Dissertação Paulo e e Camargo
Dissertação Paulo e e Camargo
Dissertação Paulo e e Camargo
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
Dissertação de Mestrado
SÃO PAULO
2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................1
3.4 Integração dos Dados e Diagnósticos do Meio Físico (Etapa 04) ......27
i
3.6 Determinação da Área de Interesse na Escala de Detalhe (Etapa 06)
33
4.2.1 Hipsometria.................................................................................... 51
ii
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS....................................................94
7 CONCLUSÕES.........................................................................................116
8 REFERÊNCIAS ........................................................................................119
iii
LISTA DE FIGURAS
iv
Figura 17 - Solo de alteração de migmatitos na região sul da área de estudo.
A) Perfil de intemperismo onde é possível visualizar os horizontes. B) Saprolito com
presença de minerais primários. .................................................................................68
v
Figura 34 - Distribuição da UG Colúvio/Residual com Substrato de Rocha
Sedimentar na área de estudo. .................................................................................. 99
LISTA DE QUADROS
vi
Quadro 4 - Correlação entre as carcterísticas pedológicas do SiBCS e
geotécnicas. ................................................................................................................64
Quadro 7 - Relação das larguras dos cursos d' água e suas respectivas faixas
de APP. .......................................................................................................................79
vii
RESUMO
viii
ABSTRACT
ix
1 INTRODUÇÃO
1
degradação das frentes de ocupação e ainda criando condições para os desastres
relacionados aos deslizamentos de encostas e inundações o que muitas vezes
resultam em perdas de vidas humanas.
2
custo-benefício. Sendo assim, nota-se a grande importância das atividades
minerárias próximas aos centros urbanos, surgindo dessa maneira, a necessidade
do desenvolvimento de trabalhos no campo do planejamento cujo objetivo maior é o
de diminuir os conflitos gerados com os outros tipos de uso e ocupação,
especialmente a urbanização.
3
grande parte dos trabalhos até então desenvolvidos são aplicados frente
aos desastres naturais e não abordando esse tema presente na lei.
Desenvolver uma etapa metodológica que insira informações sobre o
potencial minerário do município assim como a localização das mineradoras
em atividade, recentemente encerradas e das áreas requeridas e a partir
desses dados analisar os conflitos que essas atividades possam gerar
(umas sobre as outras). Por fim, sistematizar essas informações no produto
final de forma a oferecer subsídios para o planejamento urbano.
Subsidiar a proposição de diretrizes para diminuir o conflito em relação à
exploração de agregados empregados na construção civil e a expansão
urbana.
4
A combinação desses elementos contribuiu de maneira significativa para o
desenvolvimento da configuração urbana atual gerando diferentes macrozonas que
por definição são porções do território delimitadas a partir de critérios que
consideram características urbanas, ambientais, sociais e econômicas similares em
relação à política de desenvolvimento urbano, Prefeitura Municipal de Guarulhos
(2017).
5
Figura 1 - Localização do Município de Guarulhos no Estado de São Paulo e na Região
Metropolitana de São Paulo.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do IBGE (2018).
6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7
Diniz et al., (2013), define que a carta geotécnica consubstancia o
conhecimento sobre os processos atuantes no meio físico de uma determinada área
a fim de auxiliar o estabelecimento de diretrizes que garanta a forma adequada de
uso e ocupação do solo e dessa forma, constitui-se em uma ferramenta básica e de
extrema importância para a prevenção e correção dos processos relacionados aos
desastres naturais e tecnológicos.
1
Raisz, E., 1969, Cartografia Geral. Rio de Janeiro: Científica, 414 p.
8
refere-se à um produto com característica mais elementar cujo objetivo é a
representação mais convencional da superfície da Terra enquanto o termo carta
refere-se a um produto de maior complexidade onde os dados nele apresentados
foram interpretados de acordo com seu objetivo específico. Para o presente trabalho
será empregado o termo carta para o produto final referente ao município de
Guarulhos - SP porém não há diferenciação entre os termos mapas e cartas dos
trabalhos citados.
9
na área de cartografia geotécnica aplicada as diversas situações, assim como outros
diversos institutos de pesquisas e de ensino superior como a UNESP, a UnB, a
UFRGS, a UFOP, a EESC (USP), o Instituto Geológico entre outros que serão
citados no trabalho.
2.2 Metodologias
10
Quadro 1 - Metodologias internacionais de Cartografia Geotécnica.
2
Zaine, J. E., 1997, Cartografia geotécnica por meio da sistemática do detalhamento
progressivo, Rio Claro, SP. 89 p. (Exame de Qualificação para Doutorado - Instituto de Geociências e
Ciências Exatas/UNESP).
