TCC Bruna Schneider
TCC Bruna Schneider
TCC Bruna Schneider
DE SANTA CATARINA
CÂMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL-MECÂNICA
CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECATRÔNICA
FLORIANÓPOLIS, 2021
1
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA
CATARINA
CÂMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL-MECÂNICA
CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECATRÔNICA
FLORIANÓPOLIS, 2021
2
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor.
3
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE SOFTWARES CAM
Banca Examinadora:
4
5
Dedico este trabalho aos meus
familiares, em especial meus pais,
que sempre me incentivaram, aos
meus amigos e ao meu orientador por
todo ensinamento e
Suporte nesta caminhada.
6
AGRADECIMENTOS
7
“O homem não teria alcançado o possível se repetidas
vezes não tivesse tentado o impossível.”
(Max Weber)
8
RESUMO
9
ABSTRACT
Machining is a manufacturing process widely used in industries all over the world, most
of all industrialized products go through the machining operation in some of their
production stages. According to DIN 8580 of 2003, machining is the entire
manufacturing process where material is removed in the form of chips, that is, it
consists of removing material from the raw or prefabricated raw material block, with a
cutting tool, giving the part shape, dimensions and finish, or even a combination of the
three. In order to improve machining times, surface and dimensional quality, and being
concerned with environmental issues, resources are invested in the purchase of more
efficient and more modern machines and programming software. The companies that
develop CNC programming software constantly improve their platforms, based on
information collected among users, forming a database that helps to understand and
improve the manufacturing process. Commercially there are several CAM software,
however it is important to know their characteristics and application areas, since not all
industries have the same needs. Therefore, this work consists of a comparative
analysis between three commercial CNC programming software for machining. The
software that will be compared are PowerMILL, SprutCAM and SolidWorks CAM. For
the evaluation were performed simulations of milling machining a standard part, with
roughing operations, corner relief and finishing. The comparative analysis covered
machining time, CNC code, and the length of the tool path.
10
LISTA DE FIGURAS
12
Figura 55 – Distribuição dos pontos do acabamento da cavidade no PowerMILL….76
Figura 56 – Acabamento da cavidade no PowerMILL...............................................76
Figura 57 – Parâmetros de corte para a furação no PowerMILL...............................77
Figura 58 – Furação no PowerMILL...........................................................................78
Figura 59 – Fronteira de fresamento dos rebaixos.....................................................78
Figura 60 – Parâmetros de corte do desbaste do rebaixo no PowerMILL.................79
Figura 61 – Fresamento dos rebaixos no PowerMILL................................................79
Figura 62 – Simulação do faceamento do Modelo 1 no PowerMILL..........................80
Figura 63 – Simulação do desbaste do rasgo do Modelo 1 no PowerMILL...............80
Figura 64 – Simulação do desbaste da cavidade do Modelo 1 no PowerMILL.........81
Figura 65 – Simulação da furação do Modelo 1 no PowerMILL................................81
Figura 66 – Simulação do desbaste do rebaixo Modelo 1 no PowerMILL.................81
Figura 67 – Parâmetros de corte do desbaste do Modelo 2 no PowerMILL..............83
Figura 68 – Desbaste do Modelo 2 no PowerMILL....................................................83
Figura 69 – Resíduo de desbaste no PowerMILL......................................................84
Figura 70 – Parâmetros de corte do desbaste do resíduo do Modelo 2 no
PowerMILL.................................................................................................................84
Figura 71 – Desbaste do resíduo do Modelo 2 no PowerMILL..................................85
Figura 72 – Parâmetros de corte do acabamento do Modelo 2 no PowerMILL.........86
Figura 73 – Acabamento do Modelo 2 no PowerMILL...............................................86
Figura 74 – Simulação do desbaste do Modelo 2 no PowerMILL..............................87
Figura 75 – Simulação do redesbaste do Modelo 2 no PowerMILL...........................87
Figura 76 – Simulação do acabamento do Modelo 2 no PowerMILL........................88
Figura 77 – Organograma dos passos de programação no SprutCAM.....................89
Figura 78 – Importação do Modelo 1 no SprutCAM...................................................90
Figura 79 – Importação do Modelo 2 no SprutCAM...................................................90
Figura 80 – Conjunto máquina-ferramenta, morsa e peça para o Modelo 1 (a) Conjunto
completo (b) Conjunto morsa-peça............................................................................91
Figura 81 – Conjunto máquina-ferramenta, morsa e peça para o Modelo 2 (a) Conjunto
completo (b) Conjunto morsa-peça............................................................................91
Figura 82 – Zero peça, em (a) Modelo 1, em (b) Modelo 2...........................................92
Figura 83 – Bloco de matéria-prima, em (a) Matéria-prima do Modelo 1 (b) Matéria-
prima do Modelo 2......................................................................................................92
13
Figura 84 – Estratégia de corte do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM..............93
Figura 85 – Parâmetros de corte do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM...........94
Figura 86 – Faceamento do Modelo 1 no SprutCAM.................................................94
Figura 87 – Parâmetros de corte do acabamento do faceamento do Modelo 1 no
SprutCAM...................................................................................................................95
Figura 88 – Estratégia de corte do acabamento do faceamento do Modelo 1 no
SprutCAM...................................................................................................................95
Figura 89 – Acabamento do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM........................96
Figura 90 – Parâmetros de corte do desbaste do rasgo do Modelo 1 no
SprutCAM...................................................................................................................96
Figura 91 – Estratégia de corte do desbaste do rasgo do Modelo 1 no SprutCAM...97
Figura 92 – Desbaste do rasgo do Modelo 1 no SprutCAM.......................................97
Figura 93 – Parâmetros de corte do desbaste da cavidade do Modelo 1 no
SprutCAM...................................................................................................................98
