3
3
3
“El fútbol ofensivo es infinito, interminable. Por eso es más fácil defender que
crear. Correr es una decisión de la voluntad, crear necesita del indispensable
requisito del talento.”
iii
Resumo
O presente relatório engloba três áreas, sustentadas por uma revisão de literatura
que contempla tanto conteúdos associados ao jogo, ao treino e à observação e análise,
como também à contextualização relativamente às teorias psicológicas que procuram
compreender e descrever o comportamento humano.
iv
Abstract
The professional internship was held in the Under-17 team of C.F. "Os
Belenenses", during the 2017/2018 sports season, taking on duties as Assistant Coach
and Performance Analyst.
This report includes three areas, supported by a literature review which content
focuses the game, training and observation and analysis, providing also a vision about
the psychological theories that seek to understand and describe human behavior.
In the first one, the focus is on describing the processes of designing a form of
play (Game Model), presenting the weekly training schedule and specifying the work
that involves the strategic preparation of the game, using a Department of Observation
and Analysis.
The third, for the community involved in the phenomenon that is football, is the
organization of an event that promotes reflection on how the adopted Game Model is
worked and developed in collective and individualized training, how it interacts with the
Observation and Analysis Department, and, finally, adjusts with and according to the
opponent.
v
Lista de Abreviaturas
CC – Corredor Central
CL – Corredor Lateral
GR – Guarda-redes
MC – Meio-campo
TP – Tempo de Prática
TT – Tempo Total
vi
Índice
Dedicatória ii
Agradecimentos iii
Resumo iv
Abstract v
Lista de Abreviaturas vi
Índice de Tabelas x
Índice de Figuras xi
vii
3. Época 2017-2018: organização, planeamento e gestão do processo de treino e
competição (Área 1)__ _______________________________________________29
3.5. Operacionalização________________________________________________46
viii
5.4. Conceptualização da Sessão _____________________________ __________67
8. Anexos ______________________________________________________ __ 84
ix
Índice de Tabelas
Tabela 8 - Determinação da ordem dos valores obtidos para a orientação para o ego.
Tabela 9 - Determinação da ordem dos valores obtidos para a orientação para a tarefa.
x
Índice de Figuras
xi
1. Introdução
O presente relatório de estágio foi realizado durante o 2º ano do ciclo de estudos
do Mestrado em Treino Desportivo na Faculdade de Motricidade Humana da
Universidade Técnica de Lisboa, com o intuito de obter o reconhecimento de
qualificações relativas ao grau de mestre e ao Grau II de Treinador de Futebol.
1
as minhas funções consistiam em desempenhar tarefas em vários momentos do treino, tanto
a controlar/orientar exercícios como a dar feedback específico para determinados
comportamentos/ações. Em alguns momentos, aconteceu também ficar responsável pelo
planeamento da sessão de treino, efetuando o mesmo em conjunto com um colega. Quanto
à observação e análise, as tarefas que me endereçavam alternaram entre a análise da
própria equipa e a análise do adversário seguinte. No caso da primeira, fiquei
responsável por elaborar um ficheiro de vídeo sobre todos os momentos do jogo,
focando aspetos positivos e aspetos a melhorar. Na análise do adversário, fiquei
encarregado de elaborar uma apresentação em Powerpoint, - preparando já o dia do
jogo (sequência de resultados do adversário nos últimos três jogos, dimensões do campo
de jogo e condições climatéricas), projetando o onze inicial mais provável do adversário
e caracterização individual dos jogadores e, por fim, um ficheiro de vídeo onde
abordava as características coletivas do adversário em cada momento do jogo, bem
como nos esquemas táticos. No dia de jogo, assumi funções no aquecimento, bem
como, durante o decorrer do encontro, orientar os esquemas táticos a partir do banco,
corrigindo posicionamentos e preparando alterações consoante as substituições.
2
1.1. Caracterização do Clube de Futebol “Os Belenenses”
No futebol, para além dos escalões do C.F. “Os Belenenses”, o clube constituiu
também uma rede de escolas de formação, com o nome de Escola de Futebol Os
Belenenses, com representação em diversas zonas do distrito de Lisboa. A existência
desta rede de escolas possibilita a deteção de um maior número de talentos, sendo
frequente a integração de atletas provenientes destas instituições.
3
1.2. Caracterização da Competição
O Campeonato Nacional de Juvenis organiza-se ao longo de três fases, na última
das quais as seis melhores equipas disputam o título de campeão nacional do escalão.
De acordo com o formato atual, cada edição do campeonato conta com a participação de
48 equipas
Na 1ª Fase, as equipas encontram-se distribuídas em quatro séries mediante a sua
localização geográfica. Assim, os lugares de acesso à segunda fase do Campeonato
Nacional de Juvenis são disputados entre 12 equipas, entre as quais só as quatro
primeiras de cada série passam para a fase seguinte do apuramento de campeão. As
restantes, apesar de continuarem em competição, realizam a fase de
manutenção/descida. Ao longo da primeira fase, as equipas só jogam entre si uma vez,
de acordo com o sorteio inicial, tanto podem jogar em casa como fora.
A 2ª Fase do apuramento de campeão, à semelhança 2ª Fase de
manutenção/descida, engloba séries de oito equipas com a diferença de que no
apuramento de campeão se constituem duas séries, enquanto que na fase de
manutenção/descida se formam quatro. Ao longo da 2ª Fase, a competição é feita em
formato casa-fora. A passagem à terceira e última fase do apuramento de campeão pode
realizar-se de duas formas:
4
1.3. Definição de Objetivos
Os objetivos foram estabelecidos de forma sequencial e complementar, de forma
a chegar ao objetivo principal, claro para todos desde o início da época: a ida à 3ª Fase
do Apuramento de Campeão Nacional de Juvenis.
Considerou-se importante realizar este exercício de definição de objetivos,
inicialmente feito dentro da equipa técnica, quase em forma de debate, para obter os
“objetivos-padrão”, na linha dos quais se devia ajustar consoante as respostas dos
jogadores. Posteriormente, apresentaram-se as mesmas questões ao plantel, por forma a
saber qual a posição dos atletas relativamente ao que pensavam ser possível atingir para
cada fase da época. Esta partilha com o grupo e ajuste consoante a perspetiva de ambas
as partes (jogadores e equipa técnica) teve também como objetivo criar um ambiente de
pertença ao grupo e compromisso face o que havia sido “acordado”.
Na 1ª e 2ª fases, a definição de objetivos foi feita de forma mais detalhada, jogo
a jogo, abordando aspetos como pontuação a obter, classificação a obter (Top-2, Top-3,
…), total de golos marcados e sofridos ou jogos a marcar e sem sofrer golos. Os aspetos
motivacionais foram controlados através de cartazes com imagens ou mapas de
resultados, de forma a que os jogadores soubessem em que parte do caminho nos
encontrávamos, bem como os passos (entenda-se pontos) necessários para o alcance das
metas.
Na 3ª fase, uma vez alcançado o grande objetivo da época, pretendeu-se retirar
alguma pressão em termos de resultados, colocando menos objetivos ao plantel. Nesta
fase da época ocorreu também lançar objetivos para uma determinada série de 2/3 jogos,
sobretudo quando nos deparámos com uma série de resultados inabitual face aos que
havíamos alcançado antes. Assim, a divulgação de objetivos foi feita mais no momento
do que havia sido feito previamente. Nesta fase da época, também por considerar o
desgaste dos jogadores, a motivação foi estimulada via vídeo. Escolheram-se
momentos-chave para o fazer e recorreu-se a uma seleção minuciosa dos conteúdos a
aparecer de forma a ter o impacto desejado no grupo.
5
2. Revisão de literatura de suporte à prática profissional
2.1. O Jogo de Futebol
O Futebol é uma modalidade desportiva inserida nos designados jogos desportivos
coletivos (JDC) (Garganta & Gréhaigne, 1999). Institucionalizado em 1863 pela Football
Association, é uma das modalidades desportivas mais populares do mundo (Santos, Castelo
& Silva, 2011). O Futebol possui uma estrutura formal (terreno de jogo, bola, regulamento,
companheiros, adversários) e uma estrutura funcional, que decorre das ações de jogo
enquanto resultado da interação entre os companheiros de uma mesma equipa em torno da
bola, no sentido de conseguirem vencer a oposição dos adversários e atingir os objetivos
propostos (Garganta, 1997). McGarry et al. (2002) defendem a existência de uma simetria
ataque-defesa, na qual o atacante (ator) se esforça por quebrá-la enquanto o defesa (reator)
tenta manter ou restaurá-la em todos os momentos. Segundo os mesmos autores, a
dualidade de propósito identificada anteriormente significa que cada jogador alterna no
papel de ator e reator conforme o contexto do jogo exigir.
O quadro do jogo é organizado e conhecido, mas o seu conteúdo é sempre
surpreendente, imprevisível, incerto, aleatório (Garganta & Gréhaigne, 1999), decorrendo
numa cadeia de equilíbrio e desequilíbrio (Garganta & Cunha e Silva, 2000), cooperação e
oposição entre colegas e adversários (Aquino, Gonçalves, Vieira & Oliveira, 2016).
