"Esta Noite Nós Somos Jovens" - Apreciação Musical em Suporte Multimídia e A Representação Da Juventude Abordadas No Ensino Médio

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“ESTA NOITE NÓS SOMOS JOVENS” – APRECIAÇÃO MUSICAL EM

SUPORTE MULTIMÍDIA E A REPRESENTAÇÃO DA JUVENTUDE


ABORDADAS NO ENSINO MÉDIO
Paulo Roberto Prado Constantino – UNESP Marília / Centro Paula Souza

Resumo

Propõe-se a analisar a canção We Are Young da banda norte-americana „Fun.‟ em


paralelo com as atividades de apreciação musical no contexto contemporâneo e os
hábitos culturais do alunado jovem, recorrendo às temáticas tradicionalmente
exploradas pela Arte, como os excessos da juventude, o isolamento do indivíduo ou seu
desajuste à sociedade e à época em que vive. A perspectiva é que esta discussão se dê
no âmbito escolar com os alunos do Ensino Médio, promovendo a aproximação das
instituições escolares à diversidade de gêneros musicais e possibilidades de apreciação
existentes a partir das mídias disponíveis. A pesquisa-ação foi o percurso escolhido para
uma intervenção entre os 111 alunos de primeiras séries de ensino médio de uma escola
pública paulista. Os resultados produzidos foram analisados à luz das categorias
propostas por Swanwick (2014).
Palavras-chave: Apreciação musical, multimídias, ensino médio.

“ESTA NOITE NÓS SOMOS JOVENS” – APRECIAÇÃO MUSICAL EM


SUPORTE MULTIMÍDIA E A REPRESENTAÇÃO DA JUVENTUDE
ABORDADAS NO ENSINO MÉDIO

Introdução

“Advice for the young at heart: soon you‟ll be older…”


ORZABAL, Roland & HOLLAND, Nicky

O artigo propõe-se a analisar a canção We Are Young (2012) da banda norte-


americana Fun. em paralelo com as atividades de apreciação musical, perscrutando
sobre como o sucesso comercial da canção, com centenas de milhões de acessos por
streaming e downloads, apoia-se no ideário do comportamento jovem – comumente
caracterizado nas mídias pelo gosto pelos excessos, bebidas e violência – e recorrendo

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às temáticas tradicionalmente exploradas pela Arte, como o isolamento do indivíduo ou


seu desajuste à sociedade e a época em que vive. Analisamos a experiência musical em
sua associação com o videoclipe produzido pela referida banda, pois ambos possuem
elementos musicais e extramusicais que nos permitem conjeturar sobre o apelo que a
obra adquiriu junto ao público jovem.
A perspectiva é que esta discussão se dê no âmbito escolar com os alunos do
Ensino Médio, permitindo que tais conhecimentos sobre os gêneros musicais e sua
apreciação sejam sistematizados, promovendo a aproximação das instituições escolares,
locais permanentemente perpassados pela diversidade musical existente, com os hábitos
sociais e culturais de seus participantes, oferendo um contributo para o envolvimento
efetivo dos alunos.
Os eixos fundamentais desta abordagem seguem, para além dos recursos
musicais, um trabalho relacionado às diferentes temáticas sugeridas por Gonnet (2004,
p.55) para o estudo das mídias: o emprego das linguagens, desconstruindo os discursos
musicais e visuais; o uso das tecnologias, tentando compreender o funcionamento das
grandes tecnologias midiáticas, dessacralizando as ferramentas; as tipologias,
caracterizando os diferentes gêneros musicais trabalhados em salas de aula e as
representações possíveis, especialmente ligadas ao gênero musical rock; os públicos-
alvo destas manifestações e os produtores destas mídias.
Para fundamentar nossas considerações, exporemos resumidamente o percurso
de uma pesquisa-ação tal como foi desenvolvida entre os 111 alunos de turmas do
Ensino Médio de uma escola pública do Estado de São Paulo, durante os anos de 2014 e
início de 2015, assinalando o marco teórico sobre a apreciação musical ligada à
juventude, violência simbólica, elementos constitutivos dos gêneros musicais e do texto
fílmico na contemporaneidade, procurando expor as delimitações propostas pelos
autores e estabelecendo relações com a produção específica analisada, reduzindo o
poder dos estereótipos reducionistas “por meio de uma exploração vívida dos
procedimentos musicais” (SWANWICK, 2014, p. 134) e extramusicais.
Finalmente, “reconhecer, acolher e trabalhar com a diversidade no processo
pedagógico” (PENNA, 2008, p.79) foi o princípio norteador da presente pesquisa, que
vai de encontro à recente publicação das diretrizes nacionais para a operacionalização
do ensino de música na educação básica. (BRASIL/MEC, 2013, p.06).

