AULA 3 - Direito Tributario - Transcricao

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DIREITO TRIBUTÁRIO

PROFESSOR CHARLES GIACOMINI


AULA 3
MATERIAL ELABORADO POR DANIELLE APARECIDA FERREIRA
Parte 1 de 4

COMPETÊNCIA:
2) Contexto e características
2.1) Carta de Competências
A Constituição Federal desempenha o papel de uma típica carta de competências, distribuindo
autorização para os entes federais instituírem e arrecadarem tributos. Não há competência tributária fora
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da Constituição. Só existe as competências tributárias que a Constituição Federal outorga.

Ainda que exista uma vasta legislação extravagante instituindo e disciplinando dezenas de tributos,
com o advento de uma nova Constituição só valerá as competências previstas neste novo texto
constitucional, aquelas que não forem compatíveis com a previsão da Constituição simplesmente
desamparem por ausência de autorização constitucional.

A Constituição Federal não cria/institui tributos, ela autoriza a criação/instituição. A CF se


CPF: 131.606.877-32

encarregada de distribuir para os entes federados (União, Estados, DF e Municípios) as autorizações


necessárias para que eles, por meio de suas casas legislativas instituam concretamente os respectivos
tributos. Por exemplo, é o imposto sobre grandes fortunas. Tributo previsto na CF desde 1988, porém, o
Congresso Nacional por falta de força política suficiente simplesmente não exerceu essa competência que a
PINTO -- CPF:

CF lhe outorgou. Se a CF criasse tributos o IGF já existiria.


VARELLA PINTO

Como regra, a instituição de tributos se dará por meio de lei ordinária. A exceção consiste na
possibilidade de determinados tributo serem criados por meio de lei complementar. É o caso do IGF,
BOECHAT VARELLA

empréstimo compulsório, imposto residual e contribuições residuais, na forma dos artigos 153, VII, 148, 154,
I, 195, § 4º, CF, respectivamente.
GABRIELA BOECHAT

A CF é uma carta de competências em matéria tributária.

2.2) Taxativa
GABRIELA

As competências em matéria tributária são taxativas.

Somente existem as competências tributárias que a Constituição afirma nos artigos 145 a 149-A, CF.

O artigo 145, CF fala em impostos, taxas e contribuição de melhoria. O artigo 148 trata dos
empréstimos compulsórios, o artigo 149 das contribuições sociais, de intervenção do domínio econômico e
de interesse das categorias profissionais econômicas e o artigo 149-A, fruto de EC, cria a CIP ou COSIP.

As demais disposições previstas na Constituição Federal são apenas detalhamento desta ordem.

O artigo 153 a 156 se ocupam de detalhar esta competência prevista no artigo 145, I (impostos) em
relação a União, Estados, DF e Municípios.

O artigo 153 prevê os impostos da União.

O artigo 154 prevê a competência residuais e extraordinária.

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O artigo 155 trata dos impostos dos Estados e do DF e o artigo 156 dos impostos dos Municípios e do
DF.

Existem ainda outros detalhamentos espalhados em três pontos da CF, que consistem em:

I- O artigo 195 é um artigo que trata sobre Direito Tributário, embora esteja localizado no
capítulo que trata da ordem social. O artigo 195, § 4º prevê a competência residual para as contribuições
previdenciárias; o caput e seus incisos estabelecem as fontes da seguridade; o seu § 6º trata da noventena
e, por fim, o seu § 11 enumera outros critérios sobre Direito Tributário;

II- Dentro do capítulo que trata sobre a ordem econômico, o artigo 173, em seus parágrafos
é possível localizar notas de Direito Tributário; além do artigo 177, § 4º, que trata da CIDE combustível;

III- a Constituição Federal, em seu artigo 212, § 5º traz a previsão do salário educação,
também dentro da ordem social.
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A taxatividade não é afastada pelo fato de existirem competências residuais para a União. Somente
a União detém competência tributária residual.

A União, além dos seus sete impostos privativos (só a União pode instituir) e permanentes (estão no
texto constitucional, hábitos a arrecadação permanente), previstos no artigo 153 detém competência para
instituir o imposto residual e o imposto extraordinário (art. 154).

É verdade que por emenda constitucional é possível ter uma competência tributária nova, como
CPF: 131.606.877-32

aconteceu com a CIP, COSIP, artigo 149-A, que criou a contribuição de iluminação pública para os Municípios
e o DF. Portanto, é correto afirmar que o Poder Constituinte Reformador pode criar um tributo.