Figura 94 – Estratégia de corte do desbaste da cavidade do Modelo 1 no
SprutCAM...................................................................................................................98
Figura 95 – Desbaste da cavidade do Modelo 1 no SprutCAM.................................99
Figura 96 – Parâmetros de corte do acabamento do rasgo do Modelo 1 no
SprutCAM...................................................................................................................99
Figura 97 – Estratégia de corte do acabamento do rasgo do Modelo 1 no
SprutCAM.................................................................................................................100
Figura 98 – Acabamento do rasgo do Modelo 1 no SprutCAM................................100
Figura 99 – Parâmetros de corte do acabamento da lateral da cavidade do Modelo 1
no SprutCAM............................................................................................................101
Figura 100 – Acabamento das laterais da cavidade do Modelo 1 no SprutCAM.....101
Figura 101 – Estratégia de corte do acabamento do fundo da cavidade do Modelo 1
no SprutCAM............................................................................................................102
Figura 102 – Acabamento do fundo da cavidade do Modelo 1 no SprutCAM.........102
Figura 103 – Parâmetros de furação do Modelo 1 no SprutCAM............................103
Figura 104 – Estratégia de furação do Modelo 1 no SprutCAM...............................103
Figura 105 – Furação do Modelo 1 no SprutCAM....................................................104
Figura 106 – Parâmetros de corte do rebaixo do Modelo 1 no SprutCAM..............104
Figura 107 – Desbaste do rebaixo do Modelo 1 no SprutCAM................................105
14
Figura 108 – Simulação do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM.......................105
Figura 109 – Simulação do acabamento do faceamento do Modelo 1 no
SprutCAM................................................................................................................106
Figura 110 – Simulação do desbaste do rasgo do Modelo 1 no SprutCAM............106
Figura 111 – Simulação do desbaste da cavidade do Modelo 1 no SprutCAM.......106
Figura 112 – Simulação do acabamento do rasgo do Modelo 1 no SprutCAM.......107
Figura 113 – Simulação do acabamento das laterais da cavidade do Modelo 1 no
SprutCAM.................................................................................................................107
Figura 114 – Simulação do acabamento do fundo da cavidade do Modelo 1 no
SprutCAM.................................................................................................................107
Figura 115 – Simulação da furação do Modelo 1 no SprutCAM..............................108
Figura 116 – Simulação do desbaste do rebaixo do Modelo 1 no SprutCAM..........108
Figura 117 – Parâmetros de corte para o desbaste do Modelo 2 no SprutCAM.....110
Figura 118 – Estratégia de corte do Modelo 2 no SprutCAM...................................110
Figura 119 – Desbaste do Modelo 2 no SprutCAM..................................................111
Figura 120 – Parâmetros de corte do redesbaste do Modelo 2 no SprutCAM........112
Figura 121 – Estratégia de corte do redesbaste do Modelo 2 no SprutCAM...........112
Figura 122 – Redesbaste do Modelo 2 no SprutCAM..............................................113
Figura 123 – Parâmetros de corte do acabamento do Modelo 2 no SprutCAM......113
Figura 124 – Acabamento do Modelo 2 no SprutCAM.............................................114
Figura 125 – Simulação do desbaste do Modelo 2 no SprutCAM...........................114
Figura 126 – Simulação do redesbaste do Modelo 2 no SprutCAM........................115
Figura 127 –Simulação do acabamento do Modelo 2 no SprutCAM.......................115
Figura 128 – Organograma dos passos de programação no SolidWorks CAM......116
Figura 129 – Importação do Modelo 1 para o SolidWorks CAM..............................117
Figura 130 – Importação do Modelo 2 para o SolidWorks CAM..............................117
Figura 131 – Bloco de matéria-prima, direção dos eixos e zero peça, em (a) Modelo
1, em (b) Modelo 2...................................................................................................118
Figura 132 – Recursos usináveis do Modelo 1........................................................119
Figura 133 – Parâmetros de corte do faceamento do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................120
Figura 134 – Faceamento do Modelo 1 no SolidWorks CAM..................................120
15
Figura 135 – Parâmetros de corte do acabamento do faceamento do Modelo 1 no
SolidWorks CAM......................................................................................................121
Figura 136 – Acabamento do faceamento do Modelo 1 no SolidWorks CAM.........121
Figura 137 – Parâmetros de corte do desbaste do rasgo do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................122
Figura 138 – Desbaste do rasgo do Modelo 1 no SolidWorks CAM........................122
Figura 139 – Parâmetros de corte do desbaste da cavidade do Modelo 1 no
SolidWorks CAM......................................................................................................123
Figura 140 – Desbaste da cavidade do Modelo 1 no SolidWorks CAM...................123
Figura 141 – Parâmetros de corte do acabamento do rasgo do Modelo 1 no
SolidWorks CAM......................................................................................................124
Figura 142 – Acabamento do rasgo do Modelo 1 no SolidWorks CAM...................124
Figura 143 – Parâmetros de corte do acabamento da cavidade do Modelo 1 no
SolidWorks CAM......................................................................................................125
Figura 144 – Acabamento da cavidade do Modelo 1 no SolidWorks CAM..............125
Figura 145 – Parâmetros de corte para a furação do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................126
Figura 146 – Furação do Modelo 1 no SolidWorks CAM.........................................126
Figura 147 – Parâmetros de corte do rebaixo do Modelo 1 no SolidWorks CAM....127
Figura 148 – Opções de recursos para o desbaste do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................127
Figura 149 – Desbaste do rebaixo do Modelo 1 no SolidWorks CAM.....................128
Figura 150 – Simulação do faceamento do Modelo 1 no SolidWorks CAM.............128
Figura 151 – Simulação do acabamento do faceamento do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................129
Figura 152 – Simulação do desbaste do rasgo do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................129
Figura 153 – Simulação do desbaste da cavidade do Modelo 1 no SolidWorks.....129
