A Prisão de Oliveiros

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LEANDRO GOMES DE BARROS
Props Filhas de J o s é Bernardo da Silva

Quem leu a batalha horrenda


deOliveirose Ferrabraz
não deve ignorar mais
o que éumacontenda
vê uma luta tremenda
como se ganha vitória
pode guardar na memória
o combate mais horrível
parece até impossível
o passado desta historia
Ferfabraz era um gigante
de corpo descomunal
como nunca teve igual
no reino do almirante
ele só, era bastante
para cinco mil guerreiros,
oito, dez mil cavalheiros
morreram pelas mãos dais
e só tirou sangue nele
a espada de Oliveiros
Oliveiros aquele braço
não se curvava em perigos
e nunca achou inimigos
que lhe fizesse embaraço
aquele pulso de aço
mão que sempre foi temida
para as guerras escolhida
e por Deus abençoada
nuncadesceu a espada
que não tirasse uma vida
Ferrabraz como um leão
afrontava a própria morte
era a ooluna mais forte
do almirante Balão
tinha nobre o coração
e e r a civilizado
nas armas disciplinado
tinha força e energia
em toda parte que ia
mostrava s e r ilustrado
Como também Oliveiros
no valor e na ação
Guy de Borgonha e Roldão
e os mais seus companheiros
desses 12 cavalheiros
uma só não torcia o braço
um deles não dava um passo
que não fosse perigos
espadas dos inimigos
pra eles' não tinham aço
Oliveiros e Ferrabraz
que aspiravam um despeito
pegaram-se peito a peito
como dois leões brutais
ali ninguém chegou mais
foram os dois lutar a sós
ninguém ouvia uma voz
fogo das armas saia
e dos dois ninguém sabia
qaal seria o mais feroz
Leiam com toda atenção
a vida de Ferrabraz
vejam como são iguais
ele, Oliveiros e Roldão
o almirante Balão
tinha ele tal fiança
dizia que toda França
se tornaria imponente
porqueFerrabrazsomente
servia da segurança
Carlos Magno também
tinha 12 cavalheiros
como outros iguais guerreiros
o mundo hoje não tem
nunca temeram a
segundo diz a história
tinham as espadas a glória
nunca torceram perigo
nunca foram ao
que não contassem vitória
No dia em que Oliveiros
deixou Ferrabraz vencido
foi de novo acometido
por 10 mil turcos guerreiros
ele e quatro cavalheiros .
que chegaram em seguida
a força turca previda
prendeu todos os cavalheiros
porem só por Oliveiros
ficaram 3 mil sem vida
Não puderam resistir