As competências previstas no artigo 145 (impostos, taxa e contribuição de melhoria) são distribuídas
PINTO -- CPF:

para todos os entes, mas as competências dos artigos 148 e 149 são destinadas apenas a União.
VARELLA PINTO

2.3) Competência para legislar sobre matéria tributária


A competência a ser estudada neste item está relacionada a organização política administrativa do
BOECHAT VARELLA

Estado. Significa identificar quais são as competências administrativas e legislativas distribuídas para os
diferentes entes da Federação.
GABRIELA BOECHAT

A competência para legislar sobre matéria tributária é genérica e concorrente (24, I da Constituição
Federal).
GABRIELA

Não confundir as competências para legislar sobre matérias tributárias com o rol taxativo de
competências tributárias dos artigos 145, 148, 149, 153, 154, 155, 156, 177, § 4º, 195, incisos e parágrafos e
212, § 5º, todos da CF.

2.4) Irrenunciável
A competência é irrenunciável. Nenhum dos entes federados pode renunciar a competência que a
Constituição Federal estabeleceu. Essa afirmação não tem previsão expressa em lei, mas consiste em uma
decorrência do sistema.
O mais próximo que se chegou de uma renúncia de competência foi o Congresso não ter legislado
sobre o IGF. Contudo, sabe-se que a qualquer momento o Congresso poderá instituí-lo, pois já existe
autorização da CF para tanto, razão pela qual não há que se falar e renúncia propriamente dita.

O CTN, em seu artigo 8º, prevê que o não exercício da competência tributária não a defere a pessoa
jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

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Ex.: O IPVA é tributo estadual, mas que pela regra de repartição de receitas (arts. 157, 158 e 159, CF),
reparte receita com Municípios onde os veículos são emplacados. Suponhamos que um determinado estado
não tenha instituído por lei o IPVA, deixando de arrecadar esse valor, que também é do interesse dos seus
Municípios. Pergunta-se: O Município capital desse estado pode então criar um tributo municipal, com o
mesmo fato gerador do IPVA? O Município não poderá instituir tal tributo, ainda que estabeleça que o valor
a ser arrecadado se refira tão somente a metade do que seria devido se instituído pelo Estado, pois referente
ao seu repasse do IPVA que seria arrecadado pelo Estado. Isso porque o Município não tem competência
para o IPVA e o não exercício por um ente não defere essa competência a outro ente por mais interessado
que ele seja na respectiva arrecadação.

Parte 2 de 4
Juiz de Direito TJRJ 2016: “A competência tributária está inserida no âmbito da
competência legislativa plena.” CERTO
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A questão está correta, não por força artigo 24, § 3º, CF, embora tanto o citado artigo, como a
questão façam menção a “competência legislativa plena”. A questão está correta com fundamento no artigo
6º, do CTN.

Extrai-se da expressão “competência legislativa plena”, prevista no artigo 6º do CTN que a outorga
de competência pela Constituição aos entes federados abrange os poderes necessários não apenas para
instituir o respectivo tributo, mas também para regulamentá-lo.
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Pergunta-se: A competência tributária é obrigatória ou facultativa?

Segundo o artigo 11 da LC 101/00, “constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão


fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
PINTO -- CPF:

da Federação.” Portanto, segundo tal dispositivo é dever dos entes federados instituir e arrecadarem
efetivamente todos os tributos da sua competência. Tendo em vista que os direitos sociais serão
VARELLA PINTO

disponibilizados a medida dos recursos disponíveis, logo, sem a incidência e cobrança de tributos os entes
não terão recursos suficientes para concretizarem os direitos da população.
BOECHAT VARELLA

O parágrafo único do artigo 11, ainda prevê que, “é vedada a realização de transferências voluntárias
para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.” Portanto, se um
GABRIELA BOECHAT

determinado ente da federação não arrecada todos os impostos que poderia ele não poderá receber
transferências voluntárias. Supõe-se que se ele não instituiu os impostos para os quais está autorizado, é
GABRIELA

sinal de que não está precisando de recursos.

É importante esclarecer, entretanto, que embora a União esteja em mora quanto a constituição do
IGF, ela não sofre na prática a consequência prevista no parágrafo único do artigo 11, pois não recebe
transferência de outros entes. Correto afirmar, portanto, que essa consequência só vale para Estados,
Município e DF.

2.5) Indelegável
A competência tributária, como uma autorização abstrata para a criação de tributos, é indelegável
por ter natureza política e por ter base constitucional.
Isso não pode ser confundido com o fato de existir repartição de receitas. O exercício do disposto
nos artigos 157, 158 e 159 não consiste em delegação de competência, mas sim naquilo que se denominou
“repartição de receitas”.

