Triangulação em SST Vol. 2 1
Triangulação em SST Vol. 2 1
Triangulação em SST Vol. 2 1
TRIANGULAÇÃO
EM SAÚDE E SEGURANÇA
DO TRABALHO
Gestão, Engenharia e Comportamento
volume 2
Editora Pascal
2020
2020 - Copyright© da Editora Pascal
Revisão: Os autores
Conselho Editorial
Formato: PDF
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN: 978-65-80751-14-3
D.O.I.: 10.29327/511411
CDD: 869.8
CDU: 331:316.776:331.07
2020
www.editorapascal.com.br
[email protected]
APRESENTAÇÃO
Fabio A. S. Arruda
Organizador e coautor
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1........................................................... 1
CAPÍTULO 2......................................................... 21
CAPÍTULO 3......................................................... 47
CAPÍTULO 4......................................................... 83
RESUMO
A
tecnologia da informação tornou-se um pré-requisito para
as organizações, as ferramentas que ela possibilita tor-
naram-se essenciais para o gerenciamento de seus pro-
cessos. No terminal portuário de uma empresa de mineração
estudada, utiliza-se o Power BI para a gestão dos assuntos rel-
acionados à Segurança do Trabalho, com o objetivo de apre-
sentar informações que possam contribuir para a tomada de
decisão na organização. O estudo configurou-se metodologica-
mente como qualitativo, descritivo e exploratório, e seus resul-
tados apresentaram que o objetivo da ferramenta está sendo
alcançado neste terminal e busca compreender de que forma
o Power BI pode contribuir para o processo decisório em um
terminal portuário de uma empresa de mineração em São Luís.
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1. INTRODUÇÃO
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Vol. 2
sa de mineração os riscos ao trabalhador no desenvolvimento
de suas atividades são elevados. Dessa forma o uso de indi-
cadores de Segurança do Trabalho possibilita o planejamento,
controle e execução do trabalho, visando reduzir os riscos iner-
entes à tarefa a ser executada.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo principal analisar
se a utilização do Power BI contribui ou não de forma eficaz
para a tomada de decisões na Segurança do Trabalho em um
Terminal Portuário de uma empresa de mineração em São Luís
do Maranhão.
Diante o exposto, torna-se evidente que para que sejam
elaborados planos de ação na área de Segurança do Trabalho, é
necessário tomar decisões baseadas em dados e informações,
com isso o Power BI apresenta-se como ótima alternativa para
transformar bancos de dados em informações coerentes e uti-
lizáveis pelas empresas. Portanto, o problema deste trabalho
define-se em: Como o Power BI pode ser utilizado como ferra-
menta estratégica na tomada de decisões de Segurança do Tra-
balho em um Terminal Portuário de uma empresa de mineração
em São Luís ?
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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acessar cada tipo de informação.
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Vol. 2
à definições de perfil de clientes (AHUMADA-TELLO et al, 2012)
Corrobora Oliveira e Pereira (2008):
O BI ajuda organizações a acessar informação
sintetizada de forma fácil para a tomada de decisão.
Nesse processo, o ato de transformar dados em
informações úteis e significativas, terá como destino
a distribuição destas informações para aqueles que
realmente precisarão delas e que poderão tomar
decisões corretas e na hora certa.
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2.4 Power BI
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3. MÉTODO
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Vol. 2
suas necessidades, para 88,89% dos colaboradores as infor-
mações são totalmente adequadas e 11,11% consideram que
são parcialmente adequadas. Os relatórios do Power BI Colab-
oração foram desenvolvidos observando as dificuldades encon-
tradas pelas gerências em ter acesso à algumas informações,
como indicadores proativos e reativos e taxa de incidentes, o
que explica o percentual relevante de colaboradores que acredi-
tam que a ferramenta atende às suas necessidades.
A quarta questão possui o intuito de conhecer o nível de
confiabilidade das informações apresentadas. Cerca de 88,89%
acreditam que as informações são totalmente confiáveis e
11,11% as consideram parcialmente confiáveis. Torna-se váli-
do ressaltar que a confiabilidade das informações de qualquer
relatório do Power BI depende diretamente de onde são retira-
dos os bancos de dados, de qual Sistema de Informação etc. Ter
informações confiáveis é um requisito mínimo para a gestão de
qualquer assunto relacionado à Segurança do Trabalho e conse-
quentemente ao processo de tomada de decisão.
Na quinta questão buscou-se saber se os relatórios do
Power BI Colaboração contribuem para uma melhor tomada
de decisão em assuntos relacionados à Segurança do Trabalho.
Para 88,89% dos entrevistados as informações disponíveis nos
relatórios contribuem totalmente para uma melhor tomada de
decisão e de acordo com os 11,11% restantes contribuem par-
cialmente no processo decisório. Este é o principal objetivo das
ferramentas de Business Intelligence, utilizar dados, tecnolo-
gia e conhecimento humano para contribuir para o processo de
tomada de decisão. Diante disso, pode-se dizer que o Power BI
Colaboração atendeu a seu principal objetivo para com a área
operacional, auxiliar nos decretos relacionados à Segurança do
Trabalho.
Na questão seguinte foi questionado sobre os principais
benefícios que a implantação da ferramenta proporcionou, não
limitando o número de alternativas que poderiam responder. Os
resultados desta pergunta são observados no gráfico abaixo:
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Vol. 2
na empresa como o SAP Lumira, utilizado para automatizar in-
formações e apresenta-las em visualizações interativas, e até
mesmo o Microsoft Excel, que muitas vezes é utilizado para
armazenar banco de dados e gerar gráficos que possa auxiliar
no processo de decisão, 88,89% dos interrogados concordam
totalmente e 11,11% concordam parcialmente. O Power BI
leva vantagem sobre estas outras ferramentas devido ao fato
de conseguir vários bancos de dados de muitos sistemas difer-
entes, comparando com as citadas acima a ferramenta da Mic-
rosoft poderia criar relatórios unindo as informações do Lumira
e do Excel.
Por último foi questionado se haveria alguma sugestão de
melhoria no painel do Power BI colaboração, 77,78% respond-
eram que não possuem sugestões de melhoria, 11,11% respon-
deram que poderiam ter mais informações sobre o Sistema de
Gestão Integrada de SSMA (SGI) e os outros 11,11% disseram
que alguns gráficos podem ser maiores para facilitar na monta-
gem dos materiais de apresentações de segurança da gerência.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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em uma empresa do segmento de serviços de valor agregado (SVA).
Perspectivas em ciência da informação, v.20, n.4, p. 107-128, out./
dez. 2015.
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Fabio A. da S. Arruda
crosofttech/Power-bi-muito-alem-de-business-intelligence/. Acesso
em: 3 set. 2019.
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ção. Belo Horizonte, v. 19, n.2, p. 106-117, abr./jun 2014.
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ESTRATÉGIA DE VENTILAÇÃO
FORÇADA PARA PROTEÇÃO DA SAÚDE
DO TRABALHADOR
RESUMO
P
oluentes no ambiente ocupacional agridem a saúde do tra-
balhador causando danos a curto, médio e longo prazo,
além de trazer prejuízo para a indústria. Para que os riscos
químicos possam ser amenizados, a ventilação forçada diluidora
pode ser utilizada. Neste trabalho foi feito um estudo de caso,
onde a ventilação geral diluidora foi utilizada para minimizar os
efeitos de um poluente, o CO2. Para o estudo de caso proposto,
foi encontrado que para manter o ambiente salubre com con-
centrações de CO2 é necessário uma taxa de de renovação de ar
de 214 m3 de ar por hora e que o tipo de ventilação proposta é
totalmente aplicável.
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1. INTRODUÇÃO
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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2015)
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
solventes, poeira de madeira. (EU-OSHA, 2019)
Alergênicos: também conhecidos como sensitivos são
substâncias que podem causar hipersensibilidade (alergia) ao
sistema imunológico. Podemos citar como exemplo de alergêni-
cos ocupacionais como substâncias naturais como poeira, pelo
de animallatex, resina epóxica, tintas, adesivos, acrilatos, iso-
cianetos, metais como níquel e cobalto (EU-OSHA, 2019)
Carcinogênicos: são químicos capazes de causar cânc-
er em seres humanos. Uma lista de produtos e substâncias
químicas foi preparada pela Agência Internacional de Pesquisa
sobre Câncer (IARC). (LIM, 2014)
Mutagênicos: são substâncias químicas que podem alter-
ar as células do DNA (mutações), o que pode resultar em várias
doenças ou anormalidades em gerações futuras. Mutagênicos
tais como clorofórmio e óxido de etileno podem afetar células
do sistema reprodutivo (esperma e óvulos). Outros mutagênic-
os incluindo benzeno, chumbo, cloreto de vinila, podem afetar
células que não são parte do sistema reprodutivo (rins, fígado
ou células sanguíneas) (LIM, 2014).
Teratogênicos: São agentes ambientais tais como dro-
gas, vírus, déficit de nutrientes elementos físicos ou químicos
que, ao entrarem em contato com embrião/feto podem causar
anomalias, gerando permanentes mudanças funcionais e mor-
fológicas no recém nascido (SHEPARD, 1982). Metil-mercúrio,
chumbo e xileno são alguns exemplos de teratogênicos quími-
cos. O feto entre 2 a 8 semanas estão entre os de maiores risco
(LIM, 2014)
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Fase gasosa de
uma substância
Acetona, Gasolina,
que é líquida Gotículas extramente
Vapor Clorofórmio,
ou sólida à pequenas
Estireno, Iodo
temperatura
ambiente.
Partículas sólidas
com uma relação Fibras inaláveis:
entre espessura 0.01 a 100 µm
Fibras Asbestos, sílica e diâmetro.
Fibras são visíveis Fibras respiráveis: <
apenas em altas 10 µm
concentrações.
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As gotículas
Soluções pulverizadas Partículas que
da solução são
tais como tintas, variam entre 0.01
Névoas maiores do que
banhos de µm to 100 µm
as de um vapor -
galvanoplastia, etc.
partículas líquidas
Tabela 1: Contaminantes e suas propriedades
Fonte: Adaptado de HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE (2018)
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Câncer Substâncias ou Processos
Arsênico, asbestos, cádmio, cromatos,
Pulmão gaseificação do carvão, refinamento de níquel,
fundição, rádon, fuligem, sílica
Produção e Alumínio, Indústria da borracha,
Bexiga
produção de chumbo, 4-aminobifenil, benzidina
Fomaldeído, alcool isopropílico manufaturado,
Cavidade nasal gás mostarda, refinamento de níquel, poeira de
chumbo, poeira de madeira.
Laringe Asbesto, alcool isopropílico, gás mostarda.
Faringe Formaldeído, gás mostarda.
Mesotelioma Asbesto
Linfático e Hematopoiético Benzeno, óxido de etileno, herbicidas, raios-X
Lábio Luz do Sol
Fígado Arsênio, cloreto de vinila
Pele Arsênio, óleo mineral, luz do sol
Tabela 2: Tipos de câncer e possíveis causadores
2.5.2.1 Silicose
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2.5.2.2 Asbestose
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Vol. 2
formam grandes cicatrizes, de pelo menos 1,3 cm de diâmetro
nos pulmões como reação à poeira. (LARA, 2018)
Em geral a pneumoconiose dos carvoeiros é simples e as-
sintomática. No entanto, pessoas portadoras dessa doença po-
dem sentir falta de ar com esforços leves, já que as vias aere-
as sçao afetas com bronquite ou enfisema. Fumantes são mais
suscetíveis à essas doenças. (LARA, 2018)
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Vol. 2
controle da temperatura, alta ou baixa humidade, etc. (OSHA,
2017). Um ambiente com nível de oxigênio menor que 19,5%
apresenta uma deficiência desse gás, sendo contaminados
por aerodispersóides, gases, vapores que promovam riscos à
vida e à saúde ou situações que produzam efeitos nocivos a
longo prazo.
2.6.1 Amônia
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Poeiras
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3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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C = 5000 ppm (concentração admissível de CO2)
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ATSDR,U.S. Agency for toxic substances and disease regis-
try. Chemicals, Cancer and You. Disponível em <https://www.ats-
dr.cdc.gov/emes/public/docs/Chemicals,%20Cancer,%20and%20
You%20FS.pdf, 2019. > Acesso em: 02 de setembro de 2019.
BOFFETTA,Paolo;NYBERG,Fredrik. Contribution of environmen-
tal factors to cancer risk. British medical bulletin, v. 68, n. 1, p.
71-94, 2003. Disponível em: <https://academic.oup.com/bmb/arti-
cle/68/1/71/421220>. Acesso em: 10 de outubro de 2019.
41
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
EBERTING, C. L. Irritant contact dermatitis: Mechanisms to re-
pair. J Clin Exp Dermatol Res, v. 5, n. 246, p. 2, 2014. Disponível
em:<https://www.researchgate.net/profile/Cheryl_Lee_Eberting/
publication/276315660_Irritant_Contact_Dermatitis_Mechanisms_
to_Repair/links/56b7a64408ae44bb330bb275.pdf>. Acesso em 18
de julho de 2019.
42
Fabio A. da S. Arruda
Health and Safety Executive. Asbestos-related diseas-
es in Great Britain, 2018. Disponível em:< http://www.hse.gov.uk/
statistics/causdis/asbestos-related-disease.pdf> Acesso em: 26 de
outubro de 2019.
LIM,John Wah;KOH,David. Chemical Agents that Cause Occupa-
tional Diseases. The Wiley Blackwell Encyclopedia of Health, Ill-
43
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
ness, Behavior, and Society, 2014.
Occupational Safety and Health Administration (OSHA). Diesel Ex-
haust. Disponível: <https://www.osha.gov/dts/ hazardalerts/diesel_
exhaust_hazard_alert.html.> Acesso em 23 de outubro de 2019.
Occupational Safety and Health Administration (OSHA). Introduc-
tion to Industrial Hygiene. Disponível em:< https://www.osha-
train.org/courses/studyguides/750studyguide.pdf>. Acesso em 25 de
outubro de 2019.
44
Fabio A. da S. Arruda
SHEPARD,T.H. Detection of human teratogenic agents. The Jour-
nal of pediatrics, v. 101, n. 5, p. 810-815, 1982.
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3
REESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO
DE POSTO DE TRABALHO PARA
ATENDIMENTO NORMAS DE SAÚDE E
SEGURANÇA
RESUMO
O
objeto deste estudo é uma edificação situada nos limites
de tombamento de proteção federal no Centro de São
Luís. Mesmo possuindo um valor histórico, o imóvel está
sendo usado como uma oficina de reparo de motocicletas e bi-
cicletas sem manutenção e nem adaptação ao seu novo uso. A
fim de se obter um ambiente laboral favorável à saúde e segu-
rança do trabalhador, seriam necessárias adequações, que não
ocorreram, gerando um espaço improvisado e desorganizado,
em péssimas condições de conservação e higiene, culminando
em um ambiente de trabalho insalubre, sem requisitos bási-
cos de saúde e segurança. Portanto, é necessário que haja a
reestruturação do espaço de trabalho em um novo layout, que
atenda as necessidades da oficina e siga as Normas de Saú-
de e Segurança do Trabalho sem comprometer a integração do
imóvel com o entorno. A metodologia aplicada constituiu-se
da observação do local durante o trabalho, fazendo-se medi-
ções e relatórios fotográficos, de pesquisas bibliográficas e em
artigos da internet sobre o assunto, de consulta às Normas Re-
gulamentadoras e de entrevistas não estruturadas com o dono
e funcionários da oficina. Em analise aos resultados obtidos e
aos riscos presentes, constatou-se que, além da renovação do
layout de trabalho, o imóvel precisaria de uma reforma com
substituição de todos os materiais de revestimento e acaba-
mento. Para isso, foram feitos estudos sobre os fluxos laborais,
levando em conta o atendimento ao cliente e o conforto do tra-
balhador, culminado em um projeto com um novo layout, aten-
dendo as expectativas de todos os envolvidos.
Palavras-chave: segurança; trabalho; historicidade.
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1. INTRODUÇÃO
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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tério do Trabalho aprovou a Portaria n° 3.214, em 1978, a qual
instituiu as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medici-
na do Trabalho (NR’s), como o intuito de minimizar as perdas
e prevenir acidentes ocupacionais (PEREZ, 2017). As normas
referentes à segurança e medicina do trabalho são regidas de
acordo com os artigos 154 a 201 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), da lei n° 6.514 de 22 de dezembro de 1977
(BRASIL, 2016).
Atualmente, as micro e pequenas empresas são impor-
tantes elos econômicos que geram muitos empregos e movi-
mentam a economia brasileira, mas são elas que apresentam
os maiores déficits em relação às condições de trabalho, tendo
pouca ou nenhuma preocupação com a saúde e a segurança do
trabalhador, seja por falta de interesse dos proprietários ou por
desconhecimento dos trabalhadores. Dentre os diversos ramos
que apresentam riscos consideráveis aos trabalhadores estão
as oficinas mecânicas.
Os principais riscos que podem ser encontrados no am-
biente de trabalho estão elencados na Portaria n° 25 de 29 de
Dezembro de 1994, segundo a tabela 1 a seguir:
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Imposição de
Frio Gases Parasitas ritmos exces- Eletricidade
sivos
Trabalho em Probabilidade
Calor Vapores Bacilos turno e notur- de incêndio
no ou explosão
Substâncias,
compostas Jornadas de Armazena-
Pressões
ou produtos trabalho pro- mento inade-
anormais
químicos em longadas quado
geral.
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Vol. 2
tam aproximadamente 16,70% dos acidentes de todo o país, o
que é um número elevado, evidenciando a atenção que o setor
necessita, valendo ressaltar ainda que muitas empresas encon-
tram-se na irregularidade e não reportam acidentes, o que tor-
naria esse número ainda maior caso houvesse um controle mais
efetivo.
É obrigatória a aplicação das Normas Regulamentadoras
em qualquer ambiente de trabalho, bem como é de responsa-
bilidade do empregador informar ao trabalhador o risco ao qual
ele está exposto bem como a maneira de se proteger dele (Bra-
sil, Portaria 25, 1994).
