Direitos Humanos e Justiça Social
Direitos Humanos e Justiça Social
Direitos Humanos e Justiça Social
12ª Classe
Nome do Aluno: Nº
Victoria Amosse 74
II. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................................3
III. CONCLUSÃO................................................................................................................8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................9
I. INTRODUÇÃO
A palavra Filosofia é de origem grega, e significa “amor à sabedoria”. Filosofar quer dizer
reflectir sobre questões fundamentais da vida humana porque quem o faz sente que precisa de
uma resposta a essas questões para viver melhor. Filosofa mesmo sem saber o nome dessa
actividade quem se pergunta, por exemplo, como deveria ser uma sociedade justa, ou como
distinguir entre o que verdadeiramente se sabe e o que apenas se opina. Também filosofa
quem busca a maneira correta de enfrentar um dilema moral, ou quem quer saber se a
existência humana tem um significado (SETIC-UFSC, [s.d.]).
A Filosofia tem diversas áreas, sendo as principais: a Lógica, que estuda as formas de
raciocínio correto, diferenciando-as das formas equivocadas pelas que podemos ser
enganados. A Epistemologia ou Teoria do Conhecimento, em que se indaga sobre a natureza
do conhecimento humano, seus fundamentos, variedades e limites. A Ontologia, o ramo da
Filosofia em que tratamos de esclarecer em que consiste dizer que algo existe, ou que é real, à
diferença de ficções (os números, por exemplo, existem?). A Ética, que pesquisa os
fundamentos dos juízos morais. A Filosofia Política, endereçada a compreender e questionar
a organização da vida social e o exercício do poder. A Filosofia da Linguagem, que analisa
esse instrumento básico da humanidade. E a Estética, cujo interesse gira em torno da
experiência artística (SETIC-UFSC, [s.d.]).
1
FILOSOFIA E SUA RELAÇÃO COM OS DIREITOS HUMANOS. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/87208/filosofia-e-sua-relacao-com-os-direitos-humanos>. Acesso em: 9 jul. 2023.
1
A origem dos direitos humanos é um ponto controverso na filosofia, por haver diversas
teorias sobre esse tema, cada um estabelecendo seu próprio modelo de contrato social, que
consistiria na origem social da humanidade, o que viria a tornar o indivíduo, parte de uma
colectividade, supervisionada pela estrutura social denominada Estado.
O conceito justiça social que é uma construção moral e política baseada na igualdade de
direitos e na solidariedade colectiva. Em termos de desenvolvimento, a justiça social é vista
como o cruzamento entre o pilar económico e o pilar social.
2
II. DESENVOLVIMENTO
Segundo Trindade (2007, p. 218), os direitos humanos são os “direitos inerentes a todo ser
humano, e a ser protegidos em todas e quaisquer circunstâncias”. A grande dificuldade está
em saber quais são esses “direitos inerentes ao ser humano” e o que se insere no amplíssimo
espectro da expressão “em todas e quaisquer circunstâncias”.
Existem diversas outras possibilidades de conceituação dos direitos humanos sendo que todas
referem-nos como direitos básicos de todos os seres humanos.
Os direitos humanos possuem três características que os definem. Se faltar uma dessas
características, não estamos falando de direitos humanos3:
Os direitos humanos devem ser naturais, isso quer dizer que são direitos morais que qualquer
pessoa possui simplesmente pelo fato de ser um ser humano.
Pelo fato de os direitos humanos serem naturais, mesmo que um país não reconheça esses
direitos em suas leis, os cidadãos desse país ainda assim possuem tais direitos. Suponha-se
2
Direitos humanos: significado, história e teoria | Filosofia na Escola. Disponível em:
<https://filosofianaescola.com/politica/direitos-humanos-significado-historia-e-teoria/>. Acesso em: 10 jul.
2023.
3
Direitos humanos: significado, história e teoria | Filosofia na Escola. Disponível em:
<https://filosofianaescola.com/politica/direitos-humanos-significado-historia-e-teoria/>. Acesso em: 10 jul.
2023.
3
um país que não aceita a liberdade religiosa. Todas as pessoas são obrigadas a seguir a
religião oficial estabelecida pelo Estado. De acordo com a ideia de direitos humanos, essas
pessoas devem ter liberdade religiosa, pois são seres humanos, independente do país em que
vivem.
Dizer que os direitos humanos são universais significa dizer que deveriam ser aplicados em
qualquer lugar onde existam seres humanos. Assim, mesmo que um país qualquer não
reconheça em suas leis os direitos humanos, deveria reconhecer, pois esses direitos são
universais.
Os direitos humanos são iguais para todos. Isso quer dizer que não pode haver discriminação
de categorias de pessoas. Considere o exemplo da liberdade religiosa. Uma lei que
estabelecesse que todas os católicos têm liberdade religiosa, mas os islâmicos não, estaria
infringindo essa ideia básica de que direitos humanos são iguais para todos. O mesmo é
válido para qualquer tipo de discriminação: de género, classe social, racial etc.
