DISSERTACAO ANA CRISTINA MELO Final
DISSERTACAO ANA CRISTINA MELO Final
DISSERTACAO ANA CRISTINA MELO Final
Rio Branco
2022
ANA CRISTINA MELO LEITE DA CUNHA
Rio Branco
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Aos trinta dias do mês de junho do ano de dois mil e vinte e dois, às oito horas, realizou-se, por Web
Conferência via Google Meet, link https://meet.google.com/usu-ucouyvi, a Banca de Defesa de Mestrado
do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica/Mestrado Profissional em
Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (ProfEPT). A realização da banca por web
conferência justificou-se pelo período de pandemia da Covid-19 e está devidamente amparada na
Instrução Normativa Ifac/Proinp número dois, de primeiro de abril de dois mil e vinte. A dissertação
submetida para banca de defesa, teve por título "Aprendizagem Baseada em Problemas: contribuições
à disciplina de Gestão de Pessoas do curso Técnico Subsequente em Administração do Instituto Federal
do Acre, Campus Rio Branco”, sendo registrado na linha de pesquisa de Práticas educativas em Educação
Profissional e Tecnológica (EPT), de responsabilidade da mestranda Ana Cristina Melo Leite da Cunha,
orientada pelo Prof. Dr. Cleilton Sampaio de Farias (ProfEPT IFAC/Campus Rio Branco). Destaca-se que
esse foi o momento para validação final do produto educacional da Dissertação intitulado “Oficina:
aprendendo sobre gestão de pessoas por meio da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) em um
ambiente virtual”. O presidente da Banca Examinadora apresentou os membros da banca: Prof. Dr.
Maurício Roberto Motta Pinto da luz (Instituto Oswaldo Cruz – IOC/RJ) como avaliador/membro externo
e o Prof. Dr. Ricardo dos Santos Pereira (ProfEPT IFAC/Campus Xapuri) como avaliador/membro interno
ao Programa ProfEPT, Prof. Dr. Renato Matos Lopes (IOC/RJ) como membro suplente externo e Prof. Dr.
Mário Sérgio Pedroza Lobão (ProfEPT IFAC/Campus Rio Branco) como membro suplente interno.
Relatou aos participantes as regras para esse tipo de atividade acadêmica, destacando que a mestranda
teria entre trinta e quarenta minutos para apresentação e, em seguida, a Banca Examinadora poderia
realizar sua arguição, sendo a ordem de praxe o membro externo, membro interno e orientador.
Orientou, ainda, que não se fizessem comentários pelo chat e que todos os microfones e vídeos fossem
desabilitados durante a banca, a fim de não retirar a atenção ou intervir no processo avaliativo. Assim, a
discente Ana Cristina Melo Leite da Cunha apresentou seu trabalho de dissertação e o produto
educacional, no tempo de trinta e oito minutos, e, em seguida, a banca iniciou a apreciação crítica deles.
Após, a mestranda respondeu os comentários solicitados pela Banca e questões em arguição. Logo em
seguida, a banca reuniu-se para deliberação em sala reservada da web conferência, pelo período de dez
minutos retornando para leitura da ata e encerramento pelo presidente. No momento do retorno, o
parecer foi divulgado, sendo a discente APROVADA em sua defesa de dissertação e validação final do
produto educacional devendo considerar as recomendações da banca antes da entrega final ao ProfEPT.
As observações e sugestões realizadas pela banca foram gravadas e serão discutidas com o orientador,
bem como consideradas nas versões finais dos documentos. Ao longo da banca de defesa de dissertação,
que se encerrou às onze horas e quarenta e cinco minutos, participaram até dezoito pessoas, com
representação de segmentos da comunidade externa ao IFAC, discentes e docentes do ProfEPT local. Eu,
Cleilton Sampaio de Farias, na condição de presidente da banca lavrei a presente ata que será assinada
por mim e os demais membros, via Sistema Eletrônico de Informação (SEI/IFAC), após disponibilização da
mesma pela coordenação do ProfEPT.
Documento assinado eletronicamente por Ricardo dos Santos Pereira, Docente de Ensino
Profissional, Técnico e Tecnológico - EBTT, em 30/06/2022, às 18:59, conforme horário oficial de Rio
Branco(UTC-5), com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
https://sei.ifac.edu.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=591008&infra_sistem… 1/2
06/09/2022 09:21 SEI/IFAC - 0561255 - Ata de Reunião Deliberativa
Documento assinado eletronicamente por Mauricio Roberto Motta Pinto da Luz, Usuário Externo,
em 01/07/2022, às 12:38, conforme horário oficial de Rio Branco(UTC-5), com fundamento no art.
6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
https://sei.ifac.edu.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=591008&infra_sistem… 2/2
Dedico este trabalho ao meu esposo Luanderson da Cunha
Afonso Melo e a toda a minha família, por todo apoio, carinho,
incentivo e compreensão durante essa caminhada.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Atuar no campo administrativo não é tarefa fácil, pois o mundo do trabalho exige
profissionais capazes de trabalhar em equipe, tomar decisões, resolver problemas,
dentre outras habilidades e competências. Ocorre que esse perfil profissional precisa
ser estimulado naqueles que desejam atuar nessa área, tornando-se um desafio para
o professor buscar uma metodologia de ensino que possa contribuir significativamente
para a formação desses profissionais. Nesse intuito, a presente pesquisa objetivou
analisar as habilidades e conhecimentos que a Aprendizagem Baseada em
Problemas é capaz de desenvolver na aprendizagem de estudantes do Curso Técnico
em Administração, na disciplina de Gestão de Pessoas. Ela teve como lócus o Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre – Ifac, Campus Rio Branco. Para
alcançar o que propõe o estudo, a pesquisa foi dividida em cinco objetivos específicos:
I) Compreender quais são as produções científicas voltadas para Aprendizagem
Baseada em Problemas no âmbito do ensino de Administração; II) Identificar quais as
metodologias de ensino (estratégias) os docentes do Ifac – Campus Rio Branco,
utilizam no Curso Técnico Subsequente em Administração; III) Planejar uma
sequência didática - SD fundamentada na ABP, com foco na ementa da disciplina de
Gestão de Pessoas do Curso Técnico Subsequente em Administração do Ifac em um
contexto virtual; IV) Apresentar o processo de validação de uma SD que utilizou a ABP
em um ambiente virtual de aprendizagem, criada para os estudantes do Curso Técnico
em Administração; V) Elaborar um produto educacional (oficina) direcionado para a
aplicação da ABP visando a formação do Técnico em Administração. Os quatro
primeiros objetivos geraram artigos científicos, ambos possuem como metodologia
uma abordagem qualitativa, básica e exploratória, diferenciando-se em algumas
denotas. O primeiro, refere-se a uma revisão bibliográfica. O segundo ocorre através
de pesquisa de campo aplicada por intermédio de questionário e entrevista, com
análise de conteúdo baseada em Gibbs (2009). O terceiro, dar-se conforme os
pressupostos de Guimarães e Giordan (2012; 2013) quanto a estruturação e Hung
(2015), Herreid (1998) e Sá e Queiroz (2010) em relação a ABP. O quarto baseia-se
no método de Elaboração, Aplicação e Reelaboração – EAR, com o uso de
instrumentos como questionários e diários reflexivos, analisados também segundo a
codificação de Gibbs (2009). Os resultados da pesquisa, em síntese, revelaram no
primeiro artigo que a ABP é incipiente no ensino de Administração. O segundo
demonstrou que os docentes estão em processo de incorporação do método ativo,
porém necessitam de maior conhecimento sobre o tema para aplicá-lo com eficiência.
O terceiro confirmou que é possível elaborar uma SD com ABP direcionada ao
Técnico em Administração em um ambiente virtual de aprendizagem. Por fim, o último,
constatou que realizar a validação de uma SD com foco na ABP é importante para
minimizar os riscos da aplicação dessa metodologia voltada para a aprendizagem em
Administração. Ademais, o estudo levou a criação do produto educacional intitulado,
“Oficina: aprendendo sobre Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem Baseada
em Problemas em um ambiente virtual”, que visa contribuir com o conhecimento sobre
a metodologia no campo da Administração, bem como os benefícios que podem ser
alcançados através dela para esse público-alvo. O desenvolvimento do produto se faz
em três unidades: I) Fundamentação teórica; B) Desenvolvimento da oficina e; c)
Proposta de avaliação da percepção dos estudantes.
