Moita Inclusão PEA Pré Escolar
Moita Inclusão PEA Pré Escolar
Moita Inclusão PEA Pré Escolar
Coimbra, 2016
Eleonora Andrelina Preces Moita
Constituição do júri
Classificação: 17 valores
Setembro de 2016
Agradecimentos
Este projeto tornou-se mais fácil de concretizar graças ao apoio e colaboração
de algumas pessoas. Gostaria, por este facto, de agradecer a todos aqueles que, direta
ou indiretamente, contribuíram para que este trabalho se tornasse possível.
À minha FAMÍLIA. A ti, Soledade Cavaca, que fizeste de mim o que sou
hoje… Saudades… Agradeço… Simplesmente TUDO! Sem vocês não conseguiria
chegar ao fim deste longo e tumultuoso percurso! Simplesmente… AMO-VOS!
Muito obrigada!
I
II
Resumo:
Este relatório de projeto assume-se como um estudo de caso que compreende
as implicações do Transtorno do Espetro do Autismo (a partir de agora, TEA) no
desenvolvimento de um menino de cinco anos, com alterações ao nível da
Comunicação/Linguagem, Cognição (Conhecimento do Mundo e Matemática),
Autonomia e Relacionamento Social, e identifica os contextos e as estratégias que
facilitaram a sua inclusão e desenvolvimento, no Jardim de Infância (JI), num grupo
de vinte e uma (21) crianças, do ensino público regular.
III
Palavras-chave: Inclusão Escolar; Investigação-Ação; Transtorno do Espectro
Autista, Cognição; Comunicação; Autonomia; Relações Sociais/Socialização, Plano
de Intervenção; Rotina, Grupo.
IV
The inclusion of a child with ASD in pre-school education: What educational
responses are expected ... A case study
Abstract:
This project is assumed as a case study report to understand the implications of
the Autism Spectrum Disorder (from now, TEA) in the development of a boy of five
years, with changes at the level of Communication / Language, Cognition
(knowledge of the World and Mathematics), Autonomy and Social Relationship, and
identifies the contexts and strategies that facilitated the inclusion and development in
Kindergarten (JI), a twenty-one group (21) children, the regular public education.
The intervention sought to meet the strengths and weaknesses of the child, a
dynamic of action-research and, through the interaction of the same with the group, it
created conditions that favored their academic achievements, their socialization and
independence.
The instruments used for data collection and evaluation were adapted
checklists Scale Portage and grids of observation and evaluation of behavior, with
reference to the Curriculum Guidelines for Pre-School Education.
The evaluation data have allowed to consider that, if properly planned and
evaluated, any intervention, and the promotion of inclusive practices, collaborative
V
and cooperative, they constituted an asset in the development of social, cognitive and
academic skills of child with ASD and the reference group.
VI
Sumário
Agradecimentos............................................................................................................. I
Resumo....................................................................................................................... III
Abstract ....................................................................................................................... V
Siglas e Abreviaturas.................................................................................................. XI
Índice de figuras ...................................................................................................... XIII
Índice de gráficos .................................................................................................... XIII
Índice de quadros .................................................................................................... XIV
Índice de tabelas ...................................................................................................... XIV
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15
VII
CAPÍTULO IV – TIPOS E MODELOS/ PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO EM
TEA ............................................................................................................................ 43
7. Tipos de intervenção em TEA ................................................................................ 45
7.1. Intervenção na área da comunicação-interação ................................................... 45
7.2. Intervenção sobre a linguagem ............................................................................ 46
7.3. Intervenção na área cognitiva .............................................................................. 47
7.4. Intervenção nos problemas de comportamento ................................................... 47
7.5. Intervenção noutras áreas .................................................................................... 48
7.6. Métodos de Intervenção ao nível da Comunicação ............................................. 48
7.6.1. Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação (SAAC)................... 48
7.6.1.1. Símbolos Pictográficos para a Comunicação (SPC) ..................................... 50
7.6.1.2. Picture Exchange Communication System (PECS) ...................................... 51
8. Modelos/ Programas de intervenção ...................................................................... 52
8.1. Modelo comportamental ..................................................................................... 52
8.2. Modelo Teacch .................................................................................................... 53
8.3. Modelo ABA ....................................................................................................... 54
8.4. Modelo DIR......................................................................................................... 55
VIII
12.5. Organização temporal da vida na sala e na instituição (rotinas e momentos
intersticiais) ................................................................................................................ 75
12.6. Caraterização da família.................................................................................... 75
12.7. Caraterização da criança/jovem ........................................................................ 76
12.7.1. Dados de Avaliação Educativa....................................................................... 78
IX
Anexo 16 - Checklists com base no Portage ............................................................ 163
Anexo 17 - Grelhas de registo de Observação/Avaliação (5 Anos) ......................... 169
Anexo 18 - Grau de consecução dos objetivos/indicadores ..................................... 182
Anexo 19 - Organização e estrutura das metas áreas do Pré-Escolar ...................... 188
Anexo 20 - Parâmetros de avaliação, por áreas curriculares – Pré–Escolar ............ 190
Anexo 21 - Resultados da Avaliação Diagnóstica do menino D ............................. 191
Anexo 22 - Registo de Observação Diagnóstica ...................................................... 206
Anexo 23 - Rotina diária do menino D .................................................................... 207
Anexo 24 - Planificação Anual do menino D .......................................................... 209
Anexo 25 - Organização e Dinâmica dos Espaços e do Tempo da sala 2 do JI ....... 221
Anexo 26 - Quadro síntese das principais potencialidades e fragilidades da criança
(relatórios clínicos e de avaliação e avaliações diagnóstica e do 1.º período) ......... 241
Anexo 27 - Quadro síntese das potencialidades e fragilidades apresentadas pelo D e
respetivos objetivos gerais de intervenção ............................................................... 245
Anexo 28 - Plano Geral de Sessões observadas ....................................................... 252
Anexo 29 - Descrição e avaliação/reflexão de cada sessão ..................................... 268
Anexo 30 - Roteiros de aulas ................................................................................... 361
Anexo 31 - Jogos Educativos adaptados e originais e respetivos objetivos ............. 367
X
Siglas e Abreviaturas
DM - Deficiência Mental.
EE - Educação Especial.
JI - Jardim de Infância.
XI
MEM - Movimento Escola Moderna.
SA - Síndrome de Asperger.
XII
Índice de figuras
Índice de gráficos
XIII
Índice de quadros
Índice de tabelas
XIV
Mestrado em Educação Especial
INTRODUÇÃO
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Mestrado em Educação Especial
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Estes indivíduos são muito diferentes entre si, em todas as idades, revelando-se
um grupo multifacetado com caraterísticas singulares mas que não se encontram
presentes em todos eles, pelo que criámos uma planificação individualizada, passível
de adequações e de mudanças. Segundo as Orientações Curriculares da Educação
Pré-Escolar, “Planear o processo educativo de acordo com o que o educador sabe do
grupo e de cada criança, do seu contexto familiar e social é condição para que a
educação pré-escolar proporcione um ambiente estimulante de desenvolvimento e
promova aprendizagens significativas e diversificadas que contribuam para uma
maior igualdade de oportunidades”. (Ministério da Educação, 1997, p. 26).
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico mais ele permite uma intervenção
adequada, sendo encarado de uma forma positiva pela família e pela escola, dando-
-lhes oportunidade de intervir de uma forma eficiente.
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
CAPÍTULO I - INCLUSÃO
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Mestrado em Educação Especial
1. Escola Inclusiva
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
Assim, e como salienta Ana Benavente, citada por Niza (1996), diferenciar não
significa individualização no sentido do trabalho do professor em relação a cada
aluno. As regulações e os percursos podem ser individualizados, num contexto de
cooperação educativa. Numa educação diferenciada criam-se situações que permitam
partilhar o que cada um tem, a partir do conhecimento de cada um, exigindo uma
grande atenção e organização das atividades, por parte do Educador/Professor. Em
suma, diferenciação “reside na adequação das estratégias de ensino encontradas
pelo professor para se aproximar das estratégias de aprendizagem de cada aluno”
(Meirieu,1988, Vecchi, 1992, Visser, 1993, Perrenoud, 1995, citados por Cadima,
1997).
A diferenciação existe para que seja possível chegar a todos, pois “a falta ou
inadequação de respostas curriculares para cada um dos alunos, não conduz apenas
ao insucesso educativo dos alunos, mas também ao insucesso da própria escola
inclusiva e, por arrasto, ao insucesso da inclusão.” (Leite, T. 2010)
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passam por uma “pedagogia diferenciada centrada na cooperação [que] poderá vir
a concretizar os princípios da inclusão, da integração e participação” (Niza, 1996).
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Mestrado em Educação Especial
CRITÉRIOS NO DSM-V
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Mestrado em Educação Especial
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Para que um indivíduo seja diagnosticado com TEA deve apresentar sintomas
que comecem na infância precocemente e devem comprometer a capacidade do
indivíduo em função da sua vida e do quotidiano.
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Mestrado em Educação Especial
- Graves problemas para manter relações, o que pode envolver uma falta
completa de interesse noutras pessoas, as dificuldades de jogar, fingir e se incluir em
atividades sociais apropriadas à idade e a problemas de adaptação a diferentes
expetativas sociais;
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3.3. Prevalência
O CDC (Centers for Disease Control and Prevention) dos Estados Unidos
refere que a prevalência de casos identificados com TEA é de 1 em cada 88 crianças.
(Anexo 7 - Quadro 3 – Prevalência do Autismo [online
http://autismoembraga.blogspot.pt/2012_03_01_archive.html])
Os TEA têm uma elevada prevalência, tendo vindo a aumentar ao longo das
últimas décadas, afetando mais o sexo masculino do que o sexo feminino (Bacchelli
& Maestrini, 2006, citado por Coelho, 2012). As estimativas apontam que os TEA
atingem entre 58.7 e 62.6 por 10000 indivíduos, dos quais de 16.8 a 22 são crianças
com autismo (Chakrabarti & Fombonne, 2001; Chakrabarti & Fombonne E, 2005;
Elsabbagh et al., 2012 citado por Coelho, 2012).
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
4. A idade pré-escolar
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As necessidades mais básicas de uma criança com NEE são as mesmas que as
de uma criança do ensino regular. Para que o menino com NEE cresça saudável, quer
ao nível emocional quer ao nível social, é essencial a interação entre todos as
crianças e o apoio dos pais, dos Educadores e amigos (Nielsen, 1997). Poder-se-á
dizer, então, que a escola favorece a integração de todas as crianças, quer sejam
deficientes, ou não, possibilitando o desenvolvimento da personalidade, a formação
de direitos e liberdades democráticas, a participação na vida social, entre outros,
dependendo a sua eficácia da proximidade entre os educadores e pais; e da
participação dos pais no progresso educativo do filho e na colaboração de atividades
lúdicas.
Se nos debruçarmos sobre a aprendizagem dos mais novos, dir-se-á que a sua
aprendizagem está enraizada na sua vida quotidiana, nas experiências e vivências
com os outros. Durante a escolaridade obrigatória, a aprendizagem das crianças
mistura-se e confunde-se, ou seja, as experiências vividas fora e dentro do recinto
escolar têm a mesma importância. Por este motivo, a atuação dos Educadores deverá
ser diferenciada e reger-se de acordo com as vivências e experiências de cada
criança, assegurando-se a sua personalidade e a continuidade das experiências sociais
e familiares. Numa perspetiva democrática, a educação requer que as pessoas
envolvidas trabalhem interativamente na concretização de objetivos assumidos por
40
Mestrado em Educação Especial
todos (Correia & Serrano, 2000). Neste âmbito, concordamos com os autores e
acrescentamos que a colaboração dos pais na gestão de todo o processo educativo
deverá ser uma constante, pois contribuirá para o sucesso da ação educativa.
Todos os indivíduos com TEA revelam uma incapacidade natural para decifrar
e para reagir adequadamente a diferentes situações sociais. No caso das crianças que
frequentam o ensino regular, esses desafios sociais ocorrem muitas vezes ao longo do
dia. “Com uma intervenção especializada, um aluno pode ser auxiliado a adquirir
competências de socialização mais eficazes” (Hewitt, Sally, p.13).
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
A inclusão das crianças com NEE nas turmas de ensino regular beneficia as
restantes crianças, favorecendo uma mudança nas atitudes, na valorização e na
tolerância perante aquelas, tornado-as mais sensíveis às questões de discriminação e
mais críticas sobre as formas de estereótipos produzidas socialmente. Com a inclusão
“Os programas de educação inclusiva promovem também em todos os alunos o
desenvolvimento de atitudes e de valores positivos face à diferença e diversidade,
fomentando atitudes de cooperação” (Morgado, José, p.76). A família também
beneficia de um acompanhamento por parte de profissionais que ajuda na
compreensão, na participação e na relação entre a família e a criança com NEE.
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
As áreas específicas na educação da criança com TEA são aquelas em que ela
apresenta maiores dificuldades, nomeadamente a Comunicação-Interação; a
Linguagem; e o Desenvolvimento Cognitivo. Há ainda outras áreas a considerar mas
que não são consideradas prioritárias, visto não serem específicas da síndrome. No
entanto, há necessidade de desenvolver potencialidades como a psicomotricidade,
coordenação visual-motora e a autonomia. Existe entre um a cinco por cento de
crianças autistas capazes de adquirir técnicas instrumentais e, em alguns casos,
conhecimentos académicos.
O primeiro requisito é fazer com que o educador «exista»; que imponha limites
às suas condutas não adaptadas; que tenha empatia com a criança, porque tudo é
estabelecido ordenadamente e não ao acaso; que reforce os seus comportamentos
adaptados e funcionais; que planifique situações estáveis e estruturadas; que ajude a
criança a moderar as auto gratificações; que lhe faça compreender quais os seus
comportamentos e atitudes não permitidos; que seja claro nas ordens e instruções; e
que tenha, geralmente, uma atitude diretiva na planificação e duração das atividades.
Neste sentido, consideramos que compete ao Educador fazer com que a criança com
TEA seja capaz de compreender o que lhe é pedido, seja com gestos treinados, com
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palavras claras ou frases curtas, pois se a criança puder prever o que se vai passar, a
interação com o educador será facilitada.
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Existe uma interdependência entre a área cognitiva e a social. Estas duas áreas
associam-se nas primeiras etapas de desenvolvimento, pelo que os respetivos
objetivos são praticamente idênticos. Segundo Sally Hewitt (2005), a seleção de
objetivos e tarefas nesta área proporciona estratégias de aprendizagem para futuros
objetivos e situações naturais mais complexas, para além de fornecer objectivos
específicos de desenvolvimento.
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criança o que ela espera obter através do seu comportamento inadequado, de forma
contingente (castigo negativo).
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Mestrado em Educação Especial
A maioria das crianças com TEA não irá desenvolver a fala e irá apresentar
dificuldades na compreensão da linguagem, devendo-se introduzir um sistema de
comunicação gestual ou gráfico o mais precocemente, tendo sempre em conta as suas
capacidades.
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Mestrado em Educação Especial
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Garcia e Rodríguez (1997) afirmam que este modelo tem como base as teorias
da aprendizagem (condicionamento clássico Pavlov e condicionamento operante
Skinner). O modelo, à semelhança de todos os outros, pressupõe eliminar os
comportamentos desajustados e ensinar os comportamentos adequados através de um
estímulo que é o reforço apreciado.
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Mestrado em Educação Especial
Assenta na ajuda às pessoas com TEA e às suas famílias, uma vez que existe
uma grande inquietação em preparar os Autistas para serem mais autónomos e
atenuarem os seus comportamentos mais caraterísticos, como refere Pereira e Serra
(2006, p. 51): “ (…) ajudar as pessoas Autistas para que vivam ou trabalhem da
forma mais autónoma possível em casa, na escola ou num local de trabalho.”
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O Modelo ABA (Applied Behavior Analysis) foi criado por Skinner em 1957 e
é uma abordagem de base comportamentalista que compreende o uso de métodos
analítico-comportamentais para modificar comportamentos socialmente relevantes. O
seu principal objetivo geral consiste em ajudar a criança a desenvolver capacidades
que a tornarão independente e bem sucedida o quanto possível, a longo prazo.
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Mestrado em Educação Especial
CAPÍTULO V – METODOLOGIA
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Mestrado em Educação Especial
Segundo João Vaz (1999), a relação entre o clima emocional que se vive na
sala de aula e a disciplina é indiscutível e favorável à criação de um ambiente
adequado ao trabalho escolar e à aprendizagem de objetivos relacionados com a
socialização, facultando modelos positivos de interação pessoal. Além disso, no que
respeita às expetativas formuladas e comunicadas aos e pelos alunos, as expetativas
do Professor vão transmitir-se aos alunos através de indicadores de natureza não
verbal e conduzi-los à sua autovalorização e a um relacionamento interpessoal
positivo e que favorecerão um clima de aula agradável.
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10.1. Investigação-ação
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Embora seja uma pesquisa qualitativa, o estudo de caso carateriza-se pelo seu
caráter de descoberta, na medida em que o investigador, embora parta de
pressupostos teóricos, está atento a novos elementos que possam surgir, procurando
novas respostas no desenvolvimento do seu trabalho, enfatizando a interpretação em
contexto, compreendendo a manifestação geral de um problema, relacionando-se
com ações, comportamentos e as interações das pessoas envolvidas com a
problemática da situação a que estão ligadas.
A realidade pode ser relatada sob diferentes perspetivas, não havendo desta
forma uma única que possa ser a verdadeira, cabendo ao investigador procurar trazer
essas diferentes visões e opiniões a respeito da situação em questão. Assim, segundo
Freixo (2009, p. 109), “o método de estudo de caso não tem como finalidade
manipular variáveis ou estabelecer relações entre elas. A sua finalidade será
descrever de modo preciso os comportamentos de um indivíduo, ou seja, neste
procedimento, o sujeito é o centro da atenção do investigador.”
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O Portage surgiu no final dos anos 60 nos Estados Unidos da América e foi
introduzido no Reino Unido, em 1976. É um programa de educação precoce e um
sistema de ajuda à educação de crianças com atrasos de desenvolvimento, quer a
nível domiciliário, quer a nível de contextos educativos. Contempla 6 áreas de
desenvolvimento Estimulação do Bebé; Socialização; Linguagem; Autonomia;
Desenvolvimento Motor/Motricidade, Cognição e Socialização. Optámos pela
construção de checklists baseadas neste programa por entendermos que os
indicadores previstos para a idade da criança (quatro/cinco anos), eram importantes
para a caraterização da sua avaliação diagnóstica.
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Mestrado em Educação Especial
Foi ainda com base na análise dos registos contidos nas checklists e nas
Grelhas de Registo de Observação/Avaliação que se organizaram os gráficos
representativos da situação da criança e a sua evolução nas supramencionadas áreas.
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O tratamento dos dados recolhidos foi feito através da análise das diferentes
grelhas de registo preenchidas ao longo de toda a avaliação diagnóstica e das
avaliações por cada período letivo. O cruzamento das diferentes avaliações permitiu
reconhecer a evolução da criança, determinando as áreas de maior sucesso. Assim,
nestes registos criámos um código de cores que varia entre o vermelho
(Nunca/Competência não adquirida), amarelo (Às vezes/Competência em
progresso), verde (Sempre/Competência Adquirida) e cinzento (Não observado)
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Mestrado em Educação Especial
verificando-se, no geral, uma gradação positiva nas cores, isto é, a criança passa do
vermelho, para amarelo e finalmente alcança o verde nalguns casos, o que é
exemplificativo da sua progressão e do sucesso das suas aprendizagens.
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12.3. Caraterização do JI
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A sala era constituída por vinte e uma crianças (onze do sexo masculino e dez
do sexo feminino), com idades compreendidas entre os cinco e os seis anos, sendo
que um dos meninos tinha TEA e uma das meninas era cega.
Para acompanhar todas estas crianças estavam presentes na sala três adultos:
uma Educadora de Infância, uma Técnica Operacional e uma Professora de Educação
Especial que permanecia na sala, todas as semanas, durante dez tempos.
O grupo era bastante participativo, tanto nas atividades propostas como nas
conversas em conjunto, no entanto existiam crianças com dificuldades de
concentração, o que por vezes perturbava o grupo.
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Deverá, pois, beneficiar dos apoios e das adequações conferidas pela legislação
em vigor (DL 3/2008 de 7 de janeiro) para que possam ser individualizadas as
estratégias pedagógicas, dadas as suas necessidades educativas especiais. No referido
ano letivo, o menino D usufruiu de um apoio pedagógico personalizado que passou
por um reforço das estratégias utilizadas no grupo ao nível da organização, do espaço
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Numa fase posterior concebeu-se a planificação geral das sessões (Anexo 28) a
desenvolver, partindo daquilo que se consideraram ser as potencialidades da criança.
A descrição e reflexão/avaliação de cada sessão, bem como alguns dos roteiros de
aulas, encontram-se em anexo (Anexos 29 e 30, respetivamente).
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Através dos dados expressos nas referidas grelhas de registo, denota-se que
existiram progressos significativos nas diferentes áreas de intervenção. Assim,
consideramos que as principais áreas de sucesso deste projeto de intervenção foram
as da Autonomia, das Competências Sociais e da Comunicação/ Linguagem,
resultado que traduz também três das principais áreas de intervenção, sem deixar de
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Mestrado em Educação Especial
Competências sociais
No que respeita às Competências Sociais/ Socialização, a criança realizou
progressos positivos e significativos, brincando com os seus pares, partilhando com
eles brinquedos e materiais, respeitando e cumprindo as regras e participando nas
atividades. Na grelha de registo relativa a esta competência (Anexo 17) podemos
observar uma grande mancha vermelha nas primeiras avaliações realizadas,
nomeadamente, na categoria da responsabilidade, cooperação, partilha e
comportamento, correspondente a um desempenho de fraca qualidade e de não
realização por parte da criança (avaliação diagnóstica e do 1.º período). Não
obstante, à medida que a intervenção se desenvolvia, as avaliações dos 2.º e 3.º
períodos registavam igualmente uma evolução, passando os indicadores das
categorias referidas a uma realização mais frequente, ainda que realizada com
alguma dificuldade enquanto outros alcançaram a plena realização. A nível do
desenvolvimento do espírito crítico em relação a si e aos outros dando e pedindo
sugestões para melhorar não houve alterações.
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Mestrado em Educação Especial
Outra área fraca das crianças com TEA é a concentração, uma vez que estas
estão frequentemente alienadas no seu complexo mundo interior, tendo-se observado
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Limitar o tempo em que lhe era permitido falar sobre os seus interesses
específicos ou somente executar as atividades da sua preferência e usar o reforço
positivo para aumentar a frequência do comportamento desejado, revelaram-se
também estratégias, regra geral, eficazes. Todos estes comportamentos disruptivos
abrandaram e quase que desapareceram completamente à medida que se aproximava
o término da nossa intervenção.
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Mestrado em Educação Especial
No que diz respeito à participação, a análise dos dados evidencia uma gradual
evolução, passando de uma interação pouco interveniente e tolerante, a momentos de
cooperação e partilha de informações, escutando e respondendo aos colegas, embora
mais ouvindo. Passamos igualmente de uma etapa inicial em que a criança se
recusava a participar nas atividades mais coletivas, sobretudo as que envolviam a
leitura de histórias e a exposição oral de temas e/ou opiniões, para um
comportamento mais calmo e uma atenção/concentração mais regulares e alargadas,
desde que estivesse entretido quer ao colo do adulto quer a folhear os livros. O
indicador que permaneceu sem alteração foi: “Revela espírito crítico em relação a si
e aos outros dando e pedindo sugestões para melhorar”, pois a sua capacidade de
abstração era muito ténue e a sua verbalização para questões mais formais tinha de
ser muito orientada e estimulada. No entanto, no que concerne à atenção, o D andou
visivelmente mais motivado e estável, principalmente a partir do segundo período e
desde que sentiu que era capaz de permanecer em público e de executar algumas
atividades com sucesso. O menino mostrava-se satisfeito quando alcança resultados
positivos e/ou concluía uma tarefa,
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100
ESCALA NUMÉRICA
50 Av. Diagnóstica
1.ºperíodo
0 2.º período
3.º período
INDICADORES DE AVALIAÇÃO
Autonomia/ Independência
90
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91
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Autonomia/ Independência
120
100
80
60
40
20
0
Conhece e pratica Demonstra Cumpre diferentes Realiza, sem ajuda, Revela autonomia
normas básicas de empenho nas momentos da tarefas do dia-a- pessoal e
segurança, saúde atividades por rotina diária dia capacidade de
e higiene iniciativa ou autonomamente escolha
solicitadas
Linguagem/ Comunicação
A partir da análise dos dados (Anexos 16, 17 e 18) e refletindo sobre a forma
como o D compreendia e expressava o discurso, podemos inferir que existiu
igualmente um progresso que merece destaque. O D é um menino com TEA que
verbalizava, o que já era uma mais valia, contudo, no início da intervenção
verificámos que existiam significativas limitações de compreensão, sobretudo no
cumprimento de ordens, pedidos e na transmissão de recados. Por outro lado, a sua
verbalização era tão simples que ainda não conseguia relatar vivências ou algo que
acontecia, por exemplo, no recreio e/ou durante o fim de semana. O menino D não
tinha o hábito de formular frases simples, apenas nomeando e comunicando por
palavras soltas.
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Mestrado em Educação Especial
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Concluindo, por alturas do 1.º período letivo, quando realizava algum jogo, o D
tinha tendência a realizar de forma errada o que lhe era pedido, brincando com o
adulto e esperando que ele verbalize frases, tais como: “Não está certo!”; “Tens de
estar com mais atenção”; “Podes fazer melhor”, diretivas que tinha aprendido com a
execução do “Jogo das Mimocas” e que gostava de repetir. Gostava destas pequenas
brincadeiras que, regra geral, faziam com que se sentisse bem e correspondesse de
forma meiga e positiva, realizando todas as atividades propostas acertadamente. Foi
desta forma que a Professora de Educação Especial e a Educadora conseguiram que o
D repetisse e verbalizasse as palavras e/ou diretrizes de forma mais frequente. Muitas
vezes, também remetiam para realizações erradas, afirmando o contrário da
realidade, o que levava o menino a proceder de forma correta. Quando lhe era dado
um comando verbal com alguma carga emotiva, também se verificava maior
capacidade recetiva.
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Mestrado em Educação Especial
Abordagem à Escrita
120
100
80
60
40
20
0
Reconhece Distingue Estabelece Faz Identifica Possui os
e respeita o frase, relações grafismos algumas requisitos
sentido da palavra e entre código de pré- palavras prévios para
escrita letra oral e escrita a escrita
escrito
Cognição
Na área da cognição, mais concretamente a nível da Matemática, observou-se
igualmente uma evolução evidente. Analisando os dados constatou-se que o D
conseguia contar, todavia, o reconhecimento dos números ainda se limitava aos
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Cognição - Matemática
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50
-50
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40
20
0
Descreve Identifica, Identifica-se no Reconhece a Planeia ações e
itinerários e nomeia e meio familiar, sua identidade ordena
sequências localiza as escolar e social social e sexual conhecimentos
temporais das partes do
suas rotinas corpo
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Mestrado em Educação Especial
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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Mestrado em Educação Especial
dos materiais, do tempo e do espaço. Esta gestão é apoiada por instrumentos (…) tais
como: mapa de presenças, mapa de tarefas (…)” Uma vez que o modelo adotado é o
já anteriormente referido, estes instrumentos encontram-se na sala e são utilizados
diariamente, para além de que “A organização e a utilização do espaço são expressas
das intenções educativas e da dinâmica do grupo, sendo indispensável que o
educador se interrogue sobre a função e finalidades educativas dos materiais de
modo a planear e fundamentar as razões dessa organização”. (Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 1997, p. 37).
Para além destes modelos que foram o grande suporte na nossa intervenção,
tivemos em conta que o estilo de aprendizagem mais frequente nas crianças com
TEA é o visual, neste sentido sempre que possível as tarefas foram decompostas em
pequenas partes visualmente distintas (Peeters, 1997). Uma grande maioria das
crianças com TEA têm uma boa memória visual, por conseguinte, o professor deverá
apresentar os novos conteúdos sempre com suportes visuais. A forma mais comum
de organização da rotina implementada com o menino D foi realizada recorrendo-se
à utilização de um suporte visual, nomeadamente, a utilização dos símbolos SPC.
Este sistema facilitou o expressar de desejos da criança, de uma maneira mais
simples de se entender, por isso, propusemos a sua utilização no dia a dia escolar e
familiar do D. Além disso, a Educadora e a Professora de Educação Especial
socorreram-se de uma linguagem simples e baseada no concreto, evitando linguagem
figurada e confusa, uma vez que estas crianças manifestam dificuldades na
compreensão verbal, principalmente, na interpretação de frases e expressões
idiomáticas (como, por exemplo, os provérbios).
105
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Além destas estratégias, a criança com TEA precisa de uma rotina, de ter pré-
-estabelecido o que vai acontecer naquele dia, antecipar as atividades que irá realizar,
se algo na sua rotina irá sofrer alterações, para que consiga "aceitar" essas
informações na hora de sua execução. A antecipação dos acontecimentos faz com
que ela se sinta segura, saiba os seus objetivos e o que os outros esperam que ela
faça, por isso o trabalho com o D encontrava-se diariamente estruturado de forma a
atender aos seus interesses, necessidades, ritmos e estilos de aprendizagem. Essas
crianças têm dificuldades em gerir o seu tempo e em se organizar, pelo que é
106
Mestrado em Educação Especial
importante ter uma rotina pré-estabelecida. A rotina diária impera como um meio de
aprendizagem e desenvolvimento integral e, tal como afirmam Hohmann & Weikart
(2011), “oferece um enquadramento estável no qual as crianças (…) podem sem
perigo iniciar, reflectir sobre, modificar e expandir as experiências de aprendizagem
pela acção” (pág. 227). Além disso, as rotinas de ensino são a “criação de hábitos de
funcionamento na aula que permitem levar por diante atividades com um mínimo de
interferência e desordem no grupo turma, ao mesmo tempo que libertam a atenção do
professor para tarefas mais exigentes”. (Gotzens, 1986 citado por João Vaz (1999,
p.38).
Além disso, outra das estratégias utilizadas passou pelo uso do lúdico, através
da utilização de jogos no contexto educativo do D que contribuíram de uma forma
crucial para uma aprendizagem ativa, pois através do jogo, o menino D explorou os
materiais, trabalhou a abstração, desenvolveu o seu conhecimento e ao mesmo tempo
aprendeu os conteúdos trabalhados. Conforme refere Antunes (2005, p. 36), “o jogo
constitui uma ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo
ao interesse do aluno, que adora jogar e desenvolve níveis diferentes da sua
experiência pessoal e social.” O mesmo autor refere ainda que o jogo ajuda a criança
107
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De acordo com Lima & Mello (2006, p. 26) “A tarefa do professor de infância
é, sobretudo, a de satisfazer as necessidades de conhecimento e de atividade da
criança, despertar nela novos interesses e ensinar-lhe novos modos de agir”.
Reconhecendo a importância do lúdico no desenvolvimento emocional, social e
académico do menino D, durante o decorrer do nosso trabalho de intervenção
criaram-se e desenvolveram-se quatro jogos adaptados para este público-alvo (TEA e
Pré-Escolar): o Jogo dos Botões, o Jogo do Dominó Adaptado, o Jogo Pentágono
Dourado e o Jogo dos Sinais de Trânsito (Anexo 30).
Parece-nos que estão reunidas algumas das condições para que possamos
referir que o menino D está incluído no seu grupo e na comunidade escolar em geral,
através de uma intervenção baseada na partilha de informação e de trabalho
cooperativo, através de estratégias diferenciadas e da continuidade pedagógica. Sobre
esta temática Correia (2006) salienta que a filosofia inclusiva encoraja os docentes a
provocarem ambientes de entreajuda e de cooperação mútuos. Verificou-se também
108
Mestrado em Educação Especial
que todas as professoras intervenientes tinham conhecimento das áreas fracas e fortes
da criança, assim como das suas necessidades individuais, efetuando as planificações
em conjunto, a fim de atingir os objetivos propostos, sendo as dificuldades
colmatadas pelas estratégias diferenciadas.
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material, dos métodos e do ambiente em sala de aula, de modo a que ela possa
atender às necessidades das crianças. No Pré-Escolar não existe um currículo
definido pelo ministério da educação, mas sim um manual designado de Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar (Orientações curriculares para o Pré-
Escolar, 2002). Neste sentido, como refere o próprio documento o Educador é o
construtor, o gestor do currículo e deve construí-lo com a equipa pedagógica, tendo
em conta os saberes da criança e suas famílias, os desejos da comunidade e, também
as solicitações dos outros níveis educativos.
110
Mestrado em Educação Especial
Parece que muitos anos vamos ter que percorrer até que consigamos ter uma
escola verdadeiramente inclusiva. Cabe-nos a nós zelar por estes meninos e trilhar o
caminho da formação para que consigamos dar respostas adequadas às “crianças
diferentes” que nos aparecem nas escolas. A mudança para uma escola inclusiva só
será alcançada quando a própria sociedade mudar os seus valores e quebrar os tabus
em relação às pessoas com NEE. Embora ávidos de um saber que procurámos e que
responda com menos equívocos a tantas questões levantadas ao longo da realização
do nosso trabalho, é nesta constante desatualização que se procura entender melhor
esta perturbação/ espectro.
Importa ressalvar que, no decurso deste trabalho, foi nosso intuito conseguir
extrair, de toda a fundamentação teórica do TEA, algo para a nossa prática educativa.
Conhecer amiúde estas crianças/ jovens e as suas caraterísticas comportamentais,
permitir-nos-á, certamente, intervir adequadamente e, quiçá, transpor o seu “mundo
silencioso”.
111
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
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136
Mestrado em Educação Especial
ANEXOS
137
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138
Mestrado em Educação Especial
DSM-IV DSM-V
1994 Elimina-se a categoria TGD
3 categorias de critérios
Termo: TEA
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Figura 2 – Distinção entre os três critérios principais para diagnóstico segundo o DSM-IV e os dois
critérios principais para diagnóstico, segundo o DSM – V. (online
[https://nadjafavero.wordpress.com/2013/06/05/dsm-v-e-tea]
140
Mestrado em Educação Especial
141
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142
Mestrado em Educação Especial
Quadro 2 - Nível de severidade das perturbações do espectro do autismo (APA, 2012 – online
[http://www.dsm5.org/Pages/Default.aspx]).
143
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Nível das DM
Ligeiro QI de 50 a 70
Moderado QI de 35 e 49
Severo QI de 20 a 34
Profundo QI inferior a 20
144
Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
Fase 1 – A Troca Fisicamente Assistida - requer a presença de dois terapeutas, um que deverá
mostrar o objeto desejável e outro que auxilia a criança a selecionar a imagem correspondente,
para depois se proceder à troca do objeto pela imagem.
Fase 4 – Estruturação das frases – aqui a criança já vai solicitar objetos presentes e não
presentes utilizando uma frase constituída por várias palavras que observa num livro. A criança
coloca a expressão “Eu quero” numa tira de velcro, seguida da imagem do objeto desejado e
entrega ao seu interlocutor. É igualmente importante que se criem oportunidades para que a
criança solicite objetos fora do seu alcance.
147
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A estrutura física – a organização do espaço, dos materiais e das atividades, devem ser
executadas de forma a facilitar os processos de aprendizagem e a independência das crianças.
