O Que Você Precisa Saber Sobre Psicologia Hospitalar - Ebook HOSPSIC
O Que Você Precisa Saber Sobre Psicologia Hospitalar - Ebook HOSPSIC
O Que Você Precisa Saber Sobre Psicologia Hospitalar - Ebook HOSPSIC
O que você
precisa saber
sobre Psicologia
Hospitalar
1. Quando a Psicologia entrou no hospital?
2. Psicologia Hospitalar e Psicologia da Saúde
são a mesma coisa?
3. A Psicologia Hospitalar é uma especialidade?
4. É necessário especialização para atuar?
5. Especialização, Aprimoramento e Residência
6. Mas, afinal, o que faz o psicólogo no hospital?
SUMÁRIO
7. Equipe: vou atender a meus colegas de
trabalho?
8. O psicólogo vai até o paciente?
9. Os atendimentos são sempre individuais?
10. Dicas de autores e leituras importantes
11. Dica bônus
1. Quando a
Psicologia
entrou no
hospital?
No Brasil, duas psicólogas
introduziram essa ciência
no hospital:
Mathilde Neder e Belkiss Vilma Romano
MATHILDE NEDER
Psicologia Hospitalar
A Psicologia Hospitalar diz mesmo da atuação nesse
ambiente. Seu foco é a atenção à saúde secundária e
terciária. As atividades acontecem nas unidades de
internação e de terapia intensiva, pronto atendimento,
ambulatório, centro diagnóstico, etc. Possui um modelo
específico de trabalho que não transpõe o modelo clínico
para o ambiente hospitalar.
Psicologia Hospitalar x Psicologia
da Saúde
A denominação "Psicologia Hospitalar", só existe no
Brasil. Nos demais países, a prática que se assemelha
ao que temos hoje por aqui se encaixa em "Psicologia
da Saúde". Lá fora, isso se justifica por que a
identificação do psicólogo especialista é pela sua
prática, e não pelo local em que atua.³
A terminologia é alvo de algumas críticas por aí. Mas
se considerarmos que desde a década de 1940 a
saúde no Brasil tem foco no ambiente hospitalar, essa
denominação da especialidade faz muito sentido por
aqui.
3. A Psicologia
Hospitalar é
uma
especialidade?
Sim! Foi reconhecida como
especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP)
em 2000.
Demoraram algumas décadas para que esse modelo de
trabalho fosse reconhecido pelo CFP como especialidade.
Esse reconhecimento foi de suma importância para
conquista do mercado de trabalho e para nos
desenvolvermos em pesquisa. É claro que precisamos
considerar que, por ser muito recente, temos ainda
muitos desafios e muito no que avançar.
Os programas de aprimoramento profissional e de
residência multiprofissional (pós-graduação lato sensu)
reconhecidos e regulamentados pelo MEC concedem ao
psicólogo o título de especialista.
O CFP também avalia e concede o título aos profissionais
que realizam a prova de títulos promovida pelo Conselho.
4. É necessário
especialização
para atuar?
Precisar, precisar...
(infelizmente) não!
Infelizmente, sem a formação adequada, se
transpõe o modelo clínico ao hospital, o que não
faz sentido.
A maioria dos hospitais exige a especialização
como pré-requisito nos processos seletivos, pois
compreendem, que o profissional que passou
por essa etapa tem mais conhecimento teórico-
prático para assumir esse lugar e essa
responsabilidade.
5. Especialização,
Aprimoramento
e Residência
O que são e quais as
diferenças entre eles?
APRIMORAMENTO PROFISSIONAL
escolher?!
regulamentação oferecem o programa de aprimoramento; o PAP se
transformou no Programa de Bolsas para Cursos de Especialização Lato
4-5
Sensu.
ESPECIALIZAÇÃO
RESIDÊNCIA
As residências também fazem parte da metodologia de ensino focada no
treinamento em serviço e também são cursos de pós-graduação (lato
sensu) - especialização. A duração é de dois anos, e a carga horária
semanal, de 60 horas. Há ainda a bolsa-auxílio por dedicação exclusiva.
Nessa modalidade os programas são multiprofissionais e contam com
uma vasta lista de oportunidades de atuação - em instituições públicas e
escolher?!
privadas
6 - como terapia intensiva, urgência e trauma, neonatologia,
atenção ao idoso e cuidados paliativos, etc.
6. Mas, afinal, o
que faz o
psicólogo no
hospital?
Faz parte da equipe
multiprofissional, é focado na
tríade paciente-família-equipe e
nas questões relacionadas ao
adoecimento e à hospitalização.
Atua com o BREVE E SETTING
modelo FOCADA Não há um setting ideal,
TRÍADE DE A MORTE E O
ATENÇÃO MORRER
As intervenções visam A morte e o processo
cuidar da saúde de terminalidade são
emocional do paciente,
muito presentes na
da família, da equipe e
dinâmica hospitalar.
da relação destes.
Características principais:
7. Equipe: vou
atender a meus
colegas de
trabalho?
Não! Calma! Como dissemos
anteriormente, nossa atuação
nesse contexto ainda é nova, e é
necessário delinearmos nosso
lugar e papel.
O papel do psicólogo hospitalar Nosso tarefa será a de intermediar
com a equipe de saúde é também conflitos, contribuir com
psicoeducação e sensibilização.
ser parte desta equipe - e não
Também faz parte do cenário atual
podemos nos esquecer disso acolher alguns profissionais que
nunca! Partindo disso, já não é procuram pelo psicólogo na equipe
possível estabelecer uma relação por questões que vão surgindo
de "psicólogo da equipe". diariamente diante de dificuldades
suscitadas pelo ambiente de
trabalho.