11
Pode-se citar como os principais desenvolvedores de pesquisas e
metodologias relacionadas à cartografia geotécnica o Instituto Geológico (IG), o
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Escola de Engenharia de São Carlos
(EESC-USP) e a UNESP no estado de São Paulo. Outras instituições pelo Brasil
também desenvolvem trabalhos nessa área e são elas a Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e
Universidade federal de Pernambuco (UFPE).
Segundo Pires Neto e Yoshinaga (1995), o Instituto Geológico (IG) utiliza uma
metodologia cujas aplicações se dão no campo do planejamento e uso da terra,
embasados na multidisciplinaridade da área das geociências. Essa forma de
trabalhar obteve a constatação de que a utilização das informações referentes aos
tipos de terreno e formas de relevo associados com as informações geológicas e
geotécnicas proporcionam uma visão integrada e dinâmica dos aspectos e
elementos que compõem o meio físico.
Compartimentação do terreno;
12
Caracterização geotécnica; e
14
administração de abrigos temporários e também o fornecimento de condições
adequadas de higiene e segurança para as áreas críticas. Quanto aos desastres, os
municípios ficam responsáveis pela informação da população a cerca dos locais, os
processos físicos e também ao treinamento dos técnicos locais e líderes
comunitários, (Feltrin e Raia Júnior, 2012).
15
segurança dos novos parcelamentos do solo e para o
aproveitamento de agregados para a construção civil.
16
A seguir é apresentado de maneira sucinta os três tipos de carta geotécnicas
citadas na lei: a Carta Geotécnica de Suscetibilidade, Carta Geotécnica de Aptidão
à Urbanização e a Carta Geotécnica de Risco.
Diniz et al., (2013) denomina esse tipo de produto com Carta Geotécnica para
o Planejamento Municipal servindo para os gestores de cada município como um
subsídio para a criação de novos parcelamentos do solo de acordo com o que
consta no artigo 22 segundo parágrafo inciso I da Lei 12.608/2012.
17
passíveis de gerar desastres naturais a fim de instrumentalizar as prefeituras
municipais em suas ações de planejamento territorial. Para isso diversos objetivos
específicos devem ser atingidos como:
18
2.4.2 - Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização
19
2.4.3 - Carta Geotécnica de Risco
20
2.4.4 Atividade Mineral e Planejamento
21
No segundo caso, segundo Bacci et al., (2001), a instalação de mineradoras
próximas aos centros urbanos é influenciada pelo alto preço do transporte e ao baixo
valor unitário principalmente dos materiais empregados na construção civil.
Freitas (1997), cita como trabalho pioneiro dentro dessa abordagem, o Plano
Diretor de Mineração Para a Região Metropolitana de São Paulo - RMSP, elaborado
pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Companhia de Pesquisa
de Recursos Minerais (CPRM) e Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande
São Paulo S.A. (EMPLASA) em 1979 e relatório síntese de 1980. Este trabalho teve
como objetivo principal direcionar as atividades minerárias dentro das diretrizes de
planejamento urbano da RMSP. Como resultado cartográfico o trabalho citado
apresentou o total de oito mapas, compilando dados a respeito do potencial
minerário, geologia, lei de proteção aos mananciais, lei de concentração de
atividades industriais, macrozonemento e diretrizes para a atividade mineral.
22
do Solo Urbano, Não Permitido, Caso Especial e Caso Especial Dentro da Mancha
Urbana.
23
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Dessa forma, foram desenvolvidas nesse trabalho as etapas 06, 07,08 e 09.
24
novas informações no mapa final a respeito de qual uso é mais indicado para a
determinada região.
25
Figura 3 - Sequência para elaboração da carta geotécnica de aptidão à urbanização.
26
3.2 Inventário de Dados e Organização das Informações em Ambiente SIG
(Etapa 02)
27
terreno gerada a partir da correlação entre a geologia local, a inclinação do terreno,
a geomorfologia local e o reconhecimento de feições indicativas de processos
gravitacionais de massa e áreas suscetíveis a processos hidrológicos.
28
Como o município de Guarulhos já possui a carta de suscetibilidade, Esta foi
utilizada neste trabalho para a elaboração das etapas subsequentes, da seguinte
maneira.
Padrões de relevo;
Feições (região alagada, campo de blocos, paredão rochoso e
cicatrizes);
Geologia;
Pedologia;
Isoietas;
Hietogramas;
Suscetibilidade (movimentos gravitacionais de massa e inundação,
enxurradas e corridas de detrito); e
Pontos selecionados (relação das fotos e os pontos onde foram
tiradas).
Ortofoto;
Modelo Digital de Superfície (MDS);
Declividade; e
Relevo sombreado
29
Figura 4 - Carta de suscetibilidade a movimentos de massa e inundação de Guarulhos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de IPT/CPRM (2015). Escala original 1:25.000.
30
Na carta original há outras informações na legenda, são apresentadas de
forma prática tornando a informação acessível ao público em geral principalmente
aos tomadores de decisão como os gestores municipais.