4
II.3.2. Contrato Social de John Locke
O filósofo liberal John Locke (1998) contrapõe a visão de Hobbes, por referir que a
liberdade é um direito adquirido da lei, considerando humanos como seres independentes e
racionais em seu estado de natureza.
Segundo John Locke, o direito à liberdade é o direito de cada um agir, em princípio, sem
restrições e sem coacções. Esse direito proíbe que seres humanos sejam colocados sob
pressão e que sejam coagidos a agir pelo poder ou pela violência. Os homens nasceram iguais
e nenhum ser humano tem, por natureza, poder sobre os demais. Um homem deve ser livre
enquanto for capaz de agir de modo racional. O único limite a seu agir é a lei da natureza e os
direitos naturais correspondentes, pois esses podem restringir sua liberdade tanto com relação
a si mesmo quanto em relação aos outros. (Locke, apud, DIAS, 2004. p.21)
O autor ainda considera como direitos naturais a propriedade privada e a razão, sendo dever
do Estado mediante o Contrato Social tutelar esses direitos, e assim estabelecer o bem-estar
público (DIAS 2004).
Para Rousseau (1762), é necessário que exista uma igualdade de direitos, uma vez que a
desigualdade social consiste em uma das principais falhas da sociedade, e esta é decorrente
do advento da propriedade privada.
5
Tornam-se exemplo também das modificações sociais consequentes dos confrontos para a
garantia da liberdade, almejada pela humanidade desde a Idade Média, mas que, entretanto,
só seriam afirmadas a partir das Revoluções Inglesa, Norte-Americana e Francesa (DIAS,
2004).
Dentre elas, a Revolução Inglesa de 1688, também conhecida por gloriosa, criou um primeiro
documento, chamado a Declaração dos Direitos. Este, instituiu os direitos do Estado Inglês
em atitude contrária ao regime absolutista anterior. Ainda, a Independência Americana de
1776, orquestrou um papel fundamental para a difusão dos ideais democráticos, onde os
próprios cidadãos podem escolher seus representantes, como tal, na Declaração de
Independência dos Estados Unidos da América, os conceitos de liberdade e igualdade
(HUNT, 2012).
A fim de evitar outro confronto de dimensão mundial, e com o objetivo de formar uma
plataforma global para discussões, em 1945, 51 países reuniram-se em São Francisco,
Estados Unidos da América, onde teve a origem da Carta das Nações Unidas, a qual
legitimou a criação da Organização das Nações Unidas (ONU). A partir de então, os direitos
6
humanos passaram a fazer parte da agenda internacional de forma mais presente, gerando
mobilizações nos países e nas organizações internacionais (ONU, 2015).
Perante isso, em 1948, foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos
pela Assembleia Geral da ONU. Esta era um complemento à Carta das Nações Unidas
possuía como objectivo principal garantir direitos a todos os indivíduos, independente de sua
localidade. Nesse mesmo sentido, em 1949, ocorreu a quarta Convenção de Genebra, a qual
abriu espaço para debates e elaborações de normas, estas que guiariam as condutas de nações
em conflitos em detrimento a minimizar os efeitos destes conflitos sobre os civis (ONU,
2015).
Para Jon Rawls a justiça social ou justiça nas instituições deve ser desenvolvida no intuito de
prover tratamento igualitário a todas as pessoas, permitindo, desta forma, uma genuína
igualdade de oportunidades, onde a sociedade deverá dar “melhor atenção aos que nasceram
em posições sociais menos favorecidas (BITTAR & ALMEIDA, 2010).
O objecto principal da justiça para Rawls é “a estrutura fundamental da sociedade ou, mais
exactamente, o modo como as maiores instituições sociais distribuem os deveres e os direitos
fundamentais e determinam a subdivisão dos benefícios da cooperação social”5.
A estrutura social comporta diferentes posições sociais, que, por sua vez, definem (moldam)
o futuro dos indivíduos dos diferentes extractos. Assim, na intenção de quebrar este ciclo que
se retroalimenta, deve-se promover, segundo Rawls, a justiça nas instituições primando pela
partilha dos benefícios sociais nos mais diversos aspectos (económico, político, social,
cultural e ambiental).
4
Segundo o dicionário, Hipossuficientes é o plural de hipossuficiente. O mesmo que: dependentes. Pessoa que
não possui condições financeiras para se sustentar.
5
MAFFETTONE, Sebastiano. VECA, Salvatore. (orgs.). A idéia de justiça de Platão a Rawls. São Paulo:
Martins Fontes, 2005. P. 390.
7
III. CONCLUSÃO
Tendo sido descritos acima os principais factos relacionados ao tema, é chegado o momento
de retirar as conclusões, pelo que conclui-se:
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cranston, Maurice William. What are human rights? London: Bodley Head, 1973.
DIAS, Maria Clara, Os direitos sociais básicos: uma investigação filosófica da questão dos
direitos humanos, Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
Hunt, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. Curitiba: A Página, 2012.
VIZENTINI, Paulo Fagundes. História do Século XX. Editora Leitura XXI, Porto Alegre,
2007.
BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do
Direito. 8 Ed. São Paulo: Atlas, 2010. P. 451.