Manual - Noções de Contabilidade
Manual - Noções de Contabilidade
Manual - Noções de Contabilidade
APOIO
Objetivos gerais.......................................................................................................................3
Objetivos Específicos..............................................................................................................3
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................7
2.2. Balanço...........................................................................................................................24
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................48
OBJETIVOS GERAIS
O curso tem como objetivo fundamental dotar os formando dos conhecimentos que lhes
permitam entender a Contabilidade enquanto sistema de informação, instrumento para a
tomada de decisões a nível interno e externo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.2. Balanço
DC – Diretrizes Contabilísticas
DF – Demonstrações Financeiras
A contabilidade deve assim, anotar e divulgar os factos patrimoniais que ocorrem ao longo da
vida das empresas e que afetam o seu património, dando informação através da preparação de
demonstrações financeiras aos principais utilizadores da informação financeira da empresa no
sentido de influenciar a sua tomada de decisão.
Já as contas, prevista no SNC, apresentam-se como a ponte que é estabelecida entre os factos
patrimoniais e as demonstrações financeiras utilizadas pelos stakeholders, na medida em que
estas possibilitam o tratamento e armazenamento das transações que afetam os ativos,
passivos e rendimentos e gastos das entidades.
O presente trabalho é iniciado com um capítulo destinado à apresentação dos objetivos gerais
e específicos do curso, sendo que posteriormente são apresentados os conteúdos
programáticos da unidade. Numa fase posterior do presente trabalho, foram analisados os
temas da contabilidade como sistema de informação, os principais conceitos de contabilidade
(SNC, Ativo, Passivo, Capitais Próprios, Rendimentos, Gastos, Balanço e Demonstração de
Resultados) e principais contas de balanço, demonstração de resultados e resultados. No
último capítulo foi efetuada uma breve conclusão dos temas abordados.
Para Jacobs (1974), a empresa é uma organização que atua simultaneamente como agente
económico em diversos mercados, estando estes divididos em:
Nos primeiros, a empresa está colocada do lado da procura, quer de fornecedores que vão
fornecer as matérias-primas necessárias ao processo de fabrico ou à prestação de serviços,
procura de equipamentos destinados a serem utilizados na fabricação/realização de serviços,
captação de recursos humanos para desenvolvimento do processo de fabricação/realização dos
serviços, e por fim, procura de terceiros que assegurem o financiamento da sua atividade.
Quanto ao último mercado, a empresa é parte integrante da oferta e terá de ser capaz de
colocar os seus produtos ou serviços no mercado de forma que seja possível manter o seu
negócio.
Investidores Credores
Recursos
Atividade
humanos /
operacional
gestores
A produção de bens e serviços por parte da empresa tem por objetivo a satisfação das
necessidades e criação de valor juntos dos principais interessados (stakeholders) na empresa,
entenda-se estes como interessados nos resultados da atividade empresarial, mas também
interessados pela forma como o negócio é desenvolvido: os acionistas/sócios pelos resultados
financeiros, enquanto retorno do investimento inicialmente realizado; os colaboradores pela
situação pela situação retributiva e bem-estar profissional; os clientes pela qualidade dos
produtos/serviços adquiridos; os credores (fornecedores, bancos, etc.) pelo cumprimento das
obrigações assumidas; o Estado pelos níveis de tributação que lhe são devidos e a comunidade
em geral pelo impacto económico e social.
O conceito de contabilidade têm registado significativos avanços nos últimos anos, passando
de uma atividade de mero registo de transações para uma função mais complexa como é a de
A contabilidade é assim, uma ciência que apresenta uma linguagem e simbologia própria, o
que permite a identificação de conceitos muito particulares, como seja o caso de débito,
crédito, balanço, ativo, passivo, etc. Esta serve de suporte a várias e distintas atividades, de
entre as quais se destacam o relato financeiro; a determinação dos custos dos produtos e dos
serviços; os sistemas de informação de gestão; a determinação dos impostos a pagar; o
sistema de gestão ambiental e de qualidade; a auditoria; as contas públicas nacionais e a
preparação de orçamentos, quer de empresas, quer de países.
Para Frei Luca Pacioli que viveu entre 1445 e 1517, considerado um dos incontornáveis da
contabilidade pelo seu contributo na divulgação do método digráfico ou das partidas
dobradas, a contabilidade tem como maior objetivo fornecer ao dono da empresa sem demora
alguma a informação sobre os seus bens (ativos) e as suas dívidas (passivo), conforme foi
citado por Silva (1948).