Figura 154 – Simulação do acabamento do rasgo do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................130
Figura 155 – Simulação do acabamento da cavidade do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................130
Figura 156 – Simulação da furação do Modelo 1 no SolidWorks CAM...................130
16
Figura 157 – Simulação do desbaste do rebaixo do Modelo 1 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................131
Figura 158 – Parâmetros de corte ap para o desbaste do Modelo 2 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................133
Figura 159 – Parâmetros de corte ae para o desbaste do Modelo 2 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................133
Figura 160 – Desbaste do Modelo 2 no SolidWorks CAM.......................................134
Figura 161 – Parâmetros de corte para o redesbaste do Modelo 2 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................135
Figura 162 – Redesbaste do Modelo 2 no SolidWorks CAM...................................135
Figura 163 – Parâmetros de corte do acabamento do Modelo 2 no SolidWorks
CAM..........................................................................................................................136
Figura 164 – Acabamento do Modelo 2 no SolidWorks CAM..................................137
Figura 165 – Simulação do desbaste do Modelo 2 no SolidWorks CAM.................137
Figura 166 – Simulação do Redesbaste do Modelo 2 no SolidWorks CAM............138
Figura 167 – Simulação do acabamento do Modelo 2 no SolidWorks CAM............138
Figura 168 – Análise do número de linhas geradas para o Modelo 1......................140
Figura 169 – Análise do número total de linhas geradas para o Modelo 1..............141
Figura 170 – Análise do número de linhas geradas para o Modelo 2......................142
Figura 171 – Análise do número total de linhas geradas para o Modelo 2..............142
Figura 172 – Análise do tempo de fresamento para o Modelo 1.............................143
Figura 173 – Análise do tempo total de fresamento para o Modelo 1......................144
Figura 174 – Análise do tempo de fresamento para o Modelo 2.............................145
Figura 175 – Análise do tempo total de fresamento para o Modelo 2......................145
Figura 176 – Análise do comprimento do percurso da ferramenta para o Modelo
1................................................................................................................................147
Figura 177 – Análise do comprimento total do percurso da ferramenta para o Modelo
1................................................................................................................................147
Figura 178 – Análise do comprimento do percurso da ferramenta para o Modelo
2................................................................................................................................148
Figura 179 – Análise do comprimento total do percurso da ferramenta para o Modelo
2................................................................................................................................148
17
LISTA DE QUADROS
18
LISTA DE TABELAS
19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
20
LF – Comprimento total
APMX – Profundidade máxima de corte
DC – Diâmetro de corte
RE – Raio de corte
ZEFP – Número de arestas cortantes
Fn – Avanço por rotação
21
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................24
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................28
3. METODOLOGIA........................................................................................................ 57
22
3.5.8. Simulação de fresamento para o Modelo 2 no PowerMILL.........................................87
3.5.9. Geração do código CNC para o Modelo 2 no PowerMILL..........................................88
3.6. Programação utilizando o SprutCAM......................................................................89
3.6.1. Importação dos modelos no SprutCAM.......................................................................89
3.6.2. Importação do centro de usinagem e dos acessórios de fixação da peça...................90
3.6.3. Definições iniciais no SprutCAM..................................................................................92
3.6.4. Criação das trajetórias de fresamento para o Modelo 1 no SprutCAM.......................93
3.6.5. Simulação de fresamento do Modelo 1 no SprutCAM................................................105
3.6.6. Geração dos códigos CNC para o Modelo 1 no SprutCAM.......................................108
3.6.7. Criação para as trajetórias fresamento para o Modelo 2 no SprutCAM......................109
3.6.8. Simulação de fresamento para o Modelo 2 no SprutCAM.........................................114
3.6.9. Geração do código CNC para o Modelo 2 no SprutCAM...........................................115
3.7. Programação utilizando o Solidworks CAM..........................................................116
3.7.1. Importação dos Modelos no SolidWorks CAM..........................................................116
3.7.2. Definições iniciais no SolidWorks CAM.....................................................................117
3.7.3. Reconhecimento automático dos recursos usináveis................................................118
3.7.4. Criação das estratégias de fresamento para o Modelo 1 no SolidWorks CAM...........119
3.7.5. Simulação de fresamento para o Modelo 1 no SolidWorks CAM..............................128
3.7.6. Geração dos códigos CNC para o Modelo 1 no SolidWorks CAM............................131
3.7.7. Criação das trajetórias de fresamento para o Modelo 2 no SolidWorks CAM.............132
3.7.8. Simulação de fresamento para o Modelo 2 no SolidWorks CAM...............................137
3.7.9. Geração dos códigos CNC para o Modelo 2 no SolidWorks CAM............................138
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................139
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................149
6. REFERÊNCIAS...........................................................................................................151
7. ANEXOS......................................................................................................................155
23
1. INTRODUÇÃO
24
Como resultado do amplo uso dessas ferramentas no meio industrial, existem
diversas plataformas comerciais, que atendem de diferentes maneiras as
necessidades da indústria.
Conforme Schaffer e Espinoza, 2004, mencionam, o sistema CAM não trabalha
completamente automatizado e suficiente. Sempre é necessários técnicos
especializados e altamente treinados. Além disso, quando as indústrias fazem a
aquisição do sistema, é necessário a ciência de qual principal requisito de produção
que o software deve atender.