Conforme sustenta Castelo (1994), trata-se de um sistema aberto, dinâmico, complexo e
não-linear, no qual coexistem subsistemas hierarquizados que interagem através de
conexões múltiplas. No concurso das equipas para um objetivo comum e no permanente
antagonismo destas, de acordo com as diferentes fases que atravessa, o jogo apresenta-se
como um fenómeno de contornos variáveis no qual as ocorrências se entrelaçam umas nas
outras. As competências dos jogadores e das equipas não se confinam, portanto, a aspetos
pontuais, mas reportam-se a grandes categorias de problemas, pelo que se torna necessário
perceber o jogo na sua complexidade. As equipas de Futebol operam como sistemas
dinâmicos que se confrontam simultaneamente com o previsível e o imprevisível, com o
estabelecido e a inovação. O decorrer do jogo dá-se na interação, e através da interação, das
regras constitutivas do jogo, o acaso e a contingência de acontecimentos específicos com as
escolhas específicas e as estratégias dos jogadores, viradas para a utilização das regras e do
acaso para criarem novos cenários e novas possibilidades (Garganta & Cunha e Silva,
2000). O objetivo final é a introdução da bola
6
o máximo número de vezes possível dentro da baliza adversária, evitando que o
oponente consiga fazer o mesmo.
Garganta (1997), refere que Futebol não é apenas um jogo desportivo coletivo,
ou um espetáculo desportivo, mas também um meio de educação física e desportiva, um
campo de aplicação da ciência e uma disciplina de ensino.
Coabitam e interagem (dentro e entre si) dois sistemas cujo confronto proporciona o
jogo. Estes exibem a capacidade de se auto-organizarem e de se autotransformarem,
comportando-se como unidades organizadas com uma rede de processos de autoprodução e
autotransformação de comportamentos dos seus componentes (Garganta & Gréhaigne,
1999). Uma vez que existem duas equipas em oposição, uma abordagem sistémica do
desporto coletivo possibilita a consideração de dois principais níveis organizacionais, tendo
em conta as suas características estruturais e funcionais: "jogo" (o conjunto composto pelo
confronto das duas equipas) e "equipa" (Gréhaigne & Godbout, 1995). Estes autores
entendem por nível estrutural, a organização espacial dos elementos constituintes do
sistema (propriedade sincronizada). Relativamente ao aspeto funcional, englobam vários
processos relacionados com o tempo, como trocas e/ou reorganização dos elementos
(propriedade diacrónica). As equipas são “estruturas dissipativas”, na medida em que
desenvolvem o estado longe-do-equilíbrio (aptos a criar e inovar), uma nova e mais
complexa forma de comportamento cuja principal propriedade é, como referem Prigogine e
Stengers (1984, cit. por Garganta & Cunha e Silva, 2000), requerer inputs contínuos de
energia e informação para se manterem. A principal propriedade funcional desses sistemas
é a capacidade de aprender, isto é, cada equipa poder aprender em equipa (Gréhaigne &
Godbout, 1995).
Na opinião de Marcelo Bielsa, apresentada na sua biografia, o futebolista deve ser
pensante, inteligente, com capacidade interpretativa de cada uma das variantes do jogo
(Sienosiain, 2009). Segundo Garganta et al. (2013), para compreender o jogo, os jogadores
devem ser capazes de organizar as ações em função do contexto. Neste sentido, as
competências de leitura do ambiente e a execução das habilidades dependem do
entendimento que se tem do jogo: vemos e entendemos o jogo, sobretudo, a partir dos
conceitos, dos significantes, o que quer dizer que os problemas se colocam, em larga
medida, ao nível da organização da informação e, sobretudo, da capacidade para
descodificar o significado dessa informação (Garganta et al., 2013). Segundo Garganta e
Cunha e Silva (2000), o jogador participa num jogo cujo resultado está para ele em aberto,
devendo fazer uso de todas as suas capacidades, para se afirmar como jogador e não se
7
tornar apenas um joguete do acaso. O acaso, segundo Eigen e Winkler (1989, cit. por
Garganta & Cunha e Silva, 2000) é o que designamos por “sorte” quando nos é
favorável e por “azar” quando nos é desfavorável.
Segundo Garganta e Cunha e Silva (2000), no concurso das equipas para um
objetivo comum e no permanente antagonismo destas, o jogo apresenta-se como um
fenómeno de contornos variáveis, no qual as ocorrências se intrincam umas nas outras,
com as competências dos jogadores e das equipas a não se confinarem a aspetos
pontuais mas a grandes categorias de problemas. Existe uma lógica interna que decorre
da relação de oposição que, em cada sequência de jogo, gera uma dinâmica de
movimento global de um alvo ao outro, e cujo sentido pode a cada momento inverter-se.
Cada sujeito percebe o jogo e as suas configurações em função das aquisições anteriores
e do estado presente. Para os autores, o que faz o jogo é a transformação da causalidade
em casualidade, ou seja, aproveitar o momento, e quem ensina a aproveitar o momento
são a estratégia e a tática. Ainda segundo os mesmos autores, a compreensão do
desenvolvimento do jogo e da relação de forças produzida passa, invariavelmente, pela
identificação de comportamentos que testemunham a eficiência e eficácia dos jogadores
e das equipas nas diferentes fases do jogo.
8
limitará o grau em que ele é capaz de usar a sua técnica e habilidade no
desenvolvimento da estratégia de jogo da equipa, referindo também que a aptidão
psicológica também está necessariamente ligada ao grau de aptidão física e deve ser
reconhecida como tal por um treinador.
McGarry et al. (2002) sugerem que os padrões ricos e variados que surgem nos
desportos coletivos, neste caso específico no futebol, são o resultado da auto-
organização entre muitos osciladores ligados (jogadores). De acordo com os mesmos
autores, espera-se que os acoplamentos intra (setoriais) e interligados (intersectoriais)
sugeridos na Figura 1 ocorram dentro de restrições locais como resultado de princípios e
táticas de jogo. Por exemplo, um objetivo de cada jogador e equipa é libertar espaço
quando a posse é ganha e ocupar espaço quando a posse é perdida. Essa importante
dualidade de propósitos, que se bifurca quando a posse é vencida (ou seja, ataque) e
perdida (ou seja, defesa), opera entre várias unidades de jogo, desde o indivíduo até a
equipa inteira. É importante ressaltar que essas relações internas e inter-relações podem
atrair ou repelir em vários momentos, à medida que os jogadores cooperam e competem
pela posse da bola ou do espaço. Nesse sentido, a bola pode ser pensada como um
atractor no qual o comportamento de cada jogador e ligação são ancorados.
Figura 1 - Possíveis acoplamentos para duas equipas de futebol em oposição. A primeira equipa (metade
superior) disposta numa formação 4-4-2 e a segunda equipa com um sistema tático em 3-5-2. D = defesa,
M = médio, A = atacante (adaptado de McGarry et al. (2002).
9
Os princípios do jogo devem ser a base sobre a qual os sistemas de jogo e as
considerações táticas são desenvolvidas (Wade, 1996). Integrados na aleatoriedade
circunstancial que caracteriza o Futebol, os princípios de jogo estabelecem-se como um
quadro de referência para a organização do jogo, orientando o comportamento tático
que procura a resolução dos eventos que nele decorrem (Castelo, 1996). Para Oliveira
(2008, cit. por Casarin et al., 2011), os princípios de jogo correspondem a padrões de
comportamento táticos evidenciados nas escalas coletiva, intersetorial, setorial e
individual nos diferentes momentos do jogo.
De acordo com Castelo (1994, cit. por Garganta & Gréhaigne, 1999), da reflexão
conceptual do jogo de Futebol emerge a necessidade da construção e unificação de um
modelo técnico-tático do jogo, de forma a definir a sua lógica interna, a partir da
observação e análise das equipas mais representativas de um nível superior de
rendimento. Na perspetiva de Gréhaigne (1989, cit. por Garganta, 1997), a modelação
do jogo permite fazer emergir problemas, determinar os objetivos de aprendizagem e de
treino e constatar os progressos dos praticantes, em relação aos modelos de referência.
10
referenciado ao conjunto de valores e perceções que decorrem do corpo de significações
criado (princípios, regras e modelos de jogo).
11
conjugando-os e relacionando-os entre si. Uma forma específica de interpretação
de jogo referencia dois aspetos essenciais: um sentido de jogo e uma partilha de
intenções e significados.
• Elevar os níveis de responsabilidade dos jogadores
12
autores, para cada momento, criam-se princípios de jogo, reconhecidos pelos jogadores
e equipa como princípios de interação relacionados com a respetiva ideia de jogo.
Assim, segundo os mesmos autores, os princípios de jogo, nos vários momentos, em
diferentes escalas, vão conferir a identidade à ideia de jogo e à equipa.
Sustentando esta perspetiva, Marcelo Bielsa (in Sienosiain, 2009) afirma que o
futebol se alicerça em quatro premissas fundamentais: ataque, defesa, como passar de
defesa a ataque e como passar de ataque a defesa. Descarta ainda que se ganhe ou perca
devido ao sistema tático, dada a variedade de “desenhos táticos” que já alcançaram
sucesso. Afirma ainda, aludindo à evolução do jogo, que antigamente a sabedoria do
técnico residia na capacidade que a equipa tinha de manter a formação, ao contrário do
que se vê atualmente, com a atribuição da sabedoria ao sistema que mais varia.
