Contabilidade - Rural - CRC

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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo

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Gestão 2006-2007

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(Lei n. 9610)

Aspectos Relevantes TODOS OS DIREITOS


RESERVADOS:
da Contabilidade Rural É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
TOTAL OU PARCIAL DESTA
APOSTILA, DE QUALQUER
FORMA OU POR QUALQUER
MEIO.
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
ARTIGO 184.

Elaborado por:
Adriana Marques Dias
O conteúdo desta apostila é de inteira
Outubro 2007
responsabilidade do autor (a).
CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional.

Aspectos Relevantes da Contabilidade Rural

Programa:
• Introdução
• Conceitos Básicos do Agronegócios
• Características das operações produtivas na atividade agrícola
• Características das operações produtivas na atividade zootécnica
• Aspectos contábeis no agronegócios
• Os princípios contábeis aplicados às atividades de Agronegócios
• Fluxo contábil em Agronegócio
• Avaliação de estoques
• Depreciações, Exaustões e Amortizações
• Custos no agronegócio
• Aspectos tributários no agronegócios
• Bibliografia Consultada

Introdução
Atualmente de uma eficiente administração tem sido evidenciada entre os produtores rurais de todo o país, a
grande maioria das organizações empresárias de atividade rural, é considerado de pequeno porte e não tem condições
técnicas para gerenciar os custos de sua atividade, cabe aos profissionais de contabilidade evidenciar para estes
empresários a Contabilidade aplicada à atividade Rural como um instrumento de relevância para seu processo
administrativo. O objetivo deste trabalho é mostrar esta importância desta para a atividade em questão.
O agronegócio, setor de atividade que envolve a agricultura, bem como a industrialização dos mesmos, tem sido
como comenta KOVACSIK (2003), palco de transformações inusitadas e de uma história caudalosa nas três últimas
décadas. A sagra dessa atividade tradicional e secular, quase sempre isolada e marcada pela auto-suficiência, tem os
dias contados, no despontar de uma produção de base tecnológica e geradora de excedentes, integrada na visão
sistemática do agribusiness – insumos, transporte, armazenagem, industrialização, bolsas de físico e futuro, distribuição
atacadista e varejista etc.
Como visto em ARAÚJO (1992), as crescentes transformações dos complexos agroindustriais da laranja, soja e
frango na década de 70 são as marcas que consagraram a formação dos agronegócios no país; elas nascem pujantes e
em pé de igualdade com o que há de melhor no mundo. Em 1975 o Pro álcool dá um tom moderno à colonial atividade
sucroalcooleira. A agricultura estreita relações com as atividades de antes e pós-porteira mediante um conjunto de elos
da cadeia produtiva.
Mas o desenvolvimento do meio rural não é homogêneo para todos os setores. A agricultura costuma ser
abordada de maneira compulsiva sob a ótica da produção. Tal constatação é fácil de ser detectada na União Européia,
nos Estados Unidos e em outros lugares, assim como no Brasil. Sobre a imagem telúrica dos tomadores de decisão do
governo e da iniciativa privada paira o espírito da fecundidade: a terra em constante cio para gerar produção e riqueza. É
uma visão clássica do setor primário da economia, no seu sentido-limite de garantidora da segurança alimentar das
nações.
Nos países desenvolvidos, as generosas políticas de garantias de preços mínimos e juros baixos para os
agricultores formam montanhas de grãos e rios de leite. A bateria de subsídios proporciona condições artificiais para que
as sobras internas sejam exportadas a preços artificiais para que as sobras internas sejam exportadas a preços
inferiores aos custos de produção. Esse comportamento provoca baixa nas cotações internacionais. Países agro
exportadores e de grande mercado interno, como o Brasil, são punidos (ARAÚJO,1998). Diminui o espaço da agricultura,
concentra-se a estrutura fundiária e aumentam as relações capitalistas no campo.

Conceitos Básicos do Agronegócios


As organizações rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo através do cultivo da terra, da
criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. O campo de atividades das organizações
rurais pode ser dividido em três grupos distintos: produção vegetal – atividade agrícola; produção animal – atividade
zootécnica e indústrias rurais – atividade agroindustrial.
• A atividade agrícola apresenta-se de duas formas na cultura de cereais, hortaliças, tubérculos, plantas oleaginosas,
especiarias, fibras, floricultura, forragens, plantas e a arboricultura que se ocupa nas atividades de florestamento,
eucalipto, pinho, pomares, manga, laranja, maça os vinhedos, olivais, seringais entre outros.
• A atividade zootécnica que envolve a criação de animais como a criação de abelhas - apicultura, criação de aves –
avicultura, criação de coelhos – cunicultura, pecuária – criação de gados, a criação de peixes – piscicultura, criação
de rãs – ranicultura, criação de bicho-da-seda – sericultura e criação de outros pequenos animais.
• Atividade agroindustrial envolve o beneficiamento do produto agrícola, a transformação de produtos zootécnicos e a
transformação de produtos agrícolas.
Desta forma muitos conceitos contábeis devem adequar-se as organizações rurais sempre observando sua
atividade principal e conhecendo bem seu processo produtivo para melhor adequação destes conceitos na atividade
empresaria desempenhada pela organização

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Características das operações produtivas na atividade agrícola
A atividade produtiva divide-se em:
• Preparação do solo - calagem;
• Plantio - adubação;
• Adubação;
• Tratamento fitos sanitário;
• Irrigação;
• Cultivo manual;
• Cultivo mecânico;
• Cultivo químico;
• Raleação e desbaste;
• Poda;
• Colheita; e
• Outras: coleta de borbulhos, enxertia, sobre enxertia, cobertura morta, aplicação e hormônio, despendoamento,
erradicação de plantas doentes (roging), secagem e outras operações.
A preparação do solo – calagem envolve o processo de destoca, limpeza, roçada, correção do solo, gradeação,
subsolagem, aração, conservação de solo, sistematização do solo e drenagem.
Já o plantio e adubação envolvem o sulco, a adubação básica, coveamento, alinhamento, marcação, confecção
de canteiro, distribuição de mudas, seleção, desinfecção de mudas, coleta de estacas, adubação básica, plantio,
semeadura, replantio, transplante, tutoramento, retirada de mudas, embalagem de mudas e transporte de mudas e
sementes.
A etapa de adubação envolve a adubação de cova ou sulco, adubação de solo, adubo foliar e cobertura.
O tratamento fitos sanitário é o processo que se ocupa com o controle de formigas, tratamento do solo, de
semente, fitos sanitário e transporte de água. Enquanto a etapa de irrigação envolve a aguação, irrigação e transporte de
águas.
O cultivo das culturas pode ser manual, mecânico ou químico sendo que o cultivo manual envolve coroamento,
recoroamento, capina, roçada e limpeza, o cultivo mecânico envolve a gradeação, roçada mecânica, aração e limpeza
mecânica e o cultivo químico envolve a aplicação de herbicidas.
Os processos de raleação e desbaste são operações executadas para melhorar a produtividade das plantas e
envolvem a raleação, a desbrota e raleação de fruto.
A poda ocorre para melhorar a formação da planta, melhorar a frutificação e pode ocorrer para uma limpeza,
restabelecendo a produtividade da planta.
A colheita é a etapa de distribuição dos frutos em caixas, colheita e transporte até o ponto de carga e
embalagem, carregamento do caminhão e transporte da produção até os silos ou até a fábrica e centros de distribuição
para os produtos perecíveis.
Existem ainda processos recorrentes como coleta de borbulhos, enxertia, sobre enxertia, cobertura morta,
aplicação e hormônio, despendoamento, erradicação de plantas doentes (roging), secagem e outras operações.
A atividade agrícola desenvolve culturas, o ciclo de cada cultura é a principal característica genealógica da
planta e no ciclo da cultura definem critérios contábeis a serem aplicados na organização para tanto se deve expor que
as culturas agrícolas podem ser classificadas como temporária, semipermanente e permanente.
Considera-se cultura temporária o cultivo cujo ciclo operacional é de no máximo 1 ano e se caracteriza somente
por uma colheita: soja, trigo, milho, arroz.
As culturas semipermanentes são aquelas que o ciclo de produção entre o plantio e a última colheita seja menor
que 10 anos: abacaxi, cana-de-açúcar.
Já as culturas permanentes são culturas cujo ciclo de produção é considerado de longo prazo, considerando o
tempo necessário para a formação de viveiros, formação e manutenção da planta e colheita: café, laranja, uva, pêssego.
O ciclo operacional é o período compreendido desde a preparação do solo, entendida esta como a utilização de
grade, arado e demais implementos agrícolas, deixando a área disponível para o plantio até a comercialização do
produto.
Características das operações produtivas na atividade zootécnica
A atividade produtiva na zootécnica divide-se em:
• Cria;
• Recria;
• Cria-recria;
• Cria-recria-engorda;
• Recria-engorda;
• Engorda.
A cria é a atividade básica de produção de animais que só vendidos após o desmame.
A recria é a atividade básica onde o animal adquirido será mantido na organização até o momento de engorda
dos animais
E a engorda é a atividade básica desenvolvida a partir da aquisição de animais adquiridos que serão
comercializados em momento oportuno.
O ciclo operacional é o período compreendido desde a inseminação, ou nascimento, ou compra, até a
comercialização.

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Aspectos contábeis no agronegócios
A contabilidade aplicada às organizações empresariais que exploram a capacidade produtiva do solo seja na
agricultura ou na pecuária é conhecida como contabilidade rural.
Para uma adequada aplicabilidade da contabilidade a esta atividade o Conselho Federal de Contabilidade
estabeleceu a Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T 10 - DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM
ENTIDADES DIVERSAS que entre outras determinações trata dos aspectos contábeis para as ENTIDADES
AGROPECUÁRIAS.
Cabe lembrar que a atividade rural possui aspectos próprios como o término do exercício social que se encerra
no término da colheita,e que a sociedade constituída para a organização societária será uma organização comercial é
vista como uma sociedade civil, pois se coloca na posição de fornecedora de produtos agrícolas e pecuários e caso esta
organização empresária seja constituída como sociedade anônima ela será uma empresa comercial constituída sob
firma de SA e será civil se constituída sob a forma limitada ou outro tipo societário.
São estabelecidos na NBC T 10 os critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registro das variações
patrimoniais e de estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas em notas
explicativas para as entidades agropecuárias que exploram as atividades agrícolas e pecuárias.
E lembra que devem ser aplicados os Princípios Fundamentais de Contabilidade para as entidades rurais que a
escrituração contábil é obrigatória, devendo as receitas, custos e despesas ser contabilizados mensalmente e que os
registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas, segregadas por tipo de atividades.
Os critérios de avaliação adotados pelas entidades rurais devem fundamentar-se nos seus ciclos operacionais e
as perdas, parciais ou totais, decorrentes de ventos, geada, inundação, praga, granizo, seca, tempestade e outros
eventos naturais, bem como de incêndio, devem ser registradas como despesa não-operacional do exercício.

As Demonstrações Contábeis das Entidades Rurais


Ficou estabelecido que para elaboração das demonstrações contábeis das entidades devem ser respeitadas as
determinações da NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis e devem ser
complementadas por notas explicativas elaboradas de acordo com a NBC T 6 - Da Divulgação das Demonstrações
Contábeis e a respectiva Interpretação Técnica, devendo conter, ainda, as seguintes informações :
• As principais atividades operacionais desenvolvidas;
• Os investimentos em culturas permanentes e seus efeitos futuros;
• A composição dos tipos de empréstimos, financiamentos, montante a vencer a longo prazo, taxas, garantias e
principais cláusulas contratuais restritivas, inclusive os de arrendamento mercantil;
• Contingências existentes, com especificação de sua natureza, estimativa de valores e situação quanto ao seu
possível desfecho;
• Os efeitos no resultado decorrentes de arrendamentos e parcerias, quando relevantes;
• Os efeitos entre os valores históricos dos estoques de produtos agrícolas e o de mercado quando este for
conhecido;
• Eventos subseqüentes; e
• A composição dos estoques quando esta não constar do balanço patrimonial.

