MAKONI, Sinfree MEINHOF, Ulrike. Linguística Aplicada Na África - Desconstruindo A Noção de 'Língua'
MAKONI, Sinfree MEINHOF, Ulrike. Linguística Aplicada Na África - Desconstruindo A Noção de 'Língua'
MAKONI, Sinfree MEINHOF, Ulrike. Linguística Aplicada Na África - Desconstruindo A Noção de 'Língua'
d h luluholla Fabrício
II h Ii funnycook
(In Moita Lopes
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Wlvlllll Rulagopalan
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f f » Mnknnl « Ulrike Meinhof
i U N«tion
t __ | C C avalcan ti
n b H»l*nri Rodrigues Rojo
E ditor : Marcos Marclonllo
C o n se l h o E dito r ial
Ana Stahl Zilles [Unisinos]
Carlos Alberto Faraco [UFPR]
Egon de Oliveira Rangel [PUCSP]
Gilvan Müller de Oliveira [UFSC, Ipol]
Henrique Monteagudo [Universidade de Santiago de Compostela]
Kanavillil Rajagopalan [Unicamp]
Marcos Bagno [UnB]
Maria Marta Pereira Scherre [UFRJ, UnB]
Rachel Gazolla de Andrade [PUC-SP]
Salmo Tannus Muchail [PUC-SP]
Stella Maris Bortoni-Ricardo [UnB]
ra
Por tinw linguística aplicada INtilsdplinar/ Branca Fabrfcio...
|ct al.]; organizador Lul; Paulo da Moita Lopes. - São Paulo:
Parjbola Editorial, 2006. -(Lingualgeml; 19)
Inclui bibliografia
(SBN 978-85-88456-49-5
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In t r o d u ç ã o
O
problema da África em relação às línguas, assim como o
problema do tribalismo, é uma questão de quantidade: seu
destino é sofrer por ter línguas e tribos demais. Em re
sumo, a África parece ser marcada por escassez ou por ex
cesso, mas nunca por uma medida justa ou apropriada. Neste capítulo,
focalizamos o chamado “problema da língua”, o qual, acredita-se, surge do
complexo multilingüismo africano, subscrito pelas tendências de confiar
totalmente nas descrições lingüísticas formais no planejamento lingüístico
(Fardon & Furniss, 1994: 1; Bloomaert, 1999: 179). Analisamos as pres
suposições sobre “língua” na África que encorajam essa perspectiva. Tendo
em vista o tamanho e a diversidade da África, essa é uma tarefa enorme que
consideramos necessária, já que qualquer análise tanto de uma região geo
gráfica como de estados-naçao individuais é insustentável do ponto de vista
sociolingüístico (Adebgbija, 1996; Samarin, 1996: 389).
191
o argumento de que a temia lingüfsiica na Áfrltil 4 mais uma teoria do
letramenfo do que da linguagem (Bmckmcier, Wang flí Olson, 20Ü2). An1
recentcmente, o “problema da língua” era explicado com base na existência
de línguas demais na África. Em termos do planejamento linguístico, a
solução proposta para "superar” a grande quantidade de “línguas” era deíen
der o uso de uma única língua “européia” como uma língua nacional porque
as políticas africanas baseavam-se na política de uma nação, uma “língua"
(Kashoki, 2003; Bamgbose, 1991).
192
Inevitavelmente emergem" (bmmllt, comunicação pessoal). Nesse sentido, as
descrições lingOísikiiK constituem uma forma de intervenção social. Represen
tações errôneas dessas realidades podem ter efeitos prejudiciais, mesmo se as
descrições forem Item intencionadas (Grace, no prelo). O desenvolvimento de
uma “variante-padrão" em línguas africanas, que era diferente demais de qual
quer variante realmente falada, ou de uma “variante-padrão” supersimplificada,
inibiu o desenvolvimento de textos literários e tornou o letramento mais
difícil do que era necessário (Irvine, 2001: 169). Tais repercussões que pre
judicavam o letramento e a escrita literária são as consequências materiais, que
surgem de pressuposições sobre a língua.