ABSTRACT
Acting in the administrative field is not an easy task, as the world of work requires
professionals capable of working as a team, making decisions, solving problems,
among other skills and competences. It happens that this professional profile needs to
be stimulated in those who wish to work in this area, making it a challenge for the
teacher to seek a teaching methodology that can significantly contribute to the training
of these professionals. In this sense, the present research aimed to analyze the skills
and knowledge that Problem Based Learning - PBL is able to develop in the learning
of students of the Technical Course in Administration, in the discipline of People
Management. It had as its locus the Federal Institute of Education, Science and
Technology of Acre – Ifac, Campus Rio Branco. To achieve what the study proposes,
the research was divided into five specific objectives: I) To understand which are the
scientific productions focused on Problem Based Learning in the context of teaching
Administration; II) Identify which teaching methodologies (strategies) the teachers of
Ifac – Campus Rio Branco use in the Subsequent Technical Course in Administration;
III) Plan a didactic sequence - DS based on the PBL, focusing on the People
Management course syllabus of the Subsequent Technical Course in Ifac
Administration in a virtual context; IV) Present the validation process of an DS that
used PBL in a virtual learning environment, created for students of the Technical
Course in Administration; V) Develop an educational product (workshop) aimed at the
application of PBL aiming at the formation of the Technician in Administration. The first
four objectives generated scientific articles, both have a qualitative, basic and
exploratory approach as methodology, differing in some aspects. The first refers to a
literature review. The second occurs through field research applied through a
questionnaire and interview, with content analysis based on Gibbs (2009). The third,
according to the assumptions of Guimarães and Giordan (2012; 2013) regarding
structuring and Hung (2015), Herreid (1998) and Sá and Queiroz (2010) in relation to
PBL. The fourth is based on the method of Elaboration, Application and Re-elaboration
- EAR, with the use of instruments such as questionnaires and reflective diaries, also
analyzed according to the coding of Gibbs (2009). The research results, in summary,
revealed in the first article that PBL is incipient in the teaching of Administration. The
second showed that teachers are in the process of incorporating the active method,
but they need more knowledge on the subject to apply it efficiently. The third confirmed
that it is possible to elaborate an DS with PBL directed to the Technician in
Administration in a virtual learning environment. Finally, the last one found that carrying
out the validation of an DS with a focus on PBL is important to minimize the risks of
applying this methodology aimed at learning in Administration. In addition, the study
led to the creation of the educational product entitled, "Workshop: learning about
People Management through Problem Based Learning in a virtual environment", which
aims to contribute to knowledge about the methodology in the field of Administration,
as well as the benefits that can be achieved through it for this target audience. Product
development is carried out in three units: I) Theoretical foundation; B) Development of
the workshop and; c) Proposal for evaluating the students' perception.
APÊNDICE C
APÊNDICE D
APÊNDICE E
APÊNDICE F
APÊNDICE G
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 27
2 ARTIGO 01: A APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS NO ENSINO DE
ADMINISTRAÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................... 29
2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 30
2.2 METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................. 32
2.3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: ANÁLISE DOS DADOS............................. 34
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 43
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 46
3 ARTIGO 02: A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES SOBRE METODOLOGIAS DE
ENSINO EM UM CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ................................... 50
3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 51
3.2 METODOLOGIA ...................................................................................... 52
3.2.1 Conhecendo os sujeitos da pesquisa ................................................ 52
3.2.2 Caracterização da pesquisa e instrumentos da coleta de dados .... 53
3.3 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................... 55
3.3.1 Perfil dos professores ......................................................................... 55
3.3.2 Metodologias de ensino aplicadas e suas formas de avaliação ...... 56
3.4 CONSIDERAÇÔES FINAIS ..................................................................... 68
REFERÊNCIAS ...................................................................................... 69
4 ARTIGO 03: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE
ADMINISTRAÇÃO EM UM AMBIENTE VIRTUAL COM A UTILIZAÇÃO DA
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS .................................................... 72
4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 73
4.2 METODOLOGIA ...................................................................................... 77
4.3 APRENDENDO SOBRE GESTÃO DE PESSOAS POR MEIO DA
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS ................................................... 80
4.3.1 Primeiro Momento ................................................................................ 85
4.3.2 Segundo Momento ............................................................................... 89
4.3.3 Terceiro Momento ................................................................................ 96
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 106
REFERÊNCIAS .................................................................................... 107
5 ARTIGO 04: VALIDAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO
DE ADMINISTRAÇÃO COM A APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
PARA UM AMBIENTE VIRTUAL ........................................................................... 111
5.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 112
5.2 METODOLOGIA .................................................................................... 114
5.2.1 Sujeitos da pesquisa e sua contextualização .................................. 115
5.2.2 Metodologia de pesquisa e o método EAR ...................................... 118
5.3 VALIDAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM ABP ATRAVÉS DO
MÉTODO EAR ..................................................................................................... 121
5.3.1 Fase de Elaboração............................................................................ 122
5.3.2 Fase de Aplicação .............................................................................. 125
5.3.2.1 Fase de Aplicação com os experts....................................................... 125
5.3.2.2 Fase de Aplicação com os estudantes ................................................. 130
5.3.3 Fase de Reelaboração ....................................................................... 137
5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 139
REFERÊNCIAS .................................................................................... 142
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 145
7 APÊNDICES ....................................................................................................... 148
7.1 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA A FASE DE APLICAÇÃO A PRIORI .......................................................... 148
7.2 APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA A FASE DE EXPERIMENTAÇÃO COM OS ESTUDANTES ...................... 153
7.3 APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO PARA VALIDAÇÃO DA SD PELOS
EXPERTS ............................................................................................................ 159
7.4 APÊNDICE D - PERGUNTAS NORTEADORAS PARA ELABORAÇÃO
DOS DIÁRIOS REFLEXIVOS .............................................................................. 162
7.5 APÊNDICE E - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES
DESENVOLVIDAS REFERENTE A FASE DE EXPERIMENTAÇÃO DA
VALIDAÇÃO EAR ................................................................................................ 163
7.6 APÊNDICE F - ANÁLISE DE CONTEÚDO DO DIÁRIO REFLEXIVO DO
SEGUNDO MOMENTO ....................................................................................... 164
7.7 APÊNDICE G - ANÁLISE DE CONTEÚDO DO DIÁRIO REFLEXIVO DO
TERCEIRO MOMENTO ....................................................................................... 166
7.8 APÊNDICE H - ANÁLISE DE CONTEÚDO DO QUESTIONÁRIO DE
HABILIDADES DESENVOLVIDAS ...................................................................... 168
7.9 APÊNDICE I - PRODUTO EDUCACIONAL ........................................... 169
8 ANEXO ............................................................................................................... 170
8.1 ANEXO A - PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM
PESQUISA - CEP ................................................................................................ 170
23
1 INTRODUÇÃO
Atuar na esfera administrativa não é tarefa fácil, pois exige profissionais que
saibam trabalhar em equipe, comunicar-se de maneira clara, adaptar-se a situações
de mudanças no mercado, tomar decisões e resolver problemas (CHIAVENATO,
2003). Ocorre que esse perfil profissional precisa ser estimulado naqueles que
desejam atuar nessa área, seja no Ensino Profissional e Tecnológico (Médio) ou no
Superior. Tornando-se um desafio para o professor trabalhar essas exigências, bem
como visando uma formação ampla do discente, de maneira que ele esteja qualificado
para atendê-las (FREZATTI et al., 2018). Isso ocorre em virtude das transformações
no mundo do trabalho e das mudanças na sociedade, consequentemente, é
necessário refletir sobre o processo de ensino-aprendizagem, buscando uma
metodologia que consiga melhor desenvolver o perfil profissional imposto.
Nesse sentido, a presente pesquisa chama a atenção para o ensino de
Administração voltado para o campo da Ensino Profissional e Tecnológico, posto que
é uma área do conhecimento que envolve variados processos com base na gestão,
planejamento, execução e o controle, tendo em seu bojo uma interação significativa
com as questões técnicas e práticas, dessa forma, o método de aprendizagem deve
abranger o contexto e a realidade do estudante (FREZATTI et al., 2018). Ademais, no
âmbito do Ensino Profissional e Tecnológico, é possível capacitar o profissional ainda
em sua juventude, inserindo esse estudante no mundo de trabalho qualificado e em
um convívio social mais crítico e emancipador. A esse propósito servem as
metodologias ativas, que colocam os estudantes no centro do processo de ensino-
aprendizagem, buscando estimular a motivação, autonomia, o aprender a aprender,
entre outras questões (BEBEL, 2011; MORAN, 2015; 2018) que vão ao encontro do
que exige o perfil profissional da área administrativa (FREZATTI et al., 2018).
É sabido que existem diferentes metodologias ativas, todavia, chama-se a
atenção para a Aprendizagem Baseada em Problemas - ABP, pois através dela o
aprendiz é guiado por meio da resolução de problemas reais ou fictícios que associam
teoria e prática profissional, assim como promove o desenvolvimento de habilidades
intelectuais e sociais, levando em consideração conhecimentos prévios e o contexto
social e educacional em que estão inseridos os estudantes (BARROWS, 1986, 1996;
HUNG, 2015; FARIAS, 2018).
24
de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre - Ifac, Campus Rio Branco, pois ele oferta
um Curso Técnico Subsequente em Administração que vai ao encontro das
proposições da ABP e do perfil profissional exigido no mundo do trabalho. Em síntese,
o referido curso visa formar um profissional que tenha “[...] domínio do saber-saber,
saber-fazer, saber ser e saber-conviver, bem como possui capacidade para se adaptar
a novas situações e a novas tecnologias” (IFAC, 2014, p. 11).
O objetivo geral da pesquisa foi dividido em cinco objetivos específicos: I)
Compreender quais são as produções científicas voltadas para Aprendizagem
Baseada em Problemas no âmbito do ensino de Administração; II) Identificar quais as
metodologias de ensino (estratégias) os docentes do Ifac – Campus Rio Branco,
utilizam no Curso Técnico Subsequente em Administração; III) Planejar uma
sequência didática - SD fundamentada na Aprendizagem Baseada em Problemas,
com foco na ementa da disciplina de Gestão de Pessoas do Curso Técnico
Subsequente em Administração do Ifac em um contexto virtual; IV) Apresentar o
processo de validação da SD que utilizou a ABP em um ambiente virtual de
aprendizagem, criada para os estudantes do Curso Técnico em Administração,
visando minimizar os desafios de aplicação dessa metodologia, assim como otimizá-
la e; V) Elaborar um produto educacional (oficina) direcionada a aplicação da
Aprendizagem Baseada em Problemas para a formação do Técnico em
Administração.