Garganta (2004) afirma que o que faz um método afigurar-se mais pertinente
pode ser a sua adequação à personalidade do treinador e dos jogadores, bem como à
cultura específica do clube onde o trabalho se desenvolve, notando que todos os
métodos encerram prós e contras e, portanto, a opção por uns ou por outros deve
obedecer a razões pensadas e ponderadas.
13
partido, elegendo a sua visão, o seu método, o seu caminho, tomando consciência de
que os métodos são bons quando os seus utilizadores reconhecem o respetivo alcance e
limites; compete-lhe, também, ser um cultor do sentido estético do Futebol, afirmando-
se como um indutor de modos de jogar edificantes, não só para quem joga mas também
para quem assiste ao jogo.
14
A este nível, emergem essencialmente duas tendências opostas ao nível do
planeamento do treino em Futebol: uma que se foca nos aspetos da carga e no
planeamento da componente de rendimento física e outra que dá primazia ao
planeamento dos aspetos táticos, centrando-se estes numa determinada forma de jogar.
Há muito tempo que é aceite na prática desportiva que indivíduos e equipas exibem
traços únicos nos seus padrões de jogo, que não variam quando comparados contra
oponentes diferentes em momentos diferentes (McGarry et al., 2002). É a procura de
comportamentos recorrentes nos padrões de jogo que leva muitas equipas e indivíduos a
estudar a oposição e a sua ação. Estas observações têm sentido na medida em que se sabe
que, após assistir a uma partida de Futebol, a informação retida é limitada e influenciada
por apreciações subjetivas que decorrem de uma gama muito complexa de laços afetivos e
emoções (Franks & McGarry, 1996, cit. por Garganta, 1997).
Figura 2 - Interação do processo de jogo com treino e a performance (adaptado de Garganta, 1997)
15
A análise de jogo pode variar, em termos de sofisticação, desde a análise da
atividade de um único jogador ou de cada membro individualmente até à síntese da
interação entre os elementos da equipa de acordo com determinada ideia/plano de jogo
(Carling, Williams & Reilly, 2005). Segundo Garganta e Cunha e Silva (2000), torna-se
cada vez mais importante despistar categorias reconhecíveis no comportamento de um
sistema caótico recorrendo a descrições qualitativas que possibilitem detetar a
regularidade na variedade, face ao comportamento do sistema. Para os autores,
pretende-se, no final do processo de análise, ter como resultado a descrição detalhada
das características individuais, da forma de jogar e agir de uma equipa consoante a
maior diversidade de circunstâncias e situações possível.
Grosgeorge (1990, cit. por Garganta, 1997), afirma que a profissionalização das
práticas de alta competição, os meios financeiros disponíveis e a utilização do desporto
como terreno de aplicação da tecnologia suscitaram novas investigações, o que conduziu a
que a informática, ao substituir as técnicas manuais, tenha permitido uma maior e mais
rápida recolha de informação, assim como um mais rápido acesso aos dados disponíveis.
17
A introdução da tecnologia informática facilitou o registo detalhado e a análise dos
comportamentos desportivos e foi determinante para o desenvolvimento inicial de
vários sistemas de notação (McGarry et al., 2002).
Hewitt, Greenham e Norton (2016) referem que identificar a posição dos colegas de
equipa e da oposição, a cada instante no tempo, com tecnologias de rastreamento modernas,
permite a obtenção de mais informações contextuais e possibilita a identificação de
elementos de estratégias e táticas associadas a cada estilo de jogo. Esses estilos
característicos, frequentemente planeados e ensaiados antecipadamente pelas equipas,
podem agora ser analisados em profundidade com a finalidade de informar sobre o processo
de treino e melhorar o desempenho (Frencken et al., 2011; Moura et al., 2013, cit. por
Hewitt et al., 2016). Tradicionalmente, de acordo com Hewitt et al. (2016), houve um foco
nas exigências físicas, como as distâncias percorridas pelos jogadores e as respetivas
velocidades, para aumentar a especificidade do treino. No entanto, novas informações
contextuais podem ser fornecidas nos instrumentos de análise, incluindo distâncias relativas
entre elementos da mesma equipa e jogadores da oposição, mapas de congestionamento,
probabilidade de sucesso da finalização (remate) a diferentes distâncias da baliza e outros
detalhes relacionados às interações entre a equipa ou subgrupos de jogadores (Alcock,
2010, Frencken et al., 2012, Moura et al., 2013, cit. por Hewitt et al., 2016). Todos esses
elementos do jogo podem ter um impacto nas nossas perceções de um estilo de jogo e, uma
vez que podem ser quantificados, podem ser integrados no nosso modelo da sua
caracterização (Hewitt et al., 2016).
18
apresentando-se como uma forma de tentar relacionar a taxa de trabalho dos jogadores
com as consequências fisiológicas associadas (Carling et al., 2005).
De acordo com Deci e Ryan (2000), a motivação tem sido uma questão central
no campo da psicologia uma vez que está no cerne da regulação biológica, cognitiva e
social. Segundo estes autores, a motivação diz respeito a energia, direção, persistência e
equifinalidade - todos os aspetos de ativação e intenção – e é altamente valorizada
devido às suas consequências: a motivação produz. É, portanto, de preocupação
constante para aqueles cujas funções envolvem a mobilização de outros para efetuar
determinadas ações. Embora a motivação seja muitas vezes tratada como um construto
singular, até a reflexão superficial sugere que as pessoas são levadas a agir por tipos
muito diferentes de fatores, com experiências e consequências altamente variadas (Deci
& Ryan, 2000). Como a motivação se refere ao porquê do comportamento (McClelland,
1985; Weiner, 1982, cit.por Vallerand & Loisier, 1999), as razões para realizar uma
atividade são geralmente percebidas como indicadoras da motivação da pessoa em
relação a essa atividade, podendo haver diferentes tipos de motivos pelos quais os
atletas praticam desporto como a procura de novas sensações, a tentativa de dominar
habilidades complexas ou vencer desafios (Vallerand & Loisier, 1999).
Segundo Cruz (1996), a formulação de objetivos pode ser uma força
motivacional importante, resultando na potenciação da performance dos atletas. Quando
realista, a formulação de objetivos pode levar a um maior envolvimento do atleta,
permitindo que direcione esforços, sejam esses objetivos a curto ou longo prazo.
Segundo o autor, os objetivos podem dividir-se em sub-objetivos que, à medida que se
alcançam, aumentam a probabilidade de sucesso final. No caso dos desportos coletivos,
além dos objetivos globais da equipa, o atleta deve ser encorajado a formular os seus
objetivos individuais (Cruz, 1996).
19
Figura 3 - Vantagens dos Programas de Formulação de Objetivos (adaptado de "Coaching Association of
Canada",1979, in Cruz, 1997.
20
desenvolvimento das suas habilidades (Copetti et al., 2005). Os treinadores de jovens
não devem apenas ajudar os atletas a desenvolverem as suas habilidades e aptidões, mas
também devem entender o papel que a motivação desempenha no processo de
aprendizagem (Boyce, Gano-Overway, & Campbell, 2009).
Dentro das teorias da motivação, algumas das mais utilizadas em trabalho de
pesquisa e investigação em Psicologia do Desporto são: a teoria da efetivação
motivacional, a teoria das atribuições causais, a teoria da auto-eficácia, a teoria da
avaliação cognitiva, a teoria da auto-determinação e a teoria dos objetivos de realização
(Silva, 2009).
23
Overway, & Campbell, 2009), esta teoria enfatiza que os indivíduos se esforçam para se
tornarem competentes em situações de desempenho e que a perceção de competência é
baseada em avaliações subjetivas de sucesso e fracasso. Os mesmos autores referem que
a AGT assume que o contexto social criado por pessoas significativas (treinadores, pais,
colegas de equipa) influencia a determinação de metas e como os participantes
interpretam as suas experiências (Boyce et al., 2009). A AGT procura explicar como um
indivíduo processa e desenvolve cognitivamente as suas visões de sucesso sob várias
influências e contextos sociais (Møllerløkken, Loras, & Pedersen, 2017).
A expressão “clima motivacional” refere-se à estrutura do ambiente de
aprendizagem em contextos de desempenho que afetam a participação, os pensamentos,
os sentimentos e o comportamento de um indivíduo e reflete as ações de treinadores e
pais, como o uso de recompensas, punições e feedback (Ames & Archer, 1988, Joesaar
et al., 2012, cit. por Møllerløkken et al., 2017).
No desporto, os atletas integram um clima orientado para a tarefa em situações
em que um treinador enfatiza a melhoria, esforço, cooperação e aprendizagem. A ênfase
é colocada no esforço/aperfeiçoamento pessoal e no trabalho com outras pessoas para
desenvolver e melhorar habilidades (Boyce et al., 2009). Neste clima, de acordo com
Smith, Smoll e Cumming (2007), os atletas são estimulados a selecionar tarefas
desafiadoras, esforçando-se ao máximo, desenvolvendo a sua persistência face a
contratempos, encorajando e apoiando colegas de equipa de forma a potenciar o
desenvolvimento pessoal. Segundo os mesmos autores, os erros são encarados como
uma fonte potencialmente valiosa de feedback que pode facilitar a melhoria. Segundo
Copetti et al. (2005), quando em estado de envolvimento na tarefa, a experiência de
aprendizagem, a mestria ou domínio da tarefa e o progresso pessoal causam um
sentimento de sucesso.