Deverá ter:
Áreas claramente definidas e separadas por fronteiras físicas;
Só deverá ser utilizada para determinados fim e deve ser objeto de poucas alterações;
Deverá ajudar a criança a focar a sua atenção nos aspetos mais relevantes das tarefas.
Área de trabalho individual – O objetivo principal deste sistema de trabalho é ensinar ao aluno
a relação entre causa e o efeito. Cada criança, deve ter um plano de trabalho organizado e
estipulado pelo professor, que inclui uma sequência de tarefas, pois, devemos mostrar à criança
o que realmente queremos que ela faça.
Mesa de trabalho individual – local onde a criança trabalha em grupo, mas experimentando as
suas próprias hipóteses.
A utilização de rotinas – Segundo Cripe e Venn (1997), “As actividades funcionais da criança
realizadas diariamente, as quais fazem parte dos acontecimentos da vida diária, ocorrem
regularmente e são repetidas frequentemente, pelo que oferecem muitas oportunidades para
ensinar, aprender (...)” Cripe e Venn (1997). As rotinas dão segurança à criança, permitindo-lhe
diminuir a instabilidade e antecipar as atividades. No início do processo de aprendizagem,
devem ser relevantes, mas à medida que são cimentadas, deve-se diminuir a sua importância.
148
Mestrado em Educação Especial
adotar um modelo com figuras padrão associadas às palavras escrita para que a criança aprenda
a estabelecer a correspondência entre o significante e o significado. As pistas visuais permitem:
Aprender mais rápido;
Reduzir o seu comportamento agressivo;
Adaptar-se às situações;
Terminar as tarefas propostas sozinha;
Adquirir autonomia e independência.
As instruções visuais devem ser colocadas em todo o espaço escolar que a criança utiliza, de
forma que seja mais fácil a sua orientação e estruturação das ideias.
Área de lazer – Local onde as crianças podem ver filmes, folhear livros e revistas, ou seja, onde
podem praticar atividades livres.
Espaço “Time Out” – É uma área para utilizar sempre que a criança entre em crise, com a
finalidade se controlar o seu comportamento e as suas emoções. Este espaço deve estar
desprovido de qualquer tipo de material e estar protegido com materiais, como a cortiça ou a
esponja.
149
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Declaração
O Encarregado de Educação,
__________________________________________
150
Mestrado em Educação Especial
A investigadora,
____________________________________
Beja, 12 de fevereiro de 2015
151
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
___________________________________________
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Mestrado em Educação Especial
Nome: Aluno D
Morada: _______________________________________________________________________
Telefone: __________________
153
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O menino D é uma criança de cinco anos, muito meiga, revelando dificuldades de relação e de
comunicação. Até ao final do ano letivo de 2010/11, o D permaneceu, durante o dia, em casa
dos avós, onde realizava diversas atividades, tais como jogos no computador e na TV.
Regularmente, os avós também lhe proporcionavam alguma atividade no jardim público mais
próximo de sua casa e com frequência ia ao JI do irmão brincar no exterior.
Segundo informações da mãe, foi por sua sugestão que levou o D ao pediatra, com a
preocupação de o filho não falar, tendo por comparação a experiência dos dois filhos mais
velhos.
O pediatra encaminhou para consulta de psicologia, onde depois foi conduzido para as consultas
do Dr. X, no HDE, que solicitou avaliação auditiva, porém, não se verificaram alterações neste
domínio. Este clínico aconselhou ainda a integração em jardim de infância logo que possível, o
que veio a acontecer em setembro de 2012, altura em que o Martim integrou a Sala do Sol do JI
X. A Intervenção Precoce acompanhou o D desde dezembro de 2012, inicialmente no domicílio
e, a partir de setembro de 2013, em contexto educativo.
Refere-se ainda que, mediante autorização expressa (em anexo ao PIIP) da encarregada de
educação, datada de 24 de maio de 2013, foram captadas imagens de vídeo do Martim durante a
realização das tarefas/ comportamentos intervencionados. Essas imagens foram entregues à mãe
do Martim, em CD, que poderá, de acordo com a sua vontade, disponibilizá-las aos
intervenientes no processo educativo do Martim no presente ano letivo (2013/14).
O D é uma criança afetuosa e que gosta e procura, frequentemente, o carinho dos adultos,
nomeadamente da professora de Educação Especial e da Assistente operacional.
154
Mestrado em Educação Especial
Atividade e Participação:
Dificuldade Grave: focar a atenção no toque, face e voz humana (d1600.3), executar a rotina
diária, outra… (d2309.3), falar (d330.3), observar (d110.3) e imitar (d130.3), interacções
interpessoais gerais, outras… (d729.3) e em compreender mensagens faladas simples (d3101.2).
Fatores Ambientais:
Facilitador completo: Ao nível das Atitudes, as atitudes individuais dos membros da família
próxima e amigos (e420+4).
155
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Orientação metodológica/Intervenção:
- Implementação de um espaço de ensino/aprendizagem funcional, inclusivo e
estruturado com base no modelo TEACCH (Treatment and Education of Autistic and
Communication Handicapped Children):
156
Mestrado em Educação Especial
contudo, pode ser organizado de forma a ir ao encontro dos seus interesses especiais
para que se sinta tranquilo e confortável (plantas aromáticas que o aluno poderá
pulverizar com água diariamente);
3 jogos (por exemplo, enfiamentos com 3 peças; pirâmide de argolas; jogo de
associação com fotografias da família, etc.) que deverão ser trabalhados até que o aluno
concretize a tarefa. Aí deverão ser introduzidos novos jogos/desafios. Caso o aluno
manifeste dificuldades persistentes na concretização do jogo deverá ser equacionada a
sua substituição por outro com menor grau de dificuldade ou que desperte maior
interesse ao aluno;
- os jogos devem estar ordenados na mesma sequência no topo do armário e devem ser
realizados pela mesma ordem;
- não se deve colocar mais do que um jogo na mesa de trabalho;
- quando um jogo for terminado deverá ser colocado na prateleira de baixo;
- realizar os jogos em períodos curtos inicialmente e ao longo do tempo tentar prolongar
a atenção e concentração do aluno na realização das tarefas.
4. Trabalhos de Grupo:
- área que desenvolve a interação e inclusão com o grupo. Desenvolvimento de
atividades expressivas como pinturas, plasticina, massinha, etc.
157
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sua realização e colado no velcro do espaço. Quando terminar a tarefa deve novamente
colar o cartão no velcro do horário;
- colocar uma bolinha verde quando termina uma tarefa ou atividade para que tenha
noção das tarefas que já cumpriu e das que ainda terá que realizar;
- o plano de trabalho deverá estar bem visível na área de aprender/trabalhar (a área do
aluno).
Fotografias com os nomes dos pais e pessoas que trabalham com o aluno, além de
imagens ilustrativas das rotinas diárias, como sanita, água, comida, entre outros.
Tecnologias de apoio
De acordo com o previsto na alínea f), propõe-se a continuidade da utilização do sistema SPC,
como forma de “permitir o desempenho de atividades e a participação nos domínios da
aprenizagem e da vida profissional e social”.
158
Mestrado em Educação Especial
Outras informações
A criança estará sujeita aos mesmos momentos de avaliação do seu grupo/turma, tal
como está previsto no calendário escolar.
Esta avaliação deverá ter em vista a verificação do cumprimento da aplicação e da
eficácia das medidas educativas nele contidas, ou a sua eventual reformulação, se for
caso disso, decorrente da evolução do processo de aprendizagem do aluno.
Para que o aluno beneficie de um apoio mais individualizado possível, dado pelos
docentes da turma, deve estar integrado numa turma reduzida.
Não se aplica.
159
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Avaliação do PEI
160
Mestrado em Educação Especial
com uma equipa definida no momento dessa reavaliação, com todos os elementos pertinentes. A
avaliação final será feita através de um relatório circunstanciado tendo por base as competências
do aluno e o seu perfil de funcionalidade nos diferentes domínios referenciados à luz da CIF e
CIF-CJ.
Elaboração e Homologação
Intervenientes Assinatura
Encarregada de Educação
Nome:______________________________________________________________________
______________________________
161
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162
Mestrado em Educação Especial
Legenda
163
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Mestrado em Educação Especial
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Observações
AUTONOMIA NÃO +/- SIM
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Mestrado em Educação Especial
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168
Mestrado em Educação Especial
Domínio Indicadores
(semana de 15 a 19 09 a 12 de 16 a 20 de março 23 a 26 de junho
de setembro de dezembro de 2014) de 2015) de 2015)
2014)
1-Reconhece as suas capacidades e
limitações de ação e expressão.
2-Identifica-se no meio familiar, escolar e
social.
Identidade/ autoestima
3-Manifesta segurança afetivas e emocional e
capacidade da resolução de conflitos.
4-Possui capacidades de iniciativa e
confiança em si mesmo.
Área da Formação Pessoal e Social
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aprendizagem do grupo.
15-Participa na organização do trabalho da
sala.
16- Colabora nas atividades de pequeno e
grande grupo.
17-Revela espírito crítico em relação a si e
aos outros dando e pedindo sugestões para
melhorar.
18-Colabora na elaboração de regras e
respeita-as.
Convivência 19-Articula os próprios interesses e pontos de
democrática/ vista com os dos outros.
Cidadania 20- Manifesta atitudes de respeito pela
natureza.
21-Conservação dos materiais/ espaço
Solidariedade/ 22-Respeita a diferença e a diversidade.
Respeito pela diferença 23-Reconhece a igualdade direitos e deveres
da pessoa independentemente do género.
Nunca/Competência não
adquirida
Às vezes/Competência em
progresso
Sempre/Competência
Adquirida
Não observado
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Mestrado em Educação Especial
171
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172
Mestrado em Educação Especial
173
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momentos históricos/tradições.
6-Identifica e formula questões sobre
elementos do ambiente natural e social
de um lugar.
7-Estabelece semelhanças e diferenças
entre materiais e objetos e classifica-os.
8-Demonstra uma atitude científica
experimental.
9-Identifica, designa e localiza as
diferentes partes do corpo e reconhece a
Conhecimento do meio sua identidade social e sexual.
natural e social 10-Percebe as semelhanças e as
diferenças entre os seres humanos e
animais agrupando-os segundo
diferentes critérios.
11-Conhece os ciclos de germinação e
crescimento das plantas.
12-Conhece profissões e serviços no
seu meio familiar e local.
13-Planeia ações e ordena
acontecimentos.
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Mestrado em Educação Especial
Nunca/Competência não
adquirida
Às vezes/Competência em
progresso
Sempre/Competência
Adquirida
Não observado
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
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Nunca/Competência não
adquirida
Às vezes/Competência em
progresso
Sempre/Competência
Adquirida
Não observado
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Mestrado em Educação Especial
181
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182
Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
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186
Mestrado em Educação Especial
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Formação Pessoal e Social – esta área é apenas contemplada na educação pré-escolar dada a
sua importância neste nível educativo, em que as crianças têm oportunidade de participar num
grupo e de iniciar a aprendizagem de atitudes e valores que lhes permitam tornarem-se cidadãos
solidários e críticos. Nesta área, que tem continuidade nos outros ciclos enquanto educação para
a cidadania, identificaram-se algumas aprendizagens globais que lhe são próprias. No entanto,
tratando-se de uma área integradora, essas aprendizagens surgem muitas vezes também
referidas, de modo mais específico em outras áreas, relacionadas com os seus conteúdos.
Linguagem Oral e Abordagem da Escrita – esta área corresponde à língua portuguesa nos
outros ciclos e inclui não só as aprendizagens relativas à linguagem oral, mas também as
relacionadas com compreensão do texto escrito, lido pelo adulto, e ainda as que são
indispensáveis para iniciar a aprendizagem formal da leitura e da escrita. Matemática – esta área
188
Mestrado em Educação Especial
Conhecimento do Mundo – esta área abarca o início das aprendizagens nas várias ciências
naturais e humanas, tem continuidade no estudo do meio no 1º ciclo e inclui, tal como este, de
forma integrada, o contributo de diferentes áreas científicas (ciências naturais, geografia e
história). Acrescentou-se ainda:
189
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Na educação pré-escolar as áreas de conteúdo são curriculares não disciplinares e articulam-se de forma
transversal, quer no processo de desenvolvimento das aprendizagens das crianças, quer no processo de
planeamento e avaliação da ação educativa.
Existem parâmetros de avaliação específicos e metas de aprendizagem para cada uma das áreas
curriculares - Formação Pessoal e Social; Expressões; Linguagem oral e abordagem à escrita;
Matemática; Conhecimento do Mundo; Tecnologias da Informação e Comunicação – bem como para
cada grupo etário (3 aos 5 anos), mas a sua leitura tem de ser sempre feita de uma forma globalizante e
contextualizada.
Expressões
Expressão Plástica
Capacidade de Expressão e Comunicação
Expressão Dramática/teatro Desenvolvimento da Criatividade
Apropriação da linguagem elementar da expressão
Expressão Musical
plástica, dramática, musical e dança
Dança
Deslocamentos e equilíbrios
Expressão Motora Perícia e Manipulação
Jogos
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Mestrado em Educação Especial
191
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192
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193
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194
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195
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197
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198
Mestrado em Educação Especial
199
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200
Mestrado em Educação Especial
201
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202
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203
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204
Mestrado em Educação Especial
205
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*Identifica o seu primeiro nome e dos seus familiares mais próximos (pai, mãe, irmão e irmã).
206
Mestrado em Educação Especial
Manhã 2.ª feira 3.ª feira 4.ª feira 5.ª feira 6.ª feira
Sala de Acolhimento
9:00
-Brincadeira livre.
Sala: Área da
Reunião Sala: Mantinha
- Canção dos “Bons - Canção dos “Bons
dias”; dias”;
- Diálogo sobre o fim - Conselho de grupo-
de semana. O aluno turma: Diálogo sobre
Sala: Mantinha
mostra ao grupo a o que gostei, não
- Canção dos “Bons dias”;
imagem PEC duma gostei e quero fazer;
9:30 - Hora do conto (A criança deverá ficar de
atividade do fim de (Disponibilizar à
frente para a história contada, se necessário
semana (Quem traz a criança os cartões
no colo/junto da assistente);
criança deve informar GOSTEI, NÃO
a assistente da GOSTEI e os das
atividade realizada, diferentes
de forma a esta ajudar áreas/atividades da
o aluno na escolha do sala).
cartão, se necessário).
WC: Higiene/Autonomia
- Treino do controlo dos esfíncteres;
- Deixar a fralda e passar para o bacio;
(Durante a muda da fralda falar à criança” fazer “xixi” usando sempre as mesmas palavras.
Elogiar sempre a criança por estar sentada no bacio. Mantê-lo sentado oferecendo-lhe um
9:50 brinquedo.)
- Estar sentado no bacio durante cinco minutos;
- Despir/vestir;
- Lavagem e secagem das mãos;
- Lavar os dentes.
(A assistente deverá ir diminuindo a ajuda, de forma a promover a autonomia do educando).
Sala: Lanche da manhã
- Não bebe leite escolar e ainda bebe pelo biberão;
10:00 - A assistente leva o aluno até à respetiva mochila e ajuda-o a retirar o seu lanche (biberão),
depois orienta-o no regresso ao seu lugar e incentiva-o a come-lo. A assistente deverá ir
diminuindo a ajuda, de forma a promover a autonomia do educando.
Sala: Área dos Jogos de mesa
-Jogo de encaixe de Animais;
-Jogo de encaixe de sólidos/formas geométricas;
10:15 - Pirâmide de argolas;
- Jogo de associações com 6 peças (fotografias de familiares);
-Jogo de enfiamentos (enfiamentos com 3 peças);
(Jogos realizados com a docente de Ed. Especial e/ou com a Assistente)
Sala: Área Aprender/trabalhar
10:30
- Atividades específicas preparadas e orientadas pela docente de Ed. Especial. *
WC: Higiene/Autonomia
- Treino do controlo dos esfíncteres;
- Deixar a fralda e passar para o bacio;
- Estar sentado no bacio durante cinco minutos;
10:50
- Despir/vestir;
- Lavagem e secagem das mãos;
- Lavar os dentes.
(A assistente deverá ir diminuindo a ajuda, de forma a promover a autonomia do educando).
Sala: Área escolhida pela criança
11:00
- Brincadeira livre.
WC: Higiene/Autonomia
11:50 - Treino do controlo dos esfíncteres;
- Deixar a fralda e passar para o bacio;
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208
Mestrado em Educação Especial
1 – PRIORIDADES
▪ Comunicação/Linguagem (SPC)
▪ Cognição
▪ Independência Pessoal (Interação Social e Autonomia)
2 – DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
Casa: Família
Escola: Professora da Turma, Professoras de Educação Especial. Técnica Operacional,
Terapeuta da Fala, Terapeuta Ocupacional e Psicóloga.
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Mestrado em Educação Especial
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
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Mestrado em Educação Especial
sucessos do D
Pretende-se que o D coopere (i.e. acompanhe o adulto
cuidador aos sanitários e não mostre resistência)
213
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
O D deve ser capaz de limpar o corrimento Quando tiver corrimento nasal, o D deve ser verbalmente
nasal incentivado a dirigir-se aos sanitários (vamos limpar o
nariz, D). O adulto cuidador limpa-lhe o nariz,
verbalizando todas as etapas:
- Vamos tirar um papel;
- Vamos limpar o nariz;
- Vamos deitar o papel no lixo;
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Mestrado em Educação Especial
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Mestrado em Educação Especial
O D deve ser capaz de verbalizar necessidades ou Solicitar, de forma constante e consistente, a escolha de
desejos, aos adultos cuidadores: opções:
- músicas; *O que queres, D? Queres X ou queres Y?
- canetas (por exemplo, chocolate ou leite/computador ou
- comidas (bolacha, pão, chocolate); televisão/pintar ou letras?)
- televisão; Quando o D puxar a mão do adulto cuidador para ajudar
- computador; em alguma coisa, não resolver imediatamente o obstáculo
- o jogo x; ao Martim: solicitar-lhe a verbalização (O que queres, D?
- … (atividades) Não sei. O que queres, D?). Caso se aperceba de que o D
vai abandonar a situação, retomar o desafio: Ah, queres
tirar a tampa!! Tirar a tampa, é, D? – e então ajude para o
D não se afastar.
217
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
no outro.
Associar palavras a imagens relativas a partes do corpo.
Fornecer os seus dados pessoais Dizer o primeiro nome, apontando ou fornecendo o cartão
onde está o seu nome.
Dizer se é rapaz ou rapariga, apontando ou fornecendo o
símbolo correspondente do SPC.
Conhecer o seu meio físico e social mais Identificar a mãe e pai, no seu caderno de comunicação.
próximo Dizer o primeiro nome da mãe, apontando ou fornecendo
o cartão onde está a seu nome.
Dizer o primeiro nome do pai, apontando ou fornecendo o
cartão onde está o seu nome.
Dizer o primeiro nome do irmão, apontando ou fornecendo
o cartão onde está o seu nome.
Identificar os animais domésticos mais comuns,
associando à palavra.
Identificar os alimentos mais comuns, associando à
palavra.
Identificar as peças de vestuário mais comuns, associando
à palavra.
Identificar os meios de transporte mais comuns,
associando à palavra.
Adquirir noções: tamanho, forma, cor, etc... Emparelhar objetos do mesmo tamanho;
Emparelhar objetos da mesma forma,
Emparelhar objetos da mesma cor;
Separar objetos de diferentes tamanhos.
Separar objetos de diferentes formas
Separar objetos de diferentes cores.
Identificar um objeto grande e pequeno.
Identificar as formas geométricas, associando à palavra.
Nomear as principais cores; associando à palavra.
Adquirir noções de quantidade Distinguir 1 a 20 e associar à quantidade.
CONHECIMENTO Identificar os algarismos até 50, associando à palavra.
DO MUNDO Contar mecanicamente, apontando, em ocasiões
diferentes.
Realizar adições simples (explo.: 2+1 =__ )
Reconhecer palavras e sinais convencionais Reconhecer escrito o seu primeiro nome;
218
Mestrado em Educação Especial
219
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Relacionar-se com adultos Mudar as suas reações em função das dos adultos;
COMPORTAMENTO RELAÇÕES Procurar e chamar adultos “familiares”;
SOCIAL INTERPESSOAIS Pedir ajuda a um adulto quando necessitar;
Seguir ordens de adulto
Diariamente, o D deve ser verbalmente O D deve ser capaz de diariamente estabelecer contacto
incentivado, de forma coerente e regular visual aquando da chegada de um familiar, de um par mais
(diariamente), a estabelecer contacto visual com próximo do Martim ou de um dos adultos cuidadores
os familiares, os adultos cuidadores ou um amigo (diariamente, no JI e em casa)
específico que chegue O adulto cuidador deve esperar que o D estabeleça contato
- o D olha > o interlocutor aproxima-se para dar visual, e aproximar-se (ou deixar o D aproximar-se), e
abraço, para dar um beijo ou para fazer uma saudá-lo com um aceno de mão com toque (diariamente)
saudação com a mão direita (gesto próximo do ou com um beijo
aceno para adeus)
O D de deve ser capaz de cumprimentar com um Depois de saudar o D, o interlocutor deve pedir-lhe que
beijo retribua o beijo, dando-lhe a face e apontando ou pedindo
o beijo.
Relacionar-se com pessoas da sua idade (colegas, Dar atenção aos seus pares que se movimentem à sua
irmãos, amigos) volta;
Brincar com dois ou três dos seus pares;
Ser capaz de esperar a sua vez num jogo ou atividade
Partilhar objetos ou comida com os seus pares.
220
Mestrado em Educação Especial
O espaço da sala é uma das componentes que levam a uma boa aprendizagem dos vários
conteúdos por parte das crianças. Este deve ser organizado, bem como os materiais, para que as
crianças tirem o maior proveito de ambos uma vez que se encontram interligados. Como afirma
Ferreira (2004) citado por Falco (s.d., p. 2)
“É preciso que a criança interaja com o espaço para vivê-lo intencionalmente. Isso
quer dizer que essas vivências, na realidade, estruturam-se numa rede de relações e
expressam-se em papéis que as crianças desempenham num contexto no qual os
móveis, os materiais, os rituais de rotina, a professora e a vida das crianças fora da
escola interferem nessas vivências”. Para além disto, “a forma como organizamos e
estruturamos o espaço físico da nossa sala constitui em si só uma mensagem
curricular, reflete nosso modelo educativo e reflete direta e indiretamente nosso
estilo de trabalho, isto é, a forma como entendemos qual deve ser o papel educativo
do professor e o que esperamos das crianças com as quais trabalhamos”. (Zabalza,
2007, citado por Falco, s.d., p. 12).
A sala 2 do Jardim de Infância é bastante ampla, arejada e possui muita luz natural devido às
muitas janelas existentes. Contudo, a sala é pouco espaçosa, o que leva a que algumas áreas não
tenham o espaço desejado para as crianças poderem brincar à vontade e poderem usufruir das
intencionalidades que estas têm para lhes oferecer. No entanto, consideramos os primeiros
aspetos mencionados bastante importantes para o bom funcionamento da sala, uma vez que a
educadora consegue ter uma boa visão da mesma, facilitando a vigilância e as atividades que se
desenvolvem nas diferentes áreas. Caso a educadora esteja a realizar um trabalho em pequeno
grupo é-lhe possível manter um contato visual com toda a sala, auxiliando, chamando a atenção
ou respondendo às necessidades das outras crianças. “Assegurar a visibilidade entre as áreas
implica organizar o espaço para que, quando uma criança estiver de pé, possa observar os seus
colegas em actividades noutras áreas, e significa também que os adultos possam rapidamente
localizar cada criança” (Hohmann & Weikart, 2011, p. 170). É também importante que as
crianças consigam brincar sem restrições de espaço contudo, como este é relativamente
pequeno, isto acontece algumas vezes, principalmente na área das construções pois não possuem
espaço suficiente para construir algo de maiores dimensões. O mesmo acontece na área do faz-
de-conta mas o obstáculo prende-se com o número de crianças que podem brincar na mesma.
221
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Uma vez que a sala tem algumas janelas, a visão para o exterior é bastante ampla o que leva a
que, quando algo menos vulgar acontece, por exemplo, meteorologicamente como chuva muito
forte ou um arco-íris, eles questionem a educadora sobre este facto e o que leva a que isto
aconteça. “O espaço exterior (…) é igualmente um espaço educativo. Pelas suas potencialidades
e pelas oportunidades educativas que pode oferecer, merece a mesma atenção do educador que o
espaço interior”. (Ministério da Educação, 1997, pp. 38-39). As paredes da sala encontram-se
maioritariamente com placards que possuem trabalhos realizados pelas crianças mas também
possuem números de 1 a 20, dois quadros de giz, mapas de aniversários, de presenças, de
tarefas, do tempo, diário de turma e o abecedário.
Na nossa opinião, o espaço da sala deve ser apelativo para as crianças e deve também passar
tranquilidade às mesmas. A luz natural e as cores claras são uma mais-valia para transmitir uma
sensação de bem-estar e equilíbrio para o grupo aquando da realização de uma atividade ou até
mesmo de um momento de brincadeira.
A sala 2 possui dez áreas, sendo elas: área do faz-de-conta, área da biblioteca, área dos jogos,
área das experiências, área das artes, área da pintura, área da escrita, área das construções, área
do computador e a área do grande grupo. Cada área possui um papel, escrito no início do ano
pela educadora com as ideias das crianças, que contempla o que podem fazer/brincar em cada
área.
222
Mestrado em Educação Especial
Nesta área os objetos estão ligados à cozinha, à mercearia e ao guarda-roupa. A nosso ver, todos
os objetos estão adequados ao nível de desenvolvimento das crianças e à sua idade (5 anos).
Contudo, pensamos que era essencial a inserção de um espelho nesta área, na medida em que
consideramos importante o facto de as crianças poderem ver o seu reflexo em situações
imaginadas pelas própria, para além de ganharem alguma consciência de si mesmas. A
utilização de embalagens reais, tais como caixas de cereais, frascos de plástico, tupperwares,
entre outros, seria igualmente uma mais-valia para as brincadeiras levadas a cabo nesta área.
Como afirma Kishimoto (2003) citado por Oliveira & Rubio (2013, p. 6) “O brinquedo aparece
como um pedaço de cultura colocado ao alcance da criança. É seu parceiro na brincadeira. A
manipulação do brinquedo leva a criança à ação e à representação, a agir e a imaginar.”
Como referido anteriormente, esta área torna-se pequena quando o número elevado de crianças
lá se encontra a brincar. De forma a evitar que isto aconteça, a educadora aconselhou-os de que
apenas cinco crianças deveriam brincar naquela área, pelo que quando uma criança pretende ir
brincar para esta área conta sempre os amigos que já estão de forma a seguir o conselho da
educadora. A nosso ver, esta área encontra-se bem localizada na sala uma vez que está lado a
lado com a área da biblioteca, permitindo uma ligação entre elas. Muitas vezes, as crianças
criam a situação de que vão requisitar livros à biblioteca e posteriormente vão para casa lê-los.
A área da biblioteca é composta por uma estante, um sofá e livros de variados temas,
englobando livros de histórias, animais, do mundo, cidades, entre outros. As caraterísticas dos
223
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
livros são variadas, havendo livros grandes e pequenos, de capa dura e mole, com texto e apenas
com imagens, entre outros.
Esta área proporciona um conhecimento, através da leitura, do mundo físico e animal que os
rodeia. A familiaridade com os livros não só promove o contacto com o código escrito como
também “possibilita o desenvolvimento da linguagem, cultural e cognitivo nas crianças, pois
estabelece novos padrões de raciocínio (…) Viabiliza a produção do conhecimento a partir do
crescimento do seu repertorio cultural tendo acesso a outras visões de mundo que possibilitem
estabelecer novas relações com o mundo que os cerca.” (Melo & Neves, 2005). A abordagem à
escrita realizada nesta área “situa-se numa perspectiva de literacia enquanto competência global
para a leitura no sentido de interpretação e tratamento da informação que implica a “leitura” da
realidade, das “imagens” e de saber para que serve a escrita, mesmo sem saber ler
formalmente.” (Ministério da Educação, 1997, p. 66) É raro uma criança que se encontra nesta
área pedir ajuda a um adulto para ler a história ou o conteúdo de uma página, preferindo ler as
imagens aos colegas que se encontram também na biblioteca. Isto acontece porque as crianças
não vão sozinhas para esta área, indo sempre acompanhadas por um ou mais amigos.
Como referido anteriormente, esta área encontra-se interligada com a área do faz de conta, o que
provoca um ruído constante na mesma. A maior parte das crianças utiliza esta área em conjunto
com a do faz-de-conta, contudo aquelas crianças que apenas querem ver os livros são
constantemente incomodadas pelo barulho proveniente da área adjacente, sendo este o único
ponto negativo da área da biblioteca.
Alguns livros lidos pela educadora são colocados nesta área de maneira a que as crianças
possam ter um maior contacto com a história com que vão trabalhar durante a semana. No nosso
ponto de vista esta é uma boa prática, pois coloca as crianças mais próximas a interessadas do
tema que vão trabalhar.
A área dos jogos também faz parte do leque de áreas existentes na sala. A finalidade dos
jogos/materiais que se encontram neste local é abordar as diferentes áreas de conteúdo de forma
pedagógica e lúdica, ou seja, ao mesmo tempo que as crianças brincam também aprendem. Para
além do intuito pedagógico, “os jogos são cruciais para o desenvolvimento da criança e ao
analisar as suas características e as suas funções pode-se encontrar vias que estimulam o
desenvolvimento cognitivo, socioafectivo, moral e motor das crianças.” (Serrão, 2009, pp. 8-9)
Consideramos pertinente a educadora estimular o gosto pelos jogos como também salientar,
sempre que achar necessário, as aprendizagens positivas realizadas pelas crianças.
224
Mestrado em Educação Especial
Os materiais que se encontram nesta área são alterados todos os períodos de maneira a que as
crianças não se sintam entediadas por terem sempre os mesmos jogos. Podemos encontrar
maioritariamente puzzles, jogos de encaixe e de íman em que o objetivo deste último é que as
crianças construam com pequenas peças usando a sua imaginação. Contamos também com o
cuisenaire e com jogos que estimulam a contagem. Na nossa opinião, estes jogos também
estimulam a motricidade fina uma vez que as crianças têm que lidar com materiais bastante
pequenos. A educadora M seleciona os jogos a ter nesta área de acordo com o grupo e com a
faixa etária do mesmo, para além de que aposta muito nesta área, pois acredita que os jogos
lúdicos são uma maneira enriquecedora para as crianças empreenderem determinados conceitos
matemáticos, para estimularem o raciocínio, a imaginação e a lógica bem como para se
habituarem a jogar em grupo e a aceitar tanto a vitória como a derrota. Valenzuela (2005) citado
por Serrão (2009, p. 9) refere que “o jogo educativo é proposto pelo adulto com uma intenção
dirigida, selectivamente, para um ou vários factores situados no terreno afectivo, cognitivo,
social ou motor e ainda, na preparação para a vida pessoal e social”. Apesar de haver variedade
de jogos, as crianças podem utilizá-los consoante as suas próprias regras e imaginação, não
tendo obrigatoriamente de seguir/cumprir as exigências impostas pelo jogo.
A área dos jogos localiza-se junto às janelas, o que nos parece o local mais apropriado, uma vez
que as crianças conseguem ter uma boa iluminação aquando do uso destes e, como a maior parte
dos jogos têm as peças pequenas, a luz natural é uma mais-valia. Contudo, como a sala possui
apenas um armário para a arrumação de todos os jogos aqueles que ficam na prateleira de cima
são de difícil acesso por parte das crianças, tendo por vezes de solicitar a ajuda de um adulto
para o efeito. De forma a contornar um pouco a situação, a educadora colocou os jogos mais
225
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
pesados nesta prateleira o que significa que a criança tem obrigatoriamente de pedir ajuda a um
adulto para os retirar.
Ao longo da nossa intervenção pudemos verificar que a área das experiências é a menos
utilizada pelas crianças, uma vez que a educadora a mantém fechada quando está mais frio pois
trabalha-se essencialmente com água. Consideramos esta área bastante importante porque a
educadora deve permitir “o contacto com a atitude e metodologia própria das ciências e
fomentar nas crianças uma atitude científica e experimental.” (Ministério da Educação, 1997, p.
82). A finalidade desta área é que as crianças compreendam alguns conceitos relacionados com
o meio físico, enunciando hipóteses e comprovando-as ou refutando-as através de experiências
que as próprias realizam, apresentando-as posteriormente aos colegas.
Os materiais existentes na área das experiências são uma tina de água, balança, aquário
retangular transparente, ampulheta de plástico, globo, lupa e alguns objetos para trabalhar na
tina. De modo a haver alguma segurança, a educadora só permite que estejam duas crianças
nesta área, pois há sempre muita confusão quando esta se encontra aberta. A nosso ver, esta área
poderia ter mais materiais, para que as crianças experienciem e vivenciem profundamente esta
área de conteúdo, contudo compreendemos que seja complicado arranjar outro tipo de objetos.
Segundo a educadora, os materiais presentes para a realização de experiências estão adequados
à maturidade do grupo, uma vez que não estão preparados para práticas mais elaboradas e
exigentes neste campo.
Assim como a área dos jogos, a área das experiências localiza-se igualmente junto às janelas.
Estamos totalmente de acordo com a disposição desta área, uma vez que a luz natural torna os
resultados das experimentações mais credíveis e infalíveis. O ensino das ciências no pré-escolar
deve ser realizado “através de uma abordagem transversal em que se evidencia o papel das
226
Mestrado em Educação Especial
As áreas das artes e da pintura estão intimamente ligadas, uma vez que na mesa onde se
realizam as pinturas com diferentes técnicas é também o local onde as crianças podem desenhar,
utilizar plasticina, recortar, colar, entre outras. Ao questionar a educadora, esta mencionou que,
no início do ano, explicou ao grupo que desenhar, recortar, colar, etc, são diferentes formas de
arte, pelo que o nome da área em que poderiam realizar este tipo de trabalhos se intitularia
“Área das artes”. Apesar das crianças pintarem na mesa com aguarelas, anilinas, entre outras, na
área da pintura existe um cavalete adaptado à faixa etária (pelo que é adequado à altura das
crianças) onde elas podem pintar com tintas numa folha A3. De forma a não sujarem a roupa,
sempre que uma criança quer ir pintar para o cavalete solicita a um adulto a colocação de um
bibe.
Refletindo sobre o que foi dito anteriormente, concordamos com a atitude da educadora em
explicar que a arte se pode dividir em vários domínios, contudo acreditamos que algumas
crianças já se esqueceram deste facto, uma vez que foi mencionado há algum tempo. No nosso
ponto de vista a existência da área da pintura não é relevante e pode levar à confusão de
algumas crianças porque apenas a utilizam para pintar com tintas enquanto para pintarem com
aguarelas ou anilinas vão para a área das artes. Pensamos que deveriam tentar aumentar um
pouco a área da pintura para que as crianças pudessem utilizar outras técnicas de pintura
também neste local, sendo que facilitaria a associação dos objetos (tintas, pincéis, água) e a sua
função à área em questão. Um aspeto que consideramos negativo prende-se com o fato de uma
das regras desta área ser a utilização obrigatória de um bibe, o que leva a que as crianças tenham
sempre de solicitar a um adulto para o vestir, perdendo algum tempo neste ato, pois às vezes
todos os adultos da sala estão ocupados com outras atividades e trabalhos. Outra questão
relevante é o facto de não haver nenhum lavatório dentro da sala, o que leva a que as crianças
que se encontram nestas áreas estejam constantemente a sair da sala para ir à casa de banho
partilhada por todos, não aproveitando ao máximo o que as áreas têm para lhes oferecer uma
vez que perdem tempo neste processo.
