Psicologia Social Na Amazônia
Psicologia Social Na Amazônia
Psicologia Social Na Amazônia
Volume I
Psicologia social na
Amazônia:
Reticulando potencialidades e desafios
Organização
Maria Ivonete Barbosa Tamboril
Maria Lúcia Chaves Lima
André Luiz Machado das Neves
Coleção Encontros em Psicologia Social
Coordenador
Deivis Perez
Volume I
Psicologia Social na Amazônia:
reticulando potencialidades e desafios
Organização
Maria Ivonete Barbosa Tamboril
Maria Lúcia Chaves Lima
André Luiz Machado das Neves
Porto Alegre
2019
A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) é uma
entidade civil, autônoma e sem fins econômicos que reúne e organi-
za pessoas dedicadas ao estudo, ensino, investigação e aplicação da
Psicologia a partir de um ponto de vista social no Brasil. Desde a sua
criação, no ano de 1980, a ABRAPSO busca ensejar a integração da
Psicologia Social com outros campos, incentivar e apoiar o desenvol-
vimento de ações no campo sociocomunitário, bem como garantir o
compromisso ético-político de profissionais, investigadores, especialistas
e estudantes da área com as populações submetidas a desigualdades e
explorações sociais e econômicas, em condição de opressão ou violência
de qualquer ordem, contribuindo para a transformação da sociedade
brasileira no sentido da justiça e da igualdade.
Todos os anos a ABRAPSO realiza encontros regionais ou nacio-
nais dedicados a mobilizar e estimular a dialogia acerca da Psicologia
Social. O seu compromisso com a sistematização e difusão de saberes
se expressam por intermédio da publicação de literatura especializada
pela ABRAPSO Editora e pela Revista Psicologia & Sociedade.
Site: http://www.abrapso.org.br/
Editora Executiva
Ana Lídia Brizola
Conselho Editorial
Ana Maria Jacó-Vilela – UERJ
Andrea Vieira Zanella - UFSC
Benedito Medrado-Dantas - UFPE
Conceição Nogueira – Universidade do Minho - Portugal
Francisco Portugal – UFRJ
Lupicinio Íñiguez-Rueda – UAB - Espanha
Maria Lívia do Nascimento - UFF
Pedrinho Guareschi – UFRGS
Peter Spink – FGV
CDU – 302.09811
Apoios
Prefácio .................................................................................. 10
Benedito Medrado
5
V - A infância sem terra e o compromisso social da Psicologia ................ 96
Maria Ivonete Barbosa Tamboril, Matheus Mendonça de Vasconcelos e Paulo Vitor Alves de
Freitas
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Coleção Encontros em
Psicologia Social
A nossa Associação Brasileira de Psicologia (ABRAPSO) nasceu
no princípio dos anos 1980 por meio da ação de profissionais, pesqui-
sadores, estudantes e militantes que trabalhavam pela democratização
do país e que, de maneira justificada, lutavam contra as violências
e o terrorismo de estado engendrados pelos dirigentes da ditadura
civil-militar sob as bênçãos dos seus apoiadores. Eram tempos em
que segmentos de cidadãos autoproclamados cristãos, zelosos pela
manutenção da propriedade privada e da família tradicional - su-
postamente ameaçadas pelo espectro do comunismo - apoiavam os
asselvajados agentes estatais em sórdidas maquinações dedicadas aos
ataques à vida e aos abusos e covardias concretas e simbólicas contra
pessoas identificadas como inimigas internas por ousarem rogar pelo
respeito à humanidade.
Agora, quase 40 anos depois, encontramo-nos novamente num
período ulterior a outro golpe de estado, perpetrado contra uma Pre-
sidenta eleita e injustamente deposta, após sombrios arranjos entre
parlamentares, setores do judiciário e do empresariado, animados por
uma avassaladora campanha midiática que direcionou e conduziu às
ruas grupos sociais autoritários escoltados por parvos, hipócritas, cínicos
e acumpliciados decididos a identificar e responsabilizar a Presidenta e
o seu partido pelas seculares deformidades e vícios da política do Brasil.