Não há exceção a indelegabilidade da competência tributária, mas há complicações.

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Cartório TJPE. FCC. 2013. “A competência tributária é indelegável em qualquer situação,
não podendo o ente renunciá-la ou transferi-la a outro ainda que por lei.” CERTA

FCC. PGE/RN/2014. “O IPVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito


Federal, mas pode ser instituído pelos Municípios na ausência de legislação estadual”.
INCORRETO.

Entes tributantes não se confunde com sujeito ativo da relação jurídico tributária. Na grande maioria
das vezes o ente competente e o sujeito ativo são a mesma criatura. Ex.: tanto o ente competente, como o
sujeito ativo do IPVA é o Estado. Contudo, existem casos que a capacidade tributária ativa (ou a sujeição
ativa) é delegada a uma outra pessoa jurídica de direito público que não é o ente competente.

Dito de outro modo, a competência tributária é indelegável, mas a capacidade tributária ativa pode
ser delegada.

CTN. Art. 7º. “A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
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arrecadar ou fiscalizar tributos (...) conferida por uma pessoa jurídica de direito público a
outra (...).”

Embora com uma redação um tanto quanto criticável pelo professor, o que o artigo 7º pretende dizer
é que o competência tributária é indelegável, sem nenhuma exceção. Contudo, o ente competente, no
exercício da sua competência, por razões outras que não nos cabe discutir neste momento, poderá atribuir
a outra pessoa de direito público as tarefas de fiscalização e arrecadação. Ex.: Anuidade dos conselhos de
classe. Consiste em competência da União (art. 149), mas é cobrada pelo conselho de classe, por delegação
CPF: 131.606.877-32

da União quanto a capacidade de arrecadação.

CTN. Art. 7º, § 1º. “A atribuição das funções de arrecadação e fiscalização] compreende as
garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que
a conferir.”
PINTO -- CPF:

Por força do § 1º supracitado a entidade delegatária das atribuições de fiscalização e arrecadação


VARELLA PINTO

recebe também as garantias e privilégios processuais quando da cobrança do tributo.


BOECHAT VARELLA

CTN. Art. 7º, § 3º. “Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.”
GABRIELA BOECHAT

O § 3º não está se referindo ao ente competente, tampouco ao sujeito ativo. Está se referindo ao
que a doutrina costuma denominar de “sujeito ativo auxiliar”. Ex.: arrecadação do ICMS pela concessionária
GABRIELA

de energia elétrica. O sujeito ativo auxiliar, diferente do sujeito ativo, que detém a atribuição de arrecadação
e fiscalização de algum tributo, não se apodera do recurso arrecadado.

Juiz Federal TRF5 Cespe: “A atribuição da competência tributária compreende as garantias


e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a
conferir.” ERRADO.

Para que o item estivesse correto a questão deveria afirmar que é a atribuição de fiscalizar e
arrecadar que compreende as garantias e os privilégios processuais da pessoa jurídica de direito público que
a conferir e não a competência tributária.

Frisa-se que o ente competente é aquele que está na Constituição, o sujeito ativo por sua vez, é
aquele que aparece no processo, o detentor da capacidade tributária ativa.

CTN. Art. 119 “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.”

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O professor ressalta o erro do artigo 119 ao afirmar que, nem sempre o sujeito ativo será o titular da
competência tributária. Correto, portanto, afirmar que o sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de
direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento, exceto se houver a delegação da
capacidade tributária ativa. Nesse caso teremos um sujeito ativo que não é titular da competência.

Parte 3 de 4
2.6) Parafiscalidade
A parafiscalidade reflete a delegação da capacidade ativa, ou seja, teremos a transferência das
atribuições de fiscalização e arrecadação.

Quando a União outorga aos conselhos de classe as atribuições de fiscalização e arrecadação ela
permite que esse conselho, que não detém competência tributária exija a contribuição dos respectivos
filiados ao conselho. Teremos uma contribuição tributária compulsória, amparada em lei, mas nesse caso
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quem arrecada e fica com o tributo é uma entidade da administração indireta, que não tem competência
tributária, razão pela qual ela é denominada parafiscalidade. Ela não possui competência, mas está
autorizado a exigir a arrecadação de um tributo.