Face à ausência de especialistas neste tipo de empresas que sejam capazes interpretar a
linguagem específica da contabilidade, capazes de apresentar sob a forma de rácios, gráficos e
tabelas a informação contida nas DF e apoiem nas decisões estratégicas e operacionais, exige-
se que o contabilista certificado das PME seja multidisciplinar, isto é, que tenha
conhecimentos em diferentes áreas importantes na vida das empresas, como seja a fiscalidade,
a análise financeira, o direito do trabalho, o direito societário, a matemática, os recursos
humanos, a gestão, a analítica, etc.
Capacidade de Capacidade
Relações pessoais
comunicação intelectual
Conhecimentos em
organização e
Cultura geral métodos,
contabilidade,
finanças e auditoria
A entrada em vigor do SNC para a generalidade das empresas portuguesas ocorreu a partir do
período de 2010, no entanto este sistema normativo contabilístico foi já sujeito a alterações
em 2015 e com efeitos práticos a partir do período de 2016, em resultado da aprovação do
Decreto-lei 98/2015 de 2 junho.
Baseado em princípios e não tanto em regras explícitas, o SNC é um modelo que atende às
diferentes necessidades de relato financeiro, dado o tecido empresarial a que irá ser aplicado,
assim apresenta os seguintes objetivos:
Estrutura conceptual
A estrutura conceptual do SNC, pode ser vista como uma espécie de “Constituição da
República”, sendo um documento autónomo que trata:
Sempre que o SNC seja omisso nas suas normas face a determinados casos particulares deve-
se aplicar supletivamente as IAS/IFRS.
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Figura 4 - Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro
Os modelos das DF são publicados por Portaria do Ministro das Finanças, sendo compostos
por:
d) Balanço;
e) Demonstração dos resultados por naturezas (ou por funções);
f) Demonstração das alterações no capital próprio;
g) Demonstração de fluxos de caixa (método direto);
h) Anexo (divulgação das bases de preparação e políticas contabilísticas adotadas e
divulgações exigidas pelas NCRF).
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As entidades classificadas como de pequenas e microentidades poderão apresentar modelos
simplificados de DF, ficando igualmente dispensadas de apresentar algumas das peças que
compõem as DF, como se poderá verificar mais à frente.
As caraterísticas qualitativas são atributos que tornam a informação proporcionada nas DF útil
aos utentes:
Para que as DF possam cumprir os seus objetivos, devem ser preparadas recorrendo a alguns
pressupostos, como seja o princípio da continuidade, regime do acréscimo (periodização
económica), consistência, compensação e comparabilidade:
É obrigatória a adoção das NCRF nas entidades que não façam parte de grupos económicos e
que à data do balanço (regra geral é 31 de dezembro), tenham ultrapassado dois dos três dos
seguintes limites durante dois períodos consecutivos:
A aplicação da NCRF-PE é facultativa nas entidades que, à data de balanço não tenham
ultrapassado dois dos três dos seguintes limites durante dois períodos consecutivos:
Relativamente à aplicação da NC-ME, esta deve ser aplicada às entidades consideradas com
tal. Assim são consideradas microentidades aquelas que à data de balanço, não tenham
ultrapassado dois dos três dos seguintes limites durante dois períodos consecutivos:
O património de qualquer entidade não se mantém estático ao longo do tempo. Pelo contrário,
está sujeito a uma contínua transformação – a dinâmica da atividade empresarial, apela e
justifica tal transformação. As operações que levam à referida transformação do património
podem ser voluntárias ou involuntárias, sendo que as primeiras decorrem do ciclo normal da
atividade desenvolvida pela empresa (compras, pagamentos, recebimentos) e as segundas
dizem respeito a acontecimentos extraordinários como seja um incendio, um roubo, quebras
etc. As referidas operações patrimoniais que afetam o valor do património encontram-se
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vertidas nas DF da empresa, principalmente no balanço e na demonstração de resultados
conforme será analiso mais à frente.
2.2. BALANÇO
O balanço é a comparação entre o ativo e o passivo para que seja conhecido o valor e natureza
do capital próprio. O balanço é a expressão da relação existente entre o ativo, o passivo e a
situação líquida (capital próprio).