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2 Desenvolvimento

2.1 Justificativa

A apreciação musical de um determinado gênero musical ou canção entre os


jovens, dentre um sem número de obras disponíveis,

são concebidas como inscritas em uma dimensão simbólica de


significados comuns a determinados grupos. Dimensão cultural
configurada por sensações, memórias e representações que são
singularizadas nas marcas identitárias. A ideia de cultura juvenil se
refere às identificações tecidas por um contingente etário no cerne de
diferentes contextos sociais. Se estas identificações são indissociáveis
da ideia de cultura, podemos pensar que a música se faz presente neste
conceito e se inscreve nos modos de habitar os diferentes espaços em
que se tem acesso e as maneiras de se relacionar com o tempo. Nesta
relação espaço-temporal, os desejos, a imaginação, a relação com os
adultos e entre pares, as sexualidades, a dimensão lúdica, a
corporeidade, a religiosidade, e a relação com as diferentes
instituições se fazem presentes. (VALE, 2010, p.109).

O ideal de uma “representação coletiva” (CHARTIER, 1990), configurada por


representações culturais e intelectuais múltiplas e que ajudam a conformar o sentido de
grupo, certamente precisa ser considerado na elaboração desta reflexão. Ao representar
coletivamente um público – o jovem – por meio de diferentes elementos constitutivos
daquilo que comumente o caracteriza, a canção We Are Young alcançou o status de hit
na música popular, com mais de 293 milhões de acessos em sites de streaming
(YOUTUBE, 2015) e downloads.
Daí advém à escolha da referida canção como elemento central da proposta que
se insere, também, em uma perspectiva mais ampla e multidisciplinar para todos os
alunos, ao mesmo tempo em que visa suscitar eventos únicos para cada indivíduo
(SWANWICK, 2014, p.197) presente na escola. Este estudo das mídias e sua relação
com a apreciação musical, para os jovens, também é dotado de importância por
entendermos que mediam dois aspectos importantes da vida juvenil: a busca de
identidade e a socialização. (SOUZA, 2009, p.09).
Os dados advindos de pesquisas como as empreendidas por Silva (2009)
apontam para a música consumida ou produzida por alunos jovens como um dado
importante na composição de elementos de socialização e de reforço de uma identidade
juvenil, ajudando a conferir identidade aos grupos. (SILVA, 2009, p.47). Entretanto, a

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“música, como outras formas de gosto, mudam e são incrementadas lentamente”.


(LENA, 2012, p.36).
A escola pode ser um instrumento para a construção de um gosto abrangente.
Considerando que os alunos respondem melhor às atividades onde encontram pontos de
engajamento, seja pela familiaridade com o repertório ou pelo reforço de uma sensação
de pertencimento, partimos de uma manifestação musical próxima dos alunos, pois:

o pop é um bom caso e tem sido o primeiro conjunto alternativo de


idiomas musicais a se tornar amplamente acessível à prática de sala de
aula dentro da estrutura da educação compulsória nas escolas [...]. As
razões para isso estão bem próximas de nós: [...] são penetrantes,
inevitáveis. (SWANWICK, 2014, p. 146).

Considerando que a curiosidade dos alunos poderia não ser despertada


simplesmente “ditando-se informações sobre a vida dos músicos ou da história social”
(SWANWICK, 2003, p. 67), permitimos aos alunos algum espaço para suas escolhas,
para uma tomada de decisão. Por este caminho, esperava-se que o aluno começasse “a
apropriar-se da música por si mesmo” (SWANWICK, 2003, p. 67), considerando que
esta postura depende de um comprometimento absolutamente pessoal.
A apreciação musical dentro da escola, mediada pelos suportes multimídia,
justifica-se pela transversalidade das mídias. Elas “tocam todos os assuntos, são, então,
particularmente interessantes em termos de conhecimentos. Além disso, elas induzem a
um interesse e a comportamentos que perturbam o quadro habitual” (GONNET, 2004,
p.87-88) de currículos rígidos e esquemas pedagógicos herméticos.
As multimídias são também um fator de integração escolar para Gonnet (2004).
Em suas considerações, sua abordagem seria:

[...] um pretexto positivo para resgatar a verdadeira dimensão da


escola, de atendimento ao aluno-sujeito, e assim superar o caráter
artificial de uma escola da qual se espera que aprenda cada vez mais,
que está à deriva de sentido e é pouco hábil para tratar seus excluídos.
(GONNET, 2004, p.87).

