Contabilidade - Rural - CRC
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Elaborado por:
Adriana Marques Dias
O conteúdo desta apostila é de inteira
Outubro 2007
responsabilidade do autor (a).
CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional.
Programa:
• Introdução
• Conceitos Básicos do Agronegócios
• Características das operações produtivas na atividade agrícola
• Características das operações produtivas na atividade zootécnica
• Aspectos contábeis no agronegócios
• Os princípios contábeis aplicados às atividades de Agronegócios
• Fluxo contábil em Agronegócio
• Avaliação de estoques
• Depreciações, Exaustões e Amortizações
• Custos no agronegócio
• Aspectos tributários no agronegócios
• Bibliografia Consultada
Introdução
Atualmente de uma eficiente administração tem sido evidenciada entre os produtores rurais de todo o país, a
grande maioria das organizações empresárias de atividade rural, é considerado de pequeno porte e não tem condições
técnicas para gerenciar os custos de sua atividade, cabe aos profissionais de contabilidade evidenciar para estes
empresários a Contabilidade aplicada à atividade Rural como um instrumento de relevância para seu processo
administrativo. O objetivo deste trabalho é mostrar esta importância desta para a atividade em questão.
O agronegócio, setor de atividade que envolve a agricultura, bem como a industrialização dos mesmos, tem sido
como comenta KOVACSIK (2003), palco de transformações inusitadas e de uma história caudalosa nas três últimas
décadas. A sagra dessa atividade tradicional e secular, quase sempre isolada e marcada pela auto-suficiência, tem os
dias contados, no despontar de uma produção de base tecnológica e geradora de excedentes, integrada na visão
sistemática do agribusiness – insumos, transporte, armazenagem, industrialização, bolsas de físico e futuro, distribuição
atacadista e varejista etc.
Como visto em ARAÚJO (1992), as crescentes transformações dos complexos agroindustriais da laranja, soja e
frango na década de 70 são as marcas que consagraram a formação dos agronegócios no país; elas nascem pujantes e
em pé de igualdade com o que há de melhor no mundo. Em 1975 o Pro álcool dá um tom moderno à colonial atividade
sucroalcooleira. A agricultura estreita relações com as atividades de antes e pós-porteira mediante um conjunto de elos
da cadeia produtiva.
Mas o desenvolvimento do meio rural não é homogêneo para todos os setores. A agricultura costuma ser
abordada de maneira compulsiva sob a ótica da produção. Tal constatação é fácil de ser detectada na União Européia,
nos Estados Unidos e em outros lugares, assim como no Brasil. Sobre a imagem telúrica dos tomadores de decisão do
governo e da iniciativa privada paira o espírito da fecundidade: a terra em constante cio para gerar produção e riqueza. É
uma visão clássica do setor primário da economia, no seu sentido-limite de garantidora da segurança alimentar das
nações.
Nos países desenvolvidos, as generosas políticas de garantias de preços mínimos e juros baixos para os
agricultores formam montanhas de grãos e rios de leite. A bateria de subsídios proporciona condições artificiais para que
as sobras internas sejam exportadas a preços artificiais para que as sobras internas sejam exportadas a preços
inferiores aos custos de produção. Esse comportamento provoca baixa nas cotações internacionais. Países agro
exportadores e de grande mercado interno, como o Brasil, são punidos (ARAÚJO,1998). Diminui o espaço da agricultura,
concentra-se a estrutura fundiária e aumentam as relações capitalistas no campo.
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Características das operações produtivas na atividade agrícola
A atividade produtiva divide-se em:
• Preparação do solo - calagem;
• Plantio - adubação;
• Adubação;
• Tratamento fitos sanitário;
• Irrigação;
• Cultivo manual;
• Cultivo mecânico;
• Cultivo químico;
• Raleação e desbaste;
• Poda;
• Colheita; e
• Outras: coleta de borbulhos, enxertia, sobre enxertia, cobertura morta, aplicação e hormônio, despendoamento,
erradicação de plantas doentes (roging), secagem e outras operações.
A preparação do solo – calagem envolve o processo de destoca, limpeza, roçada, correção do solo, gradeação,
subsolagem, aração, conservação de solo, sistematização do solo e drenagem.
Já o plantio e adubação envolvem o sulco, a adubação básica, coveamento, alinhamento, marcação, confecção
de canteiro, distribuição de mudas, seleção, desinfecção de mudas, coleta de estacas, adubação básica, plantio,
semeadura, replantio, transplante, tutoramento, retirada de mudas, embalagem de mudas e transporte de mudas e
sementes.
A etapa de adubação envolve a adubação de cova ou sulco, adubação de solo, adubo foliar e cobertura.
O tratamento fitos sanitário é o processo que se ocupa com o controle de formigas, tratamento do solo, de
semente, fitos sanitário e transporte de água. Enquanto a etapa de irrigação envolve a aguação, irrigação e transporte de
águas.
O cultivo das culturas pode ser manual, mecânico ou químico sendo que o cultivo manual envolve coroamento,
recoroamento, capina, roçada e limpeza, o cultivo mecânico envolve a gradeação, roçada mecânica, aração e limpeza
mecânica e o cultivo químico envolve a aplicação de herbicidas.
Os processos de raleação e desbaste são operações executadas para melhorar a produtividade das plantas e
envolvem a raleação, a desbrota e raleação de fruto.
