Tica e Deontologia Nos Cuidados de Beleza

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UFCD ÉTICA E DEONTOLOGIA NOS

9100 CUIDADOS DE BELEZA

Manual elaborado por: Filipa Barbosa


UFCD 9100 – Ética e Deontologia nos cuidados de beleza

Índice

Introdução............................................................................ 1
Âmbito do manual.....................................................................................................................1

Objetivos......................................................................................................................................2

Conteúdos programáticos......................................................................................................2

Carga horária..............................................................................................................................2

1.Princípios fundamentais....................................................4
1.1. Ética....................................................................................................................................5

Bibliografia............................................................................ 10

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Introdução

Âmbito do manual

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de


curta duração nº9100 – Ética e Deontologia nos cuidados de beleza, de acordo com
o Catálogo Nacional de Qualificações.

Objetivos

 Perceber a evolução dos cuidados de beleza, ao longo dos tempos e das culturas.
 Reconhecer e aplicar os princípios fundamentais da ética e deontologia, na função
de assistente de cuidados de beleza.
 Perceber a importância dos códigos deontológicos, principalmente na função de
assistente de cuidados de beleza.

Conteúdos programáticos

 Princípios fundamentais
o Conceito de beleza e as diferenças culturais
o Ética
o Ética vs Moral
o Valores morais
o Deontologia
o Códigos deontológicos

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Carga horária

 25 horas

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1.Princípios fundamentais

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Conceito de beleza e diferenças culturais

Existem diversas ideias de beleza existentes em nosso planeta, assim como as singularidades
pessoais, culturais e históricas, haja vista os valores sociais, históricos e culturais serem
fundamentais para compreendermos que o modo como cada ser humano percebe a beleza é
eminentemente variável e reconstruído a partir do local e da época em que ele está inserido
(PORPINO, 2006).
A beleza existe desde sempre assim como os cuidados de beleza. Desde a Pré-história que
realizamos gravuras, pinturas, esculturas e objetos artísticos. Na Palestina as mulheres pintavam os
olhos e utilizavam pós feitos a partir do pólen de plantas. O ideal de beleza nesta altura era a
mulher com pescoço comprido, olhos redondos, cabelos negros, lábios vermelhos e dentes muito
brancos.
O Egipto, onde surgem e se desenvolvem as artes e as ciências, tinham um ideal de beleza muito
variado e completo o que se verifica através das escavações encontradas. As múmias tinham os
olhos pintados assim como os cabelos perfumados, vasos com cremes, unguentos e perfumes,
caixas com compartimentos para guardar os cosméticos. No que diz respeito à maquiagem era
utilizada indiscriminadamente por todos, independentemente de serem faraós, deuses, reis ou
rainhas.
Na Grécia, foram absorvidos todos os conhecimentos trazidos do Egipto, sendo mais tarde estes
introduzidos na Europa. Os principais cuidados estéticos, descritos nos textos mitológicos, são
atribuídos maioritariamente à deusa Afrodite. O ideal de beleza consistia na mulher de rosto oval
perfeito, nariz reto, testa espaçosa, cabelos ondulados, cintura esbelta, peito alto e pequeno,
pernas suaves e musculadas e os ombros equilibrados.
Na Roma os cuidados de beleza desenvolveram o seu grau de tecnicidade. Apareceram os primeiros
tratados de cosmética e uma importante invenção: as termas.
Na Idade Média, com a chegada do Cristianismo, a personalidade da mulher apagou-se, o cuidado
pessoal passou a ser considerado indigno e ofensivo. No entanto, passado algum tempo, as
mulheres voltam a interessar-se pela maquiagem e pelos cuidados de beleza e voltam a praticar o
embelezamento do corpo.
A Arábia foi a terra que mais marcou a beleza e os cuidados de beleza. A mulher árabe, pelo facto
de cobrir grande parte do seu rosto, procurava de forma incessante embelezar os olhos e seduzir os
homens com a sua feminilidade natural. Nesta época não só a mulher árabe se preocupava com os

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cuidados de beleza mas também o homem, tomava banho frequentemente, fazia massagens,
cuidava da barba, utilizava perfume e mostrava grande interesse pelas tatuagens.
Nos últimos séculos a moda e a beleza deixou de ser imposta pela corte e passou a ser imposta pela
burguesia. Voltam os cuidados de beleza e de higiene a ser mais valorizados, a mulher caminha a
passos largos para a emancipação e, deste modo, a indústria necessita de responder às novas
necessidades da cosmética.
Na atualidade, a beleza e os cuidados de beleza são aspetos muito importantes na sociedade uma
vez que é importante o aspeto do outro e a forma como se apresenta.

1.1. Ética

A palavra Ética deriva do termo Grego “ Ethos”, usado pela primeira vez por Aristóteles.

É uma reflexão sobre os princípios que se baseiam na moral, ou seja é o modo de ser e de
atuar do homem, estabelece normas gerais de comportamento deixando a cada indivíduo a
responsabilidade pelos seus atos concretos.

A Ética é o campo do conhecimento que se debruça sobre o estudo dos valores e virtudes do
homem, propondo um conjunto de normas de conduta e de postura para que a vida em
sociedade se dê de forma ordenada e justa.