Por outro lado, o ambiente orientado para o ego é caracterizado pela punição dos
jogadores quando cometem um erro, pelo reconhecimento e reforço dado aos melhores
jogadores da parte do treinador e pela rivalidade entre membros da mesma equipa (Newton,
Duda, & Yin, 2000). Valoriza superar outros e caracteriza-se pela utilização de
recompensas externas, discriminando a favor dos melhores atletas (Duda & Nicholls, 1992,
cit por Møllerløkken et al., 2017). Segundo Smith et al. (2007), um clima orientado para o
ego promove a comparação social como base para os julgamentos de sucesso, já que
quando os treinadores criam esse clima, tendem a dar atenção diferenciada e concentrar o
reforço positivo em atletas que são mais competentes e aptos para vencer,
24
cuja importância é enfatizada. A perceção de competência é baixa, e geralmente são
observados modelos motivacionais mal-adaptados, caracterizados por falta de esforço e
persistência, desvalorização da atividade e seleção de tarefas e estratégias inapropriadas
para sua realidade ou potencial (Copetti et al., 2005). Um estudo levado a cabo por White e
Zellner (1996) identificaram que uma maior orientação para o ego no desporto estava
relacionada com altos níveis de preocupação cognitiva antes ou durante a competição,
seguindo a ordem de ideias proposta por Duda e Newton (1993, cit. por White & Zellner,
1996), que afirmavam que este tipo de orientação motivacional se relacionava com menor
sensação de prazer, ansiedade elevada e menor esforço e persistência numa tarefa.
Segundo Boyce et al. (2009), atletas que integrados num ambiente orientado para a
tarefa podem ter maior probabilidade de procurar estratégias para o desenvolvimento das
suas habilidades ou maneiras de mobilizar os seus esforços, porque essas estratégias são
componentes valorizadas neste tipo de ambiente e são aspetos que os atletas sentem que
estão sob o seu controlo. Os mesmos autores referem ainda que indivíduos sujeitos a um
clima de orientação para o ego podem ter menor probabilidade de integrar estratégias
focadas no esforço e melhoria de competências porque a ênfase neste ambiente é menos
focada em melhorar a habilidade pessoal, preocupando-se mais em como as habilidades de
determinado indivíduo se comparam com as de outros.
Estudos correlacionais indicam que as perceções dos atletas inseridos num meio
motivacional orientado para a mestria/tarefa estão associadas a menor ansiedade
(Papaiannou e Kouli, 1999, Walling et al., 1993, Yoo, 2003, cit. por Smith et al., 2007)
e que perceções associadas a um clima de orientação para o ego estão positivamente
correlacionadas com a ansiedade competitiva (Vazou et al., 2006, cit. por Smith et al.,
2007).
26
Figura 4 - Continuum da Auto-Determinação descriminando tipo de Motivação com estilos de regulação,
locus de causalidade e processos correspondentes (in Deci & Ryan, 2000)
27
A desmotivação descreve-se por um estado de falta de intenção de agir. Quando
desmotivadas, as pessoas ou não agem de forma alguma ou agem sem intenção. A
desmotivação resulta de não valorizar uma atividade (Ryan, 1995, cit. por Deci & Ryan,
2000), não se sentir competente para fazê-lo (Bandura, 1986, cit. por Deci & Ryan,
2000), ou não esperar que ela produza um resultado desejado (Seligman, 1975, cit. por
Deci & Ryan, 2000). Este processo pode ocorrer em etapas, ao longo do tempo, mas não
é necessariamente um contínuo de desenvolvimento, no sentido em que as pessoas
devem progredir em cada estádio. Segundo Ryan (1995, cit. por Deci & Ryan, 2000),
podem internalizar prontamente uma nova ação comportamental em qualquer ponto ao
longo desse continuum, dependendo tanto de experiências anteriores quanto de fatores
situacionais do momento.
Deci e Ryan (2000) afirmam que as condições favoráveis à autonomia e à
competência facilitam a expressão da tendência de crescimento humano, já as condições
que controlam o comportamento e impedem a efetividade percebida prejudicam a sua
expressão. Posteriormente, os referidos autores investigaram a aquisição e a regulação
de comportamentos não-intrinsecamente motivados e obtiveram resultados
relativamente ao poder dos contextos sociais para melhorar ou impedir a tendência
organísmica de integrar valores e responsabilidades sociais ambientais. De acordo com
Deci e Ryan (2000), contextos que apoiam a autonomia, competência e relacionamento
promovem uma maior internalização e integração do que contextos que frustram a
satisfação dessas necessidades. Os autores sublinham que esta conclusão é de grande
importância para os indivíduos que desejam motivar os outros de forma gerar
compromisso, esforço e desempenho de alta qualidade.
28
3. Época
O conteúdo das unidades de treino foi na sua maioria determinado pelo treinador
principal, tendo em consideração o relatório feito pelo fisiologista. O elemento mais
próximo a este nível foi Bruno Bernardo, visto como o elemento que se encontrava mais
próximo do treinador principal, não só pelas anteriores vivências conjuntas no futebol
29
como pela relação próxima que mantinham fora do contexto desportivo. Com o decorrer
da época, foi havendo maior abertura para que os treinadores adjuntos sugerissem
exercícios ou, como chegou a acontecer em determinados momentos, planeassem
unidades de treino de acordo com certos objetivos definidos previamente. A este nível,
os principais coadjuvantes do processo foram Bruno Bernardo, Bernardo Ferrão e eu,
sendo que Alexandre Martins também integrou o planeamento, sobretudo através de
exercícios de carácter lúdico e de “descompressão”.
Além das tarefas de análise, tanto o Bernardo Ferrão como eu tínhamos funções
designadas em treino. O Bernardo Ferrão ficou mais associado à organização defensiva e
30
aos esquemas táticos (na elaboração dos quais também trabalhámos em conjunto), eu
fiquei com funções mais abrangentes, tendo em conta que, paralelamente, também
desempenhava a função de treinador principal no escalão de sub-13. Assim, em vários
momentos assumi funções distintas em termos de objetivos táticos e momentos de jogo,
o que foi do meu agrado uma vez que permitiu uma abordagem e visão mais completa e
global.
31
sentido de reverter a competitividade interna em algo positivo e em prol do rendimento
coletivo, no sentido de prevenir saídas de jogadores por insatisfação ou incompreensão
de algumas decisões. Em termos externos, a principal ameaça residia em pressões de
empresários ou clubes rivais (por interesse em algum jogador) que pudessem
destabilizar psicologicamente os jogadores e, assim, prejudicar o desenvolvimento do
grupo. Tendo em conta a competitividade interna e as características individuais,
colocou-se a possibilidade de algum facilitismo perante adversários teoricamente mais
fracos, algo que se procuraria gerir durante o processo de preparação.
32
3.2. Plantel
O grupo foi constituído com um misto de jogadores com alguns anos no CF “Os
Belenenses” e outros que haviam sido dispensados ou demonstraram vontade de sair dos
seus clubes anteriores. Entre os jogadores que vieram, alguns já tinham estado no clube,
outros abraçavam uma nova experiência. Os clubes de onde os novos jogadores eram
33
provenientes incluíam instituições como FC Porto, Sporting CP, GD Estoril Praia,
Vitória FC, SG Sacavenense, Portimonense SC ou AD Oeiras. Assim, as expectativas
quanto ao rendimento eram elevadas, não só pela qualidade que se adivinhava aos
novos como também pelo que já se conhecia dos jogadores com alguns anos no clube.
Como capitães de equipa, ficaram inicialmente definidos João Guerra, Diogo
Costa, Diogo Vilela e Tiago Rodrigues, tendo sido posteriormente integrado Nilton
Varela. Os primeiros quatro foram eleitos pelos colegas, enquanto que os dois últimos
foram escolhidos pelo treinador principal devido à postura e rendimento evidenciados.
Sistema Principal:
• Organização Ofensiva.: 4-2-3-1 com dois médios defensivos e um médio
ofensivo;
• Organização Defensiva: 4-4-2 clássico.
34
Divisão Espacial Campo:
• Setores: 6.
• Corredores: 5.
Organização Ofensiva
Matriz
A. Macro Princípios
• Procurar ter bola, dominar o jogo em posse;
• Posse de bola variada em ritmo e em espaço (tanto em largura (utilizando
os 5 corredores) como profundidade (ênfase a coberturas e passes
verticais com combinações diretas ou indiretas)) e agressiva procurando
ultrapassar linhas adversárias;
• Preferência pela bola no chão e pelo jogo curto, sempre que
possível dentro do bloco adversário e no corredor central, tentando
colocar jogadores de frente para a última linha adversária;
• Criar e identificar condições para acelerar:
35
o Número (Superioridade ou Igualdade)
o Espaço (Zona do campo e espaço para
jogar); o Linhas/jogadores eliminados;
o Ataque à profundidade (probabilidade de isolar);
• Segurança/ Risco;
• Manter sempre o equilíbrio (3-1, 3-2, 2-2) e as coberturas ofensivas;
• Garantir amplitude máxima, campo grande em largura e em
profundidade (um jogador sempre a atacar profundidade);
• Colocar muitos jogadores dentro do bloco adversário.