O desarranjo sociopolítico provocado por este golpe nos conduziu ao
momento presente, em que temos como chefe do poder executivo da
república um autocrata, que rotineiramente e com incompreensível
filáucia, manifesta ser um azêmola, cuja obscura biografia assinala que
foi um ex-militar desconceituado, menosprezado pelos próprios pares
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Apresentação: Uma Psicologia Social que vem do Norte
Deivis Perez
Coordenador
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Prefácio
Deslocando saberes e
produzindo conhecimentos
desde o norte brasileiro
Benedito Medrado
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Apresentação: Uma Psicologia Social que vem do Norte
Antes de seguir a leitura deste texto, peço, por favor, que leias
atentamente as palavras acima do dramaturgo e poeta alemão do século
XX que influenciou sobremaneira o teatro contemporâneo, Bertold
Brecht (1990), a partir das quais inicio essa breve contribuição. Se
já o fez, pelo que o faça novamente, pausadamente... sentindo cada
sentença.
Sendo esta coletânea uma produção científica e sendo a ciência a
arte de produzir conhecimento, é importante atentarmos para o convite
de Brecht, assumindo um compromisso ético com a dúvida, produ-
zindo palavras e coisas que possam não apenas explicar ou justificar
como a verdade se produz. Precisamos ir além. Precisamos questionar
aquilo que consideramos habitual, comum, normal, natural. Para isso,
precisamos não apenas rever as formas de produção de conhecimento,
mas também rever os territórios e corpos aos quais se atribui a inte-
ligibilidade do saber; espaços de poder, corpos e condições humanas
às quais se reconhecem como lócus do conhecimento superior.
Como afirma a atriz, diretora de teatro, socióloga, professora da
Universidade Federal do Pará e ativista no campo da promoção da
igualdade racial, Zélia Amador de Deus, a arte compreende a nossa
necessidade estética de ir além daquilo que é necessário para a res-
ponder às nossas necessidades da vida prática.
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Apresentação: Uma Psicologia Social que vem do Norte
Referências
BRECHT, Bertold. Teatro completo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. V. 4.
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Apresentação
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Apresentação: Uma Psicologia Social que vem do Norte
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Apresentação: Uma Psicologia Social que vem do Norte
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Parte I
Revisitando aportes teóricos e epistemológicos da
Psicologia Social
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I
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Por uma psicologia-resistência: uma aposta nas lentes decoloniais
supostamente universal, não o é, uma vez que não aborda outros pontos
de vista, outros países ou perspectivas psicológicas de outras regiões.
Portanto, para se pensar uma Psicologia da resistência, há que
se levar em consideração a herança colonial da Psicologia no Brasil.
Para tanto, a concepção de decolonialidade, desenvolvida por diversos
autores e autoras latino-americanos, é um convite para a construção
de uma outra Psicologia atenta aos efeitos da colonialidade nas sub-
jetividades atuais.
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Por uma psicologia-resistência: uma aposta nas lentes decoloniais
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Considerações finais
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Referências
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Por uma psicologia-resistência: uma aposta nas lentes decoloniais
decolonial. Reflexiones para uma diversidad epistémica más allá del capitalismo
global. Bogotá: iglo del Hombre, 2007 p. 127-167.
NDLOVU, M. Por que saberes indígenas no século XXI? Uma guinada decolonial.
Epistemologias do Sul (Foz do Iguaçu), v. 1, n. 1, p. 127-144, 2017.
SILVA, J. “Samba da Utopia”. Por Jonathan Silva. Peça Ledores do Breu, de Dinho
Lima Flor, da Cia do Tijolo, 2018. Recuperado de https://www.letras.mus.br/
jonathan-silva/samba-da-utopia/
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II
Introdução
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Vidas precárias em disputa pelo mercado neoliberal: direitos humanos, biopolítica...