A Norma Regulamentadora NR-06 (ENIT, 2018), estabe-
lece que Equipamento de Proteção Individual, ou EPI é “todo
aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha
associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simul-
taneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança
e a saúde no trabalho”. A mesma ainda afirma que é dever
do empregador “fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e fun-
cionamento” e ainda ensiná-los como usar, higienizar e manter.
Para que haja a identificação do EPI adequado ao tipo de risco,
deve-se desenvolver o Programa de Prevenção de Riscos Am-
bientais ou PPRA (NR-09) e o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional ou PCMSO (NR-07), nos quais deverão ser
elencadas todas as atividades da empresa, identificando os ris-
cos, as medidas de mitigação, controle e eliminação desses ris-
cos, bem como os exames ocupacionais que monitorem a saúde
dos trabalhadores (PEREZ, 2017).
No Brasil, a cultura de prevenção de acidentes ocupacionais
ainda é vista, na maioria das vezes, apenas como um gasto de
alto custo para a maior parte das empresas, não sendo enten-
dida como um investimento, que a longo prazo, aumenta a pro-
dutividade diminuindo o número de interrupções no trabalho,
reduzindo os custos; porque embora necessite um investimento
inicial para implementação, gera menos gastos com licenças
e até com planos de saúde, uma vez que o valor diminui com
a redução da quantidade de sinistros, e ainda diminui a quan-
tidade de afastamentos evitando gastos de tempo e dinheiro
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Fabio A. da S. Arruda
3. MÉTODO
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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as da fachada. Nenhum dos materiais visíveis do revestimento é
original e os mesmos também se encontram em estado de des-
gaste profundo, portanto, a melhor opção é a substituição dos
mesmos, conforme se é visto na Figura 2 (a, b e c).
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Vol. 2
O tipo de luminárias sugeridas para o novo layout do ambi-
ente de trabalho, foi feito com base nos dados citados anterior-
mente, o que gerou os seguintes resultados:
Considerando-se o mínimo estabelecido em norma de 500
lux/m² na área de execução dos serviços tem-se que a área
de 33,51m² necessitará de um total de 16.755 lúmens, ad-
otando-se uma luminária de LED de embutir de 25W, gerando
aproximadamente 2.250 lúmens por luminária, para a área do
salão serão necessárias em torno de 8 luminárias com estas
especificações para se atender a norma, a sugestão é que elas
sejam locadas iniciando-se na estação de trabalho, conforme
pode ser visto na Figura 4.
Na área do salão menor, espaço com menor fluxo, com-
posto no novo layout pela parte de armazenamento e pelo ban-
heiro, será considerado o valor de 150 lux, estabelecido em nor-
ma, logo será necessária para o banheiro apenas uma luminária
do tipo bulbo de LED de 5W, pois esta gerará aproximadamente
450 lúmens, atendendo a área do ambiente que precisaria de
378 lúmens. Na parte de armazenamento, foram propostas lo-
cação de 3 luminárias tipo bulbo de LED de 6W cada, gerando em
torno de 1.620 lúmens, atendendo a iluminância estabelecida
para a área do ambiente que seria de no mínimo 1.062 lúmens,
sugere-se a locação das luminárias em pontos estratégicos, que
também podem ser vistos na Figura 4.
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Fabio A. da S. Arruda
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Vol. 2
de maneira intermitente é de 85 dB, portanto, analisando os
dados obtidos, o ruído presente no local de trabalho está bem
abaixo do tolerável, pois ocorreram ultrapasse desse limite em
apenas dois momentos durante testes de motor de motocicleta,
que não duraram mais que 2 ou 3 minutos. Logo, a sugestão é
que nesses momentos de pico sejam utilizados os abafadores
de ruídos, para se assegurar ainda mais a saúde auditiva do
trabalhador.
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Fabio A. da S. Arruda
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
mento e transporte manual de peso, no caso de motocicletas
que tem que ser levadas ao interior da oficina, que apesar do
desnível não possui rampa. Foi visto também a postura inade-
quada, na hora de fazer serviços nas partes mais baixas das
motocicletas.
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Fabio A. da S. Arruda
incêndio.
Como pode ser visto, a maioria dos riscos encontrados está
relacionado a três pontos principais: à precariedade da estrutu-
ra física, o que pode ser resolvido com uma reforma e limpeza
geral; a falta de organização do layout do ambiente de trabalho,
para o qual será proposto um novo layout; e a falta de uso de
EPI, que pode ser resolvido com a entrega do EPI aos empre-
gados pelo empregador e pela conscientização dos mesmos em
relação ao uso dele. Em relação à falta de noção de segurança
do trabalho, foi sugerido ao empregador que fizesse o PPRA, no
caso, contratasse alguém para fazer e assim que fosse feito, o
mesmo fizesse reuniões com os funcionários para dar conheci-
mento a eles sobre os riscos aos quais eles estão expostos, bem
como sobre a importância do uso correto do EPI na realização
das tarefas.
Em relação à ausência do extintor, no novo layout foi re-
servado o local devidamente sinalizado, segundo as recomen-
dações da NR 23 e da NBR 13434, bem como foi feita a rota de
fuga e iluminação de emergência (NBR 10898), tudo devida-
mente sinalizado conforme recomendações da NR 26.
Como é um local pequeno, com uma área total de aproxi-
madamente 43,12m², seguindo as recomendações da NR 23,
um extintor do tipo ABC atende, tanto em questão da classe
de incêndio, quanto no quesito distância do extintor, uma vez
que em análise as maiores ocorrências neste ambiente podem
ser da classe B (incêndios ocorridos em combustíveis líquidos
ou gases combustíveis) e C (incêndios ocorridos em materiais
energizados) e bem em menor quantidade da classe A (incên-
dios ocorridos em materiais fibrosos ou combustíveis sólidos).
Logo o extintor do tipo ABC locado em ponto estratégico, con-
forme pode ser visto no novo layout é suficiente, pois segundo
a norma a distância máxima a ser percorrida para classe B e C
em risco médio é 15m, o que é atendido com um extintor.
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
um lugar para colocar as motos em espera e ou bicicletas; as
ferramentas devem estar em local de fácil acesso; deve-se ter
prateleiras para estocar óleos, graxas e outros fluidos. Deve-
se ter ainda um lugar de apoio, pode ser um balcão que tenha
bebedouro e cafezinho, e próximo a esse lugar um espaço para
espera de clientes com algumas cadeiras e um lugar para colo-
car papéis, dinheiro e etc. Após o estudo do programa e análise
dos fluxos, chegou-se ao organograma apresentando na Figura
10.
70
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71
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
lado dessa área, mais centralizada, à frente da área de serviços
de motos, haverá um quadro na parede, no qual serão coloca-
das todas as ferramentas de maneira visível. Em baixo dele ha-
verá um móvel para apoio de ferramentas e colocação de fluídos
que estão em utilização, todos devidamente identificados e ro-
tulados segundo recomendações da NR 26. Na área de serviços
de motos, visando a ergonomia em atendimento a NR 17, será
colocado o elevador de motos para realização dos serviços de
maneira a evitar a postura inadequada do operador.
No segundo espaço, haverá um banheiro com chuveiro,
uma bacia sanitária e um lavatório atendendo plenamente aos
funcionários, visto que são todos do sexo masculino, asseguran-
do ainda os requisitos da NR 24. Ao lado do banheiro, ficarão os
armários para guarda dos pertences dos funcionários, em frente
a eles haverá prateleiras para estocagem de peças e materiais
e a frente delas, estará o local para bicicletas em espera. Todo
esse arranjo será figurado e justificado na configuração do novo
layout (Figura 11) e nas figuras em 3D que o seguem.
72
Fabio A. da S. Arruda
73
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
dade e de fácil limpeza, na parte de serviços será colocado um
piso emborrachado para evitar quedas, uma vez que fluídos são
manuseados nesse espaço. Na rampa de acesso também se
indica o piso emborrachado. Para as paredes é recomendável a
aplicação de uma tinta lavável porque o manuseio de graxas no
local gera muita sujeira. No banheiro, o piso deve ser antider-
rapante e deve haver revestimento cerâmico nas paredes com
a finalidade de conservação da higiene, alguns desses materiais
já estão especificados no novo layout.
Para melhor identificação das vistas em 3D em imagens
renderizadas, abaixo está um esquema de identificação das vis-
tas (Figura 12), posicionado de acordo com a visão do ponto
de observação, sendo elas duas vistas do salão principal A e B
(Figuras 14 e 15), e uma planta baixa humanizada (Figura 13),
para que possa ser visto também o salão menor, que por conta
do tamanho não foi possível realizar uma vista isolada, tudo
para uma melhor visualização da projeção do novo layout.
74
Fabio A. da S. Arruda
75
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
76
Fabio A. da S. Arruda
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
REFERÊNCIAS
78
Fabio A. da S. Arruda
79
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
PEREZ, Mariana S. Levantamento e análise de riscos ocupacionais em
oficina mecânica automotiva e propostas de medidas de controle. VII
Encontro Brasileiro de Engenharia de Produção. Ponta Grossa - PR.
Dez. 2017. Disponível em:<http://docplayer.com.br/64698219-Le-
vantamento-e-analise-de-riscos-ocupaci onais-em-oficina-mecani-
ca-automotiva-e-propostas-de-medidas-de-controle.html>. Acesso
em 22, set, 2019.
80
Fabio A. da S. Arruda
81
4
RESUMO
A
s empresas buscam investir cada vez mais em melhoria
contínua dos seus negócios, seja através da adoção de
novas tecnologias ou na inovação da forma de fazer, do
método ou de equipamentos, ou na gestão do capital huma-
no, neste contexto um programa de gestão comportamental se
apresenta como mais uma alternativa para a empresa atingir os
seus objetivos organizacionais. A metodologia de pesquisa se
utilizou de métodos mistos, assim combina pesquisa qualitativa
e quantitativa tendo como intensão generalizar os resultados
qualitativos, e aprofundar a compreensão dos resultados quan-
titativos. O objetivo deste estudo é analisar os resultados do
diagnóstico de clima e cultura elaborado para implementação
de um programa de gestão comportamental em uma empre-
sa do segmento de mineração. Os resultados apontam para a
importância da implantação do programa de gestão compor-
tamental para os resultados de segurança, ao mesmo tempo
salienta que a implantação deste tipo de programa é lenta e a
mudança de cultura leva anos para ocorrer, estima-se que pelo
menos 5 anos para a empresa mudar de um estágio para outro.
84
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
85
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
de atividades, avaliação de eficácia, análise de riscos e vulne-
rabilidade, dentre outras medidas. Algumas destas ações são
altamente eficientes para prevenir acidentes do trabalho e ou-
tras apresentam baixo custo benefício, são muitas variáveis e
particularidades que devem ser observadas no processo.
O acidente do trabalho é um fenômeno complexo que atin-
ge a classe trabalhadora do Brasil. O segmento portuário está
entre os setores que mais geram acidentes do trabalho seja
pela baixa qualificação dos trabalhadores, seja pela precarieda-
de das condições de trabalho. Os acidentes do trabalho geram
dor e sofrimento e ainda impedem as empresas portuárias de
alcançarem a eficiência de seus processos, pois é impensável
falar em eficiência se o processo produtivo gera lesão e doenças
ao trabalhador em suas ocupações laborais.
As empresas buscam investir cada vez mais em melhoria
contínua dos seus negócios, seja através da adoção de novas
tecnologias ou na inovação da forma de fazer, do método ou
de equipamentos, e se percebe significativos avanços nas em-
presas relacionados a isso, porém há um fator primordial que
tem ‘sofrido’ com todas estas mudanças, o humano, e observa-
-se que os investimentos neste fator ainda não acompanham a
mesma evolução do que é feito no setor produtivo. As pessoas
na organização são o principal fator de sucesso ou insucesso
dos negócios. Elas são capazes de gerar resultados incríveis,
mas também podem fazer com que a empresa não saia do lu-
gar. Portanto se faz necessário que as empresas tenham pro-
gramas de desenvolvimento comportamental.
Alguns estudos comprovam que nas causas dos acidentes
de trabalho geralmente está envolvido o fator humano, dentre
outros fatores para isso, está a ausência ou deficiência de uma
cultura de segurança ou ainda não ter definido as estratégias
para consolidação desta cultura, o que contribui para o aumento
nas taxas de acidentes.
O objetivo deste estudo é a analisar os resultados do diag-
nóstico de clima e cultura elaborado para implementação de
um programa de gestão comportamental em uma empresa do
segmento de mineração.
86
Fabio A. da S. Arruda
87
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
88
Fabio A. da S. Arruda
89
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
podemos dizer que estes comportamentos podem ser seguros
ou inseguros. Segundo Fanini e Rodrigues (2010) o compor-
tamento seguro de um trabalhador, de um grupo ou de uma
organização é definido como sendo a capacidade de identificar
e controlar os riscos presentes numa atividade no presente, de
forma a reduzir a probabilidade de ocorrências indesejadas no
futuro, para si e para os outros.
É esta competência que deve ser desenvolvida e estimulada
nos processos educativos para que os comportamentos seguros
sejam mais frequentes no dia-a-dia de trabalho. Por exemplo:
uma pessoa que sempre entregou seus relatórios antes do pra-
zo, mas o fez à custa de horas extras, trabalho em casa e é
reconhecido por sua liderança pela sua entrega antecipada, vai
adquirir o hábito de fazer isso sempre, tendo a influência do fa-
tor social em seu comportamento.
O comportamento do indivíduo responde a um padrão: pri-
meiro, recebe o estímulo ou a informação (que tem base nos
fatores psicológicos, sociais, cognitivos e fisiológicos), depois
ele pratica o “ato”, resposta ao estímulo, é o comportamento –
aquilo que se observa, por fim há o reconhecimento, aquilo que
o indivíduo espera receber em função do ato praticado.
Se não for realizado a análise do “como” foi feito aquela
ação, o comportamento inadequado de fazer horas extras, com-
prometer o convívio social e familiar será reforçado e se tornará
um hábito. Para que isso seja inibido e se estabeleça um padrão
de comportamentos “saudáveis” no dia-a-dia laboral, deve ser
considerado no Programa de Desenvolvimento Comportamental
a análise do comportamento através do SORC.
Daniellou et al. (2010) apresenta que o SORC é uma
metodologia de análise comportamental usado na psicologia
cognitiva comportamental, que tem por objetivo melhorar os
comportamentos ou reforçar aqueles que já são positivos, dos
empregados nas organizações, para aprimorar o desempenho
das organizações e assim tornar os resultados sustentáveis. O
termo SORC, vem das iniciais das palavras em inglês.
90
Fabio A. da S. Arruda
91
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
B- Behaviour ou comportamento - refere-se ao comporta-
mento propriamente dito (que é observável e do inter-
esse específico para este trabalho).
C- Consequences ou consequências - refere-se às conse-
quências do comportamento para a pessoa envolvida.
As consequências tanto podem reforçar como dissuadir
a repetição dos comportamentos.
92
Fabio A. da S. Arruda
93
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
• Estágio Calculador é um nível intermediário, onde a se-
gurança é considerada importante, existem programas
de incentivo a redução de taxa de acidentes que são
percebidos como falhas no “sistema”, mas há uma limi-
tação na interação entre aqueles que fazem as regras de
segurança e a força de trabalho, o que acaba por gerar
a opinião da força de trabalho de que a segurança mais
atrapalha do que ajuda;
• Estágio Pró Ativo é quando a gestão percebe que possui
alguma responsabilidade sobre os acidentes, a seguran-
ça é considerada uma prioridade e as habilidades dos
funcionários são valorizadas dentro da gestão de segu-
rança;
• Estágio Generativo é quando a preocupação com a se-
gurança é prioridade máxima, os sistemas e procedi-
mentos de segurança são revisados com frequência, os
funcionários cuidam de si próprios e dos outros também
e qualquer acidente fatal é visto como uma perda de um
membro da família).
O programa de gestão comportamental deve ser estrutura-
do de acordo com a maturidade da organização, para isso, o
primeiro passo é realizar um diagnóstico de clima e cultura or-
ganizacional. Tudo deve começar com a etapa de diagnósticos,
assim, segundo Zanelli (2004) os processos de diagnósticos são
fundamentais uma vez que oferecem a segurança de se es-
tar trabalhando com fontes de informações confiáveis evitan-
do, dessa maneira, especulações ou evidências baseadas em
histórias pessoais que não necessariamente representam o con-
texto organizacional. E é a partir dessas informações que um
plano de ação, proposta de intervenção ou tomada de decisão
deve se basear.
94
Fabio A. da S. Arruda
3. MÉTODO
95
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
96
Fabio A. da S. Arruda
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
97
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
clima e cultura para os processos de gestão comportamental
iniciou com a definição de um comitê responsável pela aplicação
da pesquisa e posteriormente seguiu todas as etapas descritas
no quadro abaixo até a implementação do plano de ação de
gestão comportamental.
98
Fabio A. da S. Arruda
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
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Vol. 2
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
104
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
105
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
MELIÁ, J.L. Un modelo causal psicosocial de los accidentes laborales
[A psychosocial causal model of work accidents]. Anuario de Psicolo-
gía, Espanha, 1998.
106
5
RESUMO
É
sabido que todo e qualquer tipos de incêndios causam
danos graves. Quanto ao tipo de incêndios florestais, es-
tes comprometem o solo, a fauna, a flora e também, o ar
atmosférico com graves desdobramentos econômicos sociais e
paisagísticos. Neste artigo objetivou analisar os incêndios diver-
sos ocorridos na Floresta Nacional de Carajás, nos períodos de
2013 a 2018, identificando assim suas distintas características
e distribuições com vistas a subsidiar a elaboração de possíveis
planos de prevenções e combate a incêndios na unidade de con-
servação supra. De natureza crítico-analítica, este artigo recor-
reu a informações contidas no Banco de Dados Meteorológico
de Ensino e Pesquisa (BDMEP) do Instituto Nacional de Pesquisa
Espacial (INPE) e no Instituto Nacional de Meteorologia (IN-
MET), tendo como período correspondente os anos de 2013
a 2018. Os dados foram coletados e sobreposto com vistas a
desenvolver uma análise estatística descritiva e o consequente
procedimento de interpretação das informações. Como possível
benefício desta pesquisa tem-se a busca de subsídios que apon-
tem recomendações e sugestões factíveis a um direcionamento
de ações futuras na elaboração de plano de prevenção e com-
bate à incêndios florestais na Floresta Nacional de Carajás.