31
Figura 6 - Elementos da legenda da carta de suscetibilidade de Guarulhos.
32
3.6 Determinação da Área de Interesse na Escala de Detalhe (Etapa 06)
Esta etapa marca o inicio dos trabalhos aplicados aos municípios que já
possuem a Carta de Suscetibilidade a Processos Gravitacionais de Massa e
Inundação como é o caso de Guarulhos.
34
3.7 Geração de Dados na Escala de Detalhe (Etapa 07)
35
Mapa de aspecto que fornece informações sobre a orientação de
vertentes; e
Mapa de concentração de fluxo que fornece informações sobre a
dinâmica fluvial.
Já outros elementos que não são obtidos a partir do modelo digital de terreno
devem ser elaborados com base em material existente, trabalhos de campo,
interpretação de imagens aéreas como:
36
segundo Lollo (1995) apresenta grande utilidade para levantamentos do meio físico
voltados para a ocupação pois foi desenvolvida exclusivamente para esse propósito.
Ainda segundo Lollo (1995), a análise das formas de terreno pode se dar de
três formas ou níveis hierárquicos considerando as dimensões deste e o enfoque
dado à sua análise sendo eles:
37
da CPRM, assim como trabalhos acadêmicos voltados à caracterização geotécnica
de unidades geológicas presentes na área de estudo.
38
Investigações Geotécnicas – Sondagens Mecânicas; Geofísica –
pontos de levantamento SEV (sondagem eletro-vertical) e
caminhamento elétrico;
Sismos – Base de dados de eventos sísmicos;
Poços Tubulares – Poços tubulares cadastrados na base SIAGAS do
SGB;
Hidrografia do IBGE na escala 1:50 000 – Ajustada ao Modelo Digital
do Terreno;
Recursos Minerais – Recursos minerais (materiais de construção)
Lavras, jazidas e ocorrências minerais;
Títulos Minerários – Base de dados DNPM com as áreas requeridas;
Infraestrutura – Dutos, cidades etc;
39
levantadas nessa fase em conjunto com toda a caracterização geotécnica já
realizada, seja possível definir zonas que tenham caráter proibitivo ou que sejam
indicadas para o desenvolvimento das atividades minerárias.
40
Figura 8 - Quadro resumo dos procedimentos para caracterização da situação minerária na área de
interesse.
Alta aptidão - Caracteriza-se por áreas que não oferecem riscos aos
novos parcelamentos do solo ou que já se encontram estabilizadas
geotécnicamente.
41
Média aptidão - São áreas que apresentam restrições geotécnicas
porém são passíveis de serem ocupadas desde que sigam critérios
técnicos e diretrizes de ocupação.
Baixa a inexistente aptidão - São áreas cujas características
geotécnicas são altamente desfavoráveis à ocupação pois demandam
grandes obras de estabilização ou de infraestrutura cuja segurança
ainda assim não é garantida. Nessas áreas também se encontram
locais de caráter proibitivo para ocupação onde em ambos é
aconselhável a atribuição de outros usos.
Uma vez que a mesma unidade geotécnica pode ter diferentes aptidões à
urbanização, graficamente as unidades são representadas por texturas (pontos,
linhas, traços etc.) e as aptidões em padrão semafórico sendo verde para alta,
amarela para média e vermelho para baixa ou inexistente aptidão.
42
Geologia.
Geomorfologia, considerando as formas de relevo assim como a
hipsometria e classes de declividade.
Mapa pedológico e material inconsolidado.
Uso e ocupação.
Áreas de Proteção Permanente
Diagnóstico das atividades minerárias.
43
metassedimentares do Grupo Serra do Itaberaba do mesoproterozóico (Juliani e
Beljavisks 1995) e de forma menos expressiva, o Grupo São Roque de idade
neoproterozóica (Juliani et. al., 1986) e os granitoides intrusivos de mesma idade
(Janasi e Ulbrichi, 1991). Na região a sul da falha, predominam as rochas
sedimentares cenozoicas da Formação Resende e em menor proporção os
depósitos aluvionares recentes e os migmatitos do Complexo Embu.
44
As rochas sedimentares do Cenozóico pertencem a Bacia de São Paulo que
por sua vez constitui junto com outras seis bacias, o Rift Continetal do Sudeste do
Brasil (Riccomini 1989).
45
Figura 9 - Mapa geológico regional.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Perrota et al., (2006) utilizando bases vetoriais da CPRM.
46
os granitoides intrusivos e a sul, pelas rochas sedimentares da Bacia de São Paulo.
Localizada nas áreas planas e fundos de vales encontram-se de forma relevante os
depósitos aluvionares recentes e de maneira restrita na região sudeste da área os
gnaisses e migmatitos do Complexo Embu.
