Relatório 9 FQ - Equilíbrio Químico em Soluções

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS MONTES CLAROS-MG

Prática 09 - Equilíbrio químico em soluções

Relatório da prática experimental nº 09, apresentado como


requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina
Química Analítica Experimental do curso de Engenharia Química
Bacharelado do IFNMG - Campus Montes Claros.

Docente: Daniel Rodrigues Magalhães

Discentes:
Ana Clara Santos Cardoso
Karen Oliveira Caires
Rodrigo Lopes Costa
Sérgio Oliveira Guimarães

Montes Claros - MG

27 de Junho de 2019
SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO.………......………………..………….……………….…………………...……..0
2
1.1- Equilíbrio
Líquido-Líquido…………………………………………………………… 02 .

2- OBJETIVO …...…....………...………….……………………....………………………………..03

3- MATERIAIS E REAGENTES…..………………...………………….…………………………..03
3.1- Materiais………………………………….………….………………………………….. 03 .

3.2- Reagentes ………………………………….………….………………………………..04

4- PROCEDIMENTOS……….……………………….………..……………………………………04
4.1 Preparo das soluções a serem tituladas……….……………………….…………..04
4.2 Preparo e padronização da solução de
NaOH……….…………………………….05
4.3 Titulações das soluções contendo éster……….……………………….………….05

5- RESULTADOS………..…………...………..…………………………………………………….06

6- DISCUSSÃO……...…..…………………..…..…………………………………………………..07

7- CONCLUSÃO……...……...……………………..…………..…………………………………...08

8-
REFERÊNCIAS……………..………………...…………………………………………………. 08 .

1
1- INTRODUÇÃO

Equilíbrio químico é compreendido, Físico-Química, como toda reação reversível


onde a velocidade da reação direta e indireta são iguais. Para SANDLER (1993), o equilíbrio
é atingido quando o sistema e suas propriedades tornam-se invariáveis com o tempo,
quando não mais se observam fluxos líquidos de energia ou massa através dos limites do
sistema ou, ainda, qualquer mudança nas composições resultante de reações químicas.

Para que uma reação seja considerada em equilíbrio químico são consideradas
algumas características em termo aos quatro potenciais termodinâmicos extensivos: energia
interna (U), entalpia (H), energia livre de Helmholtz (A) e energia livre de Gibbs (G).

No entanto, alguns critérios também podem considerar as relações das


quantidades intensivas da matéria, como temperatura, pressão e potencial químico (μi).

Introduzido por Lewis a partir da análise de um gás perfeito, o conceito de


fugacidade permite relacionar o potencial químico (μi) da substância às grandezas
fisicamente mensuráveis (pressão, temperatura e composição) e é definido pela equação 1.

°
( )
µ𝑖 − µ𝑖 = 𝑅𝑇𝑙𝑛 𝑓𝑖/𝑓𝑖
°
(1)

De modo geral, a constante de equilíbrio termodinâmico de uma reação em termos


de concentração (Kc) pode ser expresso pela equação 2.

(2)

Sendo a reação geral: aA+bB ⇌ cC+dD

1.1- Equilíbrio Líquido-Líquido

Muitas espécies químicas (∝ e β) ao serem misturadas tendem a um equilíbrio


termodinâmico dividindo-se em duas fases líquidas de diferentes composições, onde se o
sistema bifásico formado satisfazer a equação 1, é chamado de equilíbrio Líquido-Líquido.

2
O fenômeno de equilíbrio líquido-líquido é muito utilizado na indústria para extração
de solvente.

Para que um sistema seja considerado em equilíbrio químico, é necessário que


haja uniformidade de temperatura, pressão e fugacidade (fi) para cada fase do sistema.

O potencial químico, portanto, de uma solução em equilíbrio líquido-líquido obedece


a equação 3.

(3)

Onde G corresponde a energia livre de Gibbs.

Segundo PEREIRA (2001), a temperatura é uma importante variável na influência


do equilíbrio líquido-líquido, onde o aumento desta sobre o sistema pode provocar o
desaparecimento das duas fases que compõem o meio, pois tornará as substâncias
totalmente miscíveis.

Já a pressão pouco afeta o equilíbrio líquido-líquido, podendo ser desprezado


contanto que a pressão imposta ao sistema seja superior à pressão de saturação de
qualquer um de componentes na temperatura de trabalho. Segundo PEREIRA (2001), caso
a pressão imposta ao sistema seja superior à pressão de saturação de ao menos um
componente da mistura poderá existir a formação de uma fase gasosa que provocará
grandes alterações no comportamento do equilíbrio líquido-líquido.

2- OBJETIVO

Determinar a constante de equilíbrio de hidrólise de um éster em solução.

3- MATERIAIS E REAGENTES
Os materiais e reagentes utilizados para realização do experimento estão descritos
nos tópicos abaixo.