sem cavalo, espada a lança


seim com que mais se cobrir
veio a noite se confundir

perderam de tudo a açã

levaram os prisioneiros
so almirante Balao
Assim mesmo se Oliveiros
não tivesse desmontado
alem disso, desarmado
ele e todos companheiros
se dois ou três cavalheiros
os tivessem socorrido
com boas armas os munido
o combate iria avante
o povo do almirante
nãooosteria prendido
Porem a luta era horrenda
e os cavalheiros poucos -
os turcos como uns loucos
davam batalha tremenda
naquela infeliz contenda
Olivveiros tropeçou
num cadáver que encontrou
quando dez turcos chegaram
as mãos atrás lha amarraram
ele sem ação ficou
Os turcos esfaimados
pelo sangue da Olíveiros
vendo os 5 cavalheiros
em seu poder escoltados
sairam recompensados
por aquela heróica ação
julgavam pagar a prisão .
do herói rei dos guerreiros
o maior dos cavalheiros
do almirante Balão
E seguiram os cavalheiros
cruelmente maltratados
levando os olhos tapados
o grande e nobre Oliveiros
os outros prisioneiros
oora as mãos atada« atrás
correndo a tudo e a mala
ao almirante Balão
para vinger a prisão
de siect filho Ferrabraz
E naquela multidão
levando-os prisioneiros
entregou oe cavalheiros
ao almirante Balão
ele lá C O Í B O um leão
em desesperos fatais
igualmente a satanás
no dia que o céu perdeu
disse: desses quem venceu
o wea filho Ferrabraz?
Disse üin dos exaltados
examinando primeiro:
é aquele cavalheiro
que traz 09 olhos vendados
estes einco eelerados
é òuetoso ds oa vencer
é escusado dizar
da forma qu'ela® lutaram
9 dez mii vidas custaras?
para poder o prender
O rôi fez uma mudança
perguntou a Olíveiros
ee eles eram cavalheiros
dos 12 pares de França
Oliveiros sem tardança
disse: nós somos soldados
muito pouco exercitados
somos todos de Lorenda
para a primeira contenda
agora fcmes chamados
Ordenou o almirante
que para o campo os levassem
e todos cinco matassem
por um meio agonizante
ali lhe disse Burlante:
meu plano não é capaz
creio que lucravas mais
mandar por dois mensageiros
trocar esses cavalheiros
por teu filho Ferrabraz
O almirante Balão
acho bom o parecer
deu ordem a recolher
os cavalheiros à prisão
num cárcere da escuridão
onde m a t a v a os tiranos
os turcos bárbaros, profanos;
os puseram em enxovia
aonde o curso de um dia
parecia dez mil anos
Esse cárcere agonizante
prisão asquerosa e fria
encostada à moradia
da filha do almirante
cuja alma interessante
dava ao mundo u'a esperança
conservava na lembrança
Idéia pura e risonha
amava Guy de Borgonha
umcavalheirode França
Amava ela o vassalo
do imperador francês
que vendo a primeira vez
não pode deixar de amá-lo
quando ele entrou a cavalo
emRoma, numa corrida
deixou-a surpreendida
o toque de uma paixão
deu a ela o coração
arriscando a própria vida
Floripes não conhecia
como o amor tem poder
logo aí pode saber
quando ele tem energia
sendo ela da Turquia
seu pai era um rei pagão
não tinha religião
era um perigo profundo
por todo ouro do mundo
não dava ela a um cristão
Oliveiros recolhido
naquele horrivel tormento
o seu maior sofrimento
e r a o corpo está ferido
ele exclamava sentido:
meuDeus, olhai pra mim
não devo viver assim
de lá da eternidade
mandai com mais brevidade
a morte trazer meu fim!
Antes tivesse eu morrido
pelas mãos de Ferrabraz
o guerreiro mais capaz
dos que a Turquia tem tido
outro igual não foi nascido
se nasceu, não foi criado
guerreiro nobre e honrado
espada que vale um porto
se ele tivesse-me morto
Floripes então pode ouvir
Oliveiros exclamar
desceu e foi indagar
quem estava a se concluir
diz Brutamonte a sorrir:
aquele é um dos tais
do povo de satanás
que tanto nos ofendeu
está até o que venceu
o vosso iraafio Ferrabraz
—Abra a porta da prisão
(disse ela ao c a r c e r e i r o )
quero ver o cavalheiro
que faz essa exclamação...
disse Brutamente: não;
isso eu não posso fazer
sob pena de morrer
teu pai me recomendou
pessoalmente ordenou
não deixasse alguém o ver
— Abre esta porta, vilão!
Floripes lhe replicou
quando o turco se abaixou
para abrir o alçapão
ela meteu-lhe um bastão
deixando-o morto por terra
dizendo: neste se encerra
um de mais plano formado
matei o mais desgraçado
que vinha me fazer guerra
Tudo assustado ficou
daquela ação qu'ela fez
e ela por sua vez
daquilo não se alterou
com toda calma falou
a todos prisioneiros
perguntou a Oliveiros
quem era que estava ali
um deles lhe disse: aqui
somos cinco cavalheiros
Ela com fala bem mansa
perguntou a Oliveiros:
qaera são esses cavalheiros?
— Somos naturais de França
que estamos sem esperança
de sair desta prisão;
ela perguntou: então
de vós quem batalha deu
e nessa luta venceu
a Ferrabraz meu irmão?
— Fui eu; lhe disse Oliveiros
numa batalha leal
que tendo sangue real
fiz como os nobres guerreiros
a hoste dos cavalheiros
quis fazer de mim pagão
eu sem vileza e traição
lutei, ele foi vencido
e hoje está convertido
batizou-se e é cristão
Floripes então perguntou

se Guy de Borgonha estava


disse Oliveiros: ficou;
ali ela confessou
a sua grande paixão
disse: meu pai é pagão
se souber vai çastigar-me
vocês poderão levar-me.,
para a terra de cristão?
Disse Oliveiros: senhora
pelas graças recebidas
nós arriscamos as vidas
vos servimos a toda bora
manda-nos soltar agora
e dê com que nes armar
pode nos acompanhar
descanse o seu coraçfio
que o almirante Bolôo
vê-la e nSo pede tomar
Floripes lhe dsse ali:
eu os ponho em liberdade
venho soltá-los mais tarde
esperem por mim aí
eu me retiro daqui
pode alguém me ver falação
e aqui me demorando
pode alguem desconfiar
de noite os venho tirar
fiquem aqui me esperando
Ficou em ânsia Oliveiros
mas à noite ela voltou
oom uma corda tirou
todos cinco cavalheiro«
todos oa prisioneiros
foram por ela levados
c e a r a m e foram curados
de boas armas munidos
todos cinco prevenidos
para se fossem atacados
Floripes comunicou
a sua velha criada
a velha ficou zangada
na mesma hora jurou
Floripes a empurrou
li-

