TCC Carol FINAL

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Centro de Ciências da Saúde


Departamento de Enfermagem

CARACTERIZAÇÃO DAS CRIANÇAS ATENDIDAS EM PUERICULTURA NA


ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Graduanda: Carolina Elias Rocha Araújo Piovezan dos Santos

Orientadora: Marcela Demitto Furtado

MARINGÁ
2020

Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Enfermagem

CARACTERIZAÇÃO DAS CRIANÇAS ATENDIDAS EM PUERICULTURA NA


ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Estadual de
Maringá, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Enfermagem.

Carolina Elias Rocha Araujo Piovezan dos


Santos

(Graduanda)

Marcela Demitto Furtado

(Orientadora)

MARINGÁ

2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………..........……4

2 METODOLOGIA…………………………………………………………………..........…6

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES......…………………………………………….......……7

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................13

APÊNDICE …………………………………………………….………………….............15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………….......…16
4

1 INTRODUÇÃO

A Atenção Primária à Saúde (APS) é considerada porta de entrada do Sistema Único


de Saúde, representando a base do trabalho de todos os níveis de saúde, oferecendo ações de
prevenção, promoção, tratamento e reabilitação, além de enfocar os problemas de saúde mais
prevalentes de uma comunidade, cujo intuito é modificar de maneira positiva as condições de
vida da população. A APS busca melhorar o estilo de vida das pessoas, orientando quanto ao
controle de fatores ambientais e a melhoria de hábitos saudáveis, objetivando qualidade de
vida e eliminando riscos à saúde para as pessoas (LIMA, 2014).
A puericultura faz parte da APS e consiste em um conjunto de ações, que tem por
objetivo promover um cuidado integral à saúde da criança, utilizando técnicas e
conhecimentos da fisiologia, nutrição, higiene, sociologia, cultura, comportamento e
desenvolvimento neuropsicomotor (FERREIRA et al., 2019). Trata-se do acompanhamento
do crescimento e desenvolvimento da criança na atenção primária, podendo esse ser realizado
pelo profissional enfermeiro (MENEZES et al., 2019).
A puericultura é uma área voltada principalmente para os aspectos preventivos e da
promoção à saúde; atua no sentido de manter a criança saudável para garantir seu pleno
desenvolvimento, atingindo a vida adulta sem influências desfavoráveis e sem problemas
trazidos da infância. (LIMA, 2014).
A consulta de puericultura é de suma importância como meio de prevenção e
promoção à saúde da criança, tendo em vista que esta faixa etária é considerada um grupo
prioritário de atenção à saúde (FERREIRA et al., 2019). Representa ainda o contato inicial da
família e o infante com o serviço, garantindo a longitudinalidade do cuidado (HANZEN,
2019). De acordo com o Ministério da Saúde, a primeira consulta de puericultura deve ocorrer
na primeira semana de vida e, ao longo do primeiro ano, preconiza-se um total de sete
consultas (BRASIL, 2012).
A avaliação e as intervenções em saúde da criança precisam ser continuamente
atualizadas para que a consulta de enfermagem seja realizada de modo eficaz. Nesse sentido,
fazem parte da consulta a realização de exame físico detalhado e a avaliação clínica
pertinente, atentando para as enfermidades prevalentes na infância e os sinais precoces para
detectar complicações; realizar educação em saúde, com promoção do desenvolvimento
infantil, boas interações com a família e proteção aos direitos da criança (LIMA, 2014).
Por meio desse acompanhamento muitos problemas comuns durante os primeiros anos
de vida podem ser prevenidos ou tratados precocemente, como diarréia e problemas
5

respiratórios, de forma a minimizar os prejuízos para a saúde da criança. O estímulo ao