Os Registros Contábeis das Entidades Agrícolas


Os bens originários de culturas temporárias e permanentes devem ser avaliados pelo seu valor original, por
todos os custos integrantes do ciclo operacional, na medida de sua formação, incluindo os custos imputáveis, direta ou
indiretamente, ao produto, tais como sementes, irrigações, adubos, fungicidas, herbicidas, inseticidas, mão-de-obra e
encargos sociais, combustíveis, energia elétrica, secagens, depreciações de prédios, máquinas e equipamentos
utilizados na produção, arrendamentos de máquinas, equipamentos e terras, seguros, serviços de terceiros, fretes e
outros.
Os custos indiretos das culturas, temporárias ou permanentes, devem ser apropriados aos respectivos produtos.
Os custos específicos de colheita, beneficiamento, acondicionamento, armazenagem e outros necessários para
que o produto resulte em condições de comercialização, devem ser contabilizados em conta de Estoque de Produtos
Agrícolas.
As despesas pré-operacionais devem ser amortizadas a partir da primeira colheita. O mesmo tratamento contábil
deve ser dado às despesas pré-operacionais relativas a novas culturas, em entidade agrícola já em atividade.
Os custos com desmatamento, destocamento, correção do solo e outras melhorias para propiciar o
desenvolvimento das culturas agrícolas que beneficiarão mais de uma safra devem ser contabilizados pelo seu valor
original, no Ativo Diferido, como encargo das culturas agrícolas desenvolvidas na área, deduzidas as receitas líquidas
obtidas com a venda dos produtos oriundos do desmatamento ou destocamento.
A exaustão dos componentes do Ativo Imobilizado relativos às culturas permanentes, formado por todos os
custos ocorridos até o período imediatamente anterior ao início da primeira colheita, tais como preparação da terra,
mudas ou sementes, mão-de-obra, etc., deve ser calculada com base na expectativa de colheitas, de sua produtividade
ou de sua vida útil, a partir da primeira colheita.
Os custos incorridos que aumentem a vida útil da cultura permanente devem ser adicionados aos valores
imobilizados.
As perdas correspondentes à frustração ou ao retardamento da safra agrícola devem ser contabilizadas como
despesa operacional.

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A norma expressa que os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produto pelo valor de mercado,
devem ser contabilizados como receita operacional, em cada exercício social.
Os custos de produção agrícola devem ser classificados no Ativo da entidade, segundo a expectativa de
realização:
• No Ativo Circulante, os custos com os estoques de produtos agrícolas e com tratos culturais ou de safra necessários
para a colheita no exercício seguinte; e
• No Ativo Permanente Imobilizado, os custos que beneficiarão mais de um exercício.

Dos Registros Contábeis das Entidades Pecuárias


A norma estabelece que os animais originários da cria ou da compra para recria ou engorda são avaliados pelo
seu valor original, na medida de sua formação, incluindo todos os custos gerados no ciclo operacional, imputáveis, direta
ou indiretamente, tais como: rações, medicamentos, inseticidas, mão-de-obra e encargos sociais, combustíveis, energia
elétrica, depreciações de prédios, máquinas e equipamentos utilizados na produção, arrendamentos de máquinas,
equipamentos ou terras, seguros, serviços de terceiros, fretes e outros.
As despesas pré-operacionais devem ser amortizadas à medida que o ciclo operacional avança em relação à
criação dos animais ou à produção de seus derivados.
Nas atividades de criação de animais, os componentes patrimoniais devem ser avaliados como segue:
• O nascimento de animais, conforme o custo acumulado do período, dividido pelo número de animais nascidos;
• Os custos com os animais devem ser agregados ao valor original à medida que são incorridos, de acordo com as
diversas fases de crescimento; e
• Os estoques de animais devem ser avaliados segundo a sua idade e qualidade.
Os animais destinados à reprodução ou à produção de derivados, quando deixarem de ser utilizados para tais
finalidades, devem ter seus valores transferidos para as Contas de Estoque, no Ativo Circulante, pelo seu valor contábil
unitário.
As perdas por morte natural, devem ser contabilizadas como despesa operacional, por decorrentes de risco
inerente à atividade.
Como na atividade agrícola, na atividade pecuarista os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produto
pelo valor de mercado, devem ser contabilizados como receita operacional, em cada exercício social.
Os custos com a atividade de criação de animais devem ser classificados no Ativo da entidade, segundo a
expectativa de realização:
• No Ativo Circulante, os custos com os estoques dos animais destinados a descarte, engorda e comercialização até o
final do próximo exercício; e
• No Ativo Permanente Imobilizado, os custos com os animais destinados à reprodução ou à produção de derivados.

Os princípios contábeis aplicados às atividades de Agronegócios


“Princípio: aquilo de que algo procede na ordem básica do conhecimento ou da existência;
origem; começo; teoria;preceito, germe.”
A definição apresentada para princípio leva a interpretação de que devam ser entendidos como o preceito básico
e fundamental de uma doutrina.
Sendo a doutrina aqui estudada a Ciência Contábil, que é uma ciência social na concepção de muitos autores
1
pois, é uma relação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial .
A contabilidade desenvolveu-se com o desenvolvimento econômico mundial, mas teve sua ascensão com o
surgimento das grandes corporações nos Estados Unidos onde se desenvolveu primeiramente as técnicas de Auditoria,
que é uma das ramificações da contabilidade assim como a contabilidade financeira, gerencial e de custos.
Ao longo das pesquisas pode-se perceber que a base da contabilidade encontra-se em seus princípios que
constituem núcleo básico para agir na execução desta. Conhecer os princípios contábeis é perceber que estes não são
leis Científicas são normas, por convenção, adotadas e consideradas adequadas para demonstrar o patrimônio de uma
empresa e as mutações ocorridas durante um período. Estas convenções que variam no tempo e no espaço, evoluindo
de acordo com as circunstâncias.
Os princípios contábeis repousam em conceitos fundamentais que se desenvolvem e se adaptam de acordo com
o contexto econômico em que são aplicados. Considerando que a contabilidade de custos deve estar integrada e
coordenada com a contabilidade mercantil; a contabilidade mercantil é regida por princípios contábeis, toma-se
necessário que o profissional ligado à área de custos saiba identificar esses princípios e os observe na execução de seu
trabalho.
Interpretando os ensinamentos de Iudícibus & Marion, vimos que a contabilidade está alicerçada nos postulados,
princípios e nas convenções que devem formar uma estrutura sólida no conhecimento contábil, ou seja a base são os
postulados da entidade e continuidade, os princípios do custo histórico, denominador comum monetário, realização de
receitas e da confrontação das despesas, destacando a essência sobre a forma e as convenções que são as normas e
restrições objetividade, a materialidade a consistência e o conservadorismo.
A NBC 774 expressa que os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria
Contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-

1 IUDÍCIBUS & MARION, p.35

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mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer
circunstância.

O Princípio da Entidade
“Art.” 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de
qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários,
no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é
verdadeira. “A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em
nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil”.
A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações contábeis são consolidadas mantêm sua
autonomia patrimonial, pois seus Patrimônios permanecem de sua propriedade.

O Princípio da Continuidade
“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou
provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações
patrimoniais, quantitativas e qualitativas”.
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o
valor de vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem
prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação
do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação
dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado
importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado”.
O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e
quantitativa, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão
das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral de seu
valor. A queda no nível de ocupação podem também provocar efeitos semelhantes.
A modificação no estado de coisas citado pode ocorrer por diversas causas, entre as quais ressaltam as
seguintes:
• Modificações na conjuntura econômica que provoquem alterações na amplitude do mercado em que atua a
Entidade. Exemplo neste sentido é a queda de poder aquisitivo da população, que provoca redução no consumo de
bens, o que, a sua vez, resulta na redução do grau de ocupação de muitas Entidades;
• Mudanças de política governamental, como, por exemplo, na área cambial, influenciando diretamente o volume das
exportações de determinados ramos econômicos, com efeito direto nos níveis de produção de determinadas
Entidades;
• Problemas internos das próprias Entidades, consubstanciados em envelhecimento tecnológico dos seus processos
ou produtos, superação mercadológica destes, exigência de proteção ambiental, falta de capital, falta de liquidez,
incapacidade administrativa, dissensões entre os controladores da Entidade e outras causas quaisquer que levem a
Entidade a perder suas condições de competitividade, sendo gradativamente alijada do mercado;
• Causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção da Entidade no mercado, tais como inundações, incêndios,
ausência de materiais primários por quebras de safras.
O Princípio da Continuidade, à semelhança do da Prudência, está intimamente ligado com o da Competência,
formando-se uma espécie de trilogia. A razão é simples: a continuidade, como já vem, diz respeito diretamente ao valor
econômico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição ou transformar-se, total ou parcialmente
quando há previsão de encerramento das atividades da Entidade, com o vencimento antecipado ou o surgimento de
exigibilidades. Nesta última circunstância, sua ligação será com o Princípio da Oportunidade.

O Princípio da Oportunidade
“Art.” 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade
e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este
seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as
originaram.
Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser
feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os
aspectos físicos e monetários;
“III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para
gerar informações úteis ao processo decisório da gestão”.

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O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo
patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo de
dados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores, ou seja, o Princípio
da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um
determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos.
O Princípio da Oportunidade deve ser observado, sempre que haja variação patrimonial, cujas origens principais
são, de forma geral, as seguintes:
• Transações realizadas com outras Entidades, formalizadas mediante acordo de vontades, independentemente da
forma ou da documentação de suporte, como compra ou venda de bens e serviços;
• Eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, mas com efeitos sobre o Patrimônio,
como modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais, etc.;
• Movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura qualitativa do Patrimônio, como a transformação
de materiais em produtos semifabricados ou destes em produtos prontos, mas também a estrutura quantitativo-
qualitativa, como no sucateamento de bens inservíveis.
O Princípio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a
tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-los de Princípio da UNIVERSALIDADE.

O Princípio do Registro pelo Valor Original


“Art.” 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais
das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País,
que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive
quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.
Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de
entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes
externos ou da imposição destes;
II – uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter
alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em
elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do
patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas
atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;
“V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais
constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos”.

O Princípio da Competência
“Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento”.
§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no
passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo
diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do
Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é
conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens
anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem
o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III - pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de
terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua
propriedade para terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
“III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo”.
A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao entendimento das variações
patrimoniais e sua natureza. Nestas encontramos duas grandes classes: as que somente modificam a qualidade ou a
natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam.
As primeiras são denominadas de “qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são chamadas de

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“quantitativas”, ou “modificativas”. Cumpre salientar que estas últimas sempre implicam a existência de alterações
qualitativas no patrimônio, a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial.
A competência é o princípio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimônio,
para transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos
do Patrimônio Líquido – usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições – normalmente chamadas de
“despesas”–, emerge o conceito de “resultado do período”: positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas;
ou negativo, quando ocorrer o contrário.
O Princípio da Competência é aplicado a situações concretas altamente variadas, pois são muito diferenciadas as
transações que ocorrem nas Entidades, em função dos objetivos destas. Por esta razão é a competência o princípio que
tende a suscitar o maior número de dúvidas na atividade profissional dos contabilistas. Cabe, entretanto, sublinhar que
tal fato não resulta em posição de supremacia hierárquica em relação aos demais princípios, pois o status de todos é o
mesmo, precisamente pela sua condição científica.