193
indexado por ele. Um traço lingiWsiicn é icAuleo *p for (ralado como xc
retratasse a essência dos grupos” (lrvine & Ciai, 2000: 38). Por exemplo, os
cliques têm um status icônico em relação aos falantes de línguas nguni,
muito embora os cliques sejam de origem khoisana1.
194
Iciramcnto não honvcww nenhuma ornlidudc nu África ou que houvesse menos
Mínlii" antes do colonittlÍNino, mus que o "retalhumemo" dessas formas orais em
línguas e alguns de* nossos modos atuais de pensar a língua na África são um
produto do letramenio c do colonialismo. Por exemplo, note-se a relação entre
cristianismo, Ictramento e língua, incluindo o inglês. As escolas que ensinavam
Inglês também ensinavam a ler, a escrever e o cristianismo; portanto, o engajamento
com um desses necessariamente conduzia ao engajamento com o outro, um
engajamento reforçado pelo status duplo de professores como pregadores.
195
regras, de psicólogos preocupados com o uso de símbolos para a realização
do significado, de sociólogos interessados nas implicações ideológicas das
estruturas de significados compartilhados (Brumíit, 2001).
O mapa da África com o qual começaríamos seria branco, cinza, ou negro — qualquer
um que melhor representasse uma “chapa limpa”. Um continente sem línguas. Sim,
um continente sem línguas. Certamente, os africanos usaram a linguagem em um
sentido linguístico para se comunicarem entre si...
196
havia ncnluima iilcniidiuic compartilhada. Identidades compartilhadas com
base cm línguas emergiram com a introdução da colonização c do cristianis
mo. A AlVica é singular nesse sentido? Pensando na Indonésia, Heryanto
(1995, 2005) indica que depois que o projeto europeu de invenção foi esta
belecido, outros impérios procuraram imitá-lo: os novos significados de bahasa
derivaram de uma ou mais línguas européias modernas. Pelo menos em duas
das línguas indonésias mais amplamente faladas e influentes (malaio e javanês),
não havia nenhuma palavra para “língua”, assim como não havia necessidade
dc articular tal idéia até o fim do século (Heryanto, 1995: 2005)- N a ver
dade, Heryanto argumenta que o indonésio bahasa foi introduzido em “co
munidades sem línguas”. Ao falar de “comunidades sem línguas”, o ponto que
queremos enfatizar não é que esses contextos envolvessem menos uso de lín
guas, mas que é necessário ver a língua por meio de um prisma diferente
(Makoni & Pennycook, 2005). Anteriormente ao nacionalismo, a Alemanha
e a Itália podiam ser descritas como “comunidades sem línguas”. Muito embora
o nacionalismo tenha desempenhado um papel na emergência das “línguas”
na Europa, na África o letramento, em vez do nacionalismo, desempenhou
um papel mais crucial na tarefa de trazer à tona a noção de línguas separadas.
As línguas (e não a língua) e as metalinguagens emergiram literalmente como
parte do projeto colonial cristão. O projeto de construção social das línguas
continua. Continua sob o disfarce do Summer Institute o f Linguistics: uma
organização cristã com recursos provenientes em sua maioria dos Estados
Unidos, cujos objetivos principais são reduzir as línguas à escrita e traduzir a
Bíblia para as línguas locais.
197
co europeu, tais corno a ele e.stado-naçíio, quando elas passaram a ser dcsn
creditadas na academia européia e nos Estados Unidos.
P r essu po sto 1:
A FUNÇÃO PRIMÁRIA DA LINGUAGEM É TRANSMITIR INFORMAÇÃO FACTUA1
198
metáfora tem conscqUêncla* «ibre nossas concepções de linguagem. Km vez
de defender a idéia de que as línguas nativas podem ser uma panacéia para
on problemas educacionais complexos da África, este capítulo comentará as
metáforas que suhjazrm à noção de língua nativa e examinará criticamente a
noção de “meio de instrução". () foco na metáfora de “meio” não é para negar
B existência de outras concepções mais humanísticas da linguagem, particu
larmente as que são moldadas pelo pensamento de Paulo Freire. O problema
é que concepções mais humanísticas da linguagem são comuns no campo
literário, mas raras nas discussões sobre planejamento lingüístico.