Justifica-se, portanto, a presente pesquisa como um dispositivo para que o


diálogo entre diversas manifestações artísticas, quando trabalhado em sala de aula,
possa promover a troca de experiências e a ampliação do universo cultural dos alunos.
(PENNA, 2008, p. 92).

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2.2 O gênero musical rock e a análise da canção

Compreender o tratamento dispensado aos gêneros musicais pode ser um


primeiro caminho para uma apreciação aprofundada. Eles agrupam-se por diferentes
aspectos ao considerarmos uma época específica, o produtor ou intérprete de uma
determinada gravação, passando por detalhes como a instrumentação escolhida, o
arranjo definido para a peça, o tratamento formal e as nuances de interpretação vocal ou
instrumental, com “os específicos usos, abusos, a adoção ou rejeição de variadas
tecnologias ou de um instrumental para definir um „som‟ particular, que contribuem
para a distinção entre gêneros da música popular”. (THÉBERGE, 2001, p. 04). O
conceito engloba não somente os recursos musicais isolados, mas também as qualidades
e implicações sociais associadas a estes processos, como “rituais de performance,
aparência e visual, os tipos de relações sociais e ideológicas e as conotações associadas
a eles e às suas relações de produção.” (BRACKETT, 2002, p.67).
Outros autores, como Lena (2012), propõem modelos de análise de gêneros
não a partir dos elementos musicais ou extramusicais, mas das comunidades onde são
produzidos, recorrendo a um sistema de eixos organizadores como “música de
vanguarda, música baseada na indústria do entretenimento, música tradicionalista –
identificada com a universidade” (LENA, 2012, p.19), entre outras categorias. No
presente texto, não seguiu-se esta direção.
Especificamente para tratar o gênero rock, correspondente à canção We Are
Young (2012), lembramos o guitarrista Pete Townshend (2013), da banda The Who, que
nos oferece um depoimento sobre suas primeiras performances no ano de 1964,
sintetizando em poucas linhas os excessos, a violência, o prazer e a paixão que
envolviam a execução e a apreciação musical do rock pelos jovens:

É extraordinário, mágico, surreal, assistir a todos eles dançando ao


som dos meus solos de guitarra [...], na plateia, meus colegas da
escola de arte estão empertigados entre os mods das zonas oeste e
norte de Londres, aquele exército de adolescentes em seus terninhos
justos que vinham montados em scooters maravilhosas, usavam
cabelo curto e bons sapatos e tomavam anfetaminas. [...] Tomo uma
decisão rápida – e em um louco frenesi arremesso a guitarra inúmeras
vezes ao teto. [...] Exibo triunfalmente a guitarra para a multidão. Eu
não a destruí: eu fiz uma escultura para eles. [...] Naquela noite me
deparei com algo mais poderoso do que as palavras. E em resposta,
recebi a saudação barulhenta da multidão. [...] Alguns encaravam a

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destruição como um artifício, mas eu sabia que o mundo estava


mudando, e uma mensagem estava sendo transmitida. O modo antigo,
convencional, de fazer música jamais seria o mesmo.
(TOWNSHEND, p. 09-10).

Ao analisar a canção We Are Young (2012) como parte do gênero musical rock,
caracterizado de modo recorrente desde a década de 1960 como uma música jovem por
excelência, podemos encontrar “um sistema de orientações, expectativas, e convenções
que reúne a indústria, os performers, críticos e fãs, fazendo que identifiquem um
determinado tipo de música.” (LENA, 2012, p.13).
Longe de reduzir à apreciação do rock a uma análise formal mais tradicional,
de partituras ou trechos de fonogramas, empregamos um amálgama das assemelhadas
estratégias de Borthwick e Moy (2004), Holt (2007) e, especificamente no caso do rock,
Friedlander (2012, p.425-431), para ajudar na identificação de elementos característicos
da canção estudada. Seguem-se alguns tópicos que podem ser considerados na análise
da canção:

a) A primeira parte da canção, iniciada com a estrofe [parte A], possui um


perfil melódico quase recitativo, com a melodia da canção mais presa em
um âmbito estreito e com muitas notas repetidas. Em contraste, o refrão
[B], curto e repetitivo, possui uma melodia principal de contorno muito
mais melódico e fluido, de fácil apreensão;
b) Identificação do padrão rítmico predominante, sobre o compasso
quaternário da canção, com especial atenção ao padrão rítmico presente na
introdução, cuja execução nos tambores possui grande semelhança com os
padrões rítmicos descritos no antigo livro de Arbeau (1967, p.24), portanto,
recorrentes na música de dança europeia datada do século XVI;
c) A sensação de contraste causada pela alteração súbita do andamento entre a
primeira estrofe [parte A] e o restante da canção, de 116 para 92 batidas por
minuto;
d) Emprego de sons altamente comprimidos e sintetizados, com pressão
sonora aumentada nos graves, que reforçam o espectro grave da canção;