3
3.1- Materiais
● Balão volumétrico (50 mL, 500 mL)
● Erlenmeyer
● Béquer
● Bureta
● Haste universal
● Proveta
● Pipeta volumétrica (2 mL)
● Espátula

3.2- Reagentes
● Acetato de etila P.A. (ρ=0,9003 g/cm3, PM=88 g/mol)
● Ácido acético P.A. (ρ=1,0492 g/cm3, PM=60 g/mol)
● Etanol (ρ=0,7893 g/cm3, PM=46 g/mol)
● Ácido clorídrico 3 mol.L-1 (ρ=1,0640 g/cm3, PM=36,5 g/mol)
● Hidróxido de sódio P.A.
● Biftalato de potássio P.A. (PM=204,22 g/mol)
● Fenolftaleína
● Água destilada

4- PROCEDIMENTOS
4.1 Preparo das soluções a serem tituladas

Foram preparadas antecipadamente 11 soluções com as seguintes quantidades dos


reagentes citados anteriormente: acetato de etila, etanol, ácido acético e ácido clorídrico,
além de água destilada. A última solução na tabela abaixo (solução 12) foi preparada
momentos antes da titulação. Todas as soluções abaixo foram preparadas em balões
volumétricos de 50 mL.

4
Tabela 1: Volumes para o preparo das soluções.
Volume adicionado (mL)

Frasco Acetato de etila Água Etanol Ácido acético Solução de HCl 3 mol.L-1

1 0 25 0 0 25

2 25 0 0 0 25

3 20 5 0 0 25

4 20 0 5 0 25

5 20 0 0 5 25

6 15 10 0 0 25

7 15 0 0 10 25

8 15 5 5 0 25

9 15 0 10 0 25

10 15 0 5 5 25

11 15 5 0 5 25

12 15 10 0 0 25
Fonte: Roteiro da prática.

4.2 Preparo e padronização da solução de NaOH

Preparou-se uma solução de hidróxido de sódio de volume igual a 500 mL e


concentração 1 mol.L-1, o que foi feito através da pesagem de aproximadamente 20 gramas
de hidróxido de sódio, que foram diluídos em água destilada e transferidos para um balão
volumétrico de 50 mL, que teve seu volume completado.

Realizou-se então a padronização desta solução com biftalato de potássio, sendo


que este procedimento foi realizado em triplicata. Foram pesados cerca de 4 gramas de
biftalato de sódio, que foram transferidos para um erlenmeyer e ao qual se adicionaram
cerca de 100 mL de água a fim de promover sua diluição de forma mais completa e uma
gota do indicador fenolftaleína. A solução de hidróxido de sódio foi colocada em uma bureta
e a titulação foi conduzida até que houvesse a mudança de cor.

4.3 Titulações das soluções contendo éster

5
Para cada umas das 12 soluções, pipetou-se uma alíquota de 2 mL das mesmas e
transferiu-se para um erlenmeyer. Adicionou-se também a cada amostra 20 mL de água e
duas gotas do indicador fenolftaleína. Tendo a solução padronizada de hidróxido de sódio
como titulante, as amostras das soluções foram tituladas até que houvesse mudança de cor,
sendo esse procedimento realizado em triplicata para cada solução.

5- RESULTADOS
Os dados experimentais encontrados com a realização da prática estão dispostos
nas tabelas abaixo.
Para a realização das titulações, em cada solução foram utilizados os volumes de
NaCl dispostos na tabela 2.

Tabela 2: Volume de solução de NaOH gasto nas titulações e cálculo do número de milimol de ácido
acético titulado.
_ nº de milimol de CH3CO2H
Frasco V1/mL V2/mL Vi (Vi - V1)/mL
/mL 50,0 mL 10,0 mL 2,0 mL
1(branco 4,8 4,8 -
) 4,8 0,00 0,00 0,00
2 8,9 9,2 9,05 4,25 21,25 4,25 0,85
3 8,2 8,2 8,2 3,4 17,00 3,40 0,68
4 8,3 8,1 8,2 3,4 17,00 3,40 0,68
5 11,5 11,7 11,6 6,8 34,00 6,80 1,36
6 8,1 8,1 8,1 3,3 16,50 3,30 0,66
7 14 14,2 14,1 9,3 46,50 9,30 1,86
8 7,7 8,0 7,85 3,05 15,25 3,05 0,61
9 7,9 7,7 7,8 3 15,00 3,00 0,60
10 10,2 10,4 10,3 5,5 27,50 5,50 1,1
11 10,9 11,2 11,05 6,25 31,25 6,25 1,25
12 4,9 5,1 5 0,2 1,00 0,20 0,04
Fonte: Próprios autores.