Outrossim, ressalta-se que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em 2021, conforme parecer consubstanciado constante no Anexo A.
A partir dos resultados obtidos na busca de cada objetivo, foram elaborados
quatro artigos científicos e um produto educacional. O primeiro artigo intitulado, “A
Aprendizagem Baseada em Problemas no ensino de Administração: uma revisão
bibliográfica”, analisou artigos relacionados ao tema proposto na plataforma
Periódicos da Capes, Google Acadêmico e SciELO entre os anos de 2000 a 2020. A
escolha metodológica foi revisão bibliográfica com abordagem qualitativa, básica e
exploratória, o que possibilitou uma análise sobre a produção científica da ABP
relacionada ao campo da Administração.
O segundo artigo, “A percepção dos docentes sobre metodologias de ensino
em um Curso Técnico em Administração”, identificou as estratégias de ensino
utilizadas pelos professores do curso. Ele decorreu de uma pesquisa de campo,
26
REFERÊNCIAS
HERREID, C. F. Return to mars: how not to teach a case study. Journal of College
Science Teaching, New York, v. 27, n. 6, p. 379-382, may. 1998.
the 21st Century: perspectives from singapore and beyond. Education Innovation
Series. 2015.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma abordagem mais profunda. In: BACICH,
L.; MORAN, J. (orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórica. Porto Alegre: Penso, 2018.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma abordagem mais profunda. In: BACICH,
L.; MORAN, J. (orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórica. Porto Alegre: Penso, 2018.
Resumo
Abstract
2.1 INTRODUÇÃO
o para exercer sua autonomia, bem como para o convívio em sociedade enquanto
indivíduo pensante.
É preciso acreditar em um processo de aprendizagem no qual o professor
compreenda que a autonomia do estudante é algo essencial para atuar
profissionalmente e, assim, deve ser estimulada também na aprendizagem
(FREZATTI et al., 2018; RIBEIRO, 2019). Essa premissa também é válida para a
Administração, pois a aprendizagem do discente nessa área precisa estar voltada
para desenvolvê-lo em todos os aspectos, principalmente, porque ela é algo que está
em constante transformação e solicitando cada vez mais profissionais que sejam
proativos, comunicativos, resolutivos e que saibam tomar decisões e trabalhar em
equipe (CHIAVENATO, 2003; FREZATTI et al., 2018).
Segundo Barrows (1986), a ABP representa o método de aprendizagem que
envolve problemas como parte central, podendo ser aplicado de diferentes formas e
com objetivos diversificados, tendo como foco a área de desenvolvimento do
conhecimento proposto, oportunizando que a turma desenvolva habilidades por meio
da resolução dos problemas. Além disso, a ABP integra teoria e a prática, com foco
no social e profissional (RIBEIRO, 2019).
Percebe-se que os pontos mencionados anteriormente são relativos às
principais vantagens da ABP, porém também existem os riscos (desafios). Nesse
sentido, Pawson et al. (2006) afirmam que são muitos os benefícios da utilização da
ABP para o estudante e para os professores, mas chamam a atenção para a
existência de riscos na implantação/aplicação dessa metodologia.
Os riscos aos quais os autores se referem contemplam todos os envolvidos
no processo da ABP, sendo eles: estudantes, professores/tutores e
coordenação/gerência. Em relação aos estudantes, destacam-se: as experiências
anteriores vivenciadas pelos discentes podem não terem contribuído na preparação
deles para o aprendizado através da ABP; a metodologia requer um tempo de
preparação elevado quando comparado aos métodos tradicionais, podendo acarretar
em perda e/ou diminuição do tempo disponível para outros estudos; a ABP pode
causar insegurança na turma, devido à diferença entre ela e o método tradicional e;
podem acontecer problemas na dinâmica dos grupos voltados para a aplicação da
metodologia (PAWSON et al., 2006; URIAS; AZEVEDO, 2017).
32
Ainda em relação aos desafios da ABP, Bouhuijs (2011) deixa claro que não
é um método novo, porém a sua implantação continua sendo desafiadora. É preciso
preparar os professores e discentes para a metodologia. Para enfrentar os problemas
é necessária uma liderança firme e que acredite nos propósitos da ABP. Logo, o autor
evidencia que a implantação não é algo tão fácil.
Glasgow (1996), complementa ao afirmar que um dos principais desafios é o
professor estar qualificado e obter recursos para conseguir colocar em prática essa
metodologia. Apesar de Moran (2018) também concordar com os referidos autores,
ele chama atenção para o fato de que é necessário o professor querer aplicar a
metodologia ativa, pois é possível adaptá-la conforme o contexto em que está inserido
(professor/estudante).
Pelo exposto, acredita-se que com o uso da ABP é possível proporcionar o
desenvolvimento do discente tanto no aspecto intelectual quanto social no ensino de
Administração, voltado não apenas para o profissional qualificado, mas também para
a formação humana.
Dessa maneira, este estudo visa compreender quais são as produções
científicas voltadas para Aprendizagem Baseada em Problemas no âmbito do ensino
de Administração. Posto que, ao realizar esse levantamento é possível analisar como
a ABP está ocorrendo nessa área, quais suas principais características, benefícios e
riscos e como pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos
na formação dos estudantes.
visto que nesta pesquisa o objeto foi compreendido por questões que vão além dos
números.
O trabalho deu-se por meio de registros recuperados de artigos científicos que
discutissem o tema da ABP e fossem voltados para o ensino de Administração. Com
esse intuito, optou-se por realizar buscas na plataforma Periódicos da Capes, por ser
uma biblioteca virtual que dispõe de patentes, normas técnicas, estatísticas, arquivos
audiovisuais e artigos científicos, além de ser uma das plataformas com maior
referência no âmbito de trabalhos acadêmicos brasileiros. Sendo ela, uma iniciativa
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes e do
Ministério da Educação - Mec. Para mais, seu acesso é realizado gratuitamente,
porém alguns trabalhos apenas estão disponíveis para instituições parceiras (CAPES,
2019).
Optou-se também por realizar a busca no Google Acadêmico e SciELO, visto
que, ambas são plataformas de pesquisa de artigos, teses, livros, resumos e
pareceres jurídicos e que podem ser acessados gratuitamente e de forma intuitiva
(CAREGNATO, 2011).
Para filtrar as informações determinou-se: a) Termos de busca:
“Aprendizagem Baseada em Problemas” Administração; b) Período - 2000 a 2020; c)
Idioma: todos; d) Tipo de publicação: artigo; e) Busca avançada: título, resumo e
palavras-chave.
O termo escolhido para a busca deveu-se à necessidade de contemplar todo
o âmbito da temática, minimizando o risco de limitar a pesquisa somente à sigla da
ABP. Também tomou-se cuidado em aplicar o termo em cada plataforma de acordo
com os filtros abordados anteriormente, visando evitar a maximização de trabalhos
que não estavam relacionados ao tema.
Os critérios de busca justificam-se devido a uma pesquisa inicial que
demonstrou muitos ruídos quando os termos eram aplicados de forma ampla, levando
a artigos que em nada estavam relacionados a temática, ou eram mencionados
apenas de maneira isolada. Os termos foram encontrados em referências, citações
ou fora do contexto do ensino e educação. Além disso, os demais períodos foram
eliminados devido a pesquisa inicial constatar que os artigos começaram a ser
publicados a partir do ano de 2005.
34
A busca inicial pelos artigos nas plataformas constatou que entre os anos de
2000 a 2020 foi publicado um total de 25 artigos que tratam sobre a temática, porém
percebeu-se também que alguns desses artigos foram recuperados em ambas,
gerando o total de 20 artigos que não apresentavam repetições nas plataformas
(Quadro 1).
Sheila Serafim da
Jogos de empresas e método do caso: Silva, Murilo
12 contribuições ao processo de ensino e Alvarenga Oliveira 2014
aprendizagem em Administração. e Gustavo da Silva
Motta.
Continuação:
36
Ensino e aprendizagem em
Caio Sousa e
Administração: contribuições sob a ótica
17 Edson Sadao 2017
da Aprendizagem Baseada em
Lizuka.
Problemas.
Aprendizagem Baseada em Problemas
Sérgio Chaves
18 aplicada ao Ensino Superior de
Caldas e Cristiane 2016
Administração. Chaves Caldas.
Fernanda de Lima
Aprendizagem Baseada em Problemas
Bagli e João
19 aplicada ao Estágio Supervisionado de 2016
Cezário Giglio
Administração.
Marque.
Luis Roberto de
SciELO
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados levantados no Periódicos da Capes, Google
Acadêmico e SciELO.
que a pesquisa voltada para a temática ainda é pequena, o que corrobora os dados
mencionados no Gráfico 1.
Prosseguindo com o estudo, faz-se necessária a compreensão do conceito
de ABP Pura e Híbrida. Entende-se como ABP Pura, uma variação da metodologia
que elimina totalmente as aulas expositivas, bem como qualquer meio de instrução
direta pelo tutor, ou seja, cabe aos discentes a responsabilidade de buscar sua
aprendizagem, logicamente, com orientação/acompanhamento do professor (HUNG,
2015). A ABP híbrida, por sua vez, contempla em suas características os aspectos da
ABP Pura, estando seu principal diferencial nas exposições que nesse cenário são
permitidas de modo limitado com o intuito de instruir diretamente a turma como forma
complementar (HUNG, 2015; PAWSON et al., 2006; FARIAS, 2017).