aleitamento materno, observação da cobertura vacinal e orientações acerca da alimentação e
cuidados de higiene também são ações bastante desenvolvidas nas consultas (LEAL, 2016).
É muito importante que os profissionais de saúde atuantes na puericultura conheçam
de fato as características das crianças e suas famílias, bem como o perfil de saúde das mesmas
pois isto possibilita a assistência integral que começa a partir dos seus primeiros dias de vida e
permite detectar precocemente as mais diversas alterações nas áreas do crescimento, da
nutrição e do desenvolvimento neuropsicomotor da criança resultando na vigilância e
promoção da qualidade de vida (ZANARDO et al., 2017).
Acredita-se que conhecer o perfil de saúde das crianças atendidas possa auxiliar no
desenvolvimento de ações que atendam às suas reais necessidades, além de direcionar as
políticas públicas voltadas à prevenção e promoção da saúde dessa população (BRASIL,
2017). Na consulta de puericultura o enfermeiro acompanha de forma geral todo o
desenvolvimento infantil, conhecendo os diferentes fatores que possam interferir no processo
saúde-doença. Logo, considera-se que a puericultura é muito eficaz na diminuição da
morbimortalidade infantil (FERREIRA, 2016).
Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivo analisar o perfil das crianças
nascidas em 2019 e com até um ano de idade acompanhadas nas consultas de puericultura na
atenção primária à saúde.
6

2 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, realizada com crianças nascidas em
2019 e com até um ano de idade acompanhadas nas consultas de puericultura em uma
Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Maringá - PR.
A cidade de Maringá tem uma área aproximada de 487,052 km² e população estimada
de 403.063 habitantes, segundo o censo do IBGE do ano de 2016 (MARINGÁ,2017). É
referência para os 29 municípios da 15ª Regional de Saúde e também para a Macrorregião
Noroeste que abrange cinco Regionais de Saúde (11ª, 12ª, 13ª, 14ª e 15ª RS) e 115 municípios
totalizando 1.857.433 habitantes (IBGE, 2016).
A UBS participante da pesquisa em questão possui duas equipes de saúde da família,
atendendo um total de 7.692 pessoas. Ambas as equipes são compostas por: enfermeiro,
técnico de enfermagem, médico e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (MARINGÁ,
2017).
Nasceram no ano de 2019 na área adscrita e possuem no momento até um ano de
idade um total de 93 crianças. Os critérios de inclusão serão: crianças com até um ano de
idade que nasceram no ano de 2019 e realizam consulta de puericultura na Unidade Básica de
Saúde. E como critério de inclusão: crianças maiores de um ano e/ou que não realizaram
consulta de puericultura na Unidade Básica de Saúde.
A coleta de dados ocorrerá nos meses de agosto e setembro por meio do prontuário
eletrônico da UBS de estudo. Será utilizado um roteiro para auxiliar na busca e registro das
informações (APÊNDICE). As variáveis analisadas serão: número do prontuário, idade, sexo,
queixas, número de consultas, idade da criança na primeira consulta e alterações presentes no
exame físico. Após a coleta, os dados serão transcritos para uma planilha eletrônica no
programa Microsoft Excel 2010 e analisados por meio de estatística descritiva.
O estudo se desenvolverá em consonância com as diretrizes disciplinadas pela
Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde e por trata-se de
uma pesquisa com banco de dados secundários, o mesmo dispensa o uso do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O projeto foi aprovado pelo Comitê
Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de
Maringá, com CAAE: 96376318.6.0000.0104 e Parecer n° 3.073.257/2018.
7

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram da pesquisa 36 crianças sendo 23 do sexo feminino (63,89%) e 13 do


sexo masculino (36,11%), sendo que 29 destas crianças iniciaram o acompanhamento de
consulta de puericultura com menos de 30 dias de vida (66,67%). As demais crianças
iniciaram a consulta com 2 meses (13,89%), 4 meses (2,78%), 6 meses (5,56%) e 8 meses
(2,78%).

Tabela 1 – Crianças menores de um ano acompanhadas na puericultura na atenção primária à


saúde, segundo sexo e idade da primeira consulta, Maringá, Paraná, 2020.

Variáveis N %
Sexo
Feminino 23 63,89
Masculino 13 36,11

Idade da criança na 1º consulta


≤ 7 dias 0 0,00
8 – 30 dias 29 66,67
2 meses 3 13,89
4 meses 1 2,78
6 meses 2 5,56
8 meses 1 2,78

TOTAL 36 100
Fonte: Pesquisa elaborada pela autora (2020).