Tendo por base a definição de balanço mencionada no parágrafo anterior, este evidencia a
situação patrimonial de qualquer empresa, que obedece sempre à seguinte fórmula:
Dando sequência à temática das componentes do balanço, pode adiantar-se a noção de ativo
que está referência no SNC, onde refere que é um recurso controlado pela empresa/entidade
como resultado de acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para
empresa/entidade benefícios económicos futuros. Relativamente ao conceito de passivo, o
SNC refere que este é uma obrigação presente da empresa/entidade proveniente de
acontecimentos passados, da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da
empresa/entidade incorporando benefícios económicos.
Assim, o capital próprio respeita ao que resta do ativo, depois de deduzido todo o passivo.
Desta forma, representa o “interesse residual” dos titulares da entidade nos seus ativos.
No que se refere à ordenação das rúbricas de balanço, temos que o ativo (primeiro membro) é
ordenado por ordem crescente de liquidez, sendo o expoente máximo de liquidez o dinheiro
propriamente dito. Para o 2.º membro, os valores do passivo são ordenados pelo critério da
exigibilidade (crescente), já o capital próprio, pela formação histórica dos respetivos valores.
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Face ao exposto, o balanço constitui uma fotografia da situação patrimonial da
empresa/entidade num determinado momento. As mutações motivadas pelo exercício da
atividade da empresa/entidade (ganhos patrimoniais deduzidos de perdas patrimoniais = lucro
ou prejuízo), modificam o valor do capital próprio no início de cada ano.
Usualmente, o balanço é elaborado com uma certa periodicidade, em geral um ano. Apesar do
património estar em constante mutação, o balanço dá-nos a conhecer os valores na data da sua
elaboração, logo para percebermos a evolução patrimonial de um ano para outro devemos
comparar os balanços dos períodos em análise.
Para que um ativo seja considerado corrente é necessário que satisfaça qualquer um dos
seguintes requisitos:
Todos os outros ativos devem ser classificados como não correntes, sendo que a expressão
“não corrente” aplica-se na ativos tangíveis, intangíveis e financeiros cujo a natureza seja de
longo prazo (superior a 12 meses), ou seja fora do ciclo operacional.
A definição de rendimentos engloba quer réditos quer ganhos, ao passo que os réditos provêm
do decurso das atividades correntes de uma entidade (exemplo: vendas, honorários, juros e
dividendos), os ganhos representam outros itens que satisfazem a definição de rendimento,
uma vez que representam aumentos de benefícios económicos mas não decorrem do
desenvolvimento normal da atividade da empresa (exemplo: alienação de ativos não
correntes).
Já a definição de gastos engloba perdas assim como aqueles gastos que resultam do decurso
das atividades correntes da entidade. Os gastos que resultam das atividades correntes da
entidade incluem, por exemplo o custo das vendas, os salários e as depreciações de ativos tais
como dinheiro e seus equivalentes, inventários e ativos fixos tangíveis.
As perdas resultam de outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem ou não surgir
no decurso das atividades correntes da entidade. As perdas representam diminuições em
benefícios económicos e como tal não são na sua natureza diferentes de outros gastos
(exemplo: incêndios, inundações, alienação de ativos fixo tangíveis com prejuízo, etc.).
Porém num sentido mais prático a conta aparece associada a uma série de anotações ou
registos referentes a um dado objeto, ordenadamente dispostas num quadro. Portanto, na
primeira definição atende-se às caraterísticas dos elementos que engloba, enquanto que na
segunda definição considera-se o aspeto dinâmico ou evolutivo desses elementos, ou seja, o
conjunto dos registos das suas variações.
As contas são usadas para acumular as unidades monetárias referentes a transações e outros
acontecimentos similares e para atuarem como unidades básicas de armazenamento e de
dados contabilísticos.
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Numa conta à que considerar:
O valor
O título é a expressão por que se designa a conta, devendo ser escolhido de tal forma que
revele imediatamente a natureza dos elementos que a compõe. Por sua vez, o valor representa
a quantidade, expressa em unidades monetárias, contida na conta no momento em que se
analisa.
A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, que constitui o dispositivo prático para
acompanhar as suas variações quantitativas. No aspeto de gráfico a conta apresenta-se
normalmente na forma de um T. Sobre o traço horizontal indica-se o título da conta, podendo
distinguir-se um lado esquerdo e um lado direito.