B. Princípios
• Criação de linhas de passe ao portador em losango (direita, centro e
esquerda)
• Atrair e variar (dentro/fora, fora/dentro, fora/fora), bola em zonas
de pressão decide rápido (um/dois toque e sai);
• Mobilidade, Permutas e Combinações;
• Movimentos contrários e contra-movimentos;
• Bola no chão (preferencialmente), procurar jogador livre/bola
descoberta, utilização dos apoios frontais para eliminar linhas;
• Zonas de finalização;
• Movimentos padrão.
C. Subprincípios
Sub-momentos:
A. 1ª Fase Construção - ½ Campo Defensivo (1º e 2º sector)
Montar alternado em 3:1, 3:2 ou 2:2 (estratégico/ analise oposição)
B. 2ª Fase Construção - ½ Campo Ofensivo (3º e 4º sector)
Montar alternado em 3:1, 3:2 ou 2:2 (estratégico/ analise oposição)
C. Criação e Entrada no Espaço - 5º e 6º sector
Corredor Central (CC): enquadrar no espaço entrelinhas;
Corredor Lateral (CL): condições para acelerar.
D. Finalização – Corredor Central ou Corredor Lateral
Zonas de cruzamento: 1 (3/4 de campo); 2 (lateral da área) e 3 (dentro de área).
36
Zonas de finalização: 1 (1º poste); 2 (2º poste); 3 (zona do penalti) e 4
(entrada da área).
Preocupações
A. Individuais
B. Coletivas
Organização Defensiva
Matriz
A. Macro Princípio
• Princípios zonais. Bloco médio-alto agressivo, pressionantes.
• Compactos (2/2,5 setores; 3/3,5 corredores);
• Alternar ritmos de pressão (contenção vs roubar);
• Zonas e sinais;
• Proteger corredor central e zonas vitais.
B. Princípios
• Encaminhar, trancar, criar zona pressionante (para roubar);
• Trancar nos corredores laterais;
• Proteger baliza em zonas de cruzamento;
• Controlo profundidade, largura e cruzamento;
• Articulação defensiva dos 3 setores;
• Permutas defensivas;
• 1as e 2as bolas (bola no ar => correr; atacar 1ª bola, preparar 2ª bola).
C. Subprincípios
• Bola coberta! Contenção e coberturas (triângulos ou diagonais);
• Agressividade (bola, espaço, duelos);
• Superioridade defensivo no centro de jogo
Sub-momentos (sectorial)
A. 1º Momento Pressão
• Saída de bola pelo GR:
o Obrigar a sair através de bola longa: Bloquear saída/condicionar em 4-4-
2 losango
37
o Condicionar e deixar sair a jogar (bola nos centrais): Pressionar em 4-4-
2 clássico
• Bola nos centrais:
o Trancar (9)
▪ 7 dentro;
▪ 10 diagonal (pelo lado cego);
▪ 6 e 8 diagonal;
B. 2º Momento Pressão
• Bola entra no 6 (9 e 10 batidos):
o 6/8 perto do portador:
▪ 8 realiza contenção;
▪ 7 e 11 por dentro fechados;
▪ 6 a completar losango;
38
o 8/6 realizam contenção, procurando condicionar para corredor lateral ou
cobertura;
o Restantes elementos da linha média encarregam-se de coberturas e
equilíbrios;
o Linha defensiva comporta-se de acordo com estímulos de: bola coberta,
bola descoberta e bola descoberta + adversário a preparar bola longa.
• Bola longa:
▪ Bola entra no Extremo:
o Lateral realiza contenção;
o 8/6 dão cobertura;
o Linha defensiva retira profundidade, com 3/4 preparados para
proteger espaço nas costas do lateral;
o Montar bloco em largura e profundidade.
▪ Bola longa no Avançado:
o 3/4 disputam bola;
o Restantes elementos retiram profundidade e
asseguram coberturas e equilíbrio
o Linha média acompanha movimento de retirada de profundidade
da linha defensiva, preparando a segunda bola.
C. Posicionamento Defensivo
• ½ campo ofensivo (CC, CL)
• ½ campo defensivo (CC, CL) sectorial
D. Pressão a todo o Campo (Bloco Alto)
Casos Particulares
A. Formação Linhas Defensiva
• Linha Defensiva:
o Apoios (laterais, pé contrário ao lado da bola);
o Bascular – controlo de largura (bola no CL: central lado da bola
dá cobertura, central do lado contrário à bola não passa 1º poste,
lateral contrário do 2º para dentro);
o Estímulos de profundidade: bola coberta
(encurtar)/bola descoberta (retirar profundidade);
39
o Controlo de cruzamento (proteger baliza com 2 e 3, apoios);
o Passe atrasado (bola coberta, descoberta; corredor central ou
lateral);
o Disputas no ar (1 disputa + 3 coberturas);
o Defender com 2, 3 e 4 com bola no corredor central e lateral;
o Enquadrar para a linha defensiva (perto e longe da baliza).
B. Segundas Bolas
• Definição de zonas para retirada da bola da zona de pressão.
Meio-campo defensivo – Privilegiar saída em passe
Meio-campo ofensivo – Em função do contexto, fixar adversário e soltar
para colega livre de marcação ou, tal com em meio-campo defensivo,
sair da pressão em passe.
C. Permutas Defensivas
D. Defender em desvantagem
Preocupações
A. Individuais
B. Coletivas
Momentos de Pressão
• Bola no corredor lateral;
• Bola dentro do nosso bloco;
• Jogador de costas/apoios desorientados (lado cego);
• Mau passe (enrolado, sem força, sem direção, que dificulte receção);
• Má receção;
• Bola no ar;
• Bola atrasada ao GR;
• Referências individuais.
40
Transição Ofensiva
Matriz
A. Macro Princípios
• Reação à conquista da bola;
• Tirar a bola da zona de pressão;
• Procurar espaço em detrimento da superioridade numérica.
1º Momento
• Retirar bola da zona de pressão em passe no pé, em segurança (procurar
jogador livre);
• Primeiro passe preferencialmente vertical ou diagonal;
• Mudança de comportamento (abrir em largura e profundidade, dar linha
de passe).
2º Momento
• Decidir pausar/acelerar;
• Variar centro de jogo;
• Passe + Rutura (chegar rápido e com muitos jogadores)
• Manter equipa compacta.
Transição Defensiva
Matriz
A. Macro Princípios
• Reação à perda da bola;
• Mudança rápida de atitude;
• Bola coberta (3 jogadores);
• Evitar progressão.
1º Momento
• Reação forte e mudança de comportamento: centro de jogo abafa, longe
encurta/recupera;
• Recupera bola ou obrigada a jogar para trás.
41
2º Momento
(1ª pressão batida)
Esquemas Táticos
Defensivos
A. Pontapé Baliza
B. Pontapé Saída
C. Lançamento Linha Lateral (meio-campo defensivo e ofensivo)
D. Livre Indireto (Lateral e frontal)
E. Livre Direto (Lateral e frontal)
F. Canto
G. Penalty
Ofensivos
A. Pontapé Baliza
B. Pontapé Saída
C. Lançamento Linha Lateral (meio-campo defensivo e ofensivo)
D. Livre Indireto (Lateral e frontal)
E. Livre Direto (Lateral e frontal)
F. Canto
G. Penálti
42
monitorizar o desempenho dos atletas em treino através do recurso a dados recolhidos
por GPS. A ministração de cargas deu-se numa lógica crescente (volume de treinos e
jogos), sendo esta reduzida na semana precedente ao primeiro microciclo competitivo
(Microciclo 5).
A partir do quinto microciclo, o padrão dos mesmos passou a ser constituído por
quatro sessões de treino semanais, habitualmente com a sequência visível na tabela
seguinte (sujeita a alterações consoante o dia de jogo):
Concentração:
Concentração: Concentração: Concentração: Grupo 1 –
19:50h 18:50h 19:05h 18:35h
Grupo 2 –
19:20
43
Tabela 4 - Equipas participantes da 1ª Fase do Apuramento de Campeão de Juvenis - Série D.
Clube Localização
Amora F.C. Amora
A.D. Oeiras Oeiras
C.D. Cova da Piedade Almada
C.F. “Os Belenenses” Lisboa
F.C. Barreirense Barreiro
G.D. Estoril Praia Estoril
G.D.R. Canaviais Évora
Real S.C. Massamá
S.C. Cuba Cuba
S.C. Olhanense Olhão
S.L. Benfica Seixal
Vitória F.C. Setúbal
Clube Localização
C.F. “Os Belenenses” Lisboa
G.D. Estoril Praia Estoril
Real S.C. Massamá
Sporting C.P. Alcochete
S.G. Sacavenense Sacavém
S.L. Benfica Seixal
S.U. Sintrense Sintra
U.D. Leiria Leiria
Notou-se uma melhoria no nível competitivo geral. Houve uma elevada competição
para os lugares de classificação direta até às últimas jornadas, sendo o melhor terceiro
classificado disputado, entre séries, pelo C.F. “Os Belenenses”, Rio Ave F.C., Real S.C. e
Vitória F.C. Finalmente, conseguimos a classificação direta, terminando em terceiro lugar
na Série Sul, atrás de S.L. Benfica e Sporting C.P., com um registo de oito vitórias, um
empate e cinco derrotas. Foi a primeira vez na história do C.F. “Os
44
Belenenses” que o escalão de Sub-17 alcançou uma passagem à fase final do
Campeonato Nacional de Juvenis, com o corrente formato competitivo.
