"Esta Noite Nós Somos Jovens" - Apreciação Musical em Suporte Multimídia e A Representação Da Juventude Abordadas No Ensino Médio
"Esta Noite Nós Somos Jovens" - Apreciação Musical em Suporte Multimídia e A Representação Da Juventude Abordadas No Ensino Médio
"Esta Noite Nós Somos Jovens" - Apreciação Musical em Suporte Multimídia e A Representação Da Juventude Abordadas No Ensino Médio
Resumo
Introdução
2 Desenvolvimento
2.1 Justificativa
Ao analisar a canção We Are Young (2012) como parte do gênero musical rock,
caracterizado de modo recorrente desde a década de 1960 como uma música jovem por
excelência, podemos encontrar “um sistema de orientações, expectativas, e convenções
que reúne a indústria, os performers, críticos e fãs, fazendo que identifiquem um
determinado tipo de música.” (LENA, 2012, p.13).
Longe de reduzir à apreciação do rock a uma análise formal mais tradicional,
de partituras ou trechos de fonogramas, empregamos um amálgama das assemelhadas
estratégias de Borthwick e Moy (2004), Holt (2007) e, especificamente no caso do rock,
Friedlander (2012, p.425-431), para ajudar na identificação de elementos característicos
da canção estudada. Seguem-se alguns tópicos que podem ser considerados na análise
da canção:
1
Give me a second, I need to get my story straight/ My friends are in the bathroom getting higher than
the empire state/ My lover she's waiting for me just across the bar/ My seat has been taken by some
sunglasses asking about a scar.
And I know I gave it to you months ago /I know you're trying to forget/ But between the drinks and subtle
things/The holes in my apologies/You know I'm trying hard to take it back/So if by the time the bar
closes/And you feel like falling down I'll carry you home.
Tonight, we are young/ So let's set the world on fire/We can burn brighter than the sun.
Now I know that I'm not all that you got/I guess that I, I just thought maybe we could find a ways to fall
apart/But our friends are back so let's raise a cup/Cause I found someone to carry me home/Carry me
home tonight, just carry me home tonight/The moon is on my side I have no reason to run/So will
someone come and carry me home tonight/The angels never arrived/But I can hear the choir so will
someone come and carry me home. (Letra da canção, extraída pelo autor da pesquisa).
Estes são alguns dos elementos que podem ser extraídos da análise da canção.
Seguem-se os apontamentos sobre o videoclipe, concebido em associação à obra
musical.
2
Aplicativos informatizados que acessam automaticamente - e de modo fraudulento - sites e redes
sociais, aumentando o número de visualizações de páginas ou qualquer tipo de postagem, aumentando sua
pretensa popularidade.
Por não se tratar de uma pesquisa cujo objetivo seria somente o levantamento
de dados sobre as preferências musicais dos sujeitos ou a revisão bibliográfica sobre a
atividade de apreciação musical dos adolescentes e jovens, os rumos estabelecidos
demandaram uma intervenção prática do pesquisador. Para esta finalidade, a
metodologia da pesquisa-ação apresentou-se como mais adequada.
Sua utilização, conforme prefigurada por Thiollent (2005) e Barbier (2007)
pode ser descrita como útil para a educação musical por permitir que os resultados
Gráfico 1: Questão proposta aos alunos: você já escutou esta gravação em alguma
outra oportunidade (pelo rádio, internet, televisão)?
Entretanto, esta “audição inflacionada” (ECO, 2004, p. 317) por meio das
mídias não correspondeu, necessariamente, a uma compreensão aprofundada da obra:
Dos 57% dos alunos que reconheceram o gênero musical imediatamente após a
primeira exibição em sala de aula, todos mencionaram o especificamente o rock,
provavelmente por se ancorarem no padrão rítmico e na execução vocal, citados pela
maioria como o elemento mais facilmente identificável deste gênero:
Isso demonstra que, nesta etapa inicial dos trabalhos de educação musical no
ensino médio nas referidas classes, praticamente a totalidade dos alunos se encontrava
no estágio elementar de habilidades e conhecimentos musicais quanto à apreciação,
denominado “sensorial” (SWANWICK, 2014, p.194), pois os alunos identificaram
apenas:
Se, por um lado, a escuta cria “esquemas para a compreensão dos gêneros
musicais e estruturas, inclusive quando estamos apenas a ouvir passivamente, não
tentando analisar a música” (LEVITIN, 2013, p. 254), a proposta de Swanwick (2014)
nos auxilia a reconhecer na verbalização e na intencionalidade dos discursos dos alunos
os valores fundamentais de sua apreciação musical, servindo como elemento norteador
para o planejamento de ações docentes futuras, trazidas à tona a partir desta pesquisa-
ação.
Quanto ao uso das imagens, os alunos sujeitos desta pesquisa tiveram a
oportunidade de analisar e comparar os textos fílmicos do videoclipe e, posteriormente,
de trechos de filmes como Clockwork Orange (2002). Ao mencionarem diferentes obras
no questionário, como filmes de luta ou de jovens desajustados, bem como clipes de
outras bandas, percebeu-se que a maior parte das associações eram às respostas
referencialistas, que evocavam uma impressão pessoal dos alunos, conforme as
respostas ao questionário aplicado. Outros perceberam com mais facilidade a relação
entre o texto fílmico e a canção:
Tais relações também são demonstradas pelas tags geradas pelas respostas dos
alunos ao questionário:
Figura 3: Tag cloud gerada pelas respostas dos alunos da primeira série
3 Considerações finais
Referências
AUMONT, J.; MARIE, M. A análise do filme. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2013.
BORTHWICK, S.; MOY, R. Popular music genres. New York: Routledge, 2004.
FRIEDLANDER, P. Rock and Roll: uma história social. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora
Record, 2012.
LENA, J.C. Banding together: how communities creates genres in popular music. New
Jersey: Princeton University Press, 2012.
PAULA e SILVA, J.M.A. Imaginário, cultura global e violência escolar. In: PAULA e
SILVA, J.M.A.; SALLES, L.M.F. (Org.). Jovens, violência e escola: um desafio
contemporâneo. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 27–44.
THÈBERGE, P. “Plugged in”: technology and popular music. In: FRITH, S.; STRAW,
W.; STREET, J. The Cambridge Companion to Pop and Rock. Edinburg: Cambridge
University Press, 2001. p.03-25.