Educação para o Sentido

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA-

PARAÍBA- BRASIL

Educação como ferramenta para o encontro do sentido

La educación como herramienta para cumplir con el sentido

Thiago Antonio Avellar de Aquino E-mail: [email protected]


Juventude: fase da vida caracterizada pela
busca de um sentido

"Você não pode começar um incêndio sem uma faísca" - Bruce


Springsteen
"Uma chama poderosa segue uma pequena faísca" - Dante
"Deve haver uma centelha de busca de sentido" - Frankl
Valores
Sentido da vida
Juventude:

Descobrir metas e sentidos


Despersonalização da juventude

Fazer o que os Fazer o que os


outros querem outros fazem
Conformismo
Individualismo Conformismo
Autotranscendência
Individualismo Conformismo
Elementos para uma Logo-Educação:

EDUCAR
PARA

TRABALHAR
• Homo-
Amans • Homo- • Homo-Patiens
Faber
SUPORTAR O
AMAR SOFRIMENTO
Educar para liberdade e responsabilidade
A educação necessita adentrar na dimensão noética
Aprendizagem
significativa
Aprendizagem por
condicionamento
Educação
para o corpo
"Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que
posso ir mais além" (Paulo Freire)
Vivemos na era da sensação de falta de sentido.
Nesta nossa época, a educação deve procurar não
só transmitir conhecimento, mas também aguçar a
consciência, para que a pessoa receba uma
percepção suficientemente apurada, que capte a
exigência inerente a cada situação individual.
Nem os pais e nem os professores são corajosos o suficiente
para desafiá-los: não crie tensões, não coloque stress neles.
Entretanto, até mesmo Hans Selye, o homem de Montreal que
criou o conceito de stress, recentemente publicou um estudo
em que ele diz que o stress é o sal da vida, que o homem
necessita de tensões - eu diria de forma mais cautelosa que o
que ele necessita é de uma quantidade saudável de tensão.
• O sentimento de vazio e falta de sentido por
parte dos estudantes é reforçado pelo modo
reducionista por meio do qual as descobertas
científicas lhes são apresentadas (Frankl,
2011, p. 108)
• Os alunos são expostos a um processo de
doutrinação que mescla os princípios de uma
teoria mecanicista do ser humano e uma
filosofia relativista (Frankl)
Parábola do homem
moderno

“Um homem moderno


perdeu-se no deserto.
Durante dias arrastou-se,
desorientado, pelas dunas
de areia; a inclemência do
sol ardente foi
desidratando seu corpo.
De repente, a uma certa
distância, avistou um
oásis. “Ah”, disse a si
próprio, “esta é uma
miragem que quer me
enganar!”
Aproximou-se do oásis,
o qual não desapareceu.
Diante de seus próprios
olhos irritados surgiram
tamareiras, pedaços de
relva verde e, sobretudo,
uma nascente de água
murmurante. “Isso não
passa de fantasias
produzidas pela fome e
de alucinações
auditivas”, dizia para si o
andante exausto, “como
é cruel a natureza!”
Pouco tempo depois,
dois beduínos
encontraram-no morto.
“Você entende uma coisa
dessas? “ perguntou um ao
outro. “As tâmaras
praticamente estavam ao
alcance de sua boca, havia
uma nascente ao lado dele, e
ele morre de fome e sede!
Como isto é possível?”
“Bem”, respondeu o outro,
“ele era um homem
moderno” (Lukas,1992, p.
45)
“Seres humanos não são objetos de existência
semelhante a cadeiras e mesas; eles vivem! E
se eles sentirem que suas vidas estão sendo
reduzidas à mera existência de cadeiras ou
mesas, eles cometem suicídio” (William Irwin
Thompson)
A educação pode estar
causando e reforçando o
vazio existencial quando
apresenta um modelo
reducionista, em que os
fenômenos
especificamente humanos
são relegados a um plano
inferior (Frank, 2003b).
Dois vizinhos estavam
brigando porque um
acusava o gato que
pertencia ao outro de ter
comido um quilo de
manteiga. O outro vizinho
nega que o gato tivesse
comido a manteiga e
resolve ir a presença do
rabino, pedindo-lhe um
julgamento salomônico
Você concorda que o gato
tenha comido um quilo de
manteiga?
Tragam-me o gato
Tragam-me uma balança
Exatamente 1 Kg!
Agora eu tenho a
manteiga, mas onde está
o gato?
Por outro lado, a
educação que leva em
consideração a
consciência ajuda os
jovens a se confrontarem
com uma tarefa
significativa, o que os
imuniza contra o
narcisismo e a
autorrealização excessiva
(Frankl, 1987).
Educação &
Prevenção