227
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Os materiais da área das artes são muito diversificados e numerosos, ou seja, um número
elevado de crianças pode estar a usar a plasticina, a recortar e a colar. Na nossa opinião isto é
uma mais-valia para as crianças e para as suas aprendizagens, uma vez que não são impedidas
de estar nesta área e de realizar trabalhos na mesma, caso nela se encontre um número elevado
de colegas. Como afirmam Hohmann & Weikart (2011, p. 195) “a área de atividades artísticas
deve permitir que as crianças tenham um leque alargado de escolhas de materiais para
trabalhar”. A educadora estimula bastante o desenho e, pelo que observámos, as próprias
crianças tomam a iniciativa de recorrer a esta prática e, como referido nas Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 61), “Não se pode, porém, esquecer que o
desenho é uma forma de expressão plástica que não pode ser banalizada”. Para a utilização de
diferentes técnicas na área das artes contamos com tesouras, lápis de cor, lápis de cera, canetas
de feltro, plasticina, rolo de massa, aguarelas, anilinas, pincéis, folhas brancas, cartolinas,
revistas, colas batom UHU e folhas coloridas. Todos os materiais referidos se encontram numa
estante de fácil acesso para as crianças, pelo que têm total liberdade para utilizarem o que
pretenderem. A nosso ver, a educadora deve estar sempre atenta e tentar explorar os materiais
com as crianças, pois são muitos e nem todas entendem as suas intencionalidades e finalidades.
Para além disso, concordamos plenamente com o facto de a educadora introduzir todas as
semanas uma técnica de pintura diferente, para que que as crianças comecem a ter a noção de
que pintar não significa apenas agarrar num pincel ou num lápis de cor e colocar “mãos à obra”.
A área da pintura conta apenas com um cavalete, folhas A3 brancas, tintas de várias cores e
pincéis. Tanto as tintas como o cavalete encontram-se a uma altura adequada para as crianças
terem um bom acesso aos mesmos e “Importa, por exemplo, que as crianças tenham sempre à
sua disposição várias cores que lhes possibilitem escolher e utilizar diferentes formas de
combinação” (Ministério da Educação, 1997, p. 62) pelo que as cores disponíveis nesta área são
bastante diversificadas.
228
Mestrado em Educação Especial
Ambas as áreas se encontram perto das janelas da sala, assim como as áreas referidas
anteriormente. Uma vez que as pinturas realizadas ficam a secar numa corda existente na área, o
facto de estar ao pé da janela ajuda na secagem dos trabalhos. Para além disso, a luz natural
ajuda as crianças a terem uma melhor visualização das cores e do que estão a elaborar no
momento.
A sala 2 conta também com a área da escrita que tem como principal objetivo familiarizar as
crianças com o código escrito e estimulá-las à iniciação da escrita de letras e números. Esta área
é a menos utilizada pelas crianças, pelo que a educadora retirou uma das mesas que lá se
encontrava estando, de momento, apenas uma e, com a nossa observação, pudemos verificar que
são quase sempre as mesmas crianças a utilizá-la. Isto acontece porque “inicialmente, as
explorações são pontuais e pouco sistemáticas (…) só gradualmente começam a atribuir uma
mensagem ao que escrevem, resumindo-se esta, em fases iniciais, a um nome ou palavras
isoladas” (Mata, 2008, p. 54). De fato, os trabalhos realizados na área da escrita são palavras
isoladas que, maioritariamente, têm o respetivo desenho (desenhado pelas próprias, um
autocolante ou um recorte) da palavra escrita ao lado. Isto acontece porque as crianças têm
acesso a fichas elaboradas pela educadora com inúmeras palavras onde também encontram a
imagem da palavra, para que elas saibam o que está escrito. Para além destas fichas, as crianças
também encontram folhas com as letras do abecedário, manuscritas e de imprensa, maiúsculas e
minúsculas, para que tenham um contato com todas as formas possíveis de escrita. Também
contam com letras e números de plástico com um íman para utilizarem numa placa própria para
o efeito onde podem escrever palavras, criar contas e, caso achem interessante, podem
apresentar aos colegas em grande grupo.
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A nossa opinião sobre esta área e as intencionalidades da educadora é bastante positiva. O facto
de dar oportunidade às crianças de criarem os seus próprios registos, formando ou não palavras,
é algo que consideramos importante nesta fase do desenvolvimento. Todas as formas de escrita
devem ser valorizadas e “para que as crianças se vão apropriando da escrita, das suas
características e convenções, é necessário que os ambientes de aprendizagem que frequentam
sejam ricos em oportunidades de escrita e promovam o seu contacto e exploração” (Mata, 2008,
p. 55), algo que é visível e que acontece nesta sala. A educadora trabalha oralmente com as
crianças os nomes, nomes com as primeiras letras idênticas, nomes que têm a letra “R”, a letra
“M” ou a letra “A” por exemplo e verificámos que este exercício ajuda as crianças quando estas
se encontram a escrever nesta área, uma vez que “a partir dos nomes (…) as crianças vão
começando a diferenciar as letras, a aperceber-se das suas características particulares e das
convenções a elas associadas e vão conseguindo reproduzi-las” (Mata, 2008, p. 37).
Consideramos uma boa prática o facto de a educadora colocar imagens associadas às palavras
uma vez que, desta forma, as crianças começam a ter uma noção que determinadas letras juntas
vão formar determinada palavra.
Ainda relativamente a esta área, o local onde se encontra é junto a um quadro de giz entre a área
da pintura e a área das construções. Do nosso ponto de vista o local não é o mais apropriado,
pois o barulho proveniente da área das construções pode perturbar as crianças que estão
230
Mestrado em Educação Especial
concentradas na escrita e, por vezes, distraem-se com as brincadeiras que os amigos estão a ter
na outra área, acabando por terminar o trabalho um pouco à pressa. Pensamos que o sítio mais
calmo para colocar a área da escrita seria num canto da sala pois estaria mais resguardada e,
talvez, mais silenciosa.
A área das construções é a área de maiores dimensões da sala, ocupando todo o espaço onde se
reúne o grande grupo. Esta área localiza-se a um dos cantos da sala, o que nos parece bastante
razoável, devido ao ruído que nela se gera e também devido ao fato de serem utilizadas
inúmeras peças de construção, evitando assim a queda de alguém. Com as construções, as
crianças dão largas à sua imaginação e brincam muito em conjunto/pares. Durante as nossas
observações pudemos constatar que as crianças brincam principalmente com blocos e peças de
construção, criando estradas, torres, quintas, muros, etc. Como afirmam Hohmann, Banet &
Weikart (1979, p. 53) “Uma sala de atividades do pré-escolar precisa de uma área de blocos
espaçosa e bem apetrechada (…) As crianças utilizam os blocos para construir estruturas que
crescem, que saem ou rodopiam” sendo isto possível uma vez que esta área possui muito
material deste género.
Assim, os materiais que encontramos na área das construções são blocos de esponja, peças de
construção grandes e pequenas, peças de lego, animais de plástico grandes e pequenos e carros.
231
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A área do computador foi “aberta” há poucos dias pela educadora, pois esta considerou que as
crianças já se encontram num nível de aprendizagem adequado para explorarem e jogarem aos
jogos didáticos existentes que abordam diferentes áreas de conteúdo. De acordo com a
educadora, inicialmente a finalidade desta área será a manipulação do rato enquanto jogam e,
posteriormente, irão explorar o Microsoft Word recorrendo ao teclado, com o intuito de
descobrirem a escrita, utilizando este último. Consideramos importante que as crianças utilizem
este recurso e, principalmente, que a educadora introduza o computador como um meio de
aprendizagem. Com isto, concordamos com Paz (2008, s/p) quando diz que “os professores
actuais mais novos (…) foram formados cada vez mais imersos nas novas tecnologias de
informação e comunicação. E já aprenderam que os alunos podem ser coparticipantes na
produção do saber” e pensamos também que a educadora pode e deve complementar as TIC
(Tecnologias de Informação e Comunicação) com outras formas de aprendizagem.
Por fim, a sala 2 tem a área destinada ao grande grupo onde se reúnem diariamente de manhã e
de tarde para as mais variadas atividades: apresentação de trabalhos, realização do conselho de
turma, avaliação de atividades, momentos de expressão musical, discussões sobre diversos
temas, entre outros. Consideramos que estes momentos são uma mais-valia para o crescimento
das crianças bem como para o desenvolvimento cognitivo e da linguagem, especificamente, a
compreensão e expressão oral. Como referido nas Orientações Curriculares para a Educação
Pré-Escolar (1997, p. 37) “A participação das crianças no planeamento e avaliação da
organização do grupo relaciona-se com a contribuição do grupo e de cada criança para a
construção do processo educativo”.
Ao iniciar a intervenção ficámos com a ideia que a sala não dispunha de muitos materiais para
as crianças brincarem, trabalharem e aprenderem, contudo pudemos verificar que para além dos
materiais dispostos na sala encontram-se também inúmeros numa arrecadação da instituição.
Como referido anteriormente, todos os períodos letivos a educadora troca de materiais, pelo que
a nossa opinião inicial dissipou-se imediatamente. Apesar de alguns materiais já terem alguns
anos de uso todos se encontram em bom estado, uma vez que a educadora incute nas crianças o
zelo pelos mesmos, explicando-lhes que futuramente outras crianças também quererão brincar
com estes. Podemos afirmar que a educadora cumpre com as Orientações Curriculares para a
232
Mestrado em Educação Especial
Educação Pré-Escolar (1997, p. 38) que dizem que “o educador atenderá a critérios tais como
variedade, funcionalidade, durabilidade, segurança” relativamente aos materiais existentes na
sala.
Na sala 2 não existem dias específicos para a expressão musical, a matemática, a expressão
plástica, entre outras, pois todas estas áreas são trabalhadas ao longo da semana, consoante as
propostas das crianças ou situações que possam surgir. No entanto, a educadora tem sempre
uma intencionalidade em todas as atividades que realiza com o grupo.
A rotina diária da sala 2 é a seguinte:
8h15-9h Acolhimento (realiza-se na sala do prolongamento, que é comum às três salas do
pré-escolar, e é assegurado pelas assistentes de sala).
9h-10h Reunião de grande grupo (registo no mapa de presenças, distribuição e realização das
tarefas) / Atividade de grande grupo de acordo com a planificação.
10h-10h30 Distribuição do lanche da manhã pelo responsável da sala / Momento do lanche.
10h30-11h40 Proposta da educadora para uma atividade a realizar em pequenos grupos / Conclusão
de trabalhos e brincadeira nas áreas.
11h40-12h Momento de arrumação / Reunião de grupo sobre os trabalhos e brincadeiras nas áreas /
Higiene.
12h-13h30 Almoço / Higiene / Brincadeira e atividades no exterior (quando as condições
meteorológicas são propícias a isso).
13h30-15h15 Reunião de grande grupo / apresentação de trabalhos / Proposta da educadora para uma
atividade a realizar em grande grupo.
15h15-15h30 Momento de arrumação / Atividade de expressão musical em grande grupo / Momento
de reflexão e avaliação de atividades ou tarefas.
15h30-18h30 Para as crianças que permanecem na escola: lanche / tempo do prolongamento.
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Assim, o grupo da sala 2 conta com vários momentos distintos na sua rotina. O momento de
acolhimento é feito pelas assistentes de sala e consiste em receber as famílias e as crianças,
assim como receber e transmitir informações sobre qualquer tema que esteja relacionado com as
crianças. Acreditamos que o diálogo entre as famílias e o pessoal da instituição que lida com as
crianças diariamente é importante pois “A família e a instituição de educação pré-escolar são
dois contextos sociais que contribuem para a educação da mesma criança; importa por isso, que
haja uma relação entre estes dois sistemas” (Ministério da Educação, 1997, p. 43). Observámos
algumas vezes a dificuldade que algumas crianças sentem ao separar-se do familiar que o traz à
instituição, havendo por vezes algumas lágrimas. A atitude das assistentes nestas ocasiões é, na
nossa opinião, a mais correta uma vez que tentam explicar à criança que a pessoa tem de ir
trabalhar ou tratar do irmão. Com as nossas observações constatámos que o momento de
acolhimento tem algumas finalidades, tais como promover a relação entre a escola e as famílias
e proporcionar às crianças o desenvolvimento de competências sociais, uma vez que estão em
contato com crianças de outras salas no mesmo espaço, levando-as a cumprirem regras básicas
da vida em sociedade/grupo.
Apesar de a educadora chegar à instituição por volta das 8 horas e 45 minutos, as crianças só
começam a entrar na sala por volta das 9 horas, onde principiam autonomamente a marcação
das presenças no respetivo mapa. De acordo com Niza (2007) citado por Topa (2012, p. 13), “O
Mapa Mensal de Presenças serve para o aluno marcar com um sinal convencional a sua
presença, na quadrícula onde o seu nome se cruza com a coluna do dia respetivo do mês e da
semana. Os ritmos de presenças alternados com as ausências, sempre significativas para cada
criança, ajudam a construir a consciência do tempo a partir das vivências e dos ritmos. Muitos
trabalhos de leitura e interpretação desses registos deverão ocorrer ao longo do ano escolar.
Aliás, todos os quadros de registo utilizados funcionam sistematicamente como plataformas de
balanço e de estudo para o desenvolvimento lógico-matemático, linguístico e social dos grupos
e autores e atores dos factos registados”.
À medida que vão chegando marcam a presença e sentam-se na cadeira que lhes foi destinada
para iniciarem a reunião de grande grupo. Esta reunião consiste na distribuição das tarefas pelas
crianças por parte da educadora, que as escolhe consoante as dificuldades que têm em
determinada tarefa (responsável da sala, responsável por preencher o mapa do tempo,
responsável por escrever a data no quadro e responsável por contar os colegas que estão
234
Mestrado em Educação Especial
presentes). De forma a ter uma ideia das funções que cada criança já desempenhou a educadora
tem uma tabela em papel onde coloca uma cruz nas tarefas já realizadas por cada um.
Pensamos que a educadora deveria dar liberdade de escolha para que as crianças pudessem
escolher a tarefa que querem desempenhar. Caso acontecesse alguma nunca se voluntariar, aí a
educadora poderia sugerir que a criança realizasse a determinada tarefa. Concordamos com a
designação de “responsável”, pois transmite a ideia de que a tarefa que lhes coube é importante
e que a devem desempenhar o mais corretamente possível, para além de que transmite uma
mensagem de responsabilidade.
Durante a realização das tarefas, o responsável da sala fica encarregue de dizer ao grupo qual o
dia da semana em que se encontram, por vezes estimulado e ajudado pela educadora. O
responsável por contar os colegas tem de fazê-lo em voz alta para que todos saibam quantos
estão na sala e tem de procurar o cartão com o número correspondente e coloca-lo no sítio para
o efeito. O responsável por escrever a data deve partilhar com os colegas o dia do mês em que
estamos. Muitas crianças ainda não sabem escrever certos números, principalmente a partir do
número 15. De forma a ajudá-los, a educadora vai apontando para os números que se encontram
por cima do quadro à medida que eles vão contando até chegar ao número do respetivo dia. Já o
responsável pelo tempo deve observar o exterior, informar os colegas e desenhar no respetivo
dia do mapa. A educadora promove bastante a discussão e troca de ideias entre as crianças,
permitindo a partilha de conhecimento entre todos. Consideramos este momento relevante, uma
vez que promove aprendizagens na área da Matemática e do Conhecimento do Mundo, bem
como desenvolve a expressão e compreensão oral, conteúdos em que a grande maioria tem
dificuldades.
É também importante referir que o momento de reunião que precede a distribuição e realização
das tarefas é destinado não só a uma nova proposta de atividade, como também para as crianças
relembrarem o que foi feito no dia anterior e, no caso da segunda-feira, o que foi feito na sexta-
feira da semana anterior. Na nossa opinião, este momento é importante para estimular a
memorização e considero vital esta abordagem para crianças que vão ingressar no 1º ano do 1º
Ciclo do Ensino Básico.
Todos os momentos em grande grupo são importantes e relevantes, pois a participação “dá às
crianças e aos adultos a oportunidade de trabalharem juntas, gostarem de estar em conjunto e
construírem um reportório de experiências comuns” (Hohmann & Weikart, 2011, p. 231).
Quando estão em grande grupo as crianças desenvolvem certas aprendizagens e competências
que não era possível desenvolverem se não participassem nestes momentos. Estes momentos
promovem a partilha e cooperação entre as crianças, relações de interajuda e o diálogo entre
todos os elementos. O desenvolvimento da compreensão e expressão oral são outro fator
235
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
O momento que se segue visa satisfazer as necessidades das crianças, pelo que tomam o lanche
da manhã. Neste momento, o responsável da sala realiza as suas funções e pergunta aos colegas
quem quer leite e conta-os, escrevendo o número num papel existente na parede para o efeito.
Em seguida distribui os leites, colocando também o caixote do lixo no meio da roda para
posteriormente colocarem os pacotes. Seguidamente passa uma caixa por todo o grupo para que
todos tirem bolachas. Com as minhas observações constatei que este momento é importante
para o responsável da sala pois sente-se útil por poder realizar uma tarefa que engloba os outros
colegas. Pensamos que é uma maneira correta para incutir o sentido de responsabilidade nas
crianças e para desenvolver o espírito de equipa, uma vez que as crianças ajudam-se na
contagem dos leites.
236
Mestrado em Educação Especial
contribuindo com outro tipo de ações. Como afirma Ribeiro (2011, p. 34) “O papel do adulto é
fundamental na actividade lúdica, devendo este trabalhar em parceria com a criança,
estabelecendo um equilíbrio e um espírito colaborativo, e oferecendo o seu apoio (…).”
Outro aspeto que consideramos relevante abordar relativamente a este momento é o facto de as
crianças serem bastante autónomas no que diz respeito à mudança de área. Cada área possui um
papel com crianças desenhadas pelo próprio grupo, representando assim o número máximo de
elementos que podem estar em cada área. Por exemplo, na área do faz-de-conta só podem estar
cinco crianças pelo que é visível um papel com cinco bonecos desenhados. Já observámos,
várias vezes, determinada criança a mudar de área e usando o dedo para contar os colegas que lá
se encontravam. Caso estivesse o número máximo a criança escolhia outra área. Isto releva
bastante trabalho já realizado pela educadora com as crianças no sentido da compreensão e
autonomia. No nosso ponto de vista, a educadora conseguiu desenvolver nas crianças “(…) um
sentido de identidade própria enquanto pessoas autónomas e independentes, com capacidade
para efectuar escolhas e tomar decisões” (Hohmann & Weikart, 2011, p. 66).
O horário da manhã termina com o momento de arrumação, uma pequena conversa sobre as
brincadeiras/atividades realizadas durante a manhã e a higiene por parte das crianças antes do
almoço. Os momentos de arrumação visam incutir no grupo o sentido de organização uma vez
que as crianças ficam encarregues de arrumar adequadamente a área em que estão a brincar.
Caso aconteça uma área estar sem ninguém e encontrar-se desarrumada a educadora questiona
quem esteve ali anteriormente e as crianças que a utilizaram vão também arrumá-la.
Consideramos que estes momentos são importantes para o grupo não só pelo hábito de
organização que lhes é transmitido como também pelo espírito de entreajuda com que
trabalham, pois é normal que nas áreas esteja mais que uma criança, o que leva a que se ajudem
durante a arrumação do espaço. A conversa da educadora com as crianças é breve e esta tenta
ouvir todos, tentando perceber como estas ocuparam a sua manhã. Para efetuar o momento de
higiene, as crianças formam um comboio, liderado pelo responsável da sala, e vão até à casa de
banho comum às três salas. A assistente de sala vai com o grupo de forma a garantir que todos
fazem as necessidades e lavam as mãos e, à medida que vão saindo da casa de banho, formam
um comboio em frente à porta do refeitório.
Na nossa opinião, estes momentos de transição são uma mais-valia para a rotina da criança,
promovendo hábitos de higiene e respondendo às necessidades fisiológicas de cada criança. O
objetivo dos momentos de transição é também “fazer destas mudanças potencialmente
perturbadoras um momento que venha a ser, para as crianças, tão calmo e interessante quanto
possível” (Hohmann & Weikart, 2009, citados por Topa, 2012, p. 11). Contudo, este momento
gera muitos conflitos entre as crianças porque, como só existem três sanitas e três lavatórios, a
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
fila de espera para a ida à casa de banho torna-se grande e, por vezes, juntam-se as crianças de
outra sala o que leva a que as crianças fiquem apertadas acabando por se empurrarem e/ou
baterem. Os conflitos, de acordo com Vinha (1999) citado por Jesus (2012, p. 13) “são óptimas
oportunidades para trabalharmos valores e regras. São compreendidos como momentos
presentes no quotidiano (…) São encarados como positivos e necessários, mesmo que
desgastantes”. A assistente tenta sempre chamar as crianças à razão, o que muitas vezes não
surte o efeito desejado. Segundo as nossas observações pensamos que não há nenhuma solução
para este facto, pois o jardim-de-infância só conta com uma casa de banho para as crianças. A
única hipótese para diminuir os conflitos seria aumentar a casa de banho ou construir outra mas
tal não é possível.
Depois deste momento, as crianças almoçam no refeitório com a ajuda as assistentes de sala e
do prolongamento. Estas incentivam as crianças a comer sozinhas e insistem para que comam
fruta com casca, sendo que quando a descascam deixam sempre pequenas porções da casca para
as crianças ganharem uma habituação. O momento do almoço promove hábitos de alimentação
saudável, estimula o convívio entre os colegas bem como algumas regras sociais (neste caso de
como estar corretamente à mesa). Posteriormente, vão brincar e explorar o espaço exterior da
escola, sempre supervisionadas pelas assistentes de sala e pelas assistentes do prolongamento.
Caso o tempo não seja adequado para o efeito as crianças ficam na sala do prolongamento a
brincar. Durante o período em que estão no exterior as crianças brincam livremente umas com
as outras, pelo que as intencionalidades deste momento são desenvolver a criatividade e a
imaginação ao brincar sem os materiais da sala (jogos, peças de construção, adereços) assim
como também permite aprendizagens “(…) ao ‘ar livre’, permite uma diversificação de
oportunidades educativas, pela utilização de um espaço com outras características e
potencialidades” (Ministério da Educação, 1997, p. 39).
Na nossa opinião este espaço é rico em aprendizagens para as crianças pelo que a educadora
poderia realizar mais atividades no mesmo. Já presenciámos uma ida ao exterior no âmbito da
história do Elmer, em que as crianças tinham que recriar a selva no chão do espaço, com recurso
ao giz de várias cores. Foi visível o entusiasmo por parte de todo o grupo na execução da
atividade, pelo que penso que este espaço proporciona também aprendizagens mais ricas para as
crianças. Como referido nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 39)
“O espaço exterior é um local que pode proporcionar momentos educativos intencionais,
planeados pelo educador e pelas crianças”.
238
Mestrado em Educação Especial
educadora durante o período da tarde e, no nosso ponto de vista, estas têm sempre em conta os
interesses das crianças, uma vez que a educadora questiona sempre o grupo sobre a história
relativa à atividade desenvolvida e qual o momento de que mais gostaram, de forma a direcionar
a ação para a mesma. Pudemos observar que há sempre uma preocupação por parte da
educadora em contextualizar a atividade no âmbito da história, para além de que esta faz sempre
questão de interrogar as crianças sobre a história, de forma a relembrá-las da mesma e para ter
uma noção se todas a compreenderam. Como exemplo do anteriormente referido temos o
momento em que as crianças conheceram a história “Mais Uma Ovelha?”. As crianças acharam
piada ao fato das ovelhas vestirem pijamas, pelo que de maneira a introduzir, na área da
Matemática, os padrões e as sequências, antes de propor a atividade a educadora esteve a fazer
um jogo com o grupo que consistia em criar com peças de lego uma fila com 10 peças mas que
tivesse apenas duas cores. Cada criança criou a sua própria fila de acordo com as regras que a
educadora ia enunciando. Posteriormente, foram pintar o pijama da ovelha e a cor do mesmo
tinha apenas uma condição: criar uma sequência com duas cores diferentes.
Na nossa opinião, o facto de a educadora partir do interesse das crianças pela ovelha vestir um
pijama tornou a atividade mais rica em aprendizagens para o grupo, uma vez que estavam a
realizar uma proposta que partiu delas. Assim, as crianças percebem que as suas ideias são
valorizadas pelo adulto e isto é importante pois, “num contexto de aprendizagem ativa as ações
e ideias das crianças têm um papel fulcral em moldar o conteúdo e o processo das reuniões em
grande grupo” (Hohmann & Weikart, 2009, citados por Topa, 2012, p. 22).
O dia finaliza às 15h30 com o momento em que algumas crianças se vão embora da escola e
outras ficam para as Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF). As primeiras são
entregues à (s) pessoa (s) autorizada (s) para a irem buscar pela mão da assistente de sala
enquanto as segundas esperam que as primeiras sejam entregues para depois realizarem a
higiene e seguirem para o refeitório para comerem o lanche da tarde que trazem de casa.
A rotina descrita anteriormente pode sofrer alterações caso as crianças proponham algo
diferente e, à sexta-feira de manhã, as crianças deslocam-se ao ginásio da escola para uma aula
de ginástica, com uma professora destacada para o efeito, que dura cerca de 30 minutos. Por
várias vezes também nos deslocámos à biblioteca da escola para ouvir uma história e para saber
quais as regras exigidas para se estar numa biblioteca.
239
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Ao longo destes meses de intervenção pudemos verificar alguma flexibilidade nesta rotina,
como mencionado no parágrafo anterior, uma vez que algumas das idas à biblioteca se deveram
ao fato de as crianças, durante o tempo do diário de turma, terem mencionado que gostariam de
ir à biblioteca mais vezes. De acordo com as Orientações Curriculares para a Educação Pré-
Escolar (1997, p. 40) “A sucessão de cada dia ou sessão tem um determinado ritmo existindo,
deste modo, uma rotina que é educativa (…)” contudo “Nem todos os dias são iguais, as
propostas do educador ou das crianças podem modificar o quotidiano habitual”.
240
Mestrado em Educação Especial
Anexo 26 - Quadro síntese das principais potencialidades e fragilidades da criança (relatórios clínicos e de avaliação e avaliações
diagnóstica e do 1.º período)
Potencialidades Fragilidades
Cognição Noção de esquema corporal: Cognição: Revela dificuldades em todas as atividades que
- Ajuda a vestir as peças de roupa; requeiram abstração, na aquisição de conceitos e ainda ao nível da
- Reconhece partes do corpo e fixa-as em jogos; compreensão oral. Algumas dificuldades
- Nomeia elementos do rosto.
Interesse pela atividade:
- Mantém atividades de observação ou de exploração tátil até 10
minutos;
- Empilha e desmonta peças de encaixe (e as canetas de pintar);
Matemática:
Contagem:
- Faz contagem com reconhecimento do número até 20;
- Faz contagem de quantidades até 20.
Noção de igual:
- Reconhece e associa;
Noção de tamanho:
- Reconhece grande e pequeno mas de forma inconsistente;
Noção de cor:
- Identifica e nomeia todas as cores (Adora construir os puzzles
das cores);
Noção espacial:
- Segue comandos verbais para se deslocar para dentro/ fora, sair/
entrar;
- Arruma ou coloca objetos de acordo com comandos verbais em
cima/ em baixo, dentro/ fora;
Reconhecimento de representações:
- Reconhece e nomeia animais e outras figuras (“Jogo das
Mimocas”);
Auto identificação:
- Reage ao chamamento;
- Contato ocular realizado de forma fugaz mas positivo quando
solicitado.
241
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Interação: Interação:
- Faz jogo de desafio com o adulto cuidador (Boca feliz e infeliz - - Inicialmente:
jogo de fixar elementos da cabeça ou em desenhos); - Não partilhava materiais e/ ou brinquedos;
- Não desenvolvia atividades junto dos pares;
- Retribui objetos (jogo com bola);
- Desenvolve atividade junto dos pares não inicialmente);
242
Mestrado em Educação Especial
Domínio
Linguagem expressiva:
Utiliza palavras-chave para pedir satisfazer necessidades: Linguagem expressiva:
- bolacha, - Em articular pedidos ou outras mensagens (não utiliza o artigo
- pão; nem formula frases completas, mesmo que simples).
- água;
- letras;
- rua;
- chapéu;
- números;
- Noddy;
Para expressar desagrado:
- Ó, não!/ Deixa!
243
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
- Adeus!
- Mãe!
- Senta!
etc
Autonomia Pessoal Rotinas do grupo:
- Segue o grupo ao longo das rotinas do dia, em termos de - Ter autonomia na realização das atividades.
Maiores dificuldades deslocação pelo espaço do JI – dá a mão aos pares por comando - Ouvir as explicações do professor.
verbal; - Cumprir e aceitar a avaliação das tarefas da sala;
Rotinas da família: - Organizar as suas atividades e materiais;
- Corresponde ao quotidiano familiar em todos os momentos, - Rejeitar alimentos novos, como os frutos do lanche
apenas é relatada dificuldade na comunicação, na regularidade da escola ou a soa e o peixe;
dos tempos de sono, na partilha do pc com os irmãos, na
arrumação dos brinquedos, no controlo dos esfíncteres, na Almoço e outras refeições:
identificação de situações de perigo; - Ainda não come sozinho a sopa e começou a utilizar a colher este
Almoço e outras refeições: ano no JI);
- Come sozinho o segundo prato e a fruta (apenas é ajudado com - Só utiliza a colher e com a ajuda do adulto;
a sopa) mas só usa colher (que passou a usar este ano no J; antes
comia com as mãos); Alimentação:
Controlo dos esfíncteres: - Revela alguma resistência para ingerir/ mastigar sólidos, como o
- peixe;
244
Mestrado em Educação Especial
Anexo 27 - Quadro síntese das potencialidades e fragilidades apresentadas pelo D e respetivos objetivos gerais de intervenção
245
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246
Mestrado em Educação Especial
247
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Área de Formação Reatividade social e afetiva: Na entrada para o JI (aos cinco anos): - Desenvolver competências de autonomia na
Pessoal e Social - É uma criança alegre e bem disposta; A Interação Social encontra-se realização das atividades;
(Interação Social/ - É afetuosa; ainda comprometida: - Cumprir pequenas responsabilidades;
socialização) Expressa: - Relacionar-se com os colegas e com os - Escolher sozinho o que vai fazer;
- alegria (sorrisos, bom contacto visual, toques adultos; - Revelar atenção em trabalho individual e de
Maiores do rosto ou no cabelo ou abraço); - Cooperar espontaneamente com os grupo;
dificuldades - irritação (olhar zangado, aperta a mão do colegas: É uma criança que, inicialmente, se - Relacionar-se espontaneamente com os colegas;
interlocutor – mas reage muito bem a «Não, isolava do grupo, não interagia com os seus - Cooperar espontaneamente com os colegas;
Martim, a/o … é amigo, não magoa» - para de pares, estava sempre isolado dos seus pares, - Adotar uma postura/atitudes de cooperação e
apertar, chora e encosta-se ao interlocutor); a fazer os seus jogos preferidos: letras, solidariedade para com os outros;
- empatia para com crianças e adultos números e jogos de encaixe). - Demonstra comportamentos de apoio e
específicos (faz contacto visual, sorri, entreajuda;
aproxima-se, toca a pessoa ao passar ou ou pára - Interiorizar e manifestar atitudes de aceitação e
e dá-lhe a mão ou um abraço. Inicialmente não de respeito pelos outros;
o fazia); - Manifestar respeito pelas necessidades e
sentimentos dos outros;
Interação: - Partilhar brinquedo e outros materiais com os
- Faz jogo de desafio com o adulto cuidador colegas;
(Boca feliz e infeliz - jogo de fixar elementos da - Desenvolver a capacidade de dialogar sobre o que
cabeça ou em desenhos); Interação: ouviu;
- Retribui objetos (jogo com bola); - Inicialmente: - Controlar o comportamento quando está zangado.
- Desenvolve atividade junto dos pares não - Não partilhava materiais e/ ou brinquedos; - Cuidar e respeitar os espaços e os objetos do
inicialmente); - Não desenvolvia atividades junto dos jardim-de-infância.
pares; - Dar oportunidade aos outros de intervirem e
esperar a sua vez para intervir;
- Colaborar em atividades de pequeno e grande
grupo;
- Avaliar os seus comportamentos, ações e
trabalhos e os dos colegas
- Escutar, questionar e argumentar.
248
Mestrado em Educação Especial
249
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sentar à mesa, arrumar (com incentivo), dá a - Compreender enunciados orais curtos e simples;
mão à/ ao…, apanha…, arruma…; - Compreender histórias;
- Corresponde ao chamamento.
Expressão oral:
Linguagem expressiva: Linguagem expressiva: - Expressar-se oralmente com clareza e cumprir
Utiliza palavras-chave para pedir satisfazer - Em articular pedidos ou outras mensagens regras de comunicação oral;
necessidades: (não utiliza o artigo nem formula frases - Construir frases simples;
- bolacha, completas, mesmo que simples). - Partilhar informação oralmente através de frases
- pão; coerentes;
- água; - Fazer perguntas e responder, demonstrando que
- letras; compreendeu a informação transmitida oralmente;
- rua; - Responder a perguntas começadas por “porquê”,
- chapéu; o quê, e “quem”.
- números; - Recita poemas, rimas e canções
- Noddy; - Reconta narrativas ouvidas e/ou lidas
Para expressar desagrado: - Expressar sentimentos e estados de
- Ó, não!/ Deixa! espírito/humor.
- Adeus! - Articular com facilidade alguns sons.
- Mãe! - Falar de forma audível.
- Senta! - Relatar acontecimentos, vivências
etc - Cumprir regras de comunicação oral;
- Organizar o discurso de forma clara e coerente;
- Usa nos diálogos palavras que aprendeu
recentemente.
Autonomia Pessoal Rotinas do grupo:
- Segue o grupo ao longo das rotinas do dia, em - Ter autonomia na realização das - Realizar, sem ajuda, tarefas indispensáveis à vida
Maiores termos de deslocação pelo espaço do JI – dá a atividades.
do dia a dia;
dificuldades mão aos pares por comando verbal; - Ouvir as explicações do professor.
Rotinas da família: - Cumprir e aceitar a avaliação das tarefas - Ser autónomo na realização as atividades;
- Corresponde ao quotidiano familiar em todos da sala;
- Identificar os diferentes momentos da rotina
os momentos, apenas é relatada dificuldade na - Organizar as suas atividades e materiais;
comunicação, na regularidade dos tempos de - Rejeitar alimentos novos, como os frutos diária da sala do jardim-de-infância
sono, na partilha do pc com os irmãos, na do lanche da escola ou a soa e o peixe;
- Adquirir autonomia em relação à sua higiene
arrumação dos brinquedos, no controlo dos
esfíncteres, na identificação de situações de Almoço e outras refeições: pessoal.
perigo; - Ainda não come sozinho a sopa e começou
250
Mestrado em Educação Especial
Almoço e outras refeições: a utilizar a colher este ano no JI); - Ser autónomo na sua higiene;
- Come sozinho o segundo prato e a fruta - Só utiliza a colher e com a ajuda do adulto;
- Vestir-se/despir-se sozinho (casaco, bata e
(apenas é ajudado com a sopa) mas só usa
colher (que passou a usar este ano no J; antes Alimentação: camisola).
comia com as mãos); - Revela alguma resistência para ingerir/
- Adquirir controlo dos esfíncteres.