As entidades parafiscais ficam com a receita arrecadada com estes tributos. Aqui teremos a diferença
do artigo 7º, § 3º, que trata dos sujeitos ativos auxiliares, que são pessoas jurídicas de direito privado e que
não ficam com o recurso arrecadado. Os sujeitos ativos auxiliares, prestam uma espécie de favor público,
arrecadam e repassam os valores aos cofres públicos.
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Teremos no artigo 17-A da Lei n.º 6.938/81 um exemplo de parafiscalidade na taxa:

Lei n. º 6.938/81 (PNMA). Art. 17-A. “Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental - TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao
PINTO -- CPF:

IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras


de recursos naturais.”
VARELLA PINTO

O IBAMA não apenas arrecada e fiscaliza a TCFA como fica com este recursos para exercer as suas
BOECHAT VARELLA

atribuições. A TCFA é uma importante fonte de arrecadação do IBAMA, instituída por lei. Por força do artigo
17-B, o IBAMA para estes fins, é uma entidade parafiscal. O artigo 17-F desta mesma lei prevê uma hipótese
de isenção.
GABRIELA BOECHAT

Temos no artigo 153, § 3º, CF um exemplo de parafiscalidade nos impostos:


GABRIELA

A Constituição Federal, em seu artigo 153, § 3º prevê que o ITR “será fiscalizado e cobrado pelos
Municípios que assim optarem, na forma da lei (...)”. Assim, vislumbra-se que a CF autoriza que a União, ente
competente do ITR transfira para os Municípios que tiverem interesse as atribuições de fiscalização e
arrecadação do ITR. Os Municípios que fizerem a opção pela fiscalização e arrecadação receberão um
aumento no repasse, de 50%, ficarão com 100% do ITR. Temos uma parafiscalidade entre entes federados.

CTN. Art. 84. “A lei federal pode cometer aos E, DF, M o encargo de arrecadar os impostos
de competência da União cujo produto lhe seja distribuído no todo ou em parte”.

Cartório TJPE. FCC. 2013. “A competência tributária é delegável, como no caso do ITR, em
que a União pode delegar a competência para os municípios que assim optarem.” ERRADO.
A competência é indelegável.

Juiz Federal. TRF2. 2011 (adaptada): “Pertencem aos municípios 50% de arrecadação do
ITR, relativamente aos imóveis nele situados, mas apenas na hipótese de os próprios
municípios realizarem a cobrança e a fiscalização do imposto.” ERRADO. 50% já pertence
ao Município, mesmo que ele não opte pela fiscalização e arrecadação. Caso ele opte por
ele receberá 100%.

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Até o advento da Lei n. º 11.457/2007 o INSS detinha capacidade ativa para arrecadação das
contribuições previdenciárias. Com a instituição da supracitada lei deixou de existir a parafiscalidade entre o
INSS e a União, tendo a capacidade tributária retornado à União. Os artigos 2º, 16 e 23 da referida lei
transferiram as atribuições para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, cuja representação ficou a cargo
da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. O INSS, portanto, não é mais entidade parafiscal. O STJ em 2014
no RE 1.355.613 assentou que o INSS não detém mais legitimidade ativa no processo de cobrança,
independentemente da época do fato gerador.

O professor ressalta a necessidade de fazer a leitura do art. 7º, §2º CTN de forma cuidadosa, no
sentido de que a “revogação unilateral a qualquer tempo”, a qual o dispositivo faz menção deve ser
interpretada como o ente competente que atribui as funções de arrecadação e fiscalização a uma outra
pessoa de direito público pode, quando quiser, rever este entendimento e desfazê-lo, pelo mesmo veículo
que institui as atribuições de fiscalização e arrecadação, ou seja, por lei.
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2.7) Classificação das competências


Inicialmente é importante ter em mente que doutrina varia no que diz respeito a este critério:

a) Privativa
A competência privativa é aquela que outorga a instituição e a cobrança do tributo a um único ente.
Ex.: Impostos do artigos 153, 155 e 156, CF.
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Os impostos são de competência privativa.

Não existe no Direito Tributária a distinção que se faz no Direito Constitucional quanto a competência
privativa e exclusiva.
PINTO -- CPF:

b) Especial
Parte da doutrina utiliza essa classificação, a justificando na divergência entre teoria tripartida e
VARELLA PINTO

teoria pentapartida, quando então afirmarão que a competência especial é aquela tratada nos 148 e 149,
BOECHAT VARELLA

referente aos empréstimos compulsórios e as contribuições da União.


O professor Charles, particularmente não vê grande utilização nesta classificação.

c) Comum
GABRIELA BOECHAT

Outorgado indiscriminadamente a todos os entes da Federal. Aplica-se as taxas e contribuições de


melhoria.
GABRIELA

d) Residual
Somente a União detém competência tributária residual, seja para imposto residual (art. 154, I) ou
para contribuições residuais (art. 195. §4º).
A União recebe essa competência para instituir impostos não previstos na CF, ou seja, não previstos
no artigo 153.