Mediante o exposto, este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo
fazer uma análise comparativa, na usinagem por fresamento, de três softwares
comerciais de programação CNC, sendo eles: PowerMILL, SprutCAM e SolidWorks
CAM.
São exploradas as características comuns e específicas de cada um dos
softwares e realizadas simulações para uma análise quantitativa dos resultados,
apresentando como resultado dados que servirão como base na tomada de decisão
quanto ao software mais adequado para implantação em diferentes áreas da indústria,
respeitando suas necessidades, capacidades e priorizando sua necessidade
produtiva.
25
1.2. Objetivos
1.3. Justificativa
27
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
29
as trajetórias programadas no CAM, respectivamente. Um esquema representando
na Figura 2 sintetiza as etapas do processo de manufatura utilizado as tecnologias
CAD/CAM/CNC.
Segundo Graeff (2019), entre as principais funções dos sistemas CAM pode-se
citar a estimativa dos tempos de produção, levantamento de custos, planejamento da
sequência de operação, seleção das máquinas necessárias para a fabricação e os
parâmetros mais adequados para o fresamento, através das simulações do processo.
A utilização dos sistemas CAD/CAM foi limitada por anos a aplicação em grandes
empresas como aeroespacial e automobilística, devido direta e indiretamente aos
custos envolvidos para a aquisição dos softwares/hardwares, mão de obra qualificada
e maquinário (SOUZA, COELHO, 2007).
Atualmente, a aplicação dos sistemas CAM abrange quase todas as áreas de
manufatura. No segmento de produtos poliméricos injetados, por exemplo, a aplicação
dos softwares CAM ajuda a diminuir as incertezas do processo e podem ser inseridos
já nas fases iniciais do projeto.
Segundo Arias (2009), a indústria de produtos plásticos é responsável por 35%
do consumo de polímeros produzidos no país, o que acarreta em um consumo
30
substancial de moldes, que precisam das tecnologias CAM incorporadas à sua
fabricação, dada a complexidade geométrica das peças usinadas por fresamento.
A indústria automobilística, seguida das indústrias eletrônica e de
eletrodomésticos, é uma das principais clientes das indústrias de moldes para
produtos poliméricos injetados, utilizando indiretamente e diretamente a tecnologia
dos sistemas CAM (CORREA,1995).
Os softwares CAM são aplicados também a manufatura de produtos relacionados
a medicina e odontologia, com a fabricação de próteses e restaurações fixas (CRUZ,
2018).
Além das áreas citadas, a tecnologia CAM é amplamente aplicada em indústrias
do setor metal mecânico que produzem peças usinadas ou peças fundidas que
posteriormente passarão por processos de acabamento através de usinagem.
31
Quadro 1 – Classificação dos sistemas CAM pelo número de eixos
Número de eixos Direção de movimento Característica
Programas NC a partir de geometrias
2½ X e Y (linear) bidimensionais.
Aplicado a usinagens simples.
Programas NC a partir de geometrias
3 X, Y e Z (linear) tridimensionais.
Aplicado a usinagens complexas.
Programas NC a partir de geometrias
tridimensionais.
X, Y, Z (linear) e 1 eixo Aplicado a usinagens complexas.
4
rotativo A mesa da máquina pode rotacionar
em torno de um eixo perpendicular a
ela.
Programas NC a partir de geometrias
tridimensionais.
X, Y, Z (linear) e 2 eixos
5 Aplicado a usinagens complexas.
rotativos
Rotação simultânea em dois eixos da
máquina.
Programas NC a partir de geometrias
tridimensionais.
X, Y, Z (linear) e 3 eixos
6 Aplicado a usinagens complexas.
rotativos
Rotação simultânea em três eixos da
máquina.
Fonte: Adaptado de (LENCINA, 2020)
Quadro 3 – Classificação dos sistemas CAM pela integração com o recurso de modelamento
Tipo de integração Software
Total Unigraphics NX, CATIA, CimatronE, SolidWorks CAM
Integrado ao CAD SolidCAM, InventorCAM, MasterCAM for SolidWorks
independente
Dedicado EdgeCAM, GibbsCAM, MasterCAM, PowerMILL, SprutCAM
Fonte: Adaptado de (LENCINA, 2020)
33
Figura 3 – Metodologia geral de trabalho empregando sistemas CAM
2.5.2. Pré-acabamento
36
2.5.3. Acabamento
Graeff (2009), afirma que as principais funções dos softwares CAM são calcular
as trajetórias da ferramenta de usinagem e simular a movimentação da máquina para
validação dos programas NC.
Os softwares CAM podem gerar programas NC através de diferentes trajetórias
da ferramenta, essa característica assim como a interface para a operação tem se
tornado o diferencial na competição entre os fornecedores (SOUZA, 2003).
A estratégia de usinagem deve ser escolhida com cautela, pois pode
representar grande influência sobre o tempo necessário para a usinagem, desgaste
da ferramenta de corte e qualidade superficial, e isso se agrava ainda mais para a
usinagem de superfícies complexas (WEINERT e GUNTERMANN, 2000).
Conforme Souza (2001), os sistemas CAM geram seus programas NC através
de segmentos de retas. O comprimento desses segmentos de retas está relacionado
com a tolerância utilizada no CAM, associado com o grau de curvatura da superfície.
A Figura 7 apresenta as tolerâncias da trajetória para usinagem.