O Princípio da Prudência
“Art. 10 O Princípio da” PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor
patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às
mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do
Princípio da COMPETÊNCIA.
§ “3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem
incertezas de grau variável”.
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles
possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às
transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes
econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do Princípio da Prudência ocorrerá
concomitantemente com a do Princípio da COMPETÊNCIA, conforme assinalado no parágrafo 2º, quando resultará,
sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido.
Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA cumpre lembrar que:
• Os custos ativados devem ser considerados como despesa no período em que ficar caracterizada a impossibilidade
de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da Entidade;
• Todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que institucional, devem ser
classificados como despesas;
• Os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa maturação devem ser ativados no período
pré-operacional a partir do momento em que o ativo entrar em operação.
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA não deve levar a excessos, a situações classificáveis como manipulações
do resultado, com a conseqüente criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistência de
valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito
importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais.
Fluxo contábil em Agronegócio
Inicialmente para desenvolver o processo contábil de uma organização empresária rural, devem ser estabelecidos o
exercício social da atividade, e as características tributárias da mesma e no caso de organizações que se dedica à
atividade agrícola, deve-se considerar o tipo de cultura existente na propriedade se cultura temporária, semipermanente
e permanente.
De forma geral as organizações empresárias mantêm um fluxo constante de receitas e despesas enquanto nas
organizações dedicadas ao agronegócio, o fluxo de receitas ocorre em período específico, durante ou logo após a
receita, visto esta atividade ser sazonal, e concentra-se em determinado período que pode traduzir-se em alguns dias de
um mês do ano.
Ao término da colheita e da comercialização dessa colheita temos o encerramento do ano agrícola, este é o período
em que se planta, colhe, e normalmente, comercializa a safra agrícola. Algumas empresas, em vez de comercializarem o
produto, armazenam a safra para obter melhor preço, ocorrendo este fato deve-se considerar o final da colheita como
término do ano agrícola e exercício social.
A apuração de resultado, quando realizada logo após a colheita e a comercialização, contribui de forma mais
adequada na avaliação de resultados e desempenho da safra agrícola.
Algumas organizações diversificam suas culturas e apresentam colheitas em períodos diferentes no ano, então à
fixação do ano agrícola e exercício social devem ter como base o período produtivo de maior representatividade
econômica para a organização.
Para a atividade zootécnica, o período adequado para o encerramento do exercício social, não é o ano civil, sendo
o ideal realiza-lo logo após o nascimento dos filhotes, algumas organizações dedicadas a esta atividade, fixam o
exercício social com base no mês seguinte em que concentram a venda das reses para o abate.

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Fluxo contábil em organizações dedicadas a cultura temporária
Cabe lembrar que normalmente as culturas temporárias são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita, estes
produtos devem ser contabilizados no Ativo Circulante, como um Estoque em Andamento, e todos os custos decorrentes
da atividade devem ser segregados em conta específica de acordo com a cultura desenvolvida sendo contabilizados os
custos com sementes, fertilizantes, mudas, demarcações, mão-de-obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais,
combustível, seguro, serviços profissionais, inseticidas, depreciação de implementos agrícolas e outros imobilizados
utilizados no cultivo.
Quando tratar-s da colheita os custos desta atividade serão acumulados na conta Cultura temporária e ao
término da colheita, os valores acumulados neste serão baixados pelo seu valor de custo e transferidos para a conta de
Produtos Agrícolas, a esta conta serão agregados todos os custos posteriores à colheita e todos os custos para
manutenção do estoque.
Ocorrendo o processo de comercialização da safra, são procedidas as baixas com a transferência destes valores
para a conta de Custo de Produtos vendidos valores estes que posteriormente serão confrontados com as Receitas de
Vendas para apurar-se o Lucro Bruto da atividade.

A tiv o C irc u la n te A tiv o C irc u la n te A tiv o C irc u la n te


E s to q u e e m a n d a m e n to C u ltu ra T e m p o rá ria - s o ja P ro d u to s A g ríc o la - s o ja
s e m e n te s
fe rtiliza n te s xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxx
m udas
d e m a rc a ç õ e s
m ã o -d e -o b ra
e n c a rg o s s o c ia is
e n e rg ia e le tric a
c o m b u s tív e l
s e g u ro
s e rv . P ro fis s io n a is
in s e tic id a s
d e p re c ia ç õ e s

xxxxxxxx

C o n ta d e R e s u lta d o C o n ta d e R e s u lta d o C o n ta R e s u lta d o


C u s to P ro d . V e n d id o - s o ja R e c e ita - s o ja ARE
xxxxxxxx yyyyyyyyyy yyyyyyyyyyy yyyyyyyyyy
xxxxxxxx xxxxxxxx
(Y -X ) (Y -X )

C o n ta R e s u lta d o
ARE
Y -X

Fluxo contábil em organizações dedicadas a cultura permanente


Cabe lembrar que normalmente as culturas permanentes são aquelas vinculadas ao solo e proporcionam mais
de uma colheita ou produção, estes produtos devem ser contabilizados no Ativo Permanente – Imobilizado, e todos os
custos decorrentes da atividade devem ser segregados em conta específica de acordo com a cultura desenvolvida sendo
contabilizados os custos com adubação, formicidas, arrendamento de equipamentos, herbicidas, mão-de-obra, encargos
sociais, manutenção, arrendamento de equipamentos e terras, seguro de culturas, preparo do solo, serviços de terceiros,
sementes, mudas, irrigação, produtos químicos, depreciação dos implementos.
Os custos pra formação de uma cultura são acumulados na conta Cultura Permanente em formação, sendo que
devem estar previstas as contas individualizadas por culturas – café, laranja, uva.
Tendo sido concluída a formação da cultura, os valores desta conta devem ser realocados na conta Cultura
Permanente Formada devendo estar previstas as subcontas por tipo de cultura específica.
A iniciado o processo de floração, formação e maturação de frutos, o profissional contabilista deve contabilizar
estes custos em Colheita em Andamento, sempre identificando o tipo de produto que vai ser colhido e a esta conta serão
agregados os valores relativos à poda, capina, aplicação de herbicidas, desbrota, raleação, produtos químicos, custos de
irrigação, combate a formigas, seguro da safra, secagem da colheita e serviços de terceiros.
Terminada a colheita, uma nova reclassificação de valores transferindo-os para Produtos Agrícolas, serão
agregados a esta conta ainda se houverem os custos de beneficiamento, acondicionamento, silagem entre outros e
finalmente ocorrendo o processo de contabilização, faz-se a baixa proporcional da conta Produtos Agrícolas para Custo
de Produtos Vendidos – conta de resultado, de forma a proporcionar adequada confrontação desta com a receita gerada
na venda e então se apura o Lucro Bruto.

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Ativo Permanente Ativo Permanente Ativo Circulante
Cultura Permanente em Formação Cultura Permanente Formada Colheita em andamento
adubação formicida xxxxxxxx
forragem fungicidas poda xxxxxxxx xxxxxxxx
herbicidas mao-de-obra floração
manutenção encargs sociais herbicida
seguro da cultura serv. Terceiros inseticidas
sementes
peparação do solo raleação
irrigação mudas desbaste
prod. Quimicos depreciações cuidados agronômicos

colheita
xxxxxxxx

Ativo Circulante Conta de Resultado Conta Resultado


Produtos Agrícolas Custo Produto Vendido Receita de Vendas
xxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxx yyyyyyyyyyy yyyyyyyyyy
xxxxxxxx

Patrimonio Liquido
ARE Lucro do Período
xxxxxxxx YYYYYY (y-X)

(Y-X) (Y-X)

Fluxo contábil em organizações dedicadas a atividade zootécnica

Ativo Circulante Ativo Permanente Ativo Permanente


Estoque em andamento Imobilizado animais destinados à reprodução
xxxxxxxx
CCCCCCC CCCCCCC
rações, medicamentos, inseticidas, mão-de- DDDDDDD
obra e encargos sociais, combustíveis,
energia elétrica, depreciações de prédios, animais
máquinas e equipamentos utilizados na estinados ao
produção, arrendamentos de máquinas, plantel
equipamentos ou terras, seguros, serviços
de terceiros, fretes e outros.

xxxxxxxx

Ativo Circulante Conta de Resultado Conta Resultado


estoques dos animais destinados a descarte Custo Produto Vendido Receita de Vendas
DDDDDDD DDDDDDDD DDDDDDD yyyyyyyyyyy yyyyyyyyyy
DDDDDDDDD

Patrimonio Liquido
ARE Lucro do Período
DDDDDD YYYYYY (y-X)

(Y-X) (Y-X)

Avaliação de estoques
O art. 14, § 4º, Decreto-lei nº. 1.598/77 estabelece que os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos
poderão ser avaliados aos preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais, em cada tipo de atividade e o
parecer Normativo CST nº. 57/76 evidencia que, para apuração dos resultados anuais, o rebanho existente na data do
balanço deverá ser inventariado ao preço corrente do mercado ou ao preço real de custo quando a organização contábil
da empresa tenha condições de evidenciá-lo.

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É importante frisar que, no período de apuração dos resultados trimestrais a partir de 01/01/1997, o rebanho
deverá ser inventariado nas datas de levantamentos dos balanços trimestrais.
O PN nº. 57/76 aborda ainda aspectos como classificação do gado no Balanço Patrimonial, valor a ser atribuído
na contabilidade aos bezerros nascidos durante o exercício social e avaliação de inventários.
• A – Classificação do gado
• Ativo Imobilizado
o Gado reprodutor: compõe-se de touros puros de origem, touros puros de cruza, vacas puras de cruza,
vacas puras de origem e do plantel destinado à inseminação artificial;
o Gado de renda: representado por bovinos, suínos, ovinos e eqüinos que a empresa explora para a
produção de bens que constituem objeto de suas atividades;
o Animais de trabalho: compreendem os eqüinos, bovinos, muares e asininos destinados aos trabalhos
agrícolas, de sela e de transporte.
• Ativo Realizável (Circulante)
o Serão classificados no Realizável, em conta apropriada, aves, gado bovino, suíno, eqüino e caprino,
coelhos, peixes e pequenos animais destinados à revenda ou a serem consumidos na produção de bens
para venda.
• B – Bezerros nascidos durante o exercício
o No que tange às crias nascidas durante o ano social, ou ao gado que perece no período, deverão ser
escriturados como Superveniências e Insubsistências Ativas, movimentando as respectivas contas,
como a seguir indicado:
o Superveniências Ativas: esta conta é creditada, quando do nascimento do animal, pelo preço real de
custo ou pelo preço corrente no mercado, a débito da conta do ativo a que se destina a cria nascida,
transferindo-se o saldo para Resultado, como receita tributável;
o Insubsistências Ativas: esta conta é debitada, quando do perecimento do gado, pelo preço real de custo
ou pelo preço corrente no mercado, lançado contra a conta do ativo em que se achava registrado,
encerrando-se a conta a débito de Resultados;
o Inventários: quanto à contabilização do rebanho, esclareça-se que o mesmo, para apuração dos
resultados anuais na data do balanço, deverá ser inventariado pelo preço real de custo, porém, quando
a empresa não tiver condições de evidenciá-lo, poderá ser inventariado pelo preço corrente no mercado
para gado.

Despesas/custos com culturas agrícolas

Culturas Temporárias
• As despesas e os custos realizados com a formação de cultura temporária devem ser registrados em conta
própria do ativo circulante, cujo saldo será baixado contra a conta de Resultado do Exercício por ocasião da
comercialização do produto agrícola.