Gráfico 2 - Tipos de ABP aplicadas no ensino de Administração com base nos artigos
publicados no Periódicos da Capes, Google Acadêmico e SciELO.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados levantados no Periódicos da Capes, Google
Acadêmico e SciELO.
Gráfico 3 - Titulação dos autores com base nos artigos publicados no Periódicos da
Capes, Google Acadêmico e SciELO.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados levantados no Periódicos da Capes, Google
Acadêmico e SciELO.
Gráfico 4 - Gênero dos autores com base nos artigos publicados no Periódicos da
Capes, Google Acadêmico e SciELO.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados levantados no Periódicos da Capes, Google
Acadêmico e SciELO.
A esse respeito, Condeço e Dias (2018) afirmam que ocorre uma ausência de
incentivos para que as mulheres ingressem em carreiras científicas, bem como
acrescentam que elas representam somente um terço do conjunto de estudantes que
seguem carreiras nas áreas de Ciências, Matemática e Tecnologia a nível mundial.
Esse fator pode ser considerado como possibilidade mediante os dados encontrados
nesta pesquisa. Outrossim, esse fator também pode estar atrelado a predominância
histórica masculina na Administração, sendo essa presença visível similarmente no
contexto do ensino. Como por exemplo, em pesquisa realizada no Curso Técnico
Subsequente em Administração do Instituto Federal do Acre, comprovou-se que de
11 professores ativos 72,73% deles se identificavam com o gênero masculino
(CUNHA; FARIAS, 2021).
Pelo exposto, percebe-se que o levantamento de artigos realizado na
plataforma Periódicos da Capes, Google Acadêmico e SciELO, apresentou poucas
publicações, sendo eles elaborados em sua maioria por homens, com titulação de
doutor, em instituições públicas de Ensino Superior, com abordagem qualitativa e
utilizando a ABP Híbrida em contexto de aprendizagem presencial.
temática. Além disso, ver-se com bons olhos os artigos encontrados serem elaborados
por doutores e mestres, pois tal fato agrega credibilidade ao tema.
O estudo também demonstrou que as instituições públicas estão avançadas
em relação ao assunto quando comparadas com as instituições privadas, posto que
os registros recuperados identificaram que os pesquisadores optam por aplicar a
metodologia em instituições de cunho público, levantando a hipótese de serem mais
acessíveis ao currículo e/ou ao público-alvo, visto que, a ABP requer uma mudança
de postura na forma de ensinar e aprender de todos os envolvidos. Esse resultado
sugere preocupação por parte desses pesquisadores por um ensino de qualidade,
adaptado as reais necessidades dos estudantes, buscando formá-los integralmente.
Também foram encontrados registros com foco na formação para além da
sala de aula através da disciplina de Filosofia, aplicada dentro do curso de
Administração, que remete ao propósito de trabalhar a ética, postura profissional e
social, dentro e fora do ambiente organizacional, sendo ela importante
profissionalmente e para a formação crítica do estudante.
Pelo exposto, a presente pesquisa conseguiu compreender que em termos de
aplicação da Aprendizagem Baseada em Problemas no ensino de Administração,
tanto no Ensino Superior quanto no Ensino Profissional e Tecnológico, bem como no
ambiente virtual, ainda há muito a caminhar. Embora, os estudos encontrados
apresentem resultados positivos na aplicação deste, seria ingênuo acreditar que são
o suficiente para esgotar a temática.
Para mais, todos os artigos analisados apresentaram resultados positivos
sobre a ABP em sua execução na Administração, desenvolvendo habilidades
intelectuais e sociais: criticidade, autonomia, trabalho em equipe, tomada de decisão,
resolução de problemas reais do Administrador, entre outras.
Ressalta-se que a pesquisa nunca se esgota, pois os cenários mudam
constantemente e o mundo do trabalho no âmbito da Administração também, que
requer profissionais críticos, capacitados para desenvolver suas habilidades
cognitivas na resolução de problemas, bem como de liderança e motivação para
continuar com seu processo de aquisição do conhecimento e, assim, poder atuar de
forma eficiente no trabalho e na vida.
Por isso, centralizar o estudante no processo de aprendizagem, visando
desenvolver as habilidades mencionadas anteriormente, permite que o mesmo
46
REFERÊNCIAS
HODGES, C. et al. The difference between emergency remote teaching and online
learning. EDUCAUSE Review. 27 mar. 2020. Disponível em:
https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-remote-
teaching-and-online-learning, 2020. Acesso em: 11 jun. 2020.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma abordagem mais profunda. In: BACICH,
L.; MORAN, J. (orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórica. Porto Alegre: Penso, 2018.
Resumo
Abstract
The act of teaching constantly was a matter of great concern for teachers due to the
challenges faced by them. In the scenario of teaching in Administration, these
concerns remain, and it is necessary to investigate which methodologies are being
applied by teachers. With this in mind, this research aimed to identify which teaching
methodologies teachers at the Federal Institute of Acre, Campus Rio Branco use in
the Technical Administration course. The study took place through basic and
descriptive research, with an exploratory objective and a qualitative approach, carried
out through a questionnaire. The results showed that teachers are in the process of
incorporating the active method into their professional practice, however they need
continued training and the support of all the links involved in this process so that they
can overcome the challenges faced for the effectiveness of this teaching method.
1Artigo publicado na Revista Cocar: CUNHA, A. C. M. L da; FARIAS, C. S. A percepção dos docentes
sobre as metodologias de ensino em um Curso Técnico em Administração. Revista Cocar, Belém, v.
15, n. 32 p. 1-21, 2021. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/4688.
51
3.1 INTRODUÇÃO
3.2 METODOLOGIA
2,5
1,81
2
1,5
0,5
0
Intrisecamente Encoraja Promove a Maior nível de Aumento da Torna os discentes
gratificante os discentes interdisiciplinaridade compreensão frequência mais passivos
requerem mais tempo de planejamento, pois exigem que o professor reinvente seu
modo de ensinar, levando em consideração fatores internos e externos ao conteúdo.
Outro ponto relevante é o fato dos docentes concordarem que existe mais
dificuldades na ausência de materiais, equipamentos e recursos para o planejamento
e execução das aulas no método ativo (4,09) contraposto ao tradicional (2,36). Isto
evidencia a importância da instituição (gestão) no suporte para a implantação das
metodologias ativas, mesmo que para a aplicação de muitas delas não sejam
necessários grandes recursos para a elaboração e prática (BEBEL, 2011; MORAN,
2015; 2018).
As respostas também exprimem que existe mais dificuldade quanto a
resistência dos estudantes e professores para aderirem ao método ativo (3,91 e 3,73)
em relação ao método tradicional (1,55 e 2,27). No entanto, é visível que os docentes
estão mais propensos a utilizar as metodologias ativas do que os discentes, e isso é
importante, pois a porta de entrada desse método aos estudantes acontece pelo
professor, ele precisa querer aplicá-lo (MORAN, 2015; 2018).
Para que aconteça a execução do método ativo é preciso que os docentes
estejam motivados (BEBEL, 2011) e os elementos expressam que eles discordam
parcialmente que exista falta de motivação (2,27), sendo possível entender que isto
também acontece na aplicação do método tradicional (2,45), o que favorece a ideia
que existe um desejo por parte dos docentes, porém eles necessitam de formação em
ambos os métodos, visto que em relação a esse item a média foi igual para os dois
(3,55).
A questão nº 17, por conseguinte, visou compreender qual dos métodos de
ensino (ativo, tradicional ou outro) é mais utilizado pelos professores em suas aulas.
A média geral foi de 2,52, evidenciando que o método tradicional é mais presente
(3,55) que o método ativo (3,45), mesmo com pouca diferença. Ademais, a opção
“outro” (0,55), escolhida por alguns professores, constata que este método se
assemelha mais ao tradicional, pois o P09 afirma que “[...] é preciso realizar repetições
continuas em exercícios para a fixação do conteúdo”. Ademais, esses dados
apresentam contradições, visto que mesmo os docentes alegando que o método ativo
é o que proporciona mais benefícios (questão nº 12 e 13), ele ainda é o menos
utilizado. Todavia, esse fator pode estar atrelado as dificuldades mencionadas na
Tabela 2.
62
Outra resposta que permite maior compreensão sobre essa afirmativa está
relacionada a pergunta nº 18 que instiga sobre a aplicação da metodologia de ensino
em relação ao formato do componente curricular. Os professores responderam que
usam em sua prática mais o formato disciplinar (3,55), que é uma característica forte
do método tradicional (KUAZAQUI, 2016), porém, observa-se uma divisão entre eles,
pois a interdisciplinaridade encontra-se em segunda posição (3,36), seguida da
multidisciplinaridade (1,91) e transdisciplinaridade (1,45). Sendo estes formatos
indicados para o uso de metodologias ativas, uma vez que permitem que os
estudantes façam a conexão dos conteúdos com as diferentes disciplinas,
proporcionando um entendimento mais amplo quando contraposto a disciplinaridade
(CARVALHO; CHING, 2016).
