Dogmas e Doutrinas Marianas Da Igreja Católica

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Dogmas e doutrinas marianas da Igreja

Católica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Série de artigos sobre


Mariologia católica

Maria, mãe de Jesus


Devoção
Hiperdulia • Imaculado Coração • Sete
Alegrias • Sete Dores • Coroa das
Lágrimas • Santo
Rosário • Escapulário do Carmo
Orações marianas famosas
Ave
Maria • Magnificat • Angelus • Infinit
as graças vos damos • Lembrai-
vos • Salve-rainha
Dogmas e Doutrinas
Mãe de Deus • Perpétua
Virgindade • Imaculada
Conceição • Assunção ao Céu • Mãe
da Igreja • Medianeira e
Advogada • Corredentora • Rainha do
Céu
Aparições marianas
Crenças reconhecidas ou dignas de culto
Guadalupe • Medalha Milagrosa •
La
Salette • Lourdes • Fátima • Campinas 
• Akita • Prouille

Títulos da Virgem Maria

Virgem Maria na arte

Os Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica têm a sua fundação na


visão central de que a Virgem Maria é a Mãe de Deus, devido a isso, a Igreja
Católica sempre considerou Maria a figura mais importante do cristianismo e
da salvação depois da Trindade, por conseguinte, a Igreja possui muitos
ensinamentos e doutrinas em relação a sua vida e papel.
A Igreja Católica possuí uma disciplina específica para o estudo da pessoa, o
papel e o significado da Virgem Maria, e sua veneração, esta é a disciplina
da Mariologia. A doutrina mariana tem se desenvolvido ao longo de muitos
séculos, e foi estudada e codificada pelos Concílios, bem como pelos principais
teólogos das ordens religiosas e universidades marianas, Escolas Pontifícias,
como a Marianum são especificamente dedicadas a este campo de estudo.[1][2]
[3]
 No entanto, revelações marianas por indivíduos nem sempre são aceitos pela
Igreja. [4][5]

Índice

 1Ensinamentos dogmáticos da Igreja Católica


o 1.1Virgindade Perpétua
o 1.2Maternidade Divina
o 1.3Imaculada Conceição
o 1.4Assunção da Virgem Maria
 2Outras doutrinas
o 2.1Dormição de Maria
o 2.2Maria é a Mãe de todos os cristãos
o 2.3Medianeira
o 2.4Corredentora
o 2.5Rainha do Céu
o 2.6Reparações à Virgem Maria
o 2.7Títulos
 3Magistério da Igreja Católica
 4Devoções
o 4.1Santo Rosário
o 4.2As Sete Dores de Maria
o 4.3As Sete Alegrias de Maria
 5Referências
 6Bibliografia

Ensinamentos dogmáticos da Igreja Católica


Segundo a doutrina da Igreja Católica, Maria está associada aos
seguintes dogmas de fé:[6]

 Imaculada Conceição – Concebida sem a mancha do pecado original.


O Papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da
Imaculada Conceição, aos 8 de Dezembro de 1854.[6]:art.491
 Maternidade Divina - Maria é mãe de Deus. Porque se Jesus é Deus e
Maria é mãe de Jesus, logo Maria é mãe de Deus.[6]:art.495
 Virgindade Perpétua - Virgem antes, durante e depois do parto.[6]:art.499
 Assunção aos Céus – Refere-se à elevação de Maria em corpo
e alma ao Céu. Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1 de
Novembro de 1950, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.
[7]:art.965

As igrejas ortodoxas e anglicanas na sua maioria aceitam alguns desses


dogmas. Os Ortodoxos aceitam o dogma da Maternidade Divina ao referir-se a
Maria como Teótoco, que significa "Mãe de Deus" (em grego). Alguns
Anglicanos aceitam referir a Maria como Teótoco. A Igreja do Oriente, uma das
mais antigas denominações cristãs, rejeita chamá-la de Teótoco. As confissões
protestantes não os aceitam ou mostram-se reticentes sobre o tema.[carece  de fontes]
Virgindade Perpétua
Ver artigo principal: Virgindade perpétua de Maria
A Perpétua Virgindade de Maria ensina que Maria é virgem antes, durante e
depois do parto. Este dogma mariano é o mais antigo da Igreja
Católica e Oriental Ortodoxa, que afirma a "real e perpétua virgindade mesmo
no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem."[8] Assim Maria foi sempre
Virgem pelo resto de sua vida, sendo o nascimento de Jesus como seu filho
biológico, uma concepção milagrosa.
No ano 107, Inácio de Antioquia já descrevia a virgindade de Maria. São Tomás
de Aquino também ensinou esta doutrina (Summa theologiae III.28.2) que
Maria deu o nascimento miraculoso sem abertura do útero, e sem prejuízo para
o hímen. Esta doutrina já era um dogma desde o cristianismo primitivo, tendo
sido declarada por notáveis escritores como São Justino Mártir e Orígenes.
O Papa Paulo IV o reconfirmou no Cum quorundam de 7 de Agosto de 1555,
no Concílio de Trento.
Maternidade Divina
Ver artigo principal: Teótoco
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Menino Jesus, pintado por volta do século
XV.
A definição como Mater Dei ou Deiparas (em latim) ou Teótoco (em grego) foi
afirmado por diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos,
como Inácio (107), Orígenes (254), Atanásio (330) e João Crisóstomo (400).
O Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso decretou esta
doutrina dogmaticamente em 431. A visão contrária, defendida pelo patriarca
de Constantinopla Nestório era que Maria devia ser chamada de Cristótoco,
que significa "Mãe de Cristo", para restringir o seu papel como mãe apenas da
natureza humana de Cristo e não da sua natureza divina.
Os adversários de Nestório, liderados por Cirilo de Alexandria, consideravam
isto inaceitável, pois Nestório estava destruindo a união perfeita e inseparável
da natureza divina e humana em Jesus Cristo, uma vez que em Cristo
"O Verbo se fez carne" (João 1:14), ou seja o Verbo (que é Deus - João 1:1) é
a carne; e a carne é o Verbo, Maria foi a mãe da carne de Cristo e
consequentemente do Verbo. Cirilo escreveu que "Surpreende-me que há
alguns que duvidam que a Virgem santa deve ser chamada ou não de Teótoco.
Pois, se nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, e a Virgem santa deu-o à luz, ela
não se tornou a [Teótoco]?"[9] A doutrina de Nestório foi considerada uma
falsificação da Encarnação de Cristo, e por consequência, da salvação da
humanidade. O Concílio aceitou a argumentação de Cirilo, afirmou como
dogma o título de Teótoco de Maria, e anamatizou Nestório, considerando sua
doutrina (Nestorianismo) como uma heresia.
Imaculada Conceição
Ver artigo principal: Imaculada Conceição
Imaculada Conceição, Bartolomé Esteban Murillo, 1650.
Na bula papal dogmática Ineffabilis Deus, foi feita a definição oficial
do dogma da Imaculada Conceição; nela, em 8 de dezembro de 1854 disse Pio
IX: (...) que a doutrina que defende que a beatíssima Virgem Maria foi
preservada de toda a mancha do pecado original desde o primeiro instante da
sua concepção, por singular graça de privilégio de Deus omnipotente e em
atenção aos merecimentos de Jesus Cristo salvador do gênero humano, foi
revelada por Deus e que, por isso deve ser admitida com fé firme e constante
por todos os fiéis. [10]
Em 8 de setembro de 1953, Pio XII através da Carta encíclica Fulgens
corona anunciou a celebração do "Ano Mariano" comemorativo do primeiro
centenário da definição do dogma da "Imaculada Conceição da Bem-
aventurada Virgem Maria". Em 5 de dezembro de 2007, Bento XVI fez tornar
público decreto que concede indulgência plenária aos fiéis que cumprirem as
condições nele estabelecidas, por ocasião do "150º. aniversário da
manifestação da Beata Virgem Maria na Gruta de Massabielle, próximo a
Lourdes".[11]
Assunção da Virgem Maria
Ver artigo principal: Assunção de Maria
A Virgem Maria no fim de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória
celestial. Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1º
de novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus:
"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do
Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem
Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos
séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma
augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso
Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a
nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado
que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da
sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu".
O Papa Pio XII deixou liberadamente em aberto se Maria foi elevada aos céus
após sua morte ou ainda em vida.

