Aula 1 - Disposição Geral Das Procuradorias (Degravação)

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LEI COMPLEMENTAR N.

395/2001
Disposição Geral das Procuradorias
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DISPOSIÇÃO GERAL DAS PROCURADORIAS

A Lei Complementar n. 395/2001 organiza a Procuradoria-Geral do Distrito Federal —


também conhecida como PGDF.
Este curso objetiva compreender como a PGDF funciona, qual é a sua organização, quais
as suas competências, quem é o Procurador-Geral, como é feita a sua nomeação, entre outras
tarefas da PGDF descritas na Lei Complementar n. 395/2001.
Além da citada lei, serão abordados princípios estabelecidos na Constituição Federal e
na Lei Orgânica do Distrito Federal para que se tenha a informação dentro de um contexto
envolvendo a PGDF — a origem, os princípios, as orientações e as diretrizes de sua criação.

METODOLOGIA DO CURSO

É importante destacar a metodologia do curso para se entender como que andará o fluxo
das aulas.

O PULO DO GATO
O
A Lei Complementar n. 395 apresenta a legislação institucional da PGDG. Quando o
conteúdo de legislação institucional consta da prova, em geral, é requerida a literalidade do
dispositivo, portanto o candidato já precisa saber, desde então, que é necessário conhecer
o texto legal.

• Apresentação dos artigos relevantes e contextualizados para evitar a “decoreba” da


informação e promover a compreensão dos artigos;
• Esquematização dos artigos para extrair os seus pontos relevantes;
• Exercícios de fixação de questões anteriores do Cespe e também de questões inéditas.
5m
ANOTAÇÕES

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BASE LEGAL

Existe uma base legal para a existência da Procuradoria-Geral do Distrito Federal. O artigo
132 da Constituição Federal é salutar para se entender as Procuradorias-Gerais.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas.

O artigo foca nos procuradores — as pessoas físicas que laboram junto à PGDF.
Esses procuradores estão na PGDF, porque foram aprovados em concurso público de
provas e títulos, com a participação da OAB em todas as fases. Entre suas atribuições cons-
tam a representação jurídica do Distrito Federal e também a consultoria jurídica — isso sig-
nifica que, se o Distrito Federal for demandado judicialmente, ou, ainda, se o Distrito Federal
demandar judicialmente, quem fará essa atividade serão os procuradores do Distrito Federal.
Da mesma forma, os procuradores fazem a consultoria jurídica quando necessário.
O artigo 132 deixa clara a existência dos procuradores no Distrito Federal, cujas atividades
são: representar o Distrito Federal em juízo e exercer a sua efetiva consultoria jurídica.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos
de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias.

ATENÇÃO
O Cespe pode perguntar se os procuradores do Distrito Federal terão vitaliciedade da
mesma forma que os magistrados.
Os procuradores terão estabilidade após 3 anos.
A diferença é que a vitaliciedade é garantia que apenas o magistrado possui. Um juiz, ou
qualquer outro magistrado, só perde o cargo mediante sentença ou decisão judicial transitada
10m
em julgado.
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Os procuradores do DF terão estabilidade da mesma forma que os servidores. Isso signi-


fica que os procuradores poderão perder o cargo mediante processo administrativo e, também,
judicial, depois de ampla defesa e contraditório, portanto a vitaliciedade se aplica aos magis-
trados e aos membros do Ministério Público. As diferenças entre os membros do Ministério
Público e os Procuradores do DF são:

MPDF PGDF
O Ministério Público é uma instituição respon-
sável por realizar a defesa: Responsável por duas principais atividades:
— da ordem jurídica; — Representar o DF judicialmente e extraju-
— do regime democrático; dicialmente;
— dos interesses sociais; — Exercer a consultoria jurídica do DF.
— e dos interesses individuais indisponíveis.
Seus membros são os Procuradores do Dis-
Os membros do Ministério Público são:
trito Federal, que são divididos conforma a
— Procuradores de Justiça;
15m organização em classes até chega ao último
— Promotores de Justiça.
nível da carreira.
Os Procuradores e os Promotores de Jus-
Os Procuradores realizam concurso público
tiça realizam concurso público específico de
de provas e títulos, e terão estabilidade após
provas e títulos, e terão a vitaliciedade após
3 anos.
2 anos.
Sua sede é a Procuradora Geral de Justiça
A PGDF é a sede da sua procuradoria.
(PGJ).