Controlo dos esfíncteres: mastigar sólidos, como o peixe;
- - Adquirir autonomia na hora da refeição.
Controlo dos esfíncteres: - Comer autonomamente a sopa;
- Dificuldade no controlo diurno e noturno
dos esfíncteres (fralda) - Comer autonomamente com garfo e faca.
- Cumprir regras na sala de aula;
- Cumprir as normas de convivência estabelecidas
- Respeitar o adulto;
- Responsabilizar-se por tarefas que se
comprometeu realizar
- Planificar, gerir e avaliar as aprendizagens de
forma ativa, consciente e autónoma;
- Conhecer e praticar normas básicas de segurança
- Manifestar as suas opiniões
- Aceitar algumas frustrações e insucessos
Comportamento Em diversificar as reações (comportamentos
estereotipados para satisfação, exaltação,
irritação – agita os braços)
- Estereotipado;
- Agitação motora;
- Interesses restritivos e obsessivos;
Quadro 6 – Quadro síntese das potencialidades e fragilidades apresentadas pelo D e respetivos objetivos gerais de intervenção
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Mestrado em Educação Especial
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Sessões 8 e 9 Criar o hábito de escutar histórias; - Ouve e interpreta uma história; 15 e 16/10/14
Formação pessoal e social, – História “O Nabo Compreender histórias; - Participa nas atividades, cumprindo
Matemática Gigante”; Expressar-se oralmente com clareza e as instruções dadas;
Português: Linguagem oral e - A Roda dos Alimentos cumprir regras de comunicação oral; - Participa quando solicitado ou por
escrita - Canção “Comer bem ou Favorecer momentos de prazer em iniciativa própria;
Conhecimento do Mundo comer mal” grupo; - Participa oralmente com clareza e
Expressão Musical Enriquecer o imaginário infantil; respeito pelas regras;
Expressão Dramática Favorecer o contato com textos de - Ouve e respeita os outros;
qualidade literária; - Fala com autonomia e clareza;
- Usa vocabulário adequado ao tema;
Valorizar o livro como fonte de
- Pede a palavra;
entretenimento e conhecimento;
- Relata o essencial;
Despertar a curiosidade pelo que nos
- Enumera factos;
rodeia;
- Responde corretamente a questões
Desenvolver a capacidade de
acerca do que ouviu;
raciocínio;
- Identifica as personagens da
Desenvolver a compreensão e história;
expressão oral; - Verbaliza o que sente;
Desenvolver a auto estima; - Usa vocabulário adequado ao tema
Experimentar; e à situação;
Aprender a “observar”; - Faz o reconto da história;
Desenvolver uma atitude crítica. - Participa na dramatização,
desempenhando um papel;
- Associa som/ palavra.
Expressão Plástica Sessão 9 e 10 - Compreender e cumprir as instruções - Compreende enunciados curtos; 17/10/2014
Autonomia Dia da Alimentação – orais; - Participa nas atividades, cumprindo
Motricidade Execução de espetadas de - Desenvolver a compreensão e expressão as instruções dadas;
frutas oral; - Fala sobre os seus gostos;
História “O Nabo gigante” - Executar espetadas de frutas; - Mexe e cheira os alimentos;
- Pintar uma peça de fruta com aguarelas; - Aceita comer alimentos novos;
- Reconhecer diferentes alimentos, - Realiza a tarefa sem ajuda;
expressando os gostos; - Participa numa atividade de
- Manusear, cheirar, analisar ao pormenor expressão orientada, respeitando as
alimentos; regras;
- Realizar provas de alimentos; - Utiliza, de forma autónoma,
- Compreender e cumprir as instruções diferentes materiais e meios de
254
Mestrado em Educação Especial
orais; expressão;
- Promover situações variadas que ajudem o - Apresenta destreza na utilização de
aluno a experienciar novos alimentos; aguarelas;
- Desenvolver a autonomia; - Pinta sem sair fora do traço das
- Promover o percurso criador em imagens.
atividades de pintura, desenho, colagem,
modelagem.
Português; Sessão 11 - Compreender e cumprir as instruções - Compreende enunciados curtos; Dia 22/10/14
Expressão Plástica e “Um marcador vamos orais; - Resume ideias e justifica a sua
Formação pessoal e social fazer para aos padrinhos - Desenvolver a compreensão e expressão opinião;
oferecer” oral; - Escolhe as atividades que pretende
- Integrar as crianças no planeamento da realizar;
atividade; - Participa numa atividade de
- Desenvolver a autonomia e a capacidade expressão orientada, respeitando as
de fazer escolhas e de as negociar; regras;
- Desenvolver capacidades organizativas; - Utiliza, de forma autónoma,
- Participar numa atividade de expressão diferentes materiais e meios de
orientada, respeitando regras e papéis expressão.
específicos;
- Precisar ou resumir ideias e justificar
opiniões.
Competências Sessões 12, 13 e 14 - Desenvolver a compreensão e expressão - Participa quando solicitado ou por 03, 04 e 05/11/2014
Sociais/Português “O Cuquedo” oral; iniciativa própria;
Matemática - Desenvolver o raciocínio e o espírito - Enumera factos;
crítico; - Responde corretamente a questões
- Criar o hábito de escutar histórias; acerca do que ouviu;
- Compreender histórias; - Participa numa atividade de
- Favorecer momentos de prazer em grupo; expressão orientada, respeitando as
- Enriquecer o imaginário infantil; regras;
- Favorecer o contato com textos de - Aprende e compreende o código de
qualidade literária; barras;
- Valorizar o livro como fonte de - Utiliza, de forma autónoma,
entretenimento e conhecimento; diferentes materiais e meios de
- Explorar a área de conteúdo da expressão.
matemática;
- Introduzir o conceito de gráfico de barras;
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Mestrado em Educação Especial
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Expressão Plástica. - Trabalho de expressão direitos dos outros; - Participa nas atividades, cumprindo
- Expressão Motora; plástica alusivas à história;
- Compreender que somos diferentes; as instruções dadas;
- Interação com o grupo. - Dinâmica de Grupo “Dança
- Aceitar e respeitar as diferenças; - Participa quando solicitado ou por
às Cegas”: - Trabalhar a diferença; iniciativa própria;
- Respeitar pela diferença; - Colabora com os colegas durante a
- Utilizar, de forma autónoma, diferentes tarefa;
materiais e meios de expressão; - Ouve e respeita os outros;
- Promover o reforço da confiança em si - Utiliza, de forma autónoma,
mesmo e nos outros e ainda sentir as diferentes materiais e meios de
dificuldades de uma pessoa invisual em se expressão.
movimentar.
Interação social; Autonomia; Sessão 21 - Apresentar e participar na festa de Natal - Desenvolve a capacidade de 12/12/14
Expressão Plástica; Expressão Festa de Natal aberta à comunidade escolar; concentração;
Musical. - Adotar uma postura/atitudes de - Compreende as instruções dadas;
cooperação e solidariedade para com os - Coopera com o grupo;
outros; - Participa nas atividades, cumprindo
- Promover a socialização e a ligação entre as instruções dadas.
a escola e a família.
2.º Período
Socialização; Expressão Sessão 22 - Expressar-se oralmente com clareza e
- Usa vocabulário adequado ao tema 07/01/ 2015 e seguintes
Plástica e Dramática; Dramatização da história cumprir regras de comunicação oral; e à situação;
“Uma História de Dedos”, - Adotar uma postura/atitudes de - Verbaliza o que sente;
de Luísa Ducla Soares, com cooperação e solidariedade para com os
- Desenvolve a capacidade de
fantoches outros; concentração;
- Construir fantoches; - Mantém períodos curtos de atenção;
- Trabalhar colaborativamente para alcançar
- Compreende as instruções dadas;
um objetivo; - Participa nas atividades, cumprindo
- Dramatizar a história “Uma História de
as instruções dadas;
Dedos”, de Luísa Ducla Soares; - Coopera com o grupo;
- Representar pequenos papéis em - Trabalha a pares ou em grupo;
dramatizações - Utiliza, de forma autónoma,
- Promover o relacionamento interpessoal.
diferentes materiais e meios de
expressão;
- Participa na dramatização,
desempenhando um papel;
Área de Formação Pessoal e Sessão 23 – Atividade “A - Participar democraticamente na vida de - Participa na identificação de regras 12/01/15 e seguintes
258
Mestrado em Educação Especial
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Português; Sessão 26: - Criar bases para um clima que transmita - Participa nas atividades, cumprindo 06/02/15
Conhecimento do Mundo; Apresentação da atividade segurança e estimule a participação do as instruções dadas;
Expressão Plástica; anterior à sala 1 aluno; - Participa quando solicitado ou por
Área de Formação Pessoal e - Compreender e cumprir as instruções iniciativa própria;
Social: Interação Social; orais; - Ouve e respeita os outros;
Autonomia. - Expressar-se oralmente com clareza e - Desenvolve a capacidade de
cumprir regras de comunicação oral; concentração;
- Desenvolver a compreensão e expressão - Mantém períodos curtos de atenção;
oral;
- Fomentar o diálogo;
- Desenvolver a motricidade fina;
- Estimular a imaginação e a criatividade;
- Explorar diferentes tipos de materiais e
técnicas de expressão plástica.
Área de Formação Pessoal e Sessão 27 - Criar bases para um clima que transmita - Dirige o discurso para a recolha de
Social Observar com o segurança e estimule a participação do informação; 09/02/15
Conhecimento do Mundo microscópio aluno; - Participa nas atividades, cumprindo
Português. Compreensão oral - Compreender e cumprir as instruções as instruções dadas;
e expressão oral e escrita orais; - Participa quando solicitado ou por
- Expressar-se oralmente com clareza e iniciativa própria;
cumprir regras de comunicação oral; - Ouve e respeita os outros;
- Desenvolver a compreensão e expressão - Desenvolve a capacidade de
oral; concentração;
- Fomentar o diálogo; - Mantém períodos curtos de atenção;
- Familiarizar-se com o uso do microscópio; - Manipula o microscópio com
- Reconhecer os nomes das partes do destreza e cuidado;
microscópio. - Identifica as partes do microscópio
- Escrever palavras e frases simples dizendo o seu nome;
significativas para o aluno. - Escreve na presença/ausência de
um modelo;
Área de Formação Pessoal e Sessão 28 - Saber expressar aquilo que sente; Distingue sentimentos; 26/02/15
Social Os sentimentos: História - Identificar os sentimentos; Verbaliza o que sente;
Português: compreensão e “Adivinha quanto gosto de - Reconhecer e identificar o que os outros Usa vocabulário adequado ao tema e
expressão oral e expressão ti” estão a sentir; à situação;
escrita - Expressar-se oralmente com clareza e Escreve uma frase na presença de um
cumprir regras de comunicação oral. modelo;
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Mestrado em Educação Especial
Conhecimento do Mundo; Sessão 29: - Sair para o exterior; - Desenvolve a capacidade de 09/03/15
Expressão Dramática; Visita de Estudo à - Conhecer a Ludoteca “O Moinho” concentração;
Interação Social. Ludoteca “O Moinho” - Ver uma peça de teatro; - Mantém períodos curtos de atenção;
- Compreender e cumprir as instruções - Participa nas atividades, cumprindo
orais; as instruções dadas;
- Participa quando solicitado ou por
iniciativa própria;
- Ouve e respeita os outros;
3.º Período
Português; Conhecimento do Sessão 30: - Participar democraticamente na vida de - Participa na identificação de regras 10, 13 e 14/04/15
Mundo; Interação Social; Pesquisa e execução de um grupo, cumprindo regras elaboradas e de vida em comum;
Autonomia; Expressão livro sobre o espaço negociadas entre todos; - Apresenta responsabilidade;
Plástica. - Cumprir regras básicas para estarem num - Manifesta Autonomia;
local; - Ouvir uma história;
- Ir à Biblioteca Escolar; - Participa nas atividades, cumprindo
- Ouvir uma história (“O Principezinho”); as instruções dadas;
- Conhecer outro tipo de livros. - Coopera com o grupo;
- Conhecer emoções. - Trabalha a pares ou em grupo;
- Conhecer o sistema solar. - Utiliza, de forma autónoma,
- Fazer uma pesquisa na Internet; diferentes materiais e meios de
- Construir um livro sobre o Espaço. expressão: o decalque;
Português: linguagem oral; Sessão 31 - Expressar-se oralmente com clareza e - Retém o essencial de enunciado 28/04/15
Conhecimento do Mundo; Cantiga (“Fungagá da cumprir regras de comunicação oral; oral;
Autonomia; Interação Social; Bicharada”, do Avô - Saber expressar aquilo que sente; - Respeita as instruções dadas;
Expressão Musical Cantigas). - Promover a participação e o trabalho em - Colabora com os pais durante a
Expressão Dramática equipa; tarefa;
- Promover o relacionamento interpessoal; - Coopera com o grupo;
- Desenvolver competências de autonomia - Participa no debate/ atividade,
na realização das atividades; - Verbaliza o que sente;
- Saber pedir ajuda; - Pede ajuda;
- Adotar uma postura/atitudes de - Usa vocabulário adequado ao tema
cooperação e solidariedade para com os e à situação;
outros; - Memoriza a canção;
- Partilhar aprendizagens com a família; - Reproduz a canção;
- Conhecer os animais e suas caraterísticas; - Acompanha a canção com
- Explorar ritmos e sons para desenvolver a movimentos do corpo.
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Matemática Sessão 39: Jogos de - Aprender a noção de número e de - Aprende a noção de número e de 15/06/15
Motricidade fina Contagem quantidade; quantidade;
Português - Agrupar elementos de diferentes tipos; - Agrupa elementos de diferentes
Área de Formação Pessoal e - Expressar-se perante os outros; tipologias;
Social: Interação Social. - Trabalhar também a expressão oral.
Português: Expressão Verbal Sessão 40 - Compreender e cumprir as instruções - Participa quando solicitado ou por 17/06/15
Lengalengas e rimas orais; iniciativa própria;
- Desenvolver competências de autonomia - Retém o essencial de enunciado
na realização das atividades; oral;
- Trabalhar a articulação de palavras, a - Respeita as instruções dadas;
memória; Aplica conhecimentos adquiridos;
- Desenvolver a expressão verbal. - Articula palavras;
- Identifica lengalengas e rimas;
Comunicação: Discriminação Sessão 41 – O Jogo das Objetivo geral: - Participa quando solicitado ou por 19/06/15 e ao longo de
Auditiva; Socialização/ Mimocas - Expressar-se oralmente com clareza e iniciativa própria; todo o ano
Interação Social. cumprir regras de comunicação oral; - Responde corretamente a questões
- Dar e mostrar e mostrar coisas a pedido; acerca do que ouviu;
- Desenvolver a capacidade de ouvir; - Compreende enunciados curtos;
- Promover a capacidade de pensar antes de - Compreende as instruções dadas;
agir; - Cumpre as instruções orais diretas;
- Compreender e cumprir as instruções - Participa nas atividades, cumprindo
orais; as instruções dadas;
- Saber pedir ajuda; - Retém o essencial de enunciado
-Desenvolver competências de autonomia oral;
na realização das atividades; - Verbaliza o que sente;
- Introduzir o uso do computador; - Colabora com os adultos durante a
- - Manipular o rato livremente; tarefa;
- Usar jogos didáticos; - Pede ajuda;
- Promover a familiaridade com o Software - Utiliza o computador e o rato com
Educativo “Os Jogos Da Mimocas”; autonomia e destreza;
- Conhecer o Software Educativo “Os Jogos - Joga “O Jogo das Mimocas”;
Da Mimocas”; - Identifica o som de animais;
Objetivos específicos: - Associa o som a imagem;
- Associar o som à imagem; - Manifesta autonomia.
- Discriminar sons de animais domésticos;
- Discriminar sons de animais selvagens;
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a) Descrição da sessão:
Durante a nossa primeira semana pudemos observar, conhecer e assimilar a rotina da sala 2 do
jardim-de-infância onde estava inserido o aluno D. A rotina é um fator de extrema importância
para as crianças uma vez que “(…) a repetição diária dá-lhes pontos de referência estáveis que
os ajudam a antecipar e a prever o que acontecerá depois, e isso faz com que se sintam cada vez
mais seguros e tranquilos na escola” (Bandioli & Mantovani, 2002, p. 181). Ao longo da
primeira semana de aulas pudemos comprovar que, de manhã, algumas crianças sabiam quando
era a altura do lanche assim como à hora de almoço todas tinham noção que faziam um
“comboio” para irem lavar as mãos, tal como o aluno D. Antes de cada tarefa era-lhe solicitado
que se dirigisse à sua caixinha dos cartões de cada ação e que o colocasse na tabela respetiva.
Com a nossa observação conseguimos captar alguns aspetos e detalhes da personalidade e feitio
de cada criança, dando especial atenção às dificuldades e facilidades de cada uma em
determinado tema. Empreendemos também alguns aspetos da prática da equipa da sala, do
funcionamento da instituição à hora do almoço e do prolongamento.
Nesta semana de observação, o que nos chamou mais a atenção foi o facto das crianças se
sentarem em cadeiras e não no chão como é mais usual acontecer no pré-escolar. Após termos
questionado a educadora sobre este assunto, esta explicou-nos que a razão se prendia bastante à
postura das crianças, uma vez que quando estão sentados no chão têm tendência a dobrar-se, a
esticar-se e distraem-se mais facilmente, para além de que é uma forma de os preparar e os
habituar a estarem corretamente sentados, pois no próximo ano todos, exceto um, vão ingressar
no 1º Ciclo do Ensino Básico.
Refletimos um pouco com a educadora sobre o modelo pedagógico adotado, sendo que, com
base na nossa observação, apercebemo-nos que é utilizado o Movimento Escola Moderna
(MEM). “A organização do espaço toma particular importância uma vez que é a partir dele que
a criança brinca, interage e adequa comportamentos. As áreas que o MEM preconiza são: área
de expressão plástica, construções, oficina da escrita, área da matemática, laboratório de
ciências, área do faz-de-conta, área da cozinha, biblioteca e documentação”. (Carracedo, 2010,
p. 5,6) Relativamente ao espaço da sala, esta é composta pela área da pintura que, a nosso ver,
está incluída na área de expressão plástica, área das construções, área da escrita, área das
experiências, área do faz-de-conta (que inclui uma cozinha), área das artes, biblioteca e área do
grande grupo. “O Movimento Escola Moderna é um modelo pedagógico que assenta numa
prática democrática da gestão das atividades, dos materiais, do tempo e do espaço. Esta gestão é
268
Mestrado em Educação Especial
apoiada por instrumentos (…) tais como: mapa de presenças, mapa de tarefas (…)”1 Uma vez
que o modelo adotado é o já anteriormente referido, estes instrumentos encontram-se na sala e
são utilizados diariamente, para além de que “A organização e a utilização do espaço são
expressas das intenções educativas e da dinâmica do grupo, sendo indispensável que o educador
se interrogue sobre a função e finalidades educativas dos materiais de modo a planear e
fundamentar as razões dessa organização”. (Orientações Curriculares para a Educação Pré-
Escolar, 1997, p.37).
Começámos por observar diariamente como as crianças interagem com o ambiente. Que
espaços e objetos preferiam, quais os materiais mais desafiadores, que ações executavam com
brinquedos, livros, entre outros, registando sempre as nossas observações. Através das nossas
observações pudemos ir planeando, intervenções gradativas no espaço permanente da turma,
principalmente delineando uma rotina diária para o nosso aluno D bem como uma possível
planificação da intervenção.
Organizámos as áreas da sala, nos quais as crianças iriam brincar e circular livremente. Usámos
móveis, tecidos e tapetes para fazer uma divisão clara das áreas. Mostrámos tudo aos poucos,
garantindo que os pequenos possam agir sozinhos ou em grupo e, no caso do aluno D, sempre
com pistas visuais (cartões), para que não se sentisse perdido no novo ambiente.
A decisão sobre os materiais oferecidos é fundamental para propiciar desafios. É recomendável
ter pequenos espelhos (desenvolvimento da identidade), caixas com objetos sonoros e outros de
abrir e fechar (estímulo à exploração), além de pequenas bolas e tecidos grandes para jogar e
puxar (promoção da sociabilidade). Variar a quantidade é útil para que os pequenos aprendam a
pedir emprestado, a respeitar a vez do amigo e a compartilhar uma ação.
b) Reflexão/Avaliação:
Fomos criando situações para observar como cada criança se relacionava com os espaços,
pessoas e objetos. Observámos os avanços nas relações de respeito e no uso de estratégias
comunicativas (orais ou não verbais), na gradativa superação de desafios corporais e no
desenvolvimento da autonomia, tanto nas relações com os outros como no uso de objetos. O
nosso aluno D não interagia com os colegas e tinha, por hábito, ir para a área das brincadeiras (a
casinha) ou sentar-se numa mesma e brincar com o jogo das letras, que adorava. Por ele,
passava horas, dias inteiros, a brincar com o jogo das letras. Uma outra parte do JI que o D
adorava e onde se sentia protegido e muito confortável era a pequena sala de Educação Especial.
Todos os dias o aluno pedia para ir para essa sala. Com o tempo, fomos incluindo o D no grupo,
situação realizada com sucesso a partir de meados do primeiro período, quando percebemos que
o D se sentia cada vez mais à vontade com os colegas, que o acarinhavam e respeitavam, e
1
Retirado do site: https://sites.google.com/site/needesenvolvimentocurricular/home/b---trabalhos-dos-
alunos/modelos-curriculares-para-a-educacao-pre-escolar/movimento-da-escola-moderna-mem
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decorou os nomes todos dos colegas. Através da pergunta dos nomes dos colegas reparámos que
o D ia verbalizando os mesmos com mais facilidade e espontaneidade.
Fomos sempre investindo em estímulos visuais (de cores e formas variadas nas área do JI);
olfativos (com plantas, perfumes e alimentos diferentes) e de movimento (fazer com que a
criança explore os diferentes espaços organizados.
270
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição da sessão:
Diaria e inicialmente, a auxiliar e/ou docente de Educação Especial colocaram o sabonete na
mão da criança D, agarrando-lhe as mãos, tendo o cuidado que ela as ensaboasse. De seguida,
para ela se habituar ao sabonete, deixavam-na brincar um pouco com a espuma. Depois,
ajudavam-na a tirar o sabonete, falando sempre com ela, dando-lhe orientações, para que
percebesse a atividade e a mesma passasse a ser uma rotina do seu dia-a-dia. Finalmente,
deixavam que fosse ela a limpar-se com as toalhitas de papel.
A intencionalidade com esta atividade é que criança D adquira alguma autonomia a nível de
higiene pessoal diária.
b) Reflexão/Avaliação da sessão:
A criança D demonstrou interesse pela atividade, mais propriamente no contato com o sabonete
e com alguma ajuda da auxiliar e/ ou da docente de Educação Especial conseguirem imitar os
movimentos de lavar as mãos. Esta situação foi trabalhada todos os dias da semana no JI, bem
como em casa, com a colaboração da família, até que o D a conseguiu executar autonomamente
(por alturas do segundo período).
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição da sessão:
A auxiliar e/ ou professora de Educação Especial explicou à criança, exemplificando, a ordem
pelo qual deve vestir o casaco: meter o braço numa manga; puxar a abertura da outra manga
para o braço e meter o outro braço na outra manga. A educadora recorreu sempre a reforços
positivos e a elogios/ recompensas e o D participou com agrado.
Através desta atividade pretendemos que a criança trabalhe a autonomia pessoal, valorizando
sempre o seu esforço.
b) Reflexão/Avaliação:
Em virtude de ser uma tarefa um pouco mais complexa para a criança, esta deve ser e foi
treinada com mais tempo. A atividade foi sempre realizada num ambiente calmo e acolhedor, de
modo a otimizar a atenção da criança o que é difícil, nomeadamente o hall de entrada quando
todas as crianças estavam nas suas salas ou na sala de trabalho individual de Educação Especial.
A criança D demonstrou interesse pela atividade, achando-a divertida.
Esta situação foi trabalhada todos os dias da semana no JI, bem como em casa, com a
colaboração da família, até que o D a conseguiu executar autonomamente (por alturas do
segundo período).
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Mestrado em Educação Especial
a) Descrição da sessão:
Nesta aula abordámos o tema da higiene dentária. A atividade teve início na sala, em que a
educadora começou por estabelecer um diálogo com as crianças sobre as características e
constituintes da boca e os cuidados de higiene que devemos ter com a mesma.
Seguidamente, recorreu a um powerpoint para analisar, com as crianças, duas imagens
representativas de uma boca sã e de uma não sã. Na sequência desta análise, estabeleceu um
diálogo com as crianças sobre a importância da escovagem dos dentes, explorando em
simultâneo alguns utensílios de higiene, entre os quais a escova de dentes.
Por último, encaminhou o grupo para a casa de banho e selecionou duas crianças para
demonstrar a escovagem dos dentes. Para finalizar a atividade, distribuiu uma escova de dentes
a cada criança para que todos pudessem escovar os dentes em casa.
O D achou piada brincar com a água e foi lavando os dentes, sempre com orientações verbais e
a ajuda da auxiliar. Ainda não tem o hábito de fazer os movimentos para lavar os dentes. Não
mexe a mão, apenas segura a escova de dentes.
De qualquer das formas sorria e não teve problemas com a presença dos colegas.
b) Reflexão/Avaliação:
Achámos importante o facto de a educadora recorrer a estratégias nas quais as crianças
pudessem ter um papel ativo. Esta opção permitiu, não só que as crianças tivessem sido agentes
ativos na construção da sua aprendizagem, mas ao mesmo tempo que se mantivessem motivadas
e interessadas ao longo da mesma.
Segundo Portugal & Laevers (2010, pp. 41-42), “cabe ao educador a competência de pensar e
disponibilizar situações estimulantes” e com potencial desenvolvimento, “atendendo ao bem-
estar emocional e implicação das crianças.” Tendo em conta a diversidade de recursos e
materiais atualmente disponíveis e ao alcance do docente no contexto de sala de aula, este deve
selecionar estratégias diversificadas e estimulantes no sentido de motivar as crianças para a
construção da sua aprendizagem.
O principal intuito é que o D participe de forma ativa, acompanhando o grupo, e intriorizaendo/
imitndo o adulto.
Esta situação foi trabalhada todos os dias da semana no JI, bem como em casa, com a
colaboração da família, e o D nunca a conseguiu executar autonomamente.
273
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Diariamente, o D deverá ser incentivado a acompanhar o seu grupo na ida aos sanitários para o
chichi, a meio da manhã, depois do almoço e depois do lanche;
Serão realizadas etapas, sempre acompanhadas de verbalizações claras e regulares:
Diariamente, o D deve ser conduzido (pelo adulto cuidador) às instalações sanitárias no JI,
verbalizando todas as etapas, de forma clara e regular:
- Queres fazer chichi, D?
- vamos baixar as calças;
- vamos baixar as cuecas;
- senta na sanita;
- vamos fazer chichi;
- vamos limpar (damos o papel);
- vamos puxar o autoclismo;
- vamos puxar as cuecas; (à frente do espelho);
- vamos puxar as calças. (à frente do espelho;
- verbalizar incentivos, valorizar claramente os sucessos.
Pretende-se que o D coopere (i.e. acompanhe o adulto cuidador aos sanitários e não mostre
resistência).
Serão realizadas etapas, sempre acompanhadas de verbalizações claras e regulares:
Diariamente, o D deverá ser incentivado a acompanhar o seu grupo na ida aos sanitários para o
chichi e para as fezes, a meio da manhã, depois do almoço e depois do lanche;
Com o tempo, o D deve ser incentivado a verbalizar a frase inicial “Queres fazer chichi?” / ou
“Queres fazer cócó??” Sim, o D quer fazer chichi!» e/ ou Sim, o D quer fazer chichi!» > E o
adulto cuidador continua a repetir a verbalização das etapas.
Deve, posteriormente, ser verbalmente incentivado a utilizar sozinho os sanitários para o chichi
e para o cócó. > O adulto cuidador verbaliza as etapas regulares à distância de 1-2 metros, atrás
do D (mas antes desaperta-lhe o botão das calças ou do cinto). A tarefa deve ser realizada na sua
totalidade
O D deve, verbalizando ou não a intenção de fazer chichi e/ ou cócó, dirigir-se autonomamente
aos sanitários, em casa e no JI, e cumprir as etapas anteriormente treinadas.
Deverá valorizar-se, sempre que possível, a sua autonomia/sucesso, enquanto se reforça
verbalmente a sequência das etapas.
274
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
O D aceitou sempre muito bem este tipo de atividades, obedeceu sempre ao adulto, tentou fazer
autonomamente as coisas e aceitou sempre ajuda, quando necessitava, principalmente a abrir o
botão das calças, onde tinha mutas dificuldades.
As rotinas têm aqui um papel muito pertinente para que o D interiorize as suas
responsabilidades diárias de forma mais simples. Todas as suas atividades, diárias e académicas,
são sempre antecipadas através do diálogo e da utilização dos cartões SPC que o D deve colocar
sempre na respetiva tabela, antes de iniciar cada tarefa.
Durante as aulas que desenvolvemos com as crianças, recorreu-se, por diversas vezes, ao
reforço positivo, elogiando o seu trabalho e os comportamentos adequados. Vieira (2000, p. 63)
afirma que “tal como é indispensável chamar a atenção para aquilo que está mal feito, é
fundamental saber reconhecer o trabalho do outro e ser capaz de o exprimir”, salientando ainda
que o professor “tem o dever profissional de elogiar os seus alunos, pois essa atitude ajuda a
alimentar a auto estima da pessoa que está a ser reconhecida naquele momento, ao mesmo
tempo que reforça a sua confiança.”
Reforçando esta ideia, Canavarro, Pereira & Pascoal (2001, p. 44) definem estes reforços como:
“as consequências positivas de um comportamento que o promovem e consolidam, aumentam
as probabilidades deste se manifestar novamente. O educador não deve partir do pressuposto
que a criança tem o dever de se comportar bem e por isso não deve ser recompensada pelo seu
bom desempenho. Os comportamentos adequados devem ser reforçados. O esforço é um
instrumento fundamental da educação”
Assim, e tal como afirma Sanches (2001, p. 58), “estar muito atento aos pequenos sucessos e
introduzir reforços positivos, oportunamente, é meio caminho andado para obter o sucesso dos
alunos.” Pensamos que nesta perspetiva, se tentou promover, aumentar, reforçar e esforçar-nos
para ter essas atitudes com as crianças, e o resultado de concretização com sucesso foi bem
visível no aluno D. O D executou a tarefa autonomamente no final do 1.º período.
275
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição da sessão:
O aluno D ia sempre almoçar à cantina do Jardim de Infância, o que era uma vantagem para a
aprendizagem e interiorização desta rotina, uma vez que o D começou por comer com a mão,
passando para a colher e, por último, para o garfo. Nunca chegou a comer com faca e garfo. No
3.º período já comia autonomamente com a colher e o garfo. Nunca utilizou o garfo e a faca.
No início das aulas, e durante todo o 1.º período letivo, comia sempre com a ajuda da
educadora, da professora de Educação Especial e da auxiliar que o acompanhava diariamente.
Esta ajuda foi retirada lentamente para conduzir a criança a uma maior autonomia, no que diz
respeito à sua alimentação.
Comer é uma atividade na qual se desenvolvem as primeiras relações pessoais e, por isso, foi
sempre nossa intenção que a criança D estabelecesse os primeiros contactos com o mundo
exterior e também reforçar a sua autonomia pessoal.
b) Reflexão/Avaliação:
Teve de se ir retirando gradualmente a ajuda física para que a criança conseguisse comer
sozinha algumas vezes. Em virtude desta atividade se desenvolverem na cantina e o meio
envolvente ser ruidoso e de agitação, decorreu dentro da normalidade, ou seja, a criança
conseguiu imitar os gestos que lhe foram transmitidos por aquelas profissionais com a
intencionalidade que lhe foi proposta.
A motricidade fina foi sempre trabalhada a par, com a abertura e fechamento de portas,
torneiras, molas, garrafas, entre outros, uma vez que o D tinha os pulsos um pouco atrofiados,
pois a sua família tinha o hábito de lhe fazer tudo.
Pelas experiências de aprendizagem apresentadas verificou-se que a criança conseguiu, através
da repetição diária das mesmas, uma maior autonomia pessoal e também a interação com o
restante grupo melhorou significativamente.
As atividades contribuíram de alguma forma para as crianças ficarem mais sensíveis e aceitarem
melhor a diferença. As mesmas tornaram a educadora mais sensível à diferença, à planificação
de maneira diferenciada e ao trabalho em parceria.
As atividades revelaram-se importantíssimas, no entanto, consideramos que para que a inclusão
seja fácil e efetiva, os educadores devem concentrar-se, em cada momento apenas em uma ou
duas áreas que exijam uma atenção imediata. Esta criança com TEA apresenta dificuldades que
exigem uma atenção e uma intervenção especial durante um período de tempo mais prolongado,
ou mesmo numa carga progressiva que aquele que nos efetivamente dispusemos. Em todo o
caso, as intervenções tiveram em vista resultados realistas, passíveis de serem atingidos num
período de tempo disponível.
276
Mestrado em Educação Especial
As modificações de atitudes dos intervenientes do processo, através de uma postura mais calma,
um maior conhecimento sobre o síndrome de TEA de todos os funcionários que contactam com
a criança, e uma melhoria nas condições física da sala, foram fatores que influenciaram
positivamente a criança D. Esta, tornou-se mais calma, com menos comportamentos
inapropriados passando estes, a ser, mais provavelmente, comportamentos de “consolo”.
Considerámos, também, fundamental o estabelecimento de uma comunicação regular e de
compreensão entre o Jardim de Infância e os pais. Os pais das crianças autistas devem incentivar
os seus filhos a desenvolverem as suas destrezas, a fazerem uso dos seus pontos fortes, de
maneira que se sintam bem consigo mesmas. O Educador, além de trabalhar com a criança na
sala, deve ajudar/ colaborar com a família. A criança D manifestou necessidade de uma rotina e
organização e resistência às mudanças, por isso, estas, devem ser reduzidas e apropriadas.
277
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição da sessão:
Através de um jogo didático existente na sala, deu-se à criança D um cordão e bolas pequenas
para ela ir fazendo o enfiamento até ao fim do cordão, sempre com ajuda verbal da educadora,
da auxiliar e/ ou da professora de Educação Especial.
Com esta atividade pretendemos que a criança conseguisse desenvolver a coordenação óculo-
manual.
b) Reflexão/Avaliação:
Com alguma ajuda a criança D conseguiu fazer enfiamentos, mas raramente chegou ao fim do
cordão, pois mostrou-se saturada. Há que ter em conta a diminuição do número de bolas a enfiar
no cordão ou então usar bolas maiores e um cordão mais grosso. Conseguimos que a atividade
se realizasse de forma adequada, contudo o objetivo final não foi conseguido.