Assim, a ética, para além do estudo das vertentes filosóficas e conceituais da conduta
humana, tem forte componente de aplicação, traduzido na análise e compreensão dos aspetos
éticos de um problema pessoal ou social.

Trata-se da deliberação sobre os aspetos éticos com repercussão individual ou coletiva no


quotidiano da humanidade.

Quando se fala de ética, fala-se de reflexão sobre os nossos atos, o nosso carácter,
personalidade.

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Quando aceitamos a ética, como sendo um conjunto de regras a orientar o relacionamento


humano no seio de uma determinada comunidade social, podemos admitir a
conceptualização de uma ética deontológica, uma ética voltada para a orientação de uma
atividade profissional.

A ética não envolve apenas um juízo de valor sobre o comportamento humano, mas
determina em si, uma escolha, uma direção, a obrigatoriedade de agir num determinado
sentido em sociedade.

A par desta ideia geral de ética é importante compreender a aplicação dos seus princípios à
regulamentação de uma profissão.

É extremamente importante saber diferenciar a Ética, da Moral e do Direito. Estas três áreas
de conhecimento distinguem-se, porém têm grandes vínculos e até mesmo sobreposições.

Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu
bem-viver. A Moral é independente das fronteiras geográficas e garante uma identidade
entre pessoas que nem sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral
comum.

O Direito busca estabelecer as regras de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do


Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde
uma determinada população ou os seus delegados vivem.

Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspetiva pode
gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável.

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A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da Ética é a procura de
justificações para as regras propostas pela Moral e pelo Direito.

Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a
ação humana que a caracteriza.

Deontologia e Códigos deontológicos

Deontologia é um termo que surge da junção de duas palavras gregas: “déon” e “logos”.
Para os gregos “déon” significa dever, enquanto “logos” se traduzia por discurso ou tratado.

Então, deontologia seria o tratado do dever, ou o conjunto de deveres, princípios ou normas


adaptadas com um fim determinado (regular ou orientar determinado grupo de indivíduos no
âmbito de uma atividade laboral, para o exercício de uma profissão).

A par desta ideia de tratado, associado à regulamentação de uma profissão estava implícita
uma certa ética, aquilo a que posteriormente viria a ser entendido como a ciência do
comportamento moral dos homens em sociedade.

Devemos entender o conjunto de deveres exigidos aos profissionais, como uma ética de
obrigações para consigo próprio, com os outros e com a comunidade.

Parece evidente que todas as profissões implicam uma ética, pois todas se relacionam direta
ou indiretamente com os outros seres humanos.

Cada profissão tem como finalidade o bem comum e o interesse público, e tem uma
dimensão social, de serviço à comunidade, que se antecipa à dimensão individual (na forma
de benefício particular que se retira dela).

Em suma, a deontologia é um conjunto de comportamentos exigíveis aos profissionais,


muitas vezes não codificados em regulamentação jurídica.

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Ou seja, a deontologia é uma ética profissional das obrigações práticas, baseada na livre
ação da pessoa e no seu carácter moral.

Um CÓDIGO DE ÉTICA pode ser definido como um documento escrito, formal que
enuncia diversos padrões morais tendo em vista orientar e inspirar os comportamentos dos
seus colaboradores.

Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade de


associações ou ordens profissionais.

Regra geral, os códigos deontológicos têm por base as grandes declarações universais e
esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às
particularidades de cada país e de cada grupo profissional.

Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e procedimentos
explícitos, para os infratores do mesmo.

Os colaboradores devem participar na elaboração do código. Não é necessário que todos


sejam ouvidos individualmente, mas que a todos seja concedida a oportunidade de
participarem se assim o desejarem.

Em matéria de implementação do código devem ter atenção:


 Deve ser colocado à disposição de todos os colaboradores
 A instituição deve facultar informação suficiente para que às pessoas não restem
dúvidas interpretativas
 Os líderes devam apoiar vigorosamente o código, cumprir as suas normas e
denotarem um comportamento exemplar
 Se fica instituída a obrigatoriedade dos colaboradores denunciarem as violações ao
código, então é necessário que sejam também instituídos mecanismos protetores aos
denunciantes – anonimato e confidencialidade e proteção de eventuais retaliações

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 A instituição deve garantir aos acusados o direito à privacidade, a justiça e o respeito


durante o processo disciplinar. O direito a ter voz e a possibilidade de recursos da
decisão são garantias fundamentais
 O tratamento dos membros deve ser imparcial
 A instituição deve monitorizar a aplicação do código, quer através de auditorias
éticas periódicas e de uma constante procura de feedback sobre o que está a ocorrer
nas várias unidades e níveis organizacionais.

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Bibliografia

Silva, L. & Proprino, K. (2013). Corpo, Beleza e Cultura: Reflexões a partir da produção científica da
educação física. In Pensar a Prática, Goiânia, v. 16, n. 2, p. 320-618. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Brasil: Rio Grande do Norte
Bandeira, A. (2012). Técnicas de esteticismo – cosmetologia. In Manual de formação. Urbe-
consultores e associados. Castelo de Paiva.
Banks, S. (2008). Ética prática para as profissões do trabalho social. Porto Editora

Webgrafia

 Catálogo Nacional de Qualificações


http://www.catalogo.anq.gov

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