Poder Judiciario
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Autor:
Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos, Thállius
Moraes
06 de Outubro de 2022
Índice
1) Órgãos do Poder Judiciário (Art. 92)
..............................................................................................................................................................................................3
..............................................................................................................................................................................................
15
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STF CNJ
Conselhos De
TJs TRFs TRTs TREs
Justiça
Juntas
Eleitorais
Para que as funções do Poder Judiciário possam ser desempenhadas com maior eficiência, sua jurisdição
divide-se em Justiça Comum e Justiça Especial. Desdobrando ainda mais, temos o seguinte:
a) Justiça Comum: abrange a Justiça Estadual (composta pelos Tribunais de Justiça – TJ`s e Juízes de
Direito) e a Justiça Federal (composta pelos Tribunais Regionais Federais – TRF`s e Juízes Federais).
b) Justiça Especial: abrange a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar.
Falta, ainda, falarmos sobre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Criado pela Emenda Constitucional nº
45/2004, exerce o controle interno do Poder Judiciário. Não tem função jurisdicional. Por isso, em nosso
esquema, não se subordina e não está subordinado a qualquer órgão.
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Introdução
O Poder Judiciário é o responsável pelo exercício de uma das funções políticas do Estado: a função judicial
ou jurisdicional. É o Poder Judiciário competente para exercer a jurisdição, solucionando conflitos e
“dizendo o Direito” diante de casos concretos.
No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição. Nesse modelo, apenas o Poder Judiciário faz coisa julgada
material, isto é, decide casos concretos com definitividade. Vigora o princípio da inafastabilidade de
jurisdição, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”
(art. 5º, XXXV). É diferente do contencioso administrativo (sistema francês), no qual certas matérias são
decididas com definitividade por órgãos da Administração Pública, não sendo cabível recurso ao Judiciário.
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Além da sua função típica de jurisdição, o Poder Judiciário também exerce as funções atípicas de legislar e
de administrar. A atividade de legislar se manifesta quando os Tribunais editam os seus Regimentos
Internos, que são consideradas normas primárias. Já o exercício da atividade administrativa ocorre, por
exemplo, quando um Tribunal realiza uma licitação, celebra um contrato administrativo ou, ainda, faz um
concurso público para ingresso de novos servidores.
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I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência
e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;
Todos os Tribunais detêm ampla competência em matéria administrativa. Como exemplo, os Tribunais têm
competência para prover os cargos de magistrados e os cargos necessários à administração da Justiça. Da
mesma forma, têm competência privativa para conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
membros e aos juízes e servidores que lhe forem imediatamente vinculados.
Além disso, o STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça podem propor ao Legislativo,
observados os limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal:
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Os tribunais têm autonomia para elaborarem suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).No âmbito da União, o encaminhamento da
proposta será feito pelos Presidentes do STF e dos Tribunais Superiores. Em âmbito estadual, pelos
Presidentes dos Tribunais de Justiça.
Essas propostas serão encaminhadas ao Poder Executivo, responsável por apresentar o projeto de Lei
Orçamentária Anual ao Congresso Nacional. Caso isso não ocorra dentro do prazo estabelecido na LDO, o
Poder Executivo considerará os valores do ano anterior (valores previstos na LOA que está em vigor).
E se a proposta orçamentária do Poder Judiciário for encaminhada em desacordo com os limites
estabelecidos na LDO?
Nesse caso, caberá ao Poder Executivo “fazer cortes” na proposta do Judiciário. Em outras palavras, o Poder
Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
Note que, no art. 99, § 5º, a CF/88 fixa uma exceção para a realização de despesas ou a assunção de
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (LDO). Poderão
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exceder os limites estabelecidos pela LDO as despesas previamente autorizadas pela abertura de créditos
suplementares ou especiais.
(TRT-MG – 2015) Caso os Tribunais competentes não encaminhem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo legal, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária
anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Comentários:
Se os Tribunais não encaminharem as propostas orçamentárias dentro do prazo legal, o Poder Executivo
irá considerar os valores previstos na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na LDO. Questão correta.
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As garantias funcionais têm como objetivo central garantir a independência e imparcialidade dos juízes no
exercício de suas funções. Estão elencadas no art. 95, CF/88:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I.
Vitaliciedade
A vitaliciedade é uma garantia de que o magistrado não será destituído do cargo, salvo em caso de
exoneração por sentença judicial transitada em julgado. Uma vez adquirida a vitaliciedade, um mero
processo administrativo não será suficiente para que o juiz seja afastado do seu cargo.
No primeiro grau, a vitaliciedade é adquirida após 2 (dois) anos de exercício. Durante esse período, o juiz
estará em estágio probatório, podendo perder o cargo por deliberação do Tribunal ao qual esteja vinculado.
Nos Tribunais, a vitaliciedade é adquirida na posse, ou seja, não há que se falar em estágio probatório. É o
que ocorre, por exemplo, quando da posse dos Ministros do STF, após nomeação pelo Presidente da
República, bem como dos membros de Tribunal nomeados pela regra do “quinto constitucional”, de que
trataremos adiante nesta aula.
Inamovibilidade
A inamovibilidade, desde a posse, impede que o juiz seja removido de um cargo para outro, salvo motivo
de interesse público. Assim, interesses políticos não poderão motivar a remoção de um magistrado.
Embora a Constituição seja silente a respeito, o magistrado também poderá ser removido a pedido ou em
razão de promoção. Observe-se, porém, que, em nome da inamovibilidade, o magistrado poderá negar a
promoção, quando assim considerar adequado.
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Irredutibilidade de Subsídios
Os magistrados, que gozam da garantia de irredutibilidade de subsídios. Por meio dessa garantia, busca-se
proteger a remuneração dos juízes contra qualquer tipo de retaliação do Poder Executivo ou do Poder
Legislativo.
A proteção, entretanto, se limita ao valor nominal dos subsídios. Não há proteção ao valor real, ou seja, os
subsídios dos magistrados não estão protegidos contra os efeitos inflacionários.
(TJDFT – 2015) A garantia de inamovibilidade, prevista na CF, alcança juízes e desembargadores titulares,
==2621f1==
As vedações aos magistrados têm fundamento em imperativos de ordem ética, impedindo a ocorrência de
situações que põem em dúvida a confiança no exercício da função jurisdicional pelo magistrado.
O art. 95, parágrafo único, da CF/88, estabelece as diversas vedações aos magistrados:
Art. 95 (...)
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
a) O juiz não pode exercer nenhum outro cargo ou função, ou seja, aos magistrados é vedada a acumulação
de cargos públicos. A única exceção, em que a acumulação será lícita, é o exercício da função de magistério.
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Vale ressaltar ainda que, segundo entendimento do STF, o magistrado poderá exercer “mais de uma” função
de professor, o que, todavia, não poderá prejudicar os afazeres da atividade judicante.
b) Os juízes não podem receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo. Com
isso, impede-se que os magistrados se tornem interessados nos valores envolvidos nas causas e, dessa forma,
decidam com base em motivações de ordem financeira.
c) Há vedação absoluta a que os juízes se dediquem à atividade político-partidária. Caso decida se dedicar
a essa atividade, deverá o juiz se afastar definitivamente da magistratura, mediante aposentadoria ou
exoneração, sob pena de perda do cargo (LC no 35/79, art. 26, II, “c”). Segundo o TSE, o magistrado não pode
sequer se filiar a partido político.1
d) É vedado aos juízes receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
e) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3
(três) anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Essa vedação é chamada de
“quarentena de saída”.
(EMAP – 2018) Aos juízes, ainda que em disponibilidade, é vedado o exercício de qualquer outro cargo ou
função pública.
Comentários:
Em regra, aos juízes é vedado o exercício de qualquer outro cargo ou função pública, ainda que em
disponibilidade. Todavia, a Carta Magna admite uma exceção: permite aos magistrados o exercício de uma
função de magistério (art. 95, I, CF). Questão errada.
O Estatuto da Magistratura
O Poder Judiciário deve ser organizado com base no Estatuto da Magistratura, estabelecido por meio de lei
complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa lei deverá observar princípios gerais
definidos pelo art. 93, CF/88, que comentaremos a seguir.
Ingresso na Carreira
O ingresso na carreira da magistratura ocorrerá mediante concurso público de provas e títulos, com a
participação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em todas as fases. O cargo inicial será o de juiz-
substituto, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, 3 (três) anos de atividade jurídica.
1
Resolução nº 19.978 , de 1997.
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Art. 93 (…)
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas
as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
Promoção
Os órgãos do Poder Judiciário exercem seu poder (jurisdição) em um determinado espaço territorial. O juiz
de direito, que é o órgão de 1º grau de jurisdição, exerce seu poder em uma comarca, que pode abranger
um ou mais municípios.
As comarcas são classificadas, administrativamente, em entrâncias, conforme sua importância. Quando
alguém ingressa na carreira da magistratura, ele irá exercer suas funções de juiz em uma comarca
“menorzinha”, de 1a entrância. Depois de um tempo, é promovido e passa a exercer suas funções em uma
comarca mais importante, de 2a entrância. E assim sucessivamente...
Nesse sentido, o art. 93, II, da CF/88, determina que a promoção na carreira da magistratura será de
entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes regras:
a) Promoção obrigatória do juiz que figurar por 3 (três) vezes consecutivas ou 5 (cinco) alternadas
em lista de merecimento;
b) Promoção por merecimento com requisitos de 2 (dois) anos de exercício na respectiva entrância
e integrar, o juiz, o primeiro quinto da lista de antiguidade desta, salvo se não houver, com tais
requisitos, quem aceite o lugar vago.
c) Aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e
presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou
reconhecidos de aperfeiçoamento;
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d) Recusa pelo tribunal do juiz mais antigo, na apuração de antiguidade, apenas pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) Vedação à promoção do juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.
E como se dá o acesso aos Tribunais? Em outras palavras, como um juiz de carreira poderá se tornar membro
de um Tribunal?
Segundo o art. 93, III, o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância.
A CF/88 prevê, ainda, a existência de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de
magistrados, sendo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em cursos oficiais ou
reconhecidos por escola de formação e aperfeiçoamento de magistrados.
Estrutura Remuneratória
A remuneração dos magistrados é recebida na forma de subsídio, uma vez que o art. 39, § 4º, estabelece
que “o membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI”.
O art. 93, V, CF/88, prevê duas regras importantes a respeito do subsídio de membros do Poder Judiciário:
a) O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a 95% do subsídio mensal fixado
para os Ministros do STF.
b) Os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a
diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder
a 95% (noventa e cinco por cento) do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores.
Segundo o art. 93, VIII, o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-
se á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa. Isso porque esses institutos são empregados como sanções aos magistrados.
A Reforma da Previdência excluiu do texto constitucional a previsão de aposentadoria compulsória como
forma de sanção disciplinar dos magistrados. Isso não quer dizer que essa sanção disciplinar não mais exista.
Ao contrário, a aposentadoria compulsória é uma sanção disciplinar aplicável aos magistrados, mas com
previsão tão somente na legislação infraconstitucional.
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Aposentadoria
Segundo o art. 93, V, CF/88, “a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão
o disposto no art. 40”. Assim, as regras relativas à aposentadoria e pensão aplicáveis aos magistrados são
aquelas que estão consubstanciadas no regime próprio de previdência social dos servidores públicos.
Residência na Comarca
Segundo o art. 93, VII, CF/88, o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal.
Assim, a residência fora do local onde exerce suas atividades da magistratura é situação excepcional,
admitida somente depois de autorizado pelo tribunal.
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Os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário deverão ser, todos eles, públicos. Todas as decisões serão
fundamentadas, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação (art. 93, IX).