Figura 11 – Pontos CL e CC
40
Figura 12 – Malha de triângulos
Onde:
𝑟𝑐𝑙 = vetor de posição
𝑟𝑐𝑐 = vetor de contato
𝑅 = raio da curvatura
𝑛(𝑢, 𝑣) = vetor unitário da superfície
𝑎 = vetor unitário da ferramenta
43
Figura 17 – Cálculo do ponto CL
44
Quadro 4 – Funções do tipo palavras
Código Função Explicação
Identifica cada bloco ou linha do programa e permite
N Número da sequência que os comandos sejam localizados de forma rápida.
É sequencial.
Indicam a posição e orientação dos eixos para
X, Y, Z, A e B Posição e orientação
sistemas com até 5 eixos.
Especifica a taxa de avanço de corte, é determinado
F Taxa de avanço
em mm/min (milímetros por minuto).
Velocidade de rotação Especifica a velocidade do spindle, é determinado em
S
da ferramenta rpm (rotações por minuto).
Indica qual a posição de ferramenta que deve ser
T Seleção de ferramenta
usada em uma determinada operação.
Fonte: Adaptado de (Lee,1999)
45
Rosqueamento com Semelhante ao G33, mas com redução constante do
G35
redução constante avanço.
Cancela a
Comando que finaliza a compensação do raio da
G40 compensação do raio
ferramenta.
da ferramenta
Compensa o raio da Ativa a compensação do raio da ferramenta pela
G41
ferramenta esquerda do perfil.
Compensa o raio da Ativa a compensação do raio da ferramenta pela
G42
ferramenta direita do perfil.
Compensa o
Ativa a compensação do comprimento da ferramenta
G43 comprimento da
na direção positiva.
ferramenta
Compensa o
Ativa a compensação do comprimento da ferramenta
G44 comprimento da
na direção negativa.
ferramenta
Cancela a
compensação do Comando que finaliza a compensação do
G49
comprimento da comprimento da ferramenta.
ferramenta
Cancela imagem de
G50.1 Comando que finaliza a imagem de espelho.
espelho
Ativa a imagem de
G51.1 Comando que ativa a imagem de espelho.
espelho
Sistema de
G52 Faz a mudança de ponto zero.
coordenadas local
Sistema de
G53 coordenadas da Ativa o sistema de coordenadas da máquina.
máquina
G54, G55, Sistemas de
Seleciona as coordenadas de trabalho entre a 1ª e a
G56, G57, coordenadas de
7ª opção.
G58, G59 trabalho
G60 Comando reservado Comando reservado para posição.
G65 Chamada de macro Ativa funções macros.
Chamada de macro
G66 Ativa funções macros modais.
modal
G67 Cancela G66 Cancela chamada de macro modal.
Rotação de sistemas
G68 Rotaciona o sistema de coordenadas.
de coordenadas
G69 Cancela G68 Cancela a rotação de coordenadas.
G73 Ciclo de furação Ciclo de furação com quebra de cavaco.
Ciclo de
G74 Ciclo de rosqueamento com macho, rosca esquerda.
rosqueamento
Ciclo de Ciclo de mandrilamento fino com retorno deslocado
G76
mandrilamento do centro.
G80 Cancela ciclos fixos Cancela ciclos do G73 ao G76.
G81 Ciclo de furação Ciclo de furação contínua.
Ciclo de furação contínua com tempo de
G82 Ciclo de furação
permanência.
G83 Ciclo de furação Ciclo de furação com descarga de cavaco.
Ciclo de
G84 Ciclo de rosqueamento com macho, rosca direita.
rosqueamento
Ciclo de Ciclo de mandrilamento com retração em avanço
G85
mandrilamento programado.
Ciclo de Ciclo de mandrilamento com retração em avanço
G86
mandrilamento rápido.
Ciclo de
G87 Ciclo de mandrilamento para rebaixo interno.
mandrilamento
Ciclo de
G88 Ciclo de mandrilamento para retorno manual.
mandrilamento
46
Ciclo de Ciclo de mandrilamento com Dwell e retração em
G89
mandrilamento avanço programado.
Sistema de
G90 Sistema de coordenadas absolutas.
coordenadas
Sistema de
G91 Sistema de coordenadas incremental.
coordenadas
G92 Origem Estabelece nova origem.
G94 Unidade do avanço Avanço em mm/in por minuto.
G95 Unidade do avanço Avanço em mm/in por rpm.
Retorno de Retorno ao posicionamento inicial durante ciclos
G98
posicionamento fixos.
G99 Retorno de plano Retorno ao “plano R” durante ciclos fixos.
Fonte: Adaptado de (LEE, 1999 e ROMI)
47
Na sequência apresenta-se um exemplo de um programa CNC de fresamento,
tirado do Manual de Programação e operação da Linha ROMI D, comando CNC
FANNUC 0i -MC (Figura 18).
2.8. Pós-processador
48
CNC no formato específico para ser interpretado pelo conjunto máquina-CNC
(GRAEFF, 2019).
Cada pós-processador é exclusivo para realizar o pós-processamento de um
determinado sistema CAM e a geração de um pós-processador envolve
informações da máquina e do comando CNC. As informações relativas à sintaxe
dos comandos são padronizadas pela ISO 66025 (CAMARGO, 2017, P.28).
A Figura 19 apresenta a fluxo de geração de um programa CNC, abrangendo
a entrada dos parâmetros de usinagem, geração da trajetória da ferramenta e
conversão do CLF em programa CNC.
50
Figura 21 – Exemplo da associação dos sistemas CIM no processo de manufatura
2.10. SprutCAM
Fonte: SprutCAM
52
Figura 23 - Tela inicial do pós-processador do SprutCAM
Fonte: SprutCAM
2.11. PowerMILL
54
2.12. SolidWorks CAM
55
A Figura 27 apresenta a tela inicial do pós-processador editável do
SolidWorks CAM, aonde as trajetórias lineares, angulares e funções preparatórias
aparecem em cores diferentes.