Rochas Granitóides
47
muitas vezes encontra-se concordante, gerando forte foliação de aspecto milonítico
afetando também os metassedimentos encaixantes em faixas de poucos metros de
espessura geradas aparentemente pela própria intrusão das rochas nas bordas
solidificadas (Juliani, 1993).
Complexo Embu
Sedimentos Terciários
48
centrais como a Bacia de São Paulo e sua deposição está associada a fluxos
gravitacionais subaéreos. Essa unidade apresenta-se distribuída por toda a bacia de
São Paulo podendo ser considerada como o depósito mais abundante cuja
espessura do pacote pode alcançar até 256 metros, (Riccomini, Ferrari e Sant'Anna,
2004).
49
Figura 10 - Mapa Geológico da área de estudo.
50
altitudes por meio da hipsometria, das classes de declividade e das classes de
relevo.
4.2.1 Hipsometria
51
A elaboração e a fácil acessibilidade aos MDEs somada ao avanço dos
softwares de SIG facilitam a obtenção de parâmetros morfométricos inerentes aos
estudos de estabilidade de encostas como escorregamentos, corridas de detritos e
processos hidrológicos. Sendo assim, o uso desses modelos tornou-se frequente em
diversas metodologias de mapeamento de áreas de risco, cartas de suscetibilidade e
cartas geotécnicas de aptidão, foco do presente trabalho.
52
Figura 11 - Mapa hipsométrico da área de estudo.
4.2.2 Declividade
54
A Figura 12 apresenta o mapa de declividade da área de estudo.
4.2.3 Geomorfologia
55
Serranias de São Roque segundo a divisão geomorfológica do Estado de São Paulo
de Ponçano et. al., (1981).
Essas subzonas por sua vez são compartimentadas nas seguintes classes de
relevo: Planícies Fluviais, Colinas Pequenas com Espigões Locais, Morrotes Baixos,
Morros Paralelos e Morros com Serras Restritas.
Segundo Ponçano et. al., (1981), as Planícies Aluviais e Terraços Fluviais são
formas de relevo de agradação onde o primeiro é caracterizado por contemplar
terrenos baixos mais ou menos planos desenvolvidos próximos aos cursos d' água e
suscetíveis a inundações periodicamente. Já os Terraços Fluviais são terrenos
planos ou levemente inclinados junto às margens dos rios sobre-elevados poucos
metros das várzeas não inundáveis.
56
cuja área não ultrapassa o valor de 1 km². Os topos variam de aplainados a
arredondados possuem vertentes ravinadas com perfis convexos a retilíneos.
Apresentam densidade de drenagem variando entre média e alta com padrão
subparalelo à dentrítico com vales fechados e planícies aluviais restritas.
57
Quadro 3 - Quadro resumo dos padrões de relevo e parâmetros básicos.
Declividade Predominante
Padrão de Relevo Amplitude Predominante (m)
(°) (% )
Morrotes 60 a 90 11,3 20
58
A Figura 12 apresenta as fotos retiradas na atividade de campo que
correspondem aos compartimentos geomorfológicos adotados.
59
Figura 14 - Mapa Geomorfológico da área de estudo.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de IPT/CPRM (2015)
60
4.3 Material Inconsolidado
61
Figura 15 - Mapa de solos da área de estudo.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de Rossi (2017).
62
Classificação de Solos (SiBCS) da EMBRAPA (1999) e no trabalho de (Mendonça-
Santos et al., 2009).
63
Os plintossolos são solos minerais cujas condições pedogenéticas
apresentam restrição a percolação de água, sujeitos ao efeito temporário de excesso
de umidade geralmente mal drenados. Desenvolvem-se em relevos variados como
terrenos de várzeas, áreas com relevo plano ou suavemente ondulado e menos
frequentemente ondulado, em zonas de baixada e também áreas mais elevadas
com melhor drenagem.
SOLO TRANSPORTADO
PLINTOSSOLOS Drenagem restrita, presença de plintita Solos desenvolvidos de
Material pobre em matéria orgânica. Argiloso, sedimentos, imperfeitamente
rico em ferro. Mosqueados abundantes. drenados, mosqueados.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de Mendonça-Santos et. al., (2009).
64
Para a elaboração do mapa de material inconsolidado o qual foi empregado
de forma mais decisiva na divisão das unidades geotécnicas, os solos foram
classificados de acordo com sua natureza de formação podendo ser considerado
como residual ou transportado.
3
STRAHLER, A. N., 1975. “Physical geography”, Fourth Edition, John Wiley and
Sons Eds.
65
as encostas onde se depositam os tálus apresentam ângulo de repouso entre 34° e
37°, (Lacerda e Sandroni4, 1985; segundo Rodriguez, 2005) .
Solos residuais;
Depósitos aluvionares;
Áreas com predomínio de colúvio; e
Áreas com predomínio de colúvio com possibilidade de ocorrência de
tálus.