Culturas permanentes
• Os dispêndios com sementes e mudas selecionadas não podem ser considerados como despesas e custos,
devendo ser classificados no Ativo Permanente e ser depreciados em quotas compatíveis com o tempo de vida
útil de cada cultura.
Contabilmente os produtos relacionados à cultura temporária são contabilizados no ATIVO CIRCULANTE como
abaixo descrito:
• ATIVO CIRCULANTE
o Estoque de Insumos e medicamentos para animais:
o Fertilizantes, defensivos agrícolas, herbicidas, sementes, etc.
o Sêmen, vacinas, medicamentos, sal mineral, ração animal, sementes de pastagem, etc.
• Estoque de Produtos agrícolas e de Animais em formação:
o Culturas temporárias: milho, feijão, arroz, trigo, soja, hortaliças, etc.
o Culturas perenes: café, laranja, goiaba, maçã, pêra, uva, figo, etc.
o Bovinos – a nascer, bezerros, bezerras, novilhos, novilhas, vacas para engorda, bois de engorda, etc.
• Estoque de Produtos agrícolas prontos e leites e derivados:
o Soja, milho, café, feijão, frutas, trigo, hortaliças, etc.
o Leite A, B ou C, queijos e derivados.

• REALIZAVEL DE LONGO PRAZO:


o Culturas: produção de cana-de-açúcar, produção de gramas, abacaxi etc.
o Animais: novilhos e novilhas em experimentação etc.
• ATIVO PERMANENTE
o Imobilizado – Terra, florestamento, reflorestamento, culturas perenes, cercas, pastos, galpões,
o Tratores, caminhões, aviões agrícolas, reprodutores, matrizes, garanhões, muares e cavalos de
serviços, equipamentos agrícolas, silos, ordenhas, vacas de leite, “bretes”, celas para animais,
cocheiras, veículos etc.

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o Imobilizado em formação: pastos, cercas, reflorestamentos, culturas perenes (laranja, café, Goiaba,
maçã, pêra, uva, figo etc.), construções de alvenaria ou de madeira, formação de mudas, etc.

Contabilidade de Custos
De maneira geral, a Contabilidade de Custos, como a própria denominação induz, cuida dos custos da empresa,
não tendo sua atenção voltada para as despesas.
Numa organização empresária que se dedica a atividades de agronegócios todos os fatores de produção que
compõem um estoque (gastos de produção) são chamados de Custos. Assim, pode-se dizer que a Contabilidade de
Custos tem como primeira preocupação a avaliação de estoques.
Todavia, por ocasião das vendas, estes estoques são baixados do Ativo e lançados como Custo do produto
Vendido, apurando-se o Lucro Bruto. Assim, por extensão, a Contabilidade de Custos está preocupada com a apuração
do resultado, ou seja, identificar o lucro de forma mais adequada.
Mas a função da Contabilidade de Custos não pára por aí. Preocupa-se também com o controle dos custos,
fornecendo dados para estabelecimento de padrões e orçamentos, comparando o quanto custou (real) (com o quanto
deveria custar 9previsão ideal) analisando as variações, com o objetivo de reduzir os custos.
Por fim, esta especialização da contabilidade também está voltada para as tomadas de Decisão:
• Qual a quantidade mínima que se deve produzir e vender para não se ter prejuízo?
• Qual produto é mais recomendável para estimular sua produção?
• Qual produto deve cortar para aumentar a rentabilidade?
• Certos itens, é melhor produzir ou comprar de terceiro?
• Qual o preço adequado para cada produto?
• Sobre qual item de custos devemos exercer melhor controle?
• Como reduzir Custos?

Depreciações, Exaustões e Amortizações


Também de forma exatamente igual a qualquer outro ativo imobilizado, a cultura permanente deverá, a partir do
início da produção, começar a sofrer o registro relativo à baixa do seu valor decorrente da exploração.
A apropriação dessas parcelas se faz como custo da produção, o que significa que há, na prática, uma
transferência do Ativo Permanente para o Ativo Circulante ("Produtos em Elaboração", posteriormente "Produtos
Acabados") para somente depois afetar o resultado (na forma de "Custo dos Produtos Vendidos").
Quanto à terminologia, dá-se o nome de depreciação ao registro da baixa do ativo quando se trata de cultura que
produz "frutos", sendo que a planta (nossa "máquina") continua como está. E isso ocorre então na citricultura, nos
pomares, nas plantações de café, no seringal etc. (entenda-se que fruto, aqui, significa o produto objeto da exploração).
Já no caso em que a planta em si, ou parte sua, é extraída, fisicamente falando (parte da planta, do pé, e não o
fruto), à baixa é dado o nome de exaustão. Assim, no corte do pinho tem-se a exaustão (parcial, pelos vários cortes
possíveis) da floresta.
Em algumas situações pode haver dúvidas em função de interpretações. Por exemplo, na cana-de-açúcar,
costuma-se falar em exaustão porque há a retirada física de um pedaço da planta. Mas há quem interprete que o
imobilizado é formado pela raiz e parte não cortadas, considerando-se como "fruto" o colmo; e por isso alguns dão o
nome de depreciação à apropriação do custo desses imobilizado à produção em andamento. Todavia, a primeira forma
de ver parece-nos a mais adequada.
Entretanto, o importante não é a terminologia, já depreciação e exaustão (bem como amortização) são
nomes diferentes do mesmíssimo procedimento contábil, e sua diversificação existe mais em termos
semânticos. Afinal, o valor em si da baixa é o mais importante e esse não depende, numa boa contabilização, do
nome, e sim dos métodos adotados.
Esses métodos, quando bem adotados, levam em conta a vida útil econômica do ativo, o eventual valor residual
ao fim da sua utilização pela empresa, e também a evolução da produção quando não for ela homogeneamente
distribuída ao longo do tempo.
Quanto a este último tópico, veja-se que é comum uma plantação, no primeiro ano de produção, frutificar apenas
20 ou 30% do que consegue um ou dois anos depois. Assim, efetuar uma depreciação em bases iguais durante, por
exemplo, oito anos esperados de produção, é aumentar em muito o custo unitário do primeiro ou dos primeiros anos.
Por isso, quando há uma curva bem definida que represente a evolução do volume de produção ao longo da vida útil da
planta, deve-se efetuar a baixa do imobilizado não de forma linear, e sim numa evolução igual a essa curva de produção.
Isso é comumente utilizado nas exaustões, quando se faz as baixas proporcionalmente ao volume total esperado, mas é
da mesmíssima maneira absolutamente necessária e válida também para as depreciações, desde que, é claro, haja
essa curva acentuada que espelhe uma produção bastante variada ao longo da vida útil da plantação.

Método de Cálculos para depreciação, Amortização e Exaustão


Entendimento fiscal (Na Agropecuária)
Conforme disposições contidas no Parecer Normativo CST nº. 18, de 09-04-79, o fisco dá sua interpretação no
caso específico da agricultura, em nada contradizendo os conceitos expostos.
No que tange às culturas permanentes, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor porte, somente
se pode falar em depreciações em caso de empreendimento próprio da empresa e do qual serão extraídos apenas os
frutos. Nesta hipótese, o custo de aquisição ou formação da cultura é depreciado em tantos anos quantos forem os de
produção de frutos. Exemplo : café, laranja, uva etc.

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Quando se trata de floresta própria (ou vegetação em geral), o custo de sua aquisição ou formação (excluído o
solo) será objeto de quotas de exaustão, à medida que seus recursos forem exauridos (esgotados). Aqui, não se tem a
extração de frutos, mas a própria árvore é ceifada, cortada ou extraída do solo: reflorestamento, cana-de-açúcar,
pastagem etc.
O termo amortização, por sua vez, é reservado tecnicamente para os casos de aquisição de direitos sobre
empreendimentos de propriedade de terceiros, apropriando-se o custo desses direitos ao longo do período determinado,
contratado para a exploração.

Casos de Depreciação
Conforme os conceitos apresentados, toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação.
Por um lado, a árvore produtora não é extraída do solo; seu produto final é o fruto e não a própria árvore. Um
cafeeiro produz grãos de café (frutos), mantendo-se a árvore intacta.
Um canavial, por outro lado, tem sua parte externa extraída (cortada), mantendo-se parte contida no solo para
formar novas árvores.
Segundo esse raciocínio, sobre o cafeeiro incidirá depreciação e sobre o canavial, exaustão.
Assim, cafeeiro, laranjeiras, pereiras, videiras, castanheiras, macieiras, jabuticabeiras, abacateiros, jaqueiras,
mamoeiros etc. serão alvos de depreciação.
Na cultura de chá, o desbastamento das folhas é considerado depreciação, pois a folha é o produto final e não a
árvore, o caule. O mesmo acontece com a bananeira que, após produzir o cacho de bananas, tem seu tronco cortado;
daí, a depreciação.
Uma pergunta natural que pode surgir neste momento é quanto á taxa de depreciação. E ela só pode ser
respondida por agrônomos, técnicos em agronomia ou pelos próprios agricultores que conhecem a vida útil ou o número
de anos de produção da árvore, que varia não só em função do tipo de solo, clima, manutenção etc., mas também em
virtude da qualidade ou tipo de árvore.
Assim, se uma videira tipo niágara rosada, na região de Valinhos – SP, produzir frutos, em média, durante 15
anos, a taxa de depreciação média anual será de 6,67% (100/15 anos), considerando-se taxa constantes (linha reta).
Pode-se também calcular a taxa de depreciação de acordo com a produção estimada da cultura permanente.
Admitindo-se colher 1.000.000 de caixas de uva - itália de determinada videira, cuja produção do primeiro ano foi
de 70.000 caixas, a depreciação será de 7% (70.000/1.000.000) e variará anualmente. O uso desse método oferece, por
um lado, a vantagem de se ter menos custo de depreciação nos anos de safras ruins (já que a taxa é calculada
proporcionalmente à produção), de não haver redução excessiva de lucro (ou prejuízo) e de evitar grandes oscilações
nos resultados no decorrer de vários anos. Por outro lado, no ano de maior produção a depreciação será maior.
Todavia, fique bem definido que a depreciação passa a incidir sobre a cultura depois de formada (nunca em
formação), a partir da primeira colheita, inclusive.
Culturas Permanentes
No Parecer normativo CST nº. 18, de 09-04-79, o fisco dá sua interpretação ao caso particular da agricultura, ou
seja: no que tange às culturas permanentes, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor porte, em caso de
empreendimento próprio da empresa e do qual são extraídos somente os frutos, o custo de aquisição ou formação da
cultura é depreciado em quantos anos a planta ou árvore der frutos. Por exemplo: café, laranja, figo, goiaba etc.
A depreciação é decorrente dos valores acumulados na conta do Ativo Permanente durante a formação da
árvore ou planta.
O prazo de depreciação deverá ser estabelecido pelo responsável, em função da capacidade de produção
estimada levando-se em consideração a variedade, o espaçamento, o histórico climático e outros fatores que venham a
prejudicar a produção, por exemplo: Estima-se o perfil da safra para determinar a vida útil do pomar.
De acordo com o plano estabelecido, deve ser aplicada a taxa anual estimada sobre o valor do custo corrigido do
Ativo Permanente.
• Outro critério mais simples é calcular a taxa de depreciação de acordo com a produção total estimada. Admitindo colher
1.000 toneladas de determinada cultura permanente, cuja produção do 1º ano é de 7 toneladas , a depreciação do 1º
ano será 0,7% (7/1.000t.). Este critério oferece a vantagem de se ter menos custo de depreciação nos anos de produção
baixa (já que a taxa é calculada proporcionalmente a produção total estimada) e de evitar grandes oscilações nos
resultados, no decorrer dos vários anos. Quando houver maior produção, haverá maior custo de depreciação.
• Existe outra fórmula, mais simplificada ainda, porém não aconselhável, tendo em vista a oscilação de produção .
Por exemplo, o pomar de goiaba irá produzir durante 15 anos, a taxa de depreciação média anual será de 6,67%
(100/15 anos). Trata-se de taxas constantes (linha reta).
Máquinas e Implementos Agrícolas
É sabido que todas as taxas de depreciação, principalmente as estabelecidas pelo Imposto de Renda, são
estimadas, quando, por exemplo, a taxa de máquinas é fixada em 10%, nota-se que pode haver desvios significativos:
há máquinas cuja vida útil não chega há 3 anos, enquanto outras ultrapassam há 10 anos.
O fisco permite depreciar um trator em até 4 anos, ou seja, 25% ao ano, entretanto pela falta de melhores
informações, podemos utilizar padrões para os países em desenvolvimento proposto pelo Programa Cooperativo do
banco Mundial/FAO, cujas estimativas são:
• Tratores de pneus – 8.000 horas aproximados de trabalho
• Tratores de esteira – 9.000 horas aproximados de trabalho
Pode-se considerar que, após esse número de horas, o valor residual seja zero.