Estes sons extremamente graves e comprimidos que são percebidos na


gravação são um indicativo do tipo de sonoridade que têm invadido as rádios e

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predominado nos gêneros como o rock, o funk e o hip-hop contemporâneos, o que se


justificaria,

[...] talvez pelo desejo de se manterem atuais, sensíveis a um padrão


de sensorialidade auditiva que se impõe demandando, de modo
contínuo e crescente, sons mais intensos. Os registros sonoros e
audiovisuais como os cds e dvds, bem como os shows de artistas de
MPB, apresentam um corpo de sons graves bem mais evidentes, como
nunca antes escutado. Isso pode ser atestado por qualquer produtor
musical com algum tempo de experiência profissional e que ainda
esteja atuando no mercado fonográfico. (PEREIRA e
CASTANHEIRA, 2011, p.139).

e) Identificação e descrição dos recursos vocais e instrumentais, texturas e


timbres dentro da análise estrutural da canção, seguindo o padrão A-B-A-
B-C-B, com repetições;
f) O estilo vocal da voz principal masculina – confiada ao cantor da banda,
das vozes de background e da voz feminina da parte C;
g) A letra e a mensagem presente na canção, que apresentam ao ouvinte a
estilização violenta de uma noitada de bebedeiras, amores em crise, solidão
e desajuste. O apelo à violência e aos excessos protagonizados por jovens
na letra e, posteriormente, no vídeo citados neste artigo1 ;

ocupa certo espaço na realidade e no imaginário das sociedades


modernas e mantém uma presença contínua e estável sob a forma da
chamada “delinquência juvenil”. De forma mais esporádica,
manifesta-se também em condutas de vandalismo, brigas e agressões
nos espaços de ócio, atos de violência no esporte e assédio nos centros
educacionais, agressões xenófobas e racistas, manifestações
ideológicas ou políticas, acompanhadas de atos de destruição, ameaças
ou agressões. Ocupa também um espaço no imaginário social, já que,
independentemente de sua importância, costuma ser supervalorizada e
em consequência produz certa preocupação social [...].
(VILLANUEVA, 2010, p.103).

1
Give me a second, I need to get my story straight/ My friends are in the bathroom getting higher than
the empire state/ My lover she's waiting for me just across the bar/ My seat has been taken by some
sunglasses asking about a scar.
And I know I gave it to you months ago /I know you're trying to forget/ But between the drinks and subtle
things/The holes in my apologies/You know I'm trying hard to take it back/So if by the time the bar
closes/And you feel like falling down I'll carry you home.
Tonight, we are young/ So let's set the world on fire/We can burn brighter than the sun.
Now I know that I'm not all that you got/I guess that I, I just thought maybe we could find a ways to fall
apart/But our friends are back so let's raise a cup/Cause I found someone to carry me home/Carry me
home tonight, just carry me home tonight/The moon is on my side I have no reason to run/So will
someone come and carry me home tonight/The angels never arrived/But I can hear the choir so will
someone come and carry me home. (Letra da canção, extraída pelo autor da pesquisa).

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h) Características da banda, sua atitude jovem, seu modo de se vestir, se


apresentar e se comportar dentro e fora dos palcos (FRIEDLANDER, 2012,
p.427);
i) Características políticas e da indústria cultural que envolvem a canção, com
referência ao prêmio Grammy de melhor canção do ano de 2013 e aos
perigos de se guiar a apreciação musical pelos números de views obtidos
nos canais de streaming e redes sociais – turbinados pelo uso cada vez mais
frequentes de bots2 ;

Estes são alguns dos elementos que podem ser extraídos da análise da canção.
Seguem-se os apontamentos sobre o videoclipe, concebido em associação à obra
musical.