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Referências
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III
Introdução
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Da aparência para a essência: a instrução ao sósia e a dialética marxiana
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Da aparência para a essência: a instrução ao sósia e a dialética marxiana
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Considerações finais
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Referências
BATISTA, M.; RABELO, L. Imagine que eu sou seu sósia: aspectos técnicos de
um método em clínica da atividade. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho,
v.16, n. 1, p. 1-8, 2013.
CLOT, Y. A função psicológica do trabalho (A. Sobral, Trad.). Petrópolis, RJ:
Vozes, 2006.
CLOT, Y. Trabalho e poder de agir (M. Vianna; G. Teixeira, Trad.). Belo
Horizonte: Fabrefactum, 2010.
KOPNIN, P. V. A dialética como lógica e teoria do conhecimento (P. Bezzerra,
Trad.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. (Texto original publicado em
1969).
MARX, K. O capital: crítica da economia política: livro I: o processo de produção
do capital (R. Enderle, Trad.). São Paulo: Boitempo, 2017. (Texto original
publicado em 1867).
ODDONE, I. Ambiente de trabalho: a luta dos trabalhadores pela saúde. São
Paulo: Hucitec, 1986.
PEREZ, D., ERCOLANO, R. S., ROCHA, L. C. Notas acerca da dialética
como método e seu uso contemporâneo na mediação da transmutação social. In:
Perez, D.; Silva, E. P.; Simões, M. C. D. (Orgs.). Práxis em Psicologia Social:
o enfrentamento a pautas autoritárias e à lógica privatista. Porto Alegre: Editora
ABRAPSO, 2017, p. 172-182.
PEREZ, D.; MESSIAS, C. A autoconfrontação e seus usos no campo da linguística
aplicada ao estudo do trabalho do professor. Educação e Linguagens, v. 2, n. 2,
p. 92-112, 2013.
VASCONCELOS, R.; LACOMBLEZ, M. Redescubramo-nos na sua experiência:
o desafio que nos lança Ivar Oddone. Laboreal, v. 1, n. 1, p. 38-51, 2005.
VIGOTSKI, L. S. O significado histórico da crise da Psicologia: uma investigação
metodológica (C. Berlinder, Trad.). In: Teoria e método em Psicologia São
Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 203-417. (Texto original publicado em 1927).
TOMÁS, J. Desenvolvimento da experiência e desenvolvimento dos conceitos:
da atividade sindical à produção de um referencial da atividade. Trabalho &
Educação, v. 19, n. 13, p. 49-63, 2010.
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Da aparência para a essência: a instrução ao sósia e a dialética marxiana
Parte II
Negação de direitos e sofrimento psíquico
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IV
Introdução
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estado do Pará, que teve uma taxa de crescimento elevada das etnias
Juruna, Kuruaya e Xipaya. Afirmam ainda que os dados referentes
aos povos indígenas no norte do país podem carecer de qualidade.
Isso porque a metodologia utilizada pela demografia é pensada para
grandes populações, enquanto as sociedades indígenas de maneira
geral correspondem a pequenos grupos que não alcançam os pressu-
postos da área.
Pagliaro (2005) aponta que nos últimos decênios os nascimentos
de crianças declaradas indígenas superou 50 nascimentos por mil ha-
bitantes, o que parece ser indicativo de uma recuperação de padrões
reprodutivos ancestrais. Segundo a autora, isto pode ser uma reação a
uma necessidade estratégica tradicional de domínio de território, bem
como necessidades inerentes ao sistema de organização sociocultural
de alguns povos indígenas.
De acordo com Pagliaro, Azevedo e Santos (2005), apesar do
aumento no investimento de pesquisas demográficas orientadas par-
ticularmente para os povos indígenas, ainda há uma lacuna histórica
dos registros de nascimento, óbitos e eventos migratórios. O que
tem sido implementado na tentativa de responder a esta lacuna, são
pesquisas de maior profundidade, com o objetivo de recuperar os
eventos demográficos.
