2013 MarciaNairBretasdeAlmeida
2013 MarciaNairBretasdeAlmeida
2013 MarciaNairBretasdeAlmeida
INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
Brasília/DF
2013
MÁRCIA NAIR BRETAS DE ALMEIDA
Brasília/DF
2013
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e irmãs, por todo apoio e incentivo durante a vida.
“O artista é um homem que não pode se conformar com a
renúncia à satisfação das pulsões que a realidade exige. Toda
arte é o desenho do desejo. O artista dá livre vazão a seus
desejos eróticos e fantasias. A realidade interdita o tempo todo.
Desde coação social até a gramática. A obra de arte se
caracteriza pela transgressão, por não obedecer à gramática.”
SIGMUND FREUD
RESUMO
Considerando o ensino das artes e todas as suas manifestações, não foi por
acaso que a arte passou a ter um papel importante na formação do indivíduo. Diante
de tantas informações e da necessidade de compreensão, dentro de padrões sociais
tidos como comuns e aceitáveis, surge o papel fundamental da escola e do
educador. A escola é considerada uma instituição responsável por promover a
educação dos filhos e influenciar o comportamento desses no meio social. A relação
familiar também reflete na educação e comportamento das crianças. Assim, aliada à
família, a escola, através de propostas e práticas educativas, deve produzir
conhecimentos por meio de ações pedagógicas, e contribuir para o amadurecimento
dos alunos. Esse trabalho analisa os métodos de ensino de artes na atualidade e do
papel da escola e do educador no processo de formação do conhecimento do aluno.
As “Artes Visuais” são os meios tecnológicos de produção da imagem, sustentados
pelos sentidos humanos, especialmente, a visão. Colocar as crianças em contato
com as imagens de arte significa dar espaço para operações que envolvam o agir e
o pensar. O currículo escolar é tido como fundamental para o sucesso do método de
ensino inclusivo. Os educadores devem disponibilizar aos alunos ferramentas para
que possam construir sua identidade, conceitos, projetos de vida. Escolas e
educadores devem ter mecanismos de trabalho que permitam que suas atividades
se aproximem da realidade vivenciada pelos alunos. A aplicação de novas
perspectivas na educação das artes visuais e da cultura visual pode possibilitar a
implementação de projetos escolares nos quais os alunos encontrem na escola um
lugar para aprender de forma eficiente e articulada com as próprias experiências de
vida. Assim, tanto a Arte quanto as ciências que perfazem esse caminho de
evolução da espécie humana devem ser, em conjunto, o aporte ao desenvolvimento
humano integral.
Whereas the teaching of the arts and all its manifestations, was not by chance
that the art came to play an important role in shaping the individual. Having so much
information and the need for understanding within social standards taken as common
and acceptable, comes the crucial role of school and educator. The school is
considered an institution responsible for promoting the education of children and
influence the behaviour of those in the social environment. The family relationship is
also reflected in the education and behaviour of children. Thus, together with the
family, the school, through proposals and educational practices should produce
knowledge through educational activities, and contribute to the maturation of
students. This work will analyse the methods of teaching arts in the present, the role
of schools and teacher training in the student's knowledge process. The " Visual Arts
" are the technological means of image production, sustained by human senses,
especially vision. Put children in touch with the art images means giving space for
operations involving the act and think. The school curriculum is seen as critical to the
success of the method of inclusive education. Educators must provide students with
tools so they can build their identity, concepts, life projects. Schools and educators
must have working arrangements that enable their activities approximate the reality
experienced by the students. The application of new perspectives in the education of
visual arts and visual culture can enable the implementation of school projects in
which students are in the school a place to learn efficiently and articulated with their
own life experiences. Thus, both the art as the sciences that make up this path of
evolution of the human species should be together, the contribution to integral human
development.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 12
1. ENSINO, EDUCAÇÃO E ARTES VISUAIS .......................................................... 12
1.1. Como a Arte Visual pode Influenciar na Educação ............................................ 14
2. PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA ............................................................................ 16
3. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .................................................. 18
4. ENQUANTO PROFESSORES, ETERNOS APRENDIZES .................................. 22
4.1. A Importância da Estruturação da Instituição Escolar ........................................ 24
4.2. Artes Visuais e sua Pratica Escolar .................................................................... 27
5. LEITURA VISUAL ................................................................................................. 30
6. A PROBLEMÁTICA DA RELAÇÃO DAS ARTES VISUAIS COM A EDUCAÇÃO
.................................................................................................................................. 32
7. O ENSINO DAS ARTES: DO INÍCIO, ATÉ A ATUALIDADE ............................... 35
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 38
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................................... 41
9
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
frente ao sair do ovo, adotando-o como sua mãe. Seguindo o mesmo raciocínio,
Lorenz (2007) conceitua o imprinting cultural como sendo uma marca que os seres
humanos carregam desde o nascimento, no inicio com a cultura familiar, depois na
escola e posteriormente na vida profissional.