2.3 Videoclipe da canção

Não é possível analisar a referida canção sem considerar o efeito da memória


do videoclipe sobre a audiência. Para esta atividade empregaram-se, junto aos alunos
participantes da pesquisa, os instrumentos para análise oriundos de Aumont e Marie
(2013), destinados a não apenas atenuar as dificuldades de apreensão e memorização
dos trechos fílmicos, mas também a “descrever determinadas características da imagem
e da banda sonora” (AUMONT e MARIE, 2013, p.46).
No presente caso, as imagens do clipe possuem uma função de envolvência
(VANOYE, 2008), contendo no texto fílmico as ideias representadas na letra da canção
– a juventude, a violência, os excessos e as relações amorosas – em um mesmo
invólucro, “dando aos espectadores a ilusão de uma percepção partilhada” (VANOYE,
2008, p. 182). Não obstante, esta percepção partilhada envolveria precisa e justamente
os jovens, no momento do compartilhamento da canção e do videoclipe nas redes
sociais e nas multimídias disponíveis, aumentando seu alcance.
Construído a partir de cenas de violência, retratando uma briga em um bar, o
videoclipe deve ser entendido não como uma exibição gratuita de socos e pontapés, mas

2
Aplicativos informatizados que acessam automaticamente - e de modo fraudulento - sites e redes
sociais, aumentando o número de visualizações de páginas ou qualquer tipo de postagem, aumentando sua
pretensa popularidade.

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circunscrito em um contexto onde estes “atos de violência cumprem uma função na


manutenção, na conquista e no reforço” (VILLANUEVA, 2010, p.114) da identidade
jovem:

Figura 1: Quatro quadros do videoclipe de We Are Young (YOUTUBE, 2012)


Filmado em um modo de câmera hiperlento, o vídeo emula o que seria o efeito
visual de um entorpecimento, possivelmente induzido por substâncias como álcool ou
drogas. Estes estados de consciência alterados foram explorados em amplo espectro:
com mais profundidade nas Artes, por autores do porte de Aldous Huxley (2002); nas
canções medievais dos goliardos, que mesclavam sexualidade, escárnio e bebedeiras
(GROUT; PALISCA, 2007, p.73); ou nos exemplos mais banais de sertanejo
universitário disponíveis nas rádios brasileiras (LIOTO, 2012). Reconhecidamente, o
tema disposto encontra apelo junto ao público jovem.
Quanto ao recurso técnico empregado, o uso deliberadamente prolongado desta
câmera hiperlenta provoca distorções na percepção do espectador,

[...] jogando com a velocidade do movimento representado, [com]


efeito imediato na sensação de duração. [...] A câmara lenta reforça
harmoniosamente as curvas de um movimento rápido, torna
perceptível e amplia os poderes da imagem. Não faltam exemplos:
transmissões desportivas, filmes de montagem histórica que passam
em câmara lenta os documentos de época, filmes de ação. [...] Por
último, o paradoxo aparente da paragem da imagem, que, ao
suspender o movimento, prolonga e intensifica sua duração,
envolvendo-a então com uma aura temporal e afetiva. (GARDIES,
2008, p.34).

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Se as imagens resultantes desta câmera lenta são dotadas de beleza plástica, o


que poderia contribuir para uma glamourização da violência, tal como apontado pelos
críticos em obras de cinema ou televisão como The Sopranos de David Chase
(MARTIN, 2014), nos dois primeiros Godfather de Francis Ford Coppola, ou no
Clockwork Orange de Stanley Kubrick – este último censurado ou definitivamente
proibido à época em diferentes países – o próprio Kubrick não considerava horrível esta
violência exibida de modo estilizado em seu filme (CIMENT, 2013, p.116), tomando
por equivocados os que pensavam que ela contribuiria na disseminação de mais
violência.

Figura 2: Quadro do filme Clockwork Orange (2002)


Desta feita, considera-se que as experiências da música e do videoclipe são
impactantes e funcionam nas funções de envolvência (VANOYE, 2008) e, quando
articuladas uma a outra; de representação social dos jovens, ligada aos aspectos
identitários e imaginários da constituição da juventude, conforme revelado pela dupla
apreciação da música e do vídeo junto aos alunos do ensino médio, durante a realização
desta pesquisa.

2.4 Pesquisa-ação junto aos alunos de Ensino Médio

Por não se tratar de uma pesquisa cujo objetivo seria somente o levantamento
de dados sobre as preferências musicais dos sujeitos ou a revisão bibliográfica sobre a
atividade de apreciação musical dos adolescentes e jovens, os rumos estabelecidos
demandaram uma intervenção prática do pesquisador. Para esta finalidade, a
metodologia da pesquisa-ação apresentou-se como mais adequada.
Sua utilização, conforme prefigurada por Thiollent (2005) e Barbier (2007)
pode ser descrita como útil para a educação musical por permitir que os resultados

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sistematizados da pesquisa sirvam para a produção de práticas que possibilitem um