Do mesmo modo, as decisões administrativas dos tribunais ocorrerão em sessão pública, exigindo-se, ainda,
que sejam motivadas. Caso tenham caráter disciplinar, deverão, ainda, ser tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros.
Ininterruptabilidade de Jurisdição
XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente.
Observe que são vedadas as férias coletivas nos “juízos e tribunais de segundo grau”. Além disso, mesmo
nos dias em que não houver expediente forense normal, devem ser mantidos juízes em plantão permanente.
Na busca pela maior celeridade processual e eficiência do Poder Judiciário, a Constituição Federal também
determina que:
a) O número de juízes na unidade jurisdicional deverá ser proporcional à efetiva demanda judicial e
à respectiva população.
b) Os servidores do Poder Judiciário receberão delegação para a prática de atos de administração e
atos de mero expediente sem caráter decisório.
c) A distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.
Órgão Especial
Os Tribunais podem desempenhar suas funções por meio do Plenário, composto por todos os seus
membros, ou de “órgãos fracionários” (Seções, Turmas, Câmaras), previstos em seu Regimento Interno.
Em Tribunais muito grandes, é comum, ainda, a criação de um órgão especial, destinado a exercer
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do Tribunal Pleno. Isso porque a
reunião do Plenário, muito grande, seria extremamente difícil.
Para a constituição desse órgão especial, exige-se que o tribunal tenha número superior a 25 (vinte e cinco)
julgadores. Metade das vagas deverá ser provida por antiguidade; a outra metade, por eleição pelo Plenário.
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Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros,
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência
do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por
eleição pelo tribunal pleno.
O “quinto constitucional”
Nos Tribunais Regionais Federais (TRF’s) e nos Tribunais de Justiça (TJ’s), uma parte das vagas será destinada
a membros oriundos do Ministério Público e da Advocacia. É exatamente isso o que prevê a regra do “quinto
constitucional”. Vejamos o que dispõe o art. 94, CF/88:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados,
e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério Público, com
==2621f1==
O nome “quinto constitucional” deriva do cálculo matemático para se obter o número de vagas destinadas
a membros do Ministério Público e da Advocacia. Nesse cálculo, por exemplo, um Tribunal de Justiça com
30 membros terá 6 membros (um quinto dos lugares) oriundos do Ministério Público e da Advocacia (3
membros de cada origem).
E como é o processo de escolha desses membros do Ministério Público e da Advocacia?
Os membros do Ministério Público deverão ter mais de 10 (dez) anos de carreira. Os advogados deverão ter
notório saber jurídico e reputação ilibada, além de 10 (dez) anos de efetiva atividade profissional.
Os órgãos de representação de classe (do Ministério Público e da Advocacia) farão a indicação de pessoas
que cumpram esses requisitos, mediante lista sêxtupla, a ser enviada ao Tribunal de Justiça. Recebidas as
indicações, o Tribunal de Justiça formará uma lista tríplice, que será enviada ao Poder Executivo, que, nos
20 (vinte) dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para a nomeação.
Ainda sobre o “quinto constitucional”, é relevante destacar o seguinte:
a) A EC nº 45/2004 estabeleceu que a regra do “quinto constitucional” se aplica ao Tribunal Superior
do Trabalho (TST) e aos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s).
b) Não observam o quinto constitucional: STF, TSE, TREs e STM.
c) Há polêmica doutrinária quanto à aplicação da regra do “quinto constitucional” ao STJ. Na
composição desse Tribunal, 1/3 dos membros são representantes da Advocacia e do Ministério
Público. Assim, entendemos que o mais correto seja mencionar essa regra como “terço
constitucional”.
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(TRF 1ª Região – 2015) A regra constitucional que determina a composição de um quinto dos lugares dos
tribunais para membros do MP e para advogados aplica-se aos TRFs, aos tribunais dos estados e do DF e aos
tribunais superiores, com exceção do STF e do STM.
Comentários:
O único Tribunal Superior ao qual se aplica a regra do “quinto constitucional” é o TST. Assim, a regra do
“quinto constitucional” se aplica: i) aos TRFs; ii) aos TJs; iii) aos TRTs e; iv) ao TST. Questão errada.
O art. 97 da CF/88 tem um estudo mais aprofundado dentro do tema do Controle de Constitucionalidade.
Por ora, é bom saber que o citado artigo é conhecido como reserva de plenário ou como regra do "full
bench":
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.
A cláusula de reserva de plenário visa garantir que uma lei seja declarada inconstitucional somente quando
houver vício manifesto, reconhecido por um grande número de julgadores experientes. 1 Nesse sentido,
para que a declaração de inconstitucionalidade por tribunal seja válida, é necessário voto favorável da
maioria absoluta dos membros do tribunal ou da maioria absoluta dos membros do órgão especial.
A Súmula Vinculante nº 10 também tem uma importância muito grande nessa temática, cuja abordagem
mais detalhada também se faz na aula de Controle de Constitucionalidade:
Súmula Vinculante 10 - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.
1
RE 190.725-8/ PR. Rel. Min. Celso de Mello.
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A Constituição Federal prevê que a União e os Estados criem a justiça de paz e os juizados especiais. Vejamos
o que prevê o art. 98, CF/88:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por
turmas de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
Os juízes de paz são escolhidos mediante eleição, devendo estar filiados a partidos políticos. Já os especiais
podem ser togados ou togados e leigos, tendo função de exercer a conciliação, o julgamento e a execução
de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo.
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado pela EC nº 45/2004, com a finalidade de exercer o controle
da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos
juízes. Trata-se de instituição integrante do Poder Judiciário, cuja missão é aperfeiçoar o trabalho do sistema
judiciário brasileiro, contribuindo para que a prestação jurisdicional seja realizada com maior eficiência e
transparência.
O CNJ é o órgão de controle interno do Poder Judiciário, possuindo atribuições de caráter exclusivamente
administrativo. Por isso, não exerce função jurisdicional. Sua atuação se dirige para o controle da atuação
do Poder Judiciário e dos juízes.
Composição
Segundo o art. 103-B, CF/88, o CNJ compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,
admitida uma recondução. Os membros do CNJ são os seguintes:
m) dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
n) dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é presidido pelo Presidente do STF e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do STF. Observe que o Vice-Presidente do STF não é membro do CNJ.
Todavia, ele irá presidir o Conselho nas ausências e impedimentos do Presidente do STF.
O Ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) exerce a função de Ministro-Corregedor e fica excluído da
distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura, as seguintes:
Competências do CNJ
O CNJ exerce o controle interno do Poder Judiciário e, nesse sentido, é responsável pelo controle
administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura. Sua competência, entretanto, não alcança o STF e
seus Ministros, uma vez que este é o órgão de cúpula do Poder Judiciário.
A Constituição Federal atribuiu ao CNJ o poder regulamentar, o que significa que esse órgão poderá editar
normas primárias acerca das matérias de sua competência. Por isso, segundo o STF, as Resoluções do CNJ
são atos normativos primários, que extraem seu fundamento de validade diretamente do texto
constitucional.
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O CNJ tem competência para apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário. Entretanto, não cabe ao Conselho
]examinar efeitos de atos de conteúdo jurisdicional.1
No controle dos atos administrativos, o CNJ poderá desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem providências necessárias ao exato cumprimento da lei. Tudo isso sem prejuízo da competência do
TCU, que é órgão responsável pelo controle externo da Administração Pública e que, consequentemente,
também exerce sua fiscalização sobre o Poder Judiciário.
A apreciação da legalidade dos atos administrativos pelo CNJ não alcança, todavia, os casos concretos que
já foram judicializados.2 Segundo o STF, não cabe ao CNJ, cujas atribuições têm natureza meramente
administrativa, apreciar controvérsia já submetida ao Poder Judiciário.
III- receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
Os Tribunais do Poder Judiciário possuem competência correicional e disciplinar. Podem, por exemplo,
aplicar sanções disciplinares a magistrados que tenham cometido ilícitos administrativos.
O CNJ também possui competência correicional e disciplinar. A atividade correicional do CNJ se manifesta
em sua competência para receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder
Judiciário. Por outro lado, a atividade disciplinar fica caracterizada quando o CNJ avoca processos
disciplinares em curso e aplica sanções a magistrados (remoção e disponibilidade).
No exercício de suas atribuições, o CNJ poderá constatar a prática de crime contra a Administração Pública
ou de abuso de autoridade. Nesse caso, terá o dever de representar ao Ministério Público.
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Os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há pouco tempo (menos de um ano)
poderão ser revistos pelo CNJ. A revisão desses processos disciplinares poderá ser feita de ofício (por
iniciativa do próprio CNJ) ou mediante provocação.
Segundo o STF, o CNJ poderá, ao rever processo disciplinar de juízes e membros e tribunais, agravar ou
abrandar a decisão disciplinar revista.4 Também é possível que o CNJ cancele ou reforme a decisão disciplinar
do Tribunal.
Não se pode confundir o poder revisional com o poder disciplinar do CNJ. O poder revisional do CNJ
pressupõe prévia instauração de processo disciplinar contra juiz ou membro de tribunal; o poder disciplinar,
por outro lado, consiste em atuação originária do CNJ, que irá, pela primeira vez, instaurar processo
disciplinar. O poder revisional está sujeito a um parâmetro temporal: o CNJ somente pode rever processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de 1 (um) ano. O poder disciplinar não está
sujeito a esse parâmetro temporal. 5
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
O CNJ tem como missão aperfeiçoar o sistema judiciário brasileiro. Por isso, dispõe de competência para
elaboração de relatórios estatísticos a respeito de processos e sentenças (inciso VI), bem como sobre a
situação do Poder Judiciário e a atuação do próprio Conselho (inciso VII).
(TCU – 2015) Dado o princípio da especialidade, a competência do Conselho Nacional de Justiça para apreciar
a legalidade dos atos administrativos praticados por membros do Poder Judiciário exclui a competência de
outros órgãos de fiscalização e controle para fazê-lo, salvo a do próprio Poder Judiciário, se no exercício da
função jurisdicional.
Comentários:
A competência do CNJ para apreciar a legalidade dos atos administrativos praticados por membros do Poder
Judiciário não exclui a competência do Tribunal de Contas da União (TCU). É o que se depreende a partir da
leitura do art. 103-B, § 4º, II, CF/88. Questão errada.
4
MS 33565/DF. 1ª Turma / STF. Rel. Min. Rosa Weber. Julgamento em 14/6/2016.
5
MS 34685 AgR/RR, Rel. Min. Dias Toffoli. Julgamento: 28.11.2017.
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O STF é composto de 11 (onze) Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 (trinta e cinco) e
menos de 70 (setenta) anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Trata-se de cargo
privativo de brasileiro nato.
A idade máxima de 70 anos é uma novidade incluída na CF/88 pela Emenda Constitucional
nº 122, de 17 de maio de 2022.
A nomeação dos Ministros do STF compete ao Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal. O processo de nomeação funciona da seguinte maneira:
Para se lembrar do número de membros do STF, a dica é a frase “Somos Todos do Futebol”,
com as iniciais da Corte Máxima. Quantos jogadores tem cada time? Isso mesmo! Onze!
Assim fica fácil, não?
Na estrutura interna do STF, existem duas Turmas, com competências idênticas, e o Plenário. À exceção do
Presidente do STF, cada Ministro integra, formalmente, uma das duas Turmas. Os processos são distribuídos
aos Ministros-Relatores, não às Turmas.
O Presidente do STF é eleito diretamente pelos seus pares para um mandato de dois anos, sendo vedada a
reeleição. Tradicionalmente, são eleitos para os cargos de Presidente e Vice-Presidente os dois Ministros
mais antigos que ainda não os exerceram.
Competências do STF
1
TAVARES, André Ramos. Manual do Poder Judiciário Brasileiro, 2012, pp. 139.
