99-Texto Do Artigo-404-1-10-20121210
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1. Um breve histórico
De acordo com a LDB (1996) o ensino fundamental e o médio (nos quais o ensino
de língua estrangeira é compulsório) são componentes da educação básica, que, por sua
1 Professora do Curso de Letras, Língua Inglesa e Literaturas do Departamento de Educação (DEDC II) da
Universidade do Estado da Bahia, campus da cidade de Alagoinhas.
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n.01, dezembro de 2011
vez, de acordo com a Constituição vigente (art. 205), é um direito de todos os cidadãos,
sendo sua oferta um dever do estado.
No final da década de 1990, as autoridades educacionais afirmaram nos PCN do
ensino fundamental que “o foco na leitura pode ser justificado pela função social das
línguas estrangeiras no país e também pelos objetivos realizáveis tendo em vista as
condições existentes.”
A argumentação inclui o seguinte: “somente uma pequena parcela da população
tem a oportunidade de usar línguas estrangeiras como instrumento de comunicação oral,
dentro ou fora do país.” e “ as condições na sala de aula da maioria das escolas
brasileiras (carga horária reduzida, classes superlotadas, pouco domínio das habilidades
orais por parte da maioria dos professores, material didático reduzido a giz e livro didático
etc.) podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades comunicativas.” (BRASIL, 1998,
p. 18)
Já nos PCN do ensino médio, as autoridades sugerem que o ensino de línguas
estrangeiras deva se concentrar no desenvolvimento integral da competência
comunicativa, uma vez que afirmam que “ (...) o estudante precisa possuir um bom
domínio da competência gramatical, sociolinguística, da competência discursiva e da
competência estratégica. Esses constituem, ao nosso entender, os propósitos maiores do
ensino de Línguas Estrangeiras no Ensino Médio.” (BRASIL, 1998, p.30)
Confrontando-se os dois textos, tem-se a impressão de que tratam do ensino de
línguas estrangeiras em dois países distintos. Um com condições para viabilizar um
ensino comunicativo de línguas estrangeiras, no qual a competência comunicativa é
relevante, e outro exatamente o oposto.
Mais de dez anos depois da apresentação dos PCN à sociedade, a grande maioria
dos alunos ainda não teve a oportunidade de participar de cursos de leitura nos quais eles
pudessem ter acesso a, por exemplo: treinamento estratégico, ensino planejado de
vocabulário, instruções sobre como explorar um dicionário bilíngüe, textos que contribuam
para seu conhecimento enciclopédico e enriquecimento cultural, nem a um ensino que
favorecesse o desenvolvimento da competência comunicativa.
Também nos PCN se reconhece que uma das funções do ensino médio é o
compromisso com a educação para o trabalho, e que a língua inglesa é de grande
importância na vida profissional das pessoas. Constata-se, pois, que é “imprescindível
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sido alvo de críticas. Uma das mais importantes refere-se ao fato de muitas delas não
aproveitarem as oportunidades que o ensino de línguas estrangeiras oferece para
promover a apreciação e o respeito pelas diferenças. Outra é o fato de serem pouco
criteriosas na escolha do material didático, adotando livros onde constam situações que
reforçam os preconceitos e estereótipos os quais o ensino de línguas estrangeiras poderia
ajudar a combater. Apenas uma minoria dessas escolas constitui-se em exceção.
3 Perspectivas e desafios:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Artigos 205 e 206. Rio
de Janeiro: Saraiva, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia da Atonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997, p.84.
KICKBUSH, K. Class sizes. 2000, diponível em
<http://www.weac.org/Issues_Advocacy/Resource_Pages_On_Issues_One/Class_Size/gr
eat_schools_reduced_class_size.aspx>. Acesso em 20 jan 2010.