“estreitamento entre o pensar musical e o fazer musical, tendo em vista que os
resultados empíricos devem servir de fundamentação para os resultados teóricos da
pesquisa.” (BASTIAN, 2000, p. 83).
Esta modalidade de pesquisa-ação baseada no estudo da música e das mídias
pode ser:

uma ocasião extraordinária (no sentido esquecido da palavra) para


desenvolver uma pedagogia de troca, pois o papel do mestre
permanece sempre incansavelmente aquele de colocar os
conhecimentos em perspectiva, contextualizá-los. [...] Permite
questionamentos, individuais e em grupo, que contribuem para
construir positivamente as identidades, ela favorece as descobertas
incentivando o respeito. Sobretudo, ela adquire uma dimensão
insubstituível: ela responde a expectativas. (GONNET, 2004, p.90).

A pesquisa-ação ocorreu com 111 alunos de Ensino Médio, em três classes de


primeira série na Escola Técnica Estadual Pedro D‟Arcádia Neto, uma instituição
pública na cidade de Assis – SP. O espaço reservado para os encontros foi a própria
sala de aula destas séries, que contavam com um ambiente adequado para as atividades
de apreciação musical, dispondo de acomodação para todos os alunos, com aparelhagem
de som de boa qualidade, computador e projetor multimídia.
Consideramos que a proposta poderia ser desenvolvida com a primeira série do
Ensino Médio, pois trata-se do momento onde acessam esta etapa da escolaridade básica
e estão, do ponto de vista das primeiras iniciativas do professor, sendo requisitados em
atividades de avaliação com uma perspectiva diagnóstica.
Aproveitando o momento da sondagem necessariamente realizado nas aulas de
Arte da primeira série do ensino médio da escola, desenvolveram-se as atividades de
apreciação e composição musical visando o conhecimento do gênero musical rock, da
canção We Are Young e de sua ligação com as mídias, empregando um pequeno
questionário semiestruturado para os alunos ao final da sondagem.
Esta reflexão sobre a música feita explicitamente e compartilhada através da
comunicação verbal, seria um elemento fundador do ensino de música, com seus
insights explícitos em sala de aula (SWANWICK, 2014, p.150). Nas primeiras
discussões realizadas em classe, percebemos que os alunos possuíam um envolvimento
intenso com a atividade de apreciação musical, pois a maioria relatou que costumava
praticá-la diariamente. A apresentação da situação foi realizada através de uma

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abordagem dos alunos, onde foram confrontados com as gravações e os filmes, e as


respostas dadas foram recolhidas pelo pesquisador. Além das respostas verbalizadas,
que não serão apresentadas neste momento, utilizou-se o questionário, onde os alunos
puderam relacionar informações sobre os gêneros que reconheciam, a gravação da
canção – que escutaram com e sem o videoclipe – e a familiaridade com o texto fílmico
apresentado.

2.5 Resultados obtidos na pesquisa

A perspectiva da avaliação diagnóstica das habilidades e conhecimentos


musicais, como parte da intervenção junto aos alunos, foi apoiada nos referenciais de
Swanwick (2014) ao avaliar as atividades de apreciação, especialmente por meio dos
questionários. Reuniu-se, a seguir, os dados das três classes por considerar que não
ocorreram diferenças significativas nas respostas oferecidas pelos alunos das primeiras
séries.
Em primeiro plano, vem a superexposição da canção nas mídias, o que foi
constatado pelo fato da maioria dos alunos já terem estabelecido contato anterior com a
canção:

Gráfico 1: Questão proposta aos alunos: você já escutou esta gravação em alguma
outra oportunidade (pelo rádio, internet, televisão)?

Entretanto, esta “audição inflacionada” (ECO, 2004, p. 317) por meio das
mídias não correspondeu, necessariamente, a uma compreensão aprofundada da obra:

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Gráfico 2: Questão proposta aos alunos: Você reconhece


esta banda ou cantor pela escuta desta gravação?

Ou, em um nível mais aprofundado, ao reconhecimento do gênero musical


desta canção:

Gráfico 3: Questão proposta aos alunos: Reconhece o gênero musical da gravação?

Dos 57% dos alunos que reconheceram o gênero musical imediatamente após a
primeira exibição em sala de aula, todos mencionaram o especificamente o rock,
provavelmente por se ancorarem no padrão rítmico e na execução vocal, citados pela
maioria como o elemento mais facilmente identificável deste gênero:

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Gráfico 4: Respostas dos alunos agrupadas por taxa de ocorrências, ao relacionarem os


elementos que identificaram prioritariamente durante a escuta.