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a) Competências originárias: São aquelas ações ajuizadas diretamente no STF, sem passar por
nenhuma outra instância do Poder Judiciário.
b) Competências recursais: São aquelas ações que chegam ao STF em razão de recurso apresentado
perante decisão de outro órgão do Poder Judiciário. Dois tipos de recursos chegam ao STF: i) recurso
ordinário e; ii) recurso extraordinário.
Competências Originárias
O STF processa e julga, originariamente, as mais altas autoridades da República, detentoras de foro especial.
Os crimes comuns cometidos pelo Presidente da República, Vice-Presidente, membros do Congresso,
Ministros do STF e Procurador-Geral da República são processados e julgados pelo STF. Nos crimes de
responsabilidade, esses agentes políticos são processados e julgados pelo Senado Federal.
(*) Segundo o STF, o foro por prerrogativa de função dos parlamentares somente se aplica aos crimes
praticados durante o exercício do cargo e relacionados às funções por eles desempenhadas.
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Obs: O Advogado-Geral da União e o Presidente do Banco Central têm status de Ministro de Estado.
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
a) O STF processa e julga o habeas corpus quando o paciente (pessoa cuja liberdade de locomoção
foi violada ou está sendo ameaçada) for uma das autoridades das alíneas “b” e “c”. Ou seja, quando
qualquer uma das pessoas julgadas pelo STF sofrer violação ou ameaça de violação à sua liberdade
de locomoção, o habeas corpus será impetrado no STF.
b) O STF processa e julga o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União
(TCU), do Procurador-Geral da República e do próprio STF. Perceba que, nesse caso, estamos falando
das autoridades coatoras contra as quais o mandado de segurança e o habeas data serão impetrados.
É importante que você guarde uma regra! O mandado de segurança e o habeas data contra o ato de
um Tribunal será sempre julgado no próprio Tribunal. Por exemplo, o mandado de segurança contra
ato do STF, será julgado pelo próprio STF. O mandado de segurança contra ato do Tribunal de Justiça
de Pernambuco (TJ-PE), será julgado pelo próprio TJ-PE.
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Não há, nesse dispositivo, qualquer referência à ação popular. É que não há foro especial em ação popular.
Assim, se for ajuizada ação popular contra o Presidente da República, esta será processada e julgada na 1 a
instância.
O STF tem competência para processar e julgar litígios envolvendo pessoas jurídicas de direito internacional
(Estado estrangeiro ou organismo internacional) e a União, os Estados, o Distrito Federal ou Territórios.
Em uma federação, é necessário que exista um Tribunal responsável pelo julgamento dos conflitos entre os
entes federativos. O STF julga três tipos de conflitos federativos:
Segundo a jurisprudência, o STF somente tem competência para julgar conflito entre autarquia federal e
Estado-membro se o litígio envolver risco à harmonia do pacto federativo. Caso não envolva risco à
federação, a competência é da Justiça Federal.
O STF tem competência para processar e julgar, originariamente, a extradição passiva (aquela solicitada por
Estado estrangeiro). Todavia palavra final, nesse processo, é do Presidente da República. Assim, mesmo que
o STF defira a extradição, o Presidente poderá deixar de fazê-la.
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância;
Caso um Tribunal Superior (STJ, TSE, TST ou STM) pratique ato que viola a liberdade de locomoção de uma
pessoa, será cabível habeas corpus perante o STF.
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O mandado de segurança e o habeas data contra ato praticado por Tribunal são sempre
impetrados no próprio Tribunal. Por exemplo, o mandado de segurança contra ato do STJ
será impetrado no próprio STJ.
O habeas corpus contra ato praticado por Tribunal é sempre impetrado na instância
imediatamente acima. Por exemplo, o habeas corpus contra ato do STJ é impetrado no
STF.
O STF também processa e julga, originariamente, os habeas corpus que tenham como coator ou paciente
autoridade ou funcionário cujos atos estejam diretamente sob sua jurisdição.
Cabe ao STF processar e julgar, originariamente, a revisão criminal e a ação rescisória de seus próprios
julgados.
O STF tem competência para processar e julgar a reclamação constitucional. A reclamação constitucional é
ação que pode ser utilizada para garantir a obediência às decisões do STF em sede de controle concentrado-
abstrato de constitucionalidade, bem como às Súmulas Vinculantes emanadas da Corte.
Observação: não cabe reclamação contra atos dos Ministros ou das Turmas do STF, uma vez que tais
decisões são juridicamente reputadas como de autoria do próprio Tribunal.2
Nas causas de competência originária do STF, cabe ao próprio STF a execução da sentença.
O STF tem competência para processar e julgar as ações em que todos os membros da magistratura sejam
interessados, ou seja, de “interesse exclusivo” da Magistratura. Também cabe ao STF processar e julgar a
ação em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam interessados.
2
Rcl. 3916-1, AgR. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. 12/06/2006.
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O conflito de competência pode ser positivo ou negativo. Será positivo quando duas ou mais autoridades se
considerarem competentes para julgar determinada ação. Por outro lado, será negativo quando nenhuma
das autoridades se considerar competente para julgar a ação.
c) conflitos de competência entre Tribunais Superiores e quaisquer tribunais. Por exemplo, o conflito
de competência entre o TST e um Tribunal de Justiça será julgado pelo STF.
Existem certas situações em que não se pode falar em conflito de competência, mas apenas em hierarquia
de jurisdição. É o caso, por exemplo, de conflito envolvendo o STJ e um Tribunal de Justiça (TJ) ou um Tribunal
Regional Federal (TRF). Ou, ainda, em um conflito envolvendo o TST e um Tribunal Regional do Trabalho
(TRT). Nesses exemplos, não há que se falar em conflito de competência a ser submetido ao STF. A decisão
caberá ao Tribunal hierarquicamente superior.
A competência do STF se apresenta não apenas para julgar ações mandamentais contra atos do CNJ e do
CNMP (mandados de segurança, mandados de injunção, habeas corpus e habeas data), mas também em
relação a ações ordinárias.
Cabe ao STF apenas as ações contra deliberações positivas do CNJ e do CNMP. É o caso, por exemplo, das
decisões do CNJ que apliquem sanções administrativas ou que avoquem processos em curso nos Tribunais.
Nesse tipo de deliberação, será o CNJ o responsável pela eventual lesão ou ameaça a direito, sendo cabível
ação perante o STF.
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Nas deliberações negativas, ao contrário, não cabe ação ao STF. Isso porque, nesse caso, há uma recusa de
intervenção do CNJ, ou seja, o Conselho mantém decisão de outro órgão do Poder Judiciário, negando-se a
proferir decisão que intervenha na órbita de atuação deste. Nesse caso, portanto, não será cabível ação
perante o STF.
...
A jurisprudência do STF é farta a respeito das competências da Corte. Além das competências originárias
sobre as quais já tratamos, existem uma série de outras competências implícitas. Na Reclamação nº 2.069,
por exemplo, o STF reconheceu sua competência para processar todo mandado de segurança, qualquer que
fosse a autoridade coatora, impetrado por quem teve a sua extradição deferida pelo Tribunal.
Competência Recursal
Recurso Ordinário
O recurso ordinário para o STF é apresentado nas hipóteses do art. 102, II. São situações em que a
competência originária é de outro tribunal. No entanto, da decisão emanada desse outro tribunal cabe
recurso para o STF. Vejamos:
(…)
b) o crime político;
Na alínea “a”, temos o caso em que um Tribunal Superior adota decisão denegatória em alguma das ações
constitucionais (habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção) que sejam de
sua competência originária. Por exemplo, o mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado é da
competência originária do STJ. Se o STJ negar a segurança, cabe recurso ordinário para o STF.
Na alínea “b”, fala-se do crime político. A competência originária para processar e julgar os crimes políticos
é dos juízes federais (art. 109, IV). Da decisão, caberá recurso ordinário diretamente para o STF, sem nem
mesmo passar pelo Tribunal Regional Federal (TRF).
Recurso Extraordinário
Por meio do Recurso Extraodinário (mas não somente através dele), o STF realiza o controle difuso de
constitucionalidade. É ele o instrumento processual apto a verificar se uma decisão judicial está ou não
compatível com a Constituição Federal.
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As hipóteses de apresentação do Recurso Extraordinário estão descritas no art. 102, III, CF/88:
(…)
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
Em todas as hipóteses acima apresentadas, está em jogo uma “controvérsia constitucional”. Dentre elas, a
que gera mais dúvidas é a prevista na alínea “d”. Pelo texto constitucional, cabe recurso extraordinário para
o STF quando a “decisão recorrida julgar válida lei local contestada em face de lei federal”.
O conflito entre lei estadual ou municipal e lei federal não é resolvido por um critério hierárquico, mas sim
pela repartição das competências federativas, definida diretamente pela CF/88. Dessa forma, se uma lei
estadual for considerada válida perante lei federal será porque a CF/88 dispõe que a matéria por ela tratada
é da competência dos Estados. Portanto, a lei estadual terá sido considerada constitucional, motivo pelo qual
cabe recurso extraordinário para o STF.
a) Decisão recorrida prolatada em última ou única instância. A decisão recorrida não precisa ter
emanado de um Tribunal, podendo ser emanada de um juízo singular. Todavia, para que seja
admissível o recurso extraordinário, não deve caber nenhum recurso ordinário.
A repercussão geral é uma espécie de “filtro”, que serve para impedir que o STF aprecie recursos
extraordinários insignificantes social, econômica, política ou juridicamente. Essa exigência foi criada
pela EC 45/2004 com o objetivo de livrar o Supremo de demandas irrelevantes para a sociedade
brasileira, deixando a Corte disponível para julgar aquilo que realmente interessa para o Brasil.
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O STF somente poderá recusar a repercussão geral pela manifestação de 2/3 dos seus membros. Do
contrário, a repercussão geral será aceita pelo STF. Aceita a repercussão geral, todos os recursos que
estiverem tramitando nos tribunais de origem passam a aguardar a decisão da Corte sobre o tema.
Realizado o julgamento, a decisão do STF deverá ser aplicada pelos próprios tribunais de origem.
(PC-DF – 2015) Compete ao STF julgar os pedidos de extradição solicitados por Estado estrangeiro, salvo se
o extraditando for casado ou tiver filho brasileiro.
Comentários:
O STF tem competência para processar e julgar, originariamente, a extradição solicitada por Estado
estrangeiro (art. 102, I, “g”). Isso se aplica a todo e qualquer pedido de extradição. Questão errada.
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O STJ, criado pela Constituição Federal de 1988, é um órgão de convergência e superposição, com jurisdição
sobre todo o território nacional. Segundo o art. 104, CF/88, é composto de, no mínimo, 33 (trinta e três)
Ministros. Note que a expressão “no mínimo” abre a possibilidade para que, mediante lei, seja alterado o
número de membros desse Tribunal.
Para decorar o número de membros do STJ, utilize a frase “Somos Todos de Jesus”,
lembrando-se de que Cristo morreu com 33 anos.
Os Ministros do STJ são nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros (natos ou naturalizados)
com mais de 35 (trinta e cinco) e menos de 70 (setenta) anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
A nomeação ocorrerá após aprovada a escolha por maioria absoluta do Senado Federal.
A idade máxima de 70 anos é uma novidade incluída na CF/88 pela Emenda Constitucional
nº 122, de 17 de maio de 2022.
a) 1/3 dos membros devem ser nomeados dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais (TRFs).
b) 1/3 dos membros devem ser nomeados dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça (TJs)
c) 1/3 dos membros devem ser nomeados, em partes iguais, dentre advogados e membros do
Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente. Assim, 1/6
dos membros são representantes da Advocacia e 1/6 do Ministério Público.