Além da dificuldade de acesso a serviços básicos, outro fator de
deslocamento advém de convites de familiares ou pessoas próximas
já residentes em zonas urbanas ou, ainda, desentendimentos com
líderes locais. Em suma, essa migração é facilmente explicada através
do discurso das próprias pessoas indígenas, que apontam como fatores
a tentativa de ter acesso ao que falta na aldeia, e conforme aponta
Bernal (2009), esse acesso inclui também à aquisição de dinheiro e
produtos alimentícios.
O estabelecimento de grupos indígenas em zonas periféricas é
comum. Esta é uma realidade que remete ao precário assentamento
dos povos indígenas em ambientes citadinos, permanecendo em
realidades com total falta de acesso à serviços, como saneamento,
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Indígenas em Manaus
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Referências
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V
Introdução
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A infância sem terra e o compromisso social da psicologia
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A infância sem terra e o compromisso social da psicologia
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A infância sem terra e o compromisso social da psicologia
O brincar
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Aprendizagem
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A infância sem terra e o compromisso social da psicologia
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A infância sem terra e o compromisso social da psicologia
Ciranda Infantil
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Considerações finais
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A infância sem terra e o compromisso social da psicologia
Referências
CFP. Referências técnicas para atuação das (os) psicólogas (os) em questões
relativas a terra. Brasília, DF: CFP, 2013.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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VI
Introdução
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fico”, para que não haja controvérsias e desgaste acerca dos requisitos
indispensáveis do crescimento econômico, ou para o retorno a ele
(ZHOURI et al., 2014).
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Conclusão
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Referências
ACSELRAD, H.; BEZERRA, G. N. Desregulação, deslocalização e conflito
ambiental: considerações sobre o controle de demandas sociais. In: ALMEIDA,
A. W. B et al. Capitalismo globalizado e recursos territoriais – fronteiras da
acumulação no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. Lamparina, 2010, p.
179-210.
128
UHEs Santo Antonio e Jirau (RO) e Belo Monte (PA): desastre continuado e...
TURRIANI, et al. O caso clínico como caso social. In: Patologias do Social:
Arqueologias do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
Recuperado de https://bdpi.usp.br/item/002899525
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VII
Participação em políticas
públicas na cidade:
um olhar para bairros de uma capital amazônica
Lílian Caroline Urnau
Ana Paula Farias Ferreira
Ana Maria Souza Brito
Angélica de Souza Lima
Jéssica Fabrícia Silva Lima
Lua Clara Melo Fernandes
Introdução
1 A pesquisa foi financiada pelo Edital Universal – CNPq e contou com o apoio do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Fundação Universidade Federal
de Rondônia/CNPq.
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Método
3 A pesquisa seguiu os preceitos éticos da pesquisa, sendo aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos.
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Psicologia social na Amazônia: reticulando potencialidades e desafios
que tem ali, o exercício pra você fazer de manhã, pra fazer suas cami-
nhadinhas, né (risos) [...]. Muito bom. Não tenho o que reclamar.
M2 - Jambeiros I.
Um bairro com iluminação. Bairro com drenagem e com asfalto, com
esgoto, com água potável, com escola e creche, com tudo! Tudo que
uma comunidade precisa para viver. L2 - Jambeiros II.
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o prefeito asfaltou, mas, mesmo assim, né, com os anos não foi... foi...
foi ficando tão bom quanto gostaríamos, porque, com a chuva, é...
acaba alagando tudo, né? [...] asfaltaram, mas ainda continuam os
buracos lá também. M11 – Pupunhal I.
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vem aqui, e é “vapt vupt”, [...] se você ligar, eles vêm, mas demoram”.
(M15 – Jambeiros III).
A insatisfação com a precariedade dos serviços públicos oferecidos
foi expressa pelos entrevistados com sentimento de tristeza. Como
conceitua Sawaia (2001), sofrimentos de ordem ética e política são
gerados pelo modelo desigual de sociedade, no qual prevalece a po-
lítica de favorecimento de uma minoria em detrimento da maioria
da população que vive em condições de vida precárias mantidas sob
a égide do Estado.