108
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
109
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
em torno de questões prioritárias e mobilizadoras. Essa proprie-
dade foi refletida na elaboração do Plano Estratégico de Pesqui-
sa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), cuja construção foi identificada as principais ameaças
à conservação dos biomas brasileiros, às suas unidades de con-
servação, bem como oportunidades e estratégias de conser-
vação (OLIVEIRA, 2017).
Determinadas unidades de conservação absorvem certos
tipos de complexidade de gestão, como por exemplo as flor-
estas nacionais, que abrigam empreendimentos minerários. No
entanto, estas áreas apresentam melhores condições de capi-
tal, pois os recursos necessários para o bom funcionamento das
atividades ambientais estão ligadas diretamente ao processo de
licenciamento ambiental como forma de ação compensatória do
empreendimento. Como exemplo tem-se o caso da Floresta Na-
cional de Saracá-Taquera/Reserva Biológica do Rio Trombetas
e a Floresta Nacional de Carajás, localizada na maior província
mineral do mundo (BEZERRA, 2107).
O presente artigo objetivou analisar os incêndios diver-
sos ocorridos na Floresta Nacional de Carajás, nos períodos de
2013 a 2018, identificando assim suas distintas características
e distribuições com vistas a subsidiar a elaboração de possíveis
planos de prevenções e combate a incêndios na unidade de con-
servação supra.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
110
Fabio A. da S. Arruda
111
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
municação esteja operacional. O próximo passo, é a fase de
mobilização, agrupando integrantes do time com um mínimo de
pessoal capacitado e preparado para o combate. Todos deverão
utilizar seus EPIs específicos e conduzir os acessórios necessári-
os para o local da ocorrência.
De acordo com dados de Brasil (2016) a região Sudeste do
Pará é composta por 07 microrregiões, no qual Parauapebas-PA
é uma das que atualmente, tem elevada ocupação territorial
e no qual teve o surgimento de alguns municípios por meio
do Projeto Carajás, em 1981. A principal fonte econômica da
região está baseada sobretudo na exploração de minérios. Além
disso, existe evidência das operações de garimpos e madeirei-
ras, acarretando que essas atividades sejam as principais con-
tribuições pelos constantes focos de incêndios na região.
De acordo com esse panorama, Assis et al. (2014) comen-
ta que as geotecnologias aparecem de forma destacada como
um excelente recurso de auxílio na detecção das queimadas
podendo localizar, quantificar e analisar áreas onde ocorrem in-
cêndios.
Tendo em vista o grande avanço da ciência no advento da
tecnologia, sobretudo do conhecimento aeroespacial e georref-
erenciamento, para Tomzhinski, Coura e Couto (2011), várias
maneiras podem ser exploradas para detectar incêndios, por
exemplo: vigilância terrestre, posto de observação ou monito-
ramento por imagens de satélites. Contudo, para países com
maiores extensões territoriais o que acontece com o Brasil, a
técnica de sensoriamento torna-se mais aconselhável, pois tem
um custo menor e se torna mais rápido, sendo de total eficiên-
cia para viabilizar o controle dos focos.
Outro apoiador do uso das geotecnologias para monito-
ramento de focos de incêndio é Tomzhinski, Coura e Couto
(2011), que afirmam que as geotecnologias aparecem como um
extraordinário recurso que ajuda na caracterização dos incêndi-
os florestais, fornecendo localização, números de focos e fazer
estudos de análises espaço-temporais das áreas onde ocorrem
as queimadas.
A legislação ambiental no Brasil pode ser considerada como
112
Fabio A. da S. Arruda
113
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
3. MÉTODO
114
Fabio A. da S. Arruda
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
115
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
to relevante percebido nas coletas de dados é que os meses que
mais registraram focos de incêndios florestais foram os períodos
de julho a outubro. Os quatros meses juntos somam 73% dos
focos registrados, fato esperado devido se tratar dos períodos
mais quentes e mais secos do ano. A partir desses dados pode-
se constatar uma certa tendência de existir focos de incêndios
nos períodos de julho a outubro, gerando uma probabilidade de
mais de 70% a chance de se ter uma ocorrência neste período
(BRASIL, 2019a).
116
Fabio A. da S. Arruda
117
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
As motivações são variadas, sendo as mais comuns a queima
não autorizada, ilegal e incontrolada de superfícies agrícolas,
piromania, vandalismo ou vinganças pessoais .
118
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
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Vol. 2
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
122
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
123
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Queimadas. Apoio. Banco de Dados de Queimadas. 2019b. Disponível
em: http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/bdqueimadas. Acesso
em: 10 jun. 2019.
124
Fabio A. da S. Arruda
125
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
TEBALDI, André Luiz Campos; FIEDLER, Nilton Cesar; JUVANHOL,
Ronie Silva and DIAS, Henrique Machado. Ações de prevenção e
combate aos incêndios florestais nas unidades de conservação
estaduais do Espírito Santo. Floresta Ambient. [online]. 2013, vol.20,
n.4, pp.538-549. Epub Oct 17, 2013. Disponívem em: <http://dx.doi.
org/10.4322/floram.2013.036>. Acesso em: 10 jun. 2019.
126
6
RESUMO
L
aboratórios de ensino e pesquisa em universidades apresen-
tam diversos riscos aos estudantes, professores e técnicos
em suas atividades. Assim, é preciso elencar os riscos e atuar
em medidas de prevenção de acidentes, visando a manutenção
da saúde e segurança no trabalho. Este artigo teve como obje-
tivo avaliar 02 (dois) laboratórios utilizados para práticas de en-
sino e pesquisa dos cursos do Centro de Ciências Exatas e Tec-
nológicas da Universidade Federal do Maranhão - Campus São
Luís comparando-os com as normas e legislações de segurança
do trabalho. O uso da Análise Preliminar de Risco – APR sub-
sidiou a identificação de deficiências em relação a sinalização,
infraestrutura, materiais, equipamentos de proteção individuais
e coletivas e a proposição de medidas de controle.
128
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
129
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
istentes e fomentam a participação e consciência preventiva e
mitigatória dos possíveis riscos.
A implantação dessas ações, visando o gerenciamento da
segurança nos locais de trabalho e ensino, promove a saúde
da comunidade acadêmica em geral. Ações essas que refletirão
em modo positivo para a formação dos estudantes e de grande
valor às empresas em que os profissionais ali formados futura-
mente irão atuar.
Este trabalho tem como objetivo realizar análise completa
das condições de risco de saúde e segurança do trabalho no
laboratório de processos de engenharia química e laboratório
central analítica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Para delimitar o trabalho foi utilizada a ferramenta de
gestão de riscos APR, que consiste em uma técnica simples,
mas eficiente para mapear situações de riscos e atividades que
não dispõem de procedimentos formais.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
130
Fabio A. da S. Arruda
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
tarefas monótonas e repetitivas, ou ainda a discriminação nos
locais de trabalho em função do gênero ou raça. (PORTO, 2010)
Segundo a OHSAS 18001 (2007), perigo é toda fonte, situ-
ação ou ato com potencial para provocar danos humanos em
termos de lesão ou doença ou uma combinação destes. Ex-
emplos de situações perigosas são a exposição de um produto
químico, uma máquina rotativa, chão escorregadio, uma área
com alta exposição, entre outros.
O Perigo pode ser um produto químico, uma máquina ro-
tativa, uma superfície quente, um chão escorregadio, uma área
ruidosa, uma área com alta temperatura, área energizada, en-
tre outros. Todos esses casos representam situações potenciais
para acontecer uma lesão e/ou doença onde aumenta-se com a
exposição.
Segundo Canter (1989), o gerenciamento de riscos com-
preende a implementação das estratégias de controle e pre-
venção, que são definidas a partir da avaliação da tecnologia
de controle disponível, da análise de custos e dos benefícios,
da aceitabilidade dos riscos e dos fatores sociais e políticos en-
volvidos.
O processo de gerenciamento de riscos pode ser entendido
como a utilização dos recursos humanos, materiais, financeiros
e tecnológicos de forma preventiva com objetivo de evitar aci-
dentes que possam causar danos à saúde dos trabalhadores e
impactos ambientais, sendo necessário identificação dos riscos,
planejamento de ações de bloqueio, ações preventivas, con-
trole e monitoramento e análise crítica para melhoria continua
e aprendizado (CALIXTO, 2006). Assim, o gerenciamento de
riscos inicia-se na concepção do projeto por meio da identifi-
cação das possíveis condições inseguras, desvios de processos,
camadas de proteção, falhas únicas e combinadas e possíveis
efeitos dos danos oriundos por um acidente.
Desse modo, é justificado a necessidade de utilizar diversas
técnicas de análise de riscos nas diversas fases do empreendi-
mento que são constituídas desde a geração da ideia do projeto
até a sua entrada em operação e por fim sua desativação (CA-
LIXTO, 2006).
132
Fabio A. da S. Arruda
133
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Priorizar e acompanhar a implantação das medidas
propostas: o grupo deve escolher a ordem com que
serão adotadas as medidas propostas. Para priorizar a
implantação das medidas, é importante que haja uma
avaliação das mesmas. Esta avaliação deve obedecer aos
seguintes critérios
Passo Descrição
Descrever o objeto de estudo fazendo a subdivisão
que se julgar adequado. Se o objeto é um processo,
estabelecer o diagrama de funções e analisar cada
1 passo. Numa viagem, por exemplo, é possível analisar
as etapas: deslocamento de casa ao aeroporto,
transporte aéreo, deslocamento do aeroporto ao hotel,
instalação no hotel.
2 Selecionar um elemento do objeto.
134
Fabio A. da S. Arruda
135
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
136
Fabio A. da S. Arruda
3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
137
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
dade Federal do Maranhão, em São Luís, Maranhão.
O Laboratório de Processos de Engenharia Química (LPEQ)
é utilizado para realização de aulas práticas das disciplinas de
Laboratório Aplicado a Engenharia Química I, II, III e IV para
o curso de Engenharia Química. No laboratório dispõe as se-
guintes unidades de práticas: trocadores de calor, bombas,
motores elétricos, reatores químicos, perda de carga em tubu-
lações, adsorção e extração de materiais em soluções (Figura
04).
138
Fabio A. da S. Arruda
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
140
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141
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Efeito para
Descrição da Controles Ação Nova Nova Novo #
Situação de Risco Saúde e Freq Sev Risco
Situação de Risco Existentes recomendada Freq Sev Risco Cenário
Segurança
Ventilação
adequada,
isolamento da fonte
Temperatura elevada de calor, utilização
Queimadura de
da superfície externa Nenhum 8 4 32 de equipamentos de 3 4 12 1
primeiro grau
do banho térmico proteção individual
(p.ex. luvas
revestidas com
Contato com superfícies material isolante),
quentes
Aterramento elétrico
Ausência de da bomba e
aterramento elétrico Nenhum Choque elétrico 5 16 80 adequação do 2 16 32 2
em bomba sistema elétrico do
laboratório
Descarte das
Luva de
Limpeza de vidrarias vidrarias avariadas e
procedimento, Cortes na mão 13 2 26 8 2 16 3
avariadas substituição por
jaleco
novas vidrarias
142
Fabio A. da S. Arruda
Ao operar unidades
de processo, o
Perda auditiva,
técnico está exposto Uso de protetor
Nenhum tonturas, 8 4 32 8 2 16 5
ao ruídos emitidos auricular
cefaleia
por bombas e
compressores
Instalação de filtro no
Ao operar a unidade
orifício de saída do
de leito fluidizado, o Ventilação Doenças
8 4 32 leito fluidizado; Uso 5 4 20 6
técnico pode aspirar natural (janelas) pulmonares
de máscara
partículas de sílica
respiratória
Exposição a poeira
143
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Manter boa
iluminação no local.
O piso possui uma Contusão, Sinalizar o desnível
elevação de 5 cm em Inexistente hematomas, 5 2 10 com fita adesiva em 3 2 6 7
relação a outro piso fraturas cor chamativa
(amarela, por
exemplo)
Rotulagem da
No preparo de Uso de EPI's
embalagem Confusão, dor
solução e uso desta adequados (jaleco,
com o nome do de cabeça,
no reator químico, o luvas, óculos de
componente febre, náusea,
técnico ou estudante 8 4 32 proteção, máscara). 3 2 6 8
químico sem a vomito, dor
pode entrar em Uso de capela de
concentração e abdominal,
contato com o azul laboratório para
data de diaforese
de metileno exaustão
fabricação
Contato com substância
tóxica
Ao descartar os
Uso de EPI's
produtos químicos, Confusão, dor
adequados (jaleco,
estes podem liberar de cabeça,
luvas, óculos de
vapores pelo febre, náusea,
Inexistente 8 4 32 proteção, máscara). 3 2 6 8
encanamento e vomito, dor
Colocação de bocal
contaminar o local abdominal,
no encanamento
onde o efluente é diaforese
para fechar o ralo
lançado
Ponto aberto de descarte
de produtos químicos
144
Fabio A. da S. Arruda
145
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
geralmente recorrem ao uso de capela exaustora para a ren-
ovação do ar e uso de cilindros de gás disposto no mesmo ambi-
ente de trabalho (Figura 13) para uso do cromatógrafo gasoso,
espectrofotômetro de absorção atômica e ICP.
146
Fabio A. da S. Arruda
147
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Efeito para
Descrição da Controles Nova Nova Novo #
Situação de Risco Saúde e Freq Sev Risco Ação recomendada
Situação de Risco Existentes Freq Sev Risco Cenário
Segurança
Dispor os cilindros em
local devidamente
Rotulagem da
ventilado, fora do
Presença de cilindros embalagem
ambiente laboral.
de gás no mesmo com o nome do Mal-estar,
Recuperação das
ambiente de trabalho componente desmaio,
5 8 40 linhas de gases 3 4 12 1
dos técnicos; Risco químico sem a asfixia; Cortes,
existentes no
de tombamento sobre concentração e contusões.
laboratório.
o trabalhador data de
Identificação legível da
fabricação
Emissão de gases e substância presente
vapores em cada linha de gás
Ao operar o
equipamento IPC, o Perda auditiva,
Uso de protetor
técnico está exposto Nenhum tonturas, 8 4 32 8 2 16 2
auricular
ao ruídos emitidos cefaleia
por bomba
Ao manuseio dos
equipamentos, o
adequação do sistema
técnico pode sofrer
Choque elétrico do
choque elétrico ou
Fita isolante elétrico; risco 5 16 80 equipamento ICP 2 16 32 3
gerar princípio de
de incêndio conforme normas
incêndio devido a
técnicas vigentes
precária ligação de
energia
148
Fabio A. da S. Arruda
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
149
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
estruturais nos laboratórios como a adequação da rede elétrica
e ventilação e disposição segura de produtos químicos.
Desta forma, os resultados obtidos apresentados aos pro-
fessores foram recebidos de forma satisfatória, servindo este
trabalho como norteador para a adequação dos espaços estu-
dados baseando em diretivas da saúde e segurança do trabalho.
Vale ressaltar que todos as informações são confidenciais e os
dados obtidos possuem finalidade exclusivamente acadêmica e
de publicação.
Em pesquisas futuras, pretende-se aplicar uma análise de
risco após a implementação das medidas recomendadas para
comprovação dos resultados obtidos.
REFERÊNCIAS
150
Fabio A. da S. Arruda
151
7
MAPEAMENTO E PADRONIZAÇÃO
DE FONTES DE ENERGIA PARA
EFETIVIDADE DO BLOQUEIO
RESUMO
C
om a evolução nas indústrias, reduziram-se as exposições
aos riscos de acidentes do trabalho durante as operações
de máquinas e equipamentos, uma vez que operam sem
precisar da força do homem. Porém, gerou-se um novo risco
relacionado à execução das atividades de manutenção por parte
dos empregados. Diante disso, as empresas precisam garan-
tir que máquinas ou equipamentos não entrem em operações
enquanto houver pessoas trabalhando. Para que isso ocorra, é
necessário conhecer todas as fontes de energia e como bloquear
cada uma delas, tarefa que parece bastante simples, afinal é
só desligar. Na prática não é tão claro assim, pois há muitas
variáveis que precisam ser estudadas, de modo a criar uma es-
tratégia robusta e garantir o estado de energia zero. O presente
estudo demonstrou que, sem um método bem desenvolvido, os
empegados ficam expostos tanto a fontes de energias perigosas
quanto sujeitos a algum acidente, materializando-se em uma
fatalidade.
154
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
155
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
de Minério de Ferro em Carajás, é padronizar a execução do blo-
queio de máquinas e equipamentos, considerando todas as fon-
tes de energia associadas e a interferência dos equipamentos a
montante e a jusante. O bloqueio e etiquetagem das fontes de
energias perigosas é aplicado sempre que houver necessidade
de remover, mesmo que parcialmente, proteções de máquinas e
equipamentos. Ou quando o empregado coloca o corpo ou par-
tes do corpo próximo à zona perigosa de qualquer tipo de fonte
de energia: elétrica, mecânica, pneumática, hidráulica, térmica,
química etc.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
156
Fabio A. da S. Arruda
157
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
realidade, teria causado um acidente fatal. Nessa mesma épo-
ca, surgem em todo o mundo as primeiras regulamentações
para proteger a vida dos empregados.