Isso demonstra que, nesta etapa inicial dos trabalhos de educação musical no
ensino médio nas referidas classes, praticamente a totalidade dos alunos se encontrava
no estágio elementar de habilidades e conhecimentos musicais quanto à apreciação,
denominado “sensorial” (SWANWICK, 2014, p.194), pois os alunos identificaram
apenas:

[...] diferenças claras de níveis de volume, divergências de altura


amplamente diferentes; mudanças óbvias de cor tonal e textura.
Nenhuma delas é tecnicamente analisada, e não há descrição de
caráter expressivo ou de relações estruturais. (SWANWICK, 2014,
p.194).

Este posicionamento no estágio sensorial, dentro dos critérios de apreciação de


Swanwick (2014), descreve a maioria dos comportamentos ou respostas observáveis na
escuta, se evidenciou também pelos depoimentos dos alunos:

“A música começa calma e ao longo muda o ritmo”;


“O modo como o cantor se expressa através da música, com uma certa
agressividade e poder vocal”;
“O clipe e a letra, pois como diz a letra: “essa noite nós somos
jovens”, e o clipe retrata bastante disso, eles se divertindo em uma
festa e agindo como jovens mesmo”;
“O começo [introdução] no qual a batida estava em evidência”;
“Amo essa música há anos. Ela representa muita coisa pra mim e
apesar da letra não ser tão agradável, o ritmo é maravilhoso”;
“O que mais me chamou a atenção foi o ritmo da música. Os
instrumentos são bem executados, assim como a voz”;
“As notas altas e a afinação do vocalista”;

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“O que mais me chamou atenção foi o ritmo contagiante”;


“A voz do vocalista da banda com a voz da mulher também gostei,
pois a voz dele é forte e a da mulher é doce e fica um contraste bom”;
“As batidas também fazem o público interagir, são bem atraentes, nos
prendem para ouvir a música”;
“O ritmo [...] em um momento está calmo e em um pequeno instante
passa a ser mais agitado”;
“O jeito que a música é tocada e cantada, é exclusividade da banda.
Confesso que as músicas deles me fazem pensar, como se eu tivesse
algo faltando dentro de mim, mas sem saber o que é”. (AUTOR,
respostas dos alunos transcritas dos questionários).

Se, por um lado, a escuta cria “esquemas para a compreensão dos gêneros
musicais e estruturas, inclusive quando estamos apenas a ouvir passivamente, não
tentando analisar a música” (LEVITIN, 2013, p. 254), a proposta de Swanwick (2014)
nos auxilia a reconhecer na verbalização e na intencionalidade dos discursos dos alunos
os valores fundamentais de sua apreciação musical, servindo como elemento norteador
para o planejamento de ações docentes futuras, trazidas à tona a partir desta pesquisa-
ação.
Quanto ao uso das imagens, os alunos sujeitos desta pesquisa tiveram a
oportunidade de analisar e comparar os textos fílmicos do videoclipe e, posteriormente,
de trechos de filmes como Clockwork Orange (2002). Ao mencionarem diferentes obras
no questionário, como filmes de luta ou de jovens desajustados, bem como clipes de
outras bandas, percebeu-se que a maior parte das associações eram às respostas
referencialistas, que evocavam uma impressão pessoal dos alunos, conforme as
respostas ao questionário aplicado. Outros perceberam com mais facilidade a relação
entre o texto fílmico e a canção:

“O vídeo tem uma associação com a ideia do que é ser jovem”;


“Há brigas e em vários filmes isso aparece”. Me lembrei de alguns
clipes que também são em câmera lenta”;
“Um pouco da minha vida”;
“O vídeo é criativo, o uso da câmera lenta é bem feito”;
“O fato de o clipe ser filmado em câmera lenta dá a impressão de que
quando você está entre amigos, num bar e curtindo cada segundo é
aproveitado”;
“[o clipe transmite] Esse rótulo que a sociedade apresenta para a
descrição de “jovem” sem responsabilidades, não pensam e nem tem
consciência das consequências de seus atos”;
“No clipe, há pessoas aparentemente fazendo o que elas querem, sem
se preocupar com nada, porque afinal “essa noite, eles são jovens”;
“Achei o vídeo criativo e sua composição atrai a atenção ao público,
além da letra da música inserida na cena”;

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“A música é super agitada e o clipe se passa em câmera lenta, é um


grande contraste”;
“Achei interessante por causa de ser em câmera lenta e as brigas; os
amores não correspondidos”. (AUTOR, respostas dos alunos
transcritas dos questionários).