de uma alta janela


ficando livre daquela
donde o mal podia vir
depois da velha cair
embaixo enterraram ela
O almirante Balão
ordenou que quinze reis
fossem todos duma vez
ao imperador cristão
e disse: diga então
que eu mando lhe dizar
que ele mande trazer
um filho qu'ele tem lá
que eu lhe mando de cá
os que tem em meu poder
— E se não quiser f a z e r
o que lhe mando pedir
ao seu reino hei de ir
com meu exército e poder
e ele então há de ter
uma morta rigorosa
uma sentença penosa
ele tem que experimentar
ou faz a fim de escapar
a fuga mais vergonhosa
Então nesse mesmo dia
Carlos Magno chamou
sete pares e mandou
com u'a embaixada à Turquia
na embaixada à dizia:
vocês digam ao Balão
que trate de ser cristão
e mande meus cavalheiros
eu não quero meus guerreiros
presos ema poder de pagão
Esees quinze reie guerreiros
vassalos do almirante
j á de águas mortas distante
encontraram os cavalheiros
insultaram os mensageiros
do imperador erietSo
perguntaram: aonde vão?
qae vão ver por esta estrada?
diz Rolião: levo embaixada,
ao almirante Balão
Não podemos acreditar;
(diêser&m cs embaixadores)
vocêa sSo ealtesdores
& querem se dis?arça
nós havemos de os levar
ao almirante Balão
que nussa escura prisão
bá de os mandar encerrar...
—Então podem ee aprontar!
gritou-lhes alto, Roldão
guando Roldão proteriu
puxou logo pela espada
deu num, uma outil&da
que até aos peitos partiu
outro rei turco acudiu
perem ele não torceu
todos os golpes que deu ,
foram bera aproveitados
quatozea foram lasoados
escapou uai que correu
Atrás desse que correu
foi Ricarte perseguindo
o turco se escapulindo
pela mata ee escondeu
nas montanhas se meteu
ganhcu a uma solidão
eerviu-se da escuridão
da noite que o protegia
para coutar o que havia
ao almirante BsSão
Quando Ricarte voítou
disse a um dos cavalheiros:
não t e s o os aventureiros
que co campo se matou
receio o que escapou
pela COIIKB do monte
que vá hoje mesíiiiiÔ e conte*
ao almirante Balão
e s e j a es«a a razão
d» b9.o passarmos s ponte
Ali regpondsu Roldão:
ora, porque não ea paess?
vocês verão a desgraça
que eu laço na guarnição
o almirante Balão
bote os soldados que tem
porque eu juro também
ficar a terra arrasada
ele dá-me a embaixada
ou sua cabeça vem
Ali t c í o s se montaram
armados heroicamente
lavando como presenta
as cabeças que tiraram
em seus elforges botara®
não deram satisfação
seguiu na frente Roldão
a pessoa encarregada
de entregar e embaixada
ae almirante Bsiäo
Ali havia ama poata
a da Moútihle ahaoada
o rei não dava entrada
por üora existia ura monte
duma altarb sem desconie
como outra não havia
e aa poria era vigia
um de«oomuael gigante
de quem só o alalraojte
a ponte coafisria
Exlst* um portão enorme
com 3 areoa de ouro puro
e o faz meia seguro
ó um gigfents disforme
dum aspecto daseonforma
e us3 gesto rapugnaafce
é mtKículoen © poesaate
são bnites as saas meaeirae
é quem dèfende. fi-outeiras
das terias do fiJmirsute
Diase Roldão: vou falar
ver 89 e l e abra 1 pouquinho
se eu eatrar faço c minho
.qsaa tudo pode passar
as ele quiser cobrar
a quantia t-stipulada
depois de eu ter estrada
então eu ihe digo; chi bruto
eu tr-ego aqui teu tributo
na bsíaba da espada
Disse o duque de Nemé:
paciência, rasa staigo
deixâ a emprega c o l i g o
n&o desespere da íê
eu sei isso como 6
e devemos aos conter
também precisa saber
que à pessoa algama agrada
dar uma grande pjsneada
e outra iguel r e c e b e r
—Daixa, eu sigo na frente
então direi ao gigante
que vamos ao almirante
deixa? um rieo presente
e uma embaixada urgente
ao felàjirante Bsl&o
ele vendo a razão
"talvez nos deixe passar
aeeim podemos chegar
s3Bi precisar de questão
Bateu o duque e chamou
pelo nome do gigante
e esse no mesmo instante
na porta se apresentou
abria um postigo, olhou
viu tudo de aspada e lança
o duque com a tala manta
disse: queremos entrada
pote levamos embaixada
êo imperador de F r a a ç a
Disse Galsfre: precisa
pagar tributo de entrada
uma soma exagerada
só passa quando indeniza
antes de entrar, avisa
ao almirante Baião
ver se ele consente ou nã©
que lhe leve a e s s b a l x a i a
ou se poisa dar entrada
è t m embaixador cristão
Disse o duque: teia rezSo