O play-off para atribuir a vaga restante para a fase final foi disputado na ilha da
Madeira, tendo como clubes envolvidos o C.D. Nacional, o Real S.C., o S.C. Angrense
e o Vitória S.C. Desta final-four, sagrou-se vencedora a equipa do Vitória S.C.,
garantindo para si a vaga restante para a 3ª Fase do Apuramento de Campeão.
Clube Localização
C.F. “Os Belenenses” Lisboa
F.C. Porto Porto
S.C. Braga Braga
Sporting C.P. Alcochete
S.L. Benfica Seixal
Vitória S.C. Guimarães
45
3.5. Operacionalização
46
ações que lhes eram solicitadas. Sentiu-se que, limitando/conferindo algumas tarefas,
alcançar-se-ia maior equilíbrio nas ações/decisões dos jogadores e, com isso, reduzir-se-
iam desposicionamentos e os esforços daí decorrentes. Naturalmente, todos os
jogadores recebiam esta informação, portanto, caso o jogo proporcionasse alguma
alteração, todos estavam operacionais para realizar a tarefa de outro(s) colega(s).
Ofensivamente, houve uma maior preocupação com jogadas/movimentos padronizados,
sobretudo em fases próximas à finalização.
Na 3ª Fase, uma vez que o maior objetivo da época já tinha sido alcançado com a
chegada à fase final, procurámos gerir expectativas e alternar as duas abordagens que
adotámos em termos de preparação. Essa gestão foi feita consoante o que observávamos e
sentíamos por parte do plantel. Até à 4ª/5ª jornada, mantivemos a preparação que
caracterizou a 2ª Fase, com maior foco nos espaços a explorar na organização adversária,
adaptando o nosso Modelo de Jogo. Contudo, após a 6ª jornada, altura em que contávamos
quatro derrotas consecutivas, voltámos a abordar os princípios iniciais do nosso Modelo de
Jogo, no sentido de transmitir uma mensagem de confiança nas bases que nos tinham
levado até essa fase. Os vídeos que apresentámos ao plantel, por sua vez, começaram a ter
menor duração, uma vez que sentimos que os jogadores já não tinham a mesma
disponibilidade e capacidade de retenção de informação. Daí também resultou a
47
“desconstrução” do treino em termos de complexidade informativa, para voltar a realçar
as características originais do nosso Modelo de Jogo.
48
Contudo, nem sempre foi possível uma análise de tantos fatores dados os
constrangimentos resultantes da obtenção da gravação dos jogos pretendidos.
A equipa técnica não tinha acesso a nenhum software de análise que facilitasse o
controlo competitivo. Assim, recorreu-se exclusivamente a um modelo de controlo e
análise quantitativa existente no clube (apresentada em Anexo).
49
demais escalões iniciaram a sua época desportiva, limitando as possibilidades de horário
de utilização dos campos.
Por último, e também mais complicado, seria positivo adquirir mais um campo. Se
fosse possível ser de relva natural, tanto melhor (para melhorar a preparação de jogos nesse
tipo de piso) mas mesmo sendo relvado sintético seria vantajoso, de forma a fazer uma
distribuição melhor dos treinos dos escalões de formação, possibilitando a ocorrência de
mais treinos em simultâneo e, assim, o término dos treinos diários mais cedo, de forma a
que os atletas tivessem mais e melhor tempo de descanso entre sessões.
50
4. Impacto da orientação motivacional no rendimento desportivo em
atletas de Futebol (Área 2)
4.1. Introdução
51
Contudo, há poucos modelos de identificação de talentos que sejam aceites
globalmente. Muitos dos modelos propostos são, na melhor das hipóteses, descritivos e
esquemáticos, mas não houve tentativas reais de avaliar sua validade (Reilly et al.,
2000). O processo que guia qualquer atleta até um nível de excelência é custoso e não-
linear. Os atletas enfrentam inúmeros desafios em busca da excelência na modalidade a
que se dedicam. Ao longo do percurso em direção a desempenhos de alto nível,
enfrentam (entre outras coisas) várias horas de treino, reabilitação de lesões, o stress e a
ansiedade da competição e a agonia da derrota (Vallerand & Loisier, 1999). O sucesso
futuro no futebol depende, em última análise, de uma série de fatores externos,
incluindo oportunidades para a prática, permanecer livre de lesões, a natureza da
supervisão e treino fornecidos durante os anos de desenvolvimento e, finalmente, fatores
pessoais, sociais e culturais (Reilly et al., 2000). O processo de identificação e
desenvolvimento é difícil uma vez que o rendimento atual e o potencial futuro são
determinados por fatores de vários domínios do talento (Höner & Feichtinger, 2016). O
conhecimento das características psicológicas dos jogadores pode ser muito valioso para
que, juntamente com os indicadores físicos e antropométricos, possibilitem aos
treinadores individualizar os processos de treino e, assim, otimizá-los (Olmedilla,
García-Mas, & Ortega, 2017). A avaliação das características psicológicas pode permitir
formular hipóteses de trabalho acerca da intervenção psicológica mais adequada para
estimular o rendimento desportivo (Abenza et al., 2014, Olmedilla et al., 2010, cit. por
Olmedilla, García-Mas, & Ortega, 2017). Este trabalho não só é muito importante para
atletas profissionais ou de alto nível, como também para jovens atletas em
desenvolvimento uma vez que ajudará a implementar programas de apoio psicológico
apropriados para cada caso (Olmedilla, García-Mas, & Ortega, 2017).
Morris (2000) refere que a identificação de talentos no futebol está na sua
infância, pelo menos do ponto de vista psicológico. Segundo o autor, relatórios
descritivos sugerem que, embora os treinadores e administradores tenham aumentado a
sua consciencialização sobre o impacto das questões psicológicas, não usam nenhum
meio objetivo, ou mesmo subjetivo, para avaliar essa componente nos jovens jogadores.
Neste sentido, pretende-se com a presente investigação fornecer dados objetivos
relativamente à influência da motivação (orientada para o ego ou para a tarefa) no
rendimento desportivo (dado pelos minutos de jogo), de forma a caracterizar um atleta
inserido num contexto de alto rendimento desportivo como é o Campeonato Nacional de
52
Juvenis. Essencialmente, procura-se perceber se a dominância de algum dos tipos de
orientação motivacional favorece o desempenho desportivo no Futebol.
As hipóteses testadas foram as seguintes:
4.2. Amostra
O grupo utilizado para o estudo foi o plantel de Juvenis A (sub-17) do Clube de
Futebol “Os Belenenses”. Foram considerados para a investigação futebolistas de sexo
masculino e, de forma a que os resultados fossem mais fidedignos e válidos, só foram
tidos em conta para o estudo atletas que tivessem iniciado e concluído a época
desportiva com o grupo. Este constrangimento foi considerado pertinente uma vez que
tanto houve casos de jogadores que iniciaram a época, mas saíram no seu decurso, como
também casos de atletas que chegaram durante o processo, impossibilitando assim a
comparação dos seus dados estatísticos totais de época. O parâmetro considerado para o
rendimento, neste caso, é dado pelo tempo (em minutos) passado em competição, sendo
que o se apresenta o tempo total da época (jogos particulares na pré-época e paragens de
campeonato e jogos de período competitivo).
4.3. Metodologia
4.3.1. Avaliação da Orientação Motivacional
53
os jogadores respondessem às questões de forma a ter algum benefício desportivo
relevante.
Após a recolha das respostas ao questionário, foi realizado um cálculo para definir a
expressão de cada dominância motivacional. Este cálculo resumiu-se à média dos valores
dados nas respostas, dado que estas se associavam a um dos dois tipos de orientação
motivacional. As questões 1, 3, 4, 6, 9, 11 associavam-se à motivação para o ego, já as
perguntas 2, 5, 7, 8, 10, 12 e 13 relacionavam-se com a motivação para a tarefa.
54
orientação motivacional;série de valores;ordem descendente)-ORDEM(valor da
orientação motivacional;série de valores;ordem ascendente))/2;
− Exemplo prático: ORDEM(L24;L$24:L$43;1)+(CONTAR(L$24:L$43)+1-
ORDEM(L24;L$24:L$43;0)-ORDEM(L24;L$24:L$43;1))/2.
55
4.4. Resultados e Discussão
0
1 23 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20
Ego Tarefa
O resultado para a orientação para o ego foi 3,35 0,98 e de 4,62 0,46 para a
orientação para a tarefa. Ambos os tipos de orientação motivacional alcançaram o valor
5 (atleta 4 no que diz respeito à orientação para o ego, atletas 1, 3, 4, 5, 9 e 11
relativamente à orientação para a tarefa) como máximo obtido. No que diz respeito aos
mínimos, os resultados identificam 1,3 (atleta 16) para a orientação motivacional para o
ego e 3,6 (atleta 2) para a orientação para a tarefa.