Tais relações também são demonstradas pelas tags geradas pelas respostas dos
alunos ao questionário:

Figura 3: Tag cloud gerada pelas respostas dos alunos da primeira série

A função de envolvência (VANOYE, 2008) no vídeo é preponderante, pelas


respostas observadas, ligando-se aos aspectos identitários e imaginários da constituição
da juventude. Ao mesmo tempo, as respostas também apresentam a justificativa das
representações sociais e de identificação com os eixos temáticos presentes.
Todos os dados obtidos após a intervenção foram passados ao professor de
Artes regularmente responsável pelas turmas da escola estadual, por meio de uma
reunião técnica e de apresentação dos resultados, com a finalidade de subsidiar o
trabalho docente nesta e nas próximas séries do Ensino Médio.

3 Considerações finais

A obrigatoriedade do ensino de Música na escola, determinada pela Lei nº


11.769/2008 (BRASIL, 2008), ao mesmo tempo em que reconhece a importância do

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componente curricular para a formação integral dos estudantes, impõe às escolas de


educação básica novos desafios, como o de abordar a música e as mídias em paralelo,
nos curtos espaços e tempos disponíveis nos currículos de ensino médio.
Dentro da educação musical, o estudo dos gêneros musicais é um campo vasto,
motivo pelo qual não nos detivemos em uma discussão minuciosa de seus conceitos e
características pormenorizadas, devido ao fôlego deste artigo.
Neste aspecto, deve-se observar que os gêneros musicais, como o rock,
manifestam-se em certas situações sociais, de acordo com as esferas em que foram
produzidos, permitindo um intenso diálogo entre as vozes presentes, deste e de outros
tempos. Canções de bebedeira ou de amor, por exemplo, estão igualmente presentes no
cancioneiro medieval europeu e no sertanejo universitário brasileiro, mas são abordadas
de um modo específico no âmbito rocker.
Uma canção como We Are Young atualiza estas vozes, associando elementos
musicais e extramusicais que vão das seculares formas de dança renascentistas que nos
foram legadas aos sons altamente comprimidos e com ênfase nas frequências mais
graves, produzidos nos modernos estúdios de gravação, além das óbvias temáticas
presentes na letra da canção.
É possível que estes elementos, aliados a uma forte presença da repetição
musical e de pequenas seções contrastantes na peça, ajudem a explicar o sucesso da
canção. Entretanto, o suporte visual do videoclipe, fortemente estilizado por meio de
recursos como a câmera lenta, também precisa ser considerado. Este híbrido ajudaria a
compor um produto de forte apelo junto ao público jovem, que reconheceria na obra
certos elementos associados ao imaginário e a identidade juvenil, como os estados de
consciência alterados, o amor idealizado ou a possibilidade de redenção após uma noite
de excessos.
A escola brasileira deveria ter especial interesse em multiplicar estas
experiências valorizadoras da cultura musical e das mídias. O trabalho sobre as mídias,
“pela diversidade que ele suscita, permite relações menos cristalizadas” (GONNET,
2004, p.89) e um ponto de apoio útil ao professor ao lidar com a música midiatizada.
Entender os percursos midiáticos de uma obra também é um objetivo desejável
para o aluno de ensino médio. O âmbito da internet, que dadas às facilidades oferecidas
para o consumo de música por download e streaming, apresenta-se como o berço dos
sucessos vãos e da efemeridade, é também o mecanismo catalisador de uma gigantesca
comunidade que se reúne para apreciar um mesmo tipo de música. Debater estes

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mecanismos com os alunos pode auxiliá-los a ultrapassar a ideia de uma apreciação


musical calcada exclusivamente nos aspectos técnicos e na descrição de materiais
sonoros, para uma modalidade de escuta orientada para um sentido mais amplo do fazer
musical, que consideraria não somente os sons e os recursos musicais dispostos na
escuta imediata da obra, mas também fatores exteriores que influenciariam sua
produção e apreciação. Também ajudaria a dissipar uma possível ingenuidade dos
ouvintes quanto aos processos de produção, divulgação e fruição destes produtos,
inseridos na moderna indústria cultural. Neste percurso, o envolvimento dos alunos com
a escola certamente será ampliado e a instituição poderá oferecer contribuições valiosas
para o desenvolvimento e formação cultural dos discentes, o que é corroborado por
Paula e Silva (2010).
Como na intervenção realizada na escola pública, o esforço deste texto pode
ser recompensado pela perspectiva de que os jovens se envolvam de fato com as
atividades culturais e sociais empreendidas pela escola. O professor pode ser o
mediador sensível destas relações, a partir deste breviário.

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