Outras doutrinas
A Igreja Católica detém muitos outros ensinamentos sobre a Virgem Maria, dos
quais muitos são tão relevantes como os ensinamentos acima definidos. Outros
são antigos ensinamentos, cultos e celebrações, que sob a orientação infalível
do Espírito Santo, são uma parte integrante do depósito de fé transmitida pela
Igreja.
A devoção à Virgem Maria continua sendo ressaltada nos ensinamentos da
Igreja Católica, por exemplo, na sua encíclica Rosarium Virginis Mariae, o Papa
João Paulo II afirmou que foi inspirado pelos escritos de São Luís Maria
Grignion de Montfort sobre a Total Consagração à Santíssima Virgem Maria.[12]
Dormição de Maria
Ver artigo principal: Dormição de Maria
Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma
tradição cristã, atestada por Hipólito de Tebas,[13] que ela teria morrido
(Dormição da Virgem Maria) no ano 41 d.C. e seu corpo depositado
no Getsêmani.
Desde os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat. dormitáre,
em vez de "morte". Alguns teólogos e santos da Igreja Católica, sustentam que
Maria não teria morrido, mas teria "dormitado" e assim levada aos Céus; outra
corrente, diversamente, sustenta que não teria tido este privilégio uma vez que
o próprio Jesus passou pela morte.

A Dormição de Maria, por Duccio di Buoninsegna, 1308, Museo dell'Opera del


Duomo, Siena.
Do ponto de vista oficial do magistério da Igreja Católica, sobre esta matéria,
nunca se duvidou da Assunção. Reservou-se ao dogma apenas o tema da
Assunção em si. Sobre a dormição de Maria, entretanto, João Paulo II assim se
manifestou:
(...) O Novo Testamento não dá nenhuma informação sobre as
circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz supor que se
produziu normalmente, sem nenhum fato digno de menção. Se não
tivesse sido assim, como teria podido passar despercebida essa notícia
a seu contemporâneos sem que chegasse, de alguma maneira até nós?
No que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem
fundadas as opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais
importante é investigar a atitude espiritual da Virgem no momento de
deixar este mundo. A este propósito, São Francisco de Sales considera
que a morte de Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor.
Fala de uma morte "no amor, por causa do amor e por amor" e por isso
chega a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor por seu
filho Jesus (Tratado do Amor de Deus, Liv. 7, cc. XIII-XIV).
Qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que, do ponto de
vista físico, Lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o trânsito
desta vida para a outra foi para Maria um amadurecimento da graça na
glória, de modo que nunca melhor que nesse caso a morte pode
conceber-se como uma "dormição". [14]
Maria é a Mãe de todos os cristãos
Ver artigo principal: Mãe da Igreja

Madonna del Popolo (Mãe do povo) de Federico Barocci (1579).


Maria é vista como mãe da Igreja e de todos os seus membros, ou
seja, todos os cristãos, pois os cristãos na Bíblia são parte do corpo
de Cristo, a Igreja. Eles, portanto, compartilham com Cristo a
paternidade de Deus e também a maternidade de Maria. Mais uma
vez, no Novo Testamento, (João 19:26-27) o apóstolo João diz que
Jesus na cruz é filho de Maria. Santo Ambrósio de Milão (338 - 397),
um dos doutores da Igreja, já cita este título. O Catecismo da Igreja
Católica afirma:
"A Virgem Maria... É reconhecida e honrada como sendo
verdadeiramente a Mãe de Deus e do Redentor.... Ela é
«claramente a mãe dos membros de Cristo... Maria, Mãe
de Cristo, Mãe da Igreja.» [15]
Medianeira
Ver artigo principal: Medianeira
Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e o homem. (I Timóteo
2:5). Ele sozinho conciliou o homem com Deus através da sua morte
na cruz. Mas isso não exclui um papel secundário de Maria
como medianeira, dependente de Cristo. O ensinamento que Maria
intercede por todos os crentes e, especialmente, aqueles que
pedem sua intercessão através da oração, remete aos primeiros
séculos do cristianismo, por exemplo a oração Sub tuum praesidium,
escrita em grego aproximadamente em 250. Outra oração de Efrém
da Síria (306-373) afirma: Depois do mediador, a medianeira de
todo o mundo.[16]
Corredentora
Ver artigo principal: Corredentora
Corredentora (português) ou Co-Redemptrix (latim) refere-se a
participação indireta de Maria no processo de salvação. Mesmo
antes do ano 200, Ireneu de Lyon refere-se a Maria como "causa
salutis" (causa de nossa salvação) devido ao seu filho.[17] O
ensinamento tornou-se universal desde o século XV,[18] mas nunca
foi declarado um dogma, embora petições para declará-lo
(juntamente com Medianeira) dogmaticamente, tenham sido
submetidos ao papa por vários cardeais e bispos, tornando-se assim
o quinto dogma mariano aprovado pela Santa Sé. [19]
O conceito de corredentora remete para uma participação indireta,
mas importante da Virgem Maria na redenção, pois Maria deu à luz
o Redentor (Jesus Cristo), que é o responsável por toda a redenção
e salvação, assim ela foi mediadora de redenção. Os católicos
creem que Cristo é o único Redentor da humanidade (I Timóteo 2:5),
sendo que a própria Maria teve de ser redimida e resgatada por
Jesus Cristo.[20]
Rainha do Céu
Coroação da Virgem Maria, de Rubens, século XVII

Ver artigo principal: Coroação de Maria


A doutrina de que a Virgem Maria foi coroada Rainha do
Céu remonta ao início da Igreja, para escritores tais como Gregório
de Nazianzo, que afirma que Maria é "a Mãe do Rei do universo," e
a "Virgem Mãe, de quem surgiu o Rei de todo o mundo", [21] Efrém da
Síria já a considerada Rainha do Céu.[22] A Igreja Católica muitas
vezes vê Maria como rainha do céu, ostentando uma coroa de doze
estrelas como a Mulher do Apocalipse. (Apocalipse 12:1-5)
Muitos Papas homenageram Maria com este título: Maria é a Rainha
do Céu e da Terra, (Pio IX), Rainha do Universo (Leão XIII)
e Rainha do Mundo (Pio XII) [23]O fundamento teológico e lógico
desses títulos repousa no dogma de Maria como a Virgem Mãe de
Deus, que reina ao longo de todo o mundo, sendo celestialmente
bem-aventurada com a glória de uma Rainha. [24]
Certamente, no pleno e rigoroso sentido do termo, somente
Jesus Cristo, o Deus-Homem, é Rei, mas Maria, também,
como Mãe do divino Cristo, (...) tem uma participação,
embora de forma limitada e de modo análogo, em sua
dignidade real. A união radiante (...) que ela atingiu com
Cristo transcende o de qualquer outra criatura; de sua
união com Cristo ela recebe o real direito de dispor dos
tesouros do Divino Redentor do Reino, de sua união com
Cristo finalmente é derivada a inesgotável eficácia de sua
materna intercessão do Filho e do seu pai.[25]
Este ensinamento segue o precedente bíblico da antiga Israel,
cuja monarquia, segundo o cristianismo, passou para Jesus. Ele
será grande e será chamado o Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus
lhe dará o trono de seu pai David. (Lucas 1:32) No Antigo
Testamento os reis de Israel e Judá, como David
ou Salomão possuíam muitas esposas. O título de Rainha, portanto,
não era concedido a qualquer mulher do rei, mas para a mãe do rei.
(I Reis 2:17-21; I Reis 15:13; Jeremias 13:18). A Rainha Mãe era
conhecida em hebraico como gebirah. Uma vez que Jesus é o rei
celestial, da linhagem de Davi e Salomão, Maria se tornou Rainha-
Mãe.
Reparações à Virgem Maria
Há ensinamentos e tradições específicas como Atos de Reparação,
ou seja, orações à Virgem Maria para os insultos que ela sofre. O
missal Católico Raccolta (aprovada por um decreto de 1854, e
publicado pela Santa Sé em 1898) inclui estas orações.[26][27][28]
Estas devoções e orações não envolvem um pedido para si ou para
um falecido, mas destinam-se a reparar os pecados dos outros
contra a Virgem Maria.
Títulos
À Virgem Maria são atribuídos diversos títulos, que podem fazer
referência a suas virtudes, ou aos locais em que apareceu, tais
como: Nossa Senhora de Nazaré, Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do
Rosário, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora de
Lourdes, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora dos
Remédios, Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora de Fátima,
entre outros.