A poda ocorre para melhorar a formação da planta, melhorar a frutificação e pode ocorrer para uma limpeza,
restabelecendo a produtividade da planta.
A colheita é a etapa de distribuição dos frutos em caixas, colheita e transporte até o ponto de carga e
embalagem, carregamento do caminhão e transporte da produção até os silos ou até a fábrica e centros de distribuição
para os produtos perecíveis.
Existem ainda processos recorrentes como coleta de borbulhos, enxertia, sobre enxertia, cobertura morta,
aplicação e hormônio, despendoamento, erradicação de plantas doentes (roging), secagem e outras operações.
A atividade agrícola desenvolve culturas, o ciclo de cada cultura é a principal característica genealógica da
planta e no ciclo da cultura definem critérios contábeis a serem aplicados na organização para tanto se deve expor que
as culturas agrícolas podem ser classificadas como temporária, semipermanente e permanente.
Considera-se cultura temporária o cultivo cujo ciclo operacional é de no máximo 1 ano e se caracteriza somente
por uma colheita: soja, trigo, milho, arroz.
As culturas semipermanentes são aquelas que o ciclo de produção entre o plantio e a última colheita seja menor
que 10 anos: abacaxi, cana-de-açúcar.
Já as culturas permanentes são culturas cujo ciclo de produção é considerado de longo prazo, considerando o
tempo necessário para a formação de viveiros, formação e manutenção da planta e colheita: café, laranja, uva, pêssego.
O ciclo operacional é o período compreendido desde a preparação do solo, entendida esta como a utilização de
grade, arado e demais implementos agrícolas, deixando a área disponível para o plantio até a comercialização do
produto.
Características das operações produtivas na atividade zootécnica
A atividade produtiva na zootécnica divide-se em:
• Cria;
• Recria;
• Cria-recria;
• Cria-recria-engorda;
• Recria-engorda;
• Engorda.
A cria é a atividade básica de produção de animais que só vendidos após o desmame.
A recria é a atividade básica onde o animal adquirido será mantido na organização até o momento de engorda
dos animais
E a engorda é a atividade básica desenvolvida a partir da aquisição de animais adquiridos que serão
comercializados em momento oportuno.
O ciclo operacional é o período compreendido desde a inseminação, ou nascimento, ou compra, até a
comercialização.
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Aspectos contábeis no agronegócios
A contabilidade aplicada às organizações empresariais que exploram a capacidade produtiva do solo seja na
agricultura ou na pecuária é conhecida como contabilidade rural.
Para uma adequada aplicabilidade da contabilidade a esta atividade o Conselho Federal de Contabilidade
estabeleceu a Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T 10 - DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM
ENTIDADES DIVERSAS que entre outras determinações trata dos aspectos contábeis para as ENTIDADES
AGROPECUÁRIAS.
Cabe lembrar que a atividade rural possui aspectos próprios como o término do exercício social que se encerra
no término da colheita,e que a sociedade constituída para a organização societária será uma organização comercial é
vista como uma sociedade civil, pois se coloca na posição de fornecedora de produtos agrícolas e pecuários e caso esta
organização empresária seja constituída como sociedade anônima ela será uma empresa comercial constituída sob
firma de SA e será civil se constituída sob a forma limitada ou outro tipo societário.
São estabelecidos na NBC T 10 os critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registro das variações
patrimoniais e de estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas em notas
explicativas para as entidades agropecuárias que exploram as atividades agrícolas e pecuárias.
E lembra que devem ser aplicados os Princípios Fundamentais de Contabilidade para as entidades rurais que a
escrituração contábil é obrigatória, devendo as receitas, custos e despesas ser contabilizados mensalmente e que os
registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas, segregadas por tipo de atividades.
Os critérios de avaliação adotados pelas entidades rurais devem fundamentar-se nos seus ciclos operacionais e
as perdas, parciais ou totais, decorrentes de ventos, geada, inundação, praga, granizo, seca, tempestade e outros
eventos naturais, bem como de incêndio, devem ser registradas como despesa não-operacional do exercício.
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A norma expressa que os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produto pelo valor de mercado,
devem ser contabilizados como receita operacional, em cada exercício social.
Os custos de produção agrícola devem ser classificados no Ativo da entidade, segundo a expectativa de
realização:
• No Ativo Circulante, os custos com os estoques de produtos agrícolas e com tratos culturais ou de safra necessários
para a colheita no exercício seguinte; e
• No Ativo Permanente Imobilizado, os custos que beneficiarão mais de um exercício.
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mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer
circunstância.
O Princípio da Entidade
“Art.” 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de
qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários,
no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é
verdadeira. “A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em
nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil”.
A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações contábeis são consolidadas mantêm sua
autonomia patrimonial, pois seus Patrimônios permanecem de sua propriedade.
O Princípio da Continuidade
“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou
provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações
patrimoniais, quantitativas e qualitativas”.
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o
valor de vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem
prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação
do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação
dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado
importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado”.
O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e
quantitativa, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão
das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral de seu
valor. A queda no nível de ocupação podem também provocar efeitos semelhantes.
