Direito Trabalhista e Previdênciário - Unidade 4

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12

NOME DA DISCIPLINA: Direito Trabalhista e Previdenciário

Nome do professor(a): Ivna Olímpio Lauria


UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O termo Seguridade Social surgiu pela primeira vez na Constituição Federal de


1988, em seu art. 194 e “compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL, 1988).

• Saúde é garantida em sistema universal e gratuito, sendo considerada direito


de todos (art. 196 da CF/88).

• A Previdência (Seguro Social) é um dos ramos da Seguridade Social, da


qual o caráter contributivo é expresso no art. 201 da Constituição Federal, e
com isso para receber os benefícios e serviços previdenciários devem
comprovar o correto recolhimento da contribuição previdenciária.

• A Assistência Social será prestada a todos aqueles que necessitarem


gratuitamente, conforme expresso no art. 203 da CF/88.
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Saúde

A prestação da Saúde é uma política de Seguridade Social que não exige


contribuição pecuniária, ou seja, é gratuita, por ser um direito fundamental
assegurado a todos de acordo com o art. 196 da CF de 1988.

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(BRASIL, 1988).
 
O Sistema Único de Saúde – SUS é responsável por conduzir a
saúde no Brasil de acordo com o art. 198 da CF de 1988
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seguridade Social
A todos aqueles que se encontram na linha da pobreza ou da extrema pobreza é
assegurada a assistência social de forma a atender as necessidades básicas do ser
humano.

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção
de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei (BRASIL,
1988).
 
É a Assistência Social que provê políticas públicas como o Programa Bolsa
Família que transfere renda às famílias em situação de pobreza e de extrema
pobreza, o auxílio funeral e auxílio natalidade.
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Previdência
A pessoa física que exerça trabalho remunerado terá na Previdência Social o
amparo para momentos indesejáveis ou para o momento de aposentadoria. A
Previdência Social é de natureza obrigatória conforme previsto no art. 201 que
especifica que tal seguro “será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, (...)” (BRASIL,1988,
grifo nosso).

O art. 1º da Lei nº 8.213/91 estabelece que,


“A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus
beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade,
desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e
prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente” (BRASIL, 1991).
 
O benefício previdenciário tem por objetivo cobrir momentos em que a pessoa seja
acometida de doenças, invalidez, morte, idade avançada, maternidade,
desemprego, salário-família e auxílio reclusão.
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Regimes de Previdência no Brasil
Os Regimes de previdência são de contribuição obrigatória.
Segundo Alencar (2019) existem três regimes de seguro social:

De filiação obrigatória, denomina-se Regime Geral da Previdência Social (RGPS)


aquele definido no art. 201, da Magna Carta, e por Regime Próprio de Previdência
Social dos Servidores Públicos (RPPS) aquele apresentado no art. 40 do mesmo
diploma normativo. Há ainda, o Regime de Previdência Privada de feição
Complementar (RPPC) de vinculação facultativa, designado no art. 202 do Texto
Supremo, lastreado no brocardo da autonomia da vontade (ALENCAR, 2019).

1. O Regime Geral atende aos trabalhadores da iniciativa privada e são


chamados de segurados;
2. Os Regimes Próprios são destinados aos servidores públicos que
ocupam cargos efetivos, cada qual regulamentado por lei complementar;
3. O Regime Complementar é de caráter privado, o trabalhador é chamado
de participante, regulado pelo Art. 202 da Constituição Federal, é
organizado por instituições financeiras privadas, geridas pelas Leis
Complementares, e a grande diferença dos outros regimes é que na
complementar a opção é facultativa.
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO
O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS é responsável pelo seguro social, pela
concessão e manutenção de benefícios aos seus beneficiários e dependentes e ainda
conforme o art. 5º da Lei 11.457/2007. A partir de 2019 o INSS compõe o Ministério da
Economia.

O benefício (aposentadoria, BPC, invalidez...) solicitado ao INSS pelo beneficiário nas


Agencias da Previdência Social poderão ser indeferidas, e no caso da negativa de
concessão, poderá o interessado interpor recurso ordinário, dentro de um prazo de 30 dias
às Juntas de Recursos (JR) do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS)
(ALENCAR, 2019)

A proteção social é o principal objetivo do recolhimento de contribuição do beneficiário do


RGPS.
Assegurar que, em diversos momentos da vida, esteja o beneficiário protegido em caso de
aposentadoria por invalidez, necessidade de auxilio doença ou acidente, que cause a
incapacidade de laborar; no caso do desemprego, concessão de seguro desemprego;
aposentadoria por idade, quando chegar alcançar a idade; aposentadoria por tempo de
contribuição; aposentadoria especial àqueles que trabalham expostos ao perigo ou em
trabalho prejudicial à saúde; salario maternidade em caso de nascimento ou adoção de
filho; auxilio reclusão para a família do beneficiário que for preso; salário família; e pensão
por morte em caso de óbito do .segurado (ALENCAR, 2019).
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Quadro de Beneficíarios e Beneficios

Segurado Dependente

Aposentadorias Por invalidez Benefícios Pensão por Morte

Por idade Auxílio Reclusão

Por tempo de    
contribuição

Especial    

Auxílio Doença    

Por acidente    

Salário Família    

Maternidade    
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O Governo Federal divide em dois tipos de contribuição que devem ser


recolhidos pelo empregador. A parte patronal é fixa em 20% da remuneração e
inclui a contribuição previdenciária, o FGTS, a reserva indenizatória e o seguro
contra acidente. O empregado contribui também e essa contribuição varia de
8% a 11%, de acordo com o valor do salário de contribuição, sendo então,
descontada da remuneração.
 
Quadro 4 – Alíquota variável de contribuição
Salário de Contribuição Alíquota

Até R$ 1.556,94 8%

De R$ 1.556,95 a R$ 2.594,9 9%

De R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11 %

Fonte: Ministério da Economia, 2019


UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou
de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho (BRASIL, 1991). Alencar (2019) assegura que para caracterizar acidente de
trabalho é necessário identificar alguns requisitos que são o evento danoso, sequelas
incapacitantes ou morte e que evento danoso tenha acontecido em decorrência do
exercício da atividade laboral.
 
O mesmo dispositivo traz em seu art. 20 a diferenciação entre doença de trabalho e
doença profissional:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes


entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício
do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I (BRASIL, 1991, grifo nosso).
UNIDADE IV
NOÇÕES CENTRAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Alguns conceitos:

A desaposentação era uma forma do aposentado renunciar a aposentadoria


que já estava sendo recebida, mas como ele continuou a trabalhar e a
contribuir para o INSS, renunciava a essa aposentadoria via desaposentação
e solicitava uma nova aposentadoria contando o período antigo e novo de
contribuição e calculando novo valor.

A reaposentação é essa nova avaliação para segurados aposentados que


continuaram trabalhando e contribuindo para Previdência Social e após certo
tempo adquiriu direito a uma aposentadoria por invalidez, por exemplo, assim
ele deverá avaliar qual dos dois benefícios será o mais vantajoso e optar por
apenas um deles.

O dano moral previdenciário não é relacionado apenas ao acidente de


trabalho, mas por ter encargo alimentar e social, poderá ser aplicado à toda
ofensa à proteção e a seguridade social.
Fique atento às alterações das leis e reformas que
podem vir a alterar conceitos, normas e aplicação
das regras previdenciárias.

Obrigada

Você também pode gostar