Magistério da Igreja Católica


São os seguintes, os principais documentos mariológicos da Igreja
promulgados nos últimos cento e cinquenta anos:

 Papa Leão XIII: Encíclicas Magnae Dei Matris, 1892, Adiutricem


populi, 1895, Augustissimae Virginis Mariae, 1897.
 Papa Pio IX: Bula dogmática Ineffabilis Deus, de 8 de
dezembro de 1854.
 Papa Pio X: Encíclia Ad diem illum laetissimum, 1904
 Papa Pio XI: Encíclica Lux veritatis, 1931.
 Papa Pio XII: Constituição Apostólica Munificentissimus
Deus, 1950, encíclicas Fulgens corona, 1953 e Ad Caeli
Reginam, 1954.
 Concílio Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, cap.
VIII, 1964.
 Papa Paulo VI: Exortações Apostólicas Marialis
cultus, 1974 e Signum magnum, 1967.
 Papa João Paulo II: Encíclica Redentoris Mater (1987),
Exortação Apostólica Redentoris custos, 1989 e Carta
Apostólica Rosarium Virginis Mariae, (2002).
Devoções
Santo Rosário
Ver artigo principal: Santo Rosário
Fazer peregrinações a santuários marianos e rezar o Rosário e
a Ladainha de Nossa Senhora é uma das práticas devocionais mais
antigas católicas. O Rosário é uma oração em honra da Santíssima
Virgem Maria formado tradicionalmente por três terços seguidos
depois da ladainha. Esta prática tem sido estimulada por vários
papas ao longo dos tempos.[29]
As práticas devoções a Maria mais conhecidas incluem: as Sete
Dores de Maria, o Santo Rosário e o Escapulário.[30][31] A orações
dirigidas a Maria mais conhecidas incluem: Ave
Maria, Magnificat, Angelus, Memorare e Salve Rainha. Os meses de
Maio e Outubro são meses tradicionalmente marianos para os
católicos romanos. O rosário diário é incentivado em Outubro, e em
Maio práticas devocionais tem o seu ápice em muitas regiões.[32][33]
[34]
 Papas emitiram uma série de encíclicas e cartas
apostólicas marianas para incentivar a devoção a veneração a
Virgem Maria.
As Sete Dores de Maria
Ver artigo principal: Sete dores de Maria
A historiografia de Maria colhe uma tradição fundada nos
evangelhos que venera as suas Sete Dores, são sete momentos da
sua vida em que passou por sofrimento humano notável:

 Primeira dor: a profecia de Simeão.


 Segunda dor: a fuga para o Egipto.
 Terceira dor: Jesus perdido no Templo.
 Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho
do Calvário.
 Quinta dor: Jesus morre na Cruz.
 Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
 Sétima dor: o corpo de Jesus é sepultado.
As Sete Alegrias de Maria
Ver artigo principal: Sete alegrias de Maria
As sete alegrias aparecem frequentemente na arte e literatura
devocionais da Idade Média e são geralmente[35][36]:

 Anunciação
 Nascimento de Jesus
 Adoração dos Magos
 Ressurreição de Jesus
 Ascensão de Jesus
 Pentecostes (a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e
Maria)
 Coroação da Virgem

Referências
1. ↑ Mariology Society of America
2. ↑ «Centers of Marian Study». Consultado em 26 de junho de
2009. Arquivado do original em 1 de março de 2008
3. ↑ Publisher’s Notice in the Second Italian Edition (1986),
reprinted in English Edition, Gabriel Roschini, O.S.M.
(1989). The Virgin Mary in the Writings of Maria
Valtorta (English Edition). Kolbe's Publication Inc. ISBN 2-
920285-08-4
4. ↑ E. Campagna, Maria nel culto cattolico, Torino, 1944
5. ↑ Cl. Dillenschneider, Le Mystere de Notre Dame et notre
devotion mariale Paris, 1962
6. ↑ Ir para:a b c d Catecismo da Igreja Católica
7. ↑ Catecismo da Igreja Católica (em inglês)
8. ↑ Catechism of the Catholic Church §499
9. ↑ Epístola 1, aos monges do Egito, Patrologia Graeca; 77:13
B
10. ↑ "Dogma da Imaculada Conceição" Bula "Ineffabilis
Deus"online, 02/12/2007 às 23:03h.
11. ↑ "In occasione del 150° anniversario della manifestazione
della Beata Vergine Maria nella Grotta di Massabielle, vicino
a Lourdes, è quotidianamente concessa l’Indulgenza plenaria
ai fedeli, che, dal giorno 8 Dicembre 2007 fino al giorno 8
Dicembre 2008, piamente e alle condizioni stabilite,
visiteranno la Grotta di Massabielle, e, dal 2 all’11 Febbraio
2008, visiteranno, in qualsiasi tempio, oratorio, grotta, o luogo
decoroso, l’immagine benedetta della Beata Vergine Maria di
Lourdes solennemente esposta alla pubblica
venerazione" «Decreto de Indulgência Plenária» (em italiano)
12. ↑ Rosarium Virginis Mariae
13. ↑ Rainer Riesner. Paul's early period: chronology, mission
strategy, theology. [S.l.: s.n.] Consultado em 20 de agosto de
2011
14. ↑ A dormição da Mãe de Deus. Audiência geral de 25 de
junhode 1997 de João Paulo II.
15. ↑ Catechism of the Catholic Church Part 1, Section 963
16. ↑ «Mediatorship of Mary». Consultado em 8 de outubro de
2008. post mediatorem mediatrix totius mundi
17. ↑ O que significa a doutrina de Corredentora[ligação inativa]
18. ↑ Ott 256
19. ↑ http://www.zenit.org/article-21743?l[ligação inativa] News Report on
the Mediatrix Petition to the Pope]
20. ↑ Ott Dogmatics 256
21. ↑ S. Gregorius Naz., Poemata dogmatica, XVIII, v. 58; PG
XXXVII, 485.
22. ↑ S. Ephraem, Hymni de B. Maria, ed. Th. J. Lamy, t. II,
Mechliniae, 1886, hymn. XIX, p. 624.
23. ↑ in:enyclical Ad caeli reginam
24. ↑ Ad Caeli reginam 1
25. ↑ Ad Caeli reginam 39
26. ↑ Ann Ball, 2003 Encyclopedia of Catholic Devotions and
Practices ISBN 087973910X
27. ↑ Catholic Encyclopedia
28. ↑ Joseph P. Christopher et al., 2003 The Raccolta St
Athanasius Press ISBN 978-0970652669
29. ↑ Rosarium Virginis Mariae Carta Apostólica de João Paulo II
30. ↑ Catholic encyclopedia
31. ↑ «Zenit News 2008  Cardinal Urges Devotion to Rosary and
Scapular». Consultado em 23 de junho de 2012. Arquivado
do original em 14 de novembro de 2012
32. ↑ Handbook of Prayers by James Socías 2006 ISBN 0-
87973-579-1 page 483
33. ↑ The encyclopedia of Christianity, Volume 4 by Erwin
Fahlbusch, Geoffrey William Bromiley 2005 ISBN 0-8028-
2416-1page 575
34. ↑ Pope Leo XIII. «Encyclical of Pope Leo XIII on the
Rosary». Octobri Mense. Vatican. Consultado em 4 de
outubro de 2010
35. ↑ Erro de citação: Etiqueta  <ref>  inválida; não foi
fornecido texto para as refs de nome  ency
36. ↑ G Schiller, Iconography of Christian Art, Vol. I,1971 (English
trans from German), Lund Humphries, London, p52 , ISBN
853312702

Bibliografia
 Ludwig Ott, Fundamentals of Catholic Dogma, Mercier Press
Ltd., Cork, Ireland, 1955.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dogmas_e_doutrinas_marianas_da_Igreja_Cat%C3%B3lica
Por que amamos Nossa Senhora?
A fé em que o próprio Deus se fez homem é a alegre convicção da
Igreja desde os seus inícios. Para vir ao mundo, Deus quis servir-
se da livre cooperação de uma criatura, Maria, para ser mãe do
seu Filho, pela ação do Espírito Santo. Como Deus escolheu
Maria? Como se deu a concepção do Filho de Deus? Por que
chamamos Maria Virgem e Mãe?
PERGUNTAS SOBRE A FÉ08/05/2021
 facebook
 twitter
 print
 email
 epub
 kindle

1.Como se deu a concepção humana do Filho de Deus? O


momento histórico, previsto por Deus desde toda a eternidade, teve lugar
num povoado da Galileia, em Nazaré, quando o anjo Gabriel apareceu a
Maria, jovem judia, “uma virgem desposada com um varão chamado José,
da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria”, diz S. Lucas no capítulo 1
do seu Evangelho.
Para vir ao mundo Deus quis servir-se da livre cooperação de uma
criatura, Maria, para ser mãe do seu Filho. «Quis o Pai das misericórdias
que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era
predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher
contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida».