Na terceira Revolução Industrial a automação começa
a fazer parte das indústrias. Até esse momento, os processos
eram praticamente todos mecanizados, sendo alguns semiauto-
máticos. Automação é diferente de mecanização. Esta consiste
simplesmente no uso de máquinas para realizar um trabalho,
substituindo assim o esforço físico do homem. Já a automação
possibilita executar o trabalho por meio de máquinas controla-
das automaticamente e, com ela, o risco de acidentes do tra-
balho devido à partida inesperada fica maior.
2.2.1 NR - 12
158
Fabio A. da S. Arruda
159
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
identificável.
160
Fabio A. da S. Arruda
161
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Requisitos para procedimentos
– Deve haver procedimentos locais para:
– Processo de bloqueio e etiquetagem (geral):
– Deve definir, no mínimo, responsabilidades, etapas,
formulários, passos no caso de mudanças, troca
de turnos, e critérios de exceção para retirada de
bloqueios.
– Cada máquina/equipamento:
– Deve contemplar, no mínimo, a identificação
das fontes de energia, pontos de bloqueio, passos
específicos, métodos de verificação e precauções
especiais. O teste de verificação de liberação de
energia residual deve ser realizado antes da realização
do serviço.
– Cada empregado deve instalar o seu cadeado
individual no dispositivo de bloqueio antes de iniciar
suas tarefas. É proibida a retirada do cadeado por
outros empregados.
– Nas ocasiões em que não for possível obter o estado
de energia zero um procedimento operacional de
segurança deve ser aprovado pelo gerente da área.
– É proibido danificar ou violar de qualquer forma
bloqueios aplicados em máquinas e equipamentos.
– No caso de perdas de chave ou ausência de algum
executante, devem ser aplicados os critérios de
exceção conforme procedimento local.
– As máquinas e equipamentos que sejam bloqueadas
devem ser verificados em termos de condições de
segurança antes do retorno às suas operações/
funcionalidades.
3. METODOLOGIA
162
Fabio A. da S. Arruda
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
163
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
164
Fabio A. da S. Arruda
165
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
ergia perigosa liberada, neste caso, é a energia mecânica. Se
o transportador entrar em operação, o empregado pode, por
exemplo, cair em mesmo nível, nível diferente e pode ter um
membro preso entre as partes móveis. Porém, a fonte de ener-
gia bloqueada é elétrica.
Dessa reunião, um grupo de trabalho foi montado para atingir
todos os processos e subprocessos com uma reunião quinzenal,
que aconteceu no período de 01/08/2017 à 30/11/2017. Esses
encontros trouxe a definição de conceitos para construção do
procedimento, trazendo os alinhamentos apresentados a seguir.
166
Fabio A. da S. Arruda
167
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
processo estudado?
O tipo de cadeado traduz o nível de violação. Em um local
com uma maturidade muito alta em saúde e segurança, uma fita
hellerman com uma etiqueta é suficiente para que todos saibam
que naquele equipamento há alguém trabalhando. A cultura e a
robustez dos dispositivos são inversamente proporcionais. Em
uma cultura baixa em segurança, o nível de robustez dos con-
troles deve ser muito grande. Considerando os pontos citados,
a complexidade das operações e a quantidade de mudanças que
o estudo traz ao processo, foi definido que os cadeados devem:
• possuir corpo metálico ou plástico com haste metálica;
• possuir em corpo e haste de plástico somente quando
houver o risco de contato, compartes energizadas e em
áreas classificadas;
• possuir somente uma chave;
• possuir chaves com cilindro de seis pinos e;
• possuir retenção da chave.
168
Fabio A. da S. Arruda
so;
• modo central: todo controle de parada e partida das
máquinas e equipamentos acontece remotamente via
sala de controle. Em campo é realizada somente parada
de emergência;
• modo local: este modo permite o teste no comando liga/
desliga próximo ao acionamento das máquinas e equi-
pamentos, porém mantém todos os intertravamentos;
• modo manutenção: permite o teste no comando liga/
desliga próximo ao acionamento das máquinas e equi-
pamentos, e ocorre um by-pass nos intertravamentos,
exceto a botoeira para parada de emergência.
Para minimizar a probabilidade de erro durante a operação,
é colocado um grupo de equipamentos no mesmo bloco. Isso
garante a sequência correta de partida e de parada das máqui-
nas e equipamentos.
Ao analisar detalhadamente o processo, chegou-se à con-
clusão de que não seria possível padronizar um único modo
para teste de energia zero. A Figura 4 mostra os equipamentos
SI-01, AL01, PN01, SP01, BR01, TR01, TR02 e TR03. Todos es-
tão no mesmo bloco. Para ilustrar o impacto de cada modo de
operação, avaliou-se alguns cenários. O primeiro é uma ativi-
dade de troca de rolos no TR02, atividade que não requer blo-
queio dos equipamentos a montante e a jusante.
Se o TR02 for colocado em modo manutenção, todos os
equipamentos do bloco vão parar. Consequentemente, todos
subprocessos a montante também. O tempo total de retorno à
produção contínua pode levar mais de 35 minutos e, se realiza-
do sem o conhecimento de todos, pode levar a problemas de
comunicação entre equipes. Em modo local, os intertravamen-
tos estão ativos. Logo, para que o teste seja efetivo, o TR09
deve estar em operação, mesmo que sem estar transportando
material. A mesma atividade em uma manutenção preventiva
acontece com todo subprocesso parado. O modo local não é
efetivo, portanto deve ser utilizado o modo manutenção.
A condição menos comum é caso do TR04, ele está em um
169
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
bloco isolado. Por isso, sempre deve ser utilizado o modo ma-
nutenção.
170
Fabio A. da S. Arruda
171
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
local onde a equipe executará a atividade e cada executante
coloca seu cadeado de bloqueio com seu cartão de identificação
individual. O bloqueio secundário também é chamado de blo-
queio de grupo.
172
Fabio A. da S. Arruda
173
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
174
Fabio A. da S. Arruda
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
175
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
seguros durante a realização das atividades.
REFERÊNCIAS
176
Fabio A. da S. Arruda
177
8
RESUMO
O
setor da construção civil em geral é um dos maiores gera-
dores de empregos e tem um papel muito importante para
com a sociedade como um todo. É de suma importância
que todas as empresas do ramo da construção civil entendam e
melhorem as condições de saúde e segurança no trabalho para
o bem estar dos seus colaboradores e consequentemente tenha
um ganho na produtividade, com uma satisfação muito maior
de todos que estão envolvidos dentro dos processos da empre-
sa. Este artigo científico propõe analisar de uma forma ade-
quada e eficaz todos os quesitos de segurança e saúde de uma
construtora de médio porte localizada na cidade de São Luís, no
estado do Maranhão, através da aplicação dos conceitos da ma-
triz SWOT, que tem como princípio a análise de quatro pontos
com relação às situações que envolvem os assuntos relaciona-
dos à SST. Com o intuito de analisar, descrever e depois apontar
os pontos positivos e negativos do processo dentro da empresa,
afim de ter um parâmetro para melhoria dos pontos positivos e
atacar de forma a diminuir os pontos negativos para que a em-
presa tenha ganho não só na redução de acidentes assim como
o aumento da qualidade de vida e condições de trabalho dos co-
laboradores. E também, consequentemente, no crescimento da
empresa, pois uma empresa que se preocupa com tais questões
é melhor vista em toda a sociedade.
180
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
181
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
literatura acerca dos assuntos que envolvem a construção civil,
gestão da qualidade e a utilização dos parâmetros de qualidade
dentro do setor, assim como a utilização da ferramenta Ma-
triz SWOT como forma de analisar as condições de SST dentro
de uma construtora, afim de apontar os pontos fortes, fracos,
oportunidades e ameaças que a mesma corre dentro do setor.
Neste cenário aqui delineado, o presente estudo tem como
objetivo avaliar as atividades relacionadas ao setor de SST den-
tro de uma empresa do ramo da construção civil, localizada na
cidade de São Luís, de modo que os resultados apontem sug-
estões de melhorias na forma de execução dos serviços e con-
sequentemente obras mais seguras e produtivas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
182
Fabio A. da S. Arruda
183
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Qualidade portanto é a característica de um determinado
produto em atender as necessidades que seu consumidor al-
meja gerando um grau de satisfação maior de um produto não
deva apresentar defeitos. Podendo ser classificado como quali-
dade de conformação e qualidade de projeto.
Segundo Paladini (2004), a qualidade de projetos é aquela
na qual se impõe as características do tal produto ou serviço e
a qualidade de conformação que vem a contemplar a realização
dos produtos como um todo. Com tudo, entende-se que as duas
se complementam como ideia central.
Quando um sistema de gestão de qualidade é realizado
com excelência traz consigo diversos resultados positivos, já
que a visão dos processos fica muito bem definida com a mel-
horia na comunicação entre os colaboradores. Obtêm-se a maior
motivação em realizar até as mais simples atividades e como
consequência o funcionário se torna muito mais comprometido
com os objetivos da empresa e a relação empresa x consumidor
resulta em um produto com melhores propriedades.
De acordo com Ohashi (2004), o termo certificação de
qualidade é um conjunto de procedimentos que tem como ob-
jetivo validar um sistema de gestão de qualidade, iniciando o
desenvolvimento dos quesitos de qualidade da organização e
busca por sobrevivência e qualidade no meio do mercado tão
competitivo, através dos princípios da NBR ISSO 9001 de lider-
ança, foco no cliente, abordagem do processo, envolvimento de
pessoas no processo, abordagem sistêmica e baseada em fatos,
benefício mutuo junto aos fornecedores e a melhoria continua.
A NBR ISO 9001:2005 (ABNT, 2000b) tem dentro dos
princípios de SGQ a abordagem de busca constante em atender
as necessidades dos seus clientes visando sempre a superação
das suas expectativas, a forma de se ter uma boa liderança a
ponto de manter todos os envolvidos no processo com o direcio-
namento no mesmo objetivo, foco em realizar as atividades at-
ravés de métodos pré estabelecidos tendo desta forma produto
como um todo, fazendo com que ele seja mais eficiente.
184
Fabio A. da S. Arruda
185
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
bem definidas no que diz respeito a construtores, incorpora-
dores, projetistas, fabricantes de materiais, entre outros. Sendo
ela uma norma altamente técnica, na qual se estabelece vári-
os parâmetros técnicos para diversos setores dentro das edifi-
cações, sendo elas verticais ou não. Verifica–se o desempenho
acústico, térmico, a durabilidade e a vida útil das construções.
Ou seja, ela direciona uma norma na qual uma edificação deve
se adequar ao consumidor final.
Para a consolidação de sistema de qualidade dentro de uma
empresa do ramo da construção civil, é necessário primeiro im-
plementar dentro do universo das pessoas envolvidas dentro do
processo. É preciso que todos entendam claramente o que está
sendo feito e o porquê. É necessário que empresa tenha uma
visão macro do porquê está realizando o SGQ, pois provavel-
mente encontrará alguns problemas para a sua implantação
dentro da organização devido ao impacto que a sua reestru-
turação vai trazer.
Para que o SGQ possa ser duradouro dentro da organização,
precisa ter uma percepção dos problemas que irão acontecer,
visando montar estratégias para agir sob e os possíveis garga-
los devido a implementação e analisar o exemplo de outras em-
presas do ramo da construção para entender onde os problemas
geralmente aparecem e se ter um foco maior a atacá-los.
Segundo Andrey (2007), durante uma pesquisa com relação
as dificuldades encontradas pelas empresas da área da con-
strução civil na implantação de um SGQ dentro da área estão os
pontos apontados no quadro a seguir:
186
Fabio A. da S. Arruda
187
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
da falha da empresa estudada e chamavam a técnica de estudo
de análise SOFT. E analisaram – as da seguinte forma “ o que
se e bom no presente é satisfatório e o que e bom no futuro é
uma oportunidade” onde em 1965, finalmente recebeu o nome
de matriz SWOT.
De acordo com Oliveira (2007), ao entender os princípios
da matriz e perceptível que ela se direciona em 4 pontos a ser-
em focados no estudo, que são o de visualizar, entender e apon-
tar os pontos fortes, pontos fracos oportunidades e ameaças ao
objeto no qual ele será aplicado. E analisa o ponto forte como
sendo algo de especial que a organização possua e que lhe do
certo grau de vantagem as outras ou uma facilidade em execu-
tar um serviço, já o ponto fraco como sendo algo que lhe pro-
porciona uma desvantagem naquilo que se está executando e
ambas sendo de variáveis controláveis e as oportunidades são
situações que lhe proporcionem ganhos ou vantagens em exe-
cutar algo e as ameaças como algo que possam atrapalhar, um
gargalo que se possui dentro do que está praticando e ambas
sendo de uma força ambiental incontrolável.
188
Fabio A. da S. Arruda
189
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Quando se possui o entendimento dos pontos fortes e fra-
cos do local onde se trabalha ou do objeto que deseja analisar,
a empresa terá uma vantagem competitiva muito grande onde
pode se trabalhar para se potencializar os pontos fortes e fo-
car em diminuir os pontos fracos dentro da sua organização.
As ameaças e oportunidades acabam sendo juntos aos outros
pontos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
190
Fabio A. da S. Arruda
191
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
192
Fabio A. da S. Arruda
• Técnica de SST
Analisou-se a atuação da técnica de saúde e segurança
do trabalho como outro ponto forte dentro da empresa. Ele e
bem eficaz em seu trabalho, realizando rondas constantes de
no máximo 1 em 1 hora, por todos os setores do canteiro tal
como realiza conversas rotineiras sobre a importância do uso
dos EPI´S e EPC´S aplicando advertências e punições quando
necessário.
193
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
O fato dela está dentro da empresa a mais de 6 anos e um
diferencial, pois tem a confiança da alta gerencia e também dos
engenheiros responsáveis, que não atrapalham as ações de se-
gurança realizadas por ela.
• CIPA atuante
Verificou-se que os membros da Comissão interna de pre-
venção de acidentes têm um papel muito importante em man-
ter uma rotina segura de seus colaboradores, realizando um
rodizio de inspeção entre o canteiro de obras e diálogos curtos
em campo, assim como espalhado em todo o canteiro assim
como a fiscalização dos itens de segurança que compõe o can-
teiro como um todo.
Uma ação bem legal analisa – da dentro do canteiro e o da
colocação dos mapas de risco em todos os lugares do canteiro
e banners com dizeres e referente a segurança com dizeres
como: “a nossa missão e a de fazer o seu ambiente de trabalho
o mais seguro e agradável possível” e “ O trabalho engrandece
o homem e a segurança engrandece a vida”.
194
Fabio A. da S. Arruda
195
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
pacional, pois foi constatado através de conversas informais
com os colaboradores que os exames periódicos acaba sendo um
ponto fraco dentro da empresa. A importância do programa e
que ele realiza o controle mais rígido com relação aos exames
ocupacionais dos colaboradores afim de evitar doenças ocasion-
adas por LER e DORT. Como escolioses e outras doenças ocupa-
cionais.
O programa e um diferencial positivo nas grandes organi-
zações e faria muito bem a construtora, não só pelo grau de ris-
co das atividades exercidas, mas para a satisfação e segurança
que o trabalhador exerce suas atividades laborativas.
3.1.3 Oportunidades
• Estrutura da empresa
Verificou-se que a empresa possui uma ótima estrutura de
instalações, com auditório e sede ampla assim como um bom
aporte financeiro, e vive em constante crescimento, apesar da
queda que acometeu o setor, a empresa se manteve como a
única empresa do setor que se mantem em uma constante de
serviços.
Este fato e relevante para a empresa aproveitar a sua boa
visibilidade para atrair o que há de bom no setor, e se aproveit-
ar da estrutura para oferecer sempre o melhor nos aspectos de
saúde e segurança do trabalho.
Disponibilidades de Empresas na cidade disponível para
parcerias em SST
196
Fabio A. da S. Arruda
197
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Este ponto deve ser divulgado e ser um motivo de orgulho
da empresa, que possui rede social ativa e pode fazer a divul-
gação dos seus resultados, para que a sociedade entenda que
a empresa possui valores de preocupação com a saúde e segu-
rança dos seus colaboradores.
3.1.4 Ameaças
198
Fabio A. da S. Arruda
• Competitividade
E fato que nos dias de hoje, a facilidade em acesso as infor-
mações facilitam muita a vida das pessoas. E por este motivo,
a concorrência se tornou ainda maior, pelo simples fato de se
colher informações com mais facilidade.
É de suma importância que a empresa, que possuem pou-
cos pontos a se ajustar, pense em faze – lós, antes que a con-
corrência utilize da fraqueza existente, para prejudicar de algu-
ma forma, uma empresa que está despontando no segmento a
mais de 5 anos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
199
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
técnicas devem ser cumpridas rigidamente. Esta pesquisa bus-
cou contribuir para os estudos da NR 20 voltados para os proje-
tos de engenharia em postos de combustíveis e a verificação do
seu efetivo cumprimento.
O objetivo da pesquisa era avaliar a implementação dos
requisitos da NR 20 para projetos de instalações de postos de
combustíveis localizados na cidade de São Luís no estado do
Maranhão. Concluímos que o objetivo foi atendido uma vez que
foi elaborado um instrumento de coleta de dados com o consol-
idado de 12 itens da NR 20 aplicáveis a projetos de engenha-
ria de postos de combustíveis, sendo que este instrumento foi
suficientemente capaz de possibilitar ao pesquisador analisar a
aplicabilidade dos itens em 5 postos de combustíveis na cidade
de São Luís, Maranhão, fornecendo informações relevantes so-
bre o nível de atendimento da legislação aplicável.
Os resultados desta pesquisa ao avaliar o ckeck list da
NR20 nos postos selecionados, sugerem que os postos de com-
bustíveis possuem pontos de atenção, pois apresentaram itens
parcialmente atendidos ou não atendidos. Os Postos 01 e 02
apresentaram um resultado de atendimento aos itens de 83%,
de atendimento parcial aos itens de 8% e de não atendimen-
to de 8%, enquanto os Postos 03, 04 e 05 apresentaram um
percentual maior de atendimento aos itens, de 92% e de não
atendimento de 8%.
