Apostila - Gestão Estratégica de Pessoas - Unidade V
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UNIDADE V - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E ÉTICA NA GESTÃO
ESTRATÉGICA DE PESSOAS
Objetivo
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O professor da Universidade de Brasília Mário César Ferreira é um importante
estudioso dos PQVTs no Brasil, ele explica que existem basicamente duas
abordagens para programas de Qualidade de Vida no Trabalho QVT: a
assistencialista e a preventiva. A diferença entre as duas abordagens é: enquanto a
assistencialista visa compensar o desgaste provocado pelo trabalho, a preventiva visa
acabar com o próprio desgaste, antes mesmo de sua ocorrência. (PEARSON, 2010)
O foco da QVT assistencialista está na produtividade: a ideia central é “evitar” o
efeito do estresse para que os colaboradores continuem produzindo bem. No
programa preventivo, a alta produtividade é uma consequência, e não o cerne do
programa como no assistencialista; no preventivo busca-se alterar fatores anteriores
ao trabalho para que o estresse nem sequer aconteça, não havendo necessidade de
neutralizá-lo. (PEARSON, 2010)
Em termos de aplicação, os PQVTs de orientação assistencialista oferecem um
conjunto de atividades voltadas ao bem-estar físico - como ginástica laboral,
massagens e cursos de dança - ou com a proposta de equilibrar aspectos físicos e
emocionais - como taichichuan, ioga e coral.
Fonte:https://www.tecnoveste.com.br/beneficios-da-ginastica-laboral-no-home-office/
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office as principais áreas de combate são sintomas depressivos e ansiedade, como
consequência da falta de convívio e rotina, causados pelo isolamento social.
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inoportunos de natureza sexual. A forma não verbal refere-se a olhares
concupiscentes e sugestivos, exibição de fotos e textos pornográficos seguidos de
insinuações, passeios frequentes no local de trabalho ou diante do domicílio da vítima,
perseguição da pessoa assediada, exibicionismo, entre outros. Por fim, a forma física
abrange toques, encurralamento dentro de algum ângulo, roçaduras, apertos,
palmadas, esbarrões propositais, apalpadelas, agarramentos etc. Os gestos,
geralmente, são acompanhados de linguagem sexista. (DESSLER, 2014)
As perdas para a organização decorrentes de prática de assédio podem ser:
Outro aspecto importante que envolve questões éticas nas organizações está
relacionado à gestão da diversidade. Pesquisadores americanos apontam que cada
vez mais os líderes gestores lidam com pessoas diferentes (etnia, raça, cultura,
valores, formação) e que essas diferenças aumentam a produtividade do trabalho.
Adaptar-se às diferenças das pessoas é um dos grandes desafios do mundo atual,
prezado(a) estudante. Um dos conceitos amplos sobre diversidade é apresentado por
Thomas Junior (1991): “engloba a idade, história pessoal e corporativa, formação
educacional, função e personalidade''. Inclui também estilo de vida, preferência
sexual, origem geográfica, tempo de serviço na organização e privilégio por status”.
Segundo Thomas Junior (1991) a diversidade pode abranger quatro aspectos:
a) diversidade cultural/étnica, voltada às múltiplas formas de etnias e raízes
culturais das pessoas;
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b) diversidade inclusiva, que se refere às pessoas com deficiência e à sua inclusão
sem discriminação no mundo do trabalho;
c) diversidade pessoal, considera as diversas aptidões, competências e saberes
de cada pessoa e sua contribuição na atividade profissional; e
d) diversidade de gênero, envolve oportunidades iguais para homens e mulheres
no mundo do trabalho.
Organizações que empregam a diversidade cultural nos seus quadros de pessoal
podem obter maior produtividade. Este aspecto é defendido pelo estudo de Richard
(2000) sobre diversidade cultural, reforçando que as organizações precisam gerenciar
a diversidade, não por uma necessidade legal, mas porque uma força de trabalho com
equilíbrio sexual, étnico e racial contribui para maior produtividade, retorno sobre
lucros e melhor desempenho no mercado. (ROMERO; FINAMOR, 2007)
As relações de gênero podem ser conceituadas como as relações sociais de poder
entre homens e mulheres, a qual cada um tem seu papel social que é determinado
pelas diferenças sexuais. O papel do homem e da mulher é constituído culturalmente
e muda conforme a sociedade e o tempo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE apontam que a quantidade
de mulheres ocupadas aumentou consideravelmente entre 1999 e 2009, de 40,3 % e
46,8%, respectivamente. Contudo, estes percentuais são inferiores ao de homens
ocupados, que em 2009 correspondeu a 67,8% da população ativa, mesmo as
mulheres sendo maioria na população em idade ativa (51,3%). Dados do Anuário das
Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas empresas
demonstram que de 2001 até 2011 a quantidade de empreendedoras cresceu 21,4%.