Catecismo da Igreja Católica 488-504-511


2. Como é que Deus escolheu Maria? Que disse o Anjo Gabriel a
Maria, em Nazaré, e Maria que respondeu?
É S. Lucas que o conta no primeiro capítulo do seu Evangelho: Alegra-te,
cheia de graça, o Senhor está contigo! Ao ouvir estas palavras, ela ficou
desconcertada e perguntava-se que podia significar tal saudação. Mas o
Anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de
Deus. Eis que conceberás e darás à luz um Filho e dar-lhe-ás o nome de
Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo- E o Senhor dar-
lhe-á o trono de seu pai David, e Ele reinará para sempre sobre a casa de
Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como pode ser isso, se eu não conheço varão? O
Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do
Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o menino será Santo e
chamar-se-á Filho de Deus».
Jesus é concebido pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria,
pois ele é o Novo Adão que inaugura a nova criação: “O primeiro homem,
tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do Céu" (1Cor 15,47). A
humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do Espírito Santo,
pois Deus "lhe dá o Espírito sem medida" (Jo 3,34).
Catecismo da Igreja Católica 504
Contemplar o mistério

Como nos teríamos comportado se tivéssemos podido escolher a nossa


mãe? Penso que teríamos escolhido a que temos, cumulando-a de todas as
graças. Foi o que Cristo fez, pois, sendo Onipotente, Sapientíssimo e o
próprio Amor , seu poder realizou todo o seu querer.

É Cristo que passa, 171

Nossa Mãe meditara longamente sobre as palavras das mulheres e dos


homens santos do Antigo Testamento, que esperavam o Salvador, e sobre
os acontecimentos de que tinham sido protagonistas. Admirara aquele
cúmulo de prodígios, o esbanjamento da misericórdia de Deus sobre o seu
povo, tantas vezes ingrato. Agora, ao considerar essa ternura do Céu,
incessantemente renovada, brota o afeto do seu Coração imaculado: A
minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em
Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na baixeza da sua escrava. Os
filhos desta Mãe boa, os primeiros cristãos, aprenderam com Ela, e nós
também podemos e devemos aprender.
Amigos de Deus, 241
3. Maria foi livre ao responder aos planos que Deus tinha para
Ela?
Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará corporalmente a
plenitude da divindade e pergunta o que não entende: “Como se fará isto
pois não conheço varão?”. A resposta divina à sua pergunta foi: “O
Espírito Santo virá sobre ti”. E Ela pronunciou o seu “fiat” (Faça-se em
mim segundo a palavra) loco totius humanae naturae ("ocupando o lugar
de toda a natureza humana”).

A Virgem Maria cooperou "para a salvação humana com livre fé e


obediência. "Pronunciou seu 'fiat" (faça-se) "em representação de toda a
natureza humana". Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos
viventes.

Catecismo da Igreja Católica 511-484


Contemplar o mistério

Não te esqueças, meu amigo, de que somos crianças. A Senhora do doce


nome, Maria, está recolhida em oração. Tu és, naquela casa, o que
quiseres ser: um amigo, um criado, um curioso, um vizinho... - Eu por
agora não me atrevo a ser nada. Escondo-me atrás de ti e, pasmado,
contemplo a cena.

O Arcanjo comunica a sua mensagem... - Quomodo fiet istud, quoniam


virum non cognosco? - Como se fará isso, se não conheço varão? (Lc 1,
34). A voz da nossa Mãe traz à minha memória, por contraste, todas as
impurezas dos homens..., as minhas também.
E como odeio então essas baixas misérias da terra!... Que propósitos!
Fiat mihi secundum verbum tuum. - Faça-se em mim segundo a tua
palavra (Lc 1, 38). Ao encanto destas palavras virginais, o Verbo se fez
carne.

Vai terminar a primeira dezena... Ainda tenho tempo de dizer ao meu


Deus, antes que nenhum mortal: Jesus, eu Te amo.

Santo Rosário, primeiro mistério gozoso.

Ó Mãe, Mãe! Com essa tua palavra - "fiat" - nos tornaste irmãos de Deus e
herdeiros da sua glória. - Bendita sejas!

Caminho, 512

A Virgem não se limitou a dizer fiat, mas cumpriu em todos os momentos


essa decisão firme e irrevogável. Assim também nós: quando o amor de
Deus nos aguilhoar e soubermos o que Ele quer, deveremos
comprometer-nos a ser fiéis, leais, mas a sê-lo efetivamente. Porque nem
todo o que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas o que faz
a vontade do meu Pai celestial, esse entrará no reino dos céus.
É Cristo que passa, 173
4. Que significa que Jesus foi concebido por obra e graça do
Espírito Santo?
A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus
Encarnação. Jesus tem um só Pai: Deus. (cf. Lc 2, 48-49) Significa que
Deus se fez Homem sem intervenção de varão.

"A natureza humana que ele assumiu nunca o afastou do Pai...; por
natureza, Filho de seu Pai segundo a divindade; por natureza, Filho de sua
Mãe, segundo a humanidade; mas propriamente Filho de Deus em suas
duas naturezas" (Concílio de Friul, ano 796: DS, 619).

Catecismo da Igreja Católica 503


Contemplar o mistério

Completado o tempo da purificação da Mãe, segundo a Lei de Moisés, é


preciso ir com o Menino a Jerusalém para apresentá-Lo ao Senhor (Lc 2,
22). E desta vez serás tu, meu amigo, quem leve a gaiola das rolas. - Estás
vendo? Ela - a Imaculada! - submete-se à Lei como se estivesse imunda.
Aprenderás com este exemplo, menino bobo, a cumprir a Santa Lei de
Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais? Purificação! Tu e eu, sim, é
que precisamos de purificação! Expiação, e, acima da expiação, o Amor. -
Um amor que seja cautério, que abrase a imundície da nossa alma, e fogo
que incendeie com chamas divinas a miséria do nosso coração. Um
homem justo e temente a Deus, que, conduzido pelo Espírito Santo, viera
ao Templo - tinha-lhe sido revelado que não morreria antes de ver o
Cristo -, toma o Messias em seus braços e diz-Lhe: - Agora, Senhor, agora
já podes levar em paz deste mundo o teu servo, conforme a tua
promessa..., porque meus olhos viram o Salvador (Lc 2, 25-30).

Santo Rosário, 4º mistério gozoso


5. Que relação há entre Eva e Maria?
Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela
missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua
desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será
vitoriosa sobre o Maligno e a de ser a mãe de todos os viventes. Em
virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade
avançada. Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o era tido
como impotente e fraco para mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana,
a mãe de Samuel, Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres.
Maria "sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele
esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela, Filha de Sião por
excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se
os tempos e se instaura a nova economia".
Catecismo da Igreja Católica 489
Contemplar o mistério

Se tu e eu tivéssemos tido poder, tê-la-íamos feito também Rainha e


Senhora de toda a criação. Um grande sinal apareceu no céu: uma mulher
com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. - O vestido, de sol. - A lua
a seus pés (Ap 12, 1). Maria, Virgem sem mancha, reparou a queda de Eva;
e esmagou com seu pé imaculado a cabeça do dragão infernal. Filha de
Deus, Mãe de Deus, Esposa de Deus.

Santo Rosário, 5º mistério glorioso


6. Que significa que Maria é cheia de graça?

No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de


graça"(Lc 1, 28). Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua
fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob
a moção da graça de Deus.

Pensa em Santa Maria, a cheia de graça, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus
Filho, Esposa de Deus Espírito Santo: no seu Coração cabe a humanidade
inteira sem diferenças nem discriminações. Cada um é seu filho, ou sua
filha.