4
Lacerda, W. A., Sandroni, S. S., 1985, Movimentos de massas coluviais”, Mesa Redonda sobre
aspectos geotécnicos de taludes, ABMS, Clube de Engenharia, Rio de Janeiro, pp.III-1 a III-19.
66
Figura 16 - Mapa de material inconsolidado.
67
Figura 17 - Solo de alteração de migmatitos na região sul da área de estudo. A) Perfil de
intemperismo onde é possível visualizar os horizontes. B) Saprolito com presença de minerais
primários.
68
Figura 18 - Solo residual de metassedimentos do grupo Serra do Itaberaba próximo a estrada
Guarulhos Nazaré. Fotos A e B ilustram a estruturas da rocha fonte preservadas no perfil.
69
Figura 19 - Depósito coluvial na Estrada Ari Jorge Zeitune. A) Vista geral do perfil. B) Detalhe dos
fragmentos de rocha de diversos tamanhos.
70
Figura 20 - Solo residual na Estrada de Itaberaba leste da região de estudo. A) Visão geral do perfil
onde nota-se claramente as divisões dos horizontes. B) Detalhe dos horizontes.
71
4.4 Uso e Ocupação
Dessa forma, o que se observa na área, são diversos tipos de usos do solo
variando desde ocupações urbanas desenvolvidas ou em desenvolvimento como
fragmentos naturais ou atividades rurais como observado por Andrade (2009).
A classificação dos tipos de uso e ocupação foi realizada com base nos dados
do laboratório de geoprocessamento da Universidade de Guarulhos de 2014, base
de dados sobre uso e ocupação do estado de São Paulo da Coordenadoria de
Planejamento Ambiental (CPLA) e verificação a partir de imagem de satélite recente.
72
Figura 21 - Imagem Sentinel - 2 da área de estudo.
Além da boa qualidade das imagens outro lado positivo é que elas são de fácil
aquisição e gratuitas, podendo ser baixadas do sítio EarthExplore do Serviço
Geológico Americano (USGS).
73
seguindo a metodologia da Máxima Verossimilhança. Esse procedimento teve como
objetivo atualizar os dados de uso e ocupação do Laboratório de Geoprocessamento
da Universidade de Guarulhos que datam de 2014, para então elaborar o Mapa de
Uso e Ocupação das Terras atual da área de estudo principalmente no que se refere
às manchas de ocupação urbana.
Áreas desocupadas;
Solo exposto;
Mineração; e
Área edificada.
74
Quadro 5 - Sistema de Classificação de Uso e Cobertura da Terra - Níveis Hierárquicos da Tabela de
Atributos.
Atributos da Legenda Detalhamento
Descrição
(Classe de Uso da Terra) (Classe de Atributo)
i) Padrão da
edificação:
i.1. Verticais > 3 pavimentos (incluindo prédios de 3 andares).
i.1. edificações
i.2. Horizontais < 3 ou = a 3 pavimentos (do tipo casa – não
verticais
inclui edifícios).
i.2. edificações
horizontais
Áreas Edificadas ii) Densidade de Relação entre tamanho ou num. de lotes por unid. de área:
ocupação:
- Metrópoles, cidades, vilas ii.1. muito alta ii.1. edif. Verticalizadas ou assentamentos sub-normais.
e áreas de rodovias, ii.2. alta ii.2. lotes < ou = a 250 m².
incluindo áreas residenciais, ii.3. média ii.3. lotes 250 m² a 450 m² (incluindo 450 m²).
comerciais e de serviços. ii.4. baixa ii.4. lotes > 450 m².
ii.5. muito baixa ii.5. chácaras, sítios e ocupações esparsas.
iii) Estágio de Relação entre nº lotes construídos e vazios na área:
ocupação:
iii.1. Consolidado iii.1. mais de 80% dos lotes ocupados com edificação
iii.2. Em consolidação iii.2. 30% a 80% de lotes construídos (incluindo 80%)
iii.3. Rarefeito iii.3. < ou = a 30% de lotes construídos
Indústria
ETE
- Um grande equipamento engloba a edificação e toda a
ETA área desta se houver. Se estiver fora da área urbana e não
Aterro houver delimitação, restituir apenas edificação. Já na área
urbana, englobar na classe o entorno delimitado, e não
Grande Equipamento Unidade de transporte apenas a edificação.
Cemitério - 1.4.9. Comercial: galpão não industrial de área expressiva.
Ex. shopping, área comercial com galpões, etc.
Área institucional - 1.4.10. Edificações agrícolas. Ex. estufas, granjas, silos,
Área de lazer e etc.
desporto
Comercial
Solo Exposto Solo exposto para Áreas preparadas para o plantio de diversas culturas
plantio agrícola agrícolas.