Mas é importante que você saiba
qual é o seu papel e os seus
limites. Ao acolher e perceber uma
demanda de atendimento
psicoterápico, você deve
encaminhá-la para um colega.
8. O psicólogo
vai até o
paciente?
Sim. No hospital, na maioria
das vezes os atendimentos
acontecem à beira-leito.
A atuação do psicólogo
hospitalar é onde o paciente está.
Os atendimentos ocorrem por
Logo, se está internado na UTI,
meio de duas modalidades e
restrito ao leito, é lá que vamos
vão variar de acordo com
atendê-lo. Assim acontece nas
Enfermarias/Unidades de cada instituição:
Internação, no Pronto
Socorro/Atendimento, variando
BUSCA ATIVA
apenas quando o paciente tem
O psicólogo tem autonomia e, mediante
possibilidade e indicação médica
critérios técnicos e definidos, estabelece
para andar. Os atendimentos
quem serão os pacientes atendidos no dia
podem ocorrer também nas salas
de espera, jardins, solários, em
salas de atendimento, se houver. SOLICITAÇÃO / INTERCONSULTA
Familiares também são atendidos
Quando alguém (profissional da equipe,
nos corredores e, nas salas de
familiar ou o próprio paciente) pede o
espera, quando não há uma sala
atendimento.
específica para atendimento
psicológico.
A DÚVIDA - E O MEDO - QUE
ÀS VEZES NOS PARALISA ANGÚSTIA. FRIO NA BARRIGA. ANSIEDADE!
Achou que
esqueceríamos
da maior
angústia, né?!
"O que eu falo para o paciente?"
SE INTERCONSULTA OU SOLICITAÇÃO
Quem pediu? Por que pediu? Preocupe-
se em
LEIA O PRONTUÁRIO ANTES E CONVERSE COM ouvir.
A EQUIPE
É fundamental ler o prontuário do paciente e
conversar com a equipe antes do atendimento. Você
precisa ter informações sobre o diagnóstico, o que
levou aquele paciente até a instituição, quanto tempo
está internado, o que a equipe tem a dizer dele. Isso
lhe dará ferramentas para desenvolver a avaliação.
TÉCNICA QUANDO O
SOFRIMENTO
O que você quer saber? Por que quer saber? Isso diz É DO OUTRO,
OUVIR É MAIS
respeito ao processo de adoecimento e
IMPORTANTE
hospitalização? Você vai conseguir manejar? DO QUE FALAR.
No início, ficamos muito preocupados
em dar respostas, soluções, tamponar Nossos cursos de
o sofrimento do paciente. Com o extensão podem
ajudar você a
tempo, desenvolvemos a técnica e a conhecer esse mundo
sabedoria da escuta ativa, deixamos mais de perto. Ao
de entrar preocupados com o que ouvir sobre casos
clínicos, discutir sobre
falar, passando para a disposição de eles, refletir sobre
ouvir. Quando a fala for necessária, intervenções
ela será bem colocada, pois fará possíveis, treinamos o
raciocínio clínico e
parte de um raciocínio clínico - que é ajudamos você a estar
uma habilidade conquistada, treinada mais seguro quando
e desenvolvida com o tempo, com a no contato com o
paciente!
prática e os estudos teórico-técnicos.
9. Os
atendimentos
são sempre
individuais?
Não. Há também os
atendimentos em grupo e as
conferências familiares.
Os atendimentos em grupo são uma importante
ferramenta no contexto hospitalar, considerando o tempo,
a quantidade de pacientes e, principalmente, a
contribuição positiva com o processo de identificação,
aceitação, adesão ao tratamento etc.
MAS É PRECISO DOMÍNIO SOBRE A TÉCNICA, AVALIAÇÃO EFICAZ DA DEMANDA E DA
VIABILIDADE NO CONTEXTO INSTITUCIONAL.
1. MATHILDE, Neder. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 25, n. 2, p. 332, jun. 2005 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200013&lng=en&nrm=iso>.
2. MODELO para a prática psicológica em hospitais - Entrevista. Conselho Regional de Psicologia SP- PSI Jornal,
São Paulo, ed. 119, Dezembro 1999. Disponível em
<http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/119/frames/fr_entrevista.aspx>.
3. CASTRO, Elisa Kern de; BORNHOLDT, Ellen. Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e
possibilidades de inserção profissional. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 24, n. 3, p. 48-57, set. 2004 . Disponível
em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932004000300007&lng=pt&nrm=iso>.
4. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Programa de Aprimoramento Profissional - PAP. São
Paulo, [S.d]. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/profissional-da-
saude/homepage/destaques/programa-de-aprimoramento-profissional-pap>.
5. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. O Programa de Aprimoramento Profissional - PAP. São
Paulo, [s.d]. Disponível em: <https://pap-saude.net.br/portal/pag/inicial.php>.
6. BRASIL. Ministério da Educação. Residência Multiprofissional. Brasília, [s.d]. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/residencias-em-saude/residencia-multiprofissional>.
Informações Ebook: O que você precisa saber sobre
Psicologia Hospitalar
e Contatos
Autoras: Juliana Aparecida Moreira Gueiros;
Natália Campos Bernado e
Victória Pereira Garcia
Ano: 2019
Projeto independente
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