Significa que foi concebida sem pecado original. Ao longo dos séculos, a
Igreja tomou consciência de que Maria, «cumulada de graça» por Deus
(Lc 1, 28), foi redimida desde a concepção. E é isso que confessa o dogma
da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX: "A
beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por
singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de
Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda
mancha do pecado original" (Pio IX, Bula Ineffabilis Deus: DS, 2803).

Catecismo da Igreja Católica 490-491


Contemplar o mistério

Não existe coração mais humano que o de uma criatura que transborda de
sentido sobrenatural. Pensa em Santa Maria, a cheia de graça, Filha de
Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo: no seu
Coração, cabe a humanidade inteira sem diferenças nem discriminações. -
Cada um é seu filho, sua filha.

Sulco, 801

Maria, Regina Pacis, Rainha da Paz, porque tiveste fé e acreditaste que se


cumpriria o anúncio do Anjo, ajuda-nos a crescer na fé, a ser firmes na
esperança, a aprofundar no Amor. Porque isso é o que hoje quer de nós o
teu Filho, ao mostrar-nos o seu Sacratíssimo Coração.
É Cristo que passa, 170
7. Como pode uma mulher ser Mãe de Deus?

Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus", visto ser a Mãe do Filho Eterno


de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus, como nos diz a Revelação de
Deus através da Sagrada Escritura. Uma verdade de fé vivida por todos os
cristãos desde os primeiros tempos.

O olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da Revelação, as


razões misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico, quis que
seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e a
missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão por Maria
em favor de todos os homens.

Catecismo da Igreja Católica 509-502


Contemplar o mistério

Nossa Mãe é modelo de correspondência à graça, e, ao contemplarmos a


sua vida, o Senhor nos dará luz para que saibamos divinizar a nossa
existência de todos os dias. Ao longo do ano, quando celebramos as festas
marianas, e em bastantes momentos de cada dia, nós, cristãos, pensamos
muitas vezes na Virgem. Se aproveitarmos esses instantes, imaginando
como a nossa Mãe se comportaria nas tarefas que temos que realizar,
iremos aprendendo pouco a pouco, e acabaremos por parecer-nos com
Ela, como os filhos se parecem com sua Mãe.

É Cristo que passa, 173


8. Por que também é mãe dos cristãos e mãe da Igreja?
Jesus é o Filho único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria
estende-se a todos os homens a quem Ele veio salvar: “Deu à luz o Filho a
quem Deus constituiu como o Primogênito entre muitos irmãos (Rm 8,
29), isto é, dos crentes, para cujo nascimento e educação colabora com
amor de mãe”.

S. João, no capítulo 19 do seu Evangelho inclui as palavras de Jesus à sua


mãe: Junto da cruz de Jesus, estava a sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria,
mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ao ver a mãe e junto dela o
discípulo a quem amava, Jesus disse-lhe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois
disse ao discípulo: “Aí tens a tua Mãe”.

Efetivamente, a Virgem Maria é reconhecida e honrada como verdadeira


Mãe de Deus e do Redentor. Ao mesmo tempo, porém, é verdadeiramente
"Mãe dos membros (de Cristo) [...], porque cooperou com o seu amor
para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela Cabeça". Maria,
[...] Mãe de Cristo e Mãe da Igreja.

Catecismo da Igreja Católica 963-967


Maria é ao mesmo tempo Virgem e Mãe por ser a figura e a mais perfeita
realização da Igreja". A Igreja... torna-se também ela Mãe por meio da
palavra de Deus que ela recebe na fé, pois pela pregação e pelo Batismo
ela gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo
e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que guarda, íntegra e
puramente, a fé dada a seu Esposo”. (Constituição Dogmática Lumen
Gentiium, 64).
Catecismo da Igreja Católica 501-507
Contemplar o mistério

Mãe nossa, tu, que trouxeste à terra Jesus, por quem nos é revelado o
amor do nosso Pai-Deus, ajuda-nos a reconhecê-lo no meio das ocupações
de cada dia; remove a nossa inteligência e a nossa vontade, para que
saibamos escutar a voz de Deus, o impulso da graça.

É Cristo que passa, 174

Estou certo de que cada um de nós, ao ver nestes dias como tantos
cristãos exprimem de mil formas diferentes o seu carinho pela Virgem
Santa Maria, se sentirá também mais dentro da Igreja, mais irmão de
todos os seus irmãos. É como uma reunião de família, em que os filhos já
adultos, que a vida separou, voltam a encontrar-se junto de sua mãe por
ocasião de uma festa. E se uma vez ou outra discutiram entre si e se
trataram mal, naquele dia é diferente; naquele dia sentem-se unidos,
reconhecem-se todos no afeto comum.

Maria edifica continuamente a Igreja, reúne-a, mantém-na coesa. É difícil


ter uma devoção autêntica à Virgem e não sentir-se mais vinculado aos
outros membros do Corpo Místico e mais unido à sua cabeça visível, o
Papa. Por isso gosto de repetir: Omnes cum Petro ad Iesum per
Mariam!, todos, com Pedro, a Jesus por Maria! E, ao reconhecermo-nos
parte da Igreja e convidados a sentir-nos irmãos na fé, descobrimos mais
profundamente a fraternidade que nos une a toda a humanidade: porque
a Igreja foi enviada por Cristo a todos os homens e a todos os povos.

É Cristo que passa, 139

Mãe! - Chama-a bem alto, bem alto. - Ela, tua Mãe Santa Maria, te escuta,
te vê em perigo talvez, e te oferece, com a graça do seu Filho, o consolo do
seu regaço, a ternura das suas carícias. E te encontrarás reconfortado para
a nova luta.

Caminho, 516
9. Que significa a Assunção de Nossa Senhora aos céus?
A Santíssima Virgem Maria, Imaculada, depois de terminar o curso de sua
vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celestial; e, tornada
semelhante a seu Filho, que ressuscitou dentre os mortos, participou
antecipadamente da sorte de todos os justos. Cremos que a Santíssima
Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no céu a desempenhar
seu ofício materno, em relação aos membros de Cristo

Credo do Povo de Deus, 15

Depois de termos falado da Igreja, de sua origem, de sua missão e de seu


destino, a melhor maneira de concluir é voltar o olhar para Maria, a fim
de contemplar nela (Maria) o que é a Igreja em seu mistério, em sua
"peregrinação da fé", e o que ela (Igreja) será na pátria ao termo final de
sua caminhada, onde a espera, "na glória da Santíssima e indivisível
Trindade", "na comunhão de todos os santos, aquela que a Igreja venera
como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe:

«Assim como no céu, onde já está glorificada em corpo e alma, a Mãe de


Deus representa e inaugura a Igreja em sua consumação no século futuro,
da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do
Senhor, ela brilha como sinal da esperança segura e consolação para o
Povo de Deus em peregrinação» (Constituição Dogmática Lumen
Gentium, 68).

Catecismo da Igreja Católica 972-974


Contemplar o mistério
A festa da Assunção de Nossa Senhora propõe-nos a realidade desta feliz
esperança. Somos ainda peregrinos, mas a nossa Mãe precedeu-nos e
indica-nos já o termo do caminho: repete-nos que é possível lá chegar, e
que lá chegaremos, se formos fiéis. Pois a Santíssima Virgem não é apenas
nosso exemplo: é auxílio dos cristãos. E ante a nossa súplica - Monstra te
esse Matrem , mostra que és Mãe -, não sabe nem quer negar-se a cuidar
de seus filhos com solicitude maternal.

É Cristo que passa, 177

A Maternidade divina de Maria é a raiz de todas as perfeições e privilégios


que a adornam. Por esse título, foi concebida imaculada e está cheia de
graça, é sempre virgem, subiu em corpo e alma aos céus, foi coroada como
Rainha da criação inteira, acima dos anjos e dos santos. Mais do que Ela,
só Deus. A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma
dignidade de certo modo infinita, derivada do bem infinito que é Deus.
Não há o perigo de exagerar. Nunca aprofundaremos bastante neste
mistério inefável; nunca poderemos agradecer suficientemente à nossa
Mãe a familiaridade com a Trindade Beatíssima que Ela nos deu.
Amigos de Deus, 276
10. Por que razão a Virgem Maria ocupa um lugar central na
vida dos cristãos?
"Todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc 1,48), são palavras
de Maria no Magnificat, reconhecendo o que Deus fez nela: "A piedade da
Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão.". A
Santíssima Virgem "é legitimamente honrada com um culto especial pela
Igreja. Com efeito desde remotíssimos tempos, a bem-aventurada Virgem
é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se
refugiam suplicantes em todos os seus perigos e necessidades.