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Pecuária
Também está sujeito à depreciação o gado reprodutor (touro e vacas), animais de trabalho e outros
contabilizados no Ativo Permanente da empresa, pois se trata de ativos que possuem vida útil limitada, uma vez que
com o passar dos anos eles perdem sua capacidade de produção ou trabalho; portanto, a dedução dos valores é
também caracterizada como Depreciação.
O método mais utilizado para depreciar é o da linha reta, tendo em vista a dificuldade de se estabelecer uma
curva de eficiência do gado reprodutor, considerando-se que o declínio de potencialidade de reprodução é acelerado no
final de sua vida útil. Entretanto, pela variabilidade de raças, do clima, da região, das condições de vida e outros fatores,
torna-se impossível estabelecer um número-padrão.
O mais usual nas empresas agropecuárias é:
• Gado reprodutor mestiço = 5 anos
• Gado matriz mestiço = 7 anos
• Gado reprodutor puro = 8 anos
• Gado matriz puro = 10 anos
O mais indicado a estabelecer a vida útil dos animais do gado reprodutor é o veterinário e ou zootecnista.

Método de Cálculos para exaustão


A empresa proprietária de determinada floresta destinada à corte para comercialização, consumo ou
industrialização deverá fazer a correção monetária do valor de aquisição ou de formação e, de acordo com a extração ou
corte, levará como custo de exaustão o montante da parcela consumida.
O cálculo do valor da cota de exaustão apura-se da seguinte forma:
• Quantidade de árvores extraídas durante o período-base em relação ao volume ou quantidade de árvores no início
do período.
• O percentual encontrado será aplicado sobre o valor da floresta registrado no Ativo Permanente.
Conclui-se, portanto, que o custo de formação de vegetais de certas espécies, que não se extinguem com o
primeiro corte, mas voltam a produzir novos troncos ou ramos e permitem o segundo ou até um terceiro corte, deve ser
objeto de cotas de exaustão, ao longo do período total da vida útil do empreendimento, calculando-se em função do
volume extraído em cada período, em confronto com a produção total esperada que engloba os diversos cortes.

Métodos de Cálculos para Amortização


Refere-se à aquisição de direitos sobre os empreendimentos de propriedade de terceiros. Por exemplo: direito
de extração de madeira em propriedade de terceiros, exploração de pomar por prazo determinado, a preço
preestabelecido em contrato.
O critério a ser utilizado pode ser:
• Proporcional à produção estimada anualmente.
• Amortização em forma de linha reta. Se o contrato for de 4 anos, a taxa será de 25% ao ano (100/4 anos) e o valor
do contrato deverá ser contabilizado no Ativo Permanente.
Critério de Amortização para Arrendamento de Terra
Para determinar o valor a ser apropriado mensalmente às culturas ou animais que estão utilizando tais áreas, é
necessário projetar a área total em hectares, no período da safra (1 ano). Por exemplo: arrendamento de 500 hectares
ao preço de $1.000,00/há ano.
Outros Casos de Amortização
Outros gastos que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, registrados no
Ativo Diferido, também são alvos de amortização:
• Os gastos pré-operacionais referentes à implantação de novas fazendas. São aqueles gastos não acumuláveis ao
Ativo Imobilizado, como os administrativos financeiros, saldo devedor da correção monetária etc.
• Gastos com pesquisas científicas ou tecnológicas referentes à parte genética, biológica e experimentações
concernentes a plantações e animais.
• Gastos com melhorias no solo que propiciam incremento na capacidade produtiva, como desmatamento, corretivos,
destocamento, nivelamento etc.
O prazo de amortização desses valores, conforme determinação conforme determinação do Imposto de renda,
não poderá ser inferior a cinco anos. A Lei das sociedades por Ações, por sua vez, limita o máximo de dez anos para tais
situações. Dessa forma, a empresa fará opção entre 10% e 20% ao ano de taxa de amortização.

Taxas de Depreciação
O agrônomo, veterinário, os técnicos agropecuários são as pessoas mais indicadas para prever a vida útil dos
itens que compõem o Ativo Permanente de uma fazenda, considerando-se o clima, o solo, o tipo de manejo, a raça (no
caso da pecuária) etc. , que varia de região para região. O próprio Imposto de Renda assegura à empresa o direito de
computar a quota efetivamente às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova da vida útil do bem
determinado.

Custos no agronegócio
Classificação de Custos quanto à natureza
Refere-se à identidade (natural) daquilo que foi consumido na produção. Por isso, a nomenclatura de custos é
muitas vezes igual ou semelhante à vulgarmente utilizada para nomear bens e serviços, como:

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• Materiais ou Insumos – são os materiais brutos ou já trabalhados e anteriormente produzidos, necessários ao


processo de obtenção do novo produto desejado. Ex.: fertilizantes, sementes, mudas, rações, medicamentos etc.
• Mão-de-obra Direta – Salários, encargos sociais e benefícios do pessoal empregado diretamente na produção.
Ex.: tratorista, campeiro, tratador, safrista, fiscal de turma etc.
• Mão-de-Obra Indireta– Idem, do pessoal empregado indiretamente na produção. Ex.:técnico agrícola,
engenheiro agrônomo, auxiliar de escritório etc.
• Manutenção de Máquinas e Equipamentos – Gastos com peças e serviços de reparos de tratores e outras
máquinas e equipamentos da propriedade rural, utilizados na produção.
• Depreciação de Máquinas e Equipamentos – Parcela correspondente à taxa de depreciação pelo uso das
mesmas máquinas e equipamentos.
• Combustível e Lubrificantes – Utilizados pelas máquinas de produção agropecuária, como os tratores.
Classificação quanto à identificação material com o produto
Refere-se à maior ou menor facilidade de identificar os custos com os produtos, através da medição precisa dos
insumos utilizados, da relev6ância do seu valor ou da apropriação dos gastos por sistemas de rateio:
• Custos Diretos – São os identificados com precisão no produto acabado, através de um sistema e um método
de medição, e cujo valor é relevante, como : horas de mão-de-obra; quilos de sementes ou rações; gastos com
funcionamento e manutenção de tratores.
• Custos Indiretos – São aqueles necessários à produção, geralmente de mais de um produto, mas alocáveis
arbitrariamente, através de um sistema de rateiro, estimativas e outros meios. Ex.: salários dos técnicos e das
chefias; materiais e produtos de alimentação, higiene e limpeza (pessoal e instalações).
Custos na agropecuária
Um sistema de custos completa, tem atualmente objetivos amplos e bem definidos, que refletem sua importância
como ferramenta básica para a administração de qualquer empreendimento, especialmente na agropecuária, onde os
espaços de tempo entre produção e vendas, ou seja, entre custos e receitas, fogem à simplicidade de outros tipos de
negócio, exigindo técnicas especiais para apresentação não dos custos, mas dos resultados econômicos do
empreendimento.
Os objetivos referem-se ao uso que se pretende fazer dos dados de custos, a finalidade que está por trás das
informações que se buscam. Num levantamento de custos, os objetivos fundamentais são três:
• Custos para Avaliação dos estoques (Custeio por Absorção): São os levantados pela contabilidade de custos
tradicional, a fim de mensurar monetariamente os estoques de produtos acabados ou ainda em exploração e, ao fim
de um exercício ou intervalo de tempo (mês, trimestre, semestre), apurar o resultado contábil da empresa.
• Custos para Avaliação dos estoques (Custeio Direto ou Variável): Este método considera somente os custos
variáveis para determinação dos custos de produção, ou seja, mão-de-obra direta, máquinas diretas e insumos
agrícolas. Os custos fixos neste caso serão considerados como despesas correntes e debitados diretamente nos
resultados. Por esse motivo não é aceito pela legislação fiscal vigente, podendo ser utilizada somente na apuração
de resultados gerenciais.
• Custos Standard ou Padrão: Destinam-se a confrontar a realidade com os padrões de custo e outros tipos de
previsões e metas contidos no planejamento empresarial. Evidentemente, muitos dos padrões estabelecidos vêm do
controle.
Os custos para a tomada de decisões trazem informações de relev6ancia estratégica, como as que permitem
fixar os preços de vendas, alterar a linha de produtos, fixar os volumes de produção, estabelecer os limites de custos
indiretos, especialmente os fixos. Mão-de-obra Direta, Máquinas Diretas Custos, Insumos agropecuários Variáveis,
Energia Elétrica
Formas de Apuração de Custos
As formas de acumulação de custos são: ordem de produção e produção em processo.
Ordem de Produção: O sistema de ordem de Produção caracteriza-se pelo ciclo de produção definido no tempo e no
espaço geográfico no qual cada elemento de custo é acumulado separadamente segundo as ordens específicas de
produção. A cada ordem é atribuído um código e com isso todos os gastos decorrentes dos custos de produção serão
alocados por meio desse código, por exemplo:
Elementos de custos abrangência da ordem de produção
a) Apontados: Materiais Diretos, Mão-de-obra Direta, Máquinas Diretas
b) Cálculos: Exaustão/arrendamento, Depreciação, Custos
Ao nível de : Cultura, Área de Plantio, Talhão ou Quadra, Lote de animal, Etc.
Custos por Processo
Custos por Processo é outro sistema básico para a determinação do custo. Destina-se a acumular os custos
numa empresa que se caracteriza por processos padronizados, produção contínua e demanda constante.
Determina-se o custo unitário dividindo-se o total dos custos acumulados num processo, durante certo tempo,
pelas unidades produzidas no mesmo período. Tal sistema deve ser adotado quando os produtos não podem ser
identificados no processo produtivo; e aplicado com resultados positivos em exploração extensiva como gado de corte,
cria e recria, numa mesma área física.
Com isso os animais nascem, crescem, morrem, são vendidos, descartados; o que caracteriza ser processo
contínuo de produção.
Não é normalmente aplicável a empresas agrícolas, pois seu processo de produção não é contínuo e possui
características próprias para o sistema de ordem de produção.

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Centros de Responsabilidade nas organizações empresárias rurais
Os centros de responsabilidade são estruturas arquitetônica do sistema de custos, definindo-o da seguinte
forma: onde o CENTRO DE CUSTOS – é a menor unidade da área de responsabilidade em que se acumulam custos,
em uma propriedade rural. Podemos classificar também como centros de Custos Produtivos e Centros de Custos
Auxiliares.
• Centros de Custos Produtivos: corresponde a uma ou mais áreas da mesma cultura ou lote de animais. Por
exemplo, numa área com 4000há de milho, podemos separar em 2(dois) ou mais centros de custos produtivos.
Esta separação dá-se em função da época de plantio, variedade ou simplesmente a área geográfica.
• Centros de Custos Auxiliares: são os centros de custos de apoio à produção, nos quais serão acumulados os
valores do respectivo centro de custo, receberão de outros centros que lhes prestaram serviços e posteriormente
são distribuídos aos centros de custos produtivos correspondentes, por exemplo: oficina mec6anica, refeitório,
transporte de pessoal e outros.
• Centro de Investimentos ou Área de Lucro: é o centro que agrega todos os valores de despesas, custos,
receitas e investimentos efetuados neste segmento da empresa, por exemplo: agrícola, pecuária ou considerar
cada fazenda produtiva como um centra de Investimento.