Nas autocríticas, nos momentos de reflexão, nos momentos de compilação
das ideias é preciso ter tranquilidade psicológica para encontrar a verdade na
organização das informações; não a verdade única e imutável, mas a verdade
subjetiva, de cada indivíduo em relação aos seus conceitos. Muitas vezes, no
entanto, os alunos não encontram essa liberdade na prática educacional aplicada
nas escolas em razão da seleção sociológica e cultural das ideias que podem
prejudicar a compreensão das informações transmitidas.
Contudo, vive-se atualmente um momento em que problemas de estresse
intervêm diretamente nas crianças. O brasileiro, especialmente, está sob influência
de muitos conflitos pessoais e sociais, como o processo acelerado de urbanização,
industrialização, acesso desigual aos cuidados à saúde, condições de moradias
impróprias, desigualdade de renda familiar, escândalos de corrupção. Tudo isso
contribui para o aumento dos índices de violência e criminalidade, refletindo
diretamente na comunidade escolar.
No tocante às imagens da arte, colocar as crianças em contato com elas,
significa dar espaço para operações que envolvam o agir e o pensar. O pensamento
ocorre na ação, na sensação experimentada frente às imagens e na percepção das
mesmas, sempre junto com os sentimentos. A criança convive, identifica e reproduz
símbolos de seu entorno, porém, ainda não os cria intencionalmente. As sucessivas
experiências expressivas vão construindo um repertório pessoal que será de grande
significação mais tarde, no processo criativo intencional, nas leituras de arte e de
mundo (FROTA, 2013).
16
2. PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA
1
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) , criados em 1996,
estabeleceram diretrizes voltadas à estruturação e reestruturação do currículo
escolar nacional, obrigatório para toda a rede pública e opcional para a rede privada
de ensino. Os PCNs estabelecem a organização sequencial dos conteúdos ao longo
da vida estudantil do aluno. Segundo esse documento, a escola, juntamente com
uma equipe de educadores, deve buscar organizar os conteúdos de forma a
proporcionar uma abordagem interdisciplinar das diferentes áreas do conhecimento.
Neste contexto, o estudo da alfabetização visual pode ser visto durante toda a
vida escolar do indivíduo, sendo trabalhado pelo educador de forma a relacioná-lo
com outros temas com os quais os alunos estão acostumados em razão da vivência
diária - nas ruas, na TV, na internet, em revistas - e buscando uma abordagem
contextualizada e interdisciplinar dos assuntos. O professor, ao selecionar os temas
que poderão ser trabalhados no decorrer do processo, avaliam a capacidade de
compreensão e a idade dos alunos a fim de que o planejamento seja mais eficiente.
Uma notícia de jornal, um filme, uma situação de sua realidade cultural ou social, por
exemplo, pode se converter em cenário de interesse didático.
Para a pedagogia da educação a relação entre educação e sociedade está
ligada a tendências progressistas que influenciam o ensino, dando ênfase aos
conteúdos sociais relevantes e debates de temas de importância social. É discutida
tanto a abordagem quanto a organização de temas, questionando-se a necessidade
de um ensino que inter discipline os diferentes conteúdos: artes, história, português,
matemática, ciências, dentre outros.
O professor precisa ser instrumento de facilitação da compreensão do aluno,
utilizando mecanismos que estejam dentro da compreensão destes, e que muitos
materiais didáticos abordam de forma complicada e confusa. Os professores devem
se portar de maneira distinta diante da diversidade de situações concretas que
ocorrem dentro da escola e podem contribuir para que os jovens e adolescentes de
hoje percebam e entendam as consequências de suas ações nos locais onde vivem.
1
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são referenciais de qualidade elaboradas pelo Governo
Federal para nortear as equipes escolares na execução de seus trabalhos.