No processo de escolha dos Ministros do STJ, cabe ao próprio STJ elaborar lista tríplice com indicados que
sejam oriundos dos Tribunais Regionais Federais (TRFs) e dos Tribunais de Justiça (TJs). A lista tríplice é
encaminhada ao Presidente da República, que selecionará aquele que será nomeado, após aprovação do
Senado Federal, Ministro do STJ.
No caso das vagas ocupadas por membros da Advocacia e do Ministério Público, nos termos do art. 94, CF/88,
a indicação dos nomes ocorre por lista sêxtupla formada pela OAB e pelo Ministério Público. Essa lista é
encaminhada ao STJ, que retira três nomes e forma lista tríplice, que é ao Presidente da República. O Chefe
do Executivo, por sua vez, seleciona um nome para submissão ao Senado Federal. Após aprovação pelo
Senado, por voto secreto, após arguição pública, há nomeação do Ministro do STJ.
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Competências do STJ
As competências do STJ são de 2 (dois) tipos: i) competências originárias e; ii) competências recursais. Por
sua vez, há dois tipos de recursos apresentados ao STJ: o recurso ordinário e o recurso especial.
Competência Originária
As competências originárias do STJ são aquelas em que o Tribunal é acionado diretamente, sem passar por
nenhuma outra instância anterior. O art. 105, I, CF/88, define as competências originárias do STJ, sobre as
quais estudaremos a seguir:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais;
O STJ tem competência originária para processar e julgar certas autoridades detentoras de foro especial.
Nesse sentido, temos que:
a) Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal serão processados e
julgados pelo STJ. Nos crimes de responsabilidade cometidos por Governadores, a competência será
de um Tribunal especial, composto de 5 (cinco) membros do Poder Legislativo Estadual e de 5 (cinco)
desembargadores do Tribunal de Justiça.
b) O STJ processa e julga, nos crimes comuns e de responsabilidade, os desembargadores dos TJs, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e do Distrito Federal (TCDF), os membros dos
TRFs, TREs, TRTs, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os membros
do MPU que oficiem perante Tribunais.
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O STJ irá processar e julgar, originariamente, mandado de segurança e habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal.
Observe aqui a aplicação da regra de que mandado de segurança e habeas data contra ato de Tribunal serão
impetrados no próprio Tribunal. Assim, o mandado de segurança e habeas data contra ato do STJ serão
impetrados no próprio STJ. Caso seja denegatória a decisão, caberá recurso ordinário ao STF (art. 102, II,
“a”).
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
O habeas corpus será processado e julgado pelo STJ quando o coator ou paciente for Governador de Estado
e do Distrito Federal, desembargadores dos TJ`s, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados (TCE`s) e
do Distrito Federal (TCDF), os membros dos TRF`s, TRE`s, TRT`s, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios e os membros do MPU que oficiem perante Tribunais.
Em relação aos Ministros de Estado e Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, percebe-se que:
Para relembrar, o STF julga os conflitos de competência entre o STJ e outros tribunais, entre Tribunais
Superiores e entre Tribunais Superiores e quaisquer outros tribunais.
b) Conflitos de competência entre tribunal e juízes a ele não vinculados. Ou, ainda, um conflito de
competência entre um juiz federal e um Tribunal de Justiça (TJ).
Não há que se falar em conflito de competência entre um tribunal e juiz a ele vinculado. É que, nesse
caso, existe subordinação hierárquica entre o tribunal e juiz. Por exemplo, não há que se falar em
conflito de competência entre um juiz federal e o TRF ao qual está vinculado.
c) Conflitos de competência entre juízes vinculados a tribunais diversos. Por exemplo, o conflito de
competência entre um juiz federal (vinculado a um TRF) e um juiz do trabalho (vinculado a um TRT)
será julgado pelo STJ.
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As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados do STJ serão processadas e julgadas pelo próprio STJ.
Observa-se, aqui, simetria com o que já afirmamos para o STF.
O STJ tem competência para processar e julgar a reclamação constitucional a fim de preservar a sua
competência e garantir a autoridade de suas decisões.
Aqui, não estamos tratando de conflito de competência (conflito de jurisdição), mas sim de conflito de
atribuições. Há que se dizer que são coisas diferentes. Conflito de competência só ocorre entre autoridades
judiciárias e é matéria de direito processual civil; por sua vez, conflito de atribuições diz respeito ao direito
administrativo e ocorre entre autoridades judiciárias e administrativas.
Segundo a jurisprudência do STF, o conflito de atribuições entre diferentes Ministérios Públicos Estaduais
ou entre o Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual será decidido pelo Conselho Nacional
do Ministério Público.1
Em matéria de mandado de injunção, a competência do STJ é bastante reduzida, pois não alcança os casos
de competência do STF (art. 102, I, “q”) e dos órgãos da Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho
e da Justiça Federal. Um exemplo de mandado de injunção impetrado no STJ é aquele em que a omissão
legislativa é de Ministro de Estado.
Uma sentença estrangeira, para ter validade no Brasil, depende de homologação do STJ. Por exemplo,
suponha que um tribunal dos EUA determine que um pai brasileiro (residente no Brasil) deverá pagar pensão
alimentícia a seu filho que mora nos EUA com a mãe americana. Essa sentença poderá ser válida no Brasil
somente depois de ser homologada pelo STJ.
1
Pet. 5235 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 21/12/2020.
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Também compete ao STJ a concessão de exequatur às cartas rogatórias. As cartas rogatórias são
instrumentos que viabilizam a cooperação judiciária internacional. Suponha que tramite nos EUA uma ação
judicial contra um cidadão brasileiro. Nesse caso, haverá necessidade de que o juiz norte-americano envie
carta rogatória, seja para citar o brasileiro no processo, intimá-lo ou até mesmo para a produção de provas.
A carta rogatória somente será executada no Brasil após a concessão do exequatur pelo STJ.
Competência Recursal
Recurso Ordinário
As hipóteses de recurso ordinário para o STJ estão previstas no art. 105, II, CF/88. Vejamos:
(…)
==2621f1==
Caberá recurso ordinário para o STJ diante de decisão denegatória em habeas corpus impetrado perante
TRF ou TJ. Por exemplo, o habeas corpus contra ato de juiz federal será impetrado no Tribunal Regional
Federal (TRF). Se o TRF não conceder o habeas corpus, caberá recurso ordinário ao STJ.
Caberá recurso ordinário para o STJ diante de decisão denegatória em mandado de segurança impetrado
perante TRF ou TJ. Por exemplo, o mandado de segurança contra ato de TRF será impetrado no próprio TRF.
Se o TRF denegar a segurança, caberá recurso ordinário ao STJ.
As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Território serão processadas e julgadas, originariamente, pelo STF (art. 102, I, “e”).
Por outro lado, as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País serão processadas e julgadas pelos juízes federais (art. 109, II). Da decisão,
caberá recurso ordinário ao STJ, sem passar antes pelo TRF.
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Recurso Especial
O recurso especial é instrumento que permite com que o STJ realize a sua função de “guardião” do direito
objetivo federal. É por meio do recurso especial que o STJ irá uniformizar a interpretação da legislação
federal.
b) Causa recorrida deve ter sido apreciada por Tribunal Regional Federal (TRF) ou Tribunal de Justiça
(TJ).
Vejamos, então, as hipóteses de cabimento de recurso especial para o STJ (art. 105, III).
(...)
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
A Emenda Constitucional nº 125/2022 trouxe mais um critério (um novo "filtro") para a admissibilidade do
Recurso Especial. Veja a redação dos §§ 2º e 3º do art. 105 da CF/88:
I - ações penais;
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III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos;
Para o Recurso Especial não ser admitido por ausência de relevância há que se ter uma
decisão colegiada com quórum qualificado (2/3 - dois terços - dos membros do órgão
competente para o julgamento).
Nesse sentido, estabelece o art. 109, § 5º, CF/88, que, “nas hipóteses de grave violação de direitos humanos,
o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes
de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de
competência para a Justiça Federal.”
(SEAP-DF – 2015) Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) processar e julgar originariamente, nos
crimes comuns, os membros dos tribunais de contas dos estados e do Distrito Federal.
Comentários:
Nos crimes comuns, o STJ julga os membros dos tribunais de contas dos estados e do Distrito Federal (art.
105, I, “a”). Questão correta.
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JUSTIÇA FEDERAL
Tribunais Regionais Federais
São órgãos da Justiça Federal: os Tribunais Regionais Federais (segundo grau) e os Juízes Federais (primeiro
grau).
Além disso, os TRFs instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários, também como forma de garantir o acesso à Justiça à população que vive afastada dos
grandes centros urbanos.
Os TRFs compõem-se de, no mínimo, 7 (sete) juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) e menos de 70 (setenta)
anos, sendo:
a) 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
b) 4/5 (quatro quintos), mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício,
por antiguidade e merecimento, alternadamente.
A idade máxima de 70 anos é uma novidade incluída na CF/88 pela Emenda Constitucional
nº 122, de 17 de maio de 2022.
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II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição
Juízes Federais
Os juízes federais são os membros da Justiça Federal de primeiro grau de jurisdição, que ingressam na
carreira mediante concurso público. Tanto o concurso quanto a nomeação são de competência do Tribunal
Regional Federal sob cuja jurisdição seu cargo é provido (CF, art. 93, I). Sua competência taxativamente
definida pela Constituição. A eles compete julgar as seguintes matérias (art. 109, CF):
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
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§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
Na organização da Justiça Federal, cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção
judiciária que terá por sede a respectiva Capital, bem como varas localizadas segundo o estabelecido em lei
(CF, art. 110, “caput”). Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei (art. 110, parágrafo único, CF).
(TRF 1ª Região – 2015) Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes cometidos a bordo de navios
ou aeronaves civis ou militares, estejam eles em solo, no ar ou no mar.
Comentários:
Os juízes federais têm competência para processar e julgar os crimes cometidos a bordo de navios ou
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar. Questão errada.
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JUSTIÇA DO TRABALHO
A Justiça do Trabalho é uma Justiça Especializada, cujas competências são determinadas pelo art. 114 da CF:
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das “relações de trabalho”, o que é algo
mais amplo do que apenas as “relações de emprego”. Nesse sentido, relações que envolvam autônomos e
prestadores de serviços também são da competência da Justiça do Trabalho.
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Sua competência, entretanto, não alcança o julgamento de ações entre o Poder Público e servidores
públicos com vínculo estatutário. Essas ações são de competência da Justiça Federal.
A Justiça do Trabalho tem competência, ainda, para processar e julgar as ações que envolvam o exercício do
direito de greve (art. 114, II, CF/88), sejam elas demandas individuais ou coletivas. No grupo das demandas
coletivas, pode-se destacar os dissídios coletivos ajuizados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)
quando há greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público (art. 114, § 3º,
CF/88).
Além disso, cabe à Justiça do Trabalho a resolução de conflito entre seus próprios órgãos. Por exemplo, o
conflito de competência entre dois juízes do Trabalho será processado e julgado pelo Tribunal Regional do
Trabalho (TRT).
Já que mencionamos os órgãos da Justiça do Trabalho, trataremos, a seguir, de sua estrutura. Ela se compõe
de: i) Tribunal Superior do Trabalho (TST); ii) Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e ; iii) juízes do
Trabalho.
O Tribunal Superior do Trabalho tem competência determinada por lei, sendo composto de 27 (vinte e sete)
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 (trinta e cinco) e menos de 70 (setenta) anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
a) 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado
o disposto no art. 94 da Carta Magna;
b) 4/5 (quatro quintos) dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura
da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho. A Constituição não exige indicação
em lista tríplice. Basta a indicação pelo TST.
A idade máxima de 70 anos é uma novidade incluída na CF/88 pela Emenda Constitucional
nº 122, de 17 de maio de 2022.
1
RE 846.854/SP. Rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes. 01.08.2017.