Analisemos agora as respostas que se referem à inexistência de
serviços públicos.
“O poder público não faz nada por ninguém não”: o sentimento de abandono
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O poder público não faz nada por ninguém não. Eu tiro pela neces-
sidade desse povo e eu às vezes debato com o Governador, Prefeito,
Secretário de Saúde, porque a maior carência nossa aqui é na área
de saúde. Pelo amor de Deus! [...] Eu vejo a dificuldade desse povo.
L5 – Pupunhal II.
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Referências
ABAD, M. Las politicas de juventud desde la perspectiva de la relacion entre
convivencia, ciudadania y nuevacondicion juvenil. Última Década (Viña del Mar,
CIDPA), n. 16, p. 119-155, mar., 2002.
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VIII
Adolescentes em cumprimento
de medidas socioeducativas:
histórias de vidas compartilhadas
Adinete Sousa da Costa Mezzalira
Fernanda Priscilla Pereira Calegare
Rayssa Jackeline Graça Maciel
Marcela Karina Dantas da Silva Patrício
Introdução
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Método
Resultados e discussão
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tivas futuras a partir de uma oficina com três eixos: (a) Infância, (b)
Adolescência e (c) Idade adulta.
No eixo sobre a Infância, buscamos resgatar a vivência dos ado-
lescentes nessa fase da vida. Primeiramente, eles falaram livremente
palavras que representassem essa fase, entre as quais, podemos destacar:
agressão, “tamborzinho”, crime, revolta, maconha e drogas. Poste-
riormente, por meio de atividades de recortes de revistas e desenhos,
eles expuseram as imagens que representavam a sua infância. Em um
terceiro momento, construímos coletivamente um cartaz em que cada
um deveria escrever os acontecimentos bons e ruins da fase infantil.
O cartaz conteve os seguintes conjuntos de palavras:
quando eu era criança, com oito anos mais ou menos, entrei pra
vida do crime, tinha uma boca na frente da minha casa, a minha
vida foi isso, cresci assim, eu vendia drogas, desde cedo comecei a
trabalhar pro chefe.
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ta gente grande, fiquei quatro anos sem sair da favela, não levava
a gatinha no cinema, não podia sair pra comprar nada fora, até
pra jogar bola só jogava com os manos da favela, a gente tinha um
campinho lá nosso, eu peguei uns três sequestros (sequestro é ser
pego pelos policiais), quase morri, fui livrado por Deus era pra eu
sair dessa vida mesmo.
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Considerações finais
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Referências
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n115/02.pdf
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 48. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
166
Adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas: histórias de vidas...
PEREIRA, P. A. P. Política social: Temas & Questões. 3. ed. São Paulo: Cortez,
2011.
VOLPI. M. O adolescente e o ato infracional. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2015.
111 p.
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Parte III
Narrativas de mulheres amazônidas
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IX
Introdução
Mãe Terra e a Lua. Os antigos mitos e lendas contam
que os raios prateados da lua estão iluminando os
porões do inconsciente coletivo. Prenunciando o
surgimento de uma nova consciência. Essa energia
vital que nos trará uma consciência ecológica, fraterna
e global. Eu descobri com a minha vivência, a
suprema importância de resgatar os saberes de nossos
ancestrais! (QUEIROZ, 2014).
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Nos trilhos da (in)visibilidade:a presença feminina no contexto da história de Rondônia
Formação de um povo
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Nos trilhos da (in)visibilidade:a presença feminina no contexto da história de Rondônia
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Nos trilhos da (in)visibilidade:a presença feminina no contexto da história de Rondônia
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sões, por volta do ano de 1875. O autor relata que Frei Jesualdo,3
ao entrar em contato com os Caripunas, descreve que as mulheres
da tribo eram oferecidas aos missionários em troca de presentes
valiosos. Por outro lado, nesta mesma tribo eram as mulheres que
comandavam o negócio de troca e tinham poder de decisão na tribo.