Vazio
existencial na
Adolescência.
Modus operandi
Um grupo de encontro adequadamente
concebido pode com certeza oferecer um
contexto de assistência mútua para a discussão
do sentido da vida (Frankl)
O grupo de encontro pensado corretamente não
apenas favorece a auto-expressão de cada participante
mas também promove sua autotranscendência (Frankl)
Ortiz (2006), o grupo de prevenção “invita a
centrarse en los recursos personales y en como la
persona puede enfrentar sus próprias dificultades”
Segundo Pacciolla uma prevenção do vazio existencial na adolescência
deva constar de alguns elementos fundamentais, tais como:

Apresentar modelos de seres


Humanos que conseguiram dar um
significado a vida

Educar para os valores e para a


responsabilidade

Desenvolver a capacidade prospectiva


do adolescente para programar o seu
futuro de uma forma realística.
Possibilitar a construção de um Redirecionar as pessoas para a
espaço onde os participantes descoberta da dignidade
possam compartilhar suas incondicional como ser humano,
experiências e estabelecer um bem como proporcionar a
maior estreitamento nas descoberta de opções mais
relações de amizade; significativas.

Objetivos do
projeto de
intervenção:

Despertar as pessoas para a


Proporcionar uma reflexão vivência de valores, pois só na
profunda sobre o ser e o vir-a- consumação dos valores o ser
ser. humano realiza-se como pessoa
existencial
Professores

A quem se
Assistentes destina a
Pedagogos
sociais. Etc. proposta de
intervenção?

Psicólogos
Princípios para o andamento do grupo:

Garantia de
sigilo por
Compartilhar todos os
experiências e participantes.
Todas as idéias não indicar
dos caminhos;
participantes
Não haverá devem ser
censura de valorizadas;
idéias e
opiniões;
A participação
é livre e
espontânea;
Características do Educador
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO MÉTODO DE INTERVENÇÃO:

FÁBULAS PARÁBOLAS

DIÁLOGO
SOCRÁTICO

DILEMAS
EXISTENCIAIS POEMAS
Exemplos de perguntas socráticas:

• “Que ocorreria se...?”,


• “Qual poderia ser...?”,
• “Qual deveria ser...?”
Parábola “narração Fábula narração
alegórica na qual o alegórica cujas
conjunto de elementos personagens são, por via
evoca, por comparação, de regra, animais, e que
outras realidades de encerra uma lição moral”
origem superior”,

Ferreira, (1975).
“Com freqüência se fala do ‘poder
curativo da leitura’. Todavia, esse
poder tem um certo encanto pelo fato
de não se poder prever os seus
efeitos. Não se pode prescrever um
texto, por melhor que seja, da mesma
forma como se prescreve um
medicamento, prevendo os seus
efeitos. É preciso que a pessoa esteja
aberta à sua mensagem num
momento de particular receptividade
para que ela possa exercer seu poder
de cura. E neste caso podem
acontecer coisas surpreendentes:
começam a brotar fontes de uma vida
cheia de sentido” (Lukas, 2002,
p.76)
Um livro deve ser também um
elixir de vida
que possa
Cuidadosamente
Os rostos contraídos
Alisar (E. Lukas)
Havia querido simplesmente
transmitir ao leitor, através
de um exemplo concreto,
que a vida tem um sentido
potencial sob quaisquer
circunstâncias, mesmo as
mais miseráveis
(V. Frankl)
• Usado no momento certo e da maneira certa,
uma história pode-se tornar o ponto central
do esforço terapêutico e pode levar a
mudanças de atitude e comportamento
Função essencial
• Promove mudança de perspectiva
• Ensina as lições da vida
• Preenche a grande necessidade de informação
• Ajuda para lidar com os problemas da vida
Paul Claudel deu-nos um conto
chamado Os
Três Escultores que, ao pé de
uma catedral Européia estão
fazendo o mesmo trabalho:
esculpindo pedras, e um
homem chega e pergunta a
cada um deles:
O que você está fazendo?
Resposta do primeiro escultor:
Eu estou esculpindo pedras
Resposta do segundo escultor:

- Ganho a minha vida


Resposta do terceiro escultor:

- Eu estou construindo uma


catedral!
Funções das histórias
(Nossrat Peseschkian)

Função do espelho

O leitor pode projetar as suas


necessidades na história e
moldar os seus significados
de uma maneira que reflitam
as suas próprias estruturas
psíquicas no momento
Função de modelo

Produzem situações
de conflitos e revelam
soluções possíveis, i.
e., elas assinalam os
resultados de
tentativas individuais
de resolver conflitos
Histórias como transmissores de tradição

• As histórias transmitem tradições. Portanto


uma história vai além de uma vida individual
momentânea.
Histórias como contraconceitos

Encorajam mudanças de
perspectivas e experimentação
com conceitos incomuns e
soluções possíveis
O objetivo: validar uma proposta de prevenção do vazio
existencial em um grupo de estudantes adolescentes.