56
Orientação para Ego e para Tarefa
Média Desvio-padrão
5 0,46
4
0,98
2
4,62
3,35
1
0
Ego Tarefa
Figura 9 - Estatística descritiva para os valores obtidos para a orientação motivacional para o ego e para a
tarefa.
57
Estatística descritiva para atletas com orientação
motivacional predominante para a tarefa
6
1,44
5 0,41
4
3
4,7 4,5
2
0
Média Desvio-padrão
Acima da média de tempo de jogo Abaixo da média de tempo de jogo
Figura 10 - Estatística descritiva para atletas com orientação motivacional predominante para a tarefa.
Este exemplo pode ser importante na explicação do sucesso de uma equipa, neste caso
concreto a nossa, de Juvenis A. O “tempo de jogo inferior à média” lembra-nos o que
por vezes se ouve alguns treinadores dizer: “os jogadores mais importantes são os que
não jogam”, porque se estes se desmotivarem, descomprometerem e/ou não se
esforçarem, mais cedo ou mais tarde levam ao conforto dos que jogam com maior
frequência, conduzindo à estagnação do desenvolvimento coletivo e, eventualmente, a
uma quebra de resultados.
58
Calculou-se a média do tempo de jogo para se separar a amostra em dois grupos,
conforme se pode verificar na tabela 8:
1 1921 2
2 1587 2
3 3170 1
4 3358 1
5 2868 1
6 3800 1
7 1960 2
8 3215 1
9 2928 1
10 2640 1
11 1735 2
12 1686 2
13 1595 2
14 3300 1
15 2826 1
16 2558 1
17 2807 1
18 1714 2
19 1836 2
20 1348 2
59
Tabela 8 - Determinação da ordem dos valores obtidos para a orientação para o ego.
20 Avançado 3 5 20 20
60
Tabela 9 - Determinação da ordem dos valores obtidos para a orientação para a tarefa.
61
pelos valores críticos, não há razão para rejeitarmos a hipótese nula, concluindo que
nenhum dos parâmetros teve um impacto significativo no rendimento desportivo, dado
em minutos de jogo. Os resultados do presente estudo foram semelhantes aos de Höner
e Feichtinger (2016), que determinaram, usando o mesmo questionário mas sendo o
desempenho avaliado subjetivamente pelo treinador, que nenhuma das orientações
motivacionais encontrou correspondência com o rendimento desportivo. Contudo, os
estudos de Coelho e Silva et al. (2010, cit. por Höner & Feichtinger, 2016) e Kavassanu
et al. (2011, cit. por Höner & Feichtinger, 2016) mostram alguma inconsistência no
impacto da orientação motivacional no rendimento, uma vez que se no primeiro caso o
sucesso desportivo foi correlacionado com a orientação para o ego, já no segundo essa
correlação ocorreu com a orientação para a tarefa.
4.5. Conclusões
62
valores obtidos para a orientação motivacional para a tarefa apresentam-se como um
fator que contribui para o desenvolvimento dos atletas, tanto na perspetiva de quem joga
com mais frequência como do ponto de vista de quem tem menos oportunidades,
promovendo a melhoria coletiva. Para obter resultados mais representativos, teria sido
útil uma amostra mais ampla, podendo inclusive englobar atletas de outros escalões
etários para verificar padrões motivacionais por idade e o seu desenvolvimento à
medida que aumenta a especialização dos atletas.
63
5. Relação com a Comunidade: Vetores do Modelo de Jogo (Área 3)
5.1. Contextualização do Evento
64
5.2. Parcerias
Por forma a prestar um maior contributo educativo à população associada ao
Treino Desportivo em Portugal, e por sugestão inicial do Prof. Silveira Ramos,
procurou-se que o evento beneficiasse de acreditação com certificação para revalidação
do Título Profissional de Treinador de Desporto (TPTD), algo que se identificou como
pertinente, dada a abrangência de temas que o evento beneficiaria.
Neste sentido, o grupo procurou auxílio do Núcleo de Lisboa da Associação
Nacional de Treinadores de Futebol, com o objetivo de facilitar a comunicação com o
Instituto Português do Desporto Jovem (IPDJ) para a creditação da ação.
Simultaneamente, todos os serviços inerentes às inscrições e taxas de inscrição dos
participantes também ficaram sob a sua responsabilidade. O único pedido relacionou-se
com a permissão do carácter gratuito do evento para alunos da FMH, exceto caso
requeressem a acreditação (sujeita ao pagamento de 10€ para obtenção do diploma).
Por imposição do IPDJ são necessárias 6 horas de formação para creditar 1.2
unidades de crédito (UCT) no TPTD (unidades de crédito referidos como mínimos para
organizar uma ação pela ANTF). No sentido de não condicionar a presença de futuros
interessados na ação decidiu-se subdividir a mesma em duas sessões (16 e 30 de abril).
O horário escolhido foi ao final da tarde por facilidade na disposição logística da FMH
(que cedeu o espaço – Salão Nobre), das 19:30 às 22:30. A FMH foi um parceiro
institucional fundamental para que o evento fosse concretizado, principalmente pela
concessão do Salão Nobre e respetivos componentes de som e vídeo durante os 2 dias
de evento, mas também pelo apoio dos seus profissionais aos elementos do grupo.
65
De acordo com as funções de cada aluno no contexto de estágio, debateu-se
internamente a escolha dos preletores, tendo por base a rede de contactos de cada um,
de forma a facilitar o diálogo. Tendo em conta que realizei a minha Licenciatura na
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, de imediato sugeri a presença do
Prof. Daniel Barreira, com quem tive contacto na referida instituição e cujo perfil se
integrava no que foi idealizado. É também de importância referir que a ANTF também
colaborou na escolha do moderador do evento.
Por fim, concluído o período de escolha dos intervenientes, o painel de
preletores compôs-se por:
− Daniel Barreira, docente na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e
membro do Gabinete de Futebol da mesma. Scout Internacional do F.C.
Barcelona, conta com experiências no Futebol de Formação e Profissional, em
clubes e seleções nacionais.
− Luís Freire, treinador do C.D. Mafra, com larga experiência no Futebol
Profissional e com várias subidas de divisão no currículo.
− Renato Paiva, treinador de formação do S.L. Benfica, onde já se encontra há
vários anos, na altura na equipa de Sub-17 do clube.
− Tiago Matos, docente de Futebol na Faculdade de Motricidade Humana, conta
com experiências tanto no futebol de formação como profissional, tendo
representado neste âmbito clubes como Sporting CP e Vitória FC.
66
5.4. Conceptualização da Sessão
TEMA: Do Modelo de Jogo para a Intervenção do Treinador no Processo de Treino
LOCAL: Faculdade de Motricidade Humana – Salão Nobre
DATA: Dias 16 e 30 de abril de 2018 (19:30 – 22:30)
16 de abril 30 de abril
TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4
19:30 – 21:00 21:00 – 22:30 19:30 – 21:00 21:00 – 22:30
Renato Paiva Tiago Matos Daniel Barreira Luís Freire
Questões orientadoras:
- Conceção: decomposição e linhas gerais do modelo e do jogo
- Planeamento - sequência definida dos conteúdos a abordar e a sua interligação (quando
abordar e em função de quê…)
- Modo de introdução dos conteúdos (que estratégias: vídeo, palestra ou demonstração…)
e como os desenvolver (que tipo de exercícios, formas de garantir uma complexidade
crescente, como integrá-los no jogo…)
67
Questões orientadoras:
- O modelo de jogo como base
- Caraterização individual e seleção de atletas - conteúdos a abordar em função da
especificidade da posição (tático e/ou técnico)
- Integração no planeamento do microciclo (em que dias, proximidade do jogo,
antes/depois do treino…)
- Dualidade dos objetivos da aplicação: desenvolvimento individual do atleta -
preparação estratégica para a competição (tático e/ou técnico)
Questões orientadoras:
- Organização da análise da própria equipa: objetos (atleta e equipa em treino e
competição) e modos (quantitativa e qualitativa) de análise para avaliar a assimilação do
modelo – recolha, tratamento e transmissão de dados ao atleta e ao treinador
- Análise equipa adversária: para que aspetos se direciona a observação em função de
diferentes modelos de jogo
Questões:
- Diferenças entre um modelo de jogo “aberto” e um modelo de jogo “fechado”
68
- “Como eu gostaria de abordar o jogo?” (IDEAL) vs “Como eu posso abordar o jogo?”