poreíB nós somos decentes
levamos ricos preeeates
ao almirante Balão
deixe passarmos então
aós e tudo nosso em paa
o comboio vem atrás
nós V B Í U O S logo na frente
proonrar onde aposente
nós e 'nossos aaliBaís
Disse Galaíre: há de dar
írê* flrsoa de ouro maciço
aeas haver abate nisso
aqaí niestco há de entregar;
díss« o duque: bel de pagar
Inda sendo nove 0« dsz
disse o g!gtsotr>: tu és
um d es temido vsBealo
por cada pá de cavalo
hás de pagar cent mil réis
--Todo cristão que equi passa
o que rcSo quiaer morrer
é obrigado a trazer
cem pares de eãa» da raça
© tudo da boa raça
qaa seja bem amestrados
trinta arcos bem lavrados
de padraa especiais;
t&do isto quem vem traz
<£0 eoatrario é devorado
—É a quantia exigida
de quem aqui quer passar
é obrigado a pagar
do contrario perde a vida
a pessoa é concluída
em cima daquele monte
um gancho eobre uma fronte
eu mandarei enfiar
depois mando pendurar
nas àlmeias desta ponte
Disse o duque: sim senhor
eu ô os Hieuã coHspsaheiroa
somos sete cavalheiros
de niüito alto valor
0 o nosao Isaperadcr
ao» mandou em com^são
ao süimiraate Balão
uma embaixada Ipva?
nos ordenou a pagar
o que fosse de rez&o
—Noaso comboio há de vir
chegando, déixe-o passa?
depois hííi de lhe pegE?
o que o senhor exigir
queremos qúe o deixa ir
às tendas do » f e i r a n t e
pois usB rfrseehte importante
a eie vamos látfár
havemos.de lhe psgar
de nós, dele, aeeím : por diante'
Galafre os deixou passar
e todos sete partiram
pela estrada seguiram
sem nada os Incomodar
esteva ura turco a olhar
mas qaíeto a sangue frio
Roldão sem mais desafio
lançando a mão à espada
partiu-o com u'a cutilada
botou-o morto no rio
Os cavalheiros chegaram
j á da meia-noite por diante
à hora em que o almirante
j á tinha se agasalhado
tinha há pouco se deitado
não quis se levantar mais
disse consigo: é eepaz
de Carlos Magno mandar
seíia cavalheiros basear
e me trazer Ferrabraz
O almirante Balão
tlnba há pouco se deitado
soube que tinha chegado
na corte um povo cristão
disse o almirante: e s t ã o ,
não devo me vexar maie
são homens especiais
que vêm como mensageiros
ver se eu dou os cavalheiro»
por meu tilho Ferrabraz
Ordeuou que agasalhasse
muito bem os cavalheiros
veja que aos mensageiros
eousa algum* n&o faltasse
depois que tudo eeaese
desse-lhes cama decente
pois encarecidamente
ordenava que &s tratasse
e que tudo ali achasse
a noite muito e x c e l e s t e
O naestre-sala cs botou
eada um nara aposento
e todo aqu«!e armameute
o meetre-sala guardou
•em um i e l e s se lemfere»
que o rei podia chegar
e ao almirante contar
•todos oe fatos paceados
mas e s t a v a s enfadados
só pensarem em se deita?
Então furam sgssalhados
todos eases mensageiros
porem todos cavalheiros
um dos outros separados
todos óssea desarmados
nem ura com arssa íioou
de madrugada chegou
o rei i p ê tJnfa® escapado
contando muito cansado
tudo quanto 36 passou
S disse: esses desgraçados
que sos 14 reis mataram
são uns que há pouco chegaram
estão aqui agasalhados
vinham ontem aglomerados
nos agrediram no caminho
momento ingrato mesquinho
tudo aos íífphou o® portos
íloaram 14 mortos
só eu esoapii sozinho
Ali logo o almirante
qua.se morre de paixão
lançou logo a maldição
em MafüsEa a Tsrvegante
acudiu ao mesmo instante
. o mestre-sala e talou
ferâtômfinte o ânimos
s ih» éisse: eaa altez a •
eu tenho toda oerfceza
Maiama são o deixou
—Apolim e Tarvegante
dois dâUBtís teus protetores
oa quais recebem favores
de vós a qualquer instante
Mafama é um 0eua constante
prcstega aos refe anciãos
trata os reis por seus irmãos
deixou teu povo morrer
poresa mandou-te dizer
tens inimigos nas mSoe
Ide descansar lá dentro
afrontarei os perigos
prenderei teus inimigos
ainda que fosse um cent©
eles j á dormem e eu entro
amarrarei um a um
isso é um fato comum
ninguém não deve estranhar
eu sozinho posso entrar
não deixo solto nenhum
Disse aquilo e foi saindo
e foi logo aos measageiros
amarrou os cavalheiros
que estavam todos dormindo
o mestre-sala sorrindo
foi dizendo ao almirante:
senhor, nesse mesmo instante
prendi todos os cavalheiros
deixei-os prisioneiros:
ffz um serviço importante
Foram os paras amarrados