O lado esquerdo é designado de débito e o lado direito de crédito. Assim, debitar uma conta
significa inscrever uma certa quantia no lado do débito (lado esquerdo), já creditar uma conta
é efetuar um registo no lado do crédito (lado direito).
A diferença entre o débito e o crédito duma conta, no momento considerado, chama-se saldo
dessa conta, sendo que este último pode ser:
Dentro destas grandes classes inserem-se outras de âmbito mais reduzido, cujos os elementos
patrimoniais foram agrupados em obediência a um determinado ponto de vista ou
caraterística. As contas podem, pois, ter um âmbito mais ou menos vasto, compreenderem
mais ou menos elementos patrimoniais, isto é, serem mais ou menos simples, ou mais ou
menos complexas.
Uma conta é tanto mais simples, quanto maior identidade entre os elementos que agrupa; e
tanto mais complexa quanto maior for a diversidades dos mesmos.
Contas simples são aquelas que agrupam elementos com caraterísticas muito específicas e
portanto não comportam maior divisão;
Contas complexas, coletiva ou gerais, são as contas que agrupam contas simples ou que nelas
se subdividem.
É claro que sendo a conta coletiva subdividida em contas divisionárias ou subcontas, é natural
que a extensão seja igual à soma das extensões das suas subcontas. Portanto, em qualquer
momento, o débito duma conta coletiva é igual à soma dos débitos das suas subcontas e o seu
crédito igual à soma dos créditos das mesmas.
O método digráfico ou das partidas dobradas, data do século XV, havendo quem afirme que o
frade franciscano Luca Pacioli, (autor de uma monumental enciclopédia matemática “Summa
de Arithmetica Proportioni et Proportionalita”, na qual inclui o “Tratactus de Computis et
Scripturis” – 1914, que foi a primeira obra impressa de doutrina de contabilística) foi o seu
inventor.
Segundo este método, todo o débito numa conta origina o crédito noutra ou noutras e vice-
versa, isto é, cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais contas, para que o
valor de cada débito (ou débitos) corresponda sempre um crédito (ou créditos) de igual valor.
Qualquer facto patrimonial determina a variação de duas ou mais contas, cuja igualdade das
somas dos débitos e dos créditos se pode constatar pela manutenção da igualdade, base da
equação fundamental da contabilidade vista anteriormente.
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Em síntese, podemos dizer que no sistema de partidas dobradas:
Tendo em conta os princípios das partidas dobradas analisados acima, podemos definir as
seguintes regras de movimentação das contas de balanço e demonstração de resultados,
considerando as definições dos seus principiais elementos.
Neste seguimento, os ativos são movimentados a débito pelos seus aumentos e a crédito pelas
suas diminuições, onde geralmente as suas contas apresentam saldo devedor. Já os passivos e
capitais próprios devem ser movimentados a crédito pelos seus aumentos e a débito pelas suas
reduções e o saldo final das suas contas é geralmente credor.
a) Data;
b) Titulo ou cabeçalho, que é a indicação da(s) conta(s) a debitar e da(s) conta(s) a
creditar; usualmente escreve-se em carateres mais destacados;
c) Descrição ou histórico, que consiste na explicação sucinta do facto patrimonial que dá
origem ao lançamento;
d) Importância ou montante ou valor, que é a expressão monetária correspondente às
variações provocadas nas contas.
Balanço
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos, que incluem quer o dinheiro e
depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor,
cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados.
14 – Instrumentos financeiros
Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam caixa
(conta 11) ou depósitos bancários que não incluam derivados (contas 12 e 13) que
sejam mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na
demonstração de resultados. Consequentemente, excluem-se desta conta os restantes
instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo, custo amortizado ou
método da equivalência patrimonial (classe 2 ou conta 41).
Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal,
Estado e outros entes públicos, financiadores, acionistas, bem como outras operações com
terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes específicas.
Incluem-se ainda nesta classe os diferimentos (para permitir o registo dos gastos e dos
rendimentos nos períodos a que respeitam) e as provisões.
21 — Clientes
Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço
fixado, a efetuar a terceiros. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas
para as respetivas subcontas da rubrica 211 — Clientes c/c.
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219, 229, 239, 269 e 279 — Perdas por imparidade acumuladas
22 — Fornecedores
Respeita às compras cujas faturas, recebidas ou não, estão por lançar nas subcontas da
conta 221 por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda
conferidas. Será debitada por crédito da conta 221, aquando da contabilização
definitiva da fatura.