A modificação no estado de coisas citado pode ocorrer por diversas causas, entre as quais ressaltam as
seguintes:
• Modificações na conjuntura econômica que provoquem alterações na amplitude do mercado em que atua a
Entidade. Exemplo neste sentido é a queda de poder aquisitivo da população, que provoca redução no consumo de
bens, o que, a sua vez, resulta na redução do grau de ocupação de muitas Entidades;
• Mudanças de política governamental, como, por exemplo, na área cambial, influenciando diretamente o volume das
exportações de determinados ramos econômicos, com efeito direto nos níveis de produção de determinadas
Entidades;
• Problemas internos das próprias Entidades, consubstanciados em envelhecimento tecnológico dos seus processos
ou produtos, superação mercadológica destes, exigência de proteção ambiental, falta de capital, falta de liquidez,
incapacidade administrativa, dissensões entre os controladores da Entidade e outras causas quaisquer que levem a
Entidade a perder suas condições de competitividade, sendo gradativamente alijada do mercado;
• Causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção da Entidade no mercado, tais como inundações, incêndios,
ausência de materiais primários por quebras de safras.
O Princípio da Continuidade, à semelhança do da Prudência, está intimamente ligado com o da Competência,
formando-se uma espécie de trilogia. A razão é simples: a continuidade, como já vem, diz respeito diretamente ao valor
econômico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição ou transformar-se, total ou parcialmente
quando há previsão de encerramento das atividades da Entidade, com o vencimento antecipado ou o surgimento de
exigibilidades. Nesta última circunstância, sua ligação será com o Princípio da Oportunidade.
O Princípio da Oportunidade
“Art.” 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade
e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este
seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as
originaram.
Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser
feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os
aspectos físicos e monetários;
“III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para
gerar informações úteis ao processo decisório da gestão”.
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O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo
patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo de
dados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores, ou seja, o Princípio
da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um
determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos.
O Princípio da Oportunidade deve ser observado, sempre que haja variação patrimonial, cujas origens principais
são, de forma geral, as seguintes:
• Transações realizadas com outras Entidades, formalizadas mediante acordo de vontades, independentemente da
forma ou da documentação de suporte, como compra ou venda de bens e serviços;
• Eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, mas com efeitos sobre o Patrimônio,
como modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais, etc.;
• Movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura qualitativa do Patrimônio, como a transformação
de materiais em produtos semifabricados ou destes em produtos prontos, mas também a estrutura quantitativo-
qualitativa, como no sucateamento de bens inservíveis.
O Princípio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a
tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-los de Princípio da UNIVERSALIDADE.
O Princípio da Competência
“Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento”.
§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no
passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo
diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do
Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é
conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens
anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem
o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III - pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de
terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua
propriedade para terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
“III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo”.
A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao entendimento das variações
patrimoniais e sua natureza. Nestas encontramos duas grandes classes: as que somente modificam a qualidade ou a
natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam.
As primeiras são denominadas de “qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são chamadas de
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“quantitativas”, ou “modificativas”. Cumpre salientar que estas últimas sempre implicam a existência de alterações
qualitativas no patrimônio, a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial.
A competência é o princípio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimônio,
para transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos
do Patrimônio Líquido – usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições – normalmente chamadas de
“despesas”–, emerge o conceito de “resultado do período”: positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas;
ou negativo, quando ocorrer o contrário.
O Princípio da Competência é aplicado a situações concretas altamente variadas, pois são muito diferenciadas as
transações que ocorrem nas Entidades, em função dos objetivos destas. Por esta razão é a competência o princípio que
tende a suscitar o maior número de dúvidas na atividade profissional dos contabilistas. Cabe, entretanto, sublinhar que
tal fato não resulta em posição de supremacia hierárquica em relação aos demais princípios, pois o status de todos é o
mesmo, precisamente pela sua condição científica.
O Princípio da Prudência
“Art. 10 O Princípio da” PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor
patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às
mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do
Princípio da COMPETÊNCIA.
§ “3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem
incertezas de grau variável”.
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles
possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às
transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes
econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do Princípio da Prudência ocorrerá
concomitantemente com a do Princípio da COMPETÊNCIA, conforme assinalado no parágrafo 2º, quando resultará,
sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido.
Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA cumpre lembrar que:
• Os custos ativados devem ser considerados como despesa no período em que ficar caracterizada a impossibilidade
de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da Entidade;
• Todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que institucional, devem ser
classificados como despesas;
• Os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa maturação devem ser ativados no período
pré-operacional a partir do momento em que o ativo entrar em operação.
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA não deve levar a excessos, a situações classificáveis como manipulações
do resultado, com a conseqüente criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistência de
valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito
importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais.
Fluxo contábil em Agronegócio
Inicialmente para desenvolver o processo contábil de uma organização empresária rural, devem ser estabelecidos o
exercício social da atividade, e as características tributárias da mesma e no caso de organizações que se dedica à
atividade agrícola, deve-se considerar o tipo de cultura existente na propriedade se cultura temporária, semipermanente
e permanente.
De forma geral as organizações empresárias mantêm um fluxo constante de receitas e despesas enquanto nas
organizações dedicadas ao agronegócio, o fluxo de receitas ocorre em período específico, durante ou logo após a
receita, visto esta atividade ser sazonal, e concentra-se em determinado período que pode traduzir-se em alguns dias de
um mês do ano.
Ao término da colheita e da comercialização dessa colheita temos o encerramento do ano agrícola, este é o período
em que se planta, colhe, e normalmente, comercializa a safra agrícola. Algumas empresas, em vez de comercializarem o
produto, armazenam a safra para obter melhor preço, ocorrendo este fato deve-se considerar o final da colheita como
término do ano agrícola e exercício social.