Ainda sobre missões jesuítas, Vitor Hugo (1991, p. 183) relata o
que era chamado, na época, de ciganagem. O autor faz uma referência
a Araújo Lima (1945) para demonstrar que esse ato “consistia no
aluguel de mulheres decaídas, transformadas em objetos de negócio
de certos agenciadores, mediante fatura especificada em gastos e
comissões contra resgate em borracha ou carta de ordem”. Ou seja,
a mulher era tratada como objeto ou moeda de troca. Ele não es-
pecifica qual etnia praticava esse costume, entende-se que já existia
uma comunidade formada pelos povos que vieram para trabalhar
na construção da ferrovia, que na obra são definidos como negros,
mestiços, adventícios (HUGO, 1991, p. 182-183).
Scott (1992) relata que a presença das mulheres no espaço
profissional no Brasil coincide com os primeiros movimentos pela
superação das desigualdade e injustiça social conferidas ao gênero
feminino, até então dominadas pelo preconceito e suposta superio-
ridade masculina. Em A ferrovia do Diabo, Ferreira (2005) destaca
as enfermeiras do Hospital Candelária, que atendiam os índios e
trabalhadores acometidos pelas doenças da época. No entanto, não
há detalhes sobre a identidade daquelas mulheres.
Todavia, ainda existia aquelas que viviam no anonimato estru-
turado. Menezes (1999) relata que foi proibida a vinda de mulheres
para a construção da EFMM, por isso vieram por caminhos tortos
para trabalhar como “lavadeiras, doceiras, enfermeiras, feirantes,
donas de casas, parideiras e prostitutas” (p. 21) — a mulher mer-
cadoria, como define Menezes. No entanto, já existiam outras re-
presentatividades femininas que viviam num mundo totalmente
3 Frei franciscano, missionário que fundou as aldeias de Santo Antônio e São Pedro,
no alto Madeira. (HUGO, 1991).
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Considerações finais
Referências
BURKE, P. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: A Escrita da
História: novas perspectivas. 4. ed. São Paulo: Editora UNESP, 1992, p. 37.
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X
Identidades marcadas:
a inscrição do racismo nas histórias de vida de
mulheres negras na Amazônia
Eliane Gamas Fernandes
José Juliano Cedaro
Introdução
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Munanga (2003) relata que o maior problema não está nesta clas-
sificação como tal e nem na inoperacionalidade científica do conceito
de raça, mas na noção de estabelecer hierarquias como os naturalistas
dos séculos XVIII-XIX faziam, havendo também uma escala de valores,
as quais “fizeram erigindo uma relação intrínseca entre o biológico
(cor da pele, traços morfológicos) e as qualidades psicológicas, morais,
intelectuais e culturais” (MUNANGA, 2003. s.p).
Nessa escala de valoração, os indivíduos da raça branca foram
considerados coletivamente superiores aos da raça negra e amarela,
pois suas características físicas hereditárias, tais como a cor clara da
pele, o formato do crânio (dolicocefalia) e os aspectos faciais como o
formato dos lábios, nariz, queixo e tipo de cabelo, eram (e ainda são)
associados à maior beleza, inteligência e até aos aspectos de cunho
moral, como honestidade (MUNANGA, 2003).
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Abordagem metodológica
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e Cacheadas Porto Velho1 por meio dos quais foi divulgada a pesquisa e
realizado o convite para participarem de modo voluntário e gratuito.
Também foi utilizado um feed pessoal para a divulgação dessa inves-
tigação. O convite para participar deste estudo também foi repassado
pelas próprias entrevistadas.
Na medida em que aumentavam os compartilhamentos dos
folders de divulgação, a pesquisa foi sendo disseminada, chegando a
grupos no aplicativo WhatsApp®. Dessa forma, e com as indicações
das próprias participantes, obteve-se o quantitativo de participantes
esperado para o estudo.