Concluiu-se ao avaliar os resultados que os Postos 01 e
02 atendem parcialmente ao item de plantas, desenhos e es-
pecificações técnicas dos sistemas de segurança da instalação
e não atende ao item de identificação das áreas classificadas
da instalação, para efeito de especificação dos equipamentos
e instalações elétricas. Já os demais postos, 03, 04 e 05, não
atendem ao segundo item mencionado. Em todos os casos,
recomenda-se que sejam adequados os itens de acordo com a
Norma Regulamentadora a fim de melhor documentar e prote-
ger a integridade física das pessoas envolvidas nas atividades.
Os resultados da pesquisa exigem confidencialidade, porém o
pesquisador transmitiu aos representantes dos estabelecimen-
tos pesquisados as não conformidades detectadas e as orien-
tações a serem seguidas para sanar os pontos de oportunidades
200
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
201
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
FAGUNDES, R. A. “Matriz Swot” do Brasil. Disponível em: www.ad-
ministradores.com.br. Acesso em 08 de outubro de 2019
202
9
RESUMO
E
ste trabalho analisa a problemática relacionada às condi-
ções de trabalho dos motoristas de aplicativos que sofre
com a exposição a diversos fatores que podem influenciar
na saúde dos trabalhadores, desde as condições sociais, eco-
nômicas e organizacionais até os fatores de riscos ambientais:
físicos, químicos e biológicos, organizacionais, ergonômicos e
mecânicos. Levando em consideração os riscos encontrados
nessa situação de trabalho e os possíveis prejuízos que podem
ser causados à saúde desses profissionais, foi realizada uma
Análise Preliminar do Risco para determinar o potencial danoso
desses riscos, a fim de antecipá-los e estabelecer medidas de
controle para os casos mais emergenciais. Foram identificados
riscos de índice 05, o mais alto para esse tipo de análise, com-
provando a criticidade dessa atividade e a necessidade de uma
maior atenção em relação a essa nova profissão, tanto por parte
das empresas, na realização de atividades de promoção à saúde
dos trabalhadores, quanto da sociedade em geral, no desenvol-
vimento de estudos e políticas que permitam uma melhor qua-
lidade de vida para os mesmos.
204
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
205
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
206
Fabio A. da S. Arruda
207
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
estabelecimento de medidas de controle, para aqueles conside-
rados mais prioritários ou emergenciais. É uma ferramenta de
auxílio no processo de gerenciamento dos riscos em organiza-
ções e situações de trabalho (BARBOSA FILHO, 2011).
O método consiste na identificação dos riscos e perigos, si-
tuações e prováveis danos (Tabela 1); e na classificação destes
em termos da probabilidade e da gravidade de suas consequên-
cias (Quadro 1). A escala de risco utilizada varia do índice mais
baixo (1) – risco baixo ou desprezível, para o risco mais alto (5)
– risco grave ou crítico (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
A 3 5 5
M 2 4 5
Gravidade
B 1 2 3
B M A
Probabilidade
208
Fabio A. da S. Arruda
Classes de riscos
1 Baixo ou desprezível
2 Médio baixo
3 Médio
4 Médio alto
5 Alto ou crítico
Quadro 2 - escala para avaliação de riscos.
3. MÉTODO
209
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
O presente estudo foi realizado a partir da observação
e de uma pesquisa através da aplicação de um questionário
semiaberto elaborado pelo autor, sendo organizado no Google
forms e divulgado o link através de Whatsapp unicamente para
motoristas de aplicativos sobre as condições de trabalho, das
jornadas de trabalho, do ambiente do trabalho, das condições
de trafego dentre outros diversos fatores que podem aumentar
algum risco aos motoristas de aplicativos na Região Metropoli-
tana de São Luís – MA. Foram observados e aplicados um ques-
tionário aos motoristas de aplicativos da Região Metropolitana
de São Luís – MA.
As condições registradas foram através das observações
e do questionário aplicado aos motoristas de aplicativos. Para
avaliar os riscos, foi utilizado o modelo de Análise Preliminar de
Risco (APR) descrito em Mattos e Másculo (2011).
Foram observados e aplicados questionários a 103 motor-
istas de aplicativos da região metropolitana de São Luís, que
responderam voluntariamente ao questionário aplicado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
210
Fabio A. da S. Arruda
211
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
29,4%, 10 a 20 anos que representam 28,4%, e os que têm
acima de 20 anos de habilitação representam apenas a 14,7%.
212
Fabio A. da S. Arruda
213
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
214
Fabio A. da S. Arruda
215
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
216
Fabio A. da S. Arruda
217
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
oferecem condições higiênicas para a utilização.
Há, ainda, um controle rígido próprio da produtividade.
Muitos dos motoristas de aplicativos trabalham também em
turnos alternados, fator que pode impactar negativamente em
seu ciclo circadiano, e também desencadear doenças psíquicas
e emocionais.
Outro fator de risco ergonômico observado foi a variação
de iluminação. Durante o turno diurno, a luminosidade proveni-
ente do sol é intensa e aumentando também a sensação térmi-
ca dentro do veículo; os raios luminosos refletem-se nos para
brisas dos carros e causam desconforto, ofuscamento e incômo-
do a visão destes profissionais.
Mendes (2013) relata o risco de desenvolvimento de catara-
ta em virtude do contato com altos níveis de iluminação. E no
caso noturno, são os faróis altos em combinação com a baixa
iluminação em algumas vias que geram o desconforto, podendo
causar inclusive fortes dores de cabeça.
218
Fabio A. da S. Arruda
219
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Avaliação de
Identificação dos Riscos
Riscos
Recomenda- Ris-
Riscos Danos P G
ções cos
Problemas na Fazer exercícios
1. Posturas
coluna, hérnia de físicos pelo me-
inadequadas A M 5
disco, dores, dor nos duas vezes
de cabeça. por semana
220
Fabio A. da S. Arruda
2.Excesso de
Ofuscamento, Usar óculos es-
iluminação
dores de cabeça. curos e protetor M B 2
natural (luz do
solar.
sol).
Ofuscamento,
3.Iluminação dores de Diminuição das
advinda dos cabeça, em jornadas de tra-
M B 2
faróis de outros casos extremos balho no perío-
veículos. catarata. do noturno.
Irritação,
4.Sobrecarga
estresse,
psíquica e
impaciência, Diminuição da
cognitiva pelo
diminuição da jornada de tra- M B 2
excesso de
capacidade de balho.
viagens.
atenção.
Respeitar as leis
Lesões de trânsitos e
5. Acidentes de
permanentes ou sinalizações,
trânsito. M A 5
fatais manter as ma-
nutenções em
dias do veiculo.
Problemas na
6. Consumo
concentração
de substâncias
e atenção que
estimulantes,
inviabilizam a Não usar. M M 4
anestesiantes e/
atividade de
ou depressivas.
dirigir.
Doenças
respiratórias, Manutenção em
dor de cabeça, dias do veiculo,
irritação, escolha locais
7. Poluição intoxicação, confiáveis para
do trânsito confusão, abastecer, evi-
A M 5
(monóxido de vertigem, tar trafegar em
carbono). distúrbios ponto morto,
visuais, náuseas desligue o carro
e diminuição da sempre que
capacidade física. possível.
221
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Beber muito
Irritabilidade,
líquidos para
cansaço, aumento
8. Calor elevado evitar desi-
da pressão
provocado pela dratação, usar M B 1
sanguínea, suor
exposição ao sol. roupas leves e
excessivo.
claras, usar pro-
tetor solar.
9. Agressão Evitar desen-
física. Lesões físicas. tendimento com M A 5
os clientes.
Evitar regiões
Problemas com alto índice
10. Assaltos,
psicológicos, crise de M A 5
furtos.
do pânico. Assaltos e fur-
tos.
11. Ruídos Perda auditiva,
elevados dores de cabeça,
provenientes do tensão nervosa, Usar protetor
A M 5
dos passageiros e estresse, falta de auricular.
do trânsito. concentração.
222
Fabio A. da S. Arruda
et. al., 2014; GARCIA et. al. 2013) utilizaram a APR em seus
estudos para determinar o potencial danoso dos riscos encon-
trados em situações de trabalho, ratificando mais ainda eficácia
do uso desta ferramenta para gerenciar os riscos encontrados.
Desta forma, o objetivo desse estudo é o de analisar os riscos
encontrados na atividade de trabalho de motoristas aplicativos
na Região Metropolitana de São Luís - MA, através da aplicação
de uma Análise Preliminar de Risco (APR).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
223
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
moção da saúde e prevenção de riscos e doenças ocupacionais,
através da investigação das condições de trabalho e atividades
dos motoristas de aplicativos e suas consequências à saúde.
É importante dar treinamento e orientações aos motoristas de
aplicativos sobre todos os riscos apresentados na APR descrita
no estudo aplicado.
Este artigo é objeto de estudo diante uma profissão nova
que surgiu através do advento das tecnologias tendo atual-
mente poucas referências nessa área de aplicação. O estudo foi
feito para que possa servir como referência futuramente para
pesquisadores.
REFERÊNCIAS
224
Fabio A. da S. Arruda
225
10
PERCEPÇÕES E (DES)CONFORTO NO
USO DE EPI POR TRABALHADORES DE
DIFERENTES ÁREAS LABORAIS
RESUMO
E
ste artigo tem como objetivo analisar percepções de tra-
balhadores de diferentes áreas laborais acerca dos Equipa-
mentos de Proteção Individual (EPI). Com a aplicação de
questionário online semiestruturado, enfatizados nos incômo-
dos e dificuldades associados ao uso de EPIs, foram obtidos re-
sultados oportunos a partir da participação de pessoas de vários
estados brasileiros, distribuídos em ramos produtivos, prevale-
cendo o da indústria. Dos desconfortos que se preponderam do
levantamento realizado, há as dificuldades em segurar objetos
com luvas, interferências na visão com óculos de proteção, peso
de botas e calor com luvas e vestimentas de segurança. Diante
disso, evidencia-se a necessidade de que os EPIs sejam revistos
no aspecto projetual, fabril e de usabilidade a fim de melhorar
a saúde, segurança e produtividade no trabalho.
Palavras chave: Áreas laborais, Equipamentos de Proteção
Individual, Segurança do Trabalho.
228
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
229
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
cimentos (OLIVEIRA, 2018).
Entretanto, na realidade é fácil notar o contrário do que
preconiza a NR 6, pois em diversas empresas pode ser consta-
tado o uso do EPI como primeira medida de segurança fornecida
aos colaboradores, o que deve ser corrigido imediatamente. Em
adição, é indispensável pensar no conforto e agrado do traba-
lhador para evitar resistência quanto ao uso de EPIs e, assim,
também não interferir na produtividade. Como há um relati-
vo amplo conjunto de dispositivos de segurança, deve-se ava-
liá-los bem de acordo com os critérios de proteção, facilidade
de manutenção e durabilidade. Desta forma, pode-se obter um
ambiente laboral com trabalhadores devidamente protegidos e
produtivos (MERINO et al., 2017).
Pode-se dizer que o enfoque sobre os EPIs na segurança do
trabalho se pauta em aspectos técnicos, aspectos educacionais
e aspectos psicológicos. Na primeira forma, o EPI em termos de
modelo deve ser definido tecnicamente em função das ativida-
des, dos riscos ocasionados e da necessidade de conforto do tra-
balhador. Quanto aos aspectos educacionais, a importância do
EPI para os trabalhadores deve passar por uma conscientização
que vai além dos treinamentos; isto é, é imprescindível educar
sobre a finalidade e a forma correta de utilização dos itens de
segurança. E no que concerne aos aspectos psicológicos, que
complementam os educacionais, é importante a atuação para
que o trabalhador entenda o uso do EPI como algo indispensá-
vel e inerente à sua função e não como imposição, de tal forma
que não rejeite o uso (MATTOS e MÁSCULO, 2019).
Não é incomum detectar o desinteresse de trabalhadores
em relação ao uso de EPIs, o que pode indicar que não há o
adequado fornecimento de informações acerca da indispensa-
bilidade dos dispositivos de segurança. Muitos trabalhadores
tendem a apresentar queixas quanto ao desconforto e quanto
às dificuldades de tarefas supostamente causados pelos EPIs.
Diante disso, fica latente que há pouco reconhecimento da gra-
vidade dos riscos em que muitos trabalhadores estão expostos
(DIAS e ARAÚJO, 2015).
Por outro lado, as manifestações de desconfortos e de in-
terferências em produtividade por trabalhadores em relação aos
230
Fabio A. da S. Arruda
2. MATERIAIS E MÉTODOS
231
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
estruturado e formado por perguntas objetivas que requerem a
assinalação de alguma das alternativas de respostas disponibi-
lizadas.
Dentre as questões do formulário, estava a solicitação da
caracterização profissional em termos de estar trabalhando, de
ser autônomo, trabalhar em setor público ou privado. Além dis-
so, também foram solicitadas informações quanto aos seguintes
aspectos: o estado de origem em que trabalha; a especificação
da função atual ou anterior (em caso de estar desempregado);
a área em que se insere profissionalmente; a indicação de uso
de EPIs no momento atual ou anterior; a indicação dos tipos de
EPIs utilizados; a percepção de interferências na produtivida-
de pelos EPIs; indicação de incômodos sentidos, dentre outras
questões afins, mas, por último, foi deixado o espaço livre para
que os respondentes escrevesses as opiniões pessoais acerca
dos EPIs.
Com o uso dos formulários online, as respostas são auto-
maticamente enviadas a uma planilha, também online, que foi
trabalhada no Microsoft Excel para reunião e organização de
dados. Após isso, a análise estatística e geração de tabelas e
gráficos com os dados obtidos auxiliaram na composição dos
resultados da pesquisa. Já quanto à última questão, que é livre,
todas as respostas foram analisadas individualmente para es-
colha de algumas e retirada de destaques oportunos de apre-
ciação neste estudo.
De início, quantitativamente, os resultados trazem um
breve perfil da amostra em termos de unidade federativa em
que os participantes trabalham, bem como a área laboral em
que se inserem. Após isso, os resultados prosseguem com a
indicação de percepções acerca da essencialidade de EPIs e da
indicação do uso desses dispositivos, tornando a continuação
dos resultados delimitados aos respondentes que indicaram o
uso de EPI na função atual ou em função anterior. Desta forma,
a amostra de 223 respondentes se reduziu para 122 quanto às
últimas questões.
De antemão, salienta-se que não foi possível detectar cor-
relações significativas entre determinadas características de
respondentes e semelhanças de respostas, pois a amostra é
232
Fabio A. da S. Arruda
233
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
234
Fabio A. da S. Arruda
235
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Quantidade de indica-
EPIs mais asinalados
ções
Bota/Calçados De Segurança 101
Óculos 91
Capacete 87
Luvas 78
Protetor Auricular 70
Máscara 49
236
Fabio A. da S. Arruda
237
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
238
Fabio A. da S. Arruda
239
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
sugestões estão elencadas a seguir:
• “Existe pouca ênfase das indústrias em EPI’s para colu-
na e o uso de EPI deve ser visto como último recurso;
primar por eliminação de processos desnecessário ou
automatizar para que haja o mínimo de intervenção hu-
mana” (Técnico de manutenção industrial do setor pú-
blico);
• “No meu campo de atuação, o que nós necessitamos
no momento é de calçados, uniforme e capas de chuva”
(Agente Comunitário de Saúde do setor público);
• “Óculos apropriados para pessoas que usam óculos de
grau” (Funcionário do setor público);
• “Salvam vidas, poderiam ter uma anatomia um pou-
co melhor e prestarem mais a ventilação nós mesmos”
(Gestor da Construção Civil).
Iniciando a discussão dos resultados deste trabalho, deve-
-se sublinhar que a dificuldade em segurar objetos com luvas
pode ser caracterizada como o desconforto mais frequente en-
tre os respondentes. Quanto às luvas enquanto EPI, pode-se
apontar os estudos de Fernandes et al. (2017) sobre profis-
sionais de saúde, que desenvolvem suas atividades com EPIs
bastantes específicos para a área laboral em que se inserem. Os
autores destacam que muitos profissionais de enfermagem de
um hospital brasileiro tendem a não utilizar todos os EPIs dis-
ponibilizados, havendo maior adesão às luvas devido à natureza
das atividades com alto risco biológico.
Por outro lado, nos estudos de Barros et al. (2016), também
desenvolvido com profissionais de enfermagem, o uso de luvas
foi indicado como possível causador de acidentes com agulhas.
Além disso, os autores detalham que o desconforto é um dos
principais fatores que aumentam a resistência ao uso de EPIs
pelos profissionais de enfermagem mesmo existindo protocolos
que indicam como imprescindíveis o uso desses itens de prote-
ção individual. Quanto ao exposto, resultados e campo laboral
semelhantes constam nos estudos Porto e Marziale (2016).
Sobre a dificuldade em enxergar com óculos de segurança,
240
Fabio A. da S. Arruda
241
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Em relação ao uso de botas ou calçados de segurança no
levantamento abordado neste artigo, os incômodos mais refer-
enciados se baseiam no peso do calçado. Nos estudos de Melo,
Gomes e Sá (2014) com funcionários operacionais de uma uni-
dade de alimentação e nutrição, o desconforto quanto ao uso de
botas não consistiu no peso destas, mas sim no formato. Neste
aspecto, os autores salientam sobre o chamado “sofrimento cri-
ativo”, pelo qual os trabalhadores chegavam a cortar o cano da
bota e a utilizarem plásticos para atenuar os desconfortos que
sentiam pelo uso do referido EPI para proteção dos pés.
No levantamento do estudo abordado neste artigo, houve
bastante discordância quanto ao uso do EPI causar alguma in-
terferência na produtividade, porém isso, de certa forma, não
condiz com o fato de a maioria dos respondentes indicar que
sente algum incômodo. No que concerne à interferência na pro-
dutividade pelo uso de EPIs no setor industrial, deve-se citar os
estudos de Souza, Gasques e Luz (2019) quanto a colaboradores
de uma indústria metalúrgica. Os autores constataram que há
conformidades no fornecimento de EPIs pela empresa, porém
os funcionários pouco utilizam os equipamentos. Na justificativa
para a baixa adesão ao uso dos EPIs, os trabalhadores indicam
a limitação e impacto negativo na agilidade mesmo com todos
os funcionários cientes da importância dos equipamentos para
a segurança do trabalho.