A criança faz parte do grupo prioritário de atenção à saúde, o que pressupõe garantir a
implementação de uma assistência sistematizada que favoreça o processo de cuidado. A
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) define a Atenção Primária à Saúde (APS) como
o nível de atenção à saúde que representa o primeiro contato com as crianças e famílias
oferecendo serviços e ações que visam a atenção integral à criança com ações voltadas à
promoção e reabilitação da saúde, prevenção e cura de agravos, garantindo assim a
longitudinalidade do cuidado. (HAZEN, ZANOTELLI, ZANATTA, 2019)
A puericultura é uma área voltada principalmente para os aspectos preventivos e da
promoção à saúde; atua no sentido de manter a criança saudável para garantir seu pleno
desenvolvimento, atingindo a vida adulta sem influências desfavoráveis e sem problemas
trazidos da infância. Seus objetivos básicos contemplam a promoção da saúde infantil,
8

prevenção de doenças e educação da criança e de seus familiares, através de orientações


antecipatórias aos riscos de agravos à saúde (LIMA, 2014).
Acredita-se que a puericultura é uma importante estratégia de prevenção, sendo um
dos meios de ações que são desenvolvidas na atenção à saúde da criança. Prevê-se, por esta
prática, um calendário básico de consultas, promovendo a busca ativa dos faltosos a fim de
garantir a qualidade na assistência prestada. (FERREIRA, 2019)
Destaca-se na tabela em questão, que a busca por consultas de puericultura dá-se, em
sua maioria, com menos de 30 dias de vida. A primeira consulta do recém-nascido deverá
ocorrer na sua primeira semana de vida (BRASIL, 2012) que constitui um momento propício
para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para
orientar e realizar imunizações e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família.
Percebemos que não há nenhuma criança com a consulta em sua primeira semana de
vida, o que resulta no atraso a procura do serviço de saúde. Além disso, o total de crianças
pesquisadas era de 93 e somente 36 foram a consulta de puericultura o que nos mostra a
baixa adesão dos pais nesta unidade ao serviço oferecido.
Dentre as diversas justificativas existentes para este acontecimento temos a falta de
explicação da importância desta consulta para a família do infante, a baixa procura por alto
número de famílias com plano de saúde pago, a falta de vínculo e identificação com o
médico.
No presente estudo foi possível conhecer as queixas registradas nas consultas de
puericultura, sendo estas de diversas origens e patologias.

Quadro 1 – Queixas registradas durante as consultas de puericultura na atenção primária à saúde,


Maringá, Paraná, 2020.

Queixas N

Icterícia 1

Arritmia Cardíaca 1

Diarreia 2

Coriza Nasal 2

Resfriado 1

Cólicas 3
9

1
Criptorquidia bilateral
1
Constipação leve
1
Fezes endurecidas
1
Irritação na Pele
1
Secreção Ocular
1
Tosse
52
Dúvidas habituais
67
Sem queixas
Fonte: Pesquisa elaborada pela autora (2020).

Nota-se, porém, que o mais importante neste quadro não são as queixas relatadas e sim
a falta delas, como podemos notar nas “Dúvidas Habituais” e “Sem queixas”. Levanta-se o
questionamento, será que não houve alterações ou o médico não elaborou explicações das
reais queixas no prontuário?

As penalidades implicadas pelo não preenchimento adequado de um documento como


o prontuário médico são de até reclusão como relatado no Código Penal, artigo 299, a
anotação incorreta, incompleta, falseada ou inexistente pode caracterizar falsidade ideológica:
“Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Pena – reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1
(um) ano a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular”. Se o agente for funcionário
público e cometer o crime, prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Fica clara a importância da anotação correta em um prontuário, visto que além das
penalidades, se prejudica a equipe multiprofissional, a qual não poderá prosseguir com o
atendimento de forma qualificada e profissional ao paciente em questão.

Quadro 2 - Alterações presentes no exame físico realizado durante as consultas de puericultura na


atenção primária à saúde, Maringá, Paraná, 2020.