Similarmente, ao analisar a média geral (2,57) desta questão, bem como da
questão anterior (2,52), percebe-se que os professores se encontram divididos em
suas práticas entre ambos os métodos. O que corrobora o pensamento de Bebel
(2011) e Moran (2015; 2018) ao afirmarem que nem sempre a incorporação de
práticas ativas acontece de forma avassaladora, alguns docentes vão inserindo aos
poucos nas aulas.
Outro ponto relevante sobre a percepção dos docentes quanto a escolha do
método de ensino empregado nas aulas do Curso Técnico Subsequente em
Administração estar relacionada a forma como ocorre o planejamento para a
execução delas. A esse respeito, são fatores que foram levados em consideração:
realidade local em que o estudante é inserido (3,73), conhecimentos prévios (3,64),
vivências (2,73) e conteúdos (4,00).
A média geral das respostas foi de 3,55, expressando que os professores
utilizam frequentemente em seus planejamentos esses quatro pontos considerados
importantes para executar as metodologias ativas. Porém, se filtrar esse dado um
pouco mais, percebe-se que a vivência dos estudantes ainda é considerada com
pouca frequência pelos docentes, o que justifica o fato da média individual mais alta
se referir ao conhecimento dos conteúdos, posto que no método tradicional está
preocupação é a mais comum (KUAZAQUI, 2016), enquanto que no método ativo,
todas devem ser pensadas em conjunto e apresentam a mesma relevância (MORAN,
2018).
63
Dessa maneira, foi perguntado aos sujeitos da pesquisa com que frequência
empregam algumas atividades. As mais escolhidas foram: ser paciente, avaliar e
analisar o ritmo de aprendizagem dos discentes (4,45), estimular o pensamento crítico
deles por meio de problemas (4,36) e analisa seus interesses pessoais diante da sua
área de formação e atuação (4,27).
Estes resultados expressam que o uso das metodologias está
intrinsecamente relacionado com o perfil de atuação do docente, pois para executar
as metodologias ativas é preciso ter uma mudança na forma de atuação do próprio
professor que ao deixar de ser o centro do processo de ensino deve levar em
64
consideração o ritmo de cada estudantes e seus interesses, com uma visão para além
do conteúdo (BEBEL, 2011, MORAN, 2015; 2018, BACICH, 2018).
A respeito das médias mais baixas, destacam-se três atividades: produção de
mapas conceituais para esclarecer e aprofundar (1,82), elaboração de questões de
pesquisa na área científica e tecnológica (1,91) e modelagem e simulação de
processos e sistemas típicos da área de formação (2,00). Levando em consideração
que a média geral de todas as respostas foi de 3,21, pode-se supor que o motivo pelo
qual os professores utilizam essas atividades com pouca frequência está vinculado a
ausência de formação continuada, mencionada por eles na Tabela 2. Indo ao encontro
do que defende Bebel (2011) sobre a necessidade de aperfeiçoamento para aplicar
as metodologias ativas, pois requer um novo olhar e uma nova forma de pensar o
ensino.
Essa necessidade de formação também pode ser observada nos tipos de
metodologias ativas aplicadas pelos docentes durante o curso. Posto que, ao serem
convidados a responderem qual modelo executam (questão nº 21), a média geral foi
de 2,26, constatando que eles usam com pouca frequência o método ativo em sua
integralidade, ou seja, os docentes acabam exercendo atividades ativas de forma
fragmentada com mais frequência, conforme Tabela 3, contudo não realizam o
método ativo em sua abordagem completa nas aulas.
A respeito das opções de metodologias ativas expostas para escolha dos
sujeitos da pesquisa, optou-se pelas que estivessem mais conectadas as habilidades
necessárias para atuar no campo da Administração, uma delas é a Aprendizagem
Baseada em Problemas (ABP e/ou ABP Pura). Ela torna-se uma escolha relevante
porque o discente busca solucionar problemas da vida real ou simulados, direcionados
pelo tutor/mediador. Sua principal característica é não haver absolutamente nenhuma
aula expositiva ou forma semelhante de disseminação de conhecimento incluída no
currículo, visando a autonomia do estudante e seu processo de aprender a aprender
por intermédio de problemas do cotidiano da profissão, assim como a se relacionar
em grupos (HUNG, 2015).
Também escolheu-se a Aprendizagem Baseada em Projetos, conhecida
como PBL, pois através dela os discentes são designados a concluir um projeto que
envolve a criação de uma solução para um problema da vida real, tornando-se uma
aplicação do conhecimento adquirido (HUNG, 2015).
65
O Ensino Híbrido, como os demais, foi uma das alternativas apresentadas por
ser uma metodologia que viabiliza a mesclagem do ambiente online e físico, que
possibilita o estudante interagir com o professor e com os demais discentes, gerando
um misto de opões para o ensino (MORAN, 2015).
Nesta lógica, também foi selecionada como opção a Sala de Aula Invertida
que Valente (2018) explica como o meio em que os docentes podem proporcionar a
turma que as atividades de aprendizagem antes feitas em casa, sejam realizadas em
sala de aula e vice-versa. Ocorrendo práticas que tem leitura prévia e interação entre
os pares, permitindo que os discentes percebam a necessidade de se
responsabilizarem no que concerne ao próprio processo de aprendizagem.
Por fim, a Instrução por Pares, ela acontece através de atividades que
dispõem de leitura prévia e da integração entre os parceiros (VALENTE, 2018).
Dentre as opções apresentadas, o Estudo de Caso ganhou o primeiro lugar
com média igual a 2,95. Acredita-se que ele é o mais escolhido pelos docentes por
ser flexível e adaptativo a realidade dos estudantes, estimulando compreender a
realidade local da profissão e da sociedade, acionando os conhecimentos prévios e
proporcionando a aquisição de novos conhecimentos por meio de problemas que
inquietem e sejam interessantes para trabalhar a comunicação e a escrita, o raciocínio
lógico e as habilidades voltadas para o trabalho em grupo, entre outras (SÁ;
QUEIROZ, 2010; QUEIROZ; CABRAL, 2016) que são primordiais para a área da
Administração (KUAZAQUI, 2016).
Em segundo lugar, a Instrução por Pares obteve a média de 2,73 e o terceiro
2,45 para o Ensino Híbrido. Ambas possuem características semelhantes ao Estudo
de Caso e detêm embasamento para serem realizadas em formato de currículo
tradicional, baseado em disciplinas e também podem ser trabalhadas de forma
interdisciplinar (HUNG, 2015; QUEIROZ; CABRAL, 2016; VALENTE, 2018). Esses
66
dados confirmam que as respostas anteriores (questão nº 18) dos professores foram
condizentes com sua vivência profissional.
A questão nº 22, por sua vez, propôs verificar a forma de avaliação dos
professores:
do desenvolvimento das atividades, logo se elas não têm função ativa, a avaliação
também não terá.
Também se constatou que os sujeitos da pesquisa compreendem a
importância de continuar com a incorporação do método ativo, com ênfase no
planejamento e execução e visando associar com mais precisão a teoria com a
prática dos conteúdos, sem esquecer do caráter de criticidade e reflexão,
importantes para o desenvolvimento dos estudantes enquanto cidadãos. Ainda,
observou-se que os respondentes precisam de formação continuada e da união de
todos os envolvidos no processo de aprendizagem para que ocorra o
desenvolvimento completo dos estudantes.
Diante da análise apresentada sugere-se que a gestão ofereça formação
continuada nesta área para os docentes e realize planejamento com os mesmos
para fins de aperfeiçoamento das metodologias ativas, visando minimizar os
desafios enfrentados em sua aplicação, bem como disponham dos recursos
necessários e suporte que devem ser oferecidos pela instituição.
Ambos devem buscar compreender que o processo de amadurecimento em
relação as metodologias ativas requerem participação de todos (gestão,
professores, estudantes e sociedade), mas os dois primeiros necessitam unir forças
para prosseguir com a transformação e motivar os demais, e assim usufruir dos
benefícios significativos que essa metodologia tem a oferecer.
Por fim, como alternativa para complementar o presente estudo, propõe-se
que seja também identificada a percepção dos estudantes e gestores da instituição
sobre o tema abordado, posto que ambas as visões são necessárias para analisar
as estratégias de ensino e recomendar melhorias.
REFERÊNCIAS
HUNG, W. Problem-based learning: conception, practice, and future. In: CHO, Y.H.
et al. (eds.). Authentic Problem Solving and Learning in the 21st Century.
Education Innovation series. 2015. DOI 10.1007/978-981-287-521-1_5.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma abordagem mais profunda. In: BACICH,
L.; MORAN, J. (orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórica. Porto Alegre: Penso, 2018.
Resumo
Abstract
The world of work has constantly demanded professionals who are able to perform
intellectual and social skills in the administrative area, making it a significant challenge
for teachers to prepare students to act efficiently in this scenario, mainly due to the
transformations caused by the Covid-19 pandemic, in which there was a sudden
change from face-to-face classes to the Emergency Remote Teaching format. To this
end, the objective was to plan a didactic sequence - DS based on Problem Based
Learning - PBL, focusing on the syllabus of the People Management discipline of the
Subsequent Technical Course in Administration of the Federal Institute of Education,
Science and Technology of Acre - Ifac in a virtual learning context. Since it is a flexible
and adaptive methodology that enables the development of various skills necessary
for the profession and the student's social development. The research is basic and
descriptive with a qualitative approach, with the elaboration of the didactic sequence
based on the assumptions of Guimarães and Giordan (2012; 2013) regarding
structuring and Hung (2015), Herreid (1998) and Sá and Queiroz (2010) in relation to
73
the PBL. The study showed that it is possible to develop an DS with Problem Based
Learning in an evolutionary way, minimizing the risks of applying this method in a virtual
learning environment, as well as creating a more favorable scenario for the
development of Administration students.