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Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, 7 (sete) juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30
(trinta) e menos de 70 (setenta) anos, sendo:
a) 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado
o disposto no art. 94 da Carta Magna;
b) 4/5 (quatro quintos) mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento,
alternadamente.
A idade máxima de 70 anos é uma novidade incluída na CF/88 pela Emenda Constitucional
nº 122, de 17 de maio de 2022.
Cabe aos TRTs instalar a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários. Além disso, os Tribunais Regionais do Trabalho podem funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.
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JUSTIÇA ELEITORAL
A Justiça Eleitoral é composta pelos seguintes órgãos: i) Tribunal Superior Eleitoral (TSE); ii) Tribunais
Regionais Eleitorais (TRE`s); iii) Juízes Eleitorais e; iv) Juntas Eleitorais.
O TSE é o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral. É composto de no mínimo sete membros, escolhidos dentre
magistrados e advogados, da seguinte forma:
b) por nomeação do Presidente da República, 2 (dois) juízes dentre 6 (seis) advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Seu Presidente e o Vice-Presidente são eleitos dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, enquanto
o Corregedor Eleitoral é eleito dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Cada Ministro do TSE
tem um substituto, oriundo da mesma classe que o titular (Ministro do STJ, do STF ou advogado).
Outro detalhe importante é que são irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que
contrariem a Constituição e as denegatórias de habeas-corpus ou mandado de segurança (art. 120, § 3º, CF).
Destaque-se que as decisões denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança emanadas do TSE
são passíveis de recurso ordinário para o STF (art. 102, II, “a”).
Cada Estado da federação possui um Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com seguinte composição:
b) 1 juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo.
c) por nomeação do Presidente, 2 (dois) juízes dentre 6 (seis) advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
O presidente e vice-presidente do TRE são eleitos dentre os desembargadores (CF, art. 120, § 2º).
Das decisões dos TRE`s somente caberá recurso quando (CF, art. 120, § 4º, I a V):
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(TRE-AM – 2014) São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de “habeas-corpus” ou mandado de segurança.
Comentários:
As decisões do TSE são irrecorríveis, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
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d) 5 (cinco) dentre civis, escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 35
(trinta e cinco) e menos de 70 (setenta) anos de idade, sendo:
- 3 (três) dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional;
- 2 (dois), por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
A idade máxima de 70 anos é uma novidade incluída na CF/88 pela Emenda Constitucional
nº 122, de 17 de maio de 2022.
(IPEM-PE – 2014) O Superior Tribunal Militar compor-se-á de onze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo quatro dentre oficiais-
generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais- generais da
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira.
Comentários:
O STM é composto de 15 Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo
Senado Federal. Destes, 3 são oficiais-generais da Marinha, 4 são oficiais-generais do Exército, 3 são oficiais-
generais da Aeronáutica e 5 são civis. Questão errada.
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A competência dos Tribunais de Justiça será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. Ressalte-se que a competência da Justiça Estadual é residual:
compreende tudo aquilo que não é de atribuição da Justiça Federal, do Trabalho ou Eleitoral.
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída,
==2621f1==
em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a
20.000 (vinte mil) integrantes.
Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos
em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
da graduação das praças.
Entretanto, compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho
de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
competência exclusiva para questões agrárias. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o
juiz far-se-á presente no local do litígio.
(TJ-SC – 2015) O Tribunal de Justiça sempre funcionará de forma centralizada, sendo vedado o aumento da
despesa pública com a criação de órgãos colegiados fora da capital do Estado.
Comentários:
O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente. Questão errada.
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PRECATÓRIOS
Conceito
Os precatórios são requisições de pagamento feitas pelo Poder Judiciário, imputando dívidas às Fazendas
Públicas federal, estaduais, distrital e municipais. Os precatórios são, portanto, títulos judiciais que
comprovam uma dívida que o Poder Público tem com um particular.
Suponha, por exemplo, que uma pessoa acione judicialmente a União alegando ter sofrido dano material e
moral decorrente de conduta de agente público. Nesse processo judicial, é reconhecido, mediante decisão
definitiva (transitada em julgado), o direito a que essa pessoa receba uma indenização. É, em seguida,
expedido um precatório, assim chamado o título judicial que comprova a dívida da Fazenda Pública.
O pagamento dos precatórios deve ser feito observando-se a ordem cronológica em que eles são
apresentados. Há que se respeitar, portanto, uma “fila” no pagamento dos precatórios; aqueles precatórios
que foram apresentados há mais tempo serão pagos antes.
Os precatórios deverão ser pagos à conta dos créditos respectivos, ou seja, eles devem ser pagos pelo seu
valor de face (pagamento à vista). Não se admite que o Poder Público faça o pagamento dos precatórios de
maneira parcelada.
Os entes federativos deverão incluir, no seu orçamento, os valores para pagamento de precatórios. Ao
incluir esses valores em seu orçamento, fica proibido aos entes federativos a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Em outras palavras, a dotação orçamentária para o pagamento dos precatórios deve ser genérica, não
devendo discriminar casos ou pessoas específicas. Não pode, por exemplo, o orçamento de um ente
federativo prever que há uma dotação de R$ 500.000,00 para o pagamento de precatório a Alberto. A
previsão deve ser genérica, considerando-se o valor total dos precatórios a serem pagos.
O ente federativo irá, então, incluir no seu orçamento um valor destinado para o pagamento de todos os
precatórios apresentados até 2 de abril. Esses precatórios serão pagos no exercício seguinte. Esse é o prazo
constitucional que o ente federativo tem para pagar o precatório.
Conforme a Súmula Vinculante nº 17, não há incidência de juros de mora entre a apresentação do precatório
(até 1º de julho) e o efetivo pagamento, a ser realizado até o final do exercício seguinte. Esse período é
conhecido como "período de graça". Por outro lado, na hipótese de inadimplemento do ente público
devedor, a fluência dos juros se inicia após o período de graça.
Nas discussões e nas condenações que envolvam a Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e
para fins de atualização monetária, de remuneração do capital e de compensação da mora, inclusive do
precatório, haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, do índice da taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente.
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Cabe destacar que o Presidente do Tribunal que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar
a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante
o Conselho Nacional de Justiça (art. 100, § 7º, CF/88)
A CF/88 estabelece que os precatórios de natureza alimentícia serão pagos com preferência sobre os
demais débitos da Fazenda Pública. É como se eles “furassem a fila”, justamente em virtude de sua especial
relevância.
Os precatórios de natureza alimentícia ficam, portanto, isentos da observância da ordem cronológica dos
precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.1 Assim, farão parte de uma ordem própria de
==2621f1==
pagamento.
As requisições de pequeno valor (RPV) se assemelham aos precatórios. No entanto, como o próprio nome já
indica, consistem em débitos de pequena monta da Fazenda Pública.
As requisições de pequeno valor (RPV) não irão observar a ordem cronológica dos precatórios, sendo
satisfeitas de forma simplificada, mais célere.
A CF/88 abre a possibilidade para que lei de cada entidade de direito público defina o que se considera
como “pequeno valor”. Cada ente federativo tem competência, portanto, para definir o valor máximo para
que um crédito seja considerado uma requisição de pequeno valor (RPV). O limite mínimo será o valor do
maior benefício do RGPS (Regime Geral de Previdência Social).
Mas o que acontece se o ente federativo não editar lei definindo o que considera uma requisição de pequeno
valor (RPV)?
Nesse caso, deve-se observar a regra de transição prevista no art. 87, ADCT, que prevê que, diante da inércia
legislativa, serão consideradas requisições de pequeno valor (RPV):
➢ No âmbito da União, são consideradas requisições de pequeno valor (RPV) os débitos e obrigações
de valor inferior a 60 salários mínimos (art. 17, § 1º, da Lei nº 10.259/2001);
➢ No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, valor inferior a 40 salários mínimos;
➢ No âmbito dos Municípios, valor inferior a 30 salários mínimos.
1Súmula STF nº 655: A exceção prevista no art. 100, caput, da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a
expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra
natureza.
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“Superpreferência” de precatórios
Os precatórios de natureza alimentícia gozam de preferência frente aos demais precatórios. Dentre eles, há
alguns que usufruem do que a doutrina chama de “superpreferência”.
Esses precatórios serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao
triplo fixado em lei para fins de definição de requisição de pequeno valor (RPV). O valor restante será pago
na ordem cronológica de apresentação do precatório, sem que se observe a “superpreferência”. Para isso,
admite-se o fracionamento do valor total do precatório.
A sistemática da “superpreferência” foi considerada constitucional pelo STF, na medida em que, ao dar
tratamento mais favorável a idosos, portadores de doença grave e pessoas com deficiência, busca promover
a dignidade da pessoa humana.2
Vamos observar o art. 107-A, § 8º, do ADCT, que traz a ordem geral de preferência para pagamento dos
precatórios:
IV - demais precatórios de natureza alimentícia além do valor previsto no inciso III deste
parágrafo;
V - demais precatórios.
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A EC nº 113, por meio do § 11 do art. 100 (inciso I), voltou a prever a possibilidade de quitação de débitos
por precatórios, desde que a dívida e o precatório sejam do mesmo ente federativo.
Trata-se de uma possibilidade, e não mais uma compensação forçada, como previa a redação anterior do §
9º do art. 100. Ademais, o procedimento de compensação deve estar estabelecido em lei do ente federativo,
sendo possível de ocorrer não apenas na União, mas também nos Estados, no Distrito Federal e nos
Municípios.
Segundo o art. 100, § 11, CF/88, “é facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do ente federativo
devedor, com auto aplicabilidade para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe
são próprios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente federativo ou por decisão judicial transitada
em julgado para: [...] II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para
venda".
Além da compra de imóveis, o § 11 do art. 100 também possibilita o (i) pagamento de outorga de delegações
de serviços públicos e demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo ente, (ii) a aquisição,
inclusive minoritária, de participação societária, disponibilizada para venda, do respectivo ente federativo e
(iii) a compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo ente federativo, inclusive, no caso da
União, da antecipação de valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contratos de partilha
de petróleo. Tudo isso pode ser "pago" por meio de precatórios expedidos contra o respectivo ente
federativo.
A EC nº 62/2009 estabeleceu a possibilidade de que o credor de precatório ceda seus créditos, total ou
parcialmente, a terceiros, não havendo necessidade de concordância do devedor (a Fazenda Pública).
Suponha, por exemplo, que João tenha precatório de R$ 10.000.000,00. Ele poderá, independentemente de
concordância da Fazenda Pública, ceder esses créditos a Alberto. Claro, meus amigos, que isso daí não vai
sair “de graça”.
Quando ocorre a cessão de precatório, o terceiro beneficiado não fará jus às preferências do art. 100, §§ 2º
e 3º, ou seja, o cessionário (aquele que recebeu o precatório) não terá direito à sistemática da
“superpreferência” de precatórios e ao privilégio para pagamento de RPVs.
A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada,
ao tribunal de origem e à entidade devedora (art. 100, § 14, CF/88). Vale lembrar que a cessão de precatórios
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daqueles que possuem dívidas com o ente federativo somente ocorrerá após o procedimento previsto no §
9º do art. 100:
A EC nº 62/2009 previu a possibilidade de lei complementar estabelecer regime especial para pagamento
de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente
líquida e forma e prazo de liquidação.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal
poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma
e prazo de liquidação.
Enquanto essa lei complementar não fosse promulgada, deveria ser aplicado regime especial previsto no art.
97, do ADCT, o qual sofreu inúmeras críticas da doutrina por se configurar, na prática, um verdadeiro calote,
postergando o pagamento de dívidas por parcelamentos de até 15 anos.
O STF declarou a inconstitucionalidade do regime especial de precatórios criado pelo art. 97, ADCT e do art.