O desconforto causado pelos EPIs também foi detectado
nos estudos de Souza (2017), que se delimita aos trabalhadores
da Construção Civil, que, segundo a autora, é um dos ramos
produtivos mais perigosos para o trabalho no Brasil. Conforme
discorrido pela autora, os operários tendem a resistir quanto ao
uso de EPIs com a alegação de desconforto ou por não se adap-
tarem ao uso durante a realização das atividades.
Em face do apresentado, percebe-se que os EPIs deman-
dam atenção que vai além do aspecto normativo. Não se deve
somente fornecer e cobrar pelo uso desses produtos, pois se
demonstra imperativo favorecer a escuta ao trabalhador para
sanar inconvenientes relacionados aos EPIs para que seja pro-
movida a tríade segurança-conforto-produtividade. Ademais, os
resultados do estudo sugerem que é bastante válido que EPIs
242
Fabio A. da S. Arruda
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
243
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
pamentos de Proteção Coletiva.
Com a pesquisa desenvolvida, é deixado recomendado que
EPIs devem ser revistos no âmbito de materiais, especifica-
ções, projeto, fabricação e formas de uso. Assim, ficam suge-
ridos como trabalhos futuros as investigações pormenorizadas
quanto aos incômodos mais prevalentes neste estudo a fim de
subsidiar pesquisas que se desdobrem no desenvolvimento de
adaptações e melhorias nos EPIs atuais. Desta forma, pode ser
promovido um cenário laboral com trabalhadores efetivamente
realizando as suas atividades com conforto, eficiência e segu-
rança.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MATTOS, U.; MÁSCULO, F. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. rev. ampl. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2019.
244
Fabio A. da S. Arruda
245
11
RESUMO
E
sse trabalho teve como tema os requisitos de qualidade
para elaboração do Procedimento Operacional Padrão
(POP), abordando o quanto a padronização é essencial para
o crescimento das organizações. As atividades do processo ad-
ministrativo de uma organização devem acontecer sequencial-
mente e seguir normalmente para sua finalidade, com a busca de
qualidade. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa quali-
tativa, descritiva e bibliográfica e teve como objetivo descrever
os requisitos de qualidade para um Procedimentos Operacionais
Padrão mais eficiente para o setor operacional da instituição
e assim sugerir sua implementação. Com isso, foram levanta-
dos aspectos necessários para sua elaboração, de acordo com
o que deve conter, e as vantagens após a utilização. Baseado
nas atividades realizadas pelos profissionais responsáveis cri-
ou-se os procedimentos para o setor operacional, classificando
os requisitos de maior relevância. A educação contínua permite
entendimento deste manual, e através de auditorias realizadas
podem atingir as certificações. Os resultados apontam que é
preciso estar atento aos métodos de padronização, atribuindo
qualidade em busca de desenvolvimento pessoal e da organi-
zação. As ferramentas de qualidade fazem a diferença, portanto
a sugestão do POP trará resultados positivos se implantados.
Palavras Chaves: Requisitos de Qualidade. Procedimen-
tos. Saúde e Segurança no Trabalho
248
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
249
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
assim, esta ferramenta para qualidade de seus serviços opera-
cionais. Partiu-se do princípio de que condições padronizadas
clareiam a mente do colaborador para realizar um bom trabalho,
evitando falhas no processo. E segundo Chiavenato (2010), o
processo padronizado reduz retrabalhos e desperdícios para as
instituições.
Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo
identificar requisitos de qualidade essenciais para procedimen-
tos operacionais de saúde e segurança do trabalho.
Desta forma, as empresas podem buscar melhores práticas
para alcançar sua meta, além de contribuir nas integrações e
no dia a dia de trabalho, com base neste instrumento de quali-
dade alcançar bons resultados. Para que procedimentos sejam
utilizados com segurança, devem ser revisados, assinados, dat-
ados e de fácil entendimento para saber quando, como e o que
fazer. (VIEIRA FILHO, 2010). Portanto, é fundamental para todo
profissional conhecer os processos básicos para prestar um bom
atendimento aos clientes.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
250
Fabio A. da S. Arruda
251
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
uma atividade, dentro de uma organização, de forma sistêmica
e que tem por objetivo tornar a atividade segura, de qualidade
e eficiente.
A padronização desses procedimentos, a determinação de
etapas, a descrição detalhada das operações e a especificação
de trabalho dá ao operador maior segurança para realizar ativi-
dades, mas também dá maior responsabilidade em cumprir ex-
atamente o que é proposto.
De forma direta o POP é um manual que apresenta um pas-
so-a-passo de uma atividade rotineira, trazendo uniformidade
na execução de uma função, podendo ele se apresentar de for-
ma escrita, eletrônica ou figurativamente, sendo de fácil acesso
e entendimento para os que o utilizarão para desempenhar uma
atividade.
252
Fabio A. da S. Arruda
253
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
modificando a realização da atividade quando observado o grau
do risco muito elevado.
254
Fabio A. da S. Arruda
3. MÉTODO
255
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
análise dos requisitos de qualidade para um POP apropriado e
sugerir ao setor operacional o melhor produto desta pesquisa.
Os documentos e procedimentos que serão analisados
foram fornecidos por uma empresa responsável por análises
laboratoriais físico-químicas e microbiológicas em águas e solos
que atua no estado do Maranhão. Esta empresa tem como obje-
tivo cumprir requisitos legais obrigatórios com fins ambientais.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
256
Fabio A. da S. Arruda
257
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Disponibilizar
em papel ou
Acesso do Goure-
meio eletrôni-
7 operador ao vitch, 100% 100%
co, mas sempre
documento 2008
acessível ao
operador
Criar seu pró-
Originalidade Goure-
prio procedi-
8 e exclusivida- vitch, 0% 33%
mento para
de 2008
cada atividade
Chia- Revisar de for-
Validade /
9 venato, ma periódica os 50% 50%
Atualização
2009 procedimentos
Verificar pe-
Chia- riodicamente
Educação con-
10 venato, a equipe, seu 75% 75%
tínua
2009 desempenho e
envolvimento
Atendimento médio dos requisitos de
68% 81%
qualidade
Quadro 1 – Instrumento de coleta e análise de dados
Legenda do check-list
Procedimento como um todo De cada item
100% - Atendimento pleno dos requisitos 100% - Atendimento
de qualidade para procedimentos de SST pleno do itém
75% - Atendimen-
75% a 99% - Atendimento parcial dos to parcial superior do
requisitos de qualidade para procedimen- item
tos de SST 50% - Atendimento
médio do item
33% - Atendimento
Menor 75% - Atendimento insuficiente insuficinte do itém
dos requisitos de qualidade para procedi-
mentos de SST 0% - Não atende o
item
Quadro 2 – Legenda dos dados do Quadro 1
258
Fabio A. da S. Arruda
259
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
usadas apenas referências bibliográficas, em nenhum momento
a equipe operacional foi consultada para elaboração do manual.
Quanto a validade e atualização foi observado nos dois pro-
cedimentos que as referências são bastante antigas e os pro-
cedimentos são implementados durante muitos anos sem uma
validade pré-estabelecida, a revisão do procedimento só ocorre
quando há alguma alteração nos procedimentos de referência.
Quanto a educação contínua, mesmo não havendo uma
revisão periódica dos procedimentos a empresa se preocupa
com a capacitação e habilitação dos seus funcionários e assim
oferece a eles oportunidades de aprendizado nas suas áreas de
atuação através de workshops, treinamentos online e palestras
educativas.
Após o estudo das avaliações feitas através do checklist
é possível observar que o procedimento POP 01, referente as
análises físico-químicas, atende apenas 68% dos requisitos o
que o torna o seu atendimento insuficiente aos requisitos de
qualidade.
Enquanto isso o procedimento POP 02, que trata das aná-
lises microbiológicas, tem sua avaliação aos requisitos de qual-
idade atendida de forma parcial, com um percentual de 81%.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
260
Fabio A. da S. Arruda
261
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
procedimentos a partir do momento que se fizer conhecido.
Dessa forma, os POPs serão elaborados de forma eficiente
para auxiliar no controle, na organização e na identificação de
tarefas e responsabilidades, com detalhes para evitar erros no
processo.
Por meio do desenvolvimento deste estudo, atingindo o ob-
jetivo proposto, percebe-se os benefícios do POP e o quanto é
importante implantá-lo. A instituição pode conquistar acredi-
tações, por intermédio de auditorias que supervisionam se o
ambiente está de acordo com os padrões de qualidade exigidos.
Por fim, o POP proporciona segurança para o setor operacio-
nal desenvolver suas atividades, sendo necessária atualização e
fácil acesso destes manuais de padronização, e assim, permite
confiança ao exercer funções de outro colaborador quando o
mesmo faltar ou entrar em férias, sem que haja impactos na
produção ou até mesmo na manutenção de equipamentos.
As informações desta pesquisa são confidencias, sendo uti-
lizadas somente para fins acadêmicos. Porém as oportunidades
de melhoria observadas através do estudo e o checklist de req-
uisitos de qualidade foram disponibilizados para a empresa es-
tudada e empregado como metodologia para aprimoramento
dos seus procedimentos e como técnica de elaboração para no-
vos procedimentos dentro dos padrões de qualidade.
A metodologia usada oferece definição de vários autores,
descrições seguindo o mesmo objetivo. Logo, é sugerido a con-
tinuidade desse estudo em outros trabalhos para que a metod-
ologia de padronização seja implantada, e também recomen-
da-se implantação em outros setores empregando a qualidade,
para assim, assim como a utilização do checklist nessas imple-
mentações, a fim de favorecer o desenvolvimento das organi-
zações.
Conclui-se que é preciso estar atento aos métodos de pa-
dronização, atribuindo requisitos de qualidade em busca de
desenvolvimento da organização. As ferramentas de qualidade
fazem a diferença, portanto as sugestões para elaboração do
POP trará resultados positivos se implantados
262
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
263
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
VIEIRA FILHO, Geraldo. Gestão da qualidade total: uma abordagem
prática. 3. ed. Campinas, São Paulo: Alínea, 2010.
264
12
CULTURA PREVENCIONISTA E O
ACIDENTE DE TRABALHO:
CONHECIMENTO E GESTÃO DE
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
RESUMO
É
sabido que a cultura prevencionista, o conhecimento e a
gestão de segurança e saúde no trabalho contribuem efi-
cazmente na prevenção dos riscos de acidente de trabalho,
bem como promovem a saúde e a segurança do trabalhador,
conduzem a melhoria, os resultados operacionais e a imagem
da empresa. Foi objetivo deste artigo compreender o perfil, a
trajetória acadêmica e a percepção dos graduandos de Enge-
nharia Civil do IFMA-Campus São Luís/Monte Castelo, acerca
da cultura prevencionista e da prevenção de acidente de traba-
lho, identificando suas distintas concepções acerca do por que
ocorrem acidentes de trabalho e que possíveis procedimentos
podem e devem ser tomados no intuito de mitigar a possibilida-
de de ocorrência de acidentes de trabalho no ambiente laboral.
Foi universo pesquisado os graduandos matriculados no segun-
do semestre letivo de 2019 no curso de Engenharia Civil do
IFMA-Monte Castelo. Realizou-se estudo observacional descri-
tivo do tipo transversal com o universo eleito. Para composição
da amostra, foi utilizada técnica não probabilística por acessi-
bilidade. A amostragem foi não probabilística, por conveniên-
cia. A aplicação do questionário deu-se durante cinco dias leti-
vos, terceira semana de setembro de 2019, e foi realizado via
formulário eletrônico da plataforma Google Forms (ferramenta
para formulários on-line do Google). Concluiu-se que houve de-
monstração de conhecimento mediano acerca das razões que
provocam a ocorrência de acidentes de trabalho, bem como o
que pode ser feito para a prevenção, quer na perspectiva do
trabalhador, quer na do empregador, de acidente no ambiente
laboral, tais como a aplicação das medidas de segurança coleti-
vas e individuais inerentes à atividade desenvolvida.
266
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
267
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
na-se capital que o empregado os conheça e percebam a real
necessidade de respeitá-las.
A ausência de uma cultura prevencionista suscita a mani-
festação de ambiente propício a tragédias e acidentes laborais.
O desenvolvimento dessa cultura deve aflorar de forma impres-
cindível no cotidiano do gestor e, principalmente, do trabalha-
dor como um direito fundamental que lhe pertence.
É questionável o porquê de determinados trabalhos serem
realizados de formas inseguras, não obedecendo ao que precei-
tua a legislação vigente no Brasil, que contempla a Segurança
e Saúde do Trabalho. Atitudes percebíveis, como não acatar,
não acreditar, fingir e mesmo burlar, geralmente culminam em
malefícios ao trabalhador, às famílias e ao país, visto que to-
dos, indistintamente padecem dos males e das consequências
dos danos advindos dos acidentes e de doenças relacionadas ao
universo do trabalho.
A intensa transformação que perpassa a economia mundial
tem suscitado aumento considerável da competitividade entre
as empresas, e estas são motivadas a uma contínua busca por
novas ferramentas de gestão que possam auxiliar na melhoria
de seus processos.
A busca por distintos sistemas de gestão, como, por exem-
plo, o de qualidade, de meio ambiente, de segurança e saúde do
trabalho, entre outros, apontam para um real desejo do aumen-
to da qualidade dos produtos e serviços oferecidos, no desen-
volvimento sustentável e, consequentemente, no crescimento
da lucratividade, transformando assim as exigências de merca-
do em vantagens competitivas.
Desse modo, o bom desempenho em Segurança e Saúde
no Trabalho torna-se, nesse contexto, decisivo para as organi-
zações uma vez que tal desempenho contribui na supressão dos
riscos de acidentes, colaborando assim com a saúde e a segu-
rança dos trabalhadores, promovendo a melhoria dos resulta-
dos operacionais e da imagem da organização.
Sabe-se que o desenvolvimento de maior sensibilização,
percepção e conscientização, bem como melhor capacitação de
268
Fabio A. da S. Arruda
2. REVISÃO DE LITERATURA
269
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
[...]
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre aos menores de dezoito anos e de qualquer
trabalho a menores de quatorze anos, salvo na
condição de aprendiz;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso; [...]
270
Fabio A. da S. Arruda
271
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida
ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante da relação mencionada no
inciso I.
272
Fabio A. da S. Arruda
físicos.
No tocante ao conceito prevencionista de acidente de tra-
balho, Vianna (2019) concebe-o como qualquer ocorrência não
programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no
processo normal de uma atividade, trazendo como consequên-
cia isolada ou simultaneamente perda de tempo, dano material
ou lesões ao homem.
Portanto, mesmo ocorrências que não resultem lesões ou
danos materiais devem ser encaradas como acidente do tra-
balho. Este conceito prevencionista acontece quando um acon-
tecimento imprevisto e indesejável interrompe o andamento
normal do trabalho. Tal acontecimento está diretamente rela-
cionado com o trabalho e pode ou não gerar uma lesão no tra-
balhador.
Preceitua o art. 157 da Consolidação das Leis do Trabalho
(BRASIL, 2017):
Cabe às empresas:
I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
medicina do trabalho;
II. Instruir os empregados, através de ordens de
serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de
evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III. Adotar as medidas que lhe sejam determinadas
pelo órgão regional competente;
IV. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
competente.
273
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
e Segurança do Trabalho, mantido do Ministério Público do Tra-
balho-MPT (BRASIL, 2019b), dois mil e vinte e dois empregados
formais ou autônomos registrados no sistema da Previdência
Social morreram por conta de acidentes de trabalho. Dados es-
tes que não consideraram as mortes em serviço de funcionários
públicos estatutários, como policiais que morreram durante o
trabalho, nem de trabalhadores informais, visto que foram obti-
dos nos registros de acidentes feitos na Previdência Social.
Ressalta-se que na época ainda vigorava o acidente de tra-
jeto tendo em vista que este deixou de ser considerado acidente
de trabalho a partir da Medida Provisória nº 905/2019 (BRASIL,
2019c), que revogou a alínea ‘d’ do inciso IV do caput do art. 21
da Lei nº. 8.213/1991.
Apesar das consequências negativas, a problemática
histórica de acidentes de trabalho recebe insuficiente atenção
por parte das políticas sociais no Brasil. Evidência disso é a
má qualidade dos dados oficiais sobre a mortalidade e mor-
bidade por acidentes de trabalho, reconhecidamente subesti-
madas. Isso ocorre tanto por inadequações do sistema de reg-
istro quanto pela parcialidade da cobertura, ainda restrita aos
trabalhadores com carteira assinada (CONCEIÇÃO et al., 2003).
Para Almeida Jr. (2018), o Sistema de Proteção ao tra-
balhador está presente em diversos cômputos legais, tais como:
no ordenamento jurídico pátrio, nas convenções da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), nos princípios de Direito, na
Constituição Federal brasileira, nas Normas Regulamentadoras
(NRs).
Conforme Almeida Jr. (2018), na organização tem-se como
Sistema de Proteção ao trabalhador a Comissão Interna de Pre-
venção de Acidentes (CIPA), que tem por objetivo a prevenção
de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, bem como o
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Me-
dicina do Trabalho (SESMT). Trata-se de uma equipe de profis-
sionais da saúde estabelecida nas empresas para proteger a
integridade física dos trabalhadores e ainda as Empresas de
assessoramento.
Ainda segundo Almeida Jr. (2018), fora da empresa, o
274
Fabio A. da S. Arruda
275
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Segundo Oliveira (2011), tanto o Código Civil como o Códi-
go Penal brasileiro contemplam que não cabe qualquer repara-
ção civil ou processo penal quando o acidente tiver por motivo
‘culpa exclusiva da vítima’ bem como nas hipóteses de caso
fortuito ou de força maior.