A apuração de resultado, quando realizada logo após a colheita e a comercialização, contribui de forma mais
adequada na avaliação de resultados e desempenho da safra agrícola.
Algumas organizações diversificam suas culturas e apresentam colheitas em períodos diferentes no ano, então à
fixação do ano agrícola e exercício social devem ter como base o período produtivo de maior representatividade
econômica para a organização.
Para a atividade zootécnica, o período adequado para o encerramento do exercício social, não é o ano civil, sendo
o ideal realiza-lo logo após o nascimento dos filhotes, algumas organizações dedicadas a esta atividade, fixam o
exercício social com base no mês seguinte em que concentram a venda das reses para o abate.
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Fluxo contábil em organizações dedicadas a cultura temporária
Cabe lembrar que normalmente as culturas temporárias são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita, estes
produtos devem ser contabilizados no Ativo Circulante, como um Estoque em Andamento, e todos os custos decorrentes
da atividade devem ser segregados em conta específica de acordo com a cultura desenvolvida sendo contabilizados os
custos com sementes, fertilizantes, mudas, demarcações, mão-de-obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais,
combustível, seguro, serviços profissionais, inseticidas, depreciação de implementos agrícolas e outros imobilizados
utilizados no cultivo.
Quando tratar-s da colheita os custos desta atividade serão acumulados na conta Cultura temporária e ao
término da colheita, os valores acumulados neste serão baixados pelo seu valor de custo e transferidos para a conta de
Produtos Agrícolas, a esta conta serão agregados todos os custos posteriores à colheita e todos os custos para
manutenção do estoque.
Ocorrendo o processo de comercialização da safra, são procedidas as baixas com a transferência destes valores
para a conta de Custo de Produtos vendidos valores estes que posteriormente serão confrontados com as Receitas de
Vendas para apurar-se o Lucro Bruto da atividade.
xxxxxxxx
C o n ta R e s u lta d o
ARE
Y -X
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Ativo Permanente Ativo Permanente Ativo Circulante
Cultura Permanente em Formação Cultura Permanente Formada Colheita em andamento
adubação formicida xxxxxxxx
forragem fungicidas poda xxxxxxxx xxxxxxxx
herbicidas mao-de-obra floração
manutenção encargs sociais herbicida
seguro da cultura serv. Terceiros inseticidas
sementes
peparação do solo raleação
irrigação mudas desbaste
prod. Quimicos depreciações cuidados agronômicos
colheita
xxxxxxxx
Patrimonio Liquido
ARE Lucro do Período
xxxxxxxx YYYYYY (y-X)
(Y-X) (Y-X)
xxxxxxxx
Patrimonio Liquido
ARE Lucro do Período
DDDDDD YYYYYY (y-X)
(Y-X) (Y-X)
Avaliação de estoques
O art. 14, § 4º, Decreto-lei nº. 1.598/77 estabelece que os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos
poderão ser avaliados aos preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais, em cada tipo de atividade e o
parecer Normativo CST nº. 57/76 evidencia que, para apuração dos resultados anuais, o rebanho existente na data do
balanço deverá ser inventariado ao preço corrente do mercado ou ao preço real de custo quando a organização contábil
da empresa tenha condições de evidenciá-lo.
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É importante frisar que, no período de apuração dos resultados trimestrais a partir de 01/01/1997, o rebanho
deverá ser inventariado nas datas de levantamentos dos balanços trimestrais.
O PN nº. 57/76 aborda ainda aspectos como classificação do gado no Balanço Patrimonial, valor a ser atribuído
na contabilidade aos bezerros nascidos durante o exercício social e avaliação de inventários.
• A – Classificação do gado
• Ativo Imobilizado
o Gado reprodutor: compõe-se de touros puros de origem, touros puros de cruza, vacas puras de cruza,
vacas puras de origem e do plantel destinado à inseminação artificial;
o Gado de renda: representado por bovinos, suínos, ovinos e eqüinos que a empresa explora para a
produção de bens que constituem objeto de suas atividades;
o Animais de trabalho: compreendem os eqüinos, bovinos, muares e asininos destinados aos trabalhos
agrícolas, de sela e de transporte.
• Ativo Realizável (Circulante)
o Serão classificados no Realizável, em conta apropriada, aves, gado bovino, suíno, eqüino e caprino,
coelhos, peixes e pequenos animais destinados à revenda ou a serem consumidos na produção de bens
para venda.
• B – Bezerros nascidos durante o exercício
o No que tange às crias nascidas durante o ano social, ou ao gado que perece no período, deverão ser
escriturados como Superveniências e Insubsistências Ativas, movimentando as respectivas contas,
como a seguir indicado:
o Superveniências Ativas: esta conta é creditada, quando do nascimento do animal, pelo preço real de
custo ou pelo preço corrente no mercado, a débito da conta do ativo a que se destina a cria nascida,
transferindo-se o saldo para Resultado, como receita tributável;
o Insubsistências Ativas: esta conta é debitada, quando do perecimento do gado, pelo preço real de custo
ou pelo preço corrente no mercado, lançado contra a conta do ativo em que se achava registrado,
encerrando-se a conta a débito de Resultados;
o Inventários: quanto à contabilização do rebanho, esclareça-se que o mesmo, para apuração dos
resultados anuais na data do balanço, deverá ser inventariado pelo preço real de custo, porém, quando
a empresa não tiver condições de evidenciá-lo, poderá ser inventariado pelo preço corrente no mercado
para gado.