100, § 15, CF/88. Entretanto, modulou os efeitos de sua decisão, permitindo que o regime especial de
precatórios perdurasse por 5 exercícios financeiros a contar de 01.01.2016.
Outra norma trazida pela EC nº 114/2021 é a que consta no § 3º do art. 107-A do ADCT. Veja o dispositivo:
§ 3º É facultado ao credor de precatório que não tenha sido pago em razão do disposto
neste artigo, além das hipóteses previstas no § 11 do art. 100 da Constituição Federal e
sem prejuízo dos procedimentos previstos nos §§ 9º e 21 do referido artigo, optar pelo
recebimento, mediante acordos diretos perante Juízos Auxiliares de Conciliação de
Pagamento de Condenações Judiciais contra a Fazenda Pública Federal, em parcela única,
até o final do exercício seguinte, com renúncia de 40% (quarenta por cento) do valor desse
crédito.
Significa o seguinte: aquele que possui um precatório a receber da União, mas que ainda não foi contemplado
com o efetivo pagamento, pode optar por fazer um acordo direto com os Juízos Auxiliares de Conciliação de
Pagamento de Condenações Judiciais contra a Fazenda Pública Federal para receber seu crédito
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antecipadamente. Entretanto, o interessado renunciará 40% (quarenta por cento) do seu crédito. Na
prática, ele receberá apenas 60% do valor do precatório a que tinha direito, portanto.
As entidades da Administração indireta são as autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista
e empresas públicas. Dentre essas entidades, estão fora do conceito de Fazenda Pública as empresas
públicas e as sociedades de economia mista, ambas normalmente chamadas de “empresas estatais”. Em
tese, portanto, a elas não se aplicaria o regime de precatórios.
As empresas públicas e sociedades de economia mista podem ser de 2 (dois) tipos diferentes: exploradoras
de atividades econômicas ou prestadoras de serviços públicos. No primeiro grupo, estão as “empresas
estatais” que executam atividades em regime de concorrência, que têm como objetivo distribuir lucros aos
seus acionistas. No segundo grupo, porém, estão aquelas que prestam serviço público típico do Estado, em
regime não concorrencial.
O STF, ao fazer tal distinção, deixou claro que o regime de precatórios deverá ser aplicado a esse segundo
grupo. Nas palavras da Corte, “é aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial”. 3
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (CESPE / PGE-PE – 2019) São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, os tribunais militares, o
Tribunal Superior do Trabalho e os juízes eleitorais.
Comentários:
O art. 92 da Carta Magna arrola os órgãos do Poder Judiciário, dentre os quais encontram-se os previstos no
enunciado:
Questão correta.
2. (CESPE / TJDFT – 2019) No Poder Judiciário, composto majoritariamente por juízes de carreira, há
um instituto que visa à oxigenação de ideias, ao ampliar sua representatividade. Todavia, alega-se que o
referido instituto pode ser um meio de perpetrar a prática de nepotismo, porque os seus critérios legais
para a assunção ao cargo da magistratura são formais, não prevendo requisitos qualitativos. Logo, critérios
subjetivos e discricionários podem privilegiar candidatos que detenham heranças de capitais simbólicos.
Willian Carneiro Bianeck. A porta dos fundos do Judiciário: o quinto constitucional e o nepotismo. Internet:
<https://revistas.ufpr.br> (com adaptações).
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É correto afirmar que o quinto constitucional, referido no texto, será composto por membros do Ministério
Público e da advocacia que
a) tenham, pelo menos, dez anos de carreira, para atuar em todos os tribunais superiores.
b) tenham, pelo menos, cinco anos de efetiva atividade profissional e reputação ilibada.
c) sejam indicados em lista tríplice pelos respectivos órgãos de classe.
d) serão nomeados após escolha, pelo Poder Executivo, a partir de lista tríplice enviada pelo respectivo
tribunal.
e) serão nomeados após escolha, pelo STJ, a partir de lista sêxtupla indicada pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Comentários:
==2621f1==
A questão cobra o conhecimento do “quinto constitucional”, que, como diz o enunciado, tem como objetivo
“oxigenar”o Poder Judiciário, ao permitir o ingresso de membros da advocacia e do Ministério Público nos
tribunais. Analisaremos, a seguir, cada uma das assertivas.
Letra A: errada. Alguns tribunais superiores não obedecem à regra do quinto constitucional: STF, STM e TSE.
O STJ também não obedece a essa regra. Um terço dos seus membros é selecionado conforme o dispositivo
a seguir:
Art. 104, Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados
pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
setenta anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
Letras B e C: erradas. O art. 94, que trata do “quinto constitucional”, prevê que “um quinto dos lugares dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico
e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes”.
Letra D: correta. De fato, o parágrafo único do art. 94 da Carta Magna prevê que “recebidas as indicações,
o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes,
escolherá um de seus integrantes para nomeação”.
Letra E: errada. Os membros do quinto constitucional serão nomeados após escolha, pelo Presidente da
República, a partir de lista tríplice indicada pelo próprio tribunal. Essa lista tríplice, por sua vez, é elaborada
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a partir da lista sêxtupla encaminhada pelos órgãos de representação das classes dos membros do Ministério
Público e dos advogados.
O gabarito é a letra D.
3. (CESPE / EMAP – 2018) A inamovibilidade dos juízes é uma garantia não absoluta.
Comentários:
A inamovibilidade é uma garantia conferida aos juízes pelo art. 95, II, da Constituição. Pode ser excepcionada
em caso de interesse público. Nesse caso, o ato de remoção do magistrado fundar-se-á em decisão por voto
da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa
(art. 93, VIII, CF). Questão correta.
4. (CESPE / EMAP – 2018) Aos juízes, ainda que em disponibilidade, é vedado o exercício de qualquer
outro cargo ou função pública.
Comentários:
Em regra, aos juízes é vedado o exercício de qualquer outro cargo ou função pública, ainda que em
disponibilidade. Todavia, a Carta Magna admite uma exceção: permite aos magistrados o exercício de uma
função de magistério (art. 95, I, CF). Questão errada.
5. (CESPE / TRT 7a Região – 2017) A CF dispõe que um quinto (regra do quinto constitucional) ou um
terço (regra de um terço) dos membros de alguns tribunais serão, obrigatoriamente, oriundos do
Ministério Público e da advocacia.
A partir dessa informação, assinale a opção em que o primeiro tribunal deve respeitar a regra do quinto
constitucional para a sua composição, e o segundo, deve respeitar a regra de um terço.
a) tribunal regional federal / tribunal de justiça de estado
b) STJ / TSE
c) tribunal regional federal / STF
d) Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios / STJ
Comentários:
O quinto constitucional deverá ser observado pelos TRFs, TJs, TRTs e TST. Isso significa que um quinto (1/5)
das vagas desses Tribunais será reservada para advogados e membros do Ministério Público.
No STJ, observa-se a regra do terço constitucional, uma vez que um terço (1/3) das vagas nesse Tribunal está
reservada para advogados e membros do Ministério Público.
O gabarito é a letra D.
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Tendo em vista os preceitos estabelecidos na CF, nessa situação hipotética, a competência privativa para
a elaboração do novo regimento interno do TRE será do:
a) Supremo Tribunal Federal, em razão de sua hierarquia constitucional sobre o TRE.
b) Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal cuida exclusivamente de
questões constitucionais.
c) Congresso Nacional, por ser o órgão responsável pelo processo legislativo, que cria e edita normativas.
d) Tribunal Superior Eleitoral, em decorrência da hierarquia constitucional sobre o TRE.
e) referido TRE, que deverá observar as normas de processo e as garantias processuais das partes ao elaborar
a referida peça normativa.
Comentários:
Segundo o art. 96, I, alínea “a”, CF/88, compete privativamente aos tribunais do Poder Judiciário “elaborar
seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos”.
Assim, cada tribunal deve elaborar seu próprio regimento interno. Na situação apresentada, o próprio TRE é
que irá elaborar o seu regimento interno.
O gabarito é a letra E.
Comentários:
Letra A: errada. A Carta Magna veda, aos juízes, dedicar-se à atividade político-partidária (art. 95, parágrafo
único, III, CF).
Letra B: errada. É vedado aos juízes exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma
de magistério (art. 95, parágrafo único, I, CF).
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Letra C: errada. A vedação ao recebimento de custas é aplicável a todos os juízes, inclusive àqueles que
estejam em disponibilidade.
Letra D: correta. Os juízes gozam das seguintes garantias (art. 95, CF):
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII, CF;
Letra D: errada. Caso haja interesse público, o juiz poderá ser removido, por voto da maioria absoluta do
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa (art. 93, VIII, c/c art. 95, II,
CF).
O gabarito é a letra D.
8. (CEBRASPE / TCE-RJ - 2021) Não há representantes da justiça eleitoral nem da justiça militar no
plenário do Conselho Nacional de Justiça.
Comentários:
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
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XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados
e outro pelo Senado Federal.
Como se nota, de fato não há representantes da Justiça Eleitoral ou Justiça Militar no colegiado. Questão
correta.
9. (CESPE/ TJ-PA – 2020) Considerando o entendimento do STF acerca do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), julgue os itens a seguir.
I Embora seja órgão do Poder Judiciário, o CNJ não é dotado de função jurisdicional.
II O CNJ deve atuar somente se houver necessariamente o exaurimento da instância administrativa ordinária.
III O CNJ tem competência para apurar violações aos deveres funcionais dos magistrados e servidores do
Poder Judiciário.
IV Não é permitido ao CNJ apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas somente sua
legalidade.
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
Comentários:
A primeira assertiva está correta. De fato, o CNJ não apresenta função jurisdicional. Trata-se de órgão de
controle interno do Poder Judiciário, possuindo atribuições de caráter exclusivamente administrativo.
A segunda assertiva está errada. A competência correicional e disciplinar é concorrente entre os Tribunais
e o CNJ. Não há necessidade de exaurimento da instância administrativa ordinária para a atuação do CNJ.
A terceira assertiva está errada. O CNJ tem competência para apurar violações aos deveres funcionais dos
juízes (art. 103-B, § 4º, CF). Não cabe a esse órgão apurar violações aos deveres funcionais dos servidores.
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A quarta assertiva está correta. O CNJ não tem competência para apreciar a constitucionalidade de atos
administrativos, mas tão-somente a sua legalidade.
O gabarito é a letra B.
10. (CESPE / PGE-PE – 2019) O ministro corregedor do CNJ deve ser, necessariamente, um ministro do
STJ.
Comentários:
O art.103-B,§ 5º, da Constituição Federal, determina que, no CNJ, o Ministro do Superior Tribunal de Justiça
exercerá a função de Ministro-Corregedor. Vejamos:
Questão correta.
11. (CESPE / EMAP – 2018) O Conselho Nacional de Justiça é órgão que exerce o controle da atuação
administrativa, financeira e jurisdicional no âmbito de todo o Poder Judiciário.
Comentários:
O Conselho Nacional de Justiça não exerce função jurisdicional. Segundo o art. 103-B, § 4º, da CF/88,
“compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (...). Questão errada.
12. (CESPE / MPE-PI – 2018) Os tribunais superiores têm sede na capital federal e jurisdição em todo o
território nacional; já o Conselho Nacional de Justiça também tem sede na capital federal, mas não exerce
jurisdição.
Comentários:
De fato, todos os tribunais superiores têm sede em Brasília e função jurisdicional. A exceção é o Conselho
Nacional de Justiça, que, embora tenha sede na capital nacional, não exerce função jurisdicional. Nos
termos do art. 92:
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Questão correta.
13. (CESPE / MPU – 2018) Nos casos de crime cometido por magistrados contra a administração pública
ou de abuso de autoridade, cabe ao CNJ representar ao Ministério Público.
Comentários:
Trata-se de função conferida ao CNJ pelo art. 103-B, § 4º, IV, da CF/88:
Questão correta.