Custos de Mão-de-obra
Considera-se mão-de-obra direta na agropecuária as pessoas que prestam serviços de forma direta e
mensurável, e com gastos relevantes, nas operações agrícolas e no manejo de animais. É possível, portanto, identificar
quem executou o trabalho, as quantidades de horas trabalhadas e ou volumes de tarefas executadas.
Através de um sistema de apontamento de horas por trabalhador ou equipe, levanta-se o custo a ser alocado a
cada tipo de produção, distinguindo-se inclusive as horas improdutivas para obter a eficiência da mão-de-obra direta,
para fins gerenciais.
Em nosso país, a mão-de-obra, especialmente a direta, tem grande importância no custo total de produção, onde
chega a representar mais de 50% dos gastos diretos de algumas culturas, por exemplo, fruticultura, horticultura e outras
não mecanizadas.

Distinção entre Mão-de-obra Direta e Indireta


Para ilustrar esta distinção, suponhamos uma fazenda com vários tipos de fruticultura, como pomares de
p6essego, figo e abacaxi. A supervisão dos pomares está a cargo de apenas um técnico agrícola, o que implica gastos
com salários, encargos sociais, transportes e outros inerentes à sua função. Como devemos apropriar tais gastos? Como
custo direto ou indireto? Basta obter a resposta a algumas perguntas básicas para encontrar a solução:
• 1º Pergunta: Trata-se de mão-de-obra aplicada diretamente à produção? Sim, sem dúvida a função do técnico é
acompanhar o desenvolvimento das culturas sob sua responsabilidade.
• 2º Pergunta: O tempo integral de trabalho do técnico é passível de medição? Sim, porém o apontamento das
horas é trabalhoso.
• 3º Pergunta: O valor dos gastos com o técnico é representativo na composição do custo total dos cultivos sob
sua responsabilidade?
Não, com certeza os gastos não justificam a burocracia de apontar diariamente as horas despendidas em cada
cultivo ou operação, pois devemos levar em conta a convenção contábil da materialidade.
Pelas respostas, podemos concluir que os gastos com o técnico agrícola devem ser agregados aos custos
indiretos da fazenda.
Generalizando, podemos dizer que os custos de mão-de-obra direta devem ser considerados como tal somente
se aplicados a um único tipo de produção, suscetível de uma medição precisa. Se tiver de recorrer a qualquer critério de
rateio ou estimativa, transforma-se em mão-de-obra indireta, qualquer que seja o objetivo do sistema de levantamento de
custos.

Tipos e Funções de Mão-de-obra Direta (MOD)


Existem vários tipos de mão-de-obra na agropecuária. As denominações variam de propriedade para
propriedade e de região, mas as funções são semelhantes. Eis os principais:
• Trabalhador Rural. Enquadram-se nesta denominação todos os trabalhadores empregados nas atividades
agrícolas e pecuárias, diretamente no campo. São remunerados na proporção do volume das respectivas tarefas
capinas, poda, (colheita), sendo-lhes garantida a remuneração correspondente ao salário mínimo vigente ou com
remuneração mensal, independentemente do volume de trabalho.
• Campeiro. Sua função é promover o manejo de animais no campo, bem como identificar, diariamente, através
de apontamentos, os nascimentos, mortes, animais doentes, ganho de peso, aquisições, vendas e dados sobre
alimentação. As informações colhidas devem ser passadas imediatamente ao zootecnista ou veterinário. Suas
condições de trabalho e diretos são também os previstos no FUNRURAL e na Constituição.
• Retireiro. É o trabalhador que presta serviços no manejo de vacas leiteira, acompanhando a produção de leite,
seja a ordenha manual ou mecânica. A legislação em que se enquadra é a mesma dos dois tipos anteriores.
• Tratoristas ou Operador de Máquinas. Sua função é operar tratores de pneus ou esteiras na execução de
serviços mecanizados, como gradeação do solo, aração, fertilização, pulverização, escoamento da produção no
interior da propriedade rural, terraplenagem, carregamento, transporte de pessoal etc. Como se deduz, presta
serviços tanto na agricultura como na pecuária e criação de outros tipos de animais.

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Existem outras denominações, como Trabalhador do campo, Tratador de Animais, Safrista, Camarada, Colono,
mas que exercem funções iguais ou semelhantes às dos trabalhadores com as denominações principais apresentadas.
Ao implantar o Sistema de Custos é necessário fazer uma análise minunciosa das funções de cada empregado,
respondendo às seguintes perguntas básicas :
• Presta serviços diretamente à produção?
• Seu valor é representativo na composição dos custos totais da operação ou do cultivo?
Uma vez definidos quais são os empregados que constituem mão-de-obra direta, seu trabalho deve ser
apontado de acordo com a unidade de tempo estabelecida pela administração (hora ou dia), em todas as operações.
Dessa forma, ao fim de cada período de tempo ou operação, podemos saber o total de horas efetivamente
trabalhadas por tipo de mão-de-obra.

Apropriação do Custo de Mão-de-obra Direta


A apropriação dos valores apurados através da folha de pagamento, acrescidos dos encargos sociais e
provisões, conforme demonstramos no quadro de Apuração do Custo de MOD, devem ser apropriados aos centros de
custos que recebem serviços no período e nas operações ou tarefas executadas.

Custos de Equipamentos Diretos


São equipamentos os aparelhos ou instrumentos de trabalho que executam de forma direta as operações
agrícolas. São as seguintes categorias:
• MÁQUINAS
o Tratores (leves e pesados)
o Colhedeiras
o Motores
o Conjuntos de irrigação (convencional, autopropelido e Pivô Central)
• IMPLEMENTOS
o Arados
o Grades
o Pulverizadores
o Plantadeiras/adubadeiras
o Carretas etc.
• VEÍCULOS
o Caminhões
• AERONAVES PARA PULVERIZAÇÃO
Em razão do capital investido em máquinas e implementos ser relevantes em uma propriedade rural, os
apontamentos de campo e oficina mecânica devem ser individuais, para permitir avaliar o desempenho da máquina, ou
seja, medir o rendimento (horas trabalhadas sobre horas disponíveis), consumo de combustível (litros/hora horímetro) e
os controles de manutenção preventiva (trocas de óleo, pneus, bateria e outros).
Para os implementos, os controles devem ser a nível de categorias, por exemplo: grades leves e pesadas,
pulverizador de 2000litros, carretas para duas toneladas, carretas para quatro toneladas etc.
Relação dos Principais Motivos de Parada de máquinas
• Abastecimento e lubrificantes.
• Aguardando material.
• Aguardando implemento.
• Aguardando mecânico.
• Aguardando caminhão ou calcareadeira.
• Aguardando caminhão para transportar máquinas.
• Carga ou descarga de material.
• Chuva.
• De prontidão para socorrer caminhão.
• Disponível para venda.
• Sem operador.
• Encalhada
• Falta de lubrificação ou abastecimento.
• Limpeza de máquinas ou implemento.
• Locomoção por meios próprios.
• Ociosidade.
• Oficina mecânica ou borracharia.
• Refeições.
• Sol ou vento.
• Regulagem de implemento.
• Reparo de campo.
• Terreno molhado/escorregadio.
• Transporte (sendo transportada)
• Trocando implemento.

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O tempo de parada de máquinas é apontado através de horas-relógio, para que haja condições de análises
comparativas, torna-se necessário proceder à conversão de horas-relógio para horas-horímetro, que varia de acordo
com o potencial da máquina e operação realizada, por exemplo: MF 295 – 1,0 hora-relógio corresponde a 1,10
horashorímetro.

Apuração dos Custos de Equipamentos Diretos


Os custos de equipamentos diretos devem ser apurados em nível de equipamentos, ou seja: caminhões,
motores, aeronave, trator etc., enquanto para os implementos, sugerimos acumular os valores em nível de categoria ou
grupos do mesmo tipo e capacidade. Portanto, cada equipamento e grupos de implementos correspondem a um Centro
de Custo, onde os mecânicos vão alocar suas horas de trabalho; o almoxarife vai registrar a saída de peças,
abastecimento de combustível, trocas de óleos e outras necessidades dos equipamentos.
E no final do período, apuram-se os valores correspondentes a cada centro de custo, separando-os por tipo de
gasto e custos fixos e variáveis do equipamento.

Custos de Materiais Diretos


Materiais são os insumos rurais produzidos ou adquiridos pela empresa a serem utilizados durante o ciclo
produtivo: no cultivo das plantas e na criação de animais.
Administração de Estoques
No contexto da administração de materiais, a política de estoques é de fundamental importância. Sua finalidade
é determinar os limites de estoques mínimos, máximos e o ponto de pedido, para que o processo de produção não sofra
interferências por falta de insumos ou peças de reposição dos equipamentos. Este conceito é totalmente aplicável na
atividade rural, onde, pelo fato de as fazendas estarem distantes dos centros de compras, os gastos no fluxo constante
de compras com o comprador ou mecânico para a cidade (carro, combustível, refeições, tempo etc.) são maiores e
consequentemente os equipamentos ficam mais tempo parados, elevando a ineficiência dos mesmos, o que acarreta
maior custo para a empresa.
Quanto ao custo financeiro dos estoques acaba sendo irrelevante, dependendo da propriedade rural.
Com relação aos insumos agrícolas, quando o governo subsidiava parte da produtividade, as compras eram
feitas na liberação da primeira parcela no plantio; porém, na atual situação, é preciso fazer contas.Devemos levar em
consideração nos cálculos às perdas, espaço ocupado, o custo financeiro dos estoques em função da compra
antecipada versus o aumento de preço e os recursos próprios aplicados nos referidos insumos, até a colheita e venda
dos produtos.

Custos Indiretos e Custos dos Produtos Vendidos


Custos Indiretos
São os custos de produção não alocáveis diretamente nas ordens de produção, plantel ou lote de animal.
Em uma unidade de produção que possui exploração agrícola e pecuária simultaneamente é necessário
controlar separadamente os elementos de custos indiretos incorridos durante o período (mês, denomina-se em COMUM
e ESPECÍFICO):
• Comum: contabilizar os gastos que atende todos os Centros produtivos da unidade. Exemplo: almoxarifado,
veículo da gerência, secretaria geral etc.
• Específico: são custos indiretos que se identificam com o respectivo Centro produtivo (agrícola, pecuária etc.)

Critérios de Rateio
Custos Indiretos Comuns: devem ser rateados na mesma proporção dos Custos variáveis de cada Centro de Produção.
Custos Indiretos Específicos: custos in corridos no período mais os valores recebidos dos Centros de Custos Indiretos
Comuns.
AGRÍCOLA: apropriar na mesma proporção dos Custos Variáveis incorridos em cada Ordem de Produção.
PECUÁRIA: os valores devem ser apropriados na mesma proporção dos Custos Variáveis de cada Lote de Animal ou
Raça. Após a alocação dos Custos, efetua-se o rateio em função das quantidades de cabeças existentes depois de
transformar em unidade-padrão de animal (de acordo com a categoria).
Este critério leva em consideração que a gerência, os técnicos; o almoxarifado, os apontadores, está voltado
para as atividades, que estiveram absorvendo o montante maior de custos no período.
A fazenda São Paulo gerou os seguintes custos no mês de maio/X1.