A inserção da mulher no mercado de trabalho ainda a remete a desafios e conflitos
relacionados a preconceitos, acúmulo de atividades assim como a própria auto
superação feminina quanto a sua capacidade de desempenhar, assim como os
homens, atividades vistas como exclusivamente masculinas.
A articulação entre trabalho profissional e trabalho familiar e doméstico (dupla
jornada de trabalho feminina) necessita de uma reformulação do uso de tempos e
espaços, pois as mulheres vivem mais intensamente a tensão da pluralidade das
adversidades dos tempos modernos (NEVES, 2013), o que faz com que, muitas
vezes, busquem exercer atividades produtivas que permitam a flexibilidade dos
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tempos e que as unam em espaços como forma de reduzir preconceitos e conflitos,
que mesmo assim existem. (SILVA et. al, 2014)
A gestão estratégica de pessoas tem um importante papel na mitigação das
relações de gênero nas organizações. Estimular nas organizações políticas,
programas e ferramentas que lide com os desafios da mulher no trabalho moderno,
que combatem os preconceitos e conflitos da relação de poder culturalmente
construída pela sociedade, está entre os grandes desafios do profissional gestor de
pessoas.
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Trabalho (OIT), organismo do qual o Brasil é país membro signatário de algumas de
suas convenções propostas. (DESSLER, 2014)
A Constituição Federal brasileira deixa bem claro a proibição de práticas
discriminatórias quanto aos seguintes itens:
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ao acesso e à manutenção no trabalho, sem qualquer restrição quanto a “sexo,
origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade” e deixa clara a
impossibilidade de realização de exames para constatação de gravidez e de
esterilização em candidatas mulheres, para efeitos admissionais ou de permanência
da relação jurídica de trabalho.(DESSLER, 2014)
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a garantia de acesso ao trabalho pela população negra, com “igualdade de
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o
combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica”. A partir dessa
lei, passa a haver um esforço direcionado não apenas para a punição dos infratores
mas, sobretudo à criação das chamadas ações afirmativas, definidas na lei como
“programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para
a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de
oportunidades”. (DESSLER, 2014)
RESUMO
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Discutimos os efeitos positivos da diversidade racial, social, étnica, sexual nos locais
de trabalho e como a organização pode se beneficiar em produtividade, criatividade,
melhora no clima organizacional e entre outros. Buscamos compreender as relações
de gênero no trabalho e seus efeitos sobre as diferenças da relação de trabalho entre
homens e mulheres nas organizações.
Conhecemos o principal conjunto de leis e políticas brasileiras que promovem a
igualdade de oportunidades de acesso ao emprego no Brasi, e inibem a discriminação
no ambiente de trabalho, o que contribuem para a formação de processo de gestão
de pessoas que combatem as desigualdades de acesso e discriminação de gênero
no trabalho.
ATIVIDADES
1. Redija um parágrafo dissertativo-argumentativo sobre condições ideais de um
ambiente de trabalho seguro e saudável.
a) Preventivo
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b) Assistencialista
c) Desenvolvimentista
d) Gerencialista
e) Humanista
RESPOSTA LETRA B
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
REFERÊNCIAS
KOPS, Lucia Maria; SILVA, Selma França da Costa; ROMERO, Sonia Mara Thater.
Gestão de pessoas: conceitos e estratégias. Série Gestão em Foco. InterSaberes.
Curitiba, 2013.
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ROMERO, S. M. T. FINAMOR, A. L. N. As questões de gênero no ensino de
graduação em administração: o caso de uma universidade privada do Rio Grande do
Sul, Brasil. Revista Educação – UFSM, Santa Maria, v. 32, n. 1, 2007.
RODRIGUES, Avelino Luis; FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Stress e trabalho: Guia
básico com abordagem Psicossomática. São Paulo: Editora Atlas SA, 1997.
THOMAS JUNIOR., R. R. Beyond Race and Gender: Unleashing the Power of your
Total Work Force by Managing Diversity. New York: Amacon, 1991.
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