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado) a
efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão transferidas para as
respetivas subcontas da conta 221.
1.ª fase — pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro
do mês a que respeitem: débito, das respetivas subcontas de 63 — Gastos com o
pessoal, por crédito de 231, pelas quantias líquidas apuradas no processamento e
normalmente das contas 24 — Estado e outros entes públicos (nas respetivas
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subcontas), 232 — Adiantamentos e 278 — Outros devedores e credores,
relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos efetuados
(parte do pessoal);
2.ª fase — pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal),
dentro do mês a que respeitem: débito da respectiva rubrica em 635 — Gastos com o
pessoal — Encargos sobre remunerações, por crédito das subcontas de 24 — Estado e
outros entes públicos a que respeitem as contribuições patronais;
Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes
públicos que tenham características de impostos e taxas.
Esta conta é debitada pelos pagamentos efetuados e pelas retenções na fonte a que
alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos. No fim do período será
calculada, com base na matéria coletável estimada, a quantia do respetivo imposto, a
qual se registará a crédito desta conta por débito de 8121 — Imposto estimado para o
período.
Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente
a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser subdividida de
acordo com a natureza dos rendimentos.
Regista os empréstimos por obrigações, sem prejuízo do referido na nota à conta 53.
Respeita às aquisições cujas faturas, recebidas ou não, estejam por lançar na conta
2711 — Fornecedores de investimentos — contas gerais por não terem chegado à
entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da
conta 2711, aquando da contabilização definitiva da fatura.
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, de
investimentos a efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão
transferidas para as respetivas contas na rubrica 2711 — Fornecedores de
investimentos — contas gerais.
Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser
reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa,
cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores.
São registados nesta conta os ativos por impostos diferidos que sejam reconhecidos
para as diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que
Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, ações, obrigações e outros títulos,
por contrapartida das respetivas contas de investimentos financeiros.
28 — Diferimentos
29 — Provisões
Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente
definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas
quanto ao seu valor ou data de ocorrência (vide NCRF 21 — Provisões, passivos
contingentes e ativos contingentes e NCRF 26 — Matérias ambientais). As suas
subcontas devem ser utilizadas diretamente pelos dispêndios para que foram
reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.
Esta classe inclui os inventários (existências): Detidos para venda no decurso da atividade
empresarial; No processo de produção para essa venda; Na forma de materiais consumíveis a
serem aplicados no processo de produção ou na prestação de serviços. Integra, também, os
ativos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da atividade agrícola, quer consumíveis
no decurso do ciclo normal da atividade, quer de produção ou regeneração. Os produtos
agrícolas colhidos são incluídos nas apropriadas contas de inventários. As quantias
escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria de mensuração se
estabelece na NCRF 18 — Inventários, pelo que serão corrigidas de quaisquer ajustamentos a
que haja lugar, e na NCRF 17 — Agricultura.
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387 — Ativos biológicos
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja
previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 221 — Fornecedores c/c.
Classe 4 — Investimentos
Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se destinem a
ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer sejam de
sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira. Compreende os investimentos
financeiros, as propriedades de investimento, os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis,
os investimentos em curso e os ativos não correntes detidos para venda. No caso de ser
utilizado o modelo de revalorização nos ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis, poderão
ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção e as revalorizações
(positivas ou negativas). Se a revalorização originar uma diminuição do valor do ativo essa
diminuição deve ser reconhecida em conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na
parte em que seja superior ao excedente de revalorização que porventura exista. Se originar
um aumento do valor do ativo esse aumento é creditado diretamente na conta apropriada do
capital próprio (58 — Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis).
Contudo esse aumento será reconhecido em resultados (subcontas da conta 762) até ao ponto
que compense um decréscimo de revalorização anteriormente registado em gastos.
41 — Investimentos financeiros
419, 429, 439, 449, 459 e 469 — Perdas por imparidade acumuladas
Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de
reconhecimento como investimento e que não se enquadrem na NCRF 17 —
Agricultura.
Esta conta destina-se a registar os ativos a que se refere a NCRF 8 — Ativos não
correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos
associados a ativos não correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e
apenas deverão ser identificados para efeitos de divulgação.
Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja
previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 2711 — Fornecedores de investimentos — contas gerais.