Determinação dos Custos dos Produtos Vendidos


Os custos dos produtos vendidos a serem computados no exercício, devem ser correspondentes às receitas de
vendas dos produtos reconhecidas no mesmo período.

Custo dos Produtos Vendidos – Agrícola


Na agricultura, normalmente o exercício fiscal não coincide com as safras, principalmente quando se trata de
cultivos de ciclo curto intercalados.
Quando uma empresa explora monocultura e se trata de cultivos perenes, torna-se mais simples.
O Custo de Produtos Vendidos é determinado da seguinte forma:
• Projetam-se os gastos da referida cultura ou área (Centro de Custo).
• Solicita-se do técnico a estimativa da produção em volumes.
• Efetua-se a somatória dos custos reais até o período mais os valores estimados.
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• Divide-se o custo total real + estimado de produção pela quantidade total real + estimada e obtém-se o custo
• Unitário do produto.
• Multiplica-se o custo unitário pela quantidade real vendida e determina-se o custo do produto vendido.
O mesmo critério deve ser adotado para transferência da conta de produção em andamento para Produtos
Acabados.

Classificação contábil do gado bovino


a) Ativo Circulante
• Rebanho de Criação e Corte
o Custo médio de Formação; ou Valor de Mercado
b) Ativo Permanente
• Rebanho Reprodutor
o Imobilizado
• Reprodutores
• Matrizes
o Aquisição de terceiro:Custo de aquisição, crescido de correção monetária e deduzido de depreciações.
o Quando formados na própria fazenda: Custo Médio de Formação ou Valor de Mercado, acrescido de
correção monetária e deduzido de depreciações.

Cálculo do Custo do Rebanho


Grande parte dos pecuaristas não dispõe da principal ferramenta para medir o resultado de seu rebanho.
Muitas organizações já possuem com bom controle de movimentação física dos animais, porém, sem a devida
valorização, ou simplesmente inexiste. Outros valorizam o preço de mercado, para efeito de “Avaliação de Estoques”, no
entanto, porém, desconhecem os custos reais do processo de cria, recria e engorda, com objetivos de análises para
medir o desempenho econômico e principalmente financeiro, uma vez que o custo do tempo é relevante em razão do
ciclo de vida do animal.
Um bom sistema de custo leva ao empresários elementos para tomar decisões com boa margem de segurança
nas questões como:
• Comprar um reprodutor ou fazer inseminação artificial?
• Qual é o momento certo para a venda; na desmama, recria ou engorda?
• Quanto custa a estrutura fixa do rebanho?
• Quantas arrobas de carne representam os custos da estrutura fixa?
• Quais os elementos de custos variáveis que mais representam por categoria?
• Qual é o custo por piquete e pasto?
• Qual é o número de cabeças ideal por pasto?
• Qual é o tempo ideal para os animais permanecerem em um pasto em termos de custo e ganho de peso?
Apuração do Custo do Bezerro
Apura-se o custo do bezerro, considerando o ciclo de vida, ou seja, a partir da cobertura natural ou inseminação
artificial até a desmama, o que acontece no período aproximado de 17 meses. Sabemos que as matrizes (vacas) voltam
a ficar prenha durante a lactação, portanto neste período os custos com a depreciação da matriz e outros gastos serão
apropriados para os 2 (dois) animais. Veremos a seguir os critérios a serem utilizados.
Assim, devem-se acumular os custos de criação referente aos gastos da vaca matriz, touro reprodutor, bezerro
ao pé e bezerro a nascer (vida intra-uterina).
• Natureza de gastos do rebanho.
• Mão-de-obra dos campeiros.
• Sal mineral, ração etc.
• Vacinas e medicamentos.
• Animais de lida (uso dos campeiros).
• Manutenção de cercas e pastagens.
• Gastos com máquinas e implementos.
• Depreciação de cercas, curral etc.
• Exaustão de pastagem.
Basicamente, a técnica de custos consiste em apropriar ao rebanho os custos ocorridos, no período, cujos
valores devem ser distribuídos em função de quantidade existente de Unidade-padrão Animal. Portanto, os valores
atribuídos aos touros reprodutores devem ser apropriados aos bezerros a nascer e os custos pertencentes às vacas
reprodutoras serão alocados aos bezerros nascidos (mamando) e a nascer (intra-uterino).

Custo Médio do Rebanho


Tratando-se de criação extensiva, aplicam-se os mesmos critérios utilizados no item anterior com a Apuração
dos Custos dos bezerros. Portanto, o número de cabeças do rebanho exemplificado a seguir não inclui, para efeito de
apropriação de custo, o gado reprodutor em plena reprodução, pois eles não recebem custos (já não estão em
formação). Todavia, o custo da manutenção deste rebanho já formado (alimentação, tratamento veterinário,
depreciação...) será incluído no custo do rebanho e distribuído para os bezerros, mamando e a nascer.

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O raciocínio é o mesmo que se aplica a uma indústria: o custo de manutenção da máquina, conservação,
energia elétrica etc. não é somado ao valor da máquina, mas distribuído proporcionalmente ao produto (estoque) em
fabricação, em elaboração de uma indústria (estoque).
Dessa forma, o custo será acumulado numa conta auxiliar “Rebanho em Formação” e distribuído ao rebanho
classificado no estoque (estoque vivo).
Essa técnica difere em alguns aspectos de empresa para empresa. Há aquelas que preferem, no momento do
rateio por cabeça do rebanho, incluir os bezerros a nascer; outras, na distribuição dos custos, consideram apenas os
bezerros nascidos. A título de exemplo, faz-se, a seguir, comentário sobre uma atividade pecuária em início de negócio
até sua primeira venda; nesse caso, o custeio é realizado sobre os bezerros nascidos no ano e sobre outras categorias
que compõem o plantel em estoque.

Custo Médio dos Reprodutores


• Considera-se o rebanho, na época da apropriação, o gado existente no Ativo Circulante (Estoques) (-)
nascimentos no exercício + gado existente no Ativo permanente imobilizado (reprodução).
• Entendem-se como o custo total dos nascimentos os valores gastos com os reprodutores e as matrizes, uma vez
que estes geram os bezerros e as bezerras.
• Divide-se o custo total com o rebanho pelo número de cabeças existentes, encontrando-se o CUMR (Custo
Unitário de Manutenção do Rebanho).
• Multiplicam-se o CUMR pelo número de matrizes + reprodutores, obtendo-se o custo total dos nascimentos.
• Divide-se o custo total dos nascimentos pelo número de bezerros e bezerras nascidos no ano, encontrando-se
finalmente o custo unitário dos nascimentos.

O custo dos estoques


O valor a ser atribuído aos estoques de produtos em elaboração e acabados é, basicamente, o de custo de
produção, como no caso de qualquer indústria de bens. (Há a possibilidade e, às vezes, até o costume, em alguns
poucos segmentos, de se atribuir aos estoques o valor de mercado. Mas esse assunto merece um tratamento à parte,
em outra oportunidade, e não será discutido aqui desta vez).
E esses custos abrangem a mão-de-obra (direta e indireta, além dos encargos sociais) da colheita, do transporte e
de tudo o que for necessário a colocar o produto em condições de venda (secagem, limpeza, descascamento,
embalamento etc.).
E um dos custos mais importantes e muitas vezes o maior deles, é o relativo à depreciação ou exaustão da
plantação.
Nessas culturas permanentes a depreciação pode assumir, de fato, valores muito grandes, o que exige um
tratamento bastante cuidadoso e criterioso para seu cálculo. Qualquer tratamento inadequado, às pressas ou à base de
um cálculo onde não se tenha feito um estudo da vida útil econômica da cultura, da sua curva de produtividade e do
potencial todo da produção, poderá redundar numa depreciação que irá distorcer o custo de produção de cada ano e,
consequentemente, o resultado de cada exercício. Por isso deve-se dar toda a atenção ao cálculo desse custo.
O Problema Da Primeira Colheita
Uma das grandes dificuldades na apuração do custo de produção reside no cálculo da primeira colheita.
A dúvida reside no seguinte: deve todo o gasto até a primeira colheita ser considerado custo de formação do
imobilizado a ser depreciado a partir dessa primeira safra ou deve já uma parte da formação da plantação ser
considerada como custo de produção da primeira safra em produção?
Para simplificar o entendimento, admitamos o seguinte: a cana-de-açúcar plantada em 19X1 dará seu primeiro
corte em 19X3, indo sua produção até 19X7 (cinco anos de produção neste exemplo). Admite-se que o volume de
produção não será significativamente diferenciado durante os cinco anos, de tal forma que sua exaustão deverá ser
apropriada igualmente às cinco safras.
Deve a empresa considerar todos os gastos incorridos com a plantação até imediatamente antes da safra como
custo do imobilizado, ou deverão já alguns gastos de 19X3 e talvez até de 19X2 ser considerados como custo da safra
de 19X3? (Estamos admitindo que o exercício social da empresa se encerre em 31 de dezembro.).
O ponto-chave está na definição de quando termina o gasto com a imobilização e a partir de quando começa o
relativo ao custo da próxima safra.
Ocorre o seguinte: se imobilizarmos todos os gastos com a plantação até imediatamente antes da primeira cultura,
teremos o seguinte: o custo dessa primeira safra compreenderá todo o custo do corte (pessoal, equipamentos,
combustíveis etc.) e do transporte e uma exaustão equivalente a 20% do valor do imobilizado.
Mas, logo a seguir, serão necessários gastos com adubação, tratamento orgânico e químico, limpeza e outros
para a preparação da próxima safra. Como esses gastos existirão todos os anos e servirão para a obtenção da
produção seguinte, deverão eles serem considerados como custos dessa próxima safra. Assim, não serão imobilizados,
mesmo porque não estarão mais agregando valor à cultura permanente já existente. Viabilizarão tão-somente a próxima
colheita. E irá, isso sim, para o Ativo Circulante na forma de custos relativos à produção em andamento.
Com isso, o custo da segunda safra será exatamente igual ao da primeira, com o acréscimo desses custos
comentados no parágrafo anterior. E assim sucessivamente. Com isso, teremos a seguinte situação: o custo da
primeira safra será o menor de todos, já que não terá recebido os gastos com sua preparação que terão sido
imobilizados. Com tal procedimento, os gastos que se referem à preparação da primeira colheita acabarão por ser
distribuídos aos custos da produção das próximas outras quatro colheitas.
Daí vê então que a empresa deve proceder diferentemente:

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• Separação dos Gastos com Imobilização e com Primeira Safra: Deverá a empresa procurar, no ano anterior
à primeira safra, segregar de seus gastos quais são aqueles que dizem respeito à próxima (e primeira)
produção e que existirão em cada ano seguinte, repetindo-se sempre como preparação à colheita posterior.
E todos esses gastos não deverão ser considerados como custo da plantação permanente, e sim como
custo da formação dessa safra, ou seja, deverão ir para produtos em formação ou produção em andamento
no Ativo Circulante.
Procedendo dessa forma (o que nem sempre é muito fácil de ser conseguido) a empresa terá então um custo para
a primeira safra mais realista, bem como um custo também mais correto para as produções seguintes.
A dificuldade não deve ser empecilho para o esforço dessa separação, a ser feita, obviamente, com a colaboração
dos agrônomos e técnicos que saberão muito bem diferenciar o que é custo da formação da cultura, segregando-o da
formação da primeira safra. Afinal, aquele ocorre uma única vez, e o desta ocorre a cada ano (na hipótese de a
produção ser anual, deve-se lembrar que, em certos florestamentos, a produção é a cada dois ou a cada três anos).
No caso, por exemplo, do café, o problema é exatamente o mesmo. Uma série de produtos químicos e/ou
orgânicos é gasta ao redor do terceiro ano, ainda com a plantação em formação, mas dirigida unicamente à primeira
colheita. logo, esse gasto e outros com o mesmo objetivo devem já ser incorporados ao custo dessa primeira produção.
Os que são para a formação da árvore propriamente dita é que deverão ser imobilizados.
Claramente deve o profissional lembrar-se que existe, dentre os princípios da contabilidade, o da materialidade,
em que se estipula que o rigor deve ser exercido desde que os valores envolvidos o requeiram. Para o caso de gastos
mínimos, cujo tratamento praticamente em nada altera o patrimônio ou o resultado da empresa, deve-se dar o registro
contábil que for considerado mais simples, de preferência, se possível, o de consideração como gasto de período ou de
produção (nessa ordem de seqüência), e só em último caso o de imobilização. (Note-se como essa regra da relevância
está associada à do conservadorismo ou da prudência.)