- Áreas de intervenção Áreas terraplanadas, localizadas próximas ou no entorno
Solo exposto para
antrópica terraplanadas ou das áreas
construção civil
aradas; urbanizadas, destinadas à construção civil.
- Áreas em transição de uso
ou uma fase intermediária
Solo exposto por
do mesmo uso; Áreas degradadas por processos erosivos.
erosão
- Áreas onde processos
erosivos expuseram o solo.
- Formação vegetal natural composta predominantemente
por elementos arbóreos;
- Diferentes configurações e graus de descontinuidade de
cobertura superior (dossel);
- Matas ciliares, floresta estacional semidecídua, floresta
ombrófila densa e mista;
Mata, reflorestamento - Exclui reflorestamentos e área campestre;
Áreas Desocupadas
e campos - Dentro da área urbana: matar ciliares e áreas de
vegetação expressivas .
- Formações arbóreas artificiais e homogêneas;
- Composta por espécies nativas ou exóticas (pinus e
eucalipto);
- Textura lisa e existência de limites regulares e de
carreadores definidos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em CPLA/IG (2013).
75
Figura 22 - Mapa de uso e ocupação do solo da área de estudo.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do Laboratório de Geoprocessamaneto da UNG e
imagem de setélite Sentinel – 2.
76
Quadro 6 – Classes de uso e suas respectivas áreas.
77
Figura 23 - Distribuição das classes de uso na área de estudo.
Uso urbano residencial Outras classes chácaras e
não consolidado baixa propriedades rurais ;
Uso urbano residencial
densidade; 1,04% 3,16%
não consolidado média
densidade; 3,02%
Grandes
Mineração; 2,33% equipamentos;
6,64%
78
nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação a base
onde essa é definida pelo plano horizontal determinado por planícies ou espelhos d'
águas adjacentes. A figura 24 a seguir ilustra a representação simplificada da APP
de topo de morro.
Outro tipo de APP é representada pelas áreas ciliares à cursos d' água, lagos,
reservatórios e nascentes onde se estabelece uma faixa de proteção de acordo com
a largura do curso d' água conforme ilustra a figura a seguir.
Quadro 7 - Relação das larguras dos cursos d' água e suas respectivas faixas de APP.
Classes Largura (m) Faixa de APP
1 <10 30
2 10 - 50 50
3 50 - 200 100
4 200 - 600 200
5 >600 500
Fonte: Elaborado pelo autor.
79
A seguir é descrita a metodologia para obtenção das APPs salientando que a
área em questão não apresenta Áreas de Proteção Permanente de morros acima de
1800 metros de altitude.
80
Seleção das áreas com declividade maior ou igual à 25º e amplitude
maior que 100 metros. Pode ser obtido automaticamente pela
ferramenta "extract by location".
Calcular o terço da altura através da álgebra terço = altura_máxima -
(amplitude/3) na tabela de atributos do arquivo bases dos picos.
Rasterizar o arquivo supracitado com a ferramenta "v.to.rast" utilizando
a coluna obtida no passo anterior referente ao terço cujo raster
resultante foi denominado "terc_min_alt".
Extrair do MDEHC os pixels cujos valores são maiores ou iguais raster
obtido no passo anterior "terc_min_alt" onde o resultado recebe o nome
de "app_topo".
Por fim exporta-se o raster para o formato vetorial.
Como resultado, a rotina descrita acima não obteve nenhuma área com essas
características, logo a área de estudo não possui APP de topo de morro.
81
Já ás APPs presentes no local de estudo serão consideradas como áreas de
baixa aptidão à ocupação cujo o uso exclusivo será o de proteção ambiental.
82
4.6 Diagnóstico das Atividades Minerárias
83
As areias podem ser extraídas dos depósitos aluvionares e dos sedimentos
terciários da Formação Resende como é o caso da Mineração Floresta Negra , que
se encontra em atividade e situa-se na porção Leste da área de estudo. As argilas
também podem ser extraídas dos depósitos aluvionares onde ocorrem formando
bolsões ou lentes nas planícies de inundação ou associados a depósitos
sedimentares do terciário dispostos em camadas interdigitadas com camadas de
material mais grosseiro como no caso da área de estudo.
84
Figura 26 - Mapa de potencial mineral da área de estudo.
Elaborado pelo autor com base em Pissato (2009), Oliveira (2009) e CPRM (2006).
85
informações geográficas de interesse ao setor produzido por órgãos públicos, e
proporciona uma consulta aos dados e análises relacionais de caráter espacial.
A partir desta base de dados foi possível obter todos os processos minerários
(Layouts das Poligonais Oficiais Cadastradas no DNPM) inseridos totalmente ou
parcialmente na área de estudo assim como as fases dos respectivos processos, as
substâncias requeridas e o uso delas. Dessa forma a partir dessas informações, as
substâncias que não condizem com o escopo do presente trabalho foram
desconsideradas permanecendo apenas aquelas aplicadas na construção civil.