3. MATERIAL E MÉTODOS
276
Fabio A. da S. Arruda
277
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico 1. Gênero.
Foi objeto de estudo deste artigo amostra do universo de
graduandos em Engenharia Civil do IFMA-Monte/Castelo, e ob-
jetivou-se suscitar a problemática da ocorrência de acidentes de
trabalho, e o que pode ser feito para se prevenir tal ocorrência.
Pôde-se perceber a predominância de respondentes do sexo
masculino entre os pesquisados. Denota que, mesmo que o es-
paço socioeconômico, hoje ocupado pelas mulheres no mercado
de trabalho e em outras espaços sociais, as quais têm ocupado
o seu devido lugar de direito histórico, na área de formação
profissional pesquisada ainda não se percebe motivos para co-
memorar tal fato, haja vista os dados obtidos.
Segundo dados obtidos junto à Organização Internacional
do Trabalho (OIT, 2018), as mulheres estão mais presentes nas
vagas de emprego, porém ainda aquém da presença masculina.
Dados estes corroborados por Carvalho e Oliveira quando da
Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Domésti-
278
Fabio A. da S. Arruda
279
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e considerando
os alunos de graduação em todo o Brasil com matrícula ativa
durante o ano de 2015, obteve este pesquisador que o curso de
Teologia é o preferido entre os alunos mais maduros. A média
de idade dos estudantes é de 36,8 anos. Já o curso Ciência e
Tecnologia é o que atrai os alunos mais jovens, com uma média
de idade de 22,3 anos.
Ainda segundo o Censo da Educação Superior de 2015 elab-
orado pelo INEP em 2015, Stein (2017), encontrou, no tocante
à média de idade dos alunos nos cem maiores cursos de grad-
uação, que o curso de Engenharia Civil tem a média de idade
dos alunos de 24,6 anos. Este curso ficou na 67ª posição com
a média de idade nesta pesquisa. Este artigo encontrou maior
concentração de respondentes na faixa etária que contempla a
média de idade dos alunos apontada pelo INEP 2015.
Stein (2017) encontrou ainda um graduando de Engenharia
Civil da Universidade de Caxias do Sul (UCS) com quinze anos
de idade. Segundo este autor, o graduando mais velho matric-
ulado em curso de nível superior tinha noventa e dois anos, na
época, e cursava Direito na UNIFRA.
Quando questionados acerca do tempo que estavam no cur-
so de Engenharia Civil, 9% afirmaram que cursavam há menos
de 1 ano, 27%, entre 1 e 2 anos, 6%, entre 3 e 4 anos e 36%,
com mais de quatro anos de curso (Gráfico 3).
280
Fabio A. da S. Arruda
281
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
econômicos, sociais, ambientais e culturais. (IFMA, 2013).
A disciplina Segurança no Trabalho é ofertada no sétimo
período desse curso no IFMA, com carga horária de 60 horas
(sessenta horas), perfazendo somente 1,22% da carga horária
do curso. Algo que se considera ínfimo, haja vista o volume de
conteúdo e importância desse conhecimento para o pleno e bom
gerenciamento de uma obra de construção civil, a qual deve
primar por reduzir os dados estatísticos que a apontam com
elevado índice de acidentes trabalho.
Quando questionados se já haviam participado de algum
treinamento/ formação, se cursaram ou mesmo estão cursando
alguma disciplina voltada para a temática Segurança do Tra-
balho e Saúde Ocupacional, 20% afirmaram estar cursando,
24% disseram que sim, que já tinham feito algum curso/tre-
inamento nesta área de formação e 56% afirmaram que não,
que ainda não tinham feito nenhum curso/disciplina nesta área
(Gráfico 4).
A indústria da construção civil contempla distintas ativi-
dades e tem como objetivo transformar o ambiente natural em
busca da oportunização de melhor qualidade de vida para o ser
humano. Porém, ainda que traga contribuições ímpares para
a vida humana e à economia do país, há um triste índice que
se faz presente nesse setor econômico de produção: o elevado
índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais advin-
das das atividades de construção.
282
Fabio A. da S. Arruda
283
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Tabela 1. Razões/motivos causadores de acidentes de trabalho.
284
Fabio A. da S. Arruda
285
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
ção, entre outras.
Além disso, para Almeida e Binder (2004), problemas pes-
soais (familiares, distúrbios emocionais e preocupações), inter-
rupções (chamado de colegas, intercorrência) e/ou excesso de
pressão de tempo para a execução das atividades também de-
vem ser levados em consideração.
O questionário se encerra com acolhimento de sugestões
dos pesquisados acerca de possíveis ações a serem desenvolvi-
das no tocante à prevenção da ocorrência de acidentes de tra-
balho e doenças ocupacionais. Vale destacar que aqui também
houve redundância nas respostas acerca das ações sugeridas
quando da prevenção da ocorrência de acidentes de trabalho.
286
Fabio A. da S. Arruda
287
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e
do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.
Jaques (2019) cita que para que o uso de EPI seja consid-
erado na fundamentação do atendimento ao critério de eficácia
como um recurso válido de prevenção e ainda forneça suporte
legal (trabalhista e previdenciário) ao empregador e aos profis-
sionais de SST e HSO, os seguintes requisitos devem ser aten-
didos:
a) controle de fornecimento com recibo de entrega;
b) procedimentos da empresa para uso, conservação, hi-
gienização, manutenção e descarte;
c) seleção técnica do modelo e tipo corretos, com cálculos,
quando aplicáveis, como, por exemplo, para a proteção
auditiva e respiratória;
d) verificação de validade do Certificado de Aprovação do
MTPS no ato da compra;
e) treinamento periódico quanto ao uso correto e adequa-
do a cada tipo;
f) requisito de uso em 100% do tempo nos locais onde for
recomendado, seja em placas de aviso ou em procedi-
mentos da empresa;
g) periodicidade de reposição conforme recomendações
dos fabricantes e de boas práticas incluídas em proced-
imento da empresa;
[...]
Dentre as sugestões colhidas, destaca-se a indicação da
‘falta de informação/conhecimento/treinamento, despreparo
do trabalhador’. Cabe apontar que, no pensar de Chiavenato
(2015), treinamento/formação deve ser ação constante e inin-
terrupta. Mesmo quando pessoas apresentam excelente desem-
penho, alguma orientação visando à melhoria das habilidades e
288
Fabio A. da S. Arruda
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
289
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
estas, destacam-se a alta rotatividade dos profissionais, bem
como a baixa capacitação e qualificação destes métodos obso-
letos de trabalho (que não necessariamente primam por segu-
rança), alternância da natureza do serviço em função da etapa
da obra e ainda a histórica falta de tradição na consecução de
projetos de segurança.
O setor de produção da construção civil é complexo. De-
manda eficiência e eficácia em todas as etapas de suas ativida-
des. A intensa exposição do profissional a condições de riscos e
perigos constantes torna a indústria da construção civil respon-
sável por um elevado número de acidentes de trabalho e doen-
ças ocupacionais que ocorrem no ambiente laboral.
É direito fundamental do trabalhador, calçado inclusive nos
preceitos normativos legais, que este pode e deve usufruir de
uma qualidade de vida saudável, o que suscita, consequente-
mente, maior preocupação com as condições do trabalho em
prol da segurança e da saúde profissional do trabalhador.
Contudo sempre objetivando o crescimento célere da pro-
dutividade, o homem enfatiza o uso dos recursos e desenvolvi-
mento das organizações e, comumente, subestima o desgaste
físico e mental, gerado tanto pelas atividades realizadas quanto
por fatores diversos que findam por refletir no possível surgi-
mento e crescimento de acidentes de trabalho e de doenças
ocupacionais.
É a segurança no trabalho fundamental para a eficiência e
eficácia das atividades laborais assim como para a vida e a saú-
de do trabalhador e o bem-estar de seus dependentes e ainda
para toda a teia produtiva: empresa, sociedade e governo. As-
sim, conhecimento e gestão de segurança e saúde no trabalho,
no que tange à cultura prevencionista e à prevenção de aciden-
te de trabalho, é algo precípuo no atendimento das exigências
mínimas de saúde e segurança, necessário ao exercício do direi-
to do profissional a um ambiente laboral seguro e saudável para
a realização de suas atividades.
É sabido que o objetivo da segurança no trabalho e saúde
ocupacional é desenvolver ações preventivas e corretivas, bus-
cando mitigar ou mesmo suprimir agravos à saúde do trabalha-
290
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
291
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
__________. Ministério Público do Trabalho (MPT). Observatório
Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. 2019b. Disponível em: <
https://smartlabbr.org/sst>. Acesso em: 4 out.2019.
292
Fabio A. da S. Arruda
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm> Acesso
em: 19 out.2019.
293
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Bureau Internacional do Trabalho, Genebra. Lisboa. 2018. Disponível
em: <https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_norm/---rel-
conf/documents/meetingdocument/wcms_630702.pdf>. Acesso em:
17 out.2019.
294
Fabio A. da S. Arruda
295
13
RESUMO
A
s Lavanderias são empreendimentos com intuito de ofere-
cer à comunidade serviço de higienização têxtil e vestuário
para as Empresas e comunidades em geral, podendo ser
domesticas, hospitalares, hoteleiras, decorativas, uniformes/
EPI’s, Jeans/Denim e de PetShop. Nesses ambientes possui se-
tores de secagem de roupas onde os funcionários submetem-se
a altas temperaturas dos secadores industriais. Este artigo se
trata de um estudo de caso em uma Lavanderia situada na ci-
dade de São Luís – MA, mais precisamente no setor produtivo
da Lavanderia (área de secar e passar), onde se constatou que
os Auxiliares de lavanderias trabalham com maquinários que
dissipam muito calor, cujos valores de temperaturas ultrapas-
sam os valores recomendados pela Norma NR 15 – Atividades e
Operações Insalubres (em média 30,1°C). Mesmo com os EPI’s
utilizados e treinamentos realizados para esses funcionários, e
ventilação natural, o ambiente apresentado nesse local possui
temperaturas elevadas nesse posto de trabalho, devido a dis-
sipação de calor dos equipamentos, tendo ainda outras contri-
buições. O atendimento à NR – 15 para o controle térmico de
ambientes se faz necessário tanto para a melhoria de produ-
tividade quanto o bem-estar das pessoas, impactando assim
positivamente na produção, desempenho dos colaboradores e
conservação dos equipamentos e máquinas gerando maior ren-
dimento e vida útil. Após análise realizada por profissional ha-
bilitado através de Laudo Técnico, foi constatado que os limites
de tolerância para exposição ao calor estão acima dos limites
previstos no Anexo III da NR-15 e com isso foi realizado uma
otimização e melhoria através do dimensionamento de um sis-
tema mecânico de ventilação e exaustão com a implantação de
Projeto, com objetivo de as condições de temperatura na La-
vanderia tornando o ambiente salubre para os funcionários que
ali tiram sua renda familiar, evitando, também, problemas com
os Órgãos do Trabalho e prejuízos com pagamento do adicional
de insalubridade conforme define a NR – 15.
Palavra-Chave: Lavanderia; Ventilação Mecânica; Ex-
austão Mecânica
298
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
299
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
contaminantes, poluentes, e na adequação das faixas de tem-
peratura de trabalho interno melhorando a produtividade e tor-
nando o ambiente mais salubre de forma a atender as normas
vigentes no Brasil. O sistema de ventilação, exaustão ou refrig-
eração é comumente usada no conforto térmico tanto em ambi-
entes residências, comerciais e ou industriais, com o propósito
de atender e manter as condições de conforto e salubridade
nesses ambientes frequentados, sejam pessoas que estejam
em seu exercício laboral ou não, termicamente agradáveis, nem
muito quente nem muito frio, proporcionando assim melhores
rendimentos e sensações térmicas, além de manter uma boa
circulação e troca de ar com o intuito de manter o ambiente em
condições saudáveis.
Vale ressaltar que a Lavanderia possui muitas máquinas e
equipamentos que consomem muita energia e utilizam muito
calor no seu processo fabril, e para facilitar o desempenhar de
seus funcionários é necessário aplicar uma eficiente circulação
de ar sem comprometer no rendimento destas máquinas na sua
planta fabril, otimizando o consumo de energia pela dissipação
e perda de calor das mesmas, sem afetar em sua durabilidade,
confiabilidade e consumo de energia, com o ensejo tornar a
atividade laboral de seus operários de forma mais adequada
e arejada, de maneira que venha prevenir eventuais doenças
ocupacionais em detrimento do calor excessivo.
Os trabalhadores envolvidos na Lavanderia são auxilia-
res de lavanderia e atuam em local fechado em alvenaria com
revestimento em reboco e acabamento em pintura látex, piso
em cimento polido industrial, com ventilação e iluminação ar-
tificial através de exaustores industriais aéreos, lâmpadas flu-
orescentes e natural através de abertura lateral na edificação,
e que são submetidos a elevadas temperaturas provenientes
da exposição às calandras e secadores. Foram levantadas tem-
peraturas de calor acima do permitido para atividades de Aux-
iliares de Lavandeiras com os seguintes valores: 29,33; 29,8 e
31,12 °C, valores esses acima do permitido para a NR 15 em
Anexo III no Quadro II.
Esse calor excessivo vem gerando desconforto durante a
atividades laborais dos trabalhadores, principalmente nos perío-
300
Fabio A. da S. Arruda
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
301
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
ele estabelece a temperatura natural do ambiente proporciona-
ndo a sensação de conforto térmico, bem como o controle de
processos industriais e controle ambientais (MACINTYRE, 2013)
A movimentação do ar no ambiente de trabalho é conheci-
da como ventilação, que pode ser provocada por meios naturais
ou artificiais e de ser planejada, executada e modificada, quan-
do necessários, para promover a prevenção de danos a saúde,
segurança e conforto dos trabalhadores.
Esta movimentação do ar entre dois pontos, por meios
naturais ou mecânicos, processa-se pelo estabelecimento de
uma diferença de pressão entre eles. Para obter um ambiente
salubre, o ar pode, também, ser condicionado artificialmente.
O condicionamento do ar é o que artificialmente. O condiciona-
mento do ar é o processo de tratamento de modo a controlar,
simultaneamente, a temperatura, a umidade, a pureza e a dis-
tribuição do ar, a fim de atender às necessidades de salubridade
do ambiente, sendo ocupado ou não pelo homem.
Como ventilação industrial entende-se o processo de retirar
ou fornecer ar por maios naturais ou mecânicos, de um recinto
fechado. O processo de ventilação tem por finalidade de limpar
e controlar as condições do ar, para que os homens e máquinas
convivam num espaço sem prejuízo de ambas as partes.
A função da Ventilação em ambientes de trabalho são: con-
trolar os contaminantes (que provocam doenças, causas tra-
balhistas, pressões dos órgãos ambientais, danos a imagem
etc); controle térmico e prevenção de graves sinistros, como
explosões e grandes acidentes ambientais. A simples renovação
de ar nesses ambientes não significa que este trona-se à salu-
bre. É necessário que o ar seja distribuído de tal forma que a
taxa de contaminantes seja a mesma em todos os pontos. O
conhecimento da forma como o ar externo, por intermédio da
turbulência, mistura-se com o ar interno é de fundamental im-
portância no projeto do sistema de ventilação.
Segundo Lisboa (2007) a “ventilação se define como um
processo de tratamento de ar por meios mecânicos ou naturais,
ou seja, a movimentação intencional do ar de forma planejada
a fim proporcionar o tratamento de ar.”
302
Fabio A. da S. Arruda
303
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
304
Fabio A. da S. Arruda
da sua velocidade.
Os parâmetros mais importantes do conforto térmico sub-
dividem‐se em duas classes:
• Parâmetros individuais: Atividade e Vestuário;
• Parâmetros ambientais: Temperatura do ar; Umidade
do ar; Velocidade do ar e Temperatura média radiante.
Portanto garantir um local termicamente favorável traz
muitos benefícios para os trabalhadores e evita incômodos oc-
asionados pela condição insalubre proveniente do calor como:
distúrbios funcionais capazes de afetar o corpo; fadiga; sonolên-
cia; diminuição do desempenho físico e desatenção podendo oc-
asionar acidentes. Em contrapartida, ambientes térmicos frios
podem levar à agitação, o que por sua vez diminui a cautela e a
concentração, principalmente em atividades intelectuais (KRO-
EMER & GRANDJEAN, 2005). O ideal é trabalhar nos limites tol-
eráveis para as operações dentro da lavanderia.
3. MÉTODO
305
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
fica desenvolvida a partir de levantamentos de referências teóri-
cas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos,
como livros, artigos científicos, páginas de web sites, para per-
mitir conhecer melhor sobre o assunto em questão. Existem,
porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publica-
das com o objetivo de recolher informações ou conhecimen-
tos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta (FONSECA, 2002). Um estudo de caso é um proces-
so de averiguação de cunho científico, munido de benefícios e
percalços próprios segundo a tipologia da pesquisa buscando a
resposta de uma única questão (YIN, 2010).
Por fim, do ponto de vista da abordagem do problema a
pesquisa possui um caráter quali-quantitativa, onde serão
apresentados os resultados com base em análises visuais, per-
cepções acerca do problema e quantificação da temperatura e
do índice que mede o estresse térmico por calor, realizada por
observação de forma direta, com apontamento manuscritos e
registros fotográficos e aferição de aparelhos de medição de
calor, bem como o diagnóstico de agentes nocivos à saúde e
integridade física dos trabalhadores, além da caracterização de
atividades especiais que possam gerar aposentaria em decor-
rência da incidência de sua caracterização e consequente paga-
mento do adicional devido.
307
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Fonte: do autor
308
Fabio A. da S. Arruda
309
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
(1)
Onde: A - é a área da base [m²]
bm - é a base média do trapézio [m²]
h - é a altura da base [m].
Fonte: Do autor
(2)
Área da Base do Piso é dado pela seguinte:
(3)
310
Fabio A. da S. Arruda
(4)
Onde: V – é o volume do setor [m³];
Ab – é a área total do trapézio [m²];
P – é a profundidade do galpão [m].