Segue abaixo em formato esquematizado.


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Assim, os Procuradores do DF exercem a representação judicial e a consultoria jurídica da


sua entidade federada (DF) nas unidades federadas.
A estabilidade é efetivada após 3 anos de exercício, após avaliação de desempenho e
relatório da corregedoria.
Os procuradores são organizados em carreira e farão concurso público de provas e títulos,
com a participação da OAB.

Princípio da Unicidade

A partir do artigo 132 nasce o princípio que a doutrina denomina de princípio da unicidade.
Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal serão os únicos responsáveis pela
representação judicial e pela consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.
Somente um órgão desempenhará as funções de representação judicial e de consulto-
ria jurídica nos Estados e DF, portanto no DF existe apenas uma PGDF e a ela é entregue a
representação do DF e da administração direta, bem como a consultoria jurídica geral.
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Jurisprudência
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É vedada a atribuição de atividades de representação judicial e de consultoria ou asses-


soramento jurídicos a analista administrativo da área jurídica.
STF. Plenário. ADI 5107, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/06/2018.

Essa medida é para evitar que um Estado, ou até mesmo o Distrito Federal, nomeie um
analista, que possui uma renumeração menor, para fazer a atribuição de representar judicial-
mente o DF ou outro Estado. De acordo com o princípio da unicidade, essa atividade é entre-
gue aos procuradores do DF ou do Estado.
Assim, é inconstitucional a norma que outorgue a ocupante de cargo em comissão ou de
função de confiança o exercício, no âmbito do Poder Executivo local, de atribuições ineren-
tes à representação judicial e ao desempenho da atividade de consultoria e de assessora-
mento jurídicos, pois tais encargos traduzem prerrogativa institucional outorgada, em caráter
de exclusividade, aos Procuradores do Estado.
STF. Plenário. ADI 4261, Rel. Min. Ayres Britto, julgado em 02/08/2010.
STF. Plenário. ADI 4.843/MC-Ref, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 11/12/2014.

Não se pode entregar as atribuições inerentes à representação judicial e ao desempenho


de consultoria e de assessoramento jurídicos para um cargo administrativo da área jurídica,
muito menos para um cargo em comissão ou em função comissionada.
Não há na Constituição Federal previsão para que os Municípios instituam Procuradorias
Municipais, organizadas em carreira, mediante concurso público.
Não existe, na Constituição Federal, a figura da advocacia pública municipal. Os Municí-
pios não têm essa obrigação constitucional.
STF. Plenário. RE 225777, Rel. Min. Eros Grau, Rel. p/ Acórdão Min. Dias Toffoli, julgado
em 24/02/2011.
STF. 2ª Turma. RE 893694 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 21/10/2016.

O município não possui a obrigação de ter uma Procuradoria para fazer a representação
judicial ou extrajudicial; apenas o estado possui essa obrigação, assim como o DF, porque o
artigo 132 é claro ao dizer que “Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal” — não é
mencionado os municípios.
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Entretanto, não é proibido que o município possua uma Procuradoria, é apenas facultado.

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL

Art. 110. A Procuradoria-Geral é o órgão central do sistema jurídico do Distrito Federal, de natureza
permanente, na forma do art. 132 da Constituição Federal.

A Lei Orgânica já faz a remissão à Constituição Federal e estabelece que existirá uma
Procuradoria-Geral no DF que será o órgão central do sistema jurídico do DF, sendo respon-
sável por apresentar as normas desse sistema jurídico.