56
3. METODOLOGIA
Geração do código
CNC
Análise do tamanho
do código CNC
Desenho no CAD
Definição dos Geração do código
modelos CNC
Seleção dos modelos
padrão
Programação Análise do tempo de
Metodologia Simulação
SprutCAM usinagem
Definição das
ferramentas
Análise do tamanho
do código CNC
Geração do código
CNC
Análise do tamanho
do código CNC
Figura 29 – Modelo 1
Fonte: Autora
59
3.1.2. Seleção do Modelo 2
Figura 31 – Modelo 2
60
possível. O Quadro 7 apresenta a lista de ferramentas selecionadas para o
experimento.
Quadro 7 – Ferramentas utilizadas
Material da
Ferramenta Aplicação Característica
Ferramenta
Grande taxa de remoção de material. Possui
Fresa toroidal Desbaste em geral
insertos intercambiáveis que aumentam a
Ø 50 mm e acabamento de Aço
durabilidade da ferramenta e possibilitam maiores
R0,15 Ø 40 superfícies planas
velocidades. Geralmente são aplicadas para
mm R0,15 horizontais
operações de faceamento.
Desbaste em geral
e acabamento de
Fresa de topo Média taxa de remoção de material, normalmente
superfícies planas Metal duro
reto Ø 10 mm é interiça.
horizontais e
verticais
Desbaste em geral
e acabamento de
Fresa de topo Baixa taxa de remoção de material, normalmente
superfícies planas Metal duro
reto Ø 4 mm é interiça.
horizontais e
verticais
Desbaste em geral
Fresa toroidal e acabamento de
Aplicada em fresamentos multieixo, usinagem em
Ø 8 mm superfícies planas Metal duro
superfícies e acabamento.
R0,5 horizontais e
verticais
Fresa de topo Desbaste de Utilizadas em processo de fresamento de peças
esférico superfícies mais complexas como moldes e modelos de Metal duro
Ø 4 mm complexas processos mais avançados de fabricação.
Podem ter corte a direita ou a esquerda, e são
utilizadas para fazer furações, dependendo da
dureza do material em que estão sendo aplicadas
Broca
Furação podem ter coberturas que proporcionam maior Metal duro
Ø 3,3 mm
resistência. São aplicadas também em furos que
posteriormente receberão operações de
rosqueamento.
Fonte : Autora (2021)
61
3.4. Definição dos parâmetros de usinagem
Equação 2:
𝑉𝑐 .1000
𝑛=
𝜋. 𝐷𝐶
Onde:
𝑛 = Velocidade de rotação do eixo árvore [min-1]
𝑉𝑐= Velocidade de corte [m/min]
𝜋 = 3,14
𝐷𝐶= Diâmetro da ferramenta [mm]
62
3.5. Programação utilizando o PowerMILL
64
Figura 35 – Blocos de matéria-prima
Após a definição dos blocos brutos foram criados os pontos de zero peça
(ponto X0, Y0 e Z0) e definidas as direções dos eixos X, Y e Z, dando origem aos
planos de trabalho. O software possibilita que o plano de trabalho seja criado a partir
de várias estratégias, a opção utilizada foi a criação a partir de três elementos,
sendo eles um ponto de origem, um plano e a direção do eixo X. A Figura 36 ilustra
os planos de trabalhos dos Modelos 1 e 2.
65
3.5.3. Criação das ferramentas
67
Figura 40 – Estratégia de saída nas peças
Para os pontos inicial e final das trajetórias da ferramenta foi de finido o uso
do centro seguro do bloco (Figura 41).
69
Figura 43 – Faceamento no PowerMILL
70
A Figura 45 ilustra as trajetórias criadas para o acabamento do faceamento
do Modelo 1, após serem aplicados os parâmetros de corte citados.
76
Finalizados os desbastes e acabamentos, foi executada a furação da peça.
Para que o software reconhecesse quais elementos eram furos foi utilizada a
ferramenta de criação de furos. Após o reconhecimento, os furos foram
selecionados e criados a partir da estratégia de percurso de furação com a broca
de Ø 3,3 mm. A configuração aplicada para a furação foi o ciclo com furação
profunda, com folga de 5,0 mm, profundidade de 20,0 mm (Figura 57).
77
Figura 58 – Furação no PowerMILL
78
Figura 60 – Parâmetros de corte do desbaste do rebaixo no PowerMILL
79
3.5.5. Simulação de fresamento do Modelo 1
80
Figura 64 – Simulação do desbaste da cavidade do Modelo 1 no PowerMILL
Para a geração dos códigos CNC para os Modelo 1 foi utilizado o pós-
processador FANUC, comando que o centro de usinagem CNC ROMI D600
disponibilizado pelo IFSC interpreta e executa.
Para o Modelo 1 foram geradas 1512 linhas de código, para 8 operações que
incluiram, desbaste, furação e acabamento. O tempo estimado de usinagem foi de
4 minutos e 54 segundos, com percurso de 9541,53 mm.
Quando os códigos são gerados de maneira independente o número de
linhas aumenta, visto que são escritas funções preparatórias para cada uma das
operações. A Tabela 2 resume as informações referentes aos tempos de cada
processo de fresamento, número de linhas de código, e comprimento do percurso
para o Modelo 1.