quando no salão dormiam
Inocentes não sabiam
que ali seriam algemados
de manhã foram levados
ao almirante Balão
que perguntou por Roldão
e oe outros mensageiros
se eles eram cavalheiros
do 2mperador cristão
Ali Roldão respondeu:
ee ainda não eoahecie:
o carrasco da Turquia
repare bem que sou eu
braço que nunca torceu
milhões de turcos armados
grande« guerreiros afamados
vassalos velhos escolhidos
por mina já foram abatidos
estão no livro dos finados
—Eu venho em comissão
do meu tio imperador
que manda dizer ao senhor
que se fizesse oristão
do contrario em sua mão
havia de se acabar
ele havia de botar
sobre si exemplo ou mostra;
o senhor dê me a resposta
que é necessário levar
- E i s aí, caro senhor
disse animado Roldão
o almirante Balão
ficou se ardendo e© íuror
com aspecto aterrador
chamou seus subordinados
mandou que fossem queimados
todos esses mensageiros
cem mais sinco cavalheiros
q«e estavam encarcerados
Quando a noticia chegou
aos ouvidos da princesa
ela com essa surpresa
meia hora não falou
por Oliveiros chamou
e lhe disse: se disponha
minha aflição é medonha
só vós podeis me valer
antes me deixe morrer
e salve a Guy de Borgonha!
Pra meu pai me entregá-los
disse ela-vou pedir
se nada lá conseguir
vocês vão daqui tomá-los
tem boas armas e cavalos
vocês fiquem prevenidos
olham que e s t m o s metidos
onde qualquer um não vai
e o povo de meu pai
são turcos muito atrevidos
No mesmo instante Oliveiros
deu pressa a tudo se armar
e no campo não deixar
matarem' seus companheiros
Floripes em desesperos
sobre uma cadeira cai
num terno, pranto se esvai
e disse ao grande Oliveiros:
resgateosprisioneiros
inda que matem meu pai
Saia e foi ao Balão
chorando, porem fingida
muito queixosa e sentida
pelo seu querido irmão
entrou pela multidão
falando com arrogância
sem apresentar mudança
indagou quem eram aqueles
perguntou se eram eles
os cavalheiros de França
Respondeu o almirante:
estes malditos que vês
mataram quatorze reis
ontem à tarde num instante
- uma morte agonizante
também hoje hei de lhes dar
heí de mandá-los matar
no campo, bem cruelmente
a morte de minha geate
assim há de se vingar!
Disse a princesa: é verdade
deve os levar amarrados
matá-los todos queimados
com a maior crueldade
porem já é muito tarde
meu pai precisa comer'
primeiro mande dizer
a todos nossos parentes
porque ficarão contentes
vendo-os no campo morrer
—Me entregue os prisioneiros
eu levo estes condenados
destes amaldiçoados
serei um dos carcereiros
estes sete carniceiros
hei de ajudar a matá-los
e com minhas mãos queimá-los
para vingar meu irmão;
o almirante Balão
Disse-lhe ali Sortibão
o senhor adverte bem
porque na mulher contem
um armazem de traição
e deve ter precaução
andar seguro e direito
multas mulheres têm feito
os homens se arrependeram
e só chegam a conhecerem
quando não podem dar jeito
Floripes estremeceu
disse ali a Sortibão:
por teu falso coração
vens tu calcular o meu?
falso pode ser o teu
onde não há sentimento
porem marqueis o s o m e n t o
um dia hei de me vingar e
e tu hás de me pagar?
este teu atrevimento
E ordenou que os soldados
levassem os prisioneiros
disse ali aos cavalheiros:
levantem-se, desgraçados!
e lá seguiram algemados
na frente, ela indo atrás
e disse aos oficiais:
faz favor tudo voltar;
mandou os presos trancar
na câmara de Ferrabraz
Como ficou Oliveiros
quando chegou no salão
vendo algemado Roldão
e os outros cavalheiros
disse ele: companheiros
não façam por ter demora
olhem que estamos na hora
soltemos nossos irmãos;
quebrarem os ferros das mãos
deixou os pedaços fora
Foi entrando Lucrafé
primo e noivo da princesa
como foi sua surpresa
vendo o conde de Nemé
que se firmando num pé
aproveitou bem a hora
o turco quis ir embora
deu-lhe o duque tal pancada
com o gume da espada
tirou-lhe a cabeça fora
Floripes admirada
disse: por teu evangelho
nunca julguei que um velho
desse tão grande pancada!...
o duque disse: isto é nada
muito mais já tenho feito
eu pegando um turco e jeito
não me faltando a espada
lasco duma cutilada
da cabeça até ao peito
Disse Floripes; vou ver
pela corte o que é que há
vendo alguma coisa lá
eu volto e venho dizer
vocês não deixem de ter

