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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1. Os dois modelos de análise em Sociolinguística são: a Linguística do Sistema e a


Linguística do Uso/Funcionamento do Sistema (Charles Morris). A primeira, tem como
referência a competência linguística (N. Chomsky) e a noção de langue (Saussure); “é
dominada, do ponto de vista metodológico, pelo princípio da imanência”
(Joaquim,1994), abandonando os contextos e aplicando a enunciação ao estudo das
regularidades do sistema; utiliza o estudo do significado “como configuração estável de
índole marcadamente informativa-representativa-descritiva” (Joaquim,1994); e
“preocupa-se com a clara definição de um campo autónomo para a reflexão sobre a
linguagem e as línguas naturais, fechando-se à consideração de articulações que não
ignora” (Joaquim,1994). Contrariamente, a segunda, tem como referência a
competência de comunicação; recusa o princípio da imanência, considerando os
contextos e a enunciação, minimizando problemas de autonomia da reflexão linguística,
abrindo-se ao discurso e visualizando realidades exteriores às línguas; e utiliza signos e
combinações dos mesmos, consoante a adequação destes aos contextos, vendo as
unidades linguistas como ocorrências.

Bibliografia:

Fonseca, Joaquim (1994) "O lugar da Pragmática na Teoria e na Análise Linguísticas"


in Fonseca, J. (1994) Pragmática linguística. Introdução, teoria e descrição do
Português, Porto, Porto Editora, pp. 95-104. Também disponível em
http://www4.crb.ucp.pt/biblioteca/mathesis/Mat3/mathesis3_35.pdf

2. Atendendo o diálogo, percebe-se que este é feito entre dois conhecidos, na


medida em que são usadas expressões como “desculpe” e “lhe” que mostram
distanciamento entre o locutor e o alocutário. Numa relação de proximidade, seria
tendencialmente o “tu”, além de que, não podem ser dois colegas de trabalho, nem
amigos. Além disso, segundo as máximas de Grice, relativamente à máxima de
qualidade, entre A2 e B2, denota-se a resposta em B2 não corresponde às máximas de
qualidade, na medida em que não satisfaz na totalidade a curiosidade exposta na questão
de A2. Quanto à máxima de quantidade, na medida em que as respostas são objetivas,

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pode dizer-se que correspondem. E, na máxima de relevância, é percetível que há uma
contribuição conversacional relevante, não há fuga do tema, logo, corresponde.

A nível de delicadeza, em A1 é feito um ato ilocutório expressivo, de elogio, o


qual remete-nos para a delicadeza positiva, para com a face positiva do alocutário. Em
B1, é utilizada a delicadeza negativa para com a face positiva do alocutário, usando o
ato ilocutório assertivo, com o valor de sinceridade. Em A2, é um ato ilocutório de
pergunta, com o objetivo de levar o alocutário a realizar o ato futuro Q de lhe responder
à questão, utilizando uma delicadeza negativa para com a face negativa do alocutário.
Em B2, é novamente um ato ilocutório expressivo, que demonstra o descontentamento
de B2 perante a sua empresa, utilizando uma delicadeza negativa para com a face
positiva do alocutário, evitando uma crítica muito forte.

Bibliografia:

Carreira, Maria Helena (s/d), “Formas de Tratamento de Português como designação do outro e
de si: Perspectivas de investigação e transposição didáctica”. Universidade Paris VIII.
Disponível em: http://varialing.web.ua.pt/wp-content/uploads/2017/03/Helena-
Carreira_PLE1.pdf;

CARREIRA, Maria Helena (s/d), “Formas de Tratamento de Português como designação do


outro e de si: Perspectivas de investigação e transposição didáctica”. Universidade Paris
VIII. Disponível em http://varialing.web.ua.pt/wp-content/uploads/2017/03/Helena-
Carreira_PLE1.pdf;

Gouveia, Carlos (2008) As dimensões da mudança no uso das formas de tratamento em


Português Europeu. In Isabel Margarida Duarte e Fátima Oliveira (orgs.) O Fascínio da
Linguagem. Porto: FLUP, pp.91-99.https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/6695.pdf;

Marques, Maria Emília Ricardo (1995) “Sociolinguistica”, Manual de Sociolinguistica, Lisboa:


Universidade Aberta. Pp. 42-43.

3. Na citação de Gumperz, é possível denotar uma referência à intersubjetividade,


na medida em que cooperação, corresponde ao EU (locutor) que é o falante num
determinado momento (aqui, agora), e um TU (alocutário) com o qual o locutor
estabelece uma relação e esta se denomina de intersubjetiva. Outro fator a atender, são

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os princípios conversacionais, os quais descrevem o comportamento dos falantes e as
normas de conduta linguística utilizadas pelos mesmos, em prol de estes estabelecerem
um raciocínio no seu discurso e interpretarem-se mutuamente. Não obstante, Gumperz
destaca ainda as estratégias discursivas, as quais se regem por diversos fatores, como a
linguagem corporal, postura, entoação, entre outros, que permitem avaliar o
relacionamento social e assumir o modo como estão organizadas as relações em
variados contextos situacionais. Além destes, Gumperz também refere na sua teoria o
espaço internacional, o qual, deve atender às normas de delicadeza, na medida em que
num discurso existe a confirmação e a reprovação (entendimento), que procuram o
equilíbrio do discurso, atendendo às faces de comunicação (Goofman, 1987). Um
discurso cujo haja falta de delicadeza, será curto e breve. A delicadeza, baseada na
cortesia, é que permitirá a continuação de um diálogo. Isto, remete-nos para a etnografia
da fala (Gumperz), a qual prioriza a competência de comunicação e descreve a
multiplicidade de acontecimentos e atos de fala que são passíveis de coexistir num
discurso.

Bibliografia:

Gumperz, John J. (2001) “Interactional sociolinguistics: a personal


perspective, Schiffrin, D. et al. (eds.) The handbook of discourse analysis,
Oxford/ Massachusetts, Blackwell, pp. 215 - 228.Disponível em:
https://elearning.uab.pt/pluginfile.php/1920198/mod_label/intro/Gumperz
%20%282001%29_ficha%20de%20leitura_recurso%203.pdf;

Gumperz, Jonh /1981), tradução para o espanhol do artigo “As bases linguísticas da
competência comunicativa”. Disponível em:
https://elearning.uab.pt/pluginfile.php/1920198/mod_label/intro/gumperz-las-
bases-lingui%CC%81sticas_recurso%204.pdf?time=1650973140670;

GYULAI, Éva (2011). Abordagem das Formas de Tratamento nas Aulas de Português


Língua Segunda/Língua Estrangeira. Relatório de Estágio. Mestrado em
Português Língua Segunda/ Língua Estrangeira. Porto: FLUP. Disponível em:
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/57348/2/TESEMESEVAGYUL
AI000147869.pdf;

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Marques, Maria Emília Ricardo (1995) “Sociolinguistica”, Manual de Sociolinguistica,
Lisboa: Universidade Aberta. Pp. 41-43;

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