86
Figura 27 - Fluxograma Básico para Licenciamento de Atividade Extrativa Mineral no DNPM.
87
Figura 28 - Mapa de processos minerários e suas respectivas fases.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do DNPM (2017).
88
Das áreas com requerimento e concessão de lavra as substâncias pleiteadas
são predominantemente voltadas para a construção civil como areia, brita, argila e
saibro conforme mostra o quadro
Quadro 8 - Quadro resumo dos processos DNPM de áreas em atividade e/ou com maior potencial de
implantação.
NOME PROCESSO/ANO AREA (ha) FASE SUBSTÂNCIA
89
Figura 29 - Mapa de substâncias requeridas junto ao DNPM.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de DNPM (2017).
90
Paupedra;
União Brasileira de Agregados; e
Floresta Negra
91
Figura 30 - Mapa de localização das mineradoras em atividade.
92
Figura 31 - Mapa de possíveis frentes de expansão das minerações ativas.
Fonte: Elaborado pelo autor com base no mapa de potencial mineral e de localização das
mineradoras.
Como resultado dessa etapa, nota-se que para mineradora Paupedra a área
de expansão é pequena em relação às outras sendo que, para haver uma expansão
significativa, as frentes de lavra deverão avançar para unidades de conservação e
deverão seguir as legislações ambientais pertinentes.
93
Para a mineradora União Brasileira de Agregados, tanto a distribuição dos
granitóides quanto as ocupações favorecem para a expansão da frente de lavra.
Dessa forma, pode-se dizer então que o resultado final é composto pelas
unidades geotécnicas, as classes de aptidões e potenciais de aproveitamento de
agregados na construção civil obtidos por meio de critérios heurísticos e empíricos,
ou seja, através das observações de campo, conhecimento especialista e da análise
integrada das etapas descritas anteriormente.
94
Unidade Geotécnica Solo Residual de Migmatitos.
95
onerosas para minimização dos processos hidrológicos. A Figura 32 ilustra a
distribuição de ocorrência da referida unidade geotécnica.
96
A escavabilidade varia de fácil à moderada de acordo com a posição do
depósito. Em locais próximos às encostas, podem ocorrer materiais de primeira e
segunda categoria enquanto nas áreas mais planas ocorrem materiais de primeira
categoria. O caráter variável aplica-se também na capacidade de suporte variando
de baixa a moderada, (Pimentel et al., 2009).
97
Figura 33 - Distribuição da UG Alúvio/Colúvio na área de estudo.
98
O risco de inundação é muito baixo devido aos intervalos de declividade. Já o
risco geológico é mais atuante principalmente se houver cortes no terreno sem
estudos prévios e/ou executados sem técnica apropriada.
Essa unidade apresenta bom potencial para exploração de areia e argila nas
camadas abaixo do solo residual e pode ser extraído material de empréstimo nas
porções superficiais excluindo-se os colúvios quando existentes. As classes de
aptidão geralmente apresentam poucas restrições sendo de caráter médio podendo
ocorrer localidades com alta aptidão. A Figura 34 ilustra a distribuição espacial da
referida unidade.
Essa unidade ocorre em terrenos com declividade que varia de 10° a 45° e
amplitude topográfica que pode ultrapassar os 200 metros. São depósitos de solo
transportado por ação da gravidade com materiais heterogêneos depositados sobre
99
solo de alteração de rochas metassedimentarres que se distribuem por toda a área
de estudo.
100
Figura 35 - Distribuição da UG Colúvio/Residual com Substrato de Rocha Sedimentar na área de
estudo.
101
As áreas onde ocorre essa unidade estão sujeitas a deslizamentos
principalmente se forem executados cortes indevidos nos taludes onde já
apresentam baixa estabilidade geotécnica onde ocorrem os colúvios. O risco de
inundação é muito baixo devido às características morfológicas da área.
102
5.6 Unidade Geotécnica Colúvio/Tálus com Substrato de Rocha
Metassedimentar
Essa unidade ocorre de forma restrita na região oeste da área de estudo. Está
associada a terrenos e vertentes com alta declividade com valores acima de 35° e
amplitude topográfica de 250 metros. Engloba material altamente heterogêneo
variando desde blocos de rocha até materiais argiloarenosos. Os depósitos podem
ocorrer com espessura variada.
103
Figura 37 - Distribuição da unidade geotécnica na área de estudo.
104
Figura 38 - Distribuição da unidade geotécnica na área de estudo.
106
5.9 Unidade Geotécnica Solo Residual de Rocha Metassedimentar
107
Figura 40 - Distribuição da unidade geotécnica na área de estudo.