14. (CEBRASPE / TC-DF – 2021) A respeito dos princípios fundamentais, de emenda constitucional, do
direito ao sigilo e da organização político-administrativa do Estado, julgue o item subsequente.
Comentários:
De acordo com o art. 102, inciso I, alínea "g", compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar,
originariamente, a extradição solicitada por Estado estrangeiro. Todavia, repare que a questão fala em
"descumprimento de tratado de extradição", situação diversa da previsão constitucional mencionada.
O descumprimento do Tratado, em tese, gera uma lide entre Estados soberanos, cuja resolução não compete
ao Supremo Tribunal Federal, que não exerce soberania internacional, máxime para impor a vontade da
República Italiana ao Chefe de Estado brasileiro, cogitando-se de mediação da Corte Internacional de Haia,
nos termos do art. 92 da Carta das Nações Unidas de 1945 (Rcl 11.243. Rel. Min. Gilmar Mendes, Red. p/ Ac.
Min. Luiz Fux, j. 08.06.2011).
Como se vê, o STF não exerce soberania internacional. Vale pontuar que o descumprimento de um tratado
de extradição deflagra uma pendência entre Estados soberanos que perpassa a jurisdição brasileira, devendo
ser resolvida por meio de mecanismos de solução de conflitos existentes no Direito Internacional.
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Questão errada.
15. (CESPE / TJ-AM – 2019) Cabe ao STF processar e julgar ações contra o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Comentários:
Trata-se de competência originária do STF, prevista no art. 102, I, “r”, da Carta Magna:
Questão correta.
16. (CESPE / PGE-PE – 2019) Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de ações contra o
Conselho Nacional de Justiça.
Comentários:
Trata-se de competência do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, “r”, da Carta Magna, que
reproduzimos a seguir:
Questão errada.
17. (CESPE / MPC-PA – 2019) Servidora pública federal, residente e domiciliada no estado do Pará,
impetrou mandado de segurança para tutelar seu direito líquido e certo violado por ato ilícito praticado
pelo Tribunal de Contas da União.
Nessa situação hipotética, a competência originária para julgamento do mandado de segurança será
a) do STF.
b) do STJ.
c) exclusiva de órgão da justiça federal localizado no estado do Pará.
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Comentários:
Trata-se de competência do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, “d”, da Carta Magna.
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal.
O gabarito é a letra A.
18. (CESPE / MPU – 2018) O Presidente da República, embora nomeie os ministros que compõem o
Supremo Tribunal Federal, não interfere na função jurisdicional desse órgão.
Comentários:
A nomeação dos Ministros do STF compete ao Presidente da República, após aprovação do Senado Federal.
Por óbvio, o Presidente da República não interfere na função jurisdicional do STF, sob pena de grave violação
ao princípio da separação de poderes. Questão correta.
19. (CESPE / MPU – 2018) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente,
ações contra o CNJ.
Comentários:
Trata-se, de fato, de competência originária do STF, conforme previsão do art. 102, I, “r”, da CF/88, que
reproduzimos a seguir:
Questão correta.
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20. (CESPE / EMAP – 2018) Segundo a Constituição Federal de 1988, o título de bacharel em direito é
requisito indispensável ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Comentários:
A Carta Magna prevê alguns requisitos para que uma pessoa possa ocupar o cargo de Ministro do STF:
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.
Dentre esses requisitos, não está o de possuir o título de bacharel em direito. Exige-se apenas que o ocupante
do cargo tenha notável saber jurídico.
Questão errada.
21. (CEBRASPE / TCE-RJ - 2021) Compete ao STJ julgar os membros dos tribunais de contas estaduais
que tenham cometido crime de responsabilidade.
Comentários:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade,
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante tribunais;
Questão correta.
22. (CESPE/ TJ-PA - 2020) Caso tribunal de justiça estadual profira decisão em última instância
denegando habeas corpus, caberá ao interessado interpor recurso
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Comentários:
Nesse caso, caberá recurso ordinário, a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Carta Magna
prevê que compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso ordinário os habeas corpus decididos
em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória (art. 105, II, ‘a’, CF/88). O gabarito é a letra C.
e) lei local válida contestada em face de lei federal por meio de recurso extraordinário.
Comentários:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público
da União que oficiem perante tribunais;
(...)
Letra E: correta. Trata-se de competência do STF, prevista no art. 102, III, “d”, da Carta Magna.
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O gabarito é letra E.
24. (CESPE / TJ-AM – 2019) Os ministros do STJ são escolhidos pelo presidente do STF entre candidatos
indicados em lista sêxtupla e com aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal.
Comentários:
Não é o Ministro do STF quem escolhe os Ministros do STJ, mas sim o Presidente da República, obedecendo
a regra expressa no parágrafo único do art. 104 da Constituição:
Art. 104, Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados
pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
setenta anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
Questão errada.
25. (CESPE / MPE-PI – 2018) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente
mandados de segurança e habeas data contra ato de ministro de Estado.
Comentários:
Trata-se de competência do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 105, I, “b”, da CF.
Questão errada.
26. (CESPE / MPU – 2018) Infração penal comum cometida por desembargador de tribunal regional
federal será julgada originariamente pelo Supremo Tribunal Federal.
Comentários:
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Infração penal comum cometida por desembargador de TRF será julgada originariamente pelo STJ, nos
termos do art. 105, I, “a”, da CF:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais (...).
Questão errada.
Justiça Federal
27. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Compete ao CNJ eleger os órgãos diretivos do Tribunal Regional
Federal da 1a Região, bem como dispor sobre competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e
administrativos desse tribunal.
Comentários:
É o próprio Tribunal que tem competência para eleger seus órgãos diretivos, bem como dispor sobre a
competência e funcionamento dos seus órgãos jurisdicionais e administrativos.
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência
e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
Questão errada.
28. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Compete à justiça federal julgar processos em que a União seja
autora, ré ou assistente, inclusive os decorrentes de acidente de trabalho.
Comentários:
Segundo o art. 109, são da competência dos juízes federais as “causas em que a União, entidade autárquica
ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto
as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho”.
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Assim, as causas decorrentes de acidente de trabalho não são da competência da Justiça Federal. Questão
errada.
Justiça do Trabalho
29. (CESPE / TRT 7a Região – 2017) Após a aprovação pelo Senado Federal, a competência privativa para
nomear os ministros do Tribunal Superior do Trabalho é do
a) presidente do Congresso Nacional.
b) presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
c) presidente do Conselho Nacional de Justiça.
d) presidente da República.
Comentários:
Os Ministros do TST são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do
Senado Federal (art. 111-A). O gabarito é a letra D.
30. (CESPE / TRT 7a Região – 2017) Pedro, brasileiro, ajuizou duas demandas contra seu empregador, a
XWZ Ltda., sociedade privada, com fins lucrativos. Em ambas, Pedro postulou a condenação do
empregador em danos morais e materiais. Na primeira demanda, a pretensão deduzida decorre do
tratamento dado a Pedro por sócio administrador, que, rotineiramente, utilizava apelido depreciativo para
se referir a Pedro — em razão de sua baixa produtividade —, inclusive na presença de outros trabalhadores
e até de clientes, causando-lhe constrangimento. Em decorrência das reiteradas condutas do empregador,
aquele apelido consolidou-se até mesmo entre seus amigos, embora sempre tenha sido refutado com
veemência por Pedro. Na segunda demanda, a pretensão decorre da mutilação de uma de suas mãos,
ocorrida durante o uso de uma máquina cortante em sua rotina laboral, o que culminou em sua
aposentadoria por invalidez. Nessa situação hipotética, o processamento e julgamento das ações é da
competência da justiça
a) comum estadual, para a primeira causa, e da justiça do trabalho, para a segunda.
b) do trabalho, para a primeira causa, e da justiça comum estadual, para a segunda.
c) comum estadual para ambas as causas.
d) do trabalho para ambas as causas.
Comentários:
Nas duas situações descritas pelo enunciado, a competência será da Justiça do Trabalho. Chamamos sua
atenção para os dispositivos que dão amparo a esse entendimento:
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(…)
O gabarito é a letra D.
31. (CESPE / TCE-PA – 2016) O Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que a competência
para julgar ações oriundas da relação de trabalho entre servidores e administração pública é da justiça
federal, independentemente de serem servidores estatutários ou celetistas.
Comentários:
A competência da Justiça do Trabalho não alcança o julgamento de ações entre o Poder Público e servidores
públicos com vínculo estatutário. Questão errada.
Justiça Eleitoral
32. (CESPE / TRE-BA – 2017) Quanto à competência e à organização dos órgãos da justiça eleitoral e à
legislação pertinente a esse segmento da justiça, julgue os itens a seguir:
I) Compete privativamente aos estados legislar sobre direito eleitoral.
II) Os juízes eleitorais são órgãos da justiça eleitoral.
III) O presidente da República poderá, em caso de relevância e urgência, editar medida provisória sobre
matéria eleitoral.
IV) O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu presidente e seu vice-presidente entre os desembargadores que
o compõem.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Comentários:
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A questão cobra dois temas não abordados nesta aula: repartição de competências entre os entes federados
e processo legislativo. Por isso, peço que você dê especial atenção à segunda e à quarta assertiva, que
cobram conhecimentos sobre a Justiça Eleitoral.
A primeira assertiva está errada. É competência privativa da União legislar sobre direito eleitoral (art. 22, I,
CF/88).
A segunda assertiva está correta. São órgãos da Justiça Eleitoral: i) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE); ii) os
Tribunais Regionais Eleitorais; iii) os Juízes Eleitorais e; iv) as Juntas Eleitorais.
A terceira assertiva está errada. É vedada a edição de medida provisória sobre direito eleitoral (art. 62, § 1º,
I, alínea “a”).
A quarta assertiva está correta. Segundo o art. 120, § 2º, CF/88, “o Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu
Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores”.
O gabarito é a letra C.
33. (CESPE / TRE-BA – 2017) A Constituição Federal de 1988 estabelece que os tribunais regionais
eleitorais sejam compostos por dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral indicados pelo
a) Tribunal de Justiça.
b) Superior Tribunal de Justiça.
c) Presidente do Supremo Tribunal Federal.
d) Tribunal Superior Eleitoral.
e) Presidente da República.
Comentários:
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
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III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Observe que 2 juízes dos TREs serão oriundos da advocacia. Eles serão nomeados pelo Presidente da
República dentre 6 advogados indicados pelo Tribunal de Justiça.
O gabarito é a letra A.
34. (CESPE / TRE-BA – 2017) A Constituição Federal de 1988 elenca como órgãos da justiça eleitoral
a) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
b) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
c) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
e) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
Comentários:
Segundo o art. 118, CF/88, são órgãos da Justiça Eleitoral: i) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE); ii) os Tribunais
Regionais Eleitorais (TREs); iii) os Juízes Eleitorais e; iv) as Juntas Eleitorais.
O gabarito é a letra E.
35. (CESPE / TRE-PE – 2017) Segundo a CF, são órgãos da justiça eleitoral
a) os cartórios eleitorais.
b) os juízes eleitorais.
c) os colégios eleitorais.
d) as mesas eleitorais.
e) as zonas eleitorais.
Comentários:
De acordo com o art. 118 da Carta Magna, são órgãos da Justiça Eleitoral:
IV - as Juntas Eleitorais.
O gabarito é a letra B.
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36. (CESPE / TJ-AM – 2019) Cabe ao Estado organizar a respectiva justiça estadual.
Comentários:
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
Questão correta.
37. (CESPE / STM – 2018) O Superior Tribunal Militar é composto por quinze ministros vitalícios, que,
por serem todos oficiais oriundos das Forças Armadas, devem ser brasileiros natos.