311
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312
Fabio A. da S. Arruda
Fonte: do autor
313
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
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(5)
Para tanto, devemos conhecer a temperatura de bulbo seco
do ar de insuflamento (que para o nosso caso é de 33 °C ou
91,4 °F) e a temperatura de bulbo seco que se deseja alcançar
no recinto (29 °C ou 84,2 °F). Assim temos:
(6)
314
Fabio A. da S. Arruda
Fonte: Patty, F., Industrial Hygiene and Toxicology, 2ª edição, Interscience Publishers,
1967
(7)
(8)
315
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Fabio A. da S. Arruda
(11)
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Fonte: do autor
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Fabio A. da S. Arruda
Fonte: do autor
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Fonte: do autor
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fonte: Do autor
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Fabio A. da S. Arruda
Fonte: do autor
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
324
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
325
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
Segurança e Medicina do Trabalho – NR 15 Atividades e Operações
insalubres / [Equipe Atlas]. – 82. Ed – São Paulo: Atlas, 2019
326
14
ADEQUAÇÃO DA NR 20 NA ELABORAÇÃO
DE PROJETO DE ENGENHARIA DE POSTO
DE COMBUSTÍVEL
RESUMO
E
sta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de avaliar a
aplicação da Norma Regulamentadora de número 20 para
projeto de instalações, em postos de serviços de revenda
varejista de combustíveis derivados de petróleo, álcool com-
bustível e outros combustíveis automotivos localizados em São
Luís, Maranhão e para isso foram extraídos 12 itens da referida
norma onde a partir dos mesmos elaborou-se um instrumento
de coleta de dados capaz de verificar o cumprimento de cada
item. Como resultado, observou-se o não cumprimento, por to-
dos os postos, de um mesmo item da norma e para 02 postos
acrescentou-se mais um item de projeto não conforme. A partir
dos resultados, foi possível orientar os responsáveis por cada
estabelecimento quanto ao cumprimento dos itens que não
foram atendidos durante a análise dos quesitos.
328
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
329
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
São Luís no estado do Maranhão, Brasil.
A adequação da NR 20 permite que o estabelecimento ope-
re com uma maior segurança na prevenção de acidentes e no
controle de falhas que possam ser ocasionadas pelas condições
de suas instalações, além de evitar infrações ou embargos pro-
movidos por órgãos de fiscalização.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
330
Fabio A. da S. Arruda
331
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
precisa ser trabalhada minuciosamente, de modo a não apre-
sentar furos de informações que dificultem o desenvolvimento
da fase seguinte.
Os projetos de engenharia, de acordo com a classificação
por setor (construção), podem ser desde projetos de nível
de complexidade menor a níveis maiores, que necessitam de
equipes multidisciplinares para conceber, cada disciplina com
níveis de informações que variam de acordo com a magnitude
do projeto a ser desenvolvido. Podem ser projetos residenciais,
comerciais, de pontes, ferrovias, estradas, dentre outros e vão
desde o projeto conceitual até o as-built, assim tipificado por
Vignoli (2018).
A previsão de custos, a segurança em atender a expectati-
va do cliente utilizando todo o conhecimento técnico para ilus-
trar a solução adotada, são umas das vantagens que se pode
obter ao optar por elaborar um projeto de engenharia desde a
criação da ideia principal a ser desenvolvida.
Apesar de ser ainda ser uma situação pouco considerada, a
conexão do projeto de engenharia com a segurança do trabalho
é essencial. Em uma pesquisa realizada por BEHM (2005), após
analisar 224 casos de fatalidades em acidentes de trabalho, foi
constatado que 42% desses acidentes poderiam ter os seus
riscos eliminados ainda na fase de projeto. Colaborando com
este entendimento Pereira Filho (2011) destaca que considerar
os requisitos de Saúde e Segurança do Trabalho durante todo o
ciclo de vida da edificação, desde a fase de projeto, passando
pela execução, até a chegada ao usuário final, configura uma
alternativa viável e necessária para prevenção de acidentes do
trabalho.
Como vimos, o projeto de engenharia traça a sistemática
de concepção de qualquer estrutura ou instalação, nesse tra-
balho nos interessa detalhar projetos de engenharia aplicados
especificamente a postos de combustíveis.
332
Fabio A. da S. Arruda
333
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
• Calibrador de pneus;
• Mangueiras e máquina de troca de óleo;
• Equipamentos de lubrificação, com graxarias, pneumáti-
cas, pistolas de pulverização, braços giratórios, distribui-
dores de óleos de diferencial e caixa de engrenagens;
• Máquinas para lavagens de veículos;
• Elevadores hidráulicos.
334
Fabio A. da S. Arruda
335
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
cia, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos com-
bustíveis, desde a fase de projeto até a desativação da insta-
lação. Para o efeito desta norma, define-se líquidos inflamáveis
como líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60° C, gases
inflamáveis são gases que inflamam com o ar a 20° C e a uma
pressão padrão de 101,3 kPa e líquidos combustíveis são líqui-
dos com ponto de fulgor > 60°C e ≤ 93°C.
Os postos de serviços com inflamáveis e/ou líquidos com-
bustíveis são instalações classificadas como Classe I, de acordo
com a Tabela 1 da referida Norma Regulamentadora.
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 2
que contemple estudo de análise de riscos;
20.5.6. O projeto deve ser elaborado por profissional
habilitado;
20.5.7. No processo de transferência, enchimento de
recipientes ou de tanques, devem ser definidas em
projeto as medidas preventivas para:
a) eliminar ou minimizar a emissão de vapores e
gases inflamáveis;
b) controlar a geração, acúmulo e descarga de
eletricidade estática.
Os requisitos acima citados configuram parte obrigatória
no prontuário da instalação e o cumprimento destes vai além do
ônus para o empregador, possibilita uma oportunidade de pro-
porcionar um ambiente de trabalho seguro. As evidências para
o cumprimento destes itens, como as plantas, as especificações
técnicas e as Fichas de Segurança de Produto Químico (FISPQ),
devem estar disponibilizadas em local de fácil acesso para os
funcionários e para a fiscalização.
3. MÉTODO
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Estabelece diretrizes para o licenciamento ambiental de postos de
combustíveis e serviços e dispõe sobre a prevenção e controle da po-
luição. Publicado no D.O.U. de 8 de janeiro de 2001.
346
15
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA
MECÂNICO DE VENTILAÇÃO E
EXAUSTÃO INDUSTRIAIS PARA
CONTROLE TÉRMICO DE AMBIENTE
RESUMO
A
s centrais de abastecimento farmacêuticas (CAF) são
pontos estratégicos destinados a operações logísticas
de gestão de medicamentos tais como: armazenamen-
to, movimentação e distribuição. Nesses locais, comumente,
um setor é destinado à guarda de medicamentos de alto custo,
que necessitam estar sob baixas temperaturas para manter sua
eficácia. No caso em estudo, este armazenamento é realizado
em minicâmaras reguladas em temperaturas que variam de 2
°C a 8 °C. Apesar de os medicamentos estarem no interior dos
refrigeradores mantendo, assim, a temperatura adequada, o
ambiente onde estes estão localizados sofre com as temperatu-
ras elevadas da sala devido às altas cargas térmicas presentes,
principalmente, pela dissipação de calor dos equipamentos re-
frigeradores, tendo ainda outras contribuições. O controle tér-
mico de ambientes se faz necessário tanto para o bem-estar
das pessoas, impactando assim em sua produtividade (laboral
ou não), quanto na conservação e desempenho de máquinas e
equipamentos refletindo em seu melhor rendimento e vida útil.
Através desta problemática, realizamos o dimensionamento de
um sistema mecânico de ventilação e exaustão a fim de tornar a
sala de armazenamento de medicamentos de alto custo dentro
de temperaturas salubres para os funcionários que ali atuam
e transitam, evitando, também, o superaquecimento dos com-
ponentes dos equipamentos refrigeradores, propiciando maior
durabilidade aos mesmos.
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1. INTRODUÇÃO
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macêutica (CAF) estatal, nosso estudo de caso, o armazena-
mento de medicamentos com um alto valor agregado (de 20 a
30 milhões de reais em média) e que, necessariamente, devem
estar submetidos à baixas temperaturas (entre 2 ºC e 8 °C ),
são guardados em equipamentos refrigerados que os mantém
em sua faixa ideal de temperatura de conservação. Ambientes
como este geram uma elevada massa de ar quente na parte
superior da edificação devido à grande dissipação de calor pelos
vários equipamentos ali locados.
O calor excessivo presente neste recinto exige das maqui-
nas refrigeradoras maiores esforços de trabalho, gerando danos
e refletindo em prejuízos financeiros com a maior frequência
de manutenções necessárias, além de comprometer o abasteci-
mento local e regional dos medicamentos. Não bastando, cinco
funcionários, que trabalham diretamente suprindo esses refri-
geradores, se expõem ao ambiente insalubre durante o seu pe-
ríodo de permanência no local.
Deste modo, buscando uma solução que seja viável do
ponto técnico e financeiro, lançamos o referido trabalho com o
objetivo de dimensionar um sistema mecânico de ventilação e
exaustão a fim de melhorar as condições térmicas presentes,
beneficiando a saúde dos trabalhadores expostos, o acervo pa-
trimonial estatal e a confiabilidade do sistema de abastecimen-
to.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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Este tipo de ventilação também pode ser utilizado para a
redução de atmosferas explosivas, nestes casos, o insuflamen-
to de ar possibilita a diminuição da concentração do agente,
mantendo-a abaixo do limite inferior de explosividade (ACGIH,
2013).
No julgamento de Macintyre (2013), se a toxicidade e a
taxa de geração do poluente forem altas, a VGD não deverá ser
utilizada, visto que necessitará de uma grande renovação de
ar e, mesmo assim, não será capaz de neutralizar a ação dos
agentes nocivos.
Segundo Clezar e Nogueira (2009), os elementos básicos
de um sistema de VGD são: tomadas de ar exterior, dutos de
condução do ar, ventiladores ou exaustão, filtros e bocas de in-
suflamento.
Os sistemas de VGD possuem as seguintes limitações: a
quantidade de poluentes gerados não pode ser elevada, os tra-
balhadores têm que estar longe da fonte de emissão de polu-
entes, a toxicidade e a distribuição dos poluentes no ambiente
deve ser, respectivamente, baixa e uniforme (ACGIH, 2013).
Os sistemas de VGD deverão ser implantados, preferen-
cialmente, na ocorrência das seguintes situações: quando não
há exposição excessiva, quando o poluente não é altamente
tóxico e quando os custos de fornecimento de ar não são eleva-
dos e quando existir a garantia do transporte do poluente até o
ponto de exaustão ou na impossibilidade de implantação de um
sistema de ventilação local exaustora (OLIVEIRA, 2013).
De acordo com Clezar e Nogueira (2009), a ventilação ger-
al diluidora deve ser utilizada nos ambientes de trabalho onde
as fontes de geração dos poluentes não estão em pontos esta-
cionários, ou seja, não são perfeitamente localizadas.
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ela pode variar de 23°C a 26°C. Por outro lado, a Anvisa (Agên-
cia de Vigilância Sanitária), separa a temperatura ideal por es-
tações e indica de 23ºC a 26ºC para o verão e 20ºC a 23ºC
para o inverno. Há tabelas ainda mais específicas que indicam
uma temperatura ideal para cada tipo de ambiente de trabalho,
o que se torna ainda mais assertivo, tendo em vista que estas
observam a especificidade de cada posto.
Um ambiente termicamente incômodo pode ocasionar
distúrbios funcionais capazes de afetar todo corpo. Ambientes
termicamente quentes podem acarretar em fadiga e sonolência,
à diminuição do desempenho físico e à ampliação da possibili-
dade de erros. Em contrapartida, ambientes térmicos frios po-
dem levar à agitação, o que por sua vez diminui a cautela e a
concentração, principalmente em atividades intelectuais (FON-
SECA, 2015).
Impacto do ambiente térmico na produtividade
Toda atividade humana é afetada pelo meio ambiente de
trabalho em que é concebida. A produção é um dos elementos
mais significativos que influencia o desempenho completo de
uma instituição, de pequenas a grandes empresas (FONSECA,
2015). Portanto, observa-se um aumento no interesse em com-
preender de que maneira o ambiente térmico pode influenciar a
produtividade laboral.
Ambientes termicamente frios, quentes ou moderados po-
dem acarretar comportamentos físicos e psicológicos em todo
ser humano, entretanto, há muita contraditória e carências no
que nos leva à esclarecimentos concretos sobre as implicações
do desconforto térmico na produtividade.
O julgamento dos trabalhadores é, hoje em dia, um influ-
ente fator respeitado neste esforço, uma vez que, a sua per-
cepção poderá estar relacionada com os seus comportamentos.
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3. MÉTODO
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Na tentativa de amenizar, parcialmente, a condição a que
estavam expostos, foram instalados quatro ventiladores de
parede do tipo tufão (5m³/s de vazão). Entretanto, a sensação
térmica percebida pelos colaboradores não sofreu alteração, o
que foi comprovado, posteriormente, pelas medições dos ter-
mômetros do local. Foi verificado que não houve um decréscimo
nas temperaturas anteriormente medidas e como consequência
outro risco físico se instaurou: o ruído excessivo gerado pelo
uso dos ventiladores.
A iluminação do local é realizada através de lâmpadas tu-
bulares com reatores, o que também contribui com a emissão
de calor.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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𝐴1 = 19 𝑚 𝑥 10 𝑚 = 190 𝑚²
Para o cálculo da área do segundo retângulo repte-se o
mesmo procedimento realizado para o primeiro retângulo assu-
mindo os valores da outra área.
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Aplicando os valores da planta do setor na equação 2, te-
mos:
V = 201,48 m² x 2,90 m = 584,29 m³
1
U= , sendo “k” o coeficiente de condutibilidade térmi-
𝐾
ca (para alvenaria equivale à 0,77);
ΔT – é a variação de temperatura entre o ambiente externo
e interno.
Aplicando os valores das áreas das paredes do setor e re-
tirando-se os valores correspondentes às portas e janelas, te-
mos:
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𝐴(𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠)
= [2 𝑥 (19 𝑚 𝑥 2,90 𝑚) + 2 𝑥 (10 𝑚 𝑥 2.90 𝑚)
− 2 𝑥 (0,80 𝑚 𝑥 2,10 𝑚) – 3 𝑥 (1,25 𝑚 𝑥 2,10 𝑚)
𝐴(𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠) = 156,96 𝑚²
1
𝑈𝐴𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎. = = 1,2
0,77
A temperatura medida no interior do setor pelos termômet-
ros digitais instalados pela empresa é de Ti = 33 ºC e a tem-
peratura exterior é Te = 35 ºC.
ΔT = (35 ºC – 33 ºC) = 2 ºC
Aplicando os valores encontrados na equação 3, temos:
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1
𝑈 = = 1,6
0,60
Assim, podemos calcular a condução através do teto por:
C(teto)= 201,48 m^2 x 1,6 x 2°C = 644,73 Kcal/h
iluminação;
0,875 - é a constante de transformação de W para Kcal/h;
1,2 - é a constante relacionada ao tipo de iluminação (com
reator).
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Potência Total
Marca BTU/h KCal/h Quantidade
(HP) (KCal/h)
Gelopar 0,73 2044 515,40 02 1030,80
Frilux 0,67 1876 473,06 11 5203,66
Indrel 0,33 924 233,00 06 1398,00
Refrimate 0,73 2044 515,40 02 1030,80
Tabela 1 – Inventário das minicâmaras de refrigeração do setor
Fonte: Autor (2019)
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𝑉 (𝑓𝑡³) 𝑥 𝐼
𝑉(𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜) = (7)
60
C(infiltração) = F x G (8)
(9)
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66.302,028
𝑄 = = 4.872,28 𝑐𝑓𝑚 = 137,96 𝑚3 ⁄
1,08 𝑥 (95 − 82,4)
367
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mente igual ao nosso setor, consideramos para nosso estudo a
área sala de depósito e uma taxa de renovação com valor de 10
trocas por hora. Ademais, devemos calcular o tempo para cada
ciclo de renovação utilizando a equação 12.
60 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
𝐶𝑅 = = 06 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
10 𝑟𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎çõ𝑒𝑠
𝑉 584, 29 𝑚³
𝑄 = =
𝐶𝑅 06 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
Q = 97,38 m³/min
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(8277,60 m³/h) pela quantidade de insufladores, temos um val-
or de 2759,2 m³/h sendo insuflado por cada saída.
Para determinarmos a vazão de ar em cada seção do duto,
devemos realizar o somatório das mesmas do último ponto de
insuflamento (seção 𝐶𝐷 ) à seção inicial de insuflamento que
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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jeto e instalação de um sistema de ventilação e exaustão indus-
triais mecânicas a fim de se obter o funcionamento correto das
máquinas de refrigeração e, por conseguinte, sua eficácia, bem
como a produção de melhores condições para os trabalhadores
que ali atuam.
Ademais, destaca-se a importância deste trabalho como
instrumento para auxílio na implantação e conservação de me-
didas de controle de riscos físicos em ambientes de trabalho,
uma vez que o procedimento proposto e utilizado nesta pesqui-
sa poderá ser utilizado para quantificar e avaliar a eficácia de
sistemas de ventilação instalados em outras empresas/setores.
REFERÊNCIAS
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Fabio A. da S. Arruda
stream/10400.26/14796/1/Rita%20Alexandra%20Peixoto%20Fon-
seca.pdf>. Acesso em: 09/09/2019.
SCHELLEN, L., LOOMANS, M.G.L.C., Wit, M.H., OLESEN, B.W. & LICHT-
ENBELT W.D.M.. The influence of local effects on thermal sensation
under non-uniform environmental conditions — Gender differences
in thermophysiology, thermal Comfort and productivity during con-
vective and radiant cooling. Physiology & Behavior, 107 (2), 252-261.
2012.
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Vol. 2
pdf/rsocp/v19n38/v19n38a09.pdf>. Acesso em: 21 set. 2018.
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