Este culto (...) embora inteiramente singular, difere essencialmente do


culto de adoração que se presta ao Verbo encanado e igualmente ao Pai e
ao Espírito Santo, mas o favorece poderosamente"; este culto encontra
sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração
mariana, tal como o Santo Rosário, "resumo de todo o Evangelho".

Catecismo da Igreja Católica 971


Contemplar o mistério

Como se comporta um filho ou uma filha normal com sua mãe? De mil
maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que em
cada caso fluirá por condutos nascidos da própria vida, e que nunca são
uma coisa fria, mas costumes íntimos de lar, pequenos detalhes diários
que o filho precisa ter com sua mãe e de que a mãe sente falta se alguma
vez o filho os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair de casa ou ao
voltar, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas...

Em nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas


normas de piedade filial que são os moldes do nosso comportamento
habitual com Ela. Muitos cristãos adotam o antigo costume do
escapulário; ou adquirem o hábito de saudar - não são precisas palavras,
basta o pensamento - as imagens de Maria que se encontram em todo o
lar cristão ou adornam as ruas de tantas cidades; ou vivem essa
maravilhosa oração que é o terço, em que a alma não se cansa de dizer
sempre as mesmas coisas, como não se cansam os namorados.

É Cristo que passa, 142

Se estás orgulhoso de ser filho de Santa Maria, pergunta-te: - Quantas


manifestações de devoção a Nossa Senhora tenho durante o dia, da
manhã até à noite?

Forja, 433

https://opusdei.org/pt-br/article/por-que-amamos-nossa-senhora/
A Virgem Maria no Catecismo da Igreja
   

O Catecismo da Igreja Católica apresenta o mistério da Virgem Maria, baseando-se em dados da


Sagrada Escritura, da tradição da Igreja e do magistério eclesiástico, para que os cristãos possam
conhecê-la melhor e cultivem para com ela verdadeiro culto.
O Catecismo destaca o mistério da Virgem Maria em duas partes principais: “Nascido da Virgem
Maria” (nos. 487-511) e “Maria – Mãe de Cristo, Mãe da Igreja” (nos. 963-975). Faz também
referências a ela em muitos outros itens. O nosso estudo de Maria no Catecismo ressalta apenas
quatro aspectos: sua fé, sua vida, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja.
A FÉ DE MARIA
A fé de Maria é sublime e exemplar. Ela realiza de maneira mais perfeita a obediência da fé. “Na
fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que ‘nada é
impossível a Deus’ (Lc 1,37) e dando seu assentimento: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim
segundo a tua palavra’ (Lc 1,38). Isabel a saudou: ‘Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe
foi dito da parte do Senhor será cumprido’ (Lc 1,45).
É em virtude desta fé que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada” (no. 148).

A fé de Maria é firme e permanente. “Durante toda a sua vida e até sua última provação, quando
Jesus, seu filho, morreu na cruz, sua fé não vacilou. Maria não deixou de crer no cumprimento da
Palavra de Deus. Por isso a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé” (no. 149).
A fé de Maria é adesão confiante em Deus. “Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da
onipotência de Deus. Esta fé gloria-se de suas fraquezas a fim de atrair sobre si o poder de Cristo.
Desta fé, a Virgem Maria é modelo supremo, ela que acreditou que ‘nada é impossível a Deus’ ( Lc
1,37) e que pôde engrandecer o Senhor. ‘O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor, seu
nome é Santo’ (Lc 1,49)” (no. 273).
A VIDA DE MARIA
 Toda a vida de Maria é relacionada com a vida de Jesus Cristo, o Salvador do gênero humano. Ela é
a “obra-prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo. Pela primeira vez no plano de
salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a morada em que seu Filho e seu Espírito
podem morar entre os homens” (no. 721).

O Espírito Santo prepara Maria e realiza o projeto amoroso de Deus, fazendo com que ela
conceba em seu ventre o Salvador. “Em Maria, o Espírito realiza o desígnio benevolente do Pai. É
pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se
em fecundidade única pelo poder do Espírito e da fé” (no. 723).
Maria é a pessoa de fé que vive em silêncio o mistério de Deus que acontece em sua existência.
Todavia, o Espírito Santo se encarrega de revelar ao mundo que aquele menino, filho de Maria, é
o Filho do Pai Eterno, o Salvador prometido por Deus e esperado pelo povo de Deus. “Em Maria, o
Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela é a Sarça ardente da
Teofania definitiva: repleta do Espírito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne, e é
aos pobres e às primícias das nações que ela o dá a conhecer” (no. 724).
Maria é o caminho que leva os homens a Jesus Cristo, de maneira que o recebam como Salvador.
Por ela o “Espírito Santo começa a pôr em comunhão com Cristo os homens, objetos do amor
benevolente de Deus, e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos,
Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros discípulos” (no. 149).

MÃE DE CRISTO
Maria aceita o projeto amoroso de Deus, tornando-se Mãe de Jesus Cristo. “Ao anúncio de que, sem
conhecer homem algum, ela conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude do Espírito Santo, Maria
respondeu com a obediência da fé, certa de que ‘nada é impossível a Deus’: ‘Eu sou a serva do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1,37-38). Assim, dando à Palavra de Deus o seu
consentimento, Maria se tornou Mãe de Jesus e, abraçando de todo o coração, sem que nenhum
pecado a retivesse, a vontade divina de salvação, entregou-se ela mesma totalmente à pessoa e à obra
de seu Filho, para servir, na dependência dele e com Ele, pela graça de Deus, ao Mistério da
Redenção” (no. 494).
Maria é Mãe de Deus, porque mãe de Jesus Cristo, que é Deus. “Denominada nos Evangelhos ‘a
Mãe de Jesus’ (Jo 2,1;19,25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo, desde antes do
nascimento de seu Filho, como ‘a Mãe de seu Senhor’ (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela
concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a
carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja
confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos)” (no. 495).
:: Mãe de Deus
Já nos primeiros séculos da história do cristianismo surgiram heresias, que negavam ora a divindade
ora a humanidade de Jesus. Mas a Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, sempre afirmou que Jesus
Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele se fez homem em Maria sem deixar de ser Deus.
Ele se encarnou, assumindo a natureza humana em Maria, sem perder a natureza divina (cf. nos.
461-469).

MÃE DA IGREJA
 

Maria também ocupa o seu lugar no mistério da Igreja. Sendo Mãe de Jesus, ela também é Mãe dos
membros de Cristo. Pois pelo batismo os cristãos são membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja.
Nesse sentido, Maria é Mãe de toda a Igreja. Ao gerar Jesus, ela se fez Mãe do Cristo todo, ou
seja, de Jesus e de sua Igreja (cf. no. 963).
Maria é a Mãe da Igreja na ordem da graça. Ela aderiu totalmente à vontade do Pai, à obra
redentora de Jesus e à inspiração do Espírito Santo. Por isso ela é, para todo o povo de Deus, o
modelo da fé e da caridade. É o exemplo da realização da Igreja. Entre todas as criaturas humanas, a
Mãe de Jesus se destaca de maneira singular. Pela sua fé, obediência, esperança e ardente caridade,
ela foi a maior cooperadora do Salvador e, portanto, a Mãe que ajudou na salvação de todos os seres
humanos. Por isso ela se tornou Mãe da Igreja (cf. nos. 967-968).
No céu, Maria continua sendo Mãe da Igreja e sua intercessora junto de seu Filho. Sua missão
materna não diminui a obra salvadora de Jesus, mas dela depende (nos. 969-970).
O respeito e a piedade da Igreja para com a Mãe de Jesus fazem parte do culto cristão. Desde os
primeiros tempos da Igreja, ela é honrada de maneira especial, por ser a Mãe de Deus. Esta piedade
encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas a ela e na oração mariana, tal como Rosário
(no. 971).