Culturas Temporárias
• As despesas e os custos realizados com a formação de cultura temporária devem ser registrados em conta
própria do ativo circulante, cujo saldo será baixado contra a conta de Resultado do Exercício por ocasião da
comercialização do produto agrícola.
Culturas permanentes
• Os dispêndios com sementes e mudas selecionadas não podem ser considerados como despesas e custos,
devendo ser classificados no Ativo Permanente e ser depreciados em quotas compatíveis com o tempo de vida
útil de cada cultura.
Contabilmente os produtos relacionados à cultura temporária são contabilizados no ATIVO CIRCULANTE como
abaixo descrito:
• ATIVO CIRCULANTE
o Estoque de Insumos e medicamentos para animais:
o Fertilizantes, defensivos agrícolas, herbicidas, sementes, etc.
o Sêmen, vacinas, medicamentos, sal mineral, ração animal, sementes de pastagem, etc.
• Estoque de Produtos agrícolas e de Animais em formação:
o Culturas temporárias: milho, feijão, arroz, trigo, soja, hortaliças, etc.
o Culturas perenes: café, laranja, goiaba, maçã, pêra, uva, figo, etc.
o Bovinos – a nascer, bezerros, bezerras, novilhos, novilhas, vacas para engorda, bois de engorda, etc.
• Estoque de Produtos agrícolas prontos e leites e derivados:
o Soja, milho, café, feijão, frutas, trigo, hortaliças, etc.
o Leite A, B ou C, queijos e derivados.
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o Imobilizado em formação: pastos, cercas, reflorestamentos, culturas perenes (laranja, café, Goiaba,
maçã, pêra, uva, figo etc.), construções de alvenaria ou de madeira, formação de mudas, etc.
Contabilidade de Custos
De maneira geral, a Contabilidade de Custos, como a própria denominação induz, cuida dos custos da empresa,
não tendo sua atenção voltada para as despesas.
Numa organização empresária que se dedica a atividades de agronegócios todos os fatores de produção que
compõem um estoque (gastos de produção) são chamados de Custos. Assim, pode-se dizer que a Contabilidade de
Custos tem como primeira preocupação a avaliação de estoques.
Todavia, por ocasião das vendas, estes estoques são baixados do Ativo e lançados como Custo do produto
Vendido, apurando-se o Lucro Bruto. Assim, por extensão, a Contabilidade de Custos está preocupada com a apuração
do resultado, ou seja, identificar o lucro de forma mais adequada.
Mas a função da Contabilidade de Custos não pára por aí. Preocupa-se também com o controle dos custos,
fornecendo dados para estabelecimento de padrões e orçamentos, comparando o quanto custou (real) (com o quanto
deveria custar 9previsão ideal) analisando as variações, com o objetivo de reduzir os custos.
Por fim, esta especialização da contabilidade também está voltada para as tomadas de Decisão:
• Qual a quantidade mínima que se deve produzir e vender para não se ter prejuízo?
• Qual produto é mais recomendável para estimular sua produção?
• Qual produto deve cortar para aumentar a rentabilidade?
• Certos itens, é melhor produzir ou comprar de terceiro?
• Qual o preço adequado para cada produto?
• Sobre qual item de custos devemos exercer melhor controle?
• Como reduzir Custos?
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Quando se trata de floresta própria (ou vegetação em geral), o custo de sua aquisição ou formação (excluído o
solo) será objeto de quotas de exaustão, à medida que seus recursos forem exauridos (esgotados). Aqui, não se tem a
extração de frutos, mas a própria árvore é ceifada, cortada ou extraída do solo: reflorestamento, cana-de-açúcar,
pastagem etc.
O termo amortização, por sua vez, é reservado tecnicamente para os casos de aquisição de direitos sobre
empreendimentos de propriedade de terceiros, apropriando-se o custo desses direitos ao longo do período determinado,
contratado para a exploração.
Casos de Depreciação
Conforme os conceitos apresentados, toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação.
Por um lado, a árvore produtora não é extraída do solo; seu produto final é o fruto e não a própria árvore. Um
cafeeiro produz grãos de café (frutos), mantendo-se a árvore intacta.
Um canavial, por outro lado, tem sua parte externa extraída (cortada), mantendo-se parte contida no solo para
formar novas árvores.
Segundo esse raciocínio, sobre o cafeeiro incidirá depreciação e sobre o canavial, exaustão.
Assim, cafeeiro, laranjeiras, pereiras, videiras, castanheiras, macieiras, jabuticabeiras, abacateiros, jaqueiras,
mamoeiros etc. serão alvos de depreciação.
Na cultura de chá, o desbastamento das folhas é considerado depreciação, pois a folha é o produto final e não a
árvore, o caule. O mesmo acontece com a bananeira que, após produzir o cacho de bananas, tem seu tronco cortado;
daí, a depreciação.
Uma pergunta natural que pode surgir neste momento é quanto á taxa de depreciação. E ela só pode ser
respondida por agrônomos, técnicos em agronomia ou pelos próprios agricultores que conhecem a vida útil ou o número
de anos de produção da árvore, que varia não só em função do tipo de solo, clima, manutenção etc., mas também em
virtude da qualidade ou tipo de árvore.