51 — Capital
A conta 521 — Valor nominal é debitada pelo valor nominal das ações ou quotas
próprias adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a conta 522 — Descontos e prémios é
movimentada pela diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal. Quando se
proceder à venda das ações ou quotas próprias, para além de se efetuar o respetivo
crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço de
venda e o valor nominal. Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por
contrapartida da conta 599 — Outras variações no capital próprio — Outras, de forma
a manter os descontos e prémios correspondentes às ações (quotas) próprias em
carteira.
Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações e
os lucros que lhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a
conta 56 — Resultados transitados.
Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis à
participante na variação dos capitais próprios das participadas, que não respeitem a
resultados.
Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos ativos fixos e vai sendo
debitada por contrapartida da conta 56 — Resultados transitados, em função da
realização da revalorização. Essa realização ocorre pela depreciação, abate ou venda
do bem. As diminuições de um ativo por revalorização serão debitadas na conta em
epígrafe até ao montante do saldo existente. A parcela da diminuição que ultrapasse o
saldo existente será considerada gasto do período (subconta apropriada da conta 65),
conforme NCRF 6 e 7. Se a revalorização do bem originar a reversão de uma perda
reconhecida em períodos anteriores, essa reversão será levada aos rendimentos do
período (subcontas da conta 762). Relativamente a reavaliações, após o registo na
conta 5811 do valor do aumento do imobilizado líquido, a conta 5812 será debitada
por contrapartida da conta 2742 — Passivos por impostos diferidos pelo montante do
imposto correspondente à fração do excedente de reavaliação não relevante para a
tributação. Aquando da realização do excedente de reavaliação, a subconta 5812 será
creditada pela correspondente fração do imposto sobre o rendimento, por contrapartida
da conta 56 — Resultados transitados. Simultaneamente, a conta 2742 — Passivos por
impostos diferidos será debitada por contrapartida da conta 241 — Imposto sobre o
rendimento. Para efeitos de apresentação em balanço, a quantia (saldo devedor) da
conta 5812 — Impostos diferidos, será abatida ao saldo da conta 5811 — Antes de
impostos.
Inclui os subsídios associados com ativos, que deverão ser transferidos, numa base
sistemática, para a conta 7883 — Imputação de subsídios para investimentos, à medida
que forem contabilizadas as depreciações/ amortizações do investimento a que
respeitem.
Demonstração de resultados
Classe 6 — Gastos
67 — Provisões do período
Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza
esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou
certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.
Classe 7 — Rendimentos
71 — Vendas
72 — Prestações de serviços
Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objetivos
ou finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso
de estes não serem faturados separadamente. A contabilização a efetuar deve basear-se
em faturação emitida ou em documentação externa (caso das comissões obtidas), não
deixando de registar os réditos relativamente aos quais não se tenham ainda recebido
os correspondentes comprovantes externos.
75 — Subsídios à exploração
Resultados
Classe 8 — Resultados
Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser utilizada para
auxiliar à determinação do resultado extensivo, tal como consta na Demonstração das
Alterações no Capital Próprio.
Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os
resultados corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 — Estado e
outros entes públicos — Imposto sobre o rendimento.
As empresas são um tipo de organização que têm como objetivo a obtenção do lucro, para o
efeito desenvolvem um conjunto de operações ou atividades com terceiros, como seja
acionistas/sócios, clientes, fornecedores, estado, bancos, pessoal e outros, como forma de
alcançar a realização do seu objeto social.
A contabilidade é assim, uma ciência aplicada que tem como objeto de estudo
o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspeto quantitativo quanto
no qualitativo, registrando os fatos e atos de natureza económico-financeira que o afetam e
estudando suas consequências na dinâmica financeira. Nas microentidades a contabilidade
deve assumir um papel de relevo através da figura do contabilista certificado, atendendo à
escassez de recursos que existe neste tipo de sociedades, deve assim o contabilista certificado
potenciar o sistema contabilístico para que seja possível retirar o máximo de informação em
prol do desenvolvimento ou manutenção deste tipo de entidades.
O recurso a contas, no âmbito do sistema contabilístico é essencial, uma vez que, trata-se de
uma forma organizada de acumular o efeito das transações em cada um dos itens das
demonstrações financeiras. Já a sua inexistência levaria à impossibilidade de tratar de forma
individual cada transação atendendo à multiplicidade de ocorrência destas últimas.
Entidade Certificada por: Cofinanciado por:
Rev. 00
01-03-2017
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