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FACULDADE UNINORTE DE TUCURUÍ

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

RHADIGEN PEREIRA BEZERRA

AS CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL E SEXUAL NO AMBIENTE DE


TRABALHO E AS INTERVEÇÕES DE ACORDO COM A PSICOLOGIA.

TUCURUÍ–PA

2023
RHADIGEN PEREIRA BEZERRA

AS CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL E SEXUAL NO AMBIENTE DE


TRABALHO E AS INTERVEÇÕES DE ACORDO COM A PSICOLOGIA.

Atividade Avaliativa apresentada ao Curso de


Psicologia, da Faculdade Uninorte de Tucuruí,
como um dos pré-requisitos para avaliação da
disciplina Psicologia Forense I.
Orientador(a): Rafaela Moraes.

TUCURUÍ-PA
2023
Segundo Hirigoyen (2010), o assédio moral nas relações de trabalho é
caracterizado por condutas abusivas, manifestadas por atos, gestos, escritos e
palavras que possam trazer danos à dignidade ou a integridade física e psicológica
da vítima. Trata-se de uma violência fria, verbal ou não verbal, feita de
depreciação e injúrias. Que seu efeito pode degradar o ambiente de trabalho.
O assédio moral tem potencial para causar ou contribuir para o aparecimento de
muitos transtornos psicopatológicos, psicossomáticos e comportamentais. Nesta
perspectiva, estudos internacionais têm indicado as consequências do assédio moral
em nível individual, organizacional e social: prejuízos na qualidade de vida do sujeito
assediado; suicídio, desenvolvimento de Transtorno de Estresse Pós Traumático ou
Depressivo; problemas nas relações familiares; diminuição da satisfação do sujeito
assediado com o trabalho; problemas de relacionamento interpessoal no trabalho;
desempenho grupal prejudicado e aumento do comportamento agressivo nos
trabalhadores; problemas nas funções cognitivas, como atenção e concentração, até
possibilidade de desenvolvimento de transtornos psicológicos como depressão e
aumento de custos médicos e tendência a aposentadoria precoce.
Esse problema não é novo e existe desde os primórdios das relações humanas.
No entanto, nas relações de trabalho, é considerado um fenômeno novo sob o ponto
de vista de sua visibilidade. A discussão acerca do tema no universo do trabalho
está em pleno desenvolvimento, como confirmam as publicações de médicos,
psicólogos, administradores, sindicatos, profissionais juslaboralistas, em nível
mundial. Isso demonstra a preocupação das diversas áreas do conhecimento, para
com a efetiva tutela dos interesses das pessoas envolvidas nessa relação.
Além disso, Jacoby et al. (2009) acreditam que a hierarquia imposta pela
estrutura organizacional, à discriminação de funcionários, a baixa oferta de emprego,
há má comunicação, a falta de reconhecimento e ambientes que não existem regras
internas precisas, também são apontados como contextos propícios para o
surgimento do assédio moral. Analisam ainda, que muitas empresas poderiam estar
lançando mão do assédio moral como estratégia de gestão, sem talvez dar-se conta
das consequências desta violência. Uma vez que, ela afeta não só a saúde do
sujeito agredido e sua produtividade, como também, a organização de trabalho, a
sociedade e o estado.
Segundo Hirigoyen (2010), o assédio moral propicia um clima de aflição, medo e
fragilidade, que acaba se estendendo a toda a sociedade, uma vez que as
constantes mudanças e reestruturações das empresas podem levar as pessoas a
perderem a confiança em si mesmas e a adotarem uma postura de descrédito com
relação ao mundo do trabalho, por se julgarem não capacitadas para enfrentar todas
essas mudanças.
Desse modo, as falhas na organização do trabalho mostram grande
discrepância entre a concepção do trabalho e sua prática quotidiana. Tais falhas são
sentidas na saúde mental dos trabalhadores, pois cobra-se dos empregados o
prejuízo advindo dessas falhas, ao mesmo tempo em que esses erros geram o
medo, que, dependendo da estrutura emocional de cada indivíduo, pode causar um
sem-número de danos psico-emocionais. A fim de evitar erros - que são na verdade
uma decorrência de uma precária organização do trabalho, e não o resultado dos
assim encarnados "erros pessoais" - os profissionais buscam manter rotinas e
estratégias individuais, o que instaura entre eles um clima de competição, gerando a
perda da capacidade de desenvolverem estratégias coletivas de enfrentamento do
problema.