O contato inicial com as dez participantes foi feito pelo WhatsA-
pp® e Facebook®, conforme mencionado anteriormente, onde se fazia
uma breve explanação sobre a pesquisa, apontando seus objetivos e o
perfil de participantes esperado (mulheres que se autodenominassem
negras e maiores de 18 anos de idade). Em seguida, agendava-se um
encontro para a realização da entrevista.
Naquele momento as participantes puderam escolher o local da
entrevista, tendo como opção usar uma das salas de supervisão do
Serviço de Psicologia da Clínica-Escola da Universidade Federal de
Rondônia ou optarem por um local em que se sentissem à vontade
para concederem as entrevistas. Assim, das dez entrevistas, quatro
foram realizadas na casa das participantes, duas no local de trabalho
delas e as outras quatro na citada Clínica-Escola.
A reflexão sobre o material coletado nessas entrevistas foi reali-
zada a partir das proposições de Laurence Bardin (1977) a respeito
da Análise de Conteúdo, que consiste em um arcabouço de técnicas
para tentar compreender diversas formas de comunicação humana.
Tal recurso permitiu descrever, discutir e inferir sobre os conteúdos
1 Os grupos “Cacheadas RO” e “Cacheadas PVH” são grupos online na rede social Fa-
cebook® que tem a finalidade de aproximar a mulheres com cabelos ondulados, cacheados,
crespos e encaracolados. Bem como, àquelas que alisam os cabelos, mas que estão pensando
em voltar à textura natural dos fios. Segundo a descrição dos grupos, também formam espa-
ços para trocas de informações e dicas de produtos e tratamentos para os cabelos.
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E meu avô... negro. O meu avô... eu tive uma péssima relação com
meu avô [pausa]. Porque... [gaguejou] eu não queria né. Tendo uma
avó branca na família, uma avó... branca, italiana e um avô negro...
Eu me perguntava todos os dias porque eu não tinha nascido... “por-
que eu não puxei pra minha avó?” Então eu rejeitava o meu avô. Mas
tudo isso [pausa], hum... a palavra não é inconsciente né, é mas é sem
ter [pausa] esse olhar que eu tenho hoje.
E continua:
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Eu não comentei muito com a minha família sobre é, sobre esse co-
nhecimento da escola. Eu me retive um pouco pra que eu procurasse
mais, entendeu e saber coisas específicas sobre raça negra. Porque que
eu era negro. Se eu podia ser branco quando eu fosse maior [suspiro].
(Rosa Luz, 23 anos).
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raça através do cabelo, eu percebi que tem muito isso, até mesmo eu,
às vezes eu fico meio assim, né? O negócio fica em pé, mas acontece
isso também. (Virgínia, 27 anos).
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Acho que a cabeça né. Se você não tá legal com o que tá na sua ca-
beça, como que tá o cabelo, ele te reprime. Acho que a liberdade, de
fato, está na nossa cabeça, que a gente se expressa, no que faz. Então
eu, particularmente, quando eu cortei o meu cabelo [alisado], foi
como se eu despisse várias coisas que eu precisava. Naquele momento
eu precisava deixar ir né... (faz um barulho com a boca e sacode as
mãos) sai, foi. (Luanda, 32 anos).
2 Nome fictício
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eu amava a minha cor e se ela tem, ela ia ter que acostumar comigo
trabalhando com ela, porque eu faço o meu serviço muito bem feito,
então assim, eu, do jeito que eu a respeito, gostaria muito que ela me
respeitasse, sabe? (Teresa, 49 anos).
assim ele me achava bonita e tal, não sei o que, mas ele disse, ele
dizia assim para mim “olha, quando a gente for no Ceará visitar
minha família no final do ano, eu vou ter que preparar meu pai”.
Eu olhei “porquê?”. Ele falou “porque meu pai é racista e minha
família também porque não tem pessoas negras na minha família”.