19
Ao longo dos anos, está sendo promovida no Brasil uma democratização das
estruturas educacionais, implementando mecanismos de discussões programáticas
nas redes escolares. A elaboração dos PCN’s e de constantes atualizações de
currículos é um exemplo disso.
É inegável, entretanto, que ainda haja um longo caminho a ser percorrido. A
necessidade de se aperfeiçoar a inclusão eficiente do ensino de artes no currículo
escolar, promovendo o acesso ao fazer artístico, à compreensão da produção
estética e ao conhecimento do patrimônio cultural (GRASSI, 2005) é um dos
desafios a ser vencido.
Contudo, uma das dificuldades vivenciadas pelos professores de artes está,
principalmente, em promover a interdisciplinaridade das artes com as demais
disciplinas, o uso de novas tecnologias e a formação e capacitação dos professores.
Por isso, é preciso vislumbrar o ensino da arte não apenas como conteúdo curricular
a ser ministrado, mas como elemento imprescindível também à formação plena do
individuo enquanto cidadão.
A escola não pode permitir apenas o desenvolvimento da visão intelectiva,
pois correrá o risco de oferecer apenas desafios que trabalhem o sujeito cognitivo. É
preciso criar situações em que o olhar e o ouvir, junto com o olfato, o tato e o
paladar, possam ser anteparos sensíveis no contato com o mundo. Trata-se,
portanto, de provocar a sensibilidade através da cor, promover a exploração da
percussão de sons, proporcionar a exploração do corpo no espaço e manipulá-lo
prazerosamente, vivenciando-o de forma expressiva. Partindo-se da premissa que a
28
homem utilizou o desenho para registrar nas paredes das cavernas sua existência e
até hoje o homem tenta decifrar esses códigos. A demonstração deixada pelas
culturas primitivas difere muito das tecnologias que se desenvolvem hoje.
A visão critica dos alunos nas leituras das imagens poderá transformar o
espaço do aluno e seus arredores, a cultura visual promove o questionamento de
assuntos dormentes e visualiza possibilidades para a educação que está fora do
foco da escola. O professor deve estar atento para introduzir um dialogo que
conduza a consciência critica que se vincula a critica social e conduza a
compreensão e a ação. Com isso, trabalhar a leitura de imagens com os alunos
facilita o dialogo e introdução de assuntos controversos, além de servir como
catalizadores que ilustram a interação entre culturas nas salas de aula (DIAS,
2009b).
30
5. LEITURA VISUAL
Figura 1 – Imagem de um dos muitos trabalhos utilizados com crianças no ensino de artes nas
escolas.
Essa proposta tradicional podia ser facilmente percebida desde o século XIX
até a década de 50 do século passado não só durante as aulas, mas também em
situações em que as crianças eram ensinadas a decorar músicas ou peças teatrais
para se apresentar em datas festivas, assim como em atividades de origami,
bordado e tecelagem.
O foco da metodologia tradicional era o aprendizado de técnicas e
desenvolvimento de habilidades manuais, coordenação motora e precisão de
movimentos para consecução de um produto final padrão. A repetição, portanto,
assim como as cópias de modelos e a memorização por parte do aluno eram
36
2
Movimento de renovação do ensino surgido no final do século XIX, implementado no Brasil por Rui Barbosa.
37
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Belidson. Apagamentos: ei, ei, ei... Cultura o quê? Visual? E as Belas-Artes,
Artes Plásticas e Artes visuais? II Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura
Visual/ Faculdade de Artes Visuais – Goiânia: Programa de Pós-graduação em
Cultura Visual, p. 1-12, 2009a.
DUBOIS, Philippe. Cinema, Vídeo, Godard. Editora Cosac Naify, 2004, p.323.
FROTA, Ana Laura Rolim da. Arte, atualidade e ensino, seção 1 - a educação do
sensível. Organização Daiane Solange Stoeberl da Cunha. Guarapuava: Unicentro,
2013.
KANDINSKY, Wassily. Ponto e Linha sobre plano. São Paulo. Editora Martins
Fontes, 2005.
MELLO. Christine. Vídeo no Brasil: experiências dos anos 1970 e 1980. Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação V Congresso
Nacional de História da Mídia – São Paulo – 31 maio a 02 de junho de 2007.
REFERÊNCIAS WEB-GRÁFICAS
http://educarparacrescer.abril.com.br/indicadores/materias_295305.shtml. Acesso
em 23/10/2013.