https://www.a12.com/academia/artigos/a-virgem-maria-no-catecismo-da-igreja-1
Assunção de Maria: os
“trânsitos” e as “dormições”
“Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final
da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores
medievais, pintores e poetas. Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas e
levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi
levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.”
A reflexão é do teólogo italiano Mario Colavita, padre da diocese de Termoli-
Larino e presidente diocesano do Istituto Sostentamento del Clero e professor
do Instituto Teológico Abruzzese-Molisano de Chieti.
O artigo foi publicado por Settimana News, 14-08-2017. A tradução é de Moisés
Sbardelotto.
Eis o texto.
Nos textos canônicos, a última recordação que temos de Maria é a relacionada com
os Atos dos Apóstolos, em que se diz que, depois da ascensão de Jesus, “todos eles
tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres,
entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” (At 1, 14). Depois disso,
não sabemos mais nada da Virgem Maria a partir dos textos sagrados considerados
inspirados. Eles são bastante secos em delinear detalhes e indícios sobre os últimos
instantes da vida da Mãe de Deus.
Um patrimônio apócrifo
No entanto, desde os primeiros séculos do cristianismo, por obra da comunidade
judaico-cristã, transmitiram-se histórias orais sobre o último curso da vida da Virgem.
No fim do século II, essas tradições foram postas por escrito formando, assim, textos
apócrifos em que se delineiam detalhes sobre a Dormição ou o Trânsito da Virgem.
Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final
da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores
medievais, pintores e poetas.
Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas, mesmo que, às vezes, pareçam
abundar em detalhes pitorescos, e levam o leitor ao momento em que a Virgem
Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.
Giotto, Sepultura de Maria (Fonte: Settimana News)
 