São solos bem desenvolvidos cuja espessura pode atingir 40 metros onde
apresentam boa capacidade de suporte, baixa permeabilidade e caráter
moderadamente plástico com baixa suscetibilidade a processos erosivos e com
grande potencial para ser utilizado como material de empréstimo em aterros,
(Pimentel et al., 2009; Peixoto et al., 2010).
108
As rochas abaixo dos solos residuais apresentam no geral, alto grau de
coesão, baixa porosidade primária constituídas por minerais a base de quartzo e
feldspato cuja resistência varia de extremamente resistente a branda.
Em relação ao potencial mineral, este pode ser considerado alto o que pode
ser visto pelas duas minerações em atividade na área de estudo. O potencial refere-
se principalmente a extração de brita podendo ser explorado também para rochas
ornamentais e cantaria. Nessa unidade, onde ocorrem média ou baixa aptidão à
urbanização aconselha-se a priorização das áreas para extração mineral.
109
Figura 41 - Distribuição da unidade geotécnica na área de estudo.
110
geral pontos de erosão acentuados também não sendo indicados para utilização em
aterros.
111
Figura 42 - Distribuição da Unidade Geotécnica Solo Residual de Migmatitos na área de estudo.
112
foram obtidas a partir do cruzamento das informações relacionadas as classes de
aptidão à urbanização e o potencial mineral. Sendo assim, para áreas de média a
alta ou inexistente aptidão à urbanização e real potencial para mineração cujo
entorno não se encontra ocupado sugere-se a reserva da área para exploração
mineral enquanto para áreas com alta aptidão e alto potencial para mineração deve-
se destinar o uso para urbanização. Vale ressaltar que foram levadas em
consideração também as poligonais dos processos de requerimento junto ao DNPM.
17%
42% Alta
Média
Baixa ou inexistente
41%
113
A Figura 44 a seguir ilustra a distribuição das classes de aptidão sem a
sobreposição das unidades geotécnicas como são apresentadas na CGAU.
Figura 44 - Mapa síntese das classes de aptidão à urbanização e priorização de áreas para extração
mineral e ocupação urbana.
114
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Dessa forma, o referido produto final difere da maioria das cartas que são
apresentadas, onde o enfoque refere-se aos desastres naturais nos quais o assunto
relacionado ao aproveitamento de materiais para construção civil não é abordado.
Constata-se esse fato analisando os trabalhos pilotos propostos por SOBREIA e
SOUZA (2013) em Ouro Preto, MG no qual o método aplicado no presente estudo
foi embasado, BRESSANI (2014), que coordenou o trabalho referente a CGAU
Frente ao Desastres Naturais do município de Igrejinha, RS e outros trabalhos
pilotos realizados a partir da parceria do MCIDADES com as Universidades Federais
nos municípios de Florianópolis, SC e Ipojuca, PE (Batista et al., 2015).
115
As unidades geotécnicas apresentam-se sobre as classes de aptidão com
padrão de preenchimento de texturas diferentes de acordo com a unidade. Isso
possibilita a visualização da aptidão e a unidade geotécnica presente em
determinada área. Da mesma forma ocorre para as áreas de priorização para
mineração e para urbanização.
7 CONCLUSÕES
116
Os referidos softwares mostraram-se altamente suficientes para execução de
metodologias técnicas de obtenção de dados a partir de rotinas que variam de baixa
a alta complexidade. As atividades executadas foram desde edição de arquivos
vetoriais e matriciais até procedimentos de classificação de imagem de satélite,
obtenção de áreas de proteção ambiental e cruzamento de dados matriciais a partir
de álgebras de mapas.
Para a definição das unidades geotécnicas o ideal seria ter realizado ensaios
de campo e laboratório o que não foi possível, porém em municípios como
Guarulhos com grande quantidade de dados disponíveis em sítios governamentais
como o da CPRM ou da própria prefeitura, tal fato não impediu a delimitação e
caracterização das unidades geotécnicas tendo em vista também que um dos
objetivos principais era o de abordar o aproveitamento de materiais da construção
civil.
Vale ressaltar que para essa abordagem não foi levado em consideração
aspectos legais específicos do Município de Guarulhos, pois o mesmo possui leis de
zoneamento nas quais impediriam o cumprimento do objetivo de se propor métodos
de inserção de informações a respeito do aproveitamento de agregados da
construção civil. Isso por que, o referido zoneamento restringe as atividades
minerárias no que hoje é a própria cava ou frente de lavra, ou seja, não permite o
desenvolvimento das frentes de lavra existentes. Por outro lado, este estudo pode
subsidiar uma adequação do zoneamento municipal de forma a implementar uma
117
política de uso do solo que permita a exploração desses recursos minerais de
maneira sustentável.
118
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APÊNDICE A – Material cartográfico derivado na escala de detalhe
128
APÊNDICE B – CGAU frente aos desastres naturais e o aproveitamento de
agragados da construção civil.
129