Comentários:
O Superior Tribunal Militar é composto por quinze Ministros, dos quais apenas dez são oriundos das Forças
Armadas Vejamos o que dispõe o art. 123 da Carta Magna:
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três
dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e cinco dentre civis.
Questão errada.
38. (CESPE / STM – 2018) No Superior Tribunal Militar, poderá ser constituído órgão especial para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas de competência do tribunal pleno.
Comentários:
O órgão especial somente poderá ser constituído nos tribunais com mais de vinte e cinco julgadores (art. 93,
XI, CF). Como o Superior Tribunal Militar (STM) tem apenas quinze Ministros, não poderá constituir esse
órgão (art. 123, CF). Questão errada.
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LISTA DE QUESTÕES
1. (CESPE / PGE-PE – 2019) São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, os tribunais militares, o
Tribunal Superior do Trabalho e os juízes eleitorais.
2. (CESPE / TJDFT – 2019) No Poder Judiciário, composto majoritariamente por juízes de carreira, há
um instituto que visa à oxigenação de ideias, ao ampliar sua representatividade. Todavia, alega-se que o
referido instituto pode ser um meio de perpetrar a prática de nepotismo, porque os seus critérios legais
para a assunção ao cargo da magistratura são formais, não prevendo requisitos qualitativos. Logo, critérios
subjetivos e discricionários podem privilegiar candidatos que detenham heranças de capitais simbólicos.
Willian Carneiro Bianeck. A porta dos fundos do Judiciário: o quinto constitucional e o nepotismo. Internet:
<https://revistas.ufpr.br> (com adaptações).
É correto afirmar que o quinto constitucional, referido no texto, será composto por membros do Ministério
Público e da advocacia que
a) tenham, pelo menos, dez anos de carreira, para atuar em todos os tribunais superiores.
b) tenham, pelo menos, cinco anos de efetiva atividade profissional e reputação ilibada.
c) sejam indicados em lista tríplice pelos respectivos órgãos de classe.
d) serão nomeados após escolha, pelo Poder Executivo, a partir de lista tríplice enviada pelo respectivo
tribunal.
e) serão nomeados após escolha, pelo STJ, a partir de lista sêxtupla indicada pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
3. (CESPE / EMAP – 2018) A inamovibilidade dos juízes é uma garantia não absoluta.
4. (CESPE / EMAP – 2018) Aos juízes, ainda que em disponibilidade, é vedado o exercício de qualquer
outro cargo ou função pública.
5. (CESPE / TRT 7a Região – 2017) A CF dispõe que um quinto (regra do quinto constitucional) ou um
terço (regra de um terço) dos membros de alguns tribunais serão, obrigatoriamente, oriundos do
Ministério Público e da advocacia.
A partir dessa informação, assinale a opção em que o primeiro tribunal deve respeitar a regra do quinto
constitucional para a sua composição, e o segundo, deve respeitar a regra de um terço.
a) tribunal regional federal / tribunal de justiça de estado
b) STJ / TSE
c) tribunal regional federal / STF
d) Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios / STJ
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Tendo em vista os preceitos estabelecidos na CF, nessa situação hipotética, a competência privativa para
a elaboração do novo regimento interno do TRE será do:
a) Supremo Tribunal Federal, em razão de sua hierarquia constitucional sobre o TRE.
b) Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal cuida exclusivamente de
questões constitucionais.
c) Congresso Nacional, por ser o órgão responsável pelo processo legislativo, que cria e edita normativas.
d) Tribunal Superior Eleitoral, em decorrência da hierarquia constitucional sobre o TRE.
e) referido TRE, que deverá observar as normas de processo e as garantias processuais das partes ao elaborar
a referida peça normativa.
8. (CEBRASPE / TCE-RJ - 2021) Não há representantes da justiça eleitoral nem da justiça militar no
plenário do Conselho Nacional de Justiça.
9. (CESPE/ TJ-PA – 2020) Considerando o entendimento do STF acerca do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), julgue os itens a seguir.
I Embora seja órgão do Poder Judiciário, o CNJ não é dotado de função jurisdicional.
II O CNJ deve atuar somente se houver necessariamente o exaurimento da instância administrativa ordinária.
III O CNJ tem competência para apurar violações aos deveres funcionais dos magistrados e servidores do
Poder Judiciário.
IV Não é permitido ao CNJ apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas somente sua
legalidade.
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a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
10. (CESPE / PGE-PE – 2019) O ministro corregedor do CNJ deve ser, necessariamente, um ministro do
STJ.
11. (CESPE / EMAP – 2018) O Conselho Nacional de Justiça é órgão que exerce o controle da atuação
administrativa, financeira e jurisdicional no âmbito de todo o Poder Judiciário.
12. (CESPE / MPE-PI – 2018) Os tribunais superiores têm sede na capital federal e jurisdição em todo o
território nacional; já o Conselho Nacional de Justiça também tem sede na capital federal, mas não exerce
jurisdição.
13. (CESPE / MPU – 2018) Nos casos de crime cometido por magistrados contra a administração pública
ou de abuso de autoridade, cabe ao CNJ representar ao Ministério Público.
14. (CEBRASPE / TC-DF – 2021) A respeito dos princípios fundamentais, de emenda constitucional, do
direito ao sigilo e da organização político-administrativa do Estado, julgue o item subsequente.
15. (CESPE / TJ-AM – 2019) Cabe ao STF processar e julgar ações contra o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
16. (CESPE / PGE-PE – 2019) Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de ações contra o
Conselho Nacional de Justiça.
17. (CESPE / MPC-PA – 2019) Servidora pública federal, residente e domiciliada no estado do Pará,
impetrou mandado de segurança para tutelar seu direito líquido e certo violado por ato ilícito praticado
pelo Tribunal de Contas da União.
Nessa situação hipotética, a competência originária para julgamento do mandado de segurança será
a) do STF.
b) do STJ.
c) exclusiva de órgão da justiça federal localizado no estado do Pará.
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18. (CESPE / MPU – 2018) O Presidente da República, embora nomeie os ministros que compõem o
Supremo Tribunal Federal, não interfere na função jurisdicional desse órgão.
19. (CESPE / MPU – 2018) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente,
ações contra o CNJ.
20. (CESPE / EMAP – 2018) Segundo a Constituição Federal de 1988, o título de bacharel em direito é
requisito indispensável ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.
21. (CEBRASPE / TCE-RJ - 2021) Compete ao STJ julgar os membros dos tribunais de contas estaduais
que tenham cometido crime de responsabilidade.
22. (CESPE/ TJ-PA -2020) Caso tribunal de justiça estadual profira decisão em última instância
denegando habeas corpus, caberá ao interessado interpor recurso
e) lei local válida contestada em face de lei federal por meio de recurso extraordinário.
24. (CESPE / TJ-AM – 2019) Os ministros do STJ são escolhidos pelo presidente do STF entre candidatos
indicados em lista sêxtupla e com aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal.
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25. (CESPE / MPE-PI – 2018) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente
mandados de segurança e habeas data contra ato de ministro de Estado.
26. (CESPE / MPU – 2018) Infração penal comum cometida por desembargador de tribunal regional
federal será julgada originariamente pelo Supremo Tribunal Federal.
Justiça Federal
27. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Compete ao CNJ eleger os órgãos diretivos do Tribunal Regional
Federal da 1a Região, bem como dispor sobre competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e
administrativos desse tribunal.
28. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Compete à justiça federal julgar processos em que a União seja
autora, ré ou assistente, inclusive os decorrentes de acidente de trabalho.
Justiça do Trabalho
29. (CESPE / TRT 7a Região – 2017) Após a aprovação pelo Senado Federal, a competência privativa para
nomear os ministros do Tribunal Superior do Trabalho é do
a) presidente do Congresso Nacional.
b) presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
c) presidente do Conselho Nacional de Justiça.
d) presidente da República.
30. (CESPE / TRT 7a Região – 2017) Pedro, brasileiro, ajuizou duas demandas contra seu empregador, a
XWZ Ltda., sociedade privada, com fins lucrativos. Em ambas, Pedro postulou a condenação do
empregador em danos morais e materiais. Na primeira demanda, a pretensão deduzida decorre do
tratamento dado a Pedro por sócio administrador, que, rotineiramente, utilizava apelido depreciativo para
se referir a Pedro — em razão de sua baixa produtividade —, inclusive na presença de outros trabalhadores
e até de clientes, causando-lhe constrangimento. Em decorrência das reiteradas condutas do empregador,
aquele apelido consolidou-se até mesmo entre seus amigos, embora sempre tenha sido refutado com
veemência por Pedro. Na segunda demanda, a pretensão decorre da mutilação de uma de suas mãos,
ocorrida durante o uso de uma máquina cortante em sua rotina laboral, o que culminou em sua
aposentadoria por invalidez. Nessa situação hipotética, o processamento e julgamento das ações é da
competência da justiça
a) comum estadual, para a primeira causa, e da justiça do trabalho, para a segunda.
b) do trabalho, para a primeira causa, e da justiça comum estadual, para a segunda.
c) comum estadual para ambas as causas.
d) do trabalho para ambas as causas.
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31. (CESPE / TCE-PA – 2016) O Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que a competência
para julgar ações oriundas da relação de trabalho entre servidores e administração pública é da justiça
federal, independentemente de serem servidores estatutários ou celetistas.
Justiça Eleitoral
32. (CESPE / TRE-BA – 2017) Quanto à competência e à organização dos órgãos da justiça eleitoral e à
legislação pertinente a esse segmento da justiça, julgue os itens a seguir:
I) Compete privativamente aos estados legislar sobre direito eleitoral.
II) Os juízes eleitorais são órgãos da justiça eleitoral.
III) O presidente da República poderá, em caso de relevância e urgência, editar medida provisória sobre
matéria eleitoral.
IV) O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu presidente e seu vice-presidente entre os desembargadores que
o compõem.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
33. (CESPE / TRE-BA – 2017) A Constituição Federal de 1988 estabelece que os tribunais regionais
eleitorais sejam compostos por dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral indicados pelo
a) Tribunal de Justiça.
b) Superior Tribunal de Justiça.
c) Presidente do Supremo Tribunal Federal.
d) Tribunal Superior Eleitoral.
e) Presidente da República.
34. (CESPE / TRE-BA – 2017) A Constituição Federal de 1988 elenca como órgãos da justiça eleitoral
a) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
b) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
c) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
e) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
35. (CESPE / TRE-PE – 2017) Segundo a CF, são órgãos da justiça eleitoral
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a) os cartórios eleitorais.
b) os juízes eleitorais.
c) os colégios eleitorais.
d) as mesas eleitorais.
e) as zonas eleitorais.
36. (CESPE / TJ-AM – 2019) Cabe ao Estado organizar a respectiva justiça estadual.
37. (CESPE / STM – 2018) O Superior Tribunal Militar é composto por quinze ministros vitalícios, que,
por serem todos oficiais oriundos das Forças Armadas, devem ser brasileiros natos.
38. (CESPE / STM – 2018) No Superior Tribunal Militar, poderá ser constituído órgão especial para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas de competência do tribunal pleno.
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GABARITO
1. CORRETA 14. ERRADA 27. ERRADA
2. LETRA D 15. CORRETA 28. ERRADA
3. CORRETA 16. ERRADA 29. LETRA D
4. ERRADA 17. LETRA A 30. LETRA D
5. LETRA D 18. CERTA 31. ERRADA
6. LETRA E 19. CORRETA 32. LETRA C
7. LETRA D 20. ERRADA 33. LETRA A
8. CORRETA 21. CORRETA 34. LETRA E
9. LETRA B 22. LETRA C 35. LETRA B
10. CORRETA 23. LETRA E 36. CORRETA
11. ERRADA 24. ERRADA 37. ERRADA
12. CORRETA 25. ERRADA 38. ERRADA
13. CORRETA 26. ERRADA
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