Assim, se uma videira tipo niágara rosada, na região de Valinhos – SP, produzir frutos, em média, durante 15
anos, a taxa de depreciação média anual será de 6,67% (100/15 anos), considerando-se taxa constantes (linha reta).
Pode-se também calcular a taxa de depreciação de acordo com a produção estimada da cultura permanente.
Admitindo-se colher 1.000.000 de caixas de uva - itália de determinada videira, cuja produção do primeiro ano foi
de 70.000 caixas, a depreciação será de 7% (70.000/1.000.000) e variará anualmente. O uso desse método oferece, por
um lado, a vantagem de se ter menos custo de depreciação nos anos de safras ruins (já que a taxa é calculada
proporcionalmente à produção), de não haver redução excessiva de lucro (ou prejuízo) e de evitar grandes oscilações
nos resultados no decorrer de vários anos. Por outro lado, no ano de maior produção a depreciação será maior.
Todavia, fique bem definido que a depreciação passa a incidir sobre a cultura depois de formada (nunca em
formação), a partir da primeira colheita, inclusive.
Culturas Permanentes
No Parecer normativo CST nº. 18, de 09-04-79, o fisco dá sua interpretação ao caso particular da agricultura, ou
seja: no que tange às culturas permanentes, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor porte, em caso de
empreendimento próprio da empresa e do qual são extraídos somente os frutos, o custo de aquisição ou formação da
cultura é depreciado em quantos anos a planta ou árvore der frutos. Por exemplo: café, laranja, figo, goiaba etc.
A depreciação é decorrente dos valores acumulados na conta do Ativo Permanente durante a formação da
árvore ou planta.
O prazo de depreciação deverá ser estabelecido pelo responsável, em função da capacidade de produção
estimada levando-se em consideração a variedade, o espaçamento, o histórico climático e outros fatores que venham a
prejudicar a produção, por exemplo: Estima-se o perfil da safra para determinar a vida útil do pomar.
De acordo com o plano estabelecido, deve ser aplicada a taxa anual estimada sobre o valor do custo corrigido do
Ativo Permanente.
• Outro critério mais simples é calcular a taxa de depreciação de acordo com a produção total estimada. Admitindo colher
1.000 toneladas de determinada cultura permanente, cuja produção do 1º ano é de 7 toneladas , a depreciação do 1º
ano será 0,7% (7/1.000t.). Este critério oferece a vantagem de se ter menos custo de depreciação nos anos de produção
baixa (já que a taxa é calculada proporcionalmente a produção total estimada) e de evitar grandes oscilações nos
resultados, no decorrer dos vários anos. Quando houver maior produção, haverá maior custo de depreciação.
• Existe outra fórmula, mais simplificada ainda, porém não aconselhável, tendo em vista a oscilação de produção .
Por exemplo, o pomar de goiaba irá produzir durante 15 anos, a taxa de depreciação média anual será de 6,67%
(100/15 anos). Trata-se de taxas constantes (linha reta).
Máquinas e Implementos Agrícolas
É sabido que todas as taxas de depreciação, principalmente as estabelecidas pelo Imposto de Renda, são
estimadas, quando, por exemplo, a taxa de máquinas é fixada em 10%, nota-se que pode haver desvios significativos:
há máquinas cuja vida útil não chega há 3 anos, enquanto outras ultrapassam há 10 anos.
O fisco permite depreciar um trator em até 4 anos, ou seja, 25% ao ano, entretanto pela falta de melhores
informações, podemos utilizar padrões para os países em desenvolvimento proposto pelo Programa Cooperativo do
banco Mundial/FAO, cujas estimativas são:
• Tratores de pneus – 8.000 horas aproximados de trabalho
• Tratores de esteira – 9.000 horas aproximados de trabalho
Pode-se considerar que, após esse número de horas, o valor residual seja zero.
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Pecuária
Também está sujeito à depreciação o gado reprodutor (touro e vacas), animais de trabalho e outros
contabilizados no Ativo Permanente da empresa, pois se trata de ativos que possuem vida útil limitada, uma vez que
com o passar dos anos eles perdem sua capacidade de produção ou trabalho; portanto, a dedução dos valores é
também caracterizada como Depreciação.
O método mais utilizado para depreciar é o da linha reta, tendo em vista a dificuldade de se estabelecer uma
curva de eficiência do gado reprodutor, considerando-se que o declínio de potencialidade de reprodução é acelerado no
final de sua vida útil. Entretanto, pela variabilidade de raças, do clima, da região, das condições de vida e outros fatores,
torna-se impossível estabelecer um número-padrão.
O mais usual nas empresas agropecuárias é:
• Gado reprodutor mestiço = 5 anos
• Gado matriz mestiço = 7 anos
• Gado reprodutor puro = 8 anos
• Gado matriz puro = 10 anos
O mais indicado a estabelecer a vida útil dos animais do gado reprodutor é o veterinário e ou zootecnista.
Taxas de Depreciação
O agrônomo, veterinário, os técnicos agropecuários são as pessoas mais indicadas para prever a vida útil dos
itens que compõem o Ativo Permanente de uma fazenda, considerando-se o clima, o solo, o tipo de manejo, a raça (no
caso da pecuária) etc. , que varia de região para região. O próprio Imposto de Renda assegura à empresa o direito de
computar a quota efetivamente às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova da vida útil do bem
determinado.