Alterações presentes no exame físico N


Icterícia 2
10

Problemas dermatológicos* 7
Higiene precária do coto umbilical 3
Sopro sistólico 2
Deformidade do palato 1
Ausculta pulmonar com roncos 2
Mucosa nasal ressecada 1
Fonte: Pesquisa elaborada pela autora (2020). *Brotoeja, manchas, dermatite

O estudo estende-se as alterações presentes no exame físico realizado nestas crianças


nas consultas de puericultura. Dentre os problemas trazidos, nota-se um número maior de
problemas dermatológicos, o qual é comum na primeira infância. As doenças de causa
dermatológica, prevalecem em 30% das queixas em consultas pediátricas, sendo as afecções
de pele em sua maioria de forma aguda.

A prevalência das doenças de pele na infância sofre influência de diversos fatores


como a idade, sexo, aspectos climáticos, geográficos e socioeconômicos e cabe a atenção
primária ser o suporte necessário para o combate destas doenças, as quais em sua maioria, são
pela precariedade da higiene, por isso a educação em saúde é de extrema importância.
(SILVA, 2016).

Por meio desse acompanhamento muitos problemas comuns durante os primeiros anos
de vida podem ser prevenidos ou tratados precocemente, como diarréia e problemas
respiratórios, de forma a minimizar os prejuízos para a saúde da criança. O estímulo ao
aleitamento materno, observação da cobertura vacinal e orientações acerca da alimentação e
cuidados de higiene também são ações bastante desenvolvidas nas consultas (LEAL, 2016).
O estudo estende-se as orientações dadas pelo médico durante as consultas de
puericultura e dentre elas podemos perceber repetições nas sugestões dadas pelo médico como
tratamento. É perceptível, novamente, a falha no preenchimento dos prontuários médicos,
omitindo informações ou faltando a investigação mais profunda dos diagnósticos dados e seus
respectivos tratamentos.

Quadro 3 –Orientações médicas realizadas nas consultas de puericultura na atenção primária


à saúde, Maringá, Paraná, 2020.

Orientações médicas N
Orientações Alimentares 8
Crescimento E Desenvolvimento 3
11

Higiene Do Coto Umbilical 3


Vacinação 2
Receitas De Suplementação Alimentar 2
Encaminhamento a Cardiopediatra 2
Retorno em caso de piora 2
Reteste Da Orelhinha 1
Banhos De Sol 1
Aleitamento Materno Exclusivo 1
Técnica De Amamentação 1
Vdrl para ser realizado com 1 ano de vida 1
Encaminhamento para Dermatologista 1
Avaliação Do Cardiopediatra 1
Hidratação De Pele 1
Orientações + sintomáticos 1
Receita Para Casa 40
Fonte: Pesquisa elaborada pela autora (2020).

Nota-se uma postura médica interventiva, ou seja, a qual busca o tratamento para a
doença, a chamada medicina curativa e assim, não adotam uma postura profilática, a qual
busca a prevenção e promoção à saúde. Quando são dadas somente “Receita para casa”
significa que nada é feito para a promoção da saúde da criança.

É muito importante que os profissionais de saúde atuantes na puericultura conheçam


de fato as características das crianças e suas famílias, bem como o perfil de saúde das mesmas
pois isto possibilita a assistência integral que começa a partir dos seus primeiros dias de vida e
permite detectar precocemente as mais diversas alterações nas áreas do crescimento, da
nutrição e do desenvolvimento neuropsicomotor da criança resultando na vigilância e
promoção da qualidade de vida (ZANARDO et al., 2017).
Acredita-se que conhecer o perfil de saúde das crianças atendidas possa auxiliar no
desenvolvimento de ações que atendam às suas reais necessidades, além de direcionar as
políticas públicas voltadas à prevenção e promoção da saúde dessa população (BRASIL,
2017). Na consulta de puericultura o enfermeiro acompanha de forma geral todo o
desenvolvimento infantil, conhecendo os diferentes fatores que possam interferir no processo
saúde-doença. Logo, considera-se que a puericultura é muito eficaz na diminuição da
morbimortalidade infantil (FERREIRA, 2016).
12

A presente pesquisa (2020) realizada, apontou diversas situações que pode-se


considerar preocupantes e importantes: a) não há nenhuma criança com a consulta em sua
primeira semana de vida, o que resulta no atraso a procura do serviço de saúde. Além disso, o
total de crianças pesquisadas era de 93 e somente 36 foram a consulta de puericultura o que
nos mostra a baixa adesão dos pais nesta unidade ao serviço oferecido; b) repetições nas
sugestões dadas pelo médico como tratamento. É perceptível, novamente, a falha no
preenchimento dos prontuários médicos, omitindo informações ou faltando a investigação
mais profunda dos diagnósticos dados e seus respectivos tratamentos; c) verifica-se uma
postura médica interventiva, ou seja, a qual busca o tratamento para a doença, a chamada
medicina curativa e assim, não adotam uma postura profilática, a qual busca a prevenção e
promoção à saúde. Quando são dadas somente “Receita para casa” significa que nada é feito
para a promoção da saúde da criança.