direi a meu pai então


que almoce, estou indisposta
devido aquela resposta
que sofri de Sortibão
Deixo de mencionar
caso pouco interessante
torna-se muito maçante
não convém o relatar
tanto o espaço não dar
para tudo que passou-se
contarei como tomou-se
a ponte de meio a meio
como Carlos Magno veio
e como Floripes casou-se
Na hora da refeição
tudo ali se descuidou
Oilveiros enfrentou
o almirante Balão
esse quando viu Roldão
viu que a vida estava cara
a salvação era rara
saltou duma das varandas
chegaria em duas bandas
se um turco não apara
Veio um rei dos mais valentes
a Roldão com a espada
Roldão numa cutilada
o partiu até os dentes
vieram mais dois parentes
partiram na mesma hora
Roldão ali sem demora
disse a um turco: conheça;
deu-lhe um golpe na cabeça
tirou-lhe o pescoço tora
Investiram os cavalheiros
às força do almirante
Roldão, Ricarte adiante
na retaguarda Oliveiros
Geraldo e os companheiros
matavam sem piedade
os turcos em quantidade
partiram aos pares de França
j á não restava esperança
todo esforço era debalde
Voltaram os cavalheiros
da tôrre costa tomaram
os turcos ali os cercaram
julgando-os prisioneiros
Roldão, Ricarte-, Oliveiros
Guy de Borgoaha e Geraldo
cada qual mais separado
diziam aos companheiros:
para doze cavalheiros
não vemos exércitos armados
Um dia faltou comida
às damas eaoscavalheiros
Roldão dissse a Oliveiros:
perdi o amor da vida
tem uma dama caida
e outra j á desmaiada
lançarei mão da espada-
e sairei nesse instante
a tenda do almirante
hoje é por mim atacada

ficou na tôrre um somente


então seguiram na frente
Tietre e Oliveiros
vieram os turcos ligeiros
já corriam muito adiante
era um comboio distante
que vinham com mantimento

ao povo do almirante
Os pares ali avançaram
servindo-se das espadas
doze azêmolas carregadas
dos inimigos tornaram
maia de mil turcos mataram
numa batalha medonha
como não há quem suponha
que houvesse tal mortandade
por uma casualidade
prenderam Guy de Borgonha
O almirante Bolão
mandou que o algemasse
de manhã o enforcasse
perante a população
transpassava o coração
ver Floripes tão formosa
aos pés dos pares chorosa
dizer: Roldão valoroso
vai resgatar meu esposo
duma morte tão penosa!
Foram oito cavalheiros
Roldão foi na dianteira
Posimnumacostaneira
na retaguarda, Oliveiros;
com dezoito mil guerreiros
o preso vinha escoltado
porem Roldão a Ricardo
entre os maiores perigos
tomaram-no dos inimigos
antes de serem enforcados
Os pares nessa agonia
j á quase sem esperança
e Carlos Magno na França
• de nada disso sabia
disse Oliveiros que ia
a Carlos Magno avisar
para, vir auxiliar
naquele grande perigo
disse o duque: meu amigo
eu irei em seu lugar
Ricarte por derradeiro
disse aos outros: vou sozinho
se eu morrer deixo 1 filhinho
que há de ser bom cavalheiro
se eu morrer morre 1 guerreiro
não tem o que admirar
não morrendo, hei de chegar
o almirante se apronte;
disse Roldão: mas a ponte
como tu hás de passar?
Disse Ricarte; parece
que no horror mais profundo
ao homem no meio do mundo
Deus em pessoa aparece
sobe a morte a vida desce
e ali não há quem vá
fiquem descansados cá
embora perigo encontre
porem passo pela ponte
ou fica o cadáver lá
De madrugada saiu
em bom cavalo montado
de lança e espada armado
dos outros se despediu
um exército turco o viu
e tomou-lhe logo a frente
mas o guerreiro valente
ali não teve receio
e do reforço que veio
quase que não fica gente
\