Os trânsitos (conhecemos cerca de 20 deles em várias línguas: grego, copta, siríaco,
latim) nascem pela veneração à Mãe de Deus, pela piedade e pelo culto que, na
comunidade, estavam nascendo e crescendo. Não só isso, os primeiros cristãos
buscavam saber o que tinha acontecido com o corpo da Virgem e os últimos instantes da
vida da Mãe de Jesus.
Em um livro de 1748, com o título emblemático “O perfeito legendário: da vida e dos
fatos de N. S. Jesus Cristo e de todos os santos”, diz-se, atribuindo a narrativa
a Epifânio de Salamina, que a Virgem adormeceu 24 anos depois da ascensão do
Filho. Outros, de acordo com o que Eusébio de Cesareia escreve, que a Virgem morreu
sob o imperador Cláudio, no ano 48 d.C., aos 73 anos de idade.
A igreja do Kathisma
De acordo com a tradição de Jerusalém, Maria adormeceu no Sião, o monte do alto da
cidade santa, repleto de memórias. Sobre essa colina, os cristãos veneravam o Santo
Cenáculo.
No século IV, sobre o Sião, surgiu uma imponente igreja chamada de Santa Sião, que
incorpora tanto o lugar da santa ceia quanto o lugar da dormição da Virgem.
A partir dos apócrifos, sabemos que, depois da dormitio da Virgem, os apóstolos
pegaram o corpo e o levaram a um sepulcro novo, no Vale do Cedron, perto da gruta
da traição, no terreno do Getsêmani.
Lendo os apócrifos, ficamos sabendo o lugar da sepultura da Virgem: “Os apóstolos
transportaram o leito e depuseram o seu corpo santo e precioso em um túmulo novo
do Getsêmani; e um perfume delicioso se espalhou a partir do sagrado túmulo da Nossa
Senhora Teotóco. Por três dias, ouviram-se vozes de anjos invisíveis que
glorificavam Cristo, Deus nosso, nascido dela. Depois do terceiro dia, as vozes não
foram mais ouvidas: todos, então, compreenderam que o puro e precioso corpo dela
havia sido transportado para o paraíso”.
Em uma versão do Trânsito da Virgem do século V, em siríaco, lemos: “Nesta manhã,
peguem a Senhora Maria e vão para fora de Jerusalém, na via que leva ao vale
principal do outro lado do Monte das Oliveiras. Eis que lá há três grutas: uma ampla
externa, depois outra interna e uma pequena câmara interna com um banco elevado de
argila na parte leste. Vão e ponham a Bem-aventurada sobre aquele banco e coloquem-
na lá e sirvam-na até que eu diga”.
Segundo a tradição, a Virgem Maria foi sepultada nos arredores da torrente Cedron,
não muito longe do campo do Getsêmani. Aqui surgiu, desde o primeiro século, uma
veneração especial por um túmulo novo, entalhado na rocha, onde os apóstolos tinham
deposto o corpo da Mãe de Deus. Posteriormente, o lugar foi transformado em uma
igreja rupestre (século IV). Ela foi consagrada à Mãe de Deus pelo bispo Juvenal de
Jerusalém, depois do Concílio de Calcedônia, em 451.
Em 490 d.C., o imperador Maurício quis edificar uma nova igreja de planta redonda
(como a da anastasis para o túmulo de Cristo) sobre a primeira igreja, que se tornou,
assim, a cripta que conservava o santo túmulo (vazio) da Virgem.
A recordação do lugar foi conservada pela devoção dos fiéis que celebravam ali, com
ritos solenes, a memória do trânsito e da assunção de Maria ao céu. Devemos a data de
15 de agosto, provavelmente, ao dia da dedicação da igreja do Kathisma (= pausa,
parada), no caminho para Belém. Depois do Concílio de Calcedônia, talvez, também
por problemas entre as duas Igrejas (uma fiel ao Concílio de Calcedônia, a outra, não),
no Kathisma, a festa era antecipada para o dia 13 e, no Getsêmani, para o dia 15 de
agosto.
A igreja edificada pelo imperador Maurício foi destruída antes da chegada dos
cruzados.
O sepulcro de Maria
Os beneditinos, em 1112-1130, abriram um novo acesso à cripta e ali edificaram uma
terceira igreja com um monastério adjacente. Ela foi destruída por Saladino depois de
1187, mas poupou a cripta e o túmulo para a veneração que a religião islâmica tem em
relação a Maria, venerada como a mãe do profeta Jesus.
O abade russo Daniel, peregrino à Terra Santa em 1106, recorda: “O sepulcro da
santa Mãe de Deus (...) é uma pequena gruta escavada na pedra, que tem portinhas tão
pequenas que um homem deve se curvar para entrar. Dentro da gruta, de frente para as
portinhas, não há como que um banco esculpido na pedra da gruta, e, naquele banco, foi
posto o corpo venerável”.
Para venerar o sepulcro da Virgem, desce-se uma longa escadaria que leva à cripta.
Depois da inundação de 1972, o padre franciscano Bagatti estudou o local, chegando a
afirmar que o túmulo da Virgem faz parte de um lugar sepulcral em uso no século I d.C.
O túmulo venerado corresponde às indicações contidas nos apócrifos. Ela se eleva de
1,60 a 1,80 metros e apresenta duas aberturas, uma a norte e outra a oeste. São as portas
atuais pelas quais passam os devotos para entrar. O túmulo de Maria tem todas as
características de um túmulo do primeiro século, embora os cruzados tenham
embelezado o banco rochoso, que apresenta quatro restos de decorações que se
sucederam umas às outras entre os séculos IV e XII.
A “dormição” de Maria
Sobre a dormição, os apócrifos são fortemente marcados pelo período histórico, pelas
diferenças das várias comunidades (Jerusalém – Belém), pelas heresias, pelo culto,
pela devoção, pelo ambiente judaico, elementos que constituíram os seus relatos. Na
maioria dos casos, os escritos respeitam uma espécie de pista comum: Maria morreu de
morte natural (descartando, assim, tanto o martírio quanto a imortalidade, seguida ou
não pela ressurreição); os apóstolos chegam, todos, milagrosamente ao leito da Virgem
em Jerusalém, à qual um mensageiro celeste havia anunciado a proximidade da morte;
o temor de Maria ao se aproximar da morte; a intervenção hostil dos judeus à sua
sepultura; a assunção gloriosa do corpo da Virgem ao céu.
Através dessas narrativas, a nascente comunidade cristã quis reafirmar a sua fé
em Jesus Cristo nascido de Maria Virgem.
O que lemos no “Transitus Romanus”
A dormição da Virgem é assim descrita: “Enquanto Pedro falava e confortava as
multidões, chegou a aurora, e despontou o sol. Maria se levantou, saiu, recitou a oração
que o anjo lhe havia dado e, depois da oração, estendeu-se no leito e levou a termo a sua
economia (...). O Senhor a abraçou, levou a sua alma santa, pô-la entre as mãos
de Miguel” (Transito R, 32.34) [1].
Depois desses fatos prodigiosos, o texto do trânsito descreve a procissão fúnebre do
corpo da Virgem, do Sião ao Getsêmani. Os apóstolos saem cantando “Israel saiu
do Egito, aleluia”, enquanto uma grande luz envolve toda a cidade de Jerusalém. Os
sumos sacerdotes do templo, ouvindo o barulho, saem cheios de ódio e querem queimar
o corpo da Virgem, “o corpo que trouxe aquele sedutor”. Mas os anjos cegam a todos,
exceto o sumo sacerdote Jefonias.
Aqui, o trânsito quer demonstrar a superioridade da comunidade cristã sobre a judaica,
fazendo a fé em Jesus Cristo ser confessada pelo sumo sacerdote: “Jefonias se
aproximou dos apóstolos e, quando os viu carregando o leito coroado, cantando hinos,
ficou cheio de raiva e disse: ‘Eis quanta glória recebe hoje a morada daquele que
despojou a nossa estirpe!’. E, cheio de raiva, dirigiu-se ao leito, com a intenção de
derrubá-lo. Tocou-o no ponto onde se encontrava a palma: logo as suas mãos se colaram
ao leito, foram truncadas nos cotovelos e ficaram suspensas no leito” (Transitus R, 39).
Jefonias, então, pediu a graça da cura aos apóstolos, que o convidaram a fazer a
profissão de fé. Pedro – continua o relato – fez parar o leito com o corpo de Maria, e o
sumo sacerdote fez a profissão de fé: “No nome do Senhor Jesus Cristo, filho de Deus
e de Maria, pomba imaculada daquele que está escondido na sua bondade, que as
minhas mãos se unam sem defeito! E, logo, tornaram-se como eram antes” (Transitus R,
43).
Seria, depois, Jefonias que anunciaria à multidão aos prantos em Jerusalém o prodígio
da Virgem: “[Jefonias] tomou a folha [a palma], falou-lhes da fé, e aqueles que creram
recuperaram a visão”.
A narrativa do Trânsito encerra-se com a assunção da Virgem Maria. Os apóstolos,
depois de terem deposto o corpo no sepulcro novo, viram chegar o Senhor Jesus: “Eis,
descido dos céus, o Senhor Jesus Cristo com Miguel e Gabriel (...). O Senhor disse a
Miguel para elevar o corpo de Maria sobre uma nuvem e transferi-lo para o paraíso (...).
Tendo chegado ao paraíso, depuseram o corpo de Maria sob a árvore da vida. Miguel
levou a sua alma santa, que depuseram no seu corpo” (Transitus R, 47-48).
O símbolo da palma
Para alguns autores, os trânsitos podem ser divididos em duas grandes famílias: aqueles
em que se menciona a palma (sinal da glória de Deus) que Maria recebeu de Deus, e
aqueles do anúncio da Dormitio em Belém com um aspecto mais litúrgico.
É interessante notar como o símbolo da palma acompanha Maria até a sua glorificação.
A palmeira, com as suas folhas verdes, é símbolo da vida, que nada pode destruir. Pela
sua altura, profundidade e flexibilidade, é também símbolo de beleza, elegância, graça,
estabilidade. O justo que, radicado na Palavra se eleva ao alto, para Deus (Sl 93, 13), é
como uma palmeira verdejante. No Evangelho de João, a palma indica a vitória
de Jesus sobre a morte e a sua ressurreição. No Apocalipse, recorda o triunfo
dos mártires (Ap 7, 9).
Na estrada que vai de Jerusalém a Belém, na terceira milha, estão os restos de uma
antiga igreja octogonal chamada “do Kathima” (o repouso da Virgem), os mosaicos
encontrados estão todos ao redor e dentro da Igreja. Entre eles, um é de particular
importância e beleza: a palmeira com as tâmaras.
No Evangelho apócrifo do Pseudo-Mateus, narra-se a sagrada família voltando
do Egito. Em um certo momento, Maria pede para repousar um pouco à sombra de
uma alta palmeira, desejando comer as frutas. José, respondendo, diz: “Admiro-me que
tu digas isso e que, vendo o quão alta é esta palmeira, penses em comer os frutos da
palmeira. Eu, ao contrário, penso na falta de água: ele já veio a faltar nos odres, e não
temos onde nos refocilar, nós e os jumentos. Então, o menino Jesus, que, com o rosto
sereno, repousava no colo de sua mãe, disse à palmeira: ‘Árvore, dobre os teus ramos e
restaura, com o teu fruto, a minha mãe’. Ao ouvir essas palavras, a palmeira logo
curvou a sua copa até os pés da bem-aventurada Maria, e recolheram dela os frutos com
os quais todos se refocilaram. (...) Jesus disse: ‘Palmeira, levanta-te, toma força e sê
companheira das minhas árvores que estão no paraíso do meu Pai. Abre com as teus
raízes a veia de água que está escondida na terra, para que dela fluam águas para a nossa
saciedade’. Logo ela se ergueu e, da sua raiz, começou a brotar uma fonte de águas
limpidíssimas e extremamente frias e claras” (Evangelho do Pseudo-Mateus 20, 1-2).
No Alcorão, a palmeira é citada na sura 19 a propósito do nascimento de Jesus: “Não
fiques triste. O teu senhor fez jorrar uma fonte aos teus pés. Sacode perto de ti o tronco
da palmeira, que fará cair sobre ti tâmaras frescas e maduras. Come, bebe e alegra-te”
(Sura 19, 25-26).
De acordo com P. Manns, o símbolo da palmeira que abre o apócrifo do trânsito da
Virgem, junto com outros símbolos, como as nuvens, a lâmpada e o perfume, remete à
festa de Sucot, a festa judaica das cabanas.
Todos esses símbolos podem ser associados à festa judaica de Sucot.
Para o profeta Zacarias (14, 16), será no Monte das Oliveiras que os sobreviventes das
nações, que fizeram a guerra contra Jerusalém, se reunirão para celebrar a festa das
cabanas.
Relendo os apócrifos, os apóstolos, quando levam o corpo de Maria ao Vale do
Cedron, cantam o Halel, o salmo que é cantado para as grandes festas judaicas.
A festa das cabanas é apresentada como festa de ressurreição, e Filão de
Alexandria afirma que a festa é esperança da imortalidade. Se o simbolismo for aceito,
o sentido do apócrifo, de acordo com Manns, seria: “Maria celebra a sua última festa
das cabanas sobre o Monte das Oliveiras. O simbolismo judaico de tal festa ilustrava
bem o sentido da sua morte e a sua fé na ressurreição. Em outras palavras, significa que
a fé na assunção de Maria remonta aos judeu-cristãos de Jerusalém. Os judeu-cristãos
estavam bem preparados para aceitar a assunção de Maria, porque, do judaísmo, tinham
herdado a fé de que Miriam, irmã de Moisés, não tinha conhecido a corrupção do
túmulo” [2].
Notas:
1. Transito R está para romanus. Cf. L. Moraldi (org.). Apocrifi del Nuovo Testamento.
Turim: I, Utet, 1971, p. 807-925.
2. F. Manns. Scoperte archeologiche e tradizioni antiche sulla Dormizione e
Assunzione di Maria. In: G. C. Moralejo; S. Cecchin (org). L’assunzione di Maria
Madre di Dio: significato storico-salvifico a 50 anni dalla definizione dogmática. Atas
do 1º Forum Internazionale di Mariologia, Roma, 30-31 out. 2000, Cidade do Vaticano,
2001, p. 181.
Leia mais
 A festa da Dormição de Maria na tradição bizantina: hoje, o céu
abre o seu ventre
 Revestidos de solicitude
 “Morte e ressurreição, a Assunção de Maria”. Artigo de Xabier
Pikaza
 Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
 Dormição da Mãe de Deus. Salvos pela vigilante intercessão
 A Dormição de Maria nos textos litúrgicos das tradições sírias
 National Geographic traz como matéria de capa a Virgem Maria, “a
mulher mais poderosa do mundo”
 Investigação de Virgem Maria na Bósnia pode colocar papa contra
cidade
 Apesar de os brasileiros estarem abandonando o catolicismo, a
procissão da Virgem Maria continua popular como nunca
 Cristãos e Muçulmanos homenegearão a Virgem Maria em Foz do
Iguaçu
 Maria, embaixadora do diálogo inter-religioso

http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/570788-assuncao-de-maria-os-transitos-e-as-
dormicoes

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