Desta forma pode-se entender a necessidade de ações mais especificas e voltadas para
a integridade e perspectiva holística dessa criança que está no serviço de orientação. Segundo
Ferreira (2019), a consulta de Puericultura de Enfermagem na APS ser um momento
preparado, com olhar global e específico à criança e sua família, cujo propósito é permitir o
reconhecimento oportuno de possíveis problemas de saúde e realizar intervenções no sentido
de promover, proteger, recuperar e reabilitar a saúde da criança.
13

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo Soares (2016), a Atenção Primaria à Saúde é de fundamental importância e


necessária. No campo da infância torna-se uma questão de suma importância para um
desenvolvimento integral da saúde. Assim,

A Atenção Primária à Saúde (APS) passou a ser estruturada a


partir da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de
Saúde, realizada em 1978, em AlmaAta. Esse nível de atenção à
saúde representa o primeiro contato dos indivíduos, da família e
da comunidade com o sistema nacional de saúde, oferecendo
serviços para que os usuários recebam atenção integral, tanto do
ponto de vista do caráter biopsicossocial como através de ações
de promoção, prevenção, cura e reabilitação, garantindo,
portanto, a continuidade das ações de saúde e a
longitudinalidade do cuidado. A atenção à saúde da criança é
considerada um campo prioritário quando se fala de saúde das
populações. Para que ela se desenvolvesse de forma mais eficaz,
o Ministério da Saúde (MS) lançou, no ano de 1984, o Programa
de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC), com ações
que visassem assegurar a integralidade da assistência e garantir
que a criança desenvolvesse todo o seu potencial, com o intuito
de reduzir a morbimortalidade na faixa etária de 0 a 5 anos.
(SOARES, 2016)
Pode-se entender que a partir do que é apresentado em relação a atenção primaria a
consulta de enfermagem para o acompanhamento da saúde da criança, com vigilância do
crescimento e desenvolvimento, prevenção de agravos, promoção e manutenção da saúde de
modo sistematizado, centrada no ciclo vital e no contexto da família, pode contribuir de
maneira muito eficiente e eficaz para que a criança alcance seu potencial de desenvolvimento.

A presente pesquisa (2020) realizada, apontou diversas situações que pode-se


considerar preocupantes e importantes: a) não há nenhuma criança com a consulta em sua
primeira semana de vida, o que resulta no atraso a procura do serviço de saúde. Além disso, o
total de crianças pesquisadas era de 93 e somente 36 foram a consulta de puericultura o que
nos mostra a baixa adesão dos pais nesta unidade ao serviço oferecido; b) repetições nas
sugestões dadas pelo médico como tratamento. É perceptível, novamente, a falha no
preenchimento dos prontuários médicos, omitindo informações ou faltando a investigação
mais profunda dos diagnósticos dados e seus respectivos tratamentos; c) verifica-se uma
postura médica interventiva, ou seja, a qual busca o tratamento para a doença, a chamada
medicina curativa e assim, não adotam uma postura profilática, a qual busca a prevenção e
promoção à saúde. Quando são dadas somente “Receita para casa” significa que nada é feito
14

para a promoção da saúde da criança. A partir dos resultados obtidos na pesquisa realizada
verificou-se a necessidade de rever questões importantes acerca da pratica da consulta de
puericultura.

Sabe-se que a pesquisa trata de uma amostra especifica em uma perspectiva de estudo
de caso, por isso não se pode considerar que seja uma situação comum a todas as unidades
básicas de saúde, mas esses resultados refletem uma realidade que pode ser encontrada em
outras UBSs. É importante refletir sobre esses aspectos encontrados e verificar onde encontra-
se os pontos que precisam melhorar, as ações estratégicas que precisam ser revistas para uma
maior efetividade da consulta de puericultura. De acordo com Lima (2014), na prática o que
funciona é o modelo clínico assistencial individual, subsidiado no pronto atendimento e na
medicalização.