4.1 INTRODUÇÃO
causada por algum fator interno ou externo a escola, mas não definitivo, após esse
fator ser superado ou minimizado, as aulas voltam a serem presenciais. Essa nova
forma de ensino, pode englobar aulas síncronas e assíncronas (HODGES et al.,
2020).
Nesse contexto, como elaborar uma SD com abordagem evolutiva da ABP
com foco na Gestão de Pessoas para os estudantes de um Curso Técnico em
Administração em um cenário de pandemia? Visando responder a problemática em
questão, está pesquisa objetivou planejar uma sequência didática fundamentada na
Aprendizagem Baseada em Problemas, com foco na ementa da disciplina de Gestão
de Pessoas do Curso Técnico Subsequente em Administração do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Acre em um contexto virtual.
A pesquisa justifica-se pela carência de compreensão sobre a ABP, pois são
inúmeros os desafios enfrentados pelos docentes para efetivá-la em seu cotidiano
profissional (PAWSON et al., 2006), necessitando de formação continuada.
Outrossim, em questionário aplicado aos professores do Curso Técnico Subsequente
em Administração do Ifac, realizado entre 01/10/2020 à 01/02/2021 através da
ferramenta digital Google Forms, os resultados demonstraram que dos 11 sujeitos da
pesquisa, 10 deles sugeriram que é preciso acontecer mudanças no método de ensino
voltadas para a aplicação das metodologias ativas visando atender as exigências do
mundo do trabalho, contudo expressaram que existem dificuldades para aplicação
desse método, sendo fundamental a capacitação para minimizar os riscos que
envolvem sua prática.
Além disso, a pesquisa torna-se ainda mais significativa, pois a sequência
didática é um meio importante para buscar aperfeiçoar o processo de ensino-
aprendizagem (ZABALA, 1998), principalmente para aqueles que estão buscando
aperfeiçoar sua práxis profissional.
O estudo encontra-se dividido em três elos principais: I) Metodologia –
apresenta o objeto da pesquisa e seu campo, bem como os procedimentos
metodológicos; II) Aprendendo sobre Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem
Baseada em Problemas – descreve a elaboração da SD e as sugestões para sua
aplicação e; III) Considerações finais – aborda os principais pontos relevantes sobre
o estudo.
77
4.2 METODOLOGIA
2
Compreende-se que o termo “referências” abrange os livros, artigos, vídeos, entre outros recursos
citados, contudo manteve-se o termo “referências bibliográficas” por ser o utilizado por Guimarães e
Giordan (2012; 2013) em suas pesquisas.
78
as obras escolhidas para elaborar a SD e/ou como material de apoio para o docente
na aplicação da mesma (GUIMARÃES; GIORDAN, 2012; 2013).
Visando a complementação dos pressupostos da estruturação da SD, em
relação a metodologia de ensino, optou-se pela escolha da Aprendizagem Baseada
em Problemas - ABP, pois ela apoia-se em problemas que remetem a tomada de
decisão e proporcionam o desenvolvimento de habilidades sociais e intelectuais
necessárias aos estudantes de Administração. Bem como, possui caráter adaptativo
em virtude de suas diferentes maneiras de ser empregada, além de criar debates para
questões que estão para além do conteúdo descrito no currículo, possibilitando uma
visão mais crítica e reflexiva dos discentes (HUNG, 2015), indo, dessa forma, ao
encontro das proposições de Guimarães e Giordan (2012; 2013), principalmente em
relação ao quesito problematização e dinâmica.
Nessa ótica, Hung (2015) contribui para a compreensão da metodologia, seus
objetivos e princípios e junção dos dois tipos de ABP escolhida (Estudo de Caso e
Aprendizagem Baseada em Problemas), que utilizadas em conjunto proporcionam um
modelo evolutivo, definido para a aplicação da SD. Formato este, que permite que os
estudantes aprendam ativamente, iniciando com problemas simples e progredindo
para problemas mais complexos, por intermédio da autodireção/autonomia deles.
Ademais, esse formato tem como principal propósito minimizar os riscos da execução
da ABP, criando através da evolução maior familiaridade para todos os envolvidos no
processo (FARIAS, 2021).
Por sua vez, Herreid (1998) e Sá e Queiroz (2010) trazem a abordagem da
ABP em seu modelo de Estudo de Caso, contribuindo com a SD para a elaboração
de um bom caso/cenário, sendo este “[...] narrativas sobre dilemas vivenciados por
pessoas que necessitam tomar decisões importantes a respeito de determinadas
questões” (SÁ; QUEIROZ, 2010, p. 12).
Segundo os referidos autores, um bom caso deve possuir as seguintes
características: a) Narrar uma história - o enredo precisa envolver e atrair os
estudantes, assim como relacionar suas experiências; b) Se concentra em uma
questão interessante - deve conter doses de drama e suspense e necessita ser
composto por um problema; c) É elaborado com base nos últimos cinco anos - o caso
tem que conter um tema atual, considerado relevante pela turma; d) Criar empatia
com os personagens centrais – é preciso buscar que os discentes sintam empatia
79
Fonte: Elaborada pelos autores a partir de Guimarães e Giordan (2012), Herreid (1998), Sá e Queiroz
(2010), Korthand (2001), Hung (2015) e Schmidt (1983).
80
Continuação:
6. METODOLOGIA
A proposta é aprender sobre a Gestão de Pessoas através de uma abordagem evolutiva visando a
autonomia dos estudantes, para isto, a principal metodologia será a Aprendizagem Baseada em
Problemas.
7. RECURSOS E TECNOLOGIAS
Computadores, celulares e/ou tablets com internet que possibilitem acessar textos, vídeos, livros e
sites relacionados a temática escolhida, bem como lápis e/ou caneta e caderno.
Para mais, considerando a pandemia da Covid-19, as aulas ocorrerão mediadas por instrumentos
tecnológicos, como o Google Meet (aulas síncronas) e Plataforma Moodle (aulas assíncronas).
8. AVALIAÇÃO
A avaliação terá função diagnóstica e formativa, sendo realizada no decorrer de todo o processo
através da percepção dos conhecimentos prévios, observação e interação dos discentes, sendo está
avaliada individualmente e em grupo, também através da resolução de questionário, elaboração de
relatórios e apresentações. Dessa forma, 40% refere-se à participação qualificada em seminários e
aulas síncronas e 60% em relação a apresentação dos relatórios, resolução dos casos propostos e
elaboração do plano de ação.
9. PRÁTICAS PROFISSIONAIS
Elaboração de plano de ação e relatórios, trabalho em equipe, identificação, análise e resolução de
problemas e apresentações.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNG, W. Problem-based learning: conception, practice, and future. In: CHO, Y.H. et al. (eds.).
Authentic Problem Solving and Learning in the 21st Century. Education Innovation series.
2015. DOI 10.1007/978-981-287-521-1_5.
MEIRELES, R. B. Gestão de Pessoas: princípios para o desenvolvimento humano. São Paulo:
Senai, 2017.
MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T.
(orgs.). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa:
UEPG/PROEX, 2015. E-book. ISBN: 978-978-85-63023-14-8. Disponível em:
http://www2.eca.usp.br/moran/wpcontent/uploads/2013/12/mudando_moran. Aceso em: 01 mar.
2021.
QUEIROZ, S. L.; CABRAL, P. F. de O. Ensinar e aprender ciências na educação básica a partir de
estudos de caso. In: QUEIROZ, S. L.; CABRAL, P. F. de O. (orgs.). Estudo de caso no ensino de
ciências naturais. São Paulo: Art Point Gráfica e Editora, 2016. p. 11 – 20.
SEBRAE. Apresentação: sobrevivência das empresas no Brasil. Brasília: Sebrae, 2016.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES
PATEL, N. Como fazer um plano de ação: passo a passo e ferramentas. Blog
Empreendedorismo. 2021. Disponível em: https://neilpatel.com/br/blog/plano-de-acao/. Acesso
em: 21 mar. 2021.
EQUIPE IBC. Comunicação interpessoal nas organizações. Blog Instituto Brasileiro de
Coaching. Goiânia, dez. 2019. Disponível em: https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching-
carreira/comunicacao-interpessoal-nas-organizacoes/. Acesso em: 04 jan. 2021.
12. REFERÊNCIAS UTILIZADAS
HERREID, C. F. Return to mars: how not to teach a case study. Journal of College Science
Teaching, New York, v. 27, n. 6, p. 379-382, may. 1998.
HUNG, W. Problem-based learning: conception, practice, and future. In: CHO, Y.H. et al. (eds.).
Authentic Problem Solving and Learning in the 21st Century. Education Innovation series.
2015. DOI 10.1007/978-981-287-521-1_5.
KORTLAND, J. A Problem-Posing approach to teaching decision making about the waste issue.
Utrecht: Cdβ Press – Freudenthal Institute for science and mathematics education (FISME),
Utrecht University – Series on Research in Science Education; n. 37, 2001.
