diferença de temperaturas, por exemplo uma força, um binário ou uma
diferença de potencial elétrico. Realiza-se trabalho quando uma força atua ao longo de
uma distância:
Para integrar esta função é necessário conhecer a relação entre pressão e volume. Em
projetos de processos necessita-se muitas vezes de uma estimativa do trabalho
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realizado ao comprimir ou expandir um gás. Pode obter-se uma estimativa imprecisa
supondo uma expansão adiabática reversível (isentrópica) ou expansão isotérmica,
conforme a natureza do processo. No caso da expansão isotérmica (expansão a
temperatura constante):
PV = constante
Energia Elétrica
As formas de energia elétrica e mecânica são incluídas na parcela do trabalho num
balanço de energia. A energia elétrica apenas será significativa em balanços de energia
sobre processos eletroquímicos.
.
O BALANÇO DE ENERGIA
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b) Se o sistema e o meio exterior estiverem à mesma temperatura ou se o sistema for
perfeitamente isolado do ponto de vista térmico, então Q = 0. Este sistema designa-se
por adiabático.
c) O trabalho realizado por um sistema fechado sobre o meio exterior ou pelo meio
exterior sobre o sistema é realizado mediante deslocamento das fronteiras do sistema
contra uma força resistente ou por geração de uma corrente elétrica ou de radiação que
atravessa as fronteiras do sistema. Se não houver partes móveis ou geração de
correntes num sistema fechado, então
d) No termo deverão incluir-se quaisquer variações de energia potencial que
ocorram no sistema, além da eventual variação de energia potencial gravitacional.
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Considerando a totalidade das correntes j, a equação de balanço de energia escreve-se:
W é o trabalho total “líquido” realizado pelo sistema sobre o meio exterior, por unidade
de tempo. Neste caso, o trabalho é igual à soma do trabalho mecânico e do trabalho de
escoamento:
W = Wmec. + Wescoamento
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Quando se gera calor num sistema, por exemplo, num reator químico:
em que
Tf = Temperatura de mudança de fase
Cp1(T) = capacidade calorífica específica da primeira fase, abaixo de Tf,
Cp2(T) = capacidade calorífica específica da primeira fase, acima de Tf,
= calor latente de mudança de fase
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Os valores dos calores específicos médios vêm tabelados em vários manuais. Se os
valores forem calculados a partir de uma certa temperatura de referência, T0, nesse
caso a variação de entalpia entre as temperaturas é dada por:
Entalpia de Misturas
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