82
Figura 67 – Parâmetros de corte do desbaste do Modelo 2 no PowerMILL
85
Figura 72 – Parâmetros de corte do acabamento do Modelo 2 no PowerMILL
86
3.5.8. Simulação do fresamento do Modelo 2 no PowerMILL
87
Figura 76 – Simulação do acabamento do Modelo 2 no PowerMILL
Para a geração dos códigos CNC para o Modelo 2 foi utilizado o mesmo pós-
do Modelo 1. Para o Modelo 2 foram geradas 31230 linhas de código, para 3
operações, que incluem desbaste e acabamento com tempo estimado de usinagem
de 54 minutos e 41 segundos, com percurso de 173069,3 mm. A Tabela 3 resume
as informações referentes aos processo de fresamento para o Modelo 2.
88
3.6. Programação utilizando o SprutCAM
89
Figura 78 – Importação do Modelo 1 para o SprutCAM
a) Modelo 1 b) Modelo 2
Fonte: Autora (2021)
Para o Modelo1 foi adicionado 5,0 mm na direção +Z, para que uma operação
de faceamento fosse adicionada ao processo. Para o Modelo 2 o bloco de matéria-
prima utilizado foi a sugestão automática do SprutCAM. A Figura 83 apresenta as
informações referente aos blocos de matéria-prima utilizados.
93
Figura 85– Parâmetros de corte do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM
94
Figura 87 – Parâmetros de corte do acabamento do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM
95
Figura 89 – Acabamento do faceamento do Modelo 1 no SprutCAM
96
A Figura 91 apresenta a tela de configuração de estratégias para o Modelo 1
no SprutCAM, o valor de passo lateral utilizado foi de 5,6 mm.
100
O acabamento das laterais foi realizado a partir da estratégia de acabamento
de linha d’agua, com corte concordante, ap de 10,0 mm, direção para baixo. A Figura
99 apresenta a janela de configurações para a operação.
106
Figura 112 – Simulação do acabamento do rasgo do Modelo 1 no SprutCAM
Para a geração dos códigos CNC para o Modelo 1 foi utilizado o pós-
processador FANUC. Para o Modelo 1 foram geradas 1449 linhas de código, para
9 operações que incluiram, desbaste, furação e acabamento. O tempo estimado de
fresamento foi de 5 minutos e 10 segundos com percurso total de 10775,0 mm. A
Tabela 4 resume as informações refentes aos tempos de cada processo de
108
fresamento, número de linhas de código e comprimento de percurso para o Modelo
1.
109
Figura 117– Parâmetros de corte do desbaste do Modelo 2 no SprutCAM
111
Figura 120 – Parâmetros de corte do redesbaste do Modelo 2 no SprutCAM
112
Figura 122 – Redesbaste do Modelo 2 no SprutCAM
Reconhecimento
Geração das Geração das
Importação do Definições automático dos Geração do
trajetórias para o trejetórias para o Simulação
modelo do CAD iniciais recursos código CNC
Modelo 1 Modelo 2
usináveis
116
Figura 129 – Importação do Modelo 1 para o SolidWorks CAM
117
O software dispobiliza uma biblioteca padrão de ferramentas que são
selecionadas de maneira automática conforme o centro de usinagem escolhido e
os recursos usináveis reconhecidos na importação dos modelos. Essas ferramentas
podem ser subtituidas por ferramentas criadas pelo usuário e adicionadas a uma
nova biblioteca chamada de cesto.
O sistema de coordenadas foi modificado nos Modelos 1 e 2 pra que o eixo
+Z fosse perpendicular à face superior. No Modelo 1 foi definido um bloco de
matéria-prima retangular do tipo envolvente com sobremetal de 5,0 mm na direção
+Z para uma operação de facemento.
No Modelo 2 foi utilizado a matéria-prima de retângulo envolvente sugerida
pelo software. A Figura 131 apresenta os blocos de matéria-prima, direção dos eixos
e ponto zero peça para os dois modelos utilizados nesse experimento.
118
Para o Modelo 1 o software reconheceu três elementos, uma fenda
retangular (rasgo), um alojamento retangular (cavidade) e um padrão de furos com
rebaixo (Figura 132). Para o Modelo 2 o software não reconheceu nenhum recurso
usinável.
119
Figura 133 – Parâmetros de corte do Faceamento do Modelo 1
120
Figura 135 – Parâmetros de corte do acabamento do faceamento do Modelo 1 no
SolidWorks CAM
121
O tipo de corte utilizado foi concordante, com passo lateral de 5,6 mm, passo
vertical de 4,6 mm e sobremetal radial e axial de 1,0 mm. A Figura 137 ilustra as
configurações dos parâmetros de corte.
127
Figura 149 – Desbaste do rebaixo do Modelo 1 SolidWoks CAM
129
Figura 154 – Simulação do acabamento do rasgo do Modelo 1 no SolidWorks CAM
130
Figura 157– Simulação do rebaixo do Modelo 1 no SolidWorks CAM
Para a geração dos códigos CNC para o Modelo 1 foi utilizado o pós-
processador FANUC disponível na biblioteca de pós-processadores do SolidWorks
CAM. O código pós-processado pode ser aberto em uma janela de edição do próprio
software, as linhas aparecem em cores diferentes dependendo do tipo de
movimento.
Para o Modelo 1 foram geradas 426 linhas de código, para 8 operações que
incluiram, desbaste, furação e acabamento. O tempo estimado de usinagem foi de
5 minutos e 3 segundos, com percurso de 6722,4 mm. A Tabela 6 resume as
informações refentes aos tempos de cada processo de fresamento, número de
linhas de código e o comprimento do percurso para o Modelo 1.