Isso não quer dizer que não haja nenhuma pesquisa sobre práticas edu
cacionais nas sociedades africanas, mas que a pesquisa sobre tais práticas na
África constitui pesquisa sobre educação ocidental em contextos não-ociden-
tais. A investigação sobre educação ocidental em contextos não-ocidentais
sujeita as práticas educacionais não-ocidentais a um tratamento análogo ao do
“orientalismo”, ao enquadrar tal tratamento como socialização (Reagan, 1996).
200
cristianismo dc usar palavra» cxíkiciuc * pura descrever conceitos cristãos, cm
ve/, dc optai por ncologismo*. O cristianismo também influenciou os con
ceitos "nativos” dc tempo quando introduziu a noção dc “salvação", orien
tada para o luturo. Antes do cristianismo, concepções nativas de tempo se
referiam ao passado e ao presente, não ao futuro (Renck, 1990: 137). Ao
Usar palavras velhas para expressar significados novos, o cristianismo garantia
que sua mensagem se espalhasse pela África (Sanneh, 2003).
Mas quão “autênticas” são essas línguas nativas? Ngalasso (1996) sugere
que os relatos de autenticidade dos intelectuais e políticos africanos não são
convincentes para as pessoas do campo, já que elas entendem que os propo
nentes de tal visão vivem muito melhor, ainda que de forma nada autêntica,
apropriando-se dos signos de autenticidade das vilas de onde são originários.
Além disso, o que as elites intelectuais africanas definem como autêntico, não
o é do ponto de vista dos pobres que vivem em áreas rurais. É importante
situar a autenticidade em discursos africanos mais amplos. Infelizmente, os
discursos de autenticidade com os quais as populações nativas estão alinhadas
foram apropriados por Mobuto Sese Seko — o ex-ditador do Zaire — como
autênticos nos anos 1970 (Crossman, 2004: 22) e, mais recentemente, por
Robert Mugabe em sua historiografia da “história patriótica” (Ranger, 2004).
P ressuposto 2:
As LÍNGUAS EXISTEM ONTOLOGICAMENTE
FORA DE UM EVENTO COMUNICATIVO
201
regras gramaticais são estabelecidas, são rcua nulas como se operassem ele
modo autônomo, iiulependcntemcntc de seus criadores,
O fato de serem feitas por pessoas era omitido e elas eram concebidas como
dadas, operando de acordo com as leis da ciência (Harries, 1995: 43). Por causa
de pressões para que a lingüística fosse vista como objetiva, a natureza social
mente situada de alguns de seus resultados foi minimizada. No contexto alri
cano, o conhecimento construído era subseqüentemente apresentado conm
conhecimento natural, e o conhecimento natural transformado em uma descri
ção oficial da língua em questão. A noção de uma gramática preexistente aos
eventos comunicativos também tem outras implicações sociolingüísticas em um
contexto africano, porque encoraja uma abordagem mais normativa da descrição
lingüística. Isso redefine o conhecimento especializado da linguagem como
capacidade de escrever regras gramaticais das assim chamadas línguas. Já que a
maioria dos analistas lingüísticos na África é de lingüistas profissionais europeus
ou americanos, que freqüentemente aprenderam as línguas africanas como se
gunda língua ou eram africanos educados no ocidente, os falantes nativos eram
preteridos como especialistas legítimos de suas “próprias” línguas por um pro
cesso de apropriação descritiva: um processo que revela a “natureza essencial
mente defensiva das codificações e formulações dos campos de estudo de línguas
e de políticas de línguas” (Fabian, 1986: 136).
P ressuposto 3:
A S LÍNGUAS COMPREENDIDAS COMO CONSTITUÍDAS
DE UNIDADES DISTINTAS E O UNGUACISMO DUPLO2
1 1.in g u acism o d u p lo se refere a u m a situ aç ão em q u e d o is falan tes n o m e sm o even to d e fala con versam
u sa n d o lín gu as d iferen tes. P or e x em p lo , u m p o d e estar u sa n d o sh o n a e n q u a n to o u tro usa zulu.