Antes da noite chegar


desceu Ricarte a am baixio
e viu nas águas do rio
um veadinho passar
ele ali pôs-se a pensar
que o veado fosse alguem
disse consigo:nãotem
sem ser Deus quem tanto faça
e como um veado passa
eu vou e passo tambem
E ali se preparou
a Deus entregando a alma
entrando com toda calma
o rio ele atravessou
Galafre de fora olhou
disse muito admirado:
creio que aquele danado
não é frncês e nem mouro
tem o diabo no couro
ou é um ente encantado!
Ricarte então avançou -
quando muito tinha andado
viu o cavalo suado
numa sombra se apeou
o rei Clarião chegou?
e lhe disse: cavalheiro
você está prisioneiro;
foi logo o ameaçando
Ricarte disse se armando:
havemos de ver primeiro

por sobre o ombro direito


que lascou até o peito
Ricarte podesearmar
e tratou de se montar
no cavalo que o rei vinha
que todos sinais bons tinha
e corria sem cansar
Vinte e três léguas tirou
nessa jornada que ia
quando foi no outro dia
a Carlos Magno chegou
esse de alegre chorou
pois estava em desesperos
pensando que os cavalheiros
duma só vez os perdeu
quando Ricarte lhe deu
noticia dos companheiros
Carlos Magno reuniu
os grandes de sua corte
para ver a sua sorte
o plano se decidiu
ali logo o preveniu
que seguisse o batalhão
tinha grande precisão
de pela manhã partir
precisava destruir
o almirante Balão
Disse Ricarte: convem
de madrugada partir
para amanhã ir dormir
perto de um ponto que tem
onde não chega ninguem
que não s e j a devorado
e por ali é trancado
o reino do almirante
o vigia é um gigante
que parece endiabrado
Disse Carlos Magno: então
não achaste outro lugar
onde se possa passar?
Ricarte respondeu: não;
o rio é COMO um vulcão
reto como o horizonte
está do lado oposto um monte
que forma uma serrania
só se pode ir à Turquia
se for por aquela ponta
Carlos Magno perguntou:
o que havemps de fazer
para poder obter?
Ricarte ali explicou
disse a Carlos Magno: eu vou
com 3 ou 4 na frente
entremos fingidamente
se o gigante abrir a porta
a minha espada o corta
e passará toda gente
Ricartee foi e bateu
chamando pelo gigante
e esse no mesmo instante
armado lhe apareceu
olhou mas não conheceu
perguntou o que queria
disse Ricarte que ia
ao almirante Balão
fazer-lhe uma transação
com as joias que trazia
—Pode entrar, mostre o que tem
disse a Ricarte o gigante
o duque Regner e Nante
de lado entraram tambem
disse Galafre: convem
A Prisão de Oliveiros —33
sua capa ser tirada
há de ser examinada
a sua mercadoria...
Ricarte ali sem porfia
meteu logo mão à espada
O gigante ali ergueu
a arca por sua parte
deitando 1 golpe em Ricarte
mas esse o corpo torceu
tanto que a arca bateu
numa pedra e nela entrou
Carlos Magno chegou
antes o portão se abriu
o exército o investiu
a ponte então se tomou
Depois da ponte invadida
morto Galafre, o gigante
deram parte ao almirante
da desgraça 'sucedida
praguejando a propria vida
mandou a força atacar
e a torre derrubar
e matar os cavalheiros
antes que seus companheiros
fossem aos pares se juntar
Os turcos iam subiuâo
mas as damas preparadas
atiravam-lhes pedradas
iam dez, doze caindo
por mais que viesse vindo
chegava ali e morria
assim ninguem resistia
resolveram se afastar
para não 'ver-se acabar
o exército da Tarquia
A ordem assim cumprida
a torre foi atacada
não foi um turco à escada
que lá não deixasse a vida
parte da torre caída
um oitão já como um facho
mas pedras, tijolo e tacho
tude que as damas achavam
sobre os turcos atiravam
matavam os que estavam em baixo
Ali disse ao almirante
um soldado que chegava
que Carlos Magno já estava
menos de légua distante
disse a praça: neste instante
deixai a vila vencida
cruelmente destruída
pois os franceses onde vão
só com a sombra da mão
arrancam a alma e a vida
Nisso saiu Sortibão
com dez mil homens armados
ao chegar foram atacados
todo esforço foi em vão
o almirante Balão
mandou o rei Argolante
depois mandou mais Burlante
mas nada se aproveitou
Carlos Magno atacou
foi-se tudo num instante
O almirante Balão
como uma fera bravia
quis mostrar a covardia
do imperador cristão
rugindo comoumleão
disse: oh! velho imperador
hoje estás quase senhor
de minha força e poder
vem comigo te bater
ver quem será vencedor!
O sangue o campo tomava
provocando piedade
força em grande quantidade
de toda parte chegava
o almirante animava
aos turcos que resistissem
com toda força investissem
mostrassem que era guerreiros
para que os cavalheiros
com os outros não se unissem
Os cavalheiros cercados
viram um força que vinha
Carlos Magno j á tinha
perdido muitos soldados
saíram dez bem armados
entre os turcos se meteram
parte dos turcos correram
com a presença dos pares
todos aqueles lugares
de cadáveres se encheram
O almirante Balão
desesperado investiu
como uma fera partiu
a um cavalheiro cristão
com tanta disposição
peito a peito o enfrentou
o cristao se desviou
e se livrou da espada
mas aquela cutilada
o cavalo lhe matou
Sem atender mais alguem
o cavalheiro em flagrante
-investiu ao almirante
matou o dele tambem
com orgulhoso desdem
o rei turco conheceu
um cristão se enfureceu
e disse: é o almirante!...
e naquele mesmo instante
o cavalheiro o prendeu
O almirante Balão
vendo-se ali indefeso
foi obrigado a ir preso
ao imperador cristão
esse com bom coração
como amigo o recebeu
pedindo-lhe esclareceu
que aos ídolos não adorasse
disse que se batizasse
que entregava o que era seu
Alichegou Ferrabraz
a seus pés se ajoelhou
banhado em pranto rogou
não adorar idolos mais
dizendo: ó satanás
que vivo o perseguindo
meu pai que está se iludindo
quando o Eterno o chamar
o senhor há de chorar
o demonio entra sorrindo
Se meu pai fosse cristão
como CarlosMagnoé
se lutasse pela fé
tivesse religião
como um rei cristão não vai
pois da lei de Deus não sai
se em Deus tivesse esperança
nem dez mil pares da França
não venceriam meu pai
—Oh! meu pai, o senhor tendo
um grande exército valente
e doze homens somente
resisti-lo combatendo?
Galafre um gigante horrendo
que em guerra tinha arte
todo mundo viu Ricarte
que ninguem pode pagá-lo
e atravessou a cavalo
•o rio de parte a parte
Por rogos de Ferrabraz
o almirante Balão
prometeu ser um cristão
porem depois não quis mais
era crença de seus pais,
não quis deixá-la por n a d a
um murro de mão fechada
no arcebispo ele deu
nas pontas dos pés se ergueu
cuspiu na pia sagrada
O filho inda quis salvá-lo
mas o pai era um horror