(POSSÍVEL)
- Do modelo para a estratégia ou da estratégia para o modelo? Operacionalização em
treino
69
5.6. Apreciação do Evento
Os resultados das respostas obtidas são visíveis nos gráficos que se apresenta em
seguida:
0%
41,9%
55,8%
2,3% 0%
Muito Insatisfeito Insatisfeito - Satisfeito Muito Satisfeito
70
Correspondência dos conteúdos Pertinência e aplicabilidade da temática
apresentados e da qualidade da preleção "Do Modelo de Jogo para os
em relação às minhas expetativas - "Do Jogadores" para a minha prática
Modelo de Jogo para os Jogadores"
55,8% 58,1%
41,9%
27,9%
12,8%
0% 1,2%
2,3%
0% 0%
44,2% 38,4%
32,6%
27,9%
25,6%
19,8%
8,1%
1,2% 1,2%
1,2%
Muito Insatisfeito - Satisfeito Muito
Insatisfeito Satisfeito Muito Insatisfeito - Satisfeito Muito
Insatisfeito Satisfeito
37,1%
28,6%
11,4% 11,4%
2,9% 4,3% 2,9%
1,4%
71
Correspondência dos conteúdos Pertinência e aplicabilidade da temática "Do Modelo
apresentados e da qualidade da preleção em de Jogo para a Estratégia" para a minha prática
relação às minhas expetativas - "Do Modelo
de Jogo para a Estratégia" 45,7%
41,4%
47,1%
40%
10%
10%
1,4% 1,4%
1,4% 1,4%
Muito Insatisfeito - Satisfeito Muito
Muito Insatisfeito - Satisfeito Muito Insatisfeito Satisfeito
Insatisfeito Satisfeito
28,6%
20%
5,7% 5,7%
0% 1,4%
0%
Muito Insatisfeito - Satisfeito Muito Muito Insatisfeito - Satisfeito Muito
Insatisfeito Satisfeito Insatisfeito Satisfeito
72
O evento valorizou os "Vetores do Recomendaria esta formação a um
Modelo de Jogo"? colega ou outra pessoa envolvida no
meio?
52,9% 47,1% 47,1%
31,4%
14,3%
5,7%
0% 1,4% 0% 0%
73
5.7. Balanço Final do Evento
Finalmente, pelas apreciações feitas após a ação, tanto por preletores como por
membros da audiência, considero que o evento decorreu de forma positiva e que se
conseguiu veicular informação de relevo para a prática profissional de qualquer agente
ligado ao Futebol, particularmente ao treino.
74
6. Conclusões Finais
75
motiva), tive sempre funções no treino, tanto a controlar exercícios como a coadjuvar os
meus colegas, ficando responsável por determinados comportamentos e/ou momentos
de jogo pré-definidos.
76
▪ Análise do gesto técnico: falhas e potenciais soluções para melhoria;
O tema escolhido para a área 2 resultou de uma opinião que defendo relativamente
ao tratamento dos jogadores e que sinto que nem sempre é tida suficientemente em conta
em contextos de rendimento: devemos conhecer o ser humano com quem trabalhamos, que
podemos desconhecer visto que lidamos com ele num contexto competitivo e num espaço
de tempo limitado, com objetivos muito específicos. A ideia de que devemos conhecer e
valorizar as características (humanas) individuais dos jogadores com que trabalhamos
cimentou-se ainda mais depois desta época longa e única pelo resultado que alcançámos: 5º
lugar na Fase de Apuramento de Campeão Nacional.
77
Gladwell (2008), na sua obra intitulada Outliers, procura desmistificar as inúmeras
razões que levam ao sucesso, defendendo que “há algo profundamente errado com o modo
como entendemos o sucesso (p.19)”. Mais à frente, refere que “o sucesso é uma
combinação de talento e preparação. O problema com essa forma de pensar é que, quanto
mais a fundo os psicólogos analisam as carreiras dos talentosos, menor parece o papel
desempenhado pelo talento e maior se mostra a importância da preparação (p.40)”. O autor
demonstra através de vários exemplos reais que “as pessoas não se tornam bem-sucedidas
sem ajuda. A sua origem importa. Elas são produtos de lugares e ambientes específicos
(p.101)”. Daqui surgiu o meu interesse pela compreensão das individualidades,
compreender os pensamentos e intenções de cada jogador bem como dominar a arte
comunicativa que é orientar um plantel inteiro para um objetivo. Numa abordagem simples,
definindo o sucesso desportivo pelo número de minutos jogados, ambicionei
traçar/encontrar um perfil motivacional que, neste grupo, fosse mais predisposto para
alcançar o sucesso. Esta ideia ocorreu-me porque identifiquei alguns egos no plantel (ou
pelo menos achei que tinha identificado, porque os resultados não são concordantes) e quis
perceber qual o impacto que estes tinham nos resultados da equipa. Nesse âmbito, falhei.
No entanto, essa falha despertou-me para outro elemento para mim determinante no sucesso
desportivo: a palavra. Creio que foi por isso que conseguimos, em termos desportivos,
orientar estas individualidades, com maior expressão no balneário, para o sentimento
unitário de pertença e para a ideia de que todos os elementos têm uma função no sucesso
coletivo. Acredito que, caso tivéssemos falhado nesta orientação e gestão, os resultados
teriam sido outros, provavelmente piores.
Por fim, após um ano com tanto de estimulante, sinto-me mais próximo do lugar
que idealizo para mim no futuro. A experiência profissional resultante da representação
78
de um clube histórico no panorama desportivo nacional acrescentou muito à forma
como vejo e, futuramente, abordarei vários aspetos inerentes à preparação de uma
equipa. As relações criadas, tanto com jogadores como com elementos da estrutura
técnica e direção do clube contribuíram muito para o meu desenvolvimento pessoal e
profissional. No sentido de continuar este desenvolvimento, vejo como essencial a
coexistência do conhecimento académico e do conhecimento prático produzido tanto
pela atividade diária no terreno, como pela reflexão sobre a abordagem (pertinência e
representatividade) dos conteúdos apresentados, incidindo sobre os múltiplos fatores
indutores e condicionadores do sucesso pessoal e desportivo.
“Em qualquer tarefa você pode ganhar ou perder, o importante é a nobreza dos
recursos utilizados. O importante é o trânsito, a dignidade com que a estrada é
atravessada na busca do objetivo.”
Marcelo Bielsa (in Sienosiain (2009)
79
7. Referências bibliográficas
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Psychologist, 10(1), 58–72.
83
8. Anexos
84
Anexo 2 - Tabela de Mann-Whitney (p<0,05).
85
Anexo 3 – Unidade de Treino do escalão de Juvenis A do C.F. “Os Belenenses”
GRAFISMOS EXERCÍCIOS TP TT
1. Descrição: MPB 4x4+4
Tempo: 3x4’, intervalo = trocas
Orgânica: Duas equipas de 4 elementos em
confronto, com dois jokers por dentro do
quadrado de posse, um na cobertura e um em
profundidade. A equipa em posse de bola deve
realizar 6 passes para poder variar de quadrado,
sendo essa variação feita pelo joker de cobertura
(1 ponto em caso de passe rasteiro, 2 pontos no
caso de passe longo recebido pelo joker
contrário). Em caso de recuperação da equipa
defensiva, esta deve efetuar logo a variação para 12’ 15’
o quadrado livre e lá realizar a posse de bola.
Excetuando os jokers, todos os jogadores jogam
sem limite de toques. Os jokers interiores e de
cobertura jogam a dois toques, o de
profundidade a um toque.
Objetivos
O.O.: Atrair e variar; Variação pela cobertura;
Passe longo + 3º Homem; Soluções após bola
longa.
T.D.: Abafar e recuperar;
O.D.: Bola coberta; Reação a sinais de pressão.
T.O.: Ganha, varia; Soluções para variação.
2.1. Descrição: GR + 2x2 (+ 4) + GR
Tempo: 4x3’, intervalo = trocas
Orgânica: Formação de quatro duplas de
jogadores. Enquanto duas duplas competem
entre si, as duas que ficam de fora do exercício
realizam trabalho de força (pranchas, flexões,
agachamentos, dorsais, etc.). Das duas equipas
em confronto, a que perder “paga” 10 flexões.
86
2.2. Descrição: GR + 3 + 3J x 3 + GR
Tempo: 4x3’, intervalo = trocas
Orgânica: Formação de três trios de jogadores.
Enquanto duas duplas competem entre si, a
terceira desempenha a função de joker.
Variantes:
1 – 5 passes obrigatórios para poder atacar uma
das duas portas. Após passe numa das portas, só 12’ 15’
os jokers laterais podiam finalizar. Jogadores
sem constrangimento de toques, jokers a dois
toques.
2 – Podem atacar imediatamente as portas, com
qualquer jogador a poder finalizar. Jogadores
sem constrangimento de toques, jokers a um
toque.
Objetivos
O.O.: Atrair e variar; Combinações dentro-fora
e fora-dentro; Mobilidade; Contra-
movimentos; Bola descoberta: ruturas (ajustar
timing de passe e movimento); Finalização.
T.D.: Reação à perda;
O.D.: Bola coberta; Reação a sinais de pressão.
T.O.: Bola nossa – Posse.
2.3. Descrição: GR + 3 + 3J x 3 + GR
Tempo: 3x3’30’’, intervalo = 1’ (+ trocas)
Orgânica: Formação de três trios de jogadores.
Enquanto duas duplas competem entre si, a
terceira desempenha a função de joker. Joker
de cobertura a 2 toques, joker de dentro livre
de constrangimentos, joker de profundidade a 1
toque. Joker pode fazer a variação.
10’30’’ 15’
Variantes:
1 – 4 passes para poder variar. Equipa que
recupera a bola deve variar logo e iniciar a
posse no outro quadrado;
2 – Podem variar assim que houver
vantagem/criação de condições para chegar em
vantagem ao outro quadrado.
Objetivos
O.O.: Atrair e variar; Apoios frontais e 3º
Homem.
T.D.: Reação à perda - Abafar;
O.D.: Bola coberta; Reação a sinais de pressão.
T.O.: Rápidos a sair da zona de pressão.
87