Aspectos tributários no agronegócios


O art. 1º da Lei 9430/96 determina que a pessoa jurídica que explorar atividade rural determinará o Imposto de
Renda com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. E poderá optar pela apuração anual do
lucro real, em 31 de dezembro de cada ano, desde que recolha o imposto de renda mensalmente, durante o ano-
calendário, por estimativa.
O art. 314 do RIR/99 diz que os bens do Ativo Permanente Imobilizado (máquinas e implementos agrícolas,
veículos de cargas e utilitários rurais, matrizes e reprodutores etc.), exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica
que explora a atividade rural, para uso nesta atividade, poderão ser depreciados integralmente no próprio ano da
aquisição (Medida Provisória nº. 1.749-35, de 1999, art. 5º).
Já a IN SRF Nº. 93/97, art. 52, expressa que na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o
Lucro da empresa rural, deverá ser observado o mesmo procedimento adotado em relação à apuração da base de
cálculo do imposto de renda quanto à depreciação incentivada dos bens do imobilizado. O resultado operacional (Lucro
ou Prejuízo Operacional) é aquele que representa o resultado das atividades principais ou acessórias, que constituem
objeto da pessoa jurídica.
A estas organizações tem como atividades principais a produção e venda dos produtos agropecuários por ela
produzidos e como atividades acessórias as receitas e despesas decorrentes de:
• Aplicações Financeiras
• Variações Monetárias Ativas e Passivas
• Reversões de Provisões
• Recuperação de Créditos
• Resultados Positivos e Negativos na Equivalência Patrimonial
• Dividendos de Investimentos Avaliados pelo Custo de Aquisição
• Aluguel ou Arrendamento
• Compra e Venda de Mercadorias
• Prestação de Serviços
O resultado operacional destas organizações não contempla as atividades acessórias. Portanto, o regime tributário
estabelecido para as empresas rurais aplica-se somente ao resultado apurado decorrente das atividades principais, não
sendo permitido incluir, nesse regime de tributação, as receitas e despesas de atividades acessórias.
A pessoa jurídica que explorar outras atividades, além da atividade rural, em conformidade as modificações
expressas pela Lei nº. 9.249/95, deverá segregar contabilmente as receitas, os custos e as despesas referentes à
atividade rural das demais atividades, a fim de determinar o lucro ou prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas
atividades.

Determinação do Lucro Real da Pessoa Jurídica que Explora Atividade Rural


Como é sabido pela classe contábil o Lucro Real é definido como sendo o resultado (Lucro ou Prejuízo) do período de
apuração (antes de computar a provisão para o imposto de renda), ajustado pelas adições, exclusões e compensações
autorizadas pela legislação do imposto de renda é apurado extracontábilmente e escriturado no Livro de Apuração do Lucro
Real – LALUR criado pelo Decreto-Lei nº. 1.598/77 em obediência ao § 2° do artigo 177 da Lei n° 6.404/76 (Lei das S/A). (art.
262 do RIR/99).
À determinação do lucro real da atividade rural, é o resultado líquido apurado na escrituração comercial. As
pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real são obrigadas a manter em boa ordem e guarda, a escrituração e

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documentos, em estrita observância às leis comerciais e fiscais e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,
conforme o disposto nos arts. 247 e 248, ajustados pelas adições, exclusões e compensações prescritas nos arts. 249 e
250 do RIR/99.
Se a pessoa jurídica explorar outras atividades, além da atividade rural, também denominada empresa com
atividade mista, deverá segregar contabilmente as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural, das
demais atividades, bem como demonstrar, no Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, separadamente, o lucro ou
prejuízo contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades.
Quando não for possível a segregação contábil, a pessoa jurídica deverá ratear, proporcionalmente à
percentagem que a receita líquida de cada atividade representar em relação à receita líquida total:
• Os custos e as despesas comuns a todas as atividades;
• Os custos e despesas não dedutíveis, comuns a todas as atividades, a serem adicionados ao lucro líquido, na
determinação do lucro real;
• Os demais valores, comuns a todas as atividades, que devam ser computados no lucro real.
Na hipótese de a pessoa jurídica não possuir receita líquida no ano-calendário, a determinação da percentagem
prevista será efetuada com base nos custos ou despesas de cada atividade explorada.

Compensação de Prejuízos Fiscais


Pessoa Jurídica com atividade exclusivamente rural
Na forma prevista na Lei nº. 8.023/90, o prejuízo fiscal determinado pela pessoa jurídica que explora
exclusivamente atividade rural incentivada, poderá ser compensado com o Lucro Real do período de apuração
posteriores, não havendo restrição de prazo para tal compensação e não se aplicando o limite de 30% (trinta por cento),
como expresso no art. 512, RIR/99 nas demais empresas.
Pessoa Jurídica que explorar outras atividades além da rural
A Instrução Normativa SRF nº. 39/96 esclarece todos os procedimentos necessários para compensação dos
prejuízos fiscais apurados pelas empresas que exploram a atividade rural, bem como outras atividades, além da rural.
O prejuízo fiscal da atividade rural, período de apuração, poderá ser compensado com o lucro real das demais
atividades apurado no mesmo período de apuração, sem limite de 30% (trinta por cento).
Á compensação dos prejuízos fiscais das demais atividades, assim como os da atividade rural como lucro real da
outra, de período de apuração subseqüente, aplica-se o limite de trinta por cento (arts. 509 a 511 do RIR/99).

Lucros Presumido e Arbitrado


O lucro presumido é uma modalidade simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda
das pessoas jurídicas.
A opção e mudança de opção do lucro presumido estão disciplinadas no art. 26 da Lei nº. 9.430/96, com
vigência até o final de 1998. A partir do período de apuração de 1999, a pessoa jurídica não poderá modificar essa
escolha pelo lucro presumido (art. 13, § 1º, da Lei nº. 9.718/98).
É permitido às pessoas jurídicas que exploram atividades rurais, optar por essa modalidade de tributação do
resultado, desde que atendidas as demais condições estabelecidas, conforme o disposto no art. 516 do RIR/99:
“Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a
vinte e quatro milhões de reais, ou a dois milhões de reais multiplicado pelo número de meses de atividade no
ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no
lucro presumido.”
Para determinação da base de cálculo do lucro presumido em cada trimestre, a legislação estabelece aplicação
do percentual de 8% (oito por cento) sobre a Receita Bruta auferida no período de apuração, conforme o art. 518 do
RIR/99. Sobre esta base, multiplica-se a alíquota de 15% (quinze por cento), tendo-se o imposto de renda devido.
A Instrução Normativa SRF nº. 104/98 veio permitir já no ano de 1998, a adoção do critério de reconhecer as
receitas de vendas de produtos agropecuários pelo regime de caixa, ou seja, a medida dos recebimentos.
Com isso, a empresa rural, ao vender os seus produtos para recebimento em cinco parcelas mensais por exemplo,
determinará a base de cálculo para pagamento do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro, da
Contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS, só com a receita efetivamente recebida no trimestre.
O lucro arbitrado da pessoa jurídica que explorar atividade rural, quando conhecida a Receita Bruta, será
determinado mediante a aplicação dos percentuais fixados para o lucro presumido acrescidos de 20% (vinte por cento).
O arbitramento do lucro é feito pelo Fisco para as empresas que não seguiram as regras fiscais.

Outros tributos
As pessoas jurídicas que exploram atividades rurais estão sujeitas aos pagamentos da Contribuição Social sobre
o Lucro, PIS e COFINS, como as demais empresas.

Como calcular o resultado na exploração rural – pessoa física


O art. 22 da Instrução Normativa SRF 17/96 regula a forma de apuração do resultado da atividade rural, a partir do
ano-calendário de 1996, face às modificações introduzidas pela Lei nº. 9.250/95.
O resultado da exploração da atividade rural por pessoas físicas, a partir do ano-calendário de 1996, deverá ser feito
mediante escrituração do Livro-caixa, exceto para os contribuintes cuja receita anual dessa atividade seja de valor até R$
56.000,00, estando estes dispensados da escrituração do livro.
O resultado (lucro ou prejuízo) da atividade rural será apurado à base do regime financeiro (regime-caixa), ou
seja, Receitas Recebidas menos Despesas Pagas.

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A receita bruta da atividade rural é constituída pelo montante das vendas dos produtos oriundos das atividades
definidas como rural, exploradas pelo próprio produtor-vendedor.
A receita bruta, decorrente da venda dos produtos, deverá ser comprovada por documentos usualmente
utilizados, tais como nota fiscal de produtor, nota fiscal de entrada, nota promissória rural vinculada à nota fiscal do
produtor e demais documentos reconhecidos pelas legislações estaduais.
As despesas de custeio e os investimentos são aqueles necessários à percepção dos rendimentos e à
manutenção da fonte produtora, relacionados com a natureza da atividade exercida.
Consideram-se investimentos todas as aplicações de recursos financeiros que visem ao desenvolvimento da
atividade para expansão da produção, ou melhor, da atividade rural (implementos agrícolas, corretivos, benfeitorias,
eletricidade rural, reprodutores etc., exceto a terra nua).
Os bens utilizados na produção, quando vendidos, serão tratados como receita da atividade agrícola, exceto o
valor da terra nua, que será tributado de acordo com a Lei nº. 7.713/88.
As receitas, despesas e demais valores, que integram o resultado e a base de cálculo, serão expressos em reais
(R$), na data do efetivo recebimento de pagamento.
O valor tributável apurado no “Demonstrativo da Atividade Rural” torna-se parte integrante da Declaração de
Ajuste Anual da Pessoa Física e deverá ser preenchido pelo contribuinte que se enquadre em qualquer das condições.

Tributação simplificada e parceria


O produtor rural poderá optar pelo cálculo do resultado (lucro) da atividade simplesmente aplicando o percentual
de 20% (vinte por cento) sobre a Receita Bruta no ano-calendário. Entretanto, a pessoa física que optar por esta
modalidade de tributação simplificada perderá o direito à compensação do total dos prejuízos. Essa opção não dispensa
o contribuinte da comprovação das receitas e despesas, qualquer que seja a forma de apuração do resultado.
Cabe ressaltar que essa alternativa dificilmente será interessante, uma vez que não se deduz os incentivos para
fins de apuração da base cálculo do imposto. Como visto, a lei permite que os investimentos (exceto a terra nua) sejam
considerados despesas, quando escriturados no livro Caixa.
Os arrendatários, os condôminos e os parceiros na exploração da atividade rural, comprovada a situação
documentalmente, pagarão o imposto separadamente, na proporção dos rendimentos que couberem a cada um.
O prejuízo apurado pela pessoa física poderá ser compensado integralmente com o resultado positivo obtido nos
anos-calendários posteriores. O prejuízo, para compensação futura, deverá estar destacado em reais.
A Pessoa Física fica obrigada à conservação e guarda do livro Caixa e dos documentos fiscais após apurar o
resultado (pelo livro Caixa ou Simplificado), esse será base de cálculo do imposto de renda devido.

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