Watudo Do Processo de Dobramento de Tubos Usados em Caldeiras de Termeletricas
Watudo Do Processo de Dobramento de Tubos Usados em Caldeiras de Termeletricas
Watudo Do Processo de Dobramento de Tubos Usados em Caldeiras de Termeletricas
Daniel Pereira Medeiros 1, Helison Borges Rodrigues 2, Derek Manuel Luup Carvalho 3
[email protected] 1, [email protected] 2,
[email protected] 3
Resumo
O estudo trata de acompanhar e propor melhoria no processo de compactação de areia
em tubos cilíndricos utilizados em manutenções nas caldeiras das usinas do Complexo
Termelétrico Jorge Lacerda.
A compactação de areia tem como o objetivo de minimizar possíveis defeitos que podem
acontecer durante a conformação mecânica de dobramento dos tubos. Esses defeitos podem ser
caracterizados como: variação de espessura da parede do tubo, ovalização e ocorrência de
trincas superficiais na região deformada plasticamente.
Foi observado o processo atual de compactação usado a aproximadamente 40 anos,
proposto melhoria no método e comparado com o atual. Foi cronometrado o tempo de
compactação dos dois processos e realizados ensaios não destrutivos de medição de espessura,
dimensional de secção transversal e líquido penetrante.
Os resultados foram apresentados por meio de gráficos, e foi verificado que a proposta
obteve melhores resultados em vários ensaios.
Palavras-Chave: Dobramento de tubos, compactação de areia, conformação mecânica.
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1. Introdução
2. Revisão Bibliográfica
Para Almeida (2015) existem três tipos de manutenções que são consideradas como
principais: manutenção corretiva, a preventiva e preditiva. A manutenção corretiva deve ser
feita imediatamente. Então a manutenção corretiva é aquela que o equipamento parou, e a
equipe de manutenção deve consertá-lo rapidamente para resolver a falta na produção.
A manutenção preventiva foi criada para evitar ou não ter prejuízos causados por
paradas imprevistas, eliminar os defeitos e danos maiores nas máquinas. Com a inserção da
manutenção preventiva é preciso que o engenheiro de manutenção faça um estudo de todas as
manutenções corretivas que já foram feitas e da vida útil das peças, e do histórico de falhas e
quebras, para ter uma previsão de quando será preciso substituição. Esse método tem como
objetivo avaliar os efeitos que estão causando a diminuição da vida útil das peças (Almeida,
2015)
A manutenção preditiva tem como finalidade verificar a vida útil das peças e dos
componentes da máquina e equipamento ou instalações e, com isso, avaliar e anotar todos os
defeitos executando imediato uma manutenção corretiva para resolver os defeitos das máquinas
(Almeida, 2015)
2.2 Caldeiras
Conforme descrito na NR-13 (BRASIL, 2013), as caldeiras devem ter fixadas em sua
estrutura, em local de fácil visualização, uma placa de identificação com as seguintes
informações:
Fabricante;
Número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
Ano de fabricação;
Pressão máxima de trabalho admissível;
Pressão de teste hidrostático;
Capacidade de produção de vapor;
Área de superfície de aquecimento;
Código de projeto e ano de edição;
O dobramento de tubos, exemplificado na Fig.03, pode ser aplicado nas mais variadas
áreas da indústria, tal fato é possível devido ao conhecimento do comportamento dos metais na
conformação plástica. As aplicações no ramo da indústria são muitas, porém dentre elas pode-
se citar: mudanças na direção de fluidos; criação de peças com formas complexas e que
necessitem ter a mesma seção transversal (Martins; Rodrigues, 2005).
Algumas questões devem ser observadas para que se possa alcançar um dobramento
livre de deformidades indesejadas. Para determinar a melhor execução de um processo de
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dobramento deve-se considerar alguns aspectos, tais como; espessura da parede, material e
diâmetro do tubo, raio de dobramento e ovalização devido ao procedimento (Martins;
Rodrigues, 2005).
maior for o diâmetro e a espessura do material, maior a dificuldade será de dobrar. As dobras
de tubos por tração manual são basicamente compostas por duas ferramentas, conforme Fig.
04, nomeadas como matriz e morsa, que são alteradas conforme o diâmetro do tubo a ser
dobrado (Lampert, 2015).
pode-se se colocar areia no interior do tubo, e fazer o dimensionamento correto de mandris (em
processos que possuam o recurso) (Martins; Rodrigues, 2005).
As transformações no perfil transversal em tubos dobrados mostrados na Fig. 05, são
divididas por um plano nomeado como “linha neutra”, que separa a seção em duas zonas. Na
zona externa, “extradorso” sofre tração, acarretando a redução na parede. A zona interna é
chamada de “intradorso” e passa por compressão e por consequência sofre um aumento de
espessura, podendo criar rugas ou estrias conforme ilustração mostrada na Fig. 05. (Martins;
Rodrigues, 2005).
Figura 07 - Equações das razões entre diâmetro nominal externo e espessura da parede
do tubo e entre o raio da curva e o diâmetro nominal externo do tubo (Autor).
3. Procedimento Experimental
Para realizar a compactação com martelete pneumático, foi confeccionado por meio de
usinagem um batedor de aço carbono SAE 1045 com extremidade de alumínio e geometria
semicircular de acordo com a Fig. 12.