A reação de equilíbrio termodinâmico observado está esquematizada abaixo:

6
● Para o Tubo 1 (Branco) temos:
𝑝𝑉 0,9003*25
𝑛Á𝑐𝑖𝑑𝑜 = 𝑀𝑀
= 88
= 0, 2558 𝑚𝑜𝑙 𝑎𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎
+ − −5
[𝐻 ] [𝐶𝑙 ] 2,304𝑥10 −4
𝑘𝑒𝑞 = [𝐻𝐶𝑙] [𝐻2𝑂]
= 0,1900876
= 1, 21𝑥10

● Para o Tubo 2 temos:


[Á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜] [𝐸𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙]
𝑘𝑒𝑞 = [𝐴𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜] [Á𝑔𝑢𝑎]
= 0, 2233
1,05*9,05
𝑛Á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 60
= 0, 159 𝑚𝑜𝑙

A Tabela 3 contém a molalidade de cada componente da mistura no início da reação


e após o equilíbrio.

Tabela 3: Molalidade, em milimol, de cada componente no início da reação e ao atingir equilíbrio,


considerando 50mL da solução e a indicação do sentido da reação.
Frasco Quantidades iniciais Quantidades no equilíbrio
s Sentido da Keq
Etanol Ácido Acetato Água Etanol Ácido Acetat Água
reação
acético de etila acético de etila
1 0,00 0,00 0,00 27,73 0,0048 0,0048 0 2,7126 → 1,21 x 10-4
2 0,00 0,00 5,12 0,00 0,159 0,159 0,097 1,167 → 0,2233
3 0,00 0,00 4,09 5,55 0,1435 0,1435 0,062 3,961 → 0,0839
4 1,72 0,00 4,09 0,00 0,086 0,086 0,119 1,276 ← 0,0487
5 0,00 1,75 4,09 0,00 0,086 0,086 0,118 1,275 → 0,0503
6 0,00 0,00 3,07 11,09 0,1418 0,1418 0,113 2,019 → 1,027
7 0,00 3,50 3,07 0,00 0,175 0,175 0 1,152 → 0,0266
8 1,72 0,00 3,07 5,55 0,086 0,086 0,067 4,018 ← 0,0270
9 3,43 0,00 3,07 0,00 0,086 0,086 0 1,155 ← 1,4890
10 1,72 1,75 3,07 0,00 0,067 0,067 0,067 1,241 → 0,8900
11 0,00 1,75 3,07 5,55 0,086 0,086 0,067 4,018 → 0,0274
12 0,00 0,00 3,07 11,09 0,0875 0,0875 0,067 2,072 → 0,5640

7
Nota: Sentido da reação:→ hidrólise do éster e/ou ← esterificação.

6 - DISCUSSÃO
As velocidades das reações químicas estão relacionadas com a temperatura,
pressão, catalisador, concentração de cada reagente, entre outros fatores. O crescimento da
temperatura por exemplo provoca um aumento na velocidade das reações químicas, sejam
elas endotérmicas ou exotérmicas, pois isso faz com que se atinja mais rápido o complexo
ativado. Enquanto o aumento da concentração dos reagentes desloca o equilíbrio para a
direita, acelerando a reação, o aumento da concentração dos produtos desloca o equilíbrio
para a esquerda, consequentemente indicando uma reação mais lenta. De acordo com o
princípio de Le Chatellier, quando um sistema em equilíbrio sofre algum tipo de perturbação,
ele tende a se reajustar a fim de diminuir os efeitos dessa perturbação e atingir novamente o
equilíbrio (ATKINS, 2006). Existem três fatores que podem gerar essa espécie de
“perturbação” numa reação em equilíbrio químico e assim provocar o seu deslocamento,
que são: concentração das substâncias participantes na reação, temperatura e pressão.
A adição de um catalisador não é um fator que altera o equilíbrio químico, porque
essas substâncias têm a capacidade de aumentar a velocidade da reação tanto no sentido
direto como no inverso. Outro fator importante a se considerar é que tanto a variação da
concentração como a variação da pressão não altera a constante do equilíbrio Keq, apenas a
temperatura. A média da constante de equilíbrio (K eq) é 0,0671 ou 67,1x10-2 .
Algumas fontes de erros podem ser detectadas na aferição do menisco e manuseio
de vidrarias e na validade dos reagentes. Também pode-se citar a análise empírica da
coloração da solução no processo de titulação, onde o ponto de viragem observado pelo
operador pode não evidenciar realmente o fim da titulação

7- CONCLUSÃO
Os resultados observados na realização desta prática, é perceptível que nas
alíquotas de soluções com mais concentração de ao menos um reagente, houve o
deslocamento do equilíbrio para a direita. No entanto, algumas divergências podem estar
relacionadas com a variação de temperatura de cada solução, uma vez que não foi tratado
com fator de controle, ou seja, expostas ao ambiente, uma solução poderá ter temperatura
maior ou menor que outra.

8- REFERÊNCIAS
[1] PEREIRA, M. A. P; Equilíbrio líquido - líquido em Sistemas Aquosos Eletrolíticos ,
com Álcoois Secundário e Terciário. Campinas:São Paulo. UNICAMP, 2001.

8
[2] SANDLER, S. L; Models for thermodynamic and phase equilibria calculations. New
York: M. Dekker, 1993. p.686.

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