A Polissemia Da Arte
A Polissemia Da Arte
A Polissemia Da Arte
A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato pelo qual,
trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza (ou pelo menos
algo que nos chame à atenção) ao se esforçar por dar expressão ao mundo material ou
imaterial que o inspira.
É inegável a existência de uma polissemia inerente à obra de arte, a qual surge como
plural, manifestando desse modo a sua riqueza.
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11ª Arte - Arte digital (integra artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e
programação).
Para além disso, podemos falar da polissemia da arte em relação aos vários
significados e interpretações que uma obra de arte pode ter. Cada pessoa,
dependendo da sua experiência de vida, do seu carácter, do seu temperamento e da
sua cultura, terá uma diferente interpretação relativamente a uma obra de arte,
podendo ou não gostar dessa obra. A arte apresenta um sentido totalmente subjetivo
(embora também se possam tomar critérios objetivos). Não é algo que nos possa ser
imposto, aliás, mesmo tendo consciência do desinteresse utilitário da arte, escolhemos
viver aquela experiência estética, vivendo-a ou durante a contemplação de uma obra
de arte ou da natureza ou vivendo-a no momento de conceção de uma obra de arte. É
algo que nos faz refletir e nos provoca uma multiplicidade de emoções, ou que nos
ajuda a exprimir em relação ao mundo.
Outra face da arte que prova o seu valor polissémico é o facto de ser capaz de
transmitir ideias reais e materiais ao mesmo tempo que transmite ideias surreais,
imaginárias, de forma indissociável. Com isto, quero dizer que o artista, partindo de
uma realidade concreta, consegue transmitir essa mesma realidade ao mesmo tempo
que transmite o que vai na sua imaginação e o que sente, que apresenta carácter
incomensurável, infinito e inacabado. Transmite uma realidade “transfigurada”. Algo
semelhante acontece com a natureza (o tal “sublime”).
Podemos ainda falar nas diferentes culturas do mundo, que têm cada uma o seu estilo
de arte. Cada cultura, partindo dos seus valores morais e mentalidades, vai criar
diferentes obras de arte com diferentes significados. Aliás, uma obra aceite numa
cultura, pode não ser aceite noutra. Através da arte, conseguimos compreender cada
cultura e até ver o mundo “com outros olhos”.
Tudo isto leva-nos a concluir que a arte é inerente ao ser humano e que não é possível
separar os dois pelo facto de a arte ser uma realidade humana indispensável. É
indispensável ao homem, sendo um animal simbólico, interiorizar o exterior (dar
significado ás coisas) e exteriorizar o interior (exprimir-se e revelar o que sente e
pensa). Concluímos, também, que a arte apresenta uma imensa vastidão de sentidos,
de características, de ideias, etc. É impossível falar na arte sem referir o seu valor
polissémico.