Custos no agronegócio
Classificação de Custos quanto à natureza
Refere-se à identidade (natural) daquilo que foi consumido na produção. Por isso, a nomenclatura de custos é
muitas vezes igual ou semelhante à vulgarmente utilizada para nomear bens e serviços, como:
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Centros de Responsabilidade nas organizações empresárias rurais
Os centros de responsabilidade são estruturas arquitetônica do sistema de custos, definindo-o da seguinte
forma: onde o CENTRO DE CUSTOS – é a menor unidade da área de responsabilidade em que se acumulam custos,
em uma propriedade rural. Podemos classificar também como centros de Custos Produtivos e Centros de Custos
Auxiliares.
• Centros de Custos Produtivos: corresponde a uma ou mais áreas da mesma cultura ou lote de animais. Por
exemplo, numa área com 4000há de milho, podemos separar em 2(dois) ou mais centros de custos produtivos.
Esta separação dá-se em função da época de plantio, variedade ou simplesmente a área geográfica.
• Centros de Custos Auxiliares: são os centros de custos de apoio à produção, nos quais serão acumulados os
valores do respectivo centro de custo, receberão de outros centros que lhes prestaram serviços e posteriormente
são distribuídos aos centros de custos produtivos correspondentes, por exemplo: oficina mec6anica, refeitório,
transporte de pessoal e outros.
• Centro de Investimentos ou Área de Lucro: é o centro que agrega todos os valores de despesas, custos,
receitas e investimentos efetuados neste segmento da empresa, por exemplo: agrícola, pecuária ou considerar
cada fazenda produtiva como um centra de Investimento.
Custos de Mão-de-obra
Considera-se mão-de-obra direta na agropecuária as pessoas que prestam serviços de forma direta e
mensurável, e com gastos relevantes, nas operações agrícolas e no manejo de animais. É possível, portanto, identificar
quem executou o trabalho, as quantidades de horas trabalhadas e ou volumes de tarefas executadas.
Através de um sistema de apontamento de horas por trabalhador ou equipe, levanta-se o custo a ser alocado a
cada tipo de produção, distinguindo-se inclusive as horas improdutivas para obter a eficiência da mão-de-obra direta,
para fins gerenciais.
Em nosso país, a mão-de-obra, especialmente a direta, tem grande importância no custo total de produção, onde
chega a representar mais de 50% dos gastos diretos de algumas culturas, por exemplo, fruticultura, horticultura e outras
não mecanizadas.
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Existem outras denominações, como Trabalhador do campo, Tratador de Animais, Safrista, Camarada, Colono,
mas que exercem funções iguais ou semelhantes às dos trabalhadores com as denominações principais apresentadas.
Ao implantar o Sistema de Custos é necessário fazer uma análise minunciosa das funções de cada empregado,
respondendo às seguintes perguntas básicas :
• Presta serviços diretamente à produção?
• Seu valor é representativo na composição dos custos totais da operação ou do cultivo?
Uma vez definidos quais são os empregados que constituem mão-de-obra direta, seu trabalho deve ser
apontado de acordo com a unidade de tempo estabelecida pela administração (hora ou dia), em todas as operações.
Dessa forma, ao fim de cada período de tempo ou operação, podemos saber o total de horas efetivamente
trabalhadas por tipo de mão-de-obra.
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O tempo de parada de máquinas é apontado através de horas-relógio, para que haja condições de análises
comparativas, torna-se necessário proceder à conversão de horas-relógio para horas-horímetro, que varia de acordo
com o potencial da máquina e operação realizada, por exemplo: MF 295 – 1,0 hora-relógio corresponde a 1,10
horashorímetro.
Critérios de Rateio
Custos Indiretos Comuns: devem ser rateados na mesma proporção dos Custos variáveis de cada Centro de Produção.
Custos Indiretos Específicos: custos in corridos no período mais os valores recebidos dos Centros de Custos Indiretos
Comuns.
AGRÍCOLA: apropriar na mesma proporção dos Custos Variáveis incorridos em cada Ordem de Produção.
PECUÁRIA: os valores devem ser apropriados na mesma proporção dos Custos Variáveis de cada Lote de Animal ou
Raça. Após a alocação dos Custos, efetua-se o rateio em função das quantidades de cabeças existentes depois de
transformar em unidade-padrão de animal (de acordo com a categoria).
Este critério leva em consideração que a gerência, os técnicos; o almoxarifado, os apontadores, está voltado
para as atividades, que estiveram absorvendo o montante maior de custos no período.
A fazenda São Paulo gerou os seguintes custos no mês de maio/X1.
• Divide-se o custo total real + estimado de produção pela quantidade total real + estimada e obtém-se o custo
• Unitário do produto.
• Multiplica-se o custo unitário pela quantidade real vendida e determina-se o custo do produto vendido.
O mesmo critério deve ser adotado para transferência da conta de produção em andamento para Produtos
Acabados.
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O raciocínio é o mesmo que se aplica a uma indústria: o custo de manutenção da máquina, conservação,
energia elétrica etc. não é somado ao valor da máquina, mas distribuído proporcionalmente ao produto (estoque) em
fabricação, em elaboração de uma indústria (estoque).
Dessa forma, o custo será acumulado numa conta auxiliar “Rebanho em Formação” e distribuído ao rebanho
classificado no estoque (estoque vivo).