Então assim, isso de alguma forma te ofende, eu olhei para criatura,
sabe assim? E aquilo me incomodou de um jeito que eu não consegui
falar, verbalizar aquilo [...]. (Alexandra, 34 anos).
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Algumas considerações
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Agradecimentos
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Referências
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XI
Introdução
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a gente vê as coisas com outros olhos, a gente não confia mais, não
acredito mais nas pessoas, acredito só em mim mesmo. (L. S., 51
anos).
No início foi difícil, depois foi bom, porque arranjei um trabalho,
nesse trabalho, já melhorou. Ah, para mim foi ótimo agora depois
desses dois anos de separação foi maravilhoso, aí eu consegui terminar
o meu 2º grau, consegui fazer vários cursos... (M. A., 55 anos).
ele vive o mundo dele, assim, ele quer que eu viva esse mundo dele...
é... é jogar bola, beber com os amigos e isso num é pra mim,
num era isso que esperava. (P. S., 32 anos).
Eu acho muito falso, iludir as pessoas. Várias pessoas têm esse tipo de
relação e eu acho errado entendeu... (O. S., 65 anos).
Sem respeito nenhum, enxergo muitos casais que não tem respeito
nenhum, quer viver livre, traindo, se escolheu casar é para se quietar
e acabou. (C. C., 35 anos)
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pra mim ele não é mais fiel, usa palavras duras pra humilhar, porque
só ele trabalha. A questão financeira pega muito, a gente tem que res-
peitar o espaço do outro, mesmo não trabalhando.” (C. C., 35 anos).
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eu digo pros meus filhos: meu filho e minha filha, vocês têm faculda-
de, vocês têm que se relacionar com pessoas do mesmo nível que vocês.
(M. A., 55 anos).
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Ele não gostava que eu saísse de casa para fazer nada não, depois que
eu o deixei, voltei a estudar de novo. Eu passei a pensar nisso depois
que a gente se separou. (O. S., 65 anos).
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Tem algumas pessoas que hoje em dia não se envolve muito com o
trabalho ou se envolve muito com o estudo, mal se veem, eu acho que
acontece no mundo em geral, a distância é isso. Desse mundo corrido.
(P. S., 32 anos).
hoje tá todo mundo muito isolado, homem não quer mais saber de
ajudar a esposa, arrumar a casa essas coisa toda, deixa tudo pra mu-
lher né. Aí ela fica sobrecarregada. (L. D., 51 anos).
Eu acho que a gente tem que ter mais é a conversa. Quando a gente
se encontrava, tava cansado, um com o outro e não queria tanta
conversa. (L. P., 54 anos).
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era uma pessoa boa né, cuidava bem das coisas entendeu? Fazia tudo
dentro de casa, não deixava a casa bagunçada, fui uma ótima mu-
lher. (L. D., 51 anos).
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Tem que compartilhar das mesmas ideias, das mesmas opiniões, ten-
tar né, tentar ter pelo menos um acordo, relacionamento é isso, acho
que um tem que tentar ajudar o outro, compartilhar as mesmas coi-
sas. (P. S., 32 anos).
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Deus deu como dom para ela, sabe, que é edificar a sua casa quando
ela for buscar o espaço dela, pra ela ter o apoio de dentro de casa, que
isso é fundamental pra mulher...” (R. P., 50 anos).
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Referências
ARIÈS, P. O amor no casamento. In: ARIÈS, P.; BÉJIN, A. (Orgs). Sexualidades
Ocidentais. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 153-162.
CASTELLS, M. O Poder da Identidade (Vol. II). São Paulo: Paz e Terra, 1999.
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LÜDKE, M. O professor, seu saber e sua pesquisa. Educ. Soc. (Campinas), v. 22,
n. 74, p. 77-96, 2001. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0101-73302001000100006&lng=en&nrm=iso> http://dx.doi.
org/10.1590/S0101-73302001000100006.
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