SÁ, L. P.; QUEIROZ, S. L. Estudo de casos no ensino de química. Campinas: Editora Átomo,
2010.
SCHMIDT, H. G. Problem-based learning: rationale and description. Medical Education, v. 17, n.
1, p. 11-1.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos pressupostos de Guimarães e Giordan (2012; 2013), Hung
(2015), Herreid (1998) e Sá e Queiroz (2010).
84
devem ser exploradas, incluindo o senso crítico e o raciocínio lógico (BRASIL, 2018).
Assim, o referido documento está em consonância com as habilidades que podem ser
desenvolvidas através da ABP.
A seguir, demonstra-se as etapas para aplicação de um Estudo de Caso, para
que os estudantes compreendam a importância do processo de resolução de um
problema, seja ele respondido por intermédio das atividades individuais ou em grupo,
bem como deve-se explicar a relevância dos conhecimentos prévios para esta
atividade (indica-se destinar aproximadamente 40 min. para esta fase).
Como atividade final de avaliação sugere-se que o docente aplique um
questionário de até cinco perguntas objetivas sobre os conteúdos abordados na aula,
conforme Quadro 3.
Continuação:
88
Continuação:
2. A ABP possui características distintas de a) Aprendizagem centrada no estudante
outras metodologias ativas, visto que permite criar a e professor;
relação entre teoria e prática de forma que os b) Habilidade de trabalhar em
estudantes sintam-se inseridos em seu contexto grupo/equipe;
profissional, preparando-os para saber solucionar c) Habilidade de identificar, analisar e
questões da vida real, pois as problemáticas da resolver problemas;
profissão são constantes e diferenciadas e requerem d) Aprendizagem crítica e reflexiva;
medidas, por muitas vezes, rápidas e eficazes, sendo e) Aprendizagem autodirigida.
necessário que o estudante continue seu
autoaprendizado mesmo depois de formado, logo, o Resposta correta: letra “a”.
aprender a aprender é um grande passo para
alcançar a eficiência. Mediante o exposto, assinale a
alternativa que não se refere aos benefícios da ABP.
3. De acordo com Hung (2015) a Aprendizagem
Baseada em Problemas – ABP possui 6 (seis) a) ABP em Projetos;
diferentes formatos. Dentre os modelos defendidos b) ABP em formato de Estudo de Caso;
pelo autor destaca-se aquele que possibilita aplicar a c) ABP Pura;
ABP ainda dentro de um currículo tradicional, por d) ABP Instrução Ancorada;
meio de casos, em que as aulas expositivas são e) ABP Ativa.
limitadas (diferente do modelo tradicional),
proporcionando a complementação na aquisição de Resposta correta: letra “b”.
novos conhecimentos e maior autonomia ao
professor. Esse formato de ABP chama-se?
4. Segundo Hung (2015) para que ocorra a I. Professores;
efetivação da Aprendizagem Baseada em Problemas II. Estudantes;
é necessário que haja o envolvimento de 3 (três) III. Gerência/Gestão da Instituição;
importantes elementos. Assinale a alternativa correta IV. Organizações com fins lucrativos
que corresponde aos elementos defendidos pelo (empresas);
autor. V. Estado.
Quadro 5 - Caso 1.
A morte das empresas
No Brasil inúmeras são as empresas criadas diariamente, entretanto, algumas delas não
sobrevivem a um prazo de dois anos. Dentro desse aspecto, a região Sudeste é a que mais destaca-
se pela taxa de sobrevivência dos negócios, que em 2008 era de 56% evoluindo para 77% em 2012,
enquanto a taxa na região Norte em 2008 era de 43% passando a 75% em 2012. (O caso apresenta
generalizações).
Esse indicador revela vários fatores que afetam a constância das empresas no mercado,
que possuem diferentes características e variações, conforme é possível verificar na Figura 3.
Dentre esses fatores, a pesquisa realizada pelo Sebrae (2016), demonstrou que em 2012 o Acre
encontrava-se em vigésimo terceiro lugar entre as vinte e sete capitais do Brasil, com apenas 74%
de chances de sobreviver durante os dois primeiros anos. (Conta uma história. É baseado em fatos
reais, atuais e relevantes para a formação acadêmica dos estudantes).
Diante desse cenário, a sede do Sebrae de Rio Branco-AC foi chamada para minimizar os
fatores mencionados na Figura 3, tendo como base a Gestão de Pessoas, posto que é uma parte
da Administração que engloba todos os envolvidos na empresa. (Tem utilidade pedagógica).
Ademais, é relevante levar em consideração que João Carlos (administrador responsável
pelo departamento de consultoria do Sebrae/AC), já havia mobilizado os empreendedores do estado
do Acre, por meio de ações práticas voltadas para esse público-alvo, visando abordar a Gestão de
Pessoas. Porém, mesmo que a região norte venha aumentando seu índice de sobrevivência das
empresas, de acordo com os dados levantados pelo estudo, João Carlos ainda precisa fortalecer
essas ações.
Diante disso, João Carlos monta sua equipe para fins de ter sucesso em sua missão. Foi
então, que na primeira reunião, uma das componentes da equipe, Maria Silva, recém-formada como
Técnica em Administração e nova colaboradora da empresa, perguntou:
- Existe entendimento para os proprietários das empresas sobre a importância da Gestão
de Pessoas? Nesse contexto, os empresários acreditam que ela realmente vai contribuir para a
permanência da empresa no mercado?
João Carlos fica por um instante pensativo e logo responde:
- Ótimas perguntas, Maria. Vamos ao trabalho! (Possui citações. É uma narrativa que inclui,
início, meio e fim).
Nesse cenário, vocês compõem a equipe do Sebrae de Rio Branco-AC liderada por João
Carlos, que visa compreender “como a Gestão de Pessoas pode contribuir para que as empresas
permaneçam ativas após dois anos de atuação no mercado?” (Se concentra em uma questão
interessante “Problema”. Força uma decisão).
Continuação:
3O caso 1, bem como sua resolução foi publicado em revista científica, contudo, para esta pesquisa
sofreu alterações, conforme Quadro 5. Referências: CUNHA, A. C. M. L da; FARIAS, C. S. A morte das
empresas. Revista Cadernos da Educação Básica, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, mai./ago., p. 76-86,
2021. Disponível em: https://www.cp2.g12.br/ojs/index.php/cadernos/article/view/3003/2053.
91
Continuação:
Fonte: Adaptado de Farias (2018) que utilizou como base Kortland (2001) com a interpretação dos autores.
96
Quadro 9 - Caso 2.
A queda de vendas da empresa Pão Perfeito
Na cidade de Rio Branco/AC existe uma padaria chamada Pão Perfeito que atua há mais de
20 anos no ramo, ela é de cunho familiar, enquadra-se na categoria de empresa de pequeno porte e
é administrada por Fábio, que guardava a sete chaves o segredo para fazer o pão francês perfeito,
carro chefe da padaria, que deu a ela grande fama na cidade. E mesmo em tempos de pandemia,
ocasionada pelo vírus da Covid-19, as vendas permaneceram em alta. (Possui generalizações e
apresenta dados verdadeiros).
Ocorre que Fábio foi acometido pelo vírus da Covid-19 e encontra-se internado sem poder
receber visitas há mais de dois meses. Durante esse tempo, o filho chamado José, tomou a frente dos
negócios e ficou encarregado de produzir os pães, visto que seu pai já havia ensinado a ele a receita
e como produzir o pão com a mesma qualidade, porém manteve em segredo para não gerar conflitos
com os demais filhos. Todavia, José não comunicou à sua família e nem aos seus funcionários que
sabia fazer o pão com a mesma qualidade que seu pai, o que gerou insegurança nos colaboradores
e um falatório interno e externo sobre o pão não ter o mesmo sabor. (Possui conflitos).
Dessa forma, logo no primeiro mês da ausência de Fábio, ocorreu uma queda de 40% nas
vendas e no segundo mês continuou a cair mais 10%, o que deixou todos na padaria em estado de
pânico. Alguns funcionários já estavam até procurando emprego em outra empresa. (Cria empatia
com o personagem principal).
Preocupado com essa situação, José pediu ajuda a consultoria do Senai/AC, para identificar o
que estava causando a redução nas vendas e, consequentemente, a instabilidade dos funcionários.
(Possui caráter pedagógico e aborda questões relevantes para o público-alvo).
Para essa missão, foi designada Cláudia, especialista em Gestão de Pessoas. Ao chegar na
empresa percebeu que José estava desesperado com a situação, pois não queria desapontar o pai,
nem sua família e menos ainda seus colaboradores. Foi então que ele desabafou:
- Senhora Cláudia, por favor, me ajude! Nunca isso havia acontecido! Tenho certeza que a
qualidade do pão é a mesma, pois já fiz em sigilo várias vezes essa receita com meu pai e jamais
houve reclamação, muito pelo contrário, somente elogios.
Cláudia, vendo a angústia de José, respondeu:
- Fique calmo! Eu e minha equipe analisaremos a situação e iremos propor uma solução
adequada ao caso. (Apresenta diálogos, conta uma história com início, meio e fim. O caso é curto).
Imagine que você compõe a equipe de Cláudia e deverá analisar e descobrir o que
poderia ter levado a empresa a sofrer essa queda nas vendas. Além disso, proponha
alternativas para a resolução do caso. Ah, não se esqueça de considerar que são vários os
fatores que afetam as organizações, contudo a ausência de Fábio foi o que mais impactou a
empresa Pão Perfeito. (Força a tomada de decisão).