Essa técnica difere em alguns aspectos de empresa para empresa. Há aquelas que preferem, no momento do
rateio por cabeça do rebanho, incluir os bezerros a nascer; outras, na distribuição dos custos, consideram apenas os
bezerros nascidos. A título de exemplo, faz-se, a seguir, comentário sobre uma atividade pecuária em início de negócio
até sua primeira venda; nesse caso, o custeio é realizado sobre os bezerros nascidos no ano e sobre outras categorias
que compõem o plantel em estoque.
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• Separação dos Gastos com Imobilização e com Primeira Safra: Deverá a empresa procurar, no ano anterior
à primeira safra, segregar de seus gastos quais são aqueles que dizem respeito à próxima (e primeira)
produção e que existirão em cada ano seguinte, repetindo-se sempre como preparação à colheita posterior.
E todos esses gastos não deverão ser considerados como custo da plantação permanente, e sim como
custo da formação dessa safra, ou seja, deverão ir para produtos em formação ou produção em andamento
no Ativo Circulante.
Procedendo dessa forma (o que nem sempre é muito fácil de ser conseguido) a empresa terá então um custo para
a primeira safra mais realista, bem como um custo também mais correto para as produções seguintes.
A dificuldade não deve ser empecilho para o esforço dessa separação, a ser feita, obviamente, com a colaboração
dos agrônomos e técnicos que saberão muito bem diferenciar o que é custo da formação da cultura, segregando-o da
formação da primeira safra. Afinal, aquele ocorre uma única vez, e o desta ocorre a cada ano (na hipótese de a
produção ser anual, deve-se lembrar que, em certos florestamentos, a produção é a cada dois ou a cada três anos).
No caso, por exemplo, do café, o problema é exatamente o mesmo. Uma série de produtos químicos e/ou
orgânicos é gasta ao redor do terceiro ano, ainda com a plantação em formação, mas dirigida unicamente à primeira
colheita. logo, esse gasto e outros com o mesmo objetivo devem já ser incorporados ao custo dessa primeira produção.
Os que são para a formação da árvore propriamente dita é que deverão ser imobilizados.
Claramente deve o profissional lembrar-se que existe, dentre os princípios da contabilidade, o da materialidade,
em que se estipula que o rigor deve ser exercido desde que os valores envolvidos o requeiram. Para o caso de gastos
mínimos, cujo tratamento praticamente em nada altera o patrimônio ou o resultado da empresa, deve-se dar o registro
contábil que for considerado mais simples, de preferência, se possível, o de consideração como gasto de período ou de
produção (nessa ordem de seqüência), e só em último caso o de imobilização. (Note-se como essa regra da relevância
está associada à do conservadorismo ou da prudência.)
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documentos, em estrita observância às leis comerciais e fiscais e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,
conforme o disposto nos arts. 247 e 248, ajustados pelas adições, exclusões e compensações prescritas nos arts. 249 e
250 do RIR/99.
Se a pessoa jurídica explorar outras atividades, além da atividade rural, também denominada empresa com
atividade mista, deverá segregar contabilmente as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural, das
demais atividades, bem como demonstrar, no Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, separadamente, o lucro ou
prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades.
Quando não for possível a segregação contábil, a pessoa jurídica deverá ratear, proporcionalmente à
percentagem que a receita líquida de cada atividade representar em relação à receita líquida total:
• Os custos e as despesas comuns a todas as atividades;
• Os custos e despesas não dedutíveis, comuns a todas as atividades, a serem adicionados ao lucro líquido, na
determinação do lucro real;
• Os demais valores, comuns a todas as atividades, que devam ser computados no lucro real.
Na hipótese de a pessoa jurídica não possuir receita líquida no ano-calendário, a determinação da percentagem
prevista será efetuada com base nos custos ou despesas de cada atividade explorada.
Outros tributos
As pessoas jurídicas que exploram atividades rurais estão sujeitas aos pagamentos da Contribuição Social sobre
o Lucro, PIS e COFINS, como as demais empresas.
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A receita bruta da atividade rural é constituída pelo montante das vendas dos produtos oriundos das atividades
definidas como rural, exploradas pelo próprio produtor-vendedor.
A receita bruta, decorrente da venda dos produtos, deverá ser comprovada por documentos usualmente
utilizados, tais como nota fiscal de produtor, nota fiscal de entrada, nota promissória rural vinculada à nota fiscal do
produtor e demais documentos reconhecidos pelas legislações estaduais.
As despesas de custeio e os investimentos são aqueles necessários à percepção dos rendimentos e à
manutenção da fonte produtora, relacionados com a natureza da atividade exercida.
Consideram-se investimentos todas as aplicações de recursos financeiros que visem ao desenvolvimento da
atividade para expansão da produção, ou melhor, da atividade rural (implementos agrícolas, corretivos, benfeitorias,
eletricidade rural, reprodutores etc., exceto a terra nua).
Os bens utilizados na produção, quando vendidos, serão tratados como receita da atividade agrícola, exceto o
valor da terra nua, que será tributado de acordo com a Lei nº. 7.713/88.
As receitas, despesas e demais valores, que integram o resultado e a base de cálculo, serão expressos em reais
(R$), na data do efetivo recebimento de pagamento.
O valor tributável apurado no “Demonstrativo da Atividade Rural” torna-se parte integrante da Declaração de
Ajuste Anual da Pessoa Física e deverá ser preenchido pelo contribuinte que se enquadre em qualquer das condições.
Bibliografia Consultada
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