O(OPULO
) DO GATO
O Cespe gosta de perguntar se o rol é taxativo ou exemplificativo quando o artigo apre-
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senta funções escalonadas.
As funções previstas para a PGDG na Lei Orgânica possuem rol exemplificativo porque a
Lei Complementar n. 395 apresenta mais funções do que as 7 que são apresentadas no artigo
111 da Lei Orgânica.

Art. 111. São funções institucionais da Procuradoria-Geral do Distrito Federal:

I — representar o Distrito Federal judicial e extrajudicialmente;

Se o DF estiver sendo demandado judicialmente, a PGDF irá representar; se for extrajudi-


cialmente, fora do Poder Judiciário, ou perante o Ministério Público ou a Defensoria Pública,
também será o PGDF que irá atuar.

II — representar a Fazendo Pública perante os Tribunais de Contas da União, do Distrito


Federal e Juntas de Recursos Fiscais;

Se o Distrito Federal questionar ou ser questionado sobre tributos ou obrigações no TCU


ou no TCDF, a PGDF irá representá-lo.
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III — promover a defesa da administração pública, requerendo a qualquer órgão, entidade


ou tribunal as medidas de interesse da justiça, da administração e do erário;

A Lei Complementar n. 395 estabelece que a PGDF será responsável por zelar os princí-
pios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência — para
isso, deve-se analisar previamente editais de licitação, minutas de contratos, minutas de con-
vênio, entre outros.

IV — representar sobre questões de ordem jurídica sempre que o interesse público ou a


aplicação do direito o reclamarem;
V — promover a uniformização da jurisprudência administrativa e a compilação da legis-
lação do Distrito Federal;

Existem vários processos administrativos que tramitam na administração pública e deci-


sões sobre aspectos relacionados aos servidores, às férias, às licenças, formando, assim,
um acúmulo de decisões administrativas. A PGDF deve otimizar e uniformizar essas decisões
administrativas, além de compilar a legislação do Distrito Federal para que exista uma lógica
histórica para uma sequência exata da evolução do processo legislativo.

VI — prestar orientação jurídico-normativa para a administração pública direta, indireta e


fundacional;

A PGDF presta orientação jurídico-normativa por ser um órgão responsável pela consul-
toria jurídica.

30m
VII — efetuar a cobrança judicial da dívida do Distrito Federal.

Inclusive, a PGDF é responsável por inscrever a dívida ativa, tributária ou não tributária, e
efetuar a cobrança judicial dessa dívida até por meio de penhora de bens.

Em esquema visual:
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A PGDF é órgão central do sistema jurídico do DF que possui natureza permanente —


pois não pode ser extinto como uma simples secretaria.
As suas funções institucionais são: representar o DF judicial e extrajudicialmente; repre-
sentar a Fazenda perante o TCU, TCDF e Juntas de Recursos Fiscais; promover a defesa da
administração pública; representar sobre questões de ordem jurídica; promover a uniformiza-
ção da jurisprudência administrativa e compilar a legislação; prestar orientação jurídica-nor-
mativa para administração pública direta, indireta e fundacional; e efetuar cobrança jurídica da
dívida do DF.

Lei Orgânica do Distrito Federal — Ato das Disposições Transitórias

Art. 40. O Poder Executivo enviará no prazo de noventa dias, após a promulgação da Lei Orgânica,
lei complementar dispondo sobre a organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal, que es-
tabelecerá a unificação do Sistema Jurídico do Distrito Federal.

O artigo afirma, de forma clara e expressa, que a PGDF é organizada por intermédio de
uma Lei Complementar, sendo uma instituição unificada, baseada no princípio da unicidade
—, além de que será responsável, como órgão central, do Sistema Jurídico do Distrito Federal.
Por conta deste dispositivo que nasceu a Lei Complementar n. 395/2001.
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Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gilcimar Rodrigues.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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