mandou no campo matá-lo


depois mandou sepultá-lo
cem honras de soberano
ele era um ímpio profano

porem devia enterrar-se


porque tambem era humano
Agora vamos tratar
Floripes como ficou
quando da torre avistou
Carlos Magno marchar
quando foi a visitar
e dar-lhe agradecimento
com grande contentamento
Floripes o abraçou
Carlos Magno marcou
o dia do casamento

Carlos Magno mandou


que o arcebispo aprontasse
tudo quanto precisasse
o arcebispo aprontou
Floripes se batizou
como tinha projetado
ficou tudo descansado
de uma luta agonizante
no reino do almirante
com todo povo a seu lado

Ficou a Turquia em paz


e guerra se concluía
Carlos Magno dividiu
o reino em partes iguais
deu metade a Ferrabraz
com toda legalidede
ele de boa vontade
oom isso ae conformou
Guy de Borgonha ficou
oom a mesma quantidade
Disse a Guy e a Ferrabraz:
qualquer de vocês é dono
fiquem regendo o trono
não façam coisas demais
façam governos leais
hoje tenho de partir;
cuidou em se despedir
levantou o estandarte
via-se ali de parte a parta
gente gemer e cair

E Floripes soluçando
a Carlos Magno abraçou
uma dama desmaiou
e caiu-lhe aos pés chorando
Carlos Magno as consolando
porem de nada sabia
porque todos da Turquia
botaram nos corações
de Carlos Msgno as ações
a todo mundo prendia

Que hora penalizada


quando a bandeira se içou
e a oorneta tocou
a marcha da retirada
a força em marcha avançada
numa tristeza medonha
como a esposa que sonha
que está doente morrendo
eram os soldados dizendo
adeus a Guy de Borgonha
Foi penosa a despedida
do imperador cristão
Guy de Borgonha e Roldão
soluçavam na partida
Floripes triste e sentida
abraçou os cavalheiros
prinoipalmente os primeiros
que à terra foram chegados
soluçavam abraçados
Ferrebraz e Oliveiros

Gay de Borgonha chegou


sem a minima expressão
quando seu primo Roldão
banhado em pranto abraçou
quis falar mas não falou
com o duque d s Nemé
Geraldo de Mondefé
a Tietre de Dardanha
tevetristezatamanha
queficoususpensoempé

--FIM-

Juazeiro Ceará 20/04/1 981


M *©/PRONASEe MITRAL - BEG/fh
I ^ L Z I Ï Û ! « - M » r ? o ' 81-

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