Participantes: 33 estudantes que estavam no segundo ano


do ensino médio, sendo 11 do sexo masculino e 22 feminino,
com idade média de 16,5 anos e amplitude de 14 a 18. Os
participantes foram distribuídos aleatoriamente em dois
grupos.

grupo experimental: Os adolescentes participaram de um


programa de intervenção denominado prevenção do vazio
existencial, com o objetivo de aumentar a sensação de
sentido de vida.
No primeiro encontro, foi aplicado o pré-teste (Pil-test) tanto
para o grupo experimental quanto para o grupo controle, e, ao
término, foi aplicado o pós-test para os dois grupos.
Encontros Objetivo dos Encontros

1- A dimensão do espírito humano Refletir sobre a dimensão especificamente humana,


bem como sobre o estilo de vida dos participantes.

2- Vontade de sentido Refletir sobre a motivação do ser humano perante a


sua existência finita.
3- Liberdade e responsabilidade Descobrir as duas dimensões do existir humano: a
liberdade e a responsabilidade.
4- Auto transcendência Refletir sobre uma das características antropológicas
concebidas por Frankl: a auto transcendência.

5- Conformismo e totalitarismo Discutir com os jovens o conformismo e o


totalitarismo, dois sintomas do vazio existencial que
caracterizam a nossa sociedade.
6- Descobrindo nosso valor como ser Conscientizar os participantes do valor da vida e a
humano dignidade do ser humano.
7- Encontrar sentido em situações-limite Refletir sobre as possibilidades de sentido nas
situações imutáveis da vida.
Encontros Objetivo dos Encontros

8- Dizer sim para a vida apesar de tudo Refletir sobre as posturas e atitudes perante as
dificuldades da vida.
9- O supra-sentindo Refletir sobre a crença incondicional no sentido
incondicional da vida.
10- A descoberta de sentido Refletir sobre a incondicionalidade do sentido da
vida.
11- Projeto de vida Estimular os participantes a construir o projeto de
vida.
A águia e a galinha
O sábio e o equilibrista

-“O segredo está em seus olhos porque sempre que você mantinha um bom
equilíbrio não olhava para baixo, para o arame, mirava firme para frente, para o
bastão que marca a extremidade do arame”.
- No final da sua caminhada, quando você fez a meia-volta, por um momento, deixou
de olhar para o bastão, perdeu sua referência, neste momento desequilibrou-se.
Logo que ergueu os olhos e fixou-os no outro bastão da extremidade de onde veio, aí
sim recuperou seu equilíbrio”.
Há uma
responsabilidade
Diante de meus atos:
Sou responsável!
Pelo que faço, digo,
decido...
Mas há também uma
Responsabilidade
Pela maneira como
os faço:
Sou responsável
pelo modo
Como vivo, amo e
sofro...
(Elisabeth S. Lukas,
1993)
“Você é filho de seu passado, mas não escravo de seu
passado, você é pai do seu porvir” (Gerônimo Acevedo)

Para encerrar o encontro o orientador pode pedir que os participantes


completem a seguinte sentença:

Eu não sou livre de: Eu sou livre para:


Projeto de vida
“Um escultor trabalha em uma grande oficina, rodeado de
crianças. Todas as crianças do bairro são suas amigas. Um
belo dia o prefeito lhe encomendou um grande cavalo para
uma praça da cidade. Um caminhão trouxe a oficina o bloco
gigante de granito. O escultor iniciou o trabalho, subiu em
uma escada, a golpes de martelo e cinzel. As crianças
olhavam o seu trabalho. Então, as crianças partiram de
férias, rumo as montanhas ou a praia. Quando
regressaram, o escultor lhes mostrou o cavalo pronto. E
uma das crianças, com os olhos muito abertos, lhe
perguntou:
- Mas como sabias que dentro daquela pedra havia um
cavalo?” (Galeano, 1988, p. 206)
Figura 1 - Escores médios do grupo
experimental e controle na subescala
desespero existencial
Figura 2 - Escores médios do grupo
experimental e controle na subescala
realização existencial
Figura 3 – Escores médios do grupo
experimental e controle na subescala vazio
existencial
Considera-se que tenha sido uma contribuição
significativa da aplicação de uma teoria clínica, a
logoterapia e a análise existencial, em uma
situação de grupo, tendo sido feita a adaptação de
sua linguagem filosófica por meio da narratividade.
observou-se, por meio da intervenção,
que os adolescentes do grupo
experimental puderam articular a leitura
às experiências vividas, o que lhes
forneceu novas estratégias de
enfrentamento perante as dificuldades
no quotidiano
Os resultados permitiram argumentar a
favor da adequabilidade e da eficácia da
intervenção do ponto de vista de temas e
técnicas escolhidos bem como das
condições relativas ao processo grupal,
utilizando a logoterapia e a análise
existencial como referencial teórico
http://espiritualidadesentido.yolasite.com/

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