202
nnx consütnit,r>cs, 0.1 ccnuoii nAo um cIun mnis poderosos modos pelos quais
visões oficiais sobre a conutruçAo de "línguas” na África e outras categorias
tais como etnia c raça podem ser compiladas.
1. Baba, its been 6 long years. Tave nherera. Rest in peace. Vana venyu. (Papai, 6
longos anos se passaram. Agora somos órfãos. Descanse em paz. Seus filhos.)
2. I long for the time we spent together. The lord gives, the Lord will take away,
Udo rwangu haruperi rwakakura samakomo, rwadzama samadziva, rugosimba
kunge ruiu. Till wc meet again. (Sinto saudades dos tempos que passamos juntos.
O Senhor dá, o Senhor tira. Meu amor é infinito; é tão grande como uma
montanha, tio profundo como um rio, tio forte como a morte. Até quando nos
encontrarmos novamente.)
204
201
víduo sc situa cm uma localizarão social c gcugrálicu. Hstumo.s apresentando
um argumento de natureza diferente.
203
Algumas das fraqueza» pntoutluli dos censos são:
i) o censo lorncce informação sobre "a primeira língua de casa” c ne
nluim dado sobre outras línguas que os respondentes podem lalar
que não possa ser categorizada como a “primeira língua de casa";
ii) o censo exclui os diversos dialetos de línguas africanas, tais como o
sotho de Pretória, outros pidgins tais como fanakalo;
iii) o censo exclui outras línguas amplamentc faladas na África do Sul
por imigrantes de outros países africanos (shona, cewa, iorubá etc.).
A ideologia do censo, com sua ênfase nas línguas como unidades distin
tas, exagera a heterogeneidade lingüística da situação sociolingüística africa
na por que “as variedades das mesma(s) língua(s) recebem nomes diferentes
e são descritas como línguas diferentes” (Djite, 1988: 1).
205
liaiiáriox das línguas. ‘ IUI viafln nc torna possível sc nosso pensamento sobre
linguagem c línguas a ír liana» partir da experiência lingiiística completa «.Ia
pessoa, incluindo a habilidade de tradu/.ir de uma língua para outra.
P ressuposto 4:
As LÍNGUAS TÊM NOMES
207
a perspectiva interna dus IuIuiucm. Resolver esse problema é complicado por
que o estudo de uma "língua", por um lado, difere da busca por conheci
mento cm outras áreas, mmi ve/, que o objeto de estudo “língua’' não é dado
de antemão. l‘or outro lado, "os lingüistas correm o risco de desenvolver
utna compreensão parcial de uma situação linguística se abandonarem to
talmcntc percepções populares pelo fato de elas contradizerem dados cien
tíPicos” (Joseph, 2004: 160).
C o n c lu sã o
208
vêcm a língua na perspectiva de governos c estudos-nação a compreendem
diícrcnrcmente daqueles que tentam captar as experiências do usuário ao
verem a “língua” de baixo para cima ou ao adotarem perspectivas locais. As
descrições lingüísticas usadas pelos governos podem, para as práticas lingiiís
ticas locais, parecer insensíveis ou até coercitivas, enquanto as descrições
lingüísticas localmente detalhadas podem não parecer práticas em um.i
perspectiva governamental de estado-nação. O interesse na “língua” é im
portante em uma etnolingüística aplicada que considere seriamente os vários
modos como a linguagem é compreendida. Uma análise desses modos i*
necessária porque as descrições têm impacto nos usuários de uma língua.
Elas formam a base do pensamento sobre a linguagem que define as regras
de acesso social, tais como aquelas representadas em testes lingüísticos.
Mas já que somos quem somos, não podemos sair de nós mesmos completamente. O
que quer que façamos, permanecemos como subpartes do mundo com acesso limitado
à natureza verdadeira do resto do mundo e de nós mesmos. Não há como dizer quanto
da realidade está além do alcance da objetividade presente ou futura ou de qualquer
forma concebível de compreensão humana.
209
RWKRfiNCIAS
205
210
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