Fonte: Elaborado pelos autores com base nos critérios essenciais de um bom caso de Herreid (1998)
e Sá e Queiroz (2010).
Ressalta-se que esse caso foi criado para que os estudantes possam
desenvolver sua autonomia completa, sem aulas expositivas, mas sempre com a
orientação do professor, alcançando assim, o estágio final da evolução da ABP que
sai de uma aula totalmente expositiva e tradicional (Primeiro Momento) para aulas
com autodirecionamento e problema complexo (Terceiro Momento).
Para a execução dessa experiência, recomenda-se também sua aplicação em
3 aulas síncronas através do Google Meet, cada uma delas terá duração de 100
minutos, como no Segundo Momento:
Aula 5: orienta-se que, seguindo o primeiro dos Setes Saltos de Schmidt
(1983), o professor faça a leitura do caso (Quadro 9) para os discentes e em seguida
busque estimulá-los a encontrar conceitos e frases que não compreendem no texto,
objetivando formular a situação-problema (indica-se que seja reservado
aproximadamente 10 min. para esse ato). No salto dois, os estudantes deverão
compor os mesmos grupos do Segundo Momento, para conseguirem identificar a
formulação do problema (recomenda-se guardar até 20 min. para essa etapa). No
salto três, o grupo deve criar uma chuva de ideias (brainstorming) sobre hipóteses
para a resolução do caso (destinar aproximadamente 40 min.). Após essa etapa,
ocorre o quinto salto, em que é escolhida pela equipe a teoria principal para resolver
o problema (aproximadamente 30 min.). O quinto salto, será a ponte para a próxima
aula, pois orienta-se que o professor disponibilize na plataforma Moodle os pontos
norteadores (questionamentos, indagações, etc.) para que os participantes consigam
abordar a temática desejada no percurso para responder a situação-problema.
Aula 6: objetivando que os participantes consigam realizar o estudo
autodirigido propõe-se que seja dado um intervalo de cinco dias para a sexta aula,
passado este prazo, recomenda-se um novo encontro síncrono, desta vez, com cada
100
grupo individualmente. Isto deverá acontecer porque o sexto e sétimo saltos exigem
um acompanhamento mais próximo do professor com cada grupo (SCHMIDT, 1983).
O sexto salto se refere a verificar se a turma está avançando na resolução do
caso e abrangendo o conteúdo proposto. Assim, aconselha-se que o docente procure
motivar os estudantes a explorarem suas ideias para a resolução do conteúdo
indicado. Dessa maneira, ele irá propor que os grupos falem suas alternativas para a
resolução do problema. Assim, o professor consegue direcioná-los para que não
caminhem para fora do tema a ser estudado (recomenda-se reservar até 20 min. por
grupo). Após esse debate, no último salto (sétimo), os estudantes devem falar sua
teoria final e o professor irá confirmar se ela está correta ou não (orienta-se guardar
20 min. para essa etapa), estando correta o grupo poderá se preparar para a
apresentação de um plano de ação que se recomenda que aconteça na próxima aula.
Estando incorreta a resposta, propõe-se que o grupo retorne ao sexto salto.
Aula 7: nesta fase, aconselha-se que todos os grupos estejam reunidos
novamente em aula síncrona, nela recomenda-se uma apresentação sobre o caminho
traçado por cada grupo até a resolução do problema, bem como a exposição do plano
de ação criado por eles para a solução do caso (orienta-se disponibilizar até 20 min.
por grupo). Os grupos poderão realizar sua apresentação com todos ou apenas um
representante, com uso de slides ou não, ficando aberto para se organizarem da
melhor maneira que considerarem (toda a etapa da aula 7 poderá ter duração de
aproximadamente 100 min., tendo em vista os possíveis ajustes da apresentação de
um grupo para o outro).
Para fins avaliativos, além da participação em grupo e individual nas aulas, da
elaboração do plano de ação e apresentação, indica-se que os estudantes também
formulem um relatório sobre como ocorreu o processo de pesquisa até a decisão da
resposta ao caso, através da wiki disponível no Moodle.
Esse tipo de problemática, a depender do objetivo e temática abordada, pode
dispor de diferentes resoluções, todavia, assim como no Segundo Momento, optou-
se por esta resolução em virtude do público-alvo escolhido, do objetivo de
aprendizagem e do conteúdo proposto.
Deste modo, a resolução escolhida começa pelo fato de Fábio, enquanto líder,
não ter informado aos demais gestores que, por preocupação, já havia ensinado à
José a produção do carro-chefe da empresa (o pão francês). Ademais, o próprio José
101
Continuação:
104
Continuação:
What (o que será When (quando
feito?) Why (por que Where (onde Who (por quem será feito?) How How much (quanto
será feito?) será feito?) será feito?) (como será feito?) vai custar?)
Criação de redes Aumentar o Online. Equipe de Dia 23.08.2021 à Contratação de R$ 5.000,00.
sociais para a conhecimento Marketing. 31.08.2021. empresa externa de
empresa. sobre a empresa e Marketing chamada
melhorar sua "Espalhe sua marca".
imagem, visando
recuperar e atrair
novos clientes.
Capacitação dos Para melhorar o Na sala de Por Cláudia e Do dia 23.08.2021 a Encontros presenciais R$ 2.000,00.
colaboradores relacionamento reuniões da sua equipe. 31.08.2021, nas com dinâmicas
que trabalham interpessoal e a empresa. segundas-feiras reflexivas e abordagem
diretamente com comunicação com das 19h00min. às grupal.
a venda dos os clientes 21h00min.
produtos da objetivando
empresa. alavancar as
vendas.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Outrossim, para melhor compreensão do que os professores podem se deparar com a resolução do Caso 2. Elaborou-se o
Quadro 12, que traz uma síntese dos Sete Saltos para a resolução do problema.
105
Fonte: Deelman e Hoeberigs (2018) adaptado de Schmidt (1983) com a interpretação dos autores.
106
REFERÊNCIAS
HERREID, C. F. Return to mars: how not to teach a case study. Journal of College
Science Teaching, New York, v. 27, n. 6, p. 379-382, may. 1998.
HODGES, C. et al. The difference between emergency remote teaching and online
learning. EDUCAUSE Review. 27 mar. 2020. Disponível em:
https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-remote-
teaching-and-online-learning, 2020. Acesso em: 15 jun. 2020.
HUNG, W. Problem-based learning: conception, practice, and future. In: CHO, Y.H.
et al. (eds.). Authentic Problem Solving and Learning in the 21st Century.
Education Innovation series. 2015. DOI 10.1007/978-981-287-521-1_5.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma abordagem mais profunda. In: BACICH,
L.; MORAN, J. (orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórica. Porto Alegre: Penso, 2018.
Resumo
Abstract
Since the beginning of the school, the teacher plays an essential role in the formation
of the student, needing to adapt to changes in society and the world of work to exercise
their praxis with quality. Among these changes is the Covid-19 pandemic which
changed the face-to-face teaching model to Emergency Remote Teaching, creating in
it the need to seek a method that allows student development and is flexible. In this
context, the present study aimed to carry out the validation of a didactic sequence -
DS that used Problem-Based Learning - PBL in a virtual teaching context, created for
students of the Technical Course in Administration, in order to minimize the application
challenges. of this methodology, as well as to optimize it. Since, the PBL can be
4O presente artigo gerou a publicação de um capítulo de livro com algumas alterações. CUNHA, C. M.
L. da; FARIAS, C. S. Como validar uma sequência didática com base na aprendizagem baseada em
problemas em tempos de pandemia. In: FARIAS, C. S. (org.). Metodologias ativas para a educação
profissional e tecnológica: algumas proposições. Curitiba: CVC, 2022.
112
shaped for different scenarios and students, being able to contribute to their integral
formation. Furthermore, the validation was carried out using the method Elaboration,
Application and Re-elaboration - EAR, providing the teacher with the preparation to
apply the PBL, minimizing possible errors, especially for those who have never worked
with this active method. She noted that it is possible to validate an SD with PBL in a
pandemic scenario, as well as to contribute to the improvement of students in their
intellectual and social scope, with an emphasis on Technical Education in
Administration, as it is a profession that has as one of its strong characteristics are
group/team work, communication, decision making and problem solving.
5.1 INTRODUÇÃO
5.2 METODOLOGIA
estudantes que nunca tiveram contato com ela e aos que possuem experiência.
Entretanto, é necessário planejar cuidadosamente seu desenvolvimento de acordo
com o grau de maturidade de cada turma, atentando-se para o contexto em que estão
inseridos, seja ele global - como a pandemia da Covid-19 e/ou local - estrutura escolar
(FREZATTI et al., 2018; RIBEIRO, 2019; LOPES et al., 2019).
Com base nesses pressupostos e como exemplo para esse planejamento, foi
elaborada uma sequência didática que pode ser adaptada para uma disciplina, curso
ou oficina, todavia devido seu escopo incluir a entrega de um produto final e exigir
maior tempo de disponibilidade para sua aplicação, recomenda-se seu uso,
principalmente, em modelo de oficina, sendo está intitulada: Aprendendo sobre
Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem Baseada em Problema em um
ambiente virtual, que tem como público-alvo os estudantes do Curso Técnico em
Administração.
A oficina foi planejada para ocorrer virtualmente, com aulas síncronas através