Não há atualmente imposto residual vigente.

CF. Art. 154. “A União poderá instituir:


I- Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigos anterior, desde que sejam
não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição.”

Requisitos para instituição do imposto residual:


a) Lei complementar;

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b) Observada a não cumulatividade;
c) Novidade no que diz respeito fato gerador ou base de cálculo quando comparado aos impostos já
existentes.
Parte 4 de 4
d) Residual (continuação)
O artigo 195, § 4º, que consiste na previsão constitucional da competência residual para a instituição
das contribuições, determina que se observe o 154, I, CF.

Quanto a exigência de lei complementar, bem como a observância da não cumulatividade não há
maiores dificuldades, o problema consiste em saber se a novidade quanto ao fato gerador e a base de cálculo,
deve levar em consideração os impostos já existentes ou as contribuições já existentes.

A questão chegou ao STF, que sedimentou a questão afirmando que no exercício da competência
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residual para as contribuições não há impedimento a que uma contribuição residual seja criada com um fato
gerador ou uma base de cálculo idêntico a um imposto já listado na CF. O que se exige é uma inovação
estrutural em relação as contribuições já existentes.

Defensor Público MT. 2016. “Segundo o entendimento do STF, a instituição de contribuição


sobre a base de cálculo própria de imposto não configura bitributação.” CERTO

Juiz Federal TRF 4 (2016). “A instituição de ‘imposto inominado’, de competência residual


da União poderá ocorrer mediante lei complementar ou ordinária, desde que seja não
cumulativo e não tenha fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
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Constituição Federal.” INCORRETO.

“Nova contribuição social foi instituída por meio de emenda constitucional. Pode-se dizer
que tal tributo foi instituído mediante o exercício da competência residual”. INCORRETO. O
exercício do poder constituinte reformador não se confunde com competência residual.
PINTO -- CPF:
VARELLA PINTO

CHECK LIST – 154, I – COMPETÊNCIA RESIDUAL


BOECHAT VARELLA

a) Lei Complementar;
b) Não cumulativo;
c) Não permite FG ou BC já discriminados na CF.
GABRIELA BOECHAT

e) Extraordinária
A Constituição Federal outorgou apenas a União a competência para instituir e cobrar imposto
GABRIELA

extraordinário no caso de guerra externa ou na sua iminência (artigo 154, II, CF).

Art. 154. “A União poderá instituir:


II- Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos
ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas
as causas de sua criação.”

CHECK LIST – 154, II – COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA


a) Lei ordinária;
b) Excepciona anterioridades;
c) Transitório/suprimido grad.;
d) Duração máxima de 5 anos;
e) Não é restituível;
f) Receita não é vinculada.

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Diferentemente da competência residual que exige lei complementar, o imposto extraordinária pode
ser instituído por meio de lei ordinária.

A guerra externa ou a sua iminência são os pressupostos constitucionais autorizadores da


competência. Não sendo a guerra o fato gerador do imposto. Este será decidido pelo Congresso Nacional
quando for o imposto.

O professor Eduardo Sabbag afirma que o artigo 154, II, traz expressa autorização para a bitributação
(dois entes tributando o mesmo fato gerador) ou bis in idem (o mesmo ente cobrando mais de um tributo
com o mesmo fato gerador).

Juiz Federal TRF4 (2016): “A União, na iminência ou nos casos de guerra externa ou de grave
comoção intestina, poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não em
sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas
de sua criação.” INCORRETO.
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A competência extraordinária excepciona as anterioridades comum e nonagesimal (art. 150, § 1º,


CF). O que significa dizer que a lei instituidora tem eficácia imediata.

O imposto extraordinário será suprimido gradativamente, o que nos remete a ideia de


transitoriedade. Não é imposto permanente.

O CTN, em seu artigo 76, prevê que eles serão suprimidos gradativamente no prazo máximo de 5
anos, contados da celebração da paz.
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O imposto extraordinário de guerra, fruto da competência extraordinário do artigo 154, II, diferente
do empréstimo compulsório, não é restituível.

A arrecadação do empréstimo compulsório é vinculada a despesa que fundamentou a sua instituição,


PINTO -- CPF:

na forma do art. 148, parágrafo único da CF. No caso de imposto extraordinário de guerra não há essa
VARELLA PINTO

vinculação, aplicando-se aqui a regra geral, prevista no artigo 167, IV, CF.
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GABRIELA

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