A geometria da extremidade do batedor de alumínio foi desenvolvida para direcionar o
impacto no centro dos tubos. O material foi escolhido por ser dúctil, sendo assim o tubo recebe
o impacto necessário sem ser danificado.
Para realizar a comparação entre os processos foram utilizadas seis amostras, três
amostras para cada processo de compactação conforme Fig. 13. Foram realizados os seguintes
ensaios não destrutivos após a conformação por dobramento das amostras; líquido penetrante,
medição de espessura por ultrassom e dimensional com paquímetro digital. Os dois processos
de compactação de areia foram cronometrados para posterior comparação de tempo de
execução.
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Foi realizado o tamponamento com rolha de madeira em uma das extremidades dos
tubos, posicionado as amostras de forma vertical e realizado o enchimento com areia. Foi
compactado o material de forma manual, por meio de golpes com bastões de alumínio contra
os tubos para que o ar seja retirado do seu interior. Após a compactação da areia a extremidade
superior de cada amostra também foi tamponada. A Fig. 14 mostra o batimento manual para
compactação da areia no tubo.
Foi realizado o tamponamento com rolha de madeira em uma das extremidades dos
tubos, posicionado o mesmo de forma vertical e realizado o enchimento dos tubos com areia.
Foi compactado o material com um martele pneumático no centro dos tubos conforme Fig. 15.
Figura 18 – Ilustração dos pontos onde foram realizadas as medições de espessura (Autor).
Com os dados obtidos a partir do ensaio de medição de espessura foi realizado cálculo
de variação de espessura de parede ao longo das curvas por meio da seguinte equação:
𝑇𝑜 − 𝑇
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 (%) = { } ∗ 100
𝑇𝑜
Onde:
To = espessura antes do dobramento.
T = espessura após o dobramento
Foi realizado dimensional nas secções transversais A, B e C das seis amostras com
paquímetro digital de resolução de 0,01 mm conforme mostrado na Fig. 19.
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Figura 19 – Foto ilustrando como foi realizado dimensional com paquímetro digital (Autor).
Após as medições foi verificado o percentual de ovalização que ocorreu nos pontos
mostrados na Fig.19 por meio da seguinte equação:
𝑋−𝑌
𝑂𝑣𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 (%) = { } ∗ 100
𝐷
Onde:
X = diâmetro maior
Y = diâmetro menor
D = diâmetro externo nominal
4. Resultados e Análises
Figura 20 – Foto mostra duas amostras ensaiadas, uma das amostras foi compactada a areia de
forma manual e a outra com o martelete pneumático (Autor).
Os dados obtidos a partir dos ensaios descritos no item 3.7 foram inseridos em uma
planilha de Excel. A partir da planilha foram realizados cálculos de variação de espessura na
região do dobramento dos tubos. Foram realizados cálculos de média de variação de espessura
para as amostras da compactação manual e as amostras da compactação mecânica.
Para melhor visualização dos resultados foram criados quatro gráficos com intervalo de
confiança de 95% e 3 medições comparando as duas formas de compactação de areia.
A Fig.21 mostra um gráfico comparando os resultados da variação de espessura nos
pontos A, B, C dos processos de compactação. Foi observado que o resultado obtido no ponto
“A” a compactação mecânica obteve melhor o resultado devido ter variado menos espessura.
Nos pontos B e C não existe diferença significativa, levando em consideração que os
intervalos de confiança das amostras se cruzaram. Os pontos mostrados no gráfico abaixo são
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do raio interno das curvas, ou seja, a única região onde houve aumento de espessura de parede.
Todos os outros pontos houve redução de espessura de parede das amostras.
Figura 23– Gráfico de comparação entre os processos de compactação manual x mecânico dos
pontos G, H, I para redução de espessura (Autor).
Conforme Fig.24 os resultados de variação de espessura nos pontos J, L, M dos
processos compactação de areia foram praticamente iguais em função das barras de intervalo
de confiança também estarem se cruzando.
Com dados obtidos dos ensaios de dimensional com paquímetro digital também foi
criado um gráfico para melhor visualização das médias dos ensaios.
O gráfico da Fig. 25 mostra os resultados em percentual de ovalização nos pontos A, B
e C para os dois processos de compactação de areia, onde os resultados da compactação
mecânica foi melhor no ponto A.
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Nos pontos B e C não houve diferença significativa nos resultados dos processos devido
as barras de intervalo de confiança estarem se cruzando.
04:19
03:36
02:53
02:10 03:18
01:26
00:43
00:00
5. Conclusões
Agradecimentos
Ao professor Derek Manuel Luup Carvalho que teve papel muito importante durante
todo desenvolvimento desde trabalho e ao professor Franco Wronski Comeli que sempre
mostrou-se disponível para sanar possíveis dúvidas.
Bibliografia
GONZÁLEZ, Paula Cristina Salas. Técnicas não convencionais para dobramento de tubos
de parede fina usando elastômero. 2000. 167 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica)
– ITA, São Jose dos Campos, 2000.
HU, Z. Elasto-plastic solutions for spring-back angle of pipe bending using local induction
heating. Journal of Materials Processing Technology, Maryland Heights, v. 102, n. 1-3, p.
103-108, May 2000. ISSN doi:10.1016/S0924-0136(00)00443-X.