Assim pensar na puericultura como uma estratégia de promoção a saúde da criança


torna-se de grande importância. A puericultura é uma área voltada principalmente para os
aspectos preventivos e da promoção á saúde, atua no sentido de manter a criança saudável
para garantir seu pleno desenvolvimento, atingindo a vida adulta sem influências
desfavoráveis e sem problemas trazidos da infância. Suas ações priorizam a saúde no lugar da
doença. Seus objetivos básicos contemplam a promoção da saúde infantil, prevenção de
doenças e educação da criança e de seus familiares, através de orientações antecipatórias aos
riscos de agravos à saúde, podendo-se oferecer medidas preventivas mais eficazes. (LIMA,
2014)
15

APÊNDICE

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

1. Número do prontuário;
2. Idade;
3. Sexo;
4. Queixas;
5. Número de consultas;
6. Idade da criança na primeira consulta;
7. Alterações presentes no exame físico.
8. Orientações
16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério Da Saúde Secretaria De Atenção À Saúde Departamento De Atenção


Básica; Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento; Cadernos de Atenção Básica,
n° 33; Brasil, 2012. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.
pdf

BRASIL, Ministério da Saúde; Política Nacional de Atenção Básica; 2017; Disponível


em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html.

Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União,


Rio de Janeiro, 07 dez. 1940.

FERREIRA, Claudia Ricardo Pereira. A importância das ações realizadas pelo enfermeiro
em puericultura: revisão integrativa de literatura. 2016. 20 f. TCC (Pós-Graduação) -
Curso de Enfermagem - Linhas de Cuidado em Saúde Materna, Neonatal e do Lactante,
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 2016.

FERREIRA, Fabiana Angelo, et al. “Puericulture consultation: problems found in those


under 2 years old”. Revista de Enfermagem UFPE on line, vol. 13, julho de 2019.
DOI.org (Crossref), doi:10.5205/1981-8963.2019.240072.

HANZEN, Ingrid Pujol, et al. “Diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem


para a consulta de enfermagem à criança”. Enfermagem em Foco, vol. 10, no 7, fevereiro
de 2020. DOI.org (Crossref), doi:10.21675/2357-707X.2019.v10. n 7.2683.

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População residente em Maringá


2016. Brasília, DF. Disponível em: Acesso em: 28 de julho de 2020.
17

LEAL, Francisca Kessiana Freitas. Perfil diagnóstico de Lactentes em consultas de


puericultura. 2016. 20 f. TCC (Graduação) - Curso de Enfermagem, Instituto de Ciências
da Saúde, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira,
Acarape, 2016.

LIMA, Nadja Karla Fernandes De. Efetivação do programa de puericultura na ESF-PSF II


no município de Arara-PB. 2014. TCC (Pós-Graduação) - Curso de Enfermagem,
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 2014.

MARINGÁ. Secretária de Saúde do Município de Maringá. Plano Municipal de Saúde de


Maringá-PR 2018/2021, 2017. Disponível em:
http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/arquivos/0c64adaa50a1.pdf. Acesso em: 28 de
Julho de 2020.

MENEZES, Luma Guida, et al. “A criança e sua família na atenção primária em saúde”.
Revista de Enfermagem UFPE on line, vol. 13, agosto de 2019. DOI.org (Crossref),
doi:10.5205/1981-8963.2019.241426.

SILVA, Renata, e Kerstin Abagge. “Skin disorders in childhood: pattern of dermatoses in


a Pediatric Dermatology workforce 2016”. Residência Pediátrica, vol. 9, no 3, 2019, p.
234–39. DOI.org (Crossref), doi:10.25060/residpediatr-2019.v9n3-07.

ZANARDO, Graziani, et al. “Atuação do enfermeiro na consulta de puericultura: uma


revisão narrativa da literatura”. Revista de Enfermagem, vol. 13, no 13, 2017, p. 55–69.
Acesso em: 14 agosto. 2020.

Você também pode gostar