A diferença no número de linhas geradas para o programa completo e para os
programas individuais é devido a trajetórias de movimentação e posicionamento
repetidas quando os programas são gerados individualmente.
131
Tabela 6 – Características dos códigos CNC do Modelo 1 no SolidWorks CAM
Número de Tempo estimado de Comprimento do
Operação
linhas usinagem percurso (mm)
Desbaste da face
25 44 s 538,8
superior
Desbaste do rasgo 61 54 s 1418,6
Desbase da cavidade 145 1 min 07 s 1650,9
Furos 14 7s 225,3
Rebaixo 55 14 s 316,6
Acabamento da face
25 41 s 540,8
superior
Acabamento do rasgo 44 35 s 963,6
Acabamento da
91 41 s 1067,8
cavidade
Total 460 5 min 03 s 6722,4
Fonte: Autora (2021)
132
Figura 158 – Parâmetros de corte ap desbaste do Modelo 2 no SolidWorks CAM
134
Figura 161 – Parâmetros de corte do redesbaste do Modelo 2 no SolidWorks CAM
136
Figura 164 – Acabamento do Modelo 1 no SolidWorks CAM
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
139
4.1.1. Número de linhas geradas para o Modelo 1
140
Em relação ao número de linhas geradas para o Modelo 1 observou-se que
o SolidWorks CAM gera apenas 25 % do total de linhas que os outros dois softwares
geram, para reproduzir as mesmas operações de fresamento.
A Figura 169 apresenta graficamente a análise comparativa em relação
número total de linhas geradas para os códigos CNC para o Modelo 1.
141
A Figura 170 apresenta graficamente a análise comparativa em relação
número de linhas geradas para os códigos CNC para o Modelo 2.
142
4.2. Análise do tempo de usinagem de fresamento
143
Figura 173 – Análise do tempo total de fresamento para o Modelo 1
144
Figura 174 – Análise do tempo de fresamento para o Modelo
2
Fonte: Autora (2021)
145
4.3. Análise do comprimento da trajetória da ferramenta
146
Figura 176 – Análise do comprimento do percurso de fresamento para o Modelo 1
147
4.3.2. Comprimento da trajetória da ferramenta do Modelo 2
149
Apesar do tempo de fresamento ter sido maior para esse sistema no Modelo
2, indústrias que têm como prioridade a qualidade do processo de fresamento
devem apostar no PowerMILL.
O número de linhas difere entre os softwares visto que cada um usa uma
função diferente para realizar a operação. Mesmo que o resultado que elas geram
seja o mesmo, ou minimamente diferente, as funções matemáticas que cada
software usa varia, afetando diretamente o número de linhas de código.
Em relação as trajetórias geradas, apesar dos parâmetros de corte usados
serem iguais para todos softwares, elas não possuem o mesmo comprimento. Essa
diferença é devido aos métodos do cálculo das trajetórias usados. Cada software
aplica um tipo de método para calcular seus pontos CC e CL que são as informações
utilizadas para a geração das trajetórias da ferramenta.
O Quadro 10 apresenta em comparativo final entre os três softwares,
considerando os dois modelos utilizados nesse trabalho. As notas aplicas baseiam-
se nos resultados obtidos no processo experimental e na minha experiência como
usuária e variam de 1 estrela (avaliação muito negativa) até 5 estrelas (avaliação
muito positiva.
150
dos códigos gerados e a análise de parâmetros dimensionais e superficiais dos
modelos fresados.
151
6. REFERÊNCIAS
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Metais. v 507, p 290-311, 2008.
BREAZ, R. et al. Using serial industrial robots in CNC milling procesess, 2015.
Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/291336878_Using_Serial_Industrial_Robots_in
_CNC_Milling_Procesess> Acesso em: 14 mar. 2021.
CAVICHIOLLI, F.; Acabamento dos raios de canto sem vibração. Mundo da Usinagem.
Disponível em: < https://omundodausinagem.com.br/o-desafio-da-usinagem-de-cantos/ >.
Acessado em: 03 de março de 2021.
152
DERECICHEI, L., CODRUTA, L., CHEREGI, G.; Issues related to the use of SprutCAM
in wood processing. Annals of the University of Oradea, Fascicle: Environmental
Protection. Vol. XXXI, 2018. Oradea, Romenia.
LENCIA, D. C.; Manufatura Assistida por Computador. 2020. DAMM- Instituto Federal
de Educação de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.
153
MACHADO, A. R. et al.; Teoria da usinagem dos materiais. 2015. p. 18. 3 ed. Editora
Edgard Blucher Ltda. São Paulo.
MISRA, B.; SUNDARARAJAN, V.; WRIGHT, P. K.; Zig-zag tool path generation for
sculptured surface finishing. 2008. Department of Mechanical Engineering. University of
California Berkeley, 2008.
ROSSO JR, R. S. U.; NEWMAN, S. T.; Estrutura de Dados para Sistemas CAD/CAM
aderente à STEP. 2003. In: Proceedings of VI Congresso Ibero-Americano de
Engenharia Mecânica – Universidade de Coimbra. Coimbra, Portugal.
154
graduação) – Curso de Engenharia Mecânica. Universidade Metodista de Piracicaba,
Piracicaba, 2001.
SOUZA, A. F.; SCHUTZER, K.; Interpolating Free Form Tool path for High Speed
Cutting Technology. 2001. In: 7th International Scientific Conference on Production
Engineering-CIM 2001. Zagreb, Croatia.
TAO C.; ZHILIANG S.; A tool path generation strategy for three axis ball-end milling
of free-form surfaces. 2008. Journal of materials processing technology.
155
7. ANEXO I – DESENHO TÉCNICO DO MODELO 1.
156