Intervenções de acordo com a Psicologia


O Psicólogo é um profissional que, dentre várias atribuições, tem o compromisso
de enfrentar o assédio moral, quando inserido profissionalmente em organizações
de trabalho. Esta constatação encontra subsídios no Código de Ética Profissional do
Psicólogo (Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2005), o psicólogo baseará o seu
trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da
integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, e que trabalhará visando promover a saúde e a
qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação
de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.
Dito isso, o psicólogo poderá criar um grupo de apoio onde em um ambiente de
conversa, escuta e troca de experiências entre as participantes sobre suas situações
de assédio moral, traga validação para as participantes. Para propiciar melhor
entendimento acerca do assunto e construir juntas estratégias de enfrentamento às

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dificuldades encontradas pelas trabalhadoras, sendo que algumas já haviam,
inclusive, relatado ter a sua saúde afetada devido ao assédio moral ocorrido no
trabalho.
A criação de ações preventivas, treinamento de habilidades em liderança e
treinamento jurídico sobre assédio moral. O trabalho a ser feito nas organizações,
diante do assédio, deve ser através de reeducação de valores, implicando em uma
mudança cultural e incentivando à prática do diálogo constante e permanente entre
as pessoas. As políticas relacionadas ao bem-estar do pessoal, à mediação de
conflitos, ao desenvolvimento, ao zelo pelo clima organizacional, podem não apenas
reparar erros atuais, mas também auxiliar na construção de um ambiente mais
saudável, de forma que se possa falar em trabalho decente sem nenhuma
ambiguidade ou dubiedade (Heloani & Barreto, 2010).
As intervenções que focam vítimas de assédio moral no trabalho, são
denominadas de nível individual e visam melhorar as possibilidades do indivíduo
para lidar com o estresse. Neste patamar, pode-se trazer como exemplos de
intervenções para as vítimas do assédio moral no trabalho: aconselhamento, grupo
de apoio, estratégias de reabilitação e retorno ao trabalho, ouvidoria (Glina & Soboll,
2012). Existem ainda, outras formas de atuação, que sugere utilizar conselheiros
profissionalmente treinados. Dentre as técnicas citadas pelo pesquisador, destacam-
se: a terapia narrativa, a terapia cognitivo-comportamental, a psicoterapia e os
grupos de autoajuda.
Também se faz necessário que o psicólogo planeje o retorno ao trabalho dos
empregados que foram afastados por sofrerem assédio moral. Isso porque regressar
a vítima ao ambiente pode ser uma alternativa arriscada e penosa, pois ela será
exposta novamente ao local estressor. Dessa maneira, cabe ao psicólogo, avaliar se
as debilidades psicossomáticas provocadas pelo assédio tenham sido eliminadas.
As intervenções do psicólogo não devem se restringir às vítimas do assédio, já que o
agressor também necessita de atenção profissional. Dessa forma, é importante
incluí-lo nas ações de intervenção e ou prevenção
O psicólogo do trabalho também precisa estar presente e ativo para que possa
perceber todos os movimentos e possíveis transgressões que afetam a moral, sendo
necessárias intervenções preventivas a fim de buscar a melhoria do clima
psicológico no ambiente de trabalho. Sendo assim a prevenção do assédio moral

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pode ocorrer de diferentes formas, tais com capacitar os trabalhadores e líderes,
vinculando normas de adaptação comportamental social na organização e buscar
estabelecer limites.

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Referências Bibliográficas
Conselho Federal de Psicologia. (2005). Código de ética profissional do psicólogo.
Brasília, DF: Autor.
HIRIGOYEN, Márcie France.Redefinindo o assédio moral. 5. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2010
Heloani, J. R., & Barreto, M. (2010). Aspectos do trabalho relacionados à saúde
mental: Assédio moral e violência psicológica. In D. M. R. Glina & L. E.
Rocha, Saúde mental no trabalho: Da teoria à prática (pp. 31-48). São Paulo, SP.
Glina, D. M. R., & Soboll, L. A. (2012). Intervenções em assédio moral no trabalho:
Uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional.
JACOBY, Alessandra Rodrigues et al. Assédio moral: uma guerra invisível no
contexto empresarial. Revista mal-estar e subjetividade, Fortaleza, v. 4, n. 2, p. 619-
647, jun. 2009.

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