No entanto, pode-se considerar que esta atividade, de entre as várias potencialidades, também
contribuiu para o desenvolvimento da motricidade fina das crianças. Segundo Condemarín &
Chadwick (1986, p. 55), o professor deve “realizar exercícios que tenham por finalidade o
desenvolvimento da motricidade fina a nível dos movimentos do pulso, mão e dedos”,
contribuindo assim para o desenvolvimento da precisão, coordenação, rapidez e controlo de
gestos finos.
Assim que colocámos menos bolas e/ ou utilizámos um cordão mais grosso, o D realizou a
atividade com mais motivação e acabou por executá-la autonomamente.
278
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição:
Depois de alguma reflexão, chegámos à conclusão de que seria importante desenvolver um
projeto que abordasse a questão da alimentação, sendo que a pertinência deste projeto estava
diretamente relacionada com os problemas revelados pelas crianças na hora do almoço e
permitia também dar continuidade à temática apresentada por um dos pais no dia da “sala aberta
aos pais”.
Assim, nesta sessão, os alunos comemoraram o Dia da Alimentação e, como tal, as crianças
trabalharam a alimentação saudável e não saudável, bem como a roda dos alimentos e uma
história sobre “O nabo gigante”.
De seguida, apresentámos o livro “O nabo gigante” e a educadora explicou que iria proceder à
leitura e depois desenvolver-se-ia uma atividade.
Durante a leitura, todos os alunos conseguiram estar muito atentos, ao contrário do D que
continuava no mundo dele, sem revelar muito interesse pela história.
A Educadora resolveu mudar de estratégia: apresentou a história com recurso ao datashow e
com a utilização das imagens em datashow, conseguimos captar a atenção do D.
Através desta história foi possível explorar diferentes áreas do saber: área de formação pessoal e
social, área de conhecimento do mundo, expressão musical, expressão dramática e domínio da
linguagem oral e abordagem à escrita.
Tal como aconteceu nas intervenções anteriores, também esta apresentação da história foi o
primeiro momento de interação com as crianças. Depois de ouvirem a história, as crianças
participaram na exploração da mesma, sendo analisados aspetos relativos ao domínio da
linguagem oral e abordagem à escrita como sejam a interpretação da história e o reconto da
mesma, e do domínio da matemática, como é o caso da contagem das personagens e ordenação
de determinados elementos que surgiram na história de forma gradual.
Aproveitando o facto da história de “O nabo gigante” conter espécies variadas de animais, foi
elaborado um gráfico de quadradinhos e uma representação gráfica do tipo e quantidade de
animais presentes na história.
Foi também trabalhada a diferença entre fruta e legume e, aproveitando as comidas de plástico
da área do faz de conta, as crianças fizeram conjuntos classificando por fruta/legumes, saudável/
não saudável e por cores.
No final desta exploração inicial, foi possível aliciar, de certo modo, as crianças para a
composição do projeto sobre alimentação. Obviamente, a partir desta história, surgiu, como
núcleo globalizador da semana, a alimentação.
Após a apresentação da história, a primeira atividade desenvolvida com as crianças foi a
exploração de “Uma roda especial”, a roda dos alimentos. As crianças tiveram oportunidade de
279
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
contatar com uma roda dos alimentos, contar os grupos e ainda localizar cada um dos alimentos
que haviam encontrado na história ouvida (batatas, cenouras, ervilhas, feijão e nabos). Através
desta atividade foram concretizados objetivos referentes à área de conhecimento do mundo, tais
como reconhecer a roda dos alimentos e identificar os grupos que compõem a mesma. Para a
exemplificação foi desenhada uma roda dos alimentos com giz no chão da sala e completada
com os alimentos trazidos de casa. O aluno D trouxe uma bolacha e uma banana, dois dos seus
alimentos preferidos. No dia anterior tinha-se enviado um recado aos pais a solicitar um
alimento (cada aluno tinha um diferente).
Continuando na área de conhecimento do mundo, foi ainda possível proceder à identificação de
alimentos saudáveis e não saudáveis, sendo que a concretização deste objetivo ocorreu através
da uma atividade que consistia na separação de cartões que ilustravam alimentos saudáveis e
alimentos não saudáveis. Esta separação era materializada através da colocação dos cartões num
bloco de pequenas gavetas: uma gaveta vermelha para alimentos não saudáveis e uma gaveta
verde para alimentos saudáveis. Sendo que este material, posteriormente, integrou a área de
conhecimento do mundo, passando a ser mais um elemento de exploração nessa área.
Tendo a alimentação como núcleo globalizador, foi também possível incorporar nesta semana
de intervenção a expressão musical. Através da exploração da canção “Comer bem ou comer
mal” as crianças puderam experimentar a potencialidade sonora dos objetos, uma vez que foram
utilizados paus chineses (baquetas) para acompanhar o batimento da pulsação da canção.
Outra atividade que teve como suporte base a canção acima mencionada foi a identificação das
palavras que compunham a letra da mesma, ou seja, cada criança tinha um cartão que ilustrava
através de imagem e de escrita uma palavra que compunha a letra da canção. Sempre que se
ouvia uma determinada palavra, a criança que possuía o cartão com a ilustração correspondente
deveria levantar o cartão mostrando-o aos colegas. Através desta atividade as crianças
estabeleceram uma relação som/palavra. É importante aqui realçar o facto de todas as palavras
estarem diretamente relacionadas com o tema da alimentação e terem sido devidamente
exploradas com as crianças, o que permitiu aumentar o vocabulário das mesmas em relação ao
tema em causa. Além da expressão musical, foi também possível trabalhar conteúdos referentes
à expressão dramática, pois as crianças tiveram a oportunidade de dramatizar a história,
utilizando acessórios adequados. Mais uma vez, a história foi novamente contada, de forma a
avivar a memória das crianças. Todas participaram na dramatização e encarnaram as
personagens através de acessórios que caracterizavam de forma significativa a imagem da
personagem nas ilustrações do livro. Esta atividade permitiu alcançar objetivos relativos à área
de expressão dramática, tais como: explorar as diferentes possibilidades expressivas,
imaginando-se com outras características corporais; utilizar adereços para caracterizar os
personagens e explorar a emissão sonora fazendo variar a entoação. Esta atividade permitiu
também avaliar a compreensão das crianças em relação à história, pois, embora a educadora
280
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
O facto de terem facultado o livro da história ao D e permitirem que folheasse o livro, ocupou-o
e dirigiu a sua atenção/ concentração.
A disponibilização de algum tempo livre para a leitura e exploração dos livros existentes na sala
de aula é uma prática frequentemente adotada pela educadora. Pensamos que esta estratégia é
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
importante pois, tal como referem Reis & Adragão (1992,p. 87), “o livro não pode funcionar
como um objeto de arte fechado a sete chaves nas bibliotecas ou nas prateleiras das nossas
estantes. Ele tem que passar a ser um objeto de uso indispensável e acessível manejo.”
Magalhães (2008, p. 62) reforça esta ideia, afirmando que é importante “induzir hábitos de
leitura, pondo o aluno, quotidianamente, em contacto com o livro e com outros suportes.”
Para além de possibilitar o treino da leitura, esta prática promove também o gosto pela mesma.
Segundo Reis & Adragão (1992, p. 87), “na escola, dois tipos de leitura, igualmente
importantes, são possíveis: por um lado a leitura que pressupõe uma valorização da técnica e do
rigor de análise, por outro, a leitura espontânea.” Estes autores reforçam esta ideia defendendo
que “não é aconselhável que o professor canalize todas as leituras para o controle analítico.”
Assim, as crianças têm oportunidade de ler e explorar os livros de uma forma livre, sem se
sentirem obrigados a fazê-lo, contribuindo para aumentar o seu prazer e gosto pela leitura.
282
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição da aula:
Devido ao Dia da Alimentação comemorado no dia 16 de outubro, as crianças puderam fazer
sozinhas espetadas de fruta, deslocaram-se à biblioteca da escola de forma a ouvirem uma
história relacionada com o tema e pintaram com aguarelas uma fruta escolhida pelas próprias. A
nosso ver, a educadora tentou ao máximo incutir-lhes a importância de comer alimentos
saudáveis, explicando-lhes e mostrando-lhes a roda dos alimentos e criando um pequeno debate
em torno do tema.
Estas sessões têm como foco de atenção o D. e a sua relutância em experimentar novos
alimentos, sobretudo a fruta. O único fruto que consome com prazer é a banana, com a oferta de
uma bolacha a acompanhar.
Mas todos os alunos têm alimentos que nunca tiveram coragem de provar, que nunca arriscaram
sentir o seu sabor, por isso, nesta sessão, foi essencial começar por aferir que alimentos os
alunos mais gostam, não gostam de todo, são alérgicos e aqueles que têm curiosidade de provar.
Ainda nesta sessão, colocou-se a sala organizada em U, tendo o cuidado de colocar uma mesa
mais central com todos os alimentos, tentando que o D fique próximo dela, mas com o apoio
permanente da educadora e da auxiliar.
Cada aluno teve direito a um prato plástico e a um guardanapo para poder experimentar os
alimentos que quiser. À medida que os alunos iam fazendo as suas experiências, registavam
numa folha própria, o alimento experimentado e como se sentiram, recorrendo a imagens e
palavras. O D não fez qualquer registo.
O aluno D teve muito tempo para poder manusear, cheirar, sentir, observar os seus colegas e até
lhe foi dado um lugar de destaque, deixando que desse aos seus colegas os alimentos pedidos,
com a ajuda da auxiliar, sendo o braço direito da educadora. Depois de estar mais ambientado e
motivado, levámo-lo a experimentar alguns alimentos e valorizámos imenso o seu esforço, o
que lhe agrada e agradou particularmente, agarrando o adulto e dando-lhe beijinhos.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
b) Reflexão/Avaliação:
O D pintou com aguarelas uma banana previamente desenhada pela auxiliar, um dos seus frutos
preferidos, uma vez que os seus desenhos são impercetíveis. Pinta com bastante dificuldade e
fora dos contornos da imagem. Tem tendência a abandonar o pincel e a pintar com as mãos, o
que foi contrariado. Embora relutante acabou por pintar com o pincel, sempre com a ajuda da
auxiliar, que lhe agarrou na mão e fazia os movimentos necessários.
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Mestrado em Educação Especial
Sessão 11 – 22 de outubro 2014 - “Um marcador vamos fazer para aos padrinhos
oferecer”
Recursos materiais:
Cartolinas coloridas, lápis de cor, canetas de feltro, aparas de lápis, recortes de revista, lã,
tampinhas de plástico, cola, papel plastificador, folhas das árvores, tintas, recortes…
Atividade e estratégias:
- Explicação do que consiste um marcador e qual a sua utilidade
- As várias técnicas a utilizar serão propostas e as crianças poderão escolher qual ou quais
pretendem utilizar. Entre elas estão desenhos, colagens de aparas ou folhas de árvore secas,
recortes de revistas, bocadinhos de lã e tintas.
- As crianças irão fazer grupos consoante as técnicas que pretendem utilizar.
Nota: No final optámos por fazer o marcador retangular e colocar um fio de lã com uma
tampinha de plástico na ponta. As crianças poderiam também ditar uma mensagem, que
quisessem dizer aos padrinhos, e um adulto escreveria no marcador.
a) Descrição da sessão:
A atividade iniciou-se pela seguinte questão “Quinta-feira é a festa dos padrinhos, não nos falta
nada?”. Pretendeu-se com esta questão que as crianças chegassem à resposta de que falta um
presente para lhes oferecer. Depois foi-lhes explicado que os padrinhos gostam muito de ler e,
por isso, pensámos em fazer um marcador.
De seguida foi explicitado o que é um marcador e qual a sua utilidade e foram também
apresentados exemplos de marcadores. Recorremos a um livro para explicar a utilidade do
marcador, ou seja, um objeto que nos ajuda a saber qual a página onde parámos. Esta
demostração será muito útil, pois temos uma criança cega, na sala, e esta explicitação tornou
mais clara a utilidade do objeto.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
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Mestrado em Educação Especial
intervalos, caso seja necessário ajuda, os mais pequenos podem recorrer aos “padrinhos” para
estes os ajudarem no que for necessário. No nosso ponto de vista este é um projeto muito bem
pensado e estruturado, pois o contato entre crianças mais novas e mais velhas é bastante
importante para ambas e as educadoras/professoras promovem a interação entre as mesmas
através destes pequenos encontros. “A interação da criança/criança de faixas etárias diferentes,
através de um espaço organizado e de uma proposta de trabalho voltados para este fim, propicia
a troca de experiências e informações entre membros mais experientes da cultura e outros
menos experientes.” (Dutoi citado por Ferraz, s.d.)
Uma vez que nesta semana houve o dia das bibliotecas, a educadora tomou a decisão de
“fechar” a área do faz-de-conta e transformá-la numa biblioteca, sendo que as crianças teriam
que respeitar aquela biblioteca improvisada cumprindo as regras que aprenderam a semana
passada na ida à biblioteca da escola. Após questionadas, as crianças responderam que naquele
local apenas podiam ler, cuidar bem dos livros e não fazer barulho. A educadora disse que
podiam ler a pares, se assim o desejassem.
Ao reparar no que as crianças faziam quando estavam na área da biblioteca notámos que, apesar
de não saberem ler, liam as imagens para o amigo que estivesse com eles. O D esteve sossegado
a folhear livros até que um colega se aproximou e lhe começou a contar uma história, ao que
acedeu calmamente. Achámos esta ideia muito enriquecedora, pois é uma maneira de estimular
as crianças para a leitura e de mostrar que podemos aprender e brincar a ler livros. Como afirma
Gomes (2007, s/p) “Aliado à prática conversacional com a criança e ao hábito de lhe contar
histórias diariamente desde os primeiros anos de vida, o livro infantil é um dos melhores
instrumentos de que dispomos para proporcionar aos mais novos a possibilidade de se tornarem
seres humanos mais livres e cultos, solidários e críticos, graças a esse gradual domínio da
palavra e da competência literária que a leitura propícia.”
b) Reflexão/Avaliação:
Alguns dos alunos ajudaram os colegas com mais dificuldades. Segundo Martins & Niza (1998,
p. 244), existem muitos estudos que “têm demonstrado que a ajuda a uma criança, na resolução
de um dado problema, por outra mais avançada (modelo tutorial), potencializa a aprendizagem
de ambas.” Sanches (2001, p. 71) reforça esta ideia, salientando que “a linguagem mais próxima
e a afectividade que se desenvolve entre eles permite uma melhor aprendizagem académica e
comportamental.”
De acordo com a mesma autora, “os alunos que se propõem ensinar/ajudar os outros
desenvolvem capacidades e competências quando têm de transformar o seu saber em linguagem
adequada à transmissão do mesmo a outrem.” Quando tem de explicar ao seu colega o que tem
de fazer, a criança é levada a encarar a tarefa em causa de maneira diferente: “tem que antecipar
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
as dificuldades do seu colega, clarificar para si própria os procedimentos a utilizar, pensar sobre
a melhor forma de os ensinar” (Martins & Niza, 1998, p. 244).
Por outro lado, e segundo as mesmas autoras, a criança com maiores dificuldades também é
beneficiada, na medida em que “interage com outra cuja linguagem e formas de pensar são
próximas da sua, o que permite frequentemente uma facilitação das aprendizagens devido,
nomeadamente, a um processo de identificação com o colega mais avançado” (Martins & Niza,
1998, p. 244).
Para além de todas estas potencialidades, esta prática também contribuiu para os
desenvolvimentos pessoais e sociais dos alunos envolvidos.
O aluno D (menino com o espetro de autismo) realizou a atividade em conjunto com o grupo
mas com a ajuda da auxiliar e da professora de Educação Especial.
Na área da educação é de extrema importância organizar o currículo de modo a promover um
processo harmonioso de construção dos vários saberes. Para Santos (1999, p.135), “as
expressões artísticas contribuem para um equilibrado desenvolvimento da personalidade
autêntica da criança, na sua sensibilidade, na sua espontaneidade, na sua criatividade.” Percebe-
se como é fundamental o educador valorizar as expressões artísticas na sua prática pedagógica,
tendo em vista um desenvolvimento integral e harmonioso do aluno, com base numa articulação
das diversas áreas de conteúdo.
Na atividade de Expressão Plástica realizada neste dia a educadora proporcionou às crianças,
não só a sua expressão livre, mas ao mesmo tempo o prazer táctil, resultante do contacto direto
com a tinta, a consciência do seu corpo e a noção da sua implicação na tradução da
expressividade. Santos (1999, p. 68) afirma que “uma educação pela Arte, atenta aos exercícios
sensoriais e corporais, ao harmonioso evoluir da psicomotricidade, da afetividade e da
sensibilidade, proporciona à criança um domínio progressivo das suas virtualidades expressivas,
comunicativas e criativas.” Assim, mais uma vez se verifica a importância de incluir esta área
de conteúdo na sua ação diária.
288
Mestrado em Educação Especial
b) Avaliação/Reflexão:
O D mostrou-se muito curioso em relação à história desde o primeiro momento. Depois de lido
o título e observada a ilustração da capa, não deixou ninguém falar e não permanecia sossegado
no chão da biblioteca, ao longo desta antecipação do conteúdo nunca conseguiu respeitar os
outros e falava sempre que queria.
No entanto, assim que começou a leitura dramatizada do conto, a leitura da história foi ouvida e
nunca por ele interrompida. A história foi apresentada em suporte digital, aguçando ainda mais a
curiosidade do D que não estava habituado a este método. No final, os colegas falaram à vez,
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Mestrado em Educação Especial
a) Descrição da sessão:
A atividade do dia seguinte realizada de manhã foi uma continuação à abordagem do gráfico de
barras, contudo as crianças tinham que organizar os dados de outra forma apenas tendo em
conta o animal mais e menos votado. Após refletirmos sobre ambas as atividades com a
educadora penso que estas estavam adequadas à idade e que a grande maioria percebeu o
conceito de gráfico de barras e o que este implica. No entanto, as crianças que apresentam mais
dificuldades de aprendizagem e de concentração apenas perceberam que um certo animal tinha
sido mais votado e outro menos, tal como o aluno D.
Posteriormente a educadora elucidou-nos que devemos sempre falar com os termos corretos às
crianças para estas começarem a ter um maior leque de novas palavras e, caso não percebam,
explicamos o que significa.
Um aspeto negativo relativamente à apresentação da atividade foi o facto de, à medida que as
crianças iam colocar as peças atrás dos animais, as restantes estiveram paradas algum tempo
deixando-as impacientes. A nosso ver, para rentabilizar este tempo, poderiam ter feito algumas
perguntas de forma a captar a atenção e para não se dispersarem. À parte disto, pensamos que a
atividade correu bem e as crianças mostraram-se motivadas, uma vez que estavam a torcer para
que o seu animal ganhasse. A realização de ambos os gráficos, de um modo geral, foi positiva e,
após a mesma, as crianças conseguiram ter uma melhor perceção que o animal com mais votos
tinha a barra mais alta e com mais quadrados pintados, enquanto com o menos votado aconteceu
o contrário. Contudo, seis crianças não perceberam o primeiro gráfico e tiveram de repetir o
exercício.
b) Reflexão/Avaliação:
Ao longo de toda a atividade foi notório a importância da utilização de uma linguagem clara,
objetiva e adequada ao grau de maturação mental das crianças em cada instrução enunciada. A
qualidade do discurso em sala de aula é um elemento fundamental para o processo de
aprendizagem. Segundo Coll & Derek (1998, pp. 13-14), “a linguagem é o principal meio de
comunicação entre professores e alunos, (...) é um meio vital, através do qual representamos,
para nós mesmos, nossos próprios pensamentos.”
Por sua vez, Vygotsky, citado por Coll & Derek (1998, p. 14), descreveu a linguagem como
sendo “uma ferramenta psicológica, algo que é utilizado por cada um de nós para atribuir
sentido à experiência”, e também “a nossa principal ferramenta cultural, aquilo que usamos para
compartilhar a experiência e dar-lhe sentido de modo colectivo e conjunto.”
291
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
292
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição da sessão:
A atividade de construir o cuquedo em lã foi a melhor recebida pelo grupo. Contudo, após
questionarmos a educadora, esta informou-nos que era um exercício complicado para a maioria,
pelo que apenas algumas crianças iriam realizá-lo. Ao refletir com a educadora ambas
concordámos que foi difícil de construir o cuquedo, pois as crianças têm pouca motricidade fina.
O nosso aluno D tem algumas dificuldades a este nível, pelo que pintou um cuquedo desenhado
pela educadora com canetas de feltro. Por momentos, o aluno D dispersou e começou a colocar
em fila as canetas de feltro, uma ação repetitiva que e frequente na criança. Com a ajuda da
auxiliar executou e concluiu a tarefa, após fazer uma enorme birra por não o deixarem colocar
as canetas, ininterruptamente, em fila. É um dos seus comportamentos estereotipados/
repetitivos.
A última atividade realizada incidiu no contato com o código escrito. O grupo era apenas de três
crianças, uma vez que íamos realizar a cartolina com os nomes dos animais que serviria de base
para os outros meninos construírem também as palavras. Inicialmente, a educadora tentou que
fossem associando a letra ao som da mesma mas não foi bem-sucedida. Então, optou por
mostrar-lhes a palavra e elas iam associando as letras da mesma às que se encontravam
espalhadas pela mesa. Sempre que encontravam a letra, dizia-lhes que letra era de forma a
fixarem o seu nome. No final da atividade, havia uma ou outra letra que eles já conseguiam
identificar pelo nome, o que nos faz pensar que a forma adotada para a concretização da
atividade foi a mais correta. Por isso, fazemos um balanço positivo da atividade pois “O
contacto com o texto manuscrito e impresso nos seus diferentes formatos, o reconhecimento de
diferentes formas que correspondem letras, a identificação de algumas palavras e pequenas
frases, permitem uma apropriação da especificidade do código escrito”. (Ministério da
Educação, 1997, p. 70)
b) Reflexão/Avaliação:
Fazemos um balanço bastante positivo da atividade uma vez que, mesmo com dificuldades,
surgiram cinco cuquedos com decorações lindíssimas. Como era um grupo pequeno
conseguimos ajudar quando era solicitado e todos perceberam a nossa explicação. A nosso ver,
também é importante, na área da expressão plástica, introduzir materiais diferentes dos que as
crianças utilizam diariamente na sala. “A expressão plástica implica um controlo da motricidade
fina que a relaciona com a expressão motora, mas recorre a materiais e instrumentos
específicos”. (Ministério da Educação, 1997, p. 61)
293
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
O D participou numa atividade diferente mas adequada às suas competências. Acabou por pintar
o cuquedo com alguma atenção e motivação, mas sempre auxiliado pela auxiliar. Como
recompensa para realizar a atividade foi-lhe dito que poderia brincar, no final da mesma, com o
jogo das letras, um dos seus jogos preferidos.
294
Mestrado em Educação Especial
O momento seguinte foi destinado à lenda de São Martinho que foi contada com sombras
chinesas, técnica de dramatização que as crianças não conheciam. No final, as educadoras
mostraram ao grupo como são elaborados os bonecos para as sombras bem como alguns
adereços. A observação de peças de teatro também estimula a imaginação e a criatividade das
crianças, permitindo o contacto com diferentes técnicas e histórias. De acordo com Sisto (s.d., p.
1),
295
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
existentes no mundo. Para além disto, uma escola que se domina como multicultural “(…)
aceita e defende o pluralismo das famílias e das comunidades dos alunos, estruturando-se para
acolher crianças de todas as culturas, pressupondo a igualdade de oportunidades para todos”
(Matos & Brito, s.d., s/p).
De maneira a contribuir para a relação das famílias com a escola, a Associação de Pais pediu a
todos os pais que enfeitassem uma castanha desenhada numa folha com os filhos e que esta
fosse original. A nosso ver, estes tipos de ações são importantes e promovem aprendizagens
significativas para as crianças. Como afirma Lima (1992) citado por Baptista (2013, p. 31) “(…)
a escola surge como uma extensão da família, tendo como uma das funções alargar e
complementar o seu papel educativo (…)” pelo que a relação entre estes dois contextos deve ser
estimulada.
Durante o dia de São Martinho, as crianças tiveram oportunidade de ir buscar castanhas e de ver
o senhor a assá-las pelo que conseguiram compreender melhor o processo. As “(…)
oportunidades de contactar com novas situações que são simultaneamente ocasiões de
descoberta e de exploração do mundo” (Ministério da Educação, 1997, p. 79) estimulam a
curiosidade das crianças, levando-as a questionar e a querer saber mais sobre determinado
assunto. Assim, quando nos estávamos a dirigir para a sala, algumas crianças perguntaram-me
porque o senhor colocava sal nas castanhas. Na nossa opinião, é uma mais-valia para as crianças
terem dias “diferentes” pois é uma quebra saudável da rotina e permite-lhes explorar novas
situações e acontecimentos, permitindo aprendizagens significativas. O D adorou sair e comer
castanhas. Primeiro cheirou-as, meio desconfiado, mas após a auxiliar descascar algumas e
começar a comer também quis provar. Foi uma forma diferente e divertida de tomar contacto
com outros alimentos.
b) Reflexão/Avaliação:
Ao longo das aulas, a prática de antecipação das atividades a realizar tem vindo a ser realizada
pela educadora e, no nosso ponto de vista, a partilha de atividades entre a educadora e as
crianças é bastante positiva uma vez que oferece autonomia e segurança à criança pois esta sabe
o que vai acontecer a seguir. Esta partilha permite também uma organização temporal por parte
da criança, criando pontos de referência sobre o que já foi feito (passado), está a ser feito
(presente) e irá ser feito (futuro).
Sanches (2001, p. 102) afirma que no início de cada dia ou de cada aula, deve-se dar a conhecer
aos alunos ou planificar com eles as tarefas que vão realizar. Segundo a mesma autora, esta
prática “motiva-os para as aprendizagens, para as tarefas a realizar. Responsabiliza-os pelo seu
cumprimento, facilita a cooperação e desenvolve neles a capacidade de refletir antes de agir”
296
Mestrado em Educação Especial
(Sanches, 2001, p. 102). É de salientar que ao longo de todo as aulas nesta sala pudemos
comprovar que esta é uma prática diária, que a professora gosta de realizar.
Segundo Nelson, citado por Spodek & Saracho (1998, p. 245), “ouvir histórias ajuda as crianças
a desenvolverem padrões sofisticados de linguagem e motiva-as a experimentarem com sua
própria linguagem oral e escrita.”
Relativamente a este dia, a nossa reflexão incide também sobre a importância da Expressão
Musical. Segundo Jensen (2002, p. 62), a educação musical “tem benefícios académicos e
sociais positivos, quantificáveis e duradouros”, salientando também que a música pode ser
“vital para posteriores actividades cognitivas.”
De acordo com Kalmer, citado por Jensen (2002, p. 64), a educação artística, onde se inclui a
educação musical, “facilita o desenvolvimento da linguagem, aumenta a criatividade, incentiva
a predisposição para a leitura ajuda o desenvolvimento social, apoia o desempenho intelectual
em geral e estimula atitudes positivas em relação à escola.” Perante estas potencialidades
percebe-se que a música pode constituir uma componente enriquecedora e promotora de
diversas aprendizagens essenciais para o desenvolvimento da criança.
O mesmo investigador defende ainda que “a música estabelece muitas correlações positivas com
a escola” (Kalmer, citado por Jensen, 2002, p. 64). Estudos desenvolvidos por outros
investigadores reforçam esta ideia, na medida em que demonstraram que a frequência de sessões
de Expressão Musical “é encarada pela maioria das crianças com entusiasmo”, promovendo “a
alegria e boa disposição” e facilitando “a comunicação entre crianças, entre estas e os
educadores” (Amaral, 2004, p. 110).
Tanto na aula de Expressão Musical desta manhã, como nas restantes em que tivemos
oportunidade de estar presentes, pudemos constatar que no decorrer das mesmas as crianças
estiveram sempre muito motivadas e entusiasmadas com o trabalho desenvolvido, existindo
sempre um clima de alegria e boa disposição.
Ainda em relação a este dia, e em particular à história da “Maria Castanha”, não podemos deixar
de destacar a pertinência do tema. Segundo Abrantes, citado por Ministério da Educação (2002,
p. 10):
“(…) as funções da escola básica não podem traduzir-se na mera adição de disciplinas devendo
centrar-se no objetivo de assegurar a formação integral dos alunos. Para isso, a escola precisa de
se assumir como um espaço privilegiado de educação para a cidadania e de integrar e articular,
na sua oferta curricular, experiências de aprendizagem diversificadas (…).”
Este investimento na formação do caráter das crianças acarretará benefícios significativos para
uma sociedade, que se pretende mais justa e solidária. Não devemos esquecer que tal como
afirma (Afonso, 2007, p. 21), “viver com os outros supõe (e exige) a consideração de valores
éticos – liberdade, respeito e justiça social – e, por isso, é muito importante desenvolver
297
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
competências desta natureza.” Estas competências incluem “a consciência do bem comum e das
responsabilidades sociais que todos devemos assumir” (Afonso, 2007, p. 21).
Deste modo, através do reconto desta história, a educadora da sala 3 contribuiu para a formação
de cidadãos mais justos, conscientes, responsáveis e respeitadores de algumas das regras
inerentes à vida em sociedade.
298
Mestrado em Educação Especial
Sessão 16 – 11/11/2014
a) Descrição:
Esta semana tivemos a oportunidade de dinamizar atividades no âmbito da dramatização de
histórias. Na semana anterior ficou decidido que iríamos realizar o teatro das histórias “O
Cuquedo” e “Chibos Sabichões”, partindo do interesse das crianças. A nosso ver, “Planear e
avaliar com as crianças (…) são oportunidades de participação e meios de desenvolvimento
cognitivo e da linguagem” (Ministério da Educação, 1997, p. 37) pelo que o grupo também se
mostrou entusiasmado pelo facto de os adultos valorizarem as suas ideias e sugestões.
Inicialmente, a educadora tinha pensado num sorteio para decidir qual a personagem que cada
criança iria representar, pelo que é isso que consta na planificação. Contudo, após conversar
com a educadora chegámos à conclusão que seria melhor nós escolhermos o papel de cada
criança, pois pareceu-nos adequado formar grupos que tivessem igualmente crianças com mais e
menos dificuldades na expressão oral, de forma a ajudarem-se. “Por meio das relações, as
crianças partilham experiências, partilham conhecimento, constroem valores de cooperação,
solidariedade e respeito pelo outro (…) A interação entre crianças é, sem dúvida, um dos fatores
mais importantes no seu desenvolvimento” (Marques, 2012, p. 1) e por isso, em conjunto com a
educadora, estivemos a escolher os grupos de acordo com as dificuldades de cada criança.
De forma a transmitirmos às crianças que personagens iriam representar, tirámos uma máscara
de cada animal da história que se encontrava dentro de um baú e retirávamos, em seguida, a
fotografia de 4 crianças que iriam corresponder a um grupo de determinado animal. Uma vez
que só existiam duas máscaras de cada animal e existem quatro crianças por grupo,
questionámos quantas máscaras teríamos que fazer. Algumas crianças mostraram-se confusas,
respondendo que teríamos de elaborar as quatro, contudo a grande maioria percebeu que só
teríamos que executar duas.
299
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
equipa e entreajuda, fazendo-os perceber que são do mesmo grupo e que estão a trabalhar para o
mesmo fim, neste caso a elaboração da máscara do respetivo animal. Penso que a nossa
prestação foi positiva e decorreu como esperado, sendo que conseguimos acabar todas as
máscaras dos cinco animais.
b) Reflexão/Avaliação:
Um dos aspetos que queremos destacar em relação a este dia foi o facto de, ao longo de toda a
manhã, a educadora ter promovido a participação das crianças em todas as atividades. Morgado
(1999, p. 48) salienta que “a participação dos alunos nas aulas é algo fortemente valorizado e
que importa potenciar em termos pedagógicos. Neste contexto, a exposição, a colocação de
questões e a sua discussão pode revelar um nível interessante de eficiência e economia.” Estas
estratégias foram uma constante na sua intervenção.
No entanto, o mesmo autor alerta que para por em prática esta metodologia é necessário um
trabalho importante de preparação, (Morgado, 1999, p. 48) uma vez que, ao promover a
intervenção e participação das crianças, facilmente se pode perder o fio condutor da atividade.
Esta situação deve ser evitada, pois conforme afirma Pacheco (1999, p. 179), “quanto mais a
informação (conteúdos) for preparada e sequencializada pelo professor mais os alunos a
compreenderão.” Deste modo, a educadora demonstrou ter efetuado uma planificação cuidada
da sua aula, pois conseguiu abordar todos os conteúdos de forma sequenciada e coerente.
Um dos aspetos que mais nos marcou nesta manhã foi a interação comunicativa que a educadora
estabeleceu com as crianças. Esta realizou sempre questões dirigidas, promovendo a
participação das crianças, incentivando-as a pensar e suscitando a sua curiosidade. A educadora
assegurou também que todas as crianças participassem e estivessem envolvidas na atividade,
promovendo também a interação entre pares.
Damas et al. (2010, p. 5) salientam que “é importante a acção dos Professores perante os
materiais que usam, as questões que suscitam e as interacções que promovem”. Mendes &
Delgado (2008, p.13) reforçam esta afirmação, referindo que “o educador deve colocar questões
que ajudem as crianças a verbalizar e a explicar o que fazem e o que observam. Estes autores
mencionam ainda que “as interacções que se estabelecem entre as crianças são importantes”,
pois promovem uma aprendizagem cooperativa. Este tipo de aprendizagem deve ser promovido
em contexto de sala de aula, permitindo que a criança interaja com os outros. Importa referir que
300
Mestrado em Educação Especial
esta metodologia não se verificou apenas neste dia, mas também ao longo de todo este período
de estágio.
A relação com os pares tem várias vantagens, conforme afirmam Papalia, Olds & Feldman
(2001, p. 484), pois “beneficia as crianças de múltiplas maneiras. Desenvolvem competências
necessárias para a sociabilidade (…), intensificam relações sociais (…)” e segundo as mesmas
autoras, “aprendem competências de liderança, comunicação, cooperação, papéis e regras.”
Morgado (1999, p. 18) salienta que ao longo do processo de desenvolvimento das crianças, “o
grupo de pares tende a assumir um papel importante na regulação dos comportamentos de cada
um, contribuindo decisivamente para a construção do seu quadro de valores, representações e
expectativas.” Assim, os períodos de recreio, além de constituírem momentos de descontração e
diversão para as crianças são também períodos importantes para o seu desenvolvimento pessoal
e social.
O D trabalhou com um dos colegas que mais gosta, a saber, uma menina, bem como com a
auxiliar. A máscara que escolheu fazer foi a da girafa por achar graça às suas pintas e por ser
enorme. A auxiliar e a menina desenharam e cortaram a máscara, segundo um modelo, e o D
pintou-a com lápis de cera. Ficou bastante apelativa! Foi prometido ao D ir para o computador
jogar o “Jogo das Mimocas”, onde esteve novamente a fazer o exercício dos animais, desta vez
na companhia da professora de Educação Especial.
301
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição da sessão:
Ao recontar a história “Chibos Sabichões”, a educadora tentou ler alto e com o ritmo adequado
para que todos relembrassem a história. Durante a leitura, ia olhando para todos de forma a ter
um contacto visual e para perceber se todos compreendiam. Notámos que estavam todos muito
atentos, não havendo qualquer ruído e apercebemo-nos que ela conseguiu captar a atenção do
grupo pela entoação que estava a dar às palavras. A educadora conseguiu proporcionar-lhes um
momento lúdico através da leitura.
Ao iniciar os ensaios da história “Chibos Sabichões” as quatro crianças intervenientes estavam
bastante inquietas, pois era a primeira vez que realizavam um teatro este ano letivo.
Inicialmente, a educadora deparou-me com algumas dificuldades, pois não estava a conseguir
controlá-los.
Durante os ensaios, ouviu sempre a opinião das crianças sobre possíveis movimentos e atitudes
a tomar ao desempenharem as personagens, tornando o teatro algo realizado por todos.
Ao apresentarem o teatro aos colegas foi visível o nervosismo, sendo que se esqueceram de
algumas falas. Tentámos dar-lhes apoio dizendo em voz baixa, pelo que ambas as apresentações
realizadas decorreram sem percalços. A expressão dramática para além de ser um meio de
descoberta de si mesmo tem também outras vantagens, tais como o facto de a criança “aprender
a improvisar, desenvolve a oralidade, a expressão corporal, (…) desenvolve vocabulário,
trabalha o lado emocional, (…) trabalha ética, sentimentos, interdisciplinaridade, propicia o
contacto com obras clássicas, fábulas; ajuda (…) a adquirirem autoconfiança, estimula a
imaginação e a organização do pensamento” (Carvalho, s.d., s/p). “O teatro é extremamente
motivador para as crianças (…) afeta-as nos aspectos emocional, cognitivo, motor e social.
Exige também mobilização da atenção, da percepção e da memória, compreensão textual,
capacidade de jogar com as palavras; trabalha a expressividade e a imaginação” (Oliveira &
Stoltz, 2010, p. 89) sendo estes aspetos significativos para o seu desenvolvimento.
O momento de avaliação da atividade pela educadora também foi importante para os “atores”
terem uma noção do que precisam melhorar ou mudar e do que está bem representado.
A elaboração das máscaras acabou por ser feita pela auxiliar e pela educadora, uma vez que as
adaptaram de máscaras já existentes. Colaram apenas uns chifres e a barbicha, sendo que
ensaiámos posteriormente com as máscaras para as crianças terem a noção da projeção da voz
com as máscaras à frente.
302
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
O aluno D ficou apenas com um papel decorativo mas portou-se sempre bem e esteve calmo. A
auxiliar permaneceu sempre atrás dele, pois só assim o D se sente protegido e mais calmo.
Algumas vezes virava-se para trás para a agarrar e beijar.
303
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Sessão 18 – 13/11/14
a) Descrição:
Durante esta semana realizou-se a apresentação do teatro da história “Chibos Sabichões” à sala
1, pelo que tivemos de elaborar um convite por parte do grupo que iria apresentar a peça. Uma
das crianças mostrou-se bastante interessada na elaboração do convite pelo que nos sentámos
com ela numa mesa e pedimos-lhe que pensasse no que queria escrever. Ao início mostrou-se
um pouco reticente mas tentámos encorajá-la dando-lhe várias hipóteses para iniciar o convite.
Então, a criança transmitiu-nos o texto e eu escrevemo-lo numa folha com letra de imprensa
para posteriormente a criança copiá-lo com a sua própria letra. O convite ficou da seguinte
forma: “Queridos amigos da sala 1, convidamo-los para virem ver o nosso teatro dos chibos
sabichões no dia 01 de dezembro. Beijinhos com amor dos amigos da sala 2”. Na minha opinião
achámos importante ter incentivado a criança a pensar por si própria e também ter sido ela a
escrever o convite, pois “quando a criança começa a escrever o que pensa, escreve fragmentos
do seu discurso interior e a escola deve considerar o processo de alfabetização como um
diálogo, senão estará a reduzir a dimensão da linguagem escrita” (Moniz, 2009, p. 78).
A apresentação da peça à sala 1 decorreu sem percalços e foi realizada na entrada do jardim-de-
infância. Como na semana passada os “atores” tiveram a oportunidade de ouvir as críticas
construtivas dos colegas da própria sala conseguiram melhorar em determinados aspetos, pelo
que a avaliação por parte das crianças da sala 1 foi boa, realçando o facto de terem falado alto e
de nunca se terem enganado, o que levou a que percebessem a história por completo. Já na sala,
a educadora pediu às crianças que apresentaram o teatro que fizessem uma autoavaliação do seu
desempenho.
304
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
No nosso ponto de vista, o facto de os colegas avaliarem assim como eles se avaliarem a si
próprios é uma forma pertinente e adequada de as crianças refletirem acerca do seu desempenho
nas várias atividades que realizam, permitindo que ganhem a particularidade de se questionarem
a si próprios e de perceberem por si mesmos o que devem mudar e/ou melhorar no seu
comportamento, na realização de atividades e em grande grupo.
O envolvimento da família nas atividades escolares reveste-se de muitos aspetos positivos.
Primeiro porque aproxima as famílias do contexto do jardim-de-infância e do trabalho
desenvolvido pelas crianças no mesmo e também permite um trabalho coeso e significativo para
as crianças, pois como afirma Diogo (1998) citado por Baptista (2013, p. 31) a escola e a família
“(…) são os primeiros ambientes sociais que proporcionam às crianças os estímulos, os
ambientes e os modelos vitais de referência para as suas condutas e consequentemente tornam-
se fundamentais para o seu crescimento e desenvolvimento (…)”, e segundo porque estimula a
memorização por parte das crianças, pois têm de saber informar o grupo das características do
respetivo animal, onde vive, o que come e também desenvolve a expressão oral, principalmente
o à vontade em falar em grande grupo. O D adora a família e todas estas atividades são
promotoras de uma significativa afetividade e de interação social.
305
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Ao longo da oitava semana de 2 de dezembro a 4 de dezembro, o grupo dedicou-se
principalmente aos preparativos para a festa de Natal que se iria realizar no dia 12 de dezembro.
Assim, estiveram a ensaiar as músicas estipuladas para esta festividade assim como elaboraram
o convite que posteriormente entregaram aos familiares, sendo que este continha o dia e a
respetiva hora a que começava a festa.
Neste dia, a educadora solicitou que iniciássemos a elaboração dos cenários para a festa de
natal.
Ao longo deste período de três dias, as manhãs foram dedicadas à elaboração dos cenários e
adereços para a Festa de Natal, pelo que, em conjunto com as crianças das três salas, educadoras
e auxiliares se procedeu à execução dos mesmos no ginásio do Jardim-Escola.
b) Reflexão/Avaliação:
Ao longo de todo o tempo de preparação e realização da festa pudemos constatar que as crianças
gostaram de participar nos preparativos da mesma demonstraram sentir orgulho nas suas
prestações. Tal como refere Cordeiro (2010, pp. 422-423),“não deverá existir nenhuma criança
que não goste de fingir, de imaginar, de entrar no mundo do irreal, da fantasia.”
No entanto, o D não esteve participativo e esteve um pouco alterado, correndo
desenfreadamente pelo ginásio do JI e tapando os ouvidos e gritando. Tl deveu-se, com certeza,
ao facto de estar muita gente, barulho e confusão no recinto, pelo que o D foi com a professor
de Educação Especial para a sala de trabalho fazer puzzles sobre as cores e jogos de associação
no computador.
Esta foi uma tarde de bastante azáfama e muito trabalho. No entanto, consideramos que
constituiu um momento bastante agradável e muito enriquecedor, pois pudemos conhecer e
vivenciar mais uma das importantes tarefas a cargo de um educador ou professor. Segundo
Aguera (2008, p. 73), as festas representam “actos extra, nos quais os mais pequenos participam
e que são uma prática entusiasmante e psicopedagógica de grande valor para promover a
socialização, a autoestima, a colaboração e a integração das crianças.” Para além desta função,
as festas são também um dos elos de ligação entre a escola e a família, pois constituem uma
oportunidade desta última tomar contato e participar nas atividades desenvolvidas pelos seus
educandos.
De um modo geral, o ambiente vivenciado nestes momentos de festa é de harmonia, afeto e
cooperação, contribuindo para a motivação e êxito das crianças. Para Morgado (1999, p. 80), “é
importante que a comunicação com os pais e encarregados de educação assente numa atitude
positiva.” Segundo este mesmo autor, este “registo positivo poderá influenciar as expectativas
306
Mestrado em Educação Especial
dos pais face à escola e aos próprios filhos” (Morgado, 1999, p.80). Deste modo, é importante
que se mantenha uma proximidade e cooperação entre a escola e a família, pois estes são dois
elementos fundamentais, que possuem em comum o objetivo de promover a formação
equilibrada da criança.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
De forma a comemorar o Dia Mundial da Deficiência, esta semana a educadora optou por
trabalhar as histórias “Orelha de Limão” e “Uma formiga especial”, pelo que foram
interrompidas nestes dias as atividades referentes à preparação para a Festa de Natal. Ambas as
histórias pretendem trabalhar o respeito pela diferença. A educadora questionou os meninos
sobre a Mariana, uma menina cega da turma e sobre o nosso aluno D, com o diagnóstico de
autismo. Eles souberam dizer que a Mariana e o D são diferentes mas que conseguem fazer tudo
o que eles fazem, mas de maneira diferente e com alguma ajuda. O D esteve ao colo da auxiliar
e esteve sempre atento e bem disposto. O D perguntou porque é que a orelha da ovelha era
amarela e a educadora explicou que a ovelha era diferente mas que, nem por isso, deixava de ser
como as outras. Depois de ouvirem as duas histórias e observarem as imagens no computador,
uma vez que se recorreu ao datashow, pois já estava comprovado que assim todos os alunos
estavam mais interessados e atentos, a educadora propôs a realização de duas atividades,
referindo que apenas teriam de escolher uma, a saber:
OO D ficou com a ovelhinha que decorou de forma muito criativa, com a ajuda da auxiliar.
A educadora pediu às crianças que formassem pares. O D escolheu a sua amiga preferida e
esteve sempre bem disposto, atento e participativo durante a dinâmica de grupo.
Pediu a um dos elementos do par para estender os braços, colocar as palmas das mãos viradas
para cima e fechar os olhos, devendo procurar mantê-los assim durante todo o exercício. O
outro membro do par deveria igualmente estender os braços e colocar as palmas das suas mãos
por cima das do seu parceiro.
308
Mestrado em Educação Especial
Explicou que o membro do par que tem os olhos abertos deveria procurar guiar, em silêncio e
em segurança, o que tinha os olhos fechados.
Informou que iria por a tocar uma música e que cada par deveria dançar ao som da mesma
procurando movimentar-se o mais possível pela sala.
A meio da música pediu aos pares que trocassem de papéis de modo a que todos possam
experimentar guiar e ser guiados.
Concluída a dinâmica, promoveu uma pequena conversa em grupo alargado sobre o que cada
participante sentiu durante a realização do exercício. Questionou sobre se foi fácil permanecer
de olhos fechados, sobre se houve ou não tendência para dar as mãos e não apenas manter as
palmas das mãos unidas. Todos responderam que era muito difícil não poder ver o que faziam
mas que tinham gostado muito da atividade.
a) Reflexão/Avaliação:
Pensamos que a introdução deste tipo de histórias para abordar as diferenças foi uma ideia
bastante adequada, pois consideramos importante que as crianças aprendam a respeitar os
outros, principalmente aqueles que são diferentes, quer seja por serem de outra cultura, terem
outra cor ou alguma deficiência. Estas atividades sãos sempre aceites de forma muito respeitosa,
educada, prazeirosa e divertida pelo grande grupo, até porque têm dois colegas diferentes mas
“especiais”.
A atividade foi muito divertida e o D esteve sempre bem disposto e participativo. Aderiu muito
bem à atividade em grupo e/ ou em pares. O objetivo estava alcançado.
309
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Na sexta-feira decorreu a festa de Natal onde as três salas do jardim-de-infância apresentaram
várias músicas aos familiares presentes. A festa contou também com a participação de um coro
composto apenas por adultos, isto é, familiares de algumas das crianças da instituição.
A atuação das crianças do Pré-Escolar decorreu durante a tarde e os adultos (educadoras,
professora de Educação Especial, auxiliares e alguns pais) prestaram o apoio necessário para a
sua preparação e organização. Estive presente, essencialmente, nos bastidores, onde ajudei a
preparar e caracterizar as crianças à medida que iam decorrendo as várias atuações.
Durante a Festa de Natal, as crianças cantaram algumas músicas e realizaram uma
dramatização. Este tipo de tipo de atividade, para além de agradar às crianças e constituir um
momento lúdico, também contribui para o seu desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com
Rebelo (1993, p. 159), o teatro na escola tem uma importância fundamental na educação, pois
permite ao aluno evoluir a vários níveis: na socialização, criatividade, coordenação,
memorização, vocabulário, entre outros. A memorização necessária para reproduzir as falas
atribuídas numa peça de teatro é fundamental, pois, “memorizar é um dos requisitos primários e
indispensáveis à aprendizagem” (Rebelo, 1993, p. 159).
No espaço destinado aos convidados, estavam presentes os familiares e amigos das crianças.
O D estava radiante por estar com a família. Atuou com os seus colegas mas, assim que o seu
papel acabou, foi para o colo ora do pai ora da mãe e assim esteve sossegado até ao final das
festividades.
b) Reflexão/ Avaliação:
Acontecimentos desta natureza são extremamente importantes, não só para as crianças, mas
também para fomentar e fortalecer a relação entre a escola e a família.
No nosso ponto de vista, estas festividades e estes encontros são importantes, na medida em que
promovem a partilha de atividades desenvolvidas tanto pelas crianças para os familiares como o
inverso.
Também consideramos relevante o facto de as famílias das crianças terem a oportunidade de
participar, pois constitui uma boa ocasião para estas se deslocarem à escola e de fazerem parte,
ainda que durante pouco tempo, da vida do jardim-de-infância. Além das canções ensaiadas
pelas crianças, os familiares têm também a chance de se deslocarem às salas, sendo uma
oportunidade para visualizarem os registos expostos na mesma, de forma a compreenderem o
trabalho que tem vindo a ser realizado.
Pudemos observar e constatar que alguns familiares não têm tempo de entrar na sala de forma a
verem e a compreenderem o que as crianças têm estado a trabalhar e a desenvolver. Grande
310
Mestrado em Educação Especial
parte dos familiares apenas tem conhecimento disto nas reuniões de pais ou nas reuniões
individualizadas e, na nossa opinião, pensamos que isto acontece devido à “(…) alteração do
esquema tradicional da vida familiar , [que] provocou uma situação de entrega à escola de
responsabilidades educativas que, originalmente, lhe pertenciam” (Homem, 2002, p. 36). Por
isso, consideramos importante criar momentos de partilha entre a escola e a família, pois ambos
influenciam o desenvolvimento da criança e este será melhor caso haja esta ligação entre os
contextos. Tal como nos diz Alarcão (2006) citado por Lopes (2013, p. 10) ao afirmar que
ambos os contextos são construtivos para a criança pois tanto “a família como a escola têm a
obrigação de educar a criança, isto é, ajudá-la a desenvolver-se na sua tripla dimensão bio-
psico-social”.
Mais uma vez, ao longo destes dias, pudemos constatar que o planeamento e preparação da
Festa de Natal envolvem muito trabalho e dedicação por parte de todos os membros da
comunidade escolar. Verificámos também que este trabalho foi desenvolvido em cooperação
entre todos. De acordo com Brickman & Taylor (1996, p. 189), “seja qual for a profissão,
consegue-se normalmente melhores resultados em equipa do que trabalhando isoladamente”,
pois possibilita aos adultos “conjugarem os seus talentos e aproveitarem os pontos fortes uns
dos outros “, na medida em que “cada membro traz para a equipa qualidades e conhecimentos
únicos, que devem ser reconhecidos e utilizados pelos restantes membros da equipa.”
Ao longo de todo este processo de preparação da festa, tivemos oportunidade de constatar essa
mais-valia do trabalho em equipa, pois cada um contribuiu com as suas melhores competências
e habilidades, tendo-se obtido um resultado final de grande qualidade, conforme se verificou no
dia da Festa de Natal.
O D teve a oportunidade de trabalhar em conjunto com os colegas com quem era mais próximo,
o que contribuiu em muito para a sua concentração, motivação e empenho nas atividades.
311
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
A educadora informou-nos que realiza uma articulação curricular com o professor L que é
docente de uma turma de 1º ano da escola básica deste agrupamento de escolas. Assim,
questionou-o sobre o livro do Plano Nacional de Leitura que este estava a trabalhar em sala,
sendo este “Uma História de Dedos” da autoria de Luísa Ducla Soares. Uma vez que o grupo já
conhece e trabalhou a história, a educadora propôs que apresentassem apenas o teatro da história
à turma do professor Luís.
Para as crianças poderem participar na decisão, a educadora lançou duas formas de apresentar a
história: com fantoches ou com as crianças vestidas com fatos próprios para as personagens.
Realizou-se então uma votação onde ganharam os fantoches, pelo que nos dias seguintes deram
início à respetiva construção. A nosso ver, o facto de a educadora integrar as crianças nas
decisões de atividades é importante, pois as crianças sentem que as suas opiniões são
valorizadas e tidas em conta. As aprendizagens significativas relacionam-se não só com as
vivências pessoais dos alunos, ou seja, as suas conceções prévias, mas também com os seus
interesses e necessidades. Para Morgado (2001), o professor ao identificar os interesses e
motivações dos alunos, permite a adaptação da sua ação pedagógica a nível didático-
pedagógico. Segundo o mesmo autor, as aprendizagens significativas visam a integração da
cultura e experiência de cada aluno, na gestão das tarefas de aprendizagem.
b) Reflexão/Avaliação:
A turma organizou-se em grupos, escolheu como ia realizar o teatro e iniciou os ensaios. A
educadora e a auxiliar circularam apoiando os alunos, mas o D mereceu uma atenção reforçada,
sobretudo, na fase inicial da divisão de tarefas e escolha de papéis, minimizando os seus
impulsos e auxiliando na escolha.
Depois de devidamente ensaiados, a turma apresentou o teatro, explicando no final como os
prepararam, como foi trabalhar em grupo, que dificuldades sentiram, o que consideram ter
corrido melhor e o que poderiam fazer para incrementar este momento, tanto na apresentação,
como no trabalho em equipa. O D fez o seu fantoche com a ajuda da auxiliar e esteve sempre
entusiasmado e concentrado na tarefa. No entanto, no momento desta troca de ideias, o D estava
calado, pelo que a educadora remeteu para o fantoche do D e disse-lhe que estava muito bonito
e os colegas bateram-lhe palmas, o que lhe agradou bastante. A educadora perguntou ao D se o
seu fantoche era bonito ao que ele respondeu que “sim”.
Esta atividade foi bem conseguida, tendo-se tornado num momento bastante agradável para nós
e para as crianças. Para Sousa (2003, p. 98) “tal como no teatro para crianças, as suas peças,
actores (manipuladores dos fantoches) e encenação, terão que ser de elevada atividade”. Os
312
Mestrado em Educação Especial
fantoches construídos pelos adultos e pelas crianças ficaram muito apelativos, o que atesta o
grande envolvimento das crianças ao longo de toda a atividade.
Para além de motivar e captar a atenção das crianças, a utilização de fantoches também facilita a
sua compreensão da história e da ação das personagens. De acordo com Rodari (2006, p. 136),
“comunicar por símbolos não é menos importante que comunicar por palavras. Às vezes é o
único modo de comunicar com a criança.”
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição da atividade:
Antes de irem para a biblioteca, a educadora explicou de forma clara e concisa as regras que
deveriam ser cumpridas, bem como as consequências decorrentes do incumprimento das
mesmas. Posteriormente, as crianças e a educadora deslocaram-se à biblioteca da escola e a
educadora mostrou-lhes a capa do livro, perguntando primeiramente às crianças se, ao
observarem a capa, conseguiam perceber do que trata a história.
Ao dizer o título da história “O senhor mago e a folha”, iria perguntar se o grupo sabe o que é
um mago.
A Apresentação da história “O senhor mago e a folha” fez-se com recurso ao PowerPoint.
Assim, a professora de Educação Especial colocou-se ao pé do computador e contou a história à
medida que passava os slides, chamando a atenção para certos pormenores das imagens. Ia
colocando questões de modo a perceber se as crianças entenderam a história, como por
exemplo: Como se chamava o mago? E a menina que ele criou? O que ela era antes de ser
menina? Como é que o mago reparou na folha que pisou? Porque é que o mago transformou a
folha? Que magia o mago usou para fazer a transformação?.
Em grande grupo, explicou às crianças que também eles iriam fazer magia mas, para isso,
teriam de encontrar a sua folha especial.
Após ouvirem a história “A magia de outono”, as crianças deslocaram-se ao espaço exterior da
escola de forma a procurarem e recolherem algumas folhas bonitas e com que as crianças se
identificassem, para um trabalho de expressão plástica. De forma a encontrarmos uma folha
bonita e com que as crianças se identifiquem, iremos ao espaço exterior da escola procurar
folhas.
A motivação para levar as crianças até ao recinto exterior deveu-se ao facto de já termos
assistido a uma atividade realizada no pátio e de ter observado a alegria e felicidade das crianças
por se encontrarem num espaço diferente ao da sala.
314
Mestrado em Educação Especial
algumas folhas, com a ajuda da auxiliar, e sentou-se no chão a cheirá-las e a olhar com muita
atenção para as mesmas, tocando-lhes.
Quando regressarmos à sala, as crianças mostraram algumas das folhas recolhidas para que estas
identifiquem as diferenças existentes entre cada uma (tamanho, textura, cor, tipo).
A educadora teve a capacidade de criar uma linha orientadora para a discussão, pois criou uma
ligação através da conversa sobre as folhas e as respetivas características. Na nossa opinião, é
importante conversar com as crianças sobre o meio natural, dando-lhes a conhecer vários
elementos da natureza como a meteorologia, sendo que já a trabalham ao preencherem o mapa
do tempo, as folhas e as suas características bem como as árvores e a sua importância, algo que
foi possível trabalhar com a história “O Senhor Mago e a Folha”. De acordo com o RCNEI
(1998) citado por Scardua (2009, p. 59) é importante que “as crianças tenham contacto com
diferentes elementos, fenómenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões
significativas para observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-
los e representá-los”.
Na última parte da atividade “A magia de outono” introduziu-se uma nova técnica de expressão
plástica, denominada de decalque, e que ria ser utilizada para transformar a folha em menina.
Ao questionar as crianças nenhuma tinha ouvido falar da técnica, pelo que demonstrou no
centro do grande grupo como deveriam executá-la. Para que as crianças ficassem com uma
noção de como se utiliza esta técnica, utilizou uma folha branca e uma das folhas apanhadas e
decalcou-a para demonstrar.
Ao observarem o resultado final, as crianças mostraram-se animadas e com vontade de
experimentar. Deu especial destaque à forma como têm de colocar o lápis (deitado e não em pé
315
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
como é usual). Ao terminar, chamou-lhes a atenção para colocarem o lápis de cera deitado, pois
em pé, como costumam pintar, não iria surtir o efeito desejado e este era o segredo daquela
técnica.
A educadora interveio para mencionar que também a poderiam decorar, pondo botões como se
esta estivesse a utilizar um casaco ou calças para não ter frio nas pernas. A concretização da
atividade, na maioria, correu como previsto contudo, ao observar que algumas crianças tiveram
dificuldade em segurar a folha branca, pois esta mexia enquanto decalcavam, como o D, e
refletindo acerca deste assunto pensamos que deveria ter colado as folhas brancas à mesa para
que estas ficassem fixas, tornando mais fácil o processo. A educadora considerou que é muito
importante trabalhar esta técnica com as crianças e dar-lhes a conhecer várias técnicas. Como
afirma Barbosa (2002) citado por Souza (2005, p. 87) “Por meio da Arte é possível desenvolver
a percepção, a imaginação, a criatividade, a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo
apreender, analisar e mudar a realidade” pelo que a expressão plástica é, assim como as outras
áreas de conteúdo, igualmente importante no crescimento e desenvolvimento das crianças.
As crianças foram para os respetivos lugares e escolheram uma folha das recolhidas no exterior,
decalcando com lápis de cera, com ajuda se necessário, e criaram a menina, sendo que o
decalque da folha serviu de corpo. O D acedeu com entusiasmo e concluiu a tarefa com a ajuda
da auxiliar.
Em grande grupo, as crianças avaliaram a atividade citando as dificuldades e facilidades que
tiveram na execução da mesma.
Aproveitando as folhas recolhidas, as crianças realizaram uma atividade proposta pela
educadora na área da Matemática que consistia em agrupar as folhas de uma maneira que eles
achassem correta, havendo várias hipóteses. A educadora optou por separá-los em dois grupos,
juntando as crianças com mais dificuldades a nível de raciocínio lógico numa mesa e as
restantes na outra. Saber classificar objetos é a base para conseguir agrupá-los, pelo que “As
oportunidades variadas de classificação e seriação são também fundamentais para que a criança
vá construindo a noção de número (…)” (Ministério da Educação, 1997, p. 74) sendo que a
educador realizou este exercício várias vezes, alterando sempre os materiais. Após escolherem,
em grupo, qual o tipo dos grupos que queriam registar (cor, forma, tamanho) fizeram-no
individualmente e elegeram um porta-voz para comunicar e demonstrar em grande grupo os
grupos de folhas que descobriram e qual escolheram para realizar o registo.
b) Reflexão/Avaliação:
De ressaltar a grande cumplicidade e interajuda entre todos, uma vez que nunca se esqueceram
de ajudar os alunos com mais dificuldades, como o D, que participou em toda a atividade, muito
motivado e integrado. Ressalve-se que o D gosta de manusear objetos vários, principalmente os
316
Mestrado em Educação Especial
que apanha na rua, como terra, pedras, folhas, paus, entre outros. Nota-se a sua felicidade
quando está na horta e mexe na terra e na relva, como se saísse raramente.
Já tivemos a oportunidade de refletir um pouco sobre a importância da manipulação do material
por parte das crianças, bem como a pertinência de adaptar as estratégias selecionadas aos
objetivos pretendidos. Pensamos que o primeiro momento da manhã constituiu um bom
exemplo do tipo de atividade em que a manipulação do material por parte das crianças é
essencial.
Ao longo da atividade pudemos verificar que algumas das crianças não estavam totalmente
envolvidas na mesma, tendo dispersado a sua atenção. É importante ter em conta que se
pretendemos desenvolver competências nas crianças, devemos dinamizar atividades ricas e
estimulantes, que impliquem a sua participação ativa. Deste modo, ao privar-se as crianças da
manipulação dos materiais, limita-se a possibilidade de um papel ativo na situação de
aprendizagem.
Segundo Roldão (2009, p.47), “fazer aprender pressupõe a consciência de que a aprendizagem
ocorre no outro e só é significativa se ele se apropriar dela ativamente.” Assim, neste tipo de
atividade é importante que todas as crianças possuam material e que o manipulem
individualmente.
Além disso, a educadora solicitou sempre a participação das crianças, questionando-as sobre os
seus conhecimentos relativamente aos conteúdos abordados. Segundo Pacheco (1999, p. 167),
esta estratégia designa-se de “método de questionamento” e, de acordo com o mesmo autor “o
professor suscita a intervenção dos alunos, verifica a compreensão e explora os conhecimentos
adquiridos” (Landsheere, citado por Pacheco, 1999, p. 167).
Procurou também proporcionar às crianças experiências significativas, que facilitassem a sua
compreensão permitindo a sua integração na estrutura cognitiva dos alunos. Deste modo,
baseou-me numa conceção construtivista da aprendizagem, na qual, segundo Pacheco (1999, p.
172), se criam “condições adequadas à aprendizagem do aluno “assumindo-se este “como um
sujeito do processo didáctico”, na medida em que se envolve “activamente na construção do
conhecimento.” Assim, torna-se fundamental proporcionar as referidas experiências
significativas, partindo sempre dos conhecimentos prévios dos alunos.
De ressaltar a transversalidade mencionada nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-
Escolar, ME (2007, p. 22), na medida em que “não se considerando estas diferentes áreas como
compartimentos estanques, acentua-se a importância de interligar as diferentes áreas de
conteúdo e de as contextualizar num determinado ambiente educativo.”
Assim, consideramos que é importante refletir um pouco sobre a importância de definir e fazer
cumprir regras dentro da sala de aula de modo a manter a disciplina, pois segundo Veiga (1999,
p. 17), “vários autores consideram a indisciplina como um dos principais problemas nas escolas
atuais.”
317
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Conforme refere Veríssimo, citada por Campos & Veríssimo (2010, p. 89), “as crianças não
sabem impor limites a si próprias”, pelo que são os adultos que “deverão balizar até onde a
criança pode ir, até que a criança consiga percebê-lo autonomamente e auto-regular-se.” Ao
longo da atividade, a educadora explicou de forma clara e concisa as regras que deveriam ser
cumpridas, bem como as consequências decorrentes do incumprimento das mesmas. Esta
atitude vai de encontro ao mencionado por Urra (2009, p. 109), ou seja, que o educador ao
implementar regras e limites, deve dar a conhecer às crianças “as normas e as consequências do
seu incumprimento. Estas terão de ser claras, compreensivas, fundamentadas e, além disso,
terão de ser aplicadas de forma justa.”
É importante ter em conta que educar é essencialmente “preparar a ser adulto. Todos os adultos
têm que cumprir normas e regras!” (Veríssimo, citada por Campos & Veríssimo, 2010, p. 91).
Assim, é fundamental que as crianças compreendam desde cedo que somos geridos por regras
de convivência social e organização, pelo que o educador ao estabelecer e fazer cumprir regras e
limites de forma clara e justa, está a contribuir para uma adequada maturação psicológica das
crianças.
318
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição:
Durante este dia colocou-se em prática a atividade “Uma estrela especial”. A educadora
começou por questionar as crianças sobre o que achavam que tratava a história ao olharem para
a capa do livro. Posteriormente, procedeu à leitura da história “A Estrela de Laura” com recurso
ao livro e com o aluno D ao colo, que estava atento mas tentava mexer no livro. Para que não
desanimasse ou ficasse frustrado, entrando em birra, a educadora deixo-o manipular o livro
enquanto os colegas falava sobre a capa. Já ao contar a história, deixava o D virar as páginas, o
que muito o agradou.
A educadora foi colocando questões de modo a perceber se as crianças entenderam a história,
como por exemplo: Porque a Laura estava triste? Quando a Laura estava a olhar para o céu o
que aconteceu? Quem caiu ao chão? Q foi ajudada por quem? O que fez a Laura para ajudar a
estrela? Os pais da Laura tentaram animá-la com o quê? Ao anoitecer, Laura teve uma surpresa,
qual? E vocês têm alguém de quem gostam muito?
Ao mesmo tempo eu colocava as questões às crianças, a educadora olhava para o D e orientava-
o nas respostas, assinalando as imagens correspondentes no livro. O D ia apontando para as
mesmas e verbalizava-as, como que repetindo as respostas dos colegas e da educadora. De
qualquer das formas estava bem disposto, participativo e animado.
Aquando do término da leitura, questionou as crianças de forma a compreender se estas tinham
percebido a história bem como a mensagem que esta transmitia e, derivado das questões
colocadas também pela educadora, surgiu uma conversa em grande grupo sobre qual seria a
razão que leva a que as estrelas não brilhem durante o dia. As respostas foram variadas, como
por exemplo a resposta de uma criança que afirmou que o Sol é a maior estrela que existe e, por
isso, tapa o brilho das outras estrelas. Isto levou a que surgissem ainda mais questões como “A
Lua é um planeta?”, “À noite, quando chove, as estrelas desaparecem?”, “Plutão é uma rocha?”.
Então, a educadora transmitiu-lhes que, durante o resto da semana, iriam pesquisar em livros
sobre o espaço e na internet as respostas às perguntas colocadas. “Mesmo que a criança não
domine inteiramente os conteúdos, a introdução a diferentes domínios científicos cria uma
sensibilização que desperta a curiosidade e o desejo de aprender” (Ministério da Educação,
1997, p. 85) pelo que a discussão que derivou das questões sobre a história interessou as
crianças relativamente ao tema do espaço e o que este contém.
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b) Reflexão/Avaliação:
A leitura da história “A Estrela de Laura” correu bem e a educadora conseguiu captar a atenção
do grupo pela entoação que deu durante a leitura, tendo o cuidado de mostrar as imagens do
livro ao mesmo tempo que lia. O D estava atento e bem disposto ao seu colo, folheando o livro e
fazendo perguntas sobre as imagens que ia observando, além de responder o que a educadora
lhe perguntava.
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Mestrado em Educação Especial
a) Descrição:
O seguimento da atividade do dia anterior foi a introdução de uma nova técnica de expressão
plástica que consistiu na criação de tinta. Quando a educadora questionou as crianças sobre
como achavam que iam criar tinta estas não souberam responder, pelo que lhes explicou como
iriam fazer e o entusiasmo após ter transmitido os “ingredientes” foi visível. O D não percebeu
bem a orgânica mas sabíamos que iria adorava manipular materiais que não conhecia ou que
utilizava pouco. Já lhe tínhamos dito antecipadamente eu iria mexer em tinta, o que adorava
fazer. Nesta altura ainda se recorria aos respetivos cartões em SPC.
Assim, em pequeno grupo, criaram a tinta e a educadora tentou que todas as crianças
participassem no processo de criação. A educadora foi bem-sucedida na execução da atividade
com as crianças, conseguindo captar o seu interesse e fazendo-os perceber o processo.
Assim que terminaram e nos juntámos em grande grupo, as crianças que elaboraram a tinta e
pintaram a estrela com as mesmas explicaram o processo às restantes, mostrando os materiais
que utilizámos (alguidares, gemas, giz, etc.) assim como a tinta criada, passando o recipiente
com a mesma por todas as crianças. Apresentaram também as estrelas já pintadas, indicando que
podemos decorá-las de várias formas: às cores, de uma só cor, com bolinhas, com riscas, entre
outras. No nosso ponto de vista a apresentação de trabalhos é uma forma de estimular e
incentivar a expressão oral num ambiente favorável ao desenvolvimento da mesma. Assim,
“(…) ambientes linguisticamente estimulantes e experiências enriquecedoras tornam-se
desafiantes para a criança, proporcionando-lhe mais facilmente a possibilidade de se
desenvolver a nível cognitivo, linguístico e emocional” (Sousa, 2012, p. 31).
A tinta acabou por ser elaborada com todas as crianças e não apenas com um pequeno grupo,
uma vez que todas se mostraram interessadas nos “ingredientes” para a execução da mesma. O
D adorou pintar a sua estrela. Antes, fartou-se de mexer na tinta. Depois de lhe darmos algum
tempo para se familiarizar com aquela técnica e para mexer nos materiais à vontade, tivemos de
lhe retirar os materiais e ir com ele à casa de banho lavar as mãos.
Assim que regressou da casa de banho pintou a sua estrela com a ajuda da auxiliar, pois sozinho
não conseguia pintar dentro dos contornos, esborratando tudo. O mais importante é que o D
estava animado, concentrado e executou a tarefa com agrado.
Quando a educadora questionou as crianças, em grande grupo, sobre a atividade foi notória a
excitação e o deslumbramento pela mesma, principalmente pelo facto de termos utilizado ovos e
de as crianças terem tido a oportunidade de os bater, recriando o que vêm a mãe a fazer em casa.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
O D adora mexer nos alimentos com as mãos. Por isso, a educadora propôs que escrevessem a
receita da tinta de ovo para a terem na sala e assim, sempre que alguém a quisesse criar, teria a
receita à mão. Então, com duas das crianças que mostram mais facilidade na escrita, elaborou-se
a receita numa folha A3, desenhando e colando alguns materiais para ficar atrativa e original. O
aluno D colaborou no desenho e na colagem destes materiais.
De modo a tornar a atividade desafiadora e atrativa para as crianças e que não fosse uma mera
“cópia”, a educadora disse-lhes que iriam escrever a receita com as suas próprias palavras e que
a decorariam como quisessem, até porque “a promoção da descoberta/aprendizagem da (…)
escrita no Jardim de Infância só faz sentido se for funcional, interessante, lúdica e desafiadora”
(Horta, 2006, p. 80). Para além disto, como já referi em reflexões anteriores, considero
importante o contacto com o código escrito por parte das crianças pois para o ano vão ingressar
no 1º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico e é relevante que conheçam algumas letras.
b) Reflexão/Avaliação:
No geral, a realização da atividade, incluindo a pintura da estrela, correu bem e as crianças
mostraram-se empolgadas por estarem a pintar com tintas criadas por elas próprias.
O D já conhece algumas emoções, nomeadamente tristeza e felicidade. No entanto, não
consegue exemplificá-las com situações reais do dia a dia.
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Mestrado em Educação Especial
No dia seguinte à realização da atividade, devido à conversa anteriormente referida por parte
das crianças relativamente ao espaço, uma das crianças mencionou que efetuou uma pesquisa
em casa e descobriu que a Lua não é um planeta mas sim um satélite natural. Daí surgiu uma
discussão sobre como surgiu o nosso planeta bem como os restantes, sendo que algumas
crianças mencionaram os planetas existentes no Sistema Solar. Assim, abordando este tema que
surgiu a partir do interesse das crianças pelo mesmo, a educadora perguntou-lhes quais eram os
planetas mais próximos do nosso e, como não sabiam a resposta mas estavam a tentar descobrir,
deu-lhes uma pista dizendo que os astronautas já conseguiram ir até Marte, pelo que eles
associaram que se já conseguiram ir até Marte é porque este se encontra perto da Terra.
Questionou-as também relativamente à razão de não existir vida nos outros planetas, apenas no
nosso, e porque isto aconteceria, sendo que algumas crianças souberam explicar-lhe que era
devido ao facto de o nosso planeta possuir oxigénio e água. Uma das crianças mencionou que
no espaço os astronautas flutuam e não caminham pelo que outra criança prontamente lhe
respondeu que, na Terra existe algo denominado gravidade que, passo a citar a criança em
questão “é uma força que puxa para baixo”. As crianças abordaram também o facto de Plutão já
não ser considerado um planeta, pelo que a educadora explicou que tal aconteceu porque este já
não possui as características necessárias para ser considerado como tal.
Foi visível o interesse por parte de todos pelo tema do espaço, os planetas e tudo o que daí
advém, pelo que a educadora falou com a docente de Educação Especial e apresentou-lhe a ideia
de construírem um livro de sala, incluindo todas as crianças, abordando todas as questões que
estas têm relativamente aos assuntos relacionados com o espaço. Em conjunto, decidimos
decorar o livro com diferentes tipos de materiais e várias técnicas de expressão plástica,
tornando-o atrativo para quem o lê e divertido para quem o irá elaborar. O D foi participativo e
contribuiu com o seu trabalho. De acordo com Ostetto (s.d., p. 4), “Os temas (…) sugeridos
pelas crianças ou surgidos de situações particulares e significativas vivenciadas pelo grupo
indicam o trabalho a ser desenvolvido. Nesta direção, além da preocupação em trabalhar
aspectos que façam parte da realidade da criança, são delimitados conteúdos considerados
significativos para a aprendizagem dos alunos”.
“A curiosidade das crianças não deve ser ignorada, antes pelo contrário, deve ser explorada e
orientada na criação de situações de aprendizagem” (Brinquete, 2012, p. 23), pelo que
decidimos criar este pequeno projeto para as próximas semanas, sendo este extremamente
pertinente, uma vez que surgiu do interesse manifestado pelas crianças sobre a temática.
Segundo Nelson, citado por Spodek & Saracho (1998, p. 245), “ouvir histórias ajuda as crianças
a desenvolverem padrões sofisticados de linguagem e motiva-as a experimentarem com sua
própria linguagem oral e escrita.”
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Deste modo, com atividades deste género, a educadora consegue articular conteúdos de dois
domínios distintos, o domínio do Conhecimento do Mundo e o domínio da Linguagem Oral e
Abordagem à Escrita. Esta estratégia cumpre a transversalidade definida nas Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar, ME (2007, p. 22), ou seja, “não se considerando as
diferentes áreas como compartimentos estanques, acentua -se a importância de interligar as
diferentes áreas de conteúdo e de as contextualizar num determinado ambiente educativo.”
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Mestrado em Educação Especial
a) Descrição:
Para além disto, durante esta semana o grupo de crianças da sala 2 também teve oportunidade de
realizar outras atividades. Uma delas foi a apresentação da receita da tinta de ovo às crianças da
sala 1, algo que as duas crianças envolvidas na execução da mesma estavam ansiosas por fazer.
Assim, com as duas crianças, dirigimo-nos à sala 1 de forma a apoiá-los na apresentação. A
receita foi colocada no centro da roda e as crianças explicaram o processo de elaboração da
tinta. De maneira a que a explicação fosse coesa, fui questionando as crianças, colocando
questões como: quantos ovos utilizaram? Utilizaram o ovo inteiro? Adicionaram o quê à gema?
Para finalizar, as crianças levaram a sua estrela pintada com a tinta de ovo para que as restantes
pudessem observar a cor da tinta e a sua textura, uma vez que ficam pequenos grãos do pó do
giz.
b) Reflexão/Avaliação:
O D foi com os colegas apresentar a receita à sala 1. Embora nada tenha verbalizado, esteve
sossegado ao colo da auxiliar enquanto os colegas falavam e explicavam a receita aos outros
meninos da sala 1. No entanto, os colegas chamaram-no e pediram-lhe que segura-se nos
ingredientes e que mostrasse, no final, a sua estrela. O D ficou muito contente, principalmente
quando todos lhe bateram palmas.
Na nossa opinião, os momentos de partilha entre salas também são importantes para as crianças
pois, neste caso, as crianças da sala 1 tiveram a oportunidade de realizar aprendizagens com os
colegas da sala 2, enquanto as crianças da sala 2 viram o seu trabalho valorizado, expondo-o
oralmente. Isto só é possível quando “O educador alarga as oportunidades educativas, ao
favorecer uma aprendizagem cooperada em que a criança se desenvolve e aprende, contribuindo
para o desenvolvimento e aprendizagem das outras” (Ministério da Educação, 1997, pp. 35-36).
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Uma das crianças pediu autorização à educadora para levar um microscópio para a sala durante
uns dias, algo que a educadora concordou de imediato, pois considerou uma boa oportunidade
para as crianças terem contato com este tipo de objeto. Assim, no dia em que a criança trouxe o
microscópio a educadora pediu-lhe que fosse ela a mostrá-lo aos colegas e que inclusivamente
explicasse como este funciona. A criança exibiu o microscópio no centro do grupo, assim como
os materiais que seriam necessários para a sua utilização, sendo que tanto a auxiliar como a
educadora iam transmitindo os nomes corretos dos mesmos, sendo eles as lamelas, a caixa de
Petri, as objetivas, a fonte de luz, as pinças, o parafuso macrométrico e o sistema ocular. A
educadora questionou ainda as crianças relativamente às objetivas e a sua função, explicando
que cada uma delas possui uma ampliação diferente, permitindo-nos observar o que se encontra
na lamela cada vez mais perto à medida que se vai alterando para a objetiva de maior ampliação.
Assim, após a explicação da função do microscópio a educadora propôs às crianças que, na área
das experiências e aos pares, fossem observar através do microscópio o epitélio da cebola, um
cabelo e a casa interior do amendoim, sendo que as crianças concordaram prontamente e
mostraram-se entusiasmadas, uma vez que era a primeira vez que tinham contacto com tal
objeto. “A sensibilização à metodologia experimental é apenas uma das estratégias que aponta
para a tomada de consciência, reflexão e espírito crítico a desenvolver” (Ministério da
Educação, 1997, p. 83) através da área do conhecimento do mundo e, neste caso, incentivando a
utilização de materiais existentes num laboratório, aproximando as crianças a este meio.
Na área das experiências pudemos acompanhar os pares, à vez, e ajudá-los a compreender o que
estavam a observar. Para tornar a atividade mais rica, pedimos às crianças que registassem o que
estavam a observar no microscópio, recorrendo ao desenho. De maneira a que a educadora,
posteriormente, percebesse o trabalho desenvolvido na área bem como o registo das crianças,
escrevemos igualmente na folha de registo o que as crianças nos transmitiram que estavam a ver
ao olhar através do microscópio. Apesar da realização da atividade ter partido do interesse e das
ideias do grupo, tanto a educadora como a docente de Educação Especial concordaram que esta
seria um momento rico em aprendizagens para as crianças “porque fazer trabalho experimental
(…), no fundo é fazer um pouco de tudo, é testar, é medir, é comparar, é calibrar, é conceber, é
fazer projectos (…)” (Conselho Nacional de Educação, 1999, p. 18).
Durante o acompanhamento dos pares tentámos ao máximo responder às questões que as
crianças nos colocavam, como por exemplo, o porquê de verem a casca do amendoim preta e o
fundo amarelo se a casca era castanha ou qual a razão de eu utilizar uma pinça para colocar o
epitélio da cebola na lamela.
326
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
No nosso ponto de vista, as crianças mostraram-se interessadas na atividade, talvez pelo facto de
estarem a ter o primeiro contacto com o microscópio. O D apenas queria mexer no microscópio,
embora não entendesse as observações em prática. Assim, a educadora sentou-se com ele, a
ajudá-lo a manipular com cuidado o microscópio e ensinou-o a observar as experiências. O D
esteve sereno e foi fazendo o que a educadora verbalizava.
A educadora e a auxiliar foram registando, por escrito, as observações e conclusões a que as
crianças chegaram e também foi relevante tê-las escrito com as palavras das próprias crianças.
327
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição da atividade:
A sessão pretendeu abordar os sentimentos pelas pessoas que nos são mais queridas. A
educadora pretendeu discutir com os alunos esta ideia e auscultar as suas opiniões.
A educadora procedeu à leitura do livro “Adivinha quanto gosto de ti”, apresentando primeiro a
sua capa e falando um pouco sobre os elementos constituintes do livro. O D permaneceu ao seu
colo e ia virando as páginas, à medida que a educadora solicitava que o fizesse. Esteve sempre
atento e calmo, olhando para as imagens do livro.
Posteriormente, desafiou os alunos a escolher uma pessoa a quem gostariam de dizer o quanto
gostam dela e imaginar uma forma de o demonstrar, tal como a grande lebre castanha e a
pequena lebre castanha fizeram no livro. Apoiou com maior intencionalidade o D, na explicação
reforçada da tarefa e na orientação das suas escolhas. Como o D é muito ligado à família e às
suas avós, a educadora perguntou-lhe se gostava delas, ao que o D sorriu e disse “muito”.
b) Reflexão/Avaliação:
Assim eu a educadora perguntou ao grande grupo o que eram sentimentos, os alunos explicaram
que é algo que se sente no coração ou às vezes com o corpo todo, vê-se quando dizemos aquilo
que estamos a sentir ou olhando bem para a forma como a cara e o corpo estão. O D demonstrou
estar atento e até representou que se formos namorados (nesta altura tinha acabado de ter uma
namorada, colega da sala) dá-se beijinhos e festinhas e se estivermos tristes, choramos. Tudo
isto foi explicado com recurso a gestos exemplificativos, depois levantou-se e foi-se agarrar ao
pescoço da auxiliar aos beijos e a dizer “muito, muito, muito”. A auxiliar disse-lhe eu sabia que
ela gostava muito dela. O D sorriu e deu-lhe beijinhos, pedindo-lhe que também lho fizesse. O
D é uma criança muito afetuosa com os adultos que conhece.
A educadora aproveitou este momento de grande afetividade para falar da importância de dizer
aos outros o quanto gostamos deles, desafiando os alunos a escolher uma pessoa a quem
quisessem dizer que gostavam muito dela. O D escolheu a sua mãe também, talvez por colagem
ao livro, ou simplesmente porque é uma figura de muito relevo na sua vida. Assim, e com a
ajuda do professor foi imaginando o que podia dizer sobre aquilo que sentia, disse que gostava
muito da mãe e foi-lhe pedido que imaginasse coisas grandes. Falou na altura da porta, do
tamanho da sala, da árvore lá de fora e perguntou-se se não seria possível ser maior, rematou
então dizendo. “Já sei é do tamanho desta escola toda…” Tendo então ficado assim o seu
trabalho final: “Mãe gosto de ti como o tamanho da escola toda. É muito.” O D só conseguiu
escrever o bilhete com o recurso a um modelo, mas desta vez utilizou-se o jogo das letras de que
tanto gosta. A educadora escreveu com as letras em cima da mesa e o D copiou pra o papel,
sempre ajudado pela auxiliar. Não conseguiu terminar porque este trabalho acabou por demorar
328
Mestrado em Educação Especial
bastante tempo e como o aluno começava a desmotivar, foi necessário encontrar uma estratégia
que quebrasse o seu isolamento e abstração. De ressaltar que o D tem muitas dificuldades na
escrita, não tendo o hábito de escrever frases e, até à data, apenas escrevendo o seu primeiro
nome por iniciativa.
Assim, introduziu-se o computador que o D tanto aprecia e onde escreveu o texto em word.
Depois de escrever o texto, com a auxiliar a orientá-lo na escolha das teclas, o D ficou a ver e a
ouvir a canção “O Balão do João” que adora. Conseguiu reconhecer que o João ficou triste
quando perdeu o seu balão e disse “triste” e “a chorar”.
Este aspeto introduzido à última da hora revelou-se crucial para o sucesso da atividade, pois a
tarefa estava a ser difícil para o aluno e quando assim é, a frustração eleva-se e a desistência é o
único caminho.
329
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
O grupo foi numa visita de estudo, juntamente com a educadora, a assistente e a professora de
Educação Especial, a uma visita à Ludoteca “O Moinho”, situada no Casal das Figueiras, em
Setúbal, que durou toda a manhã.
As crianças tiveram a oportunidade de assistir a um teatro denominado “Histórias Baralhadas
num Conto de Fadas” que se centrava em algumas histórias da Disney, contudo estavam
baralhadas, sendo que apareciam personagens que não pertenciam ao conto que estava a ser
contado. Por exemplo, na história do Rei Leão para além de algumas personagens da história
que lá se encontravam, estava também o Gato Risonho, personagem pertencente à história
“Alice no País das Maravilhas”.
Assim, as crianças puderam interagir com os diferentes atores nas diferentes histórias, tendo um
papel crucial, uma vez que eram elas que ajudavam as personagens a colocar a história
corretamente, com as personagens certas. As diferentes histórias abordadas no teatro foram
“Branca de Neve e os Sete Anões”, “Rei Leão”, “Pequena Sereia”, “Alice no País das
Maravilhas” e “Mickey e Minnie”.
Na nossa opinião, consideramos importante a organização de visitas de estudo no Pré-Escolar,
pois é uma maneira das crianças realizarem aprendizagens e de se desenvolverem fora do
recinto escolar, tendo por isso outro tipo de impacto nas aprendizagens feitas por cada uma.
Assim, uma visita de estudo é considerada “toda a atividade curricular, intencionalmente
planeada e realizada fora do espaço físico da Escola (…) tendo como objetivo desenvolver ou
complementar conteúdos das áreas curriculares disciplinares, não disciplinares ou
interdisciplinares, com a finalidade de concretizar motivações, aprendizagens e competências”
(Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil, 2011, p. 1). Achámos igualmente importante o facto
de as crianças poderem também participar no teatro, pois “O teatro é extremamente motivador
para as crianças (…) afeta-as nos aspectos emocional, cognitivo, motor e social. Exige também
mobilização da atenção, da percepção e da memória, compreensão textual, capacidade de jogar
com as palavras; trabalha a expressividade e a imaginação” (Oliveira & Stoltz, 2010, p. 89)
sendo estes aspetos significativos para o seu desenvolvimento.
Já na sala, em grande grupo, a educadora relembrou as histórias que apareceram no teatro bem
como as personagens que estavam a mais nas mesmas, de modo a relembrar as crianças para a
visita. Após uma pequena conversa sobre o assunto, registaram no caderno individual cada uma
das histórias abordadas. Na nossa opinião é importante as crianças registarem através do
desenho as experiências vividas no dia-a-dia do jardim-de-infância, para além de que a
educadora valoriza a expressão gráfica, uma vez que utiliza o modelo curricular Movimento
Escola Moderna e este mostra a preocupação e atribui significados aos desenhos das crianças
330
Mestrado em Educação Especial
pois o “MEM (Movimento da Escola Moderna) (…) tem como principal objetivo defender
diversas formas de comunicação que vão estimular o desenvolvimento em diferentes áreas, e
que promovem a construção interativa do conhecimento” (Correia, 2012, p. 14).
b) Reflexão/Avaliação:
O D esteve sempre sossegado e atento ao teatro mas sempre ao colo da auxiliar. Adorou brincar
na Ludoteca, principalmente estar dentro de uma casinha. Já no JI apenas disse que tinha
gostado muito de sair e de brincar, não tendo feito quaisquer registos.
331
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Neste dia, as crianças tiveram a oportunidade de estar em contato com a história “O
Principezinho”. Para isto, deslocaram-se à biblioteca e a professora T, responsável pela
biblioteca da escola, iniciou a apresentação da história falando um pouco do autor, Antoine de
Sant-Exupéry, e em seguida resumiu a história com recurso ao PowerPoint e a um livro pop-up.
Este último captou a atenção do grupo e muito do aluno D por ser um livro diferente dos outros,
uma vez que as imagens “saem” das páginas.
Para finalizar a apresentação da história, a professora mostrou o vídeo do momento em que o
Principezinho se cruza com a raposa e dos momentos que passam juntos, sendo que este
momento pretende transmitir a noção de certas emoções.
Posteriormente, na sala 2, ao conversarmos em grande grupo sobre a história derivou, uma vez
mais, uma conversa sobre os planetas, pois o Principezinho vivia num asteroide e partiu numa
aventura por vários planetas. Abordámos, então, os planetas existentes no sistema solar e, ao
serem questionadas sobre o que era o sistema solar, uma criança respondeu dizendo que era o
sítio onde os planetas vivem. Uma vez que a intenção do educador é apoiar o processo
educativo das crianças, realizando uma reflexão que “acompanha a acção no sentido de a
adequar às propostas das crianças” (Ministério da Educação, 1997, p. 93), a educadora e a
professora de Educação Especial, com a ajuda da auxiliar, iniciaram assim uma pesquisa, com
três crianças, sendo que utilizámos como recurso livros da biblioteca e a internet. Após uma
conversa em que fizemos um levantamento das perguntas que as crianças queriam ver
respondidas, selecionámos os livros que nos ajudariam a obter as respostas e, com a ajuda das
crianças, registámos num papel as questões em que a pesquisa se iria basear, sendo elas: As
estrelas brilham tanto de noite como de dia? A Lua é um planeta? Quais são as fases da Lua?
Como é constituído o sistema solar? O que é Plutão? O que é o Sol?.
Assim, para a elaboração deste projeto que consiste na criação de um livro cujo tema principal é
“O Espaço” fizemos questão que as crianças pesquisassem autonomamente nos livros, sendo
que apenas intervimos para escrever no computador o que as crianças nos solicitavam, assim
como escrevemos em folhas brancas aquilo que nos transmitiam que iam descobrindo sobre
determinado subtema. Como afirma Howe (2002) citado por Meirinho (2012, p. 26) as práticas
do jardim-de-infância “devem reconhecer as ‘ideias ingénuas’ das crianças (…) O educador
deverá valorizar esses ‘conceitos ingénuos’ e investir em práticas que desafiem a elaboração e
reestruturação desses conceitos”, pelo que me limitei a ter uma atitude passiva durante a
construção desses mesmos conceitos por parte das crianças, pelo que estas realizaram uma
aprendizagem ativa ao mesmo tempo que interagiam com os colegas, trocando ideias e opiniões.
O aluno D fez pesquisa na internet com a ajuda da auxiliar e adorou a atividade.
332
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
Na nossa opinião, a professora T. podia ter passado o livro pelas crianças de forma a estas
poderem explorar um pouco este material, pois cabe ao educador criar “um ambiente que
encoraje as crianças a explorar, desenvolver, testar, discutir e aplicar ideias” (NCTM, 1991, p.
21), pelo que pensamos que teria sido uma mais-valia para a aprendizagem das crianças
poderem explorar um pouco o livro.
333
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
No nosso ponto de vista, “O Principezinho” é uma história um pouco complexa para crianças
com 5/6 anos, pois a sua análise requer conhecimentos prévios que crianças com esta idade não
possuem. Apesar disto, pensamos que o vídeo mostrado está bem estruturado, pois as imagens
são paradas, levando a que as crianças prestem atenção ao que está a ser dito, algo que não seria
totalmente possível caso as imagens tivessem movimento.
Ao longo do presente trabalho tivemos oportunidade de refletir sobre a importância da educação
em ciências, na medida em que esta contribui para uma imagem positiva e refletida acerca da
ciência. São vários os autores que defendem que uma exposição precoce a fenómenos
científicos favorece uma melhor compreensão dos conceitos apresentados mais tarde,
salientando que a educação em ciências desde cedo promove o desenvolvimento da capacidade
de pensar cientificamente (Eshach citado em Martins, 2009, p.13).
Segundo Zabala e Arnau citados em Martins (2009, p. 15), é importante conceber e dinamizar
atividades promotoras de literacia científica, com vista ao desenvolvimento de cidadãos mais
competentes nas suas dimensões pessoal, interpessoal, social e profissional.
Assim, a participação nesta atividade na área do Conhecimento do Mundo (Ciências), não só
promove o desenvolvimento da literacia científica das crianças, como também contribuiu para o
seu desenvolvimento pessoal e social
Durante a execução do livro permitimos que as crianças, incluindo o aluno D que aderiu à tarefa
cm grande entusiasmo, contatassem com diferentes tipos de materiais, experimentando-os e
manipulando-os, pelo que apenas intervimos quando estas nos solicitavam ou quando me
apercebíamos de que estavam com alguma dificuldade. No que concerne ao D, este contribuiu
fazendo umas bolas que representavam alguns planetas e colou-as no sistema planetário com a
ajuda dos colegas.
Como referido nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 61)
“Valorizar o processo de exploração e descoberta de diferentes possibilidades e materiais supõe
que o educador estimule construtivamente o desejo de aperfeiçoar e fazer melhor” e, uma vez
que o pequeno grupo estava entusiasmado por estarem a realizar um trabalho que partiu das suas
dúvidas, questões e interesses, partimos deste ponto de forma a estimulá-los na execução das
diversas páginas do livro.
334
Mestrado em Educação Especial
b) Descrição:
Assim como na semana anterior, durante esta semana algumas crianças apresentaram em grande
grupo os trabalhos de pesquisa, realizados em casa com as respetivas famílias, sobre os animais
e as suas características. Estes dias contaram com apresentações distintas e originais, tendo sido
mostrados trabalhos através de cartazes, livros e PowerPoint. Um dos trabalhos que nos chamou
a atenção foi o da criança D que optou por elaborar um livro, pois esta conseguiu transmitir
todas as características do animal escolhido e mostrou um grande à vontade em expressar-se ao
grande grupo. Posteriormente, ao observar o livro juntamente com a educadora e a assistente,
achámos excecional a forma que o pai do menino D arranjou para que este soubesse o que tinha
de mencionar durante a exposição: apesar de conter texto, o livro continha imagens em código.
Por exemplo, a criança transmitiu que o animal era mamífero e, para saber explicar o que isto
significa, o pai desenhou um pequeno biberão, levando a criança a explicar que quando o animal
é bebé, até aos 2 anos de idade, bebe leite materno. Foi visível o trabalho de preparação que
houve em casa, tanto da criança como do pai, sendo este o objetivo da educadora ao pedir a
colaboração dos pais em determinados trabalhos, para além de que também pretende que a
família esteja ao corrente do trabalho desenvolvido na escola e que a primeira tenha um papel
ativo no desenvolvimento das respetivas crianças. Como afirma Chalita (2004) citado por Abreu
(2012, p. 4) “Qualquer projeto educacional sério depende da participação familiar: Em alguns
momentos, apenas do incentivo, em outros de uma participação efetiva no aprendizado ou
pesquisar, ao discutir, ao valorizar a preocupação que o filho traz da escola” e tal foi visível no
trabalho anteriormente referido, bem como noutros igualmente apresentados ao grande grupo.
Outro trabalho que nos surpreendeu pela positiva e captou a atenção do grupo foi aquele com
recurso ao PowerPoint. Um dos pontos positivos que marcou este trabalho foi o facto de termos
de nos dirigir à biblioteca, local apreciado pelas crianças. Para além da diversidade de
informação que a criança transmitiu sobre o animal e das animações existentes no PowerPoint,
este também continha uma história imaginada pela criança que quis transmitir ao grupo. No
final da apresentação, pudemos ouvir a música “Fungagá da Bicharada” do Avô Cantigas que
aborda vários animais na letra, algo original e diferente de todas as outras apresentações
realizadas até ao momento. Assim como no trabalho anterior, foi visível a participação dos pais
na realização da pesquisa e elaboração da apresentação, envolvendo também a criança neste
processo.
a) Reflexão/Avaliação:
Este tipo de projetos influencia também o desenvolvimento da criança pois como afirma
Madureira (2003) citado por Abreu (2012, p. 17) “Quando as famílias participam na vida das
335
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
escolas, quando os pais acompanham e ajudam o trabalho dos filhos, estes têm melhores
resultados do que os colegas com idêntico background mas cujos pais se mantêm afastados da
escola”.
Para além disto, também é importante dar a conhecer às crianças diferentes formas de
apresentação de trabalhos, pois assim estas começam a ter contacto com diferentes tipos de
materiais e recursos que podem ser utilizados quando ingressarem no 1º Ciclo do Ensino
Básico.
O tema dos animais agrada particularmente ao D, por isso a planificação destas sessões foi feita
com base nessa preferência. Com base na orientação do adulto, neste caso, o seu pai que o
acompanhou ao JI e o ajudou na apresentação do livro, sobre um dos animais já referido atrás, a
girafa, e que o menino tinha escolhido para fazer a máscara, o D esteve muito bem disposto e
participativo, claro que sempre com as diretrizes do seu pai. O elogio e o reforço positivo foram
uma constante, quer da parte do pai do D quer da educadora, da auxiliar e dos seus colegas.
Aquando da audição da música o D também disse algumas palavras e esteve muito atento e
sorridente. O menino gosta muito de músicas.
336
Mestrado em Educação Especial
Sessão 32 – 11/05/15
a) Descrição:
Em pequeno grupo tivemos a oportunidade de apresentar e iniciar uma atividade com algumas
crianças que já tinha sido apresentada em grande grupo. Esta consistia em recortar as diferentes
palavras e identificarem as que iniciavam com a mesma letra. Antes de propor a atividade, a
educadora sugeriu-nos que sublinhássemos as primeiras letras, uma vez que a fotocópia se
encontrava a preto e branco e não eram bem visíveis as letras mais carregadas. Ao realizar a
atividade com as crianças foi notória a facilidade da execução da mesma, embora nos tivessem
questionado várias vezes sobre o facto das palavras “hipopótamo” e “hiena” terem duas letras
sublinhadas. De modo a esclarecê-las o mais possível referimo-nos ao fato da letra H ser muda,
pois não se lê, daí que o som da primeira letra da palava é o [i].
Quando terminavam a atividade, a educadora questionava-as sobre do que se tratava a atividade
e, apesar de lhes apresentar a atividade inicialmente e de estas perceberem, grande parte
respondia-lhe que estavam a fazer rimas mas ao contrário, devido ao facto de um exercício que
realizaram das rimas ser idêntico a este. Consideramos importante que as crianças estejam
regularmente em contacto com o código escrito uma vez que “O jardim de infância é, sem
dúvida, um contexto privilegiado para a promoção e desenvolvimento de competências de
leitura e de escrita, sendo a qualidade das interações desenvolvidas neste contexto educativo
fundamental para o desenvolvimento posterior da linguagem” (Alves, 2011, p. 70).
Para dar continuidade ao trabalho das primeiras letras iguais, a educadora iniciou uma atividade
em grande grupo que consistiu em as crianças descobrirem, na sala, quem tinha nomes
começados com a mesma letra. À medida que iam surgindo as ideias a educadora escrevia-as
num papel, colocando sempre a primeira letra dos nomes por baixo uma da outra e de outra cor,
para que as crianças vissem e percebessem como eram iguais, por exemplo
RAFAEL
RODRIGO
No nosso ponto de vista, as atividades em grande grupo em que se ajudam uns aos outros são
bastante importantes porque aprendem a respeitar e a ouvir as ideias dos colegas para além de
que “O educador alarga as oportunidades educativas, ao favorecer uma aprendizagem cooperada
em que a criança se desenvolve e aprende, contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagem
das outras” (Ministério da Educação, 1997, pp. 35-36). À medida que vão tendo um maior
contacto com a escrita, as crianças começam a saber o nome de certas letras como pudemos
observar durante esta atividade.
A educadora propôs que se realizasse uma atividade com as crianças sobre a altura dos animais
e, consequentemente, das crianças, pelo que as crianças desenharam o seu próprio retrato para
depois ser colocado na parede conforme a altura. De forma a introduzir o tema, a educadora
337
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
questionou-os em grande grupo sobre qual seria o animal mais alto e mais baixo dos animais do
Cuquedo, assim como qual seria o mais pesado e o mais leve. As respostas foram diversificadas,
embora tenham havido explicações plausíveis, como por exemplo o elefante ser o mais pesado
porque é um dos mais altos (menos que a girafa) e é o mais largo. Claro que o D falou logo da
girafa e disse que ela era ”muito grande, alta”.
Contudo surgiram dúvidas, e de maneira a ficarem a saber a resposta a esta questão duas
crianças ficaram encarregues de fazer uma pesquisa no computador, realizar um trabalho para
posteriormente apresentarem às restantes. Uma destas crianças foi o D que adorou a ideia de ir
para o computador. Anteriormente, aquando da pesquisa sobre o espaço, esta atividade
funcionou muito bem com ele.
Relativamente à altura não restaram dúvidas de que a mais alta é a girafa, devido ao seu
pescoço, e a mais baixa a zebra. Para também descobrirmos qual o mais alto e mais baixo da
sala a educadora informou-os que iam ser medidos e posteriormente discutiriam sobre o
assunto.
b) Reflexão/Avaliação:
Pensamos que este tema foi bem aceite por todos e mostraram interesse no mesmo,
principalmente por eles próprios participarem na medição e terem que registar os resultados.
Esta atividade incutiu nas crianças alguns conceitos matemáticos, tais como o peso e a altura,
assim como desenvolveram aprendizagens na área do conhecimento do mundo relativamente
aos animais e a algumas das suas características. Como mencionado nas Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 83) relativamente à área de conteúdo do
Conhecimento do Mundo “O educador escolhe criteriosamente quais os assuntos que merecem
maior desenvolvimento, interrogando-se sobre a sua pertinência, as suas potencialidades
educativas, a sua articulação com outros saberes e as possibilidades de alargar os interesses do
grupo”. Para além disto, é também relevante mencionar que duas crianças tiveram a
oportunidade de trabalhar com o computador e de aprenderem a pesquisar na internet, pois
“quando aplicadas de modo apropriado, as tecnologias podem desenvolver as capacidades
cognitivas e sociais, devendo ser utilizadas como uma de muitas outras opções de apoio à
aprendizagem” (Moreira, 2002, citado por Brito, s.d., p. 4).
A educadora propôs às crianças que elaborassem um animal diferente utilizando os animais da
história “O Cuquedo”. Esse animal teria que ter metade do corpo de um animal e a outra metade
de outro animal, ou seja, por exemplo, metade teria que ser elefante e a outra metade Cuquedo.
Com a realização da atividade foi visível que algumas crianças não compreenderam o que foi
pedido, desenhando dois animais distintos. Outras realizaram corretamente mas com alguma
dificuldade.
338
Mestrado em Educação Especial
O aluno D disse que não lhe apetecia trabalhar, apenas com um “Não”, e recusou-se a tal. A
educadora dirigiu-se ao mesmo e disse-lhe que não era obrigado a fazê-lo, contudo teria que
ficar sentado a observar os outros a trabalharem. A educadora transmitiu-nos que não obriga
nenhuma criança a fazer o que não quer e que devemos dar-lhe alguns momentos, que esta
acaba por querer fazer. De facto, passados apenas alguns minutos a própria criança transmitiu-
nos que já queria trabalhar.
Na nossa opinião a criança não quis executar o trabalho porque estava a observar outros colegas
a brincar nas áreas e queria juntar-se-lhes, contudo após estar um momento a ver os amigos a
trabalhar viu que o trabalho também lhe interessava e mostrou interesse. Devemos sempre tentar
criar atividades interessantes e lúdicas para as crianças para que estas não se aborreçam ou
achem desinteressantes. De acordo com Lima & Mello (2006, p. 26) “A tarefa do professor de
infância é, sobretudo, a de satisfazer as necessidades de conhecimento e de atividade da criança,
despertar nela novos interesses e ensinar-lhe novos modos de agir”.
Pensamos que a apresentação da atividade às crianças correu bem, para além de que as
questionávamos sobre qual o nome da letra por que as palavras iniciavam, pedindo exemplos de
outras palavras que começavam também com aquela letra de forma a ter uma noção quais as
crianças que estão, ou não, familiarizadas com o código escrito. De acordo com Niza & Martins
(1998) citados por Horta (2006, p. 94) “sabe-se hoje que o conhecimento das concepções
infantis sobre a linguagem escrita é fundamental para se perceber as formas como as crianças
vão integrando o ensino da leitura e da escrita”.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Esta semana a educadora optou por trabalhar o livro “Elmer” que trata de um elefante, o Elmer,
que era diferente de todos os outros e sentia-se triste por esse motivo. Assim, o Elmer decide
tornar-se igual mas acaba por perceber que ser diferente não tem qualquer problema. Em
conversa com a educadora, esta transmitiu-nos que, com a história “Elmer”, pretende trabalhar o
respeito pela diferença, os animais que existem na selva (animais selvagens), criar sequência
com diferentes materiais, ao invés de sequências com cores, assim como introduzir uma nova
técnica de expressão plástica, a técnica do berlinde. A educadora questionou os meninos sobre a
Mariana, uma menina cega da turma. Eles souberam dizer que a Mariana é diferente mas que
consegue fazer tudo o que eles fazem, mas de maneira diferente e com alguma ajuda. Além
disso, falaram do D que, muitas vezes, se distrai e que, por isso, precisa de muita ajuda e
atenção. Os colegas disseram ainda que ele precisava de “muito mimo e que gostava muito de
beijinhos e de palmas”. O D sorriu. O objetivo estava alcançado.
b) Reflexão/Avaliação:
Pensamos que a introdução deste livro para abordar as diferenças físicas foi uma ideia bastante
adequada, pois consideramos importante que as crianças aprendam a respeitar os outros,
principalmente aqueles que são diferentes, quer seja por serem de outra cultura, terem outra cor
ou alguma deficiência. Assim, o conhecimento de conceitos como aculturação,
multiculturalidade, racismo, identidade e preconceito são noções que, se forem aprendidas pela
criança no estádio apropriado, tornam-se valores que acompanham a mesma ao longo de toda a
sua vida, ajudando-a a ultrapassar todos os obstáculos que possam surgir.
A inclusão estava já bastante enraizada nos meninos da sala 2 do JI, até porque entre eles estava
um menino autista e uma menina cega. A cooperação, a interajuda, a partilha e o carinho são
uma constante entre todos, principalmente com os alunos com mais dificuldades, sejam elas
cognitivas, físicas ou emocionais.
A apresentação de trabalhos foi, mais uma vez, fomentada pela educadora e, a nosso ver, de
acordo com o grupo de crianças, achamos ser extremamente importante o diálogo entre todas,
de maneira a criar um interesse em comunicar, algo que a maioria não tem. “A capacidade do
educador escutar cada criança, de valorizar a sua contribuição para o grupo, de comunicar com
cada criança e com o grupo, de modo a dar espaço a que cada um fale, fomentando o diálogo
entre crianças, facilita a expressão das crianças e o seu desejo de comunicar.” (Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 1997, p. 66-67). Queremos também salientar o facto
340
Mestrado em Educação Especial
que a educadora incide bastante neste aspeto e cria um ambiente extremamente favorável ao
diálogo e à troca de ideias entre as crianças.
Mais uma vez achámos importante refletir com a educadora sobre as dificuldades, atitudes e a
discrepância de níveis de aprendizagem de algumas crianças. A educadora mostrou-se bastante
preocupada com a situação de alguns meninos uma vez que estes, com 5 anos de idade, não
conseguem proferir e elaborar frases, têm bastantes dificuldades a nível da fala e da
compreensão oral. Cada vez se torna mais complicado propor atividades equivalentes para o
grande grupo e há uma maior inquietação por parte da educadora com algumas crianças que
estão a ficar cada vez mais para trás em todas as áreas do conhecimento relativamente a outras.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
Sessão 34 – 22/05/15 – Jogo para explicar os sentidos “Que tal aprender sentindo?”
a) Descrição:
Esta atividade foi realizada no exterior, no pátio da escola, o que agradou bastante a todas as
crianças. O D estava radiante porque adora andar pelo espaço exterior.
Todos os alunos da turma participaram, bem como os alunos das outras salas do Pré-Escolar.
Foi-lhes explicado que alguns participantes ficariam vendados. Noutro momento, inverteram se
as posições; e as crianças que tiveram os olhos vendados participariam auxiliando outro colega.
As mesas onde os sentidos seriam estimulados estavam posicionadas próximas e dispostas uma
ao lado da outra para facilitar o sentido de direção e a mobilidade da criança que estaria
vendada.
Os materiais necessários foram: plástico bolha para forrar o chão; vendas para os olhos e mesas/
carteiras das salas de aula. Na 1.ª mesa foi colocada uma garrafa plástica pequena, esponja e
balde/bacia com água; na 2.ª mesa copos descartáveis ou canecas de plástico com três sumos de
sabores diferentes; na 3.ª mesa uma bacia/balde com creme feito com água e amido de milho,
um brinquedo (nariz de palhaço, por exemplo) e outro recipiente com água para lavar as mãos e
na 4.ª mesa papel para pintar, tinta guache misturada com pó de gelatina para que fique
texturizada.
Como primeira etapa pediu-se aos alunos que fizessem duas filas, formando uma espécie de
corredor humano. Esse corredor tinha o chão forrado com plástico bolha, onde a criança
vendada caminharia descalça. Numa segunda etapa, Após sair do corredor, a criança deveria ser
guiada por um colega até à 1.ª mesa, onde iria encher, utilizando apenas uma esponja, a garrafa
plástica com água. A educadora foi chamando a atenção da criança para o som da água a cair
dentro da garrafa (perceção auditiva). Na 3.ª etapa, de forma a desenvolver a perceção
olfativa/gustativa, a criança era guiada até à 2.ª mesa, para experimentar os três sumos de
sabores diferentes, sendo-lhe solicitado que identificasse e dissesse o nome da fruta com a qual
cada sumo era feito. Numa 4.ª etapa, a criança vendada deveria encontrar e nomear o brinquedo
escondido na bacia com creme de amido da 3.ª mesa. Em seguida, deveria lavar as mãos e ser
guiada até à última mesa (perceção tátil). Por último, pediu-se à criança que, ainda vendada,
fizesse uma pintura utilizando as mãos e a tinta guache texturizada com pó de gelatina, de forma
a utilizar mais de uma perceção/ sentido. Esta foi a atividade que o D gostou mais.
342
Mestrado em Educação Especial
b) Reflexão/Avaliação:
Todos os alunos adoraram a atividade e o D esteve sempre bem disposto e executou todas as
tarefas com o auxílio da auxiliar. Adorou mexer na tinta com gelatina com as mãos.
No final da atividade, e já na sala de aula, a educadora promoveu o diálogo para perceber se os
alunos tinhas entendido a mensagem. O D respondeu “Foi por causa da Mariana” (a aluna cega).
Todos bateram palmas. Os restantes alunos falaram nos meninos especiais, diferentes e
responderam que tinham sempre que os ajudar. Lembraram-se das histórias anteriormente
estudadas e que abarcavam o tema da diferença: “O Elmer”; “A orelha de limão” e “Uma
Formiga especial”. Os objetivos estavam cumpridos na sua totalidade.
343
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
A educadora começou pela leitura da história “Todos no sofá”. Como a história está escrita
numa ordem decrescente, pode-se explorar essa faceta e também a ordem inversa. Com o livro
pode-se observar essas ordens e traduzir também em algarismos, o quadro pode ser um auxiliar
para este trabalho. Para essa contagem se realizar num plano mais concreto, a educadora propôs
a elaboração das personagens da história em cartolina, cada par ficou encarregue de uma das
personagens. O D pode ficar com o colega com o qual trabalha melhor, o Francisco.
Depois de elaboradas as personagens foi tempo de ordená-las, primeiro pela mesma ordem do
livro e depois pela ordem inversa. O D pode ter um pouco mais de tempo de manipulação destes
materiais, trabalhando com a educadora o conceito de crescente e decrescente. Recorde-se que o
D não consegue fazer contagens regressivas até à data.
Numa cartolina colocaram-se pequenas tiras de velcro e elaboram-se cartões de 0 a 10, pediu-se
a um aluno que colocasse primeiro por ordem crescente e em seguida por ordem decrescente,
sempre com o apoio da educadora, fazendo recurso permanente do reforço positivo. Se a tarefa
se revelasse demasiado complexa, pedia-se apenas até 5 e só mais tarde se alargava até ao 10.
Na sessão seguinte, recontou-se a história com a ajuda das personagens construídas por todos e
desafiou-se os alunos a preparar uma leitura dramatizada, fazendo uso destas mesmas
personagens. Assim, existirá um grupo de leitores e um grupo de atores, que terão a função de
dar vida às personagens, fazendo aquilo que se vai lendo. Esta atividade culminará com a
apresentação aos colegas mais novos do Jardim de Infância e aos colegas do 4º ano, seus
padrinhos de escola.
b) Reflexão/Avaliação:
O aluno D construiu o sofá, juntamente com a auxiliar e a professora de Educação Especial.
Adorou a parte de pintar, sem qualquer regra, o sofá. Os restantes colegas construíram as
personagens.
A educadora recorreu a um material alternativo não estruturado para realizar com as crianças
exercícios de contagens, sendo que estas utilizaram as tampas para quantificar as ações de
acrescentar e tirar, estabelecendo uma relação numérica entre os elementos de cada operação
para chegar aos resultados obtidos. Castro & Rodrigues (2008, p. 13) defendem que as crianças
precisam de “concretizar as situações numéricas para modelar os resultados das suas adições e
subtrações.”
Nas crianças pequenas, o pensamento encontra-se muito associado a ações e materiais
concretos, à medida que o seu contacto com o meio envolvente se vai processando por meio da
manipulação e as experiências sensoriais vão-se estruturando, surgindo “semelhanças e
344
Mestrado em Educação Especial
345
Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Hoje fomos todos para o ginásio com a professora de ginástica. O D estava radiante, pois já
sabia que ia ara o ginásio e adorava lá correr.
A professora começou com o aquecimento e disse-nos que iríamos fazer uma atividade nova
mas muito divertida. Ficámos logo todos curiosos e entusiasmados! Assim, foi buscar um saco e
tirou de lá de dentro algo muito colorido. Disse às crianças e aos adultos presentes (educadora,
auxiliar e professora de Educação Especial) que agarrassem cada uma numa ponta e se
afastassem do centro. Assim fizemos e deparamo-nos com uma enorme tenda colorida. O D
corria pelo ginásio enquanto começámos a exercitar o corpo com movimentos para baixo e para
cima, sempre a agarrar a tenda que acompanhava os nossos movimentos.
De repente tivemos uma ideia: Chamámos o D e dissemos-lhe que se colocasse debaixo da
tenda. Ele não percebeu a ordem muito bem, pelo que a professora de Educação Especial o foi
buscar e foi com ele para debaixo da tenda, ao centro. A professora orientou as crianças para
irem até ao centro e para se afastarem imediatamente e/ ou todos s esconderem dentro dela.
Além disso, disse-lhes para levantarem e baixarem a tenda. Foi fantástico, relaxámos e o D
adorou, sorria e sorria!
b) Reflexão/Avaliação:
Este paraquedas e/ ou tenda permitiu-nos exercitar o corpo inteiro. É, pois, uma ótima
ferramenta para promover atividades de coordenação motora e de promoção de competências
sociais. Oferece um número infinito de possibilidades de atividades para grupos de crianças e
adultos, que podem ser desenvolvidas no interior (consoante o espaço disponível) ou ao ar livre.
Vem equipado com uma corda de 10 mm de diâmetro cosida na borda exterior, o que permite a
um número quase ilimitado de pessoas participar nas atividades dinamizadas; tem também uma
abertura no centro (que se pode facilmente fechar).
Esta atividade foi muito saudável e positiva, pois os jogos com paraquedas estimulam
brincadeiras cooperativas, não competitivas, e reforçam valores como respeitar a vez,
compartilhar, colaboração, respeito por todos, além de ser uma atividade inclusiva, que atende a
todas as pessoas. Enquanto a maior parte das atividades para coordenação motora grossa
desenvolvem mais a musculatura inferior, os paraquedas reforçam a musculatura dos ombros,
braços e mãos. Esta atividade foi ótima para o D desenvolver a motricidade fina, onde ainda
revelava algumas lacunas. Quando as crianças trabalham de forma cooperativa para inflar o
paraquedas, elas também refinam as habilidades motoras percetivas e desenvolvem o ritmo.
Atividades de linguagem também podem ser incorporadas a muitos jogos com paraquedas.
346
Mestrado em Educação Especial
As oportunidades para incentivar o desenvolvimento global das crianças com esta atividade
emocionante fazem dele uma escolha ideal para escolas, centros de recreação, creches,
acampamentos de férias, entre outros.
De acordo com as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, ME (1997, p. 58),
“tendo em conta o desenvolvimento motor de cada criança, a educação pré-escolar deve
proporcionar ocasiões de exercício da motricidade global (…) de modo a permitir que todas (…)
aprendam a utilizar e a dominar melhor o seu próprio corpo.”
Para Serrano (2002, p. 12), a Educação Física serve para facilitar a educação corporal,
desenvolvendo os músculos e as articulações, melhorando o funcionamento dos pulmões e do
coração, contribuindo para uma atitude corporal correta e para o desenvolvimento do ritmo e da
expressão corporal.
Citando ainda Sanchis (2007, p. 9), “os tempos de actividade motora não são apenas a ocasião
de satisfazer as necessidades das crianças se mexerem, mas são também um momento de
verdadeira aprendizagem”, na medida em que contribuem para a “apropriação de
conhecimentos, de saberes e de métodos partilhados com outras áreas disciplinares" (Sanchis,
2007, p. 127).
Em suma, e conforme refere o mesmo autor (2007, p. 127), “durante todo o percurso pré-
escolar, as atividades motoras e físicas contribuem para a construção harmoniosa da criança”,
pois para além de promoverem o desenvolvimento fisiológico e funcional das crianças, permite-
lhes também o conhecimento e domínio do seu próprio corpo, sem esquecer a promoção de
hábitos saudáveis e o desenvolvimento da dimensão cívica através da aprendizagem e
cumprimento de regras de cooperação e de competição saudável, bem como dos valores da
responsabilidade e do espírito de equipa.
Foi visível, por parte das crianças, um grande envolvimento e empenho nos exercícios propostos
pela professora de ginástica, o D estava completamente inserido na atividade, para além de que
esta lhes proporcionou um momento diferente para além de ter trabalhado a motricidade global
das crianças.
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Escola Superior de Educação | Politécnico de Coimbra
a) Descrição:
Através da nossa observação e posterior conversa com a educadora percebemos que, para além
do trabalho em grande grupo, esta realiza alguns trabalhos individuais, tais como jogos de
contagem para as crianças que têm mais dificuldades neste campo e pintura de um desenho
formando uma sequência de cores.
De modo a explorar a matemática, a educadora propôs a duas das crianças com mais facilidade
nesta área fazer um trabalho sobre formas geométricas e a apresentá-lo posteriormente ao grupo.
É importante trabalhar a matemática no pré-escolar pois irá preparar as crianças não só para o
seu futuro escolar como também para situações do quotidiano que possam surgir. “As
orientações curriculares do jardim-de-infância referem que as noções matemáticas (…) têm
como ponto de partida desenvolver competências básicas neste domínio, tais como: classificar,
formar conjuntos; seriar e ordenar; construir a noção de número, encontrar e formar padrões.”
(Fernandes, Cardoso, Santos & Leite, 2012, p. 81)
b) Reflexão/Avaliação:
O aluno D. trabalhou com bastante empenho e interesse as formas geométricas básicas (círculo,
quadrado retângulo e triângulo), através de um jogo de encaixe de madeira com as mesmas. Fê-
lo com bastante facilidade.
É importante referir que a educadora pede sempre às crianças que identifiquem o seu trabalho
com nome e data, mesmo recorrendo ao cartão para apoio. Com isto, a educadora cumpre um
dos objetivos das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 69) que é: “A
atitude do educador e o ambiente que é criado devem ser facilitadores de uma familiarização
com o código escrito. Neste sentido, as tentativas de escrita, mesmo que não conseguidas,
deverão ser valorizadas e incentivadas”
348
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição:
Uma das nossas intervenções surgiu na área das construções quando notámos que uma criança
estava a tentar criar uma sequência de três cores com peças lego mas, como a educadora apenas
trabalhou com o grupo sequências de duas cores, a criança estava a fazê-lo erradamente
colocando azul-vermelho-amarelo-vermelho-amarelo-azul. Quando terminava, ao olhar para a
sequência, esta percebia que não estava correto mas não conseguia perceber onde se encontrava
o erro. Questionámos a criança relativamente à sequência que queria fazer, pelo que ela nos
explicou que queria utilizar três cores – azul, vermelho e amarelo. Questionámo-la também
sobre o que era uma sequência, ao que ela nos respondeu que, passamos a citar: “São estas
peças que estão juntas e as cores repetem sempre igual”. Pedimos-lhe que dissesse em voz alta
apenas as primeiras três cores – azul, vermelho, amarelo. Logo, se queremos repetir de novo a
sequência, interrogámo-la que cor viria novamente ao que ela retorquiu que seria outra vez
‘azul, vermelho, amarelo’. Propusemos-lhe que dissesse mais uma vez em voz alta ao mesmo
tempo que ia colocando as peças. Assim, ao enumerar em voz alta, a criança realizou o
exercício eficazmente. “O desenvolvimento do raciocínio lógico supõe a oportunidade de
encontrar e estabelecer padrões, ou seja, formar sequências que têm regras lógicas subjacentes.”
(Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 74). Incentivámos a
vocalização da sequência de forma a ajudar o raciocínio da criança e como afirmam Rivera &
Becker (2005) “os alunos que generalizam apoiados na visualização têm uma compreensão com
mais significado das estratégias numéricas que constroem; em contrapartida, os que fazem a
generalização numérica são muitas vezes incapazes de ver o padrão e de justificar as suas
fórmulas”.
b) Reflexão/Avaliação:
Com o aluno D adulto pedíamos-lhe uma peça de uma determinada cor e construiu a primeira
sequência, após o que se solicitou ao D que fizesse outra igual. Não foi imediata mas o D
acabou por concluir a operação com sucesso, mas sempre com orientações verbais e supervisão
do adulto, bem como através do reforço positivo constante.
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a) Descrição:
Outra das nossas intervenções prendeu-se com os jogos de contagem, uma vez que algumas
crianças têm a sequência de números memorizada ou têm bastante dificuldade em contar
corretamente o número de elementos de um conjunto. Trabalhámos com crianças sugeridas pela
educadora um jogo que consiste na contagem de diferentes elementos – flores, peões, botões,
patos, blocos, pontos, frutos e dedos das mãos.
Por fim, intervimos também num exercício proposto pela educadora que consistia em agrupar
elementos por diferentes tipos e, posteriormente, apresentar em grande grupo o que tínhamos
realizado. Ficámos com um grupo de crianças e pedimos a cada uma, individualmente, que
criassem um conjunto de determinado tipo, com os materiais que tinham disponíveis. Após
todos terem participado, conseguimos agrupar os elementos por tamanho, espessura, cor e
material. Por maioria ficou decido que iriam representar, numa folha em branco, os objetos
agrupados por cor. Já em grande grupo, questionámos a porta-voz do grupo com que ficámos
para que apresentasse todos os aspetos do exercício que tínhamos realizado. “A classificação
constitui a base para agrupar objectos, ou seja, formar conjuntos de acordo com um critério
previamente estabelecido, a cor, a forma, etc., reconhecendo as semelhanças e as diferenças que
permitem distinguir o que pertence a um e a outro conjunto.” (Orientações Curriculares para a
Educação Pré-Escolar, 1997, p. 74). Consideramos o momento da apresentação bastante
importante, pois é quando a criança tem oportunidade de se expressar perante os outros e
trabalhar também a expressão oral. Também é importante que um adulto presente clarifique o
raciocínio das crianças de maneira a que estas fiquem com a ideia correta dos conceitos.
b) Reflexão/Avaliação:
Achamos importante este jogo para estabelecer a noção de número e quantidade para além de
que esta atividade, a nosso ver, é bastante motivadora e desafiante. No campo das vivências e
das experiências das crianças o educador desempenha um papel crucial porque “cabe ao
educador partir das situações do quotidiano para apoiar o desenvolvimento do pensamento
lógico matemático, intencionalizando momentos de consolidação e sistematização de noções
matemáticas”. (Ministério da Educação, 1997, citado por Palhares & Mamede, 2002).
O D conta até 20 com relativa facilidade. No entanto, temos sempre que concretizar. Adora,
sobretudo, contar canetas e as letras e/ ou números do jogo.
350
Mestrado em Educação Especial
a) Descrição:
Durante esta semana a educadora trabalhou bastante com as crianças as lengalengas e as rimas.
Após questionar a educadora, esta esclareceu-nos que incide bastante nas lengalengas de forma
a trabalhar a articulação de palavras, a memória e a expressão verbal, uma vez que grande parte
das crianças tem dificuldade nesta última, principalmente o nosso menino D. que ainda não
formula frases completas. As rimas também são bastante importantes “para testar as
capacidades de cada um dos elementos do grupo. As crianças têm por hábito rirem-se das que
ainda não conseguem dizer ou fazer os movimentos das rimas.” (Silva, 2012, p. 23). Costa
(1992) citado por Silva (2012, p. 23) diz-nos que “as rimas infantis assumem um papel
incontornável, pois os exercícios de dicção praticados nas rimas (sobretudo nas lengalengas e
trava-línguas) proporcionam uma coordenação motora do aparelho fonador, aprendendo assim a
criança a dominar a respiração na linguagem”, sendo este um dos principais objetivos da
educadora uma vez que algumas crianças têm problemas na fala e na dicção.
b) Reflexão/Avaliação:
As lengalengas são formas literárias tradicionais, rimadas, com carácter infantil, de ritmo fácil e
forma simples, sejam curtas ou longas, pedagógicas ou nonsense, simples encadeamentos
fonéticos ou repetições que se prolongam indefinidamente, as lengalengas populares são
normalmente recitadas ou cantadas para acalmar ou divertir as crianças, ou para escolher quem
inicia uma brincadeira, quem é excluído ou perde um jogo.
A sua memorização e recitação representam importantes exercícios de receção, produção e
criação verbal, frequentemente associados a danças e outros movimentos corporais, e excelentes
oportunidades de desenvolvimento da consciência linguística das crianças, que, segundo Inês
Duarte (2008), constitui um estádio intermédio entre o conhecimento intuitivo da língua e o
conhecimento explícito, caracterizado por alguma capacidade de distanciamento, reflexão e
sistematização dos fenómenos linguísticos.
Como o D adorava a canção ”O balão do João”, a docente de Educação Especial aproveitou a
música e retirou as frases que rimavam entre si e criou imagens para lhes associar, como por
exemplo:
O balão do João
O balão do João Sobe,
sobe pelo ar
É feliz o petiz,
a cantarolar
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Mestrado em Educação Especial
Sessão 41 – 19/06/15 – O Jogo das Mimocas (Trabalhado, também, ao longo de todo o ano)
a) Descrição:
Na presente sessão, pretendia-se que o D desenvolve-se as áreas da Comunicação e
Discriminação Auditiva, a Socialização e a Motricidade Fina, além de conhecer o Software
Educativo “O Jogo Da Mimocas”. Apresentou-se à criança o computador e o rato e deixou-se
que esta manipulasse o último livremente, de modo a familiarizar-se com o mesmo.
Colocou-se o software em funcionamento e apresenta-se a “Mimocas” à criança. O D ficou
bastante entusiasmado e pôs-se a mexer apressadamente e à toa no rato. Ressalve-se que o D
está já habituado a jogar no computador, em casa. Apenas não conhecia este jogo didático.
Associando o som à imagem (caráter visual), o D. iria descriminar os sons de animais
(domésticos e selvagens), desenvolvendo a vocalização de sons, uma vez que se pretendia que
repetisse o som dos animais apresentados. Além disso, pretendia-se que a criança obedecesse a
uma ordem simples, tal como dar e mostrar os animais solicitados, mas agora reproduzindo o
som dos mesmos.
A professora de Educação Especial resolveu então iniciar a atividade que consistia em
apresentar à criança duas imagens de animais e um som correspondente a um deles. A criança
deveria nomear os animais e fazer a correspondência correta do som que ouviu ao respetivo
animal (Jogo 4 - Nível 1). O D., inicialmente, não percebeu o que se pretendia, mas com a ajuda
do professor que perguntou, segundo os itens que iam aparecendo no ecrã: “Onde está o cão?”,
“Onde está o gato?” e o D. apontou corretamente mas foi o professor quem clicou n resposta
certa. O professor deu-lhe o reforço “Muito bem” e o D ficou radiante, pulando no colo do
docente e sorrindo, com som. Clicando no megafone, o professor perguntou “Quem faz este
som”, ou “Que animal faz este som?”. O D nunca respondeu, apenas pulava no colo do
professor e sorria, fazendo alguns sons ainda um pouco confusos, o que pareciam sons de vários
animais. De seguida, o professor perguntou “Como faz o cão”, “Como faz o gato”?, apontando
para as imagens dos animais. O D,, continuava sem responder, até que o professor acabou por
carregar no megafone e em seguida perguntou “Quem faz este som?” ou “Que animal faz este
som?”, dizendo ao mesmo tempo o nome dos animais. Sem sucesso, o professor resolveu
adaptar a atividade. Apontando para o cão e carregando no megafone, repetiu o som do animal e
pediu ao D. para repetir, o que aconteceu, o mesmo foi feito relativamente ao gato com sucesso.
Este exercício foi feito várias vezes e o D. imitou/ respondeu repetidamente o som dos animais
corretamente.
O mesmo exercício foi feito no nível 2 e 3 do mesmo jogo, o número 4, alargando-se o
vocabulário do D que, embora não tenha vocalizado o nome da galinha e do leão, imitou e
repetiu o respetivo som dos animais.
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b) Reflexão/Avaliação:
A sessão foi mais uma vez bastante produtiva, face aos progressos do D. e à colaboração do
grupo nas tarefas propostas, uma vez que a criança atingiu, mais uma vez, o objetivo em que
tinha de reagir ao seu nome.
Os outros dois objetivos: Promover a familiaridade com o Software Educativo “Os Jogos Da
Mimocas”; introduzir o uso do computado, manipular o rato livremente dar e mostrar e mostrar
coisas a pedido foram igualmente atingidos, notando-se que o D. já tem alguma destreza a nível
das TIC.
O computador passará a fazer parte da rotina do D. na área de aprender, onde a criança pode
visualizar vídeos lúdico-educativos infantis com vista a incentivar a um maior tempo de
permanência nesse espaço, para que se sinta seguro, compreenda que esse espaço é seu e se
sinta mais à vontade na realização das aprendizagens/atividades (jogos) solicitadas pelos
docentes e assistente operacional.
Assim, podemos inferir que a criança se envolveu de forma bastante positiva na proposta
apresentada já que revelou efusividade e movimentos estereotipados dos membros superiores, o
que segundo a sua educadora de infância são reveladores de grande agrado. Posto isto,
354
Mestrado em Educação Especial
pensamos que, de um modo geral, a criança recebeu bem a proposta apresentada e que se
motivou bastante para a utilização do computador e do software, já que, mesmo depois de
termos desligado o computador, ainda o D se encontrava a tentar nomear a Mimocas.
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Sessões 42, 43, 44 e 45: Durante todo o ano letivo – Jogos educativos originais
a) Descrição:
Com esta atividade pretende-se que o aluno tome conhecimento sobre as notas musicais,
aprendizagem que, mais tarde, poderá ser útil para o seu desenvolvimento. O jogo é constituído
por peças feitas em cartão revestidas por cartolina preta e, por fim, colado o papel branco com
as notas. De seguida, existe um cartão A4 com um caminho musical onde o aluno tem que
colocar as respetivas peças no lugar indicado que irá dar uma mini- melodia.
Esta atividade consiste em que o aluno aprenda notas musicais e desenvolva a capacidade de
identificar a nota que lhe é solicitada. Assim, a partir de um caminho musical, a criança tem a
informação sobre a nota que tem que colocar através de um código onde só diz uma das notas e
o aluno tem que estar concentrado para poder desvendar qual a peça que deve ser colocada. No
final, o aluno dirige-se a um computador com as notas musicais e toca -as, ouvindo a melodia
que construiu.
Este jogo pode ser jogado de outra maneira, como o dominó tradicional. Se o aluno pretender
jogar desta maneira consegue melhorar o seu comportamento de partilha e socialização, pois
estas crianças têm dificuldade no âmbito da socialização. Distribuem-se sete peças para cada
jogador e inicia-se o jogo; cada jogador tem que colocar a peça com a nota musical
correspondente; e quem ficar sem peças é o vencedor.
b) Reflexão/Avaliação:
Uma das reações do aluno D foi de grande entusiasmo, pois tratava-se de um novo jogo com
uma matéria desconhecida. O aluno mostrou atenção à explicação da atividade, conseguindo
atingir todos os objetivos pretendidos e realizá-lo com a ajuda de um adulto.
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Mestrado em Educação Especial
Objetivo Geral:
- Expressar-se oralmente com clareza e cumprir regras de comunicação oral;
- Desenvolver a capacidade de ler e interpretar instruções, com o fim de resolver problemas em
contextos variados relacionados com o seu quotidiano;
- Compreender e cumprir as instruções orais;
- Conhecer a noção de espaço e forma;
- Desenvolver a noção dos limites dos objetos;
Objetivos Específicos:
- Reconhecer as várias formas;
- Desenvolver a motricidade fina;
- Distinguir os vários tipos de botões;
- Compreender o que é solicitado no jogo;
a) Descrição:
Com esta atividade pretende-se que o aluno tome noção do espaço e forma dos objetos e consiga
compreender os limites. O jogo é constituído por um livro com dez folhas plastificadas com
várias figuras, nomeadamente, uma estrela, um triângulo e uma nuvem, além de outras imagens,
existindo um recipiente com vários botões, decorado com papel autocolante com o desenho de
botões.
A capa do livro foi elaborada com cartolina preta e com a colaboração do aluno onde escreveu
na capa, com recurso a modelo, “Jogo dos botões” com um giz branco e pintou desenhos de
botões à sua vontade. De seguida, os desenhos dos botões foram recortados e colocados na capa
e, por fim, plastificados uma vez que, no que concerne a estes meninos, convém que os
materiais sejam resistentes, na medida em que existe a tendência para rasgar e manobrar os
objetos. Por último, com uma mola, prenderam-se as folhas no livro. Os botões estão dentro
dum recipiente, sendo variados a nível de tamanho (pequenos, médios e grandes), de cores
(castanhos, verdes, brancos, com brilhantes) e também de formato (com dois buracos, com
quatro buracos).
Esta atividade pretende que o aluno desenvolva a capacidade de conhecer a noção de espaço e a
forma dos vários objetos e dos seus respetivos limites. Através do livro com várias formas, o
aluno tem que procurar os respetivos botões que são solicitados no cabeçalho e colocar nos
limites das formas. Com este exercício, o aluno melhora a sua motricidade fina, pois os botões
são objetos pequenos e difíceis de manusear.
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No recipiente dos botões, estão todos os botões à mistura e o aluno tem que distingui-los,
desenvolvendo, assim, a capacidade de distinguir os vários tipos de botões.
b) Reflexão/ Avaliação:
Uma das reações do aluno D foi de grande entusiasmo, pois era um novo jogo com uma
temática desconhecida. O aluno mostrou atenção à explicação da atividade e, durante a
realização da mesma, o aluno estava concentrado e calado, conseguindo atingir todos os
objetivos pretendidos e realizar a atividade com ajuda do adulto.
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Objetivo Geral:
- Expressar-se oralmente com clareza e cumprir regras de comunicação oral;
- Desenvolver a capacidade de ler e interpretar instruções, com o fim de resolver problemas em
contextos variados relacionados com o seu quotidiano;
- Compreender e cumprir as instruções orais;
- Reconhecer os sinais da rua;
- Desenvolver a noção de independência;
Objetivos Específicos:
- Reconhecer o significado dos vários sinais;
- Identificar as várias formas;
- Associar os sinais aos respetivos locais;
- Identificar o nome com a imagem correta.
a) Descrição:
Este jogo foi construído por o aluno D não identificar situações de perigo, como por exemplo, a
proximidade de carros.
Com esta atividade pretende-se que o aluno tome conhecimento sobre os sinais de trânsito que
se encontram na rua, pois assim o discente, quando estiver na rua, consegue reconhecer os sinais
e desenvolver a sua independência.
O jogo é constituído por vinte cartões, sendo treze deles sinais de informação, cinco sinais de
perigo e dois deles de proibição. A escolha dos sinais foi pensada nos que seriam mais úteis
para os meninos com este espectro na sua vida futura.
Os sinais foram desenhados no cartão e, de seguida, colocadas bolas feitas com papel crepe com
a ajuda do menino D no desenho. O cartão está dividido em duas partes, uma delas tem o sinal e
a outra tem o nome do respetivo sinal; para unir as duas partes do cartão criou-se um código de
puzzle.
Esta atividade consiste em que o aluno aprenda os significados dos sinais e consiga associar o
respetivo sinal com o nome; com a ajuda do puzzle, o aluno vai memorizar e, com o passar do
tempo, vai apreender os nomes do sinal, a sua forma e reconhecê-los nos respetivos locais.
b) Reflexão/ Avaliação:
Uma das reações do menino D em estudo foi de grande estranheza, pois não conhecia os sinais,
no entanto, assim que compreendeu o objetivo do jogo, conseguiu realizá-lo. A partir do
momento em que o aluno percebeu que era um puzzle ficou entusiasmado e estava interessado
em aprender os sinais e os respetivos nomes. O aluno conseguiu atingir todos os objetivos
pretendidos e realizar o jogo pela segunda vez sem a ajuda de um adulto.
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Objetivo Geral:
Conhecer as notas musicais;
Objetivos Específicos:
Melhorar o desempenho a nível de identificação da palavra;
Desenvolver o comportamento de partilha;
Resolver a capacidade de distinguir.
Descrição:
Esta atividade consiste em que o aluno aprenda notas musicais e desenvolva a
capacidade de identificar a nota que lhe é solicitada. Assim, a partir de um caminho
musical, a criança tem a informação sobre a nota que deve colocar através de um código
onde só diz uma das notas e o aluno tem que estar concentrado para poder desvendar
qual a peça que deve ser colocada.
No final, o aluno dirige-se a um computador com as notas musicais e toca-as, ouvindo a
melodia que construiu.
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Imagem 3 – Computador
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Mestrado em Educação Especial
Objetivo Geral:
Conhecer a noção de espaço e forma;
Desenvolver a noção dos limites dos objetos;
Objetivos Específicos:
Reconhecer as várias formas;
Desenvolver a motricidade fina;
Distinguir os vários tipos de botões;
Compreender o que é solicitado no jogo.
Descrição:
Esta atividade pretende que o aluno desenvolva a capacidade de conhecer a noção de
espaço e a forma dos vários objetos e dos seus respetivos limites. Através do livro com
várias formas, o aluno tem que procurar os respetivos botões que são solicitados no
cabeçalho e colocar nos limites das formas.
Com este exercício, o aluno melhora a sua motricidade fina, pois os botões são objetos
pequenos e difíceis de manusear.
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Imagem 8 – Botões
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Mestrado em Educação Especial
Objetivo Geral:
Reconhecer os sinais da rua;
Desenvolver a noção de independência;
Objetivos Específicos:
Reconhecer o significado dos vários sinais;
Identificar as várias formas;
Associar os sinais aos respetivos locais;
Identificar o nome com a imagem correta.
Descrição:
O jogo é constituído por vinte cartões, sendo treze deles sinais de informação, cinco
sinais de perigo e dois deles de proibição.
Esta atividade consiste em que o aluno aprenda os significados dos sinais e consiga
associar o respetivo sinal com o nome; com a ajuda do puzzle, o aluno vai memorizar e,
com o passar do tempo, vai apreender os nomes do sinal, a sua forma e reconhecê-los
nos respetivos locais.
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Mestrado em Educação Especial
Objetivo Geral:
Reconhecer as várias categorias e os seus elementos;
Desenvolver a capacidade de distinguir;
Objetivos Específicos:
Associar a categoria com os respetivos elementos;
Desenvolver a capacidade de associação;
Reconhecer as várias formas.
Descrição:
Com esta atividade pretende-se que o aluno tome conhecimento sobre várias categorias
e consiga associar os seus respectivos elementos.
A escolha das categorias foi ao encontro do que seria mais útil para o menino e/ou para
enriquecer os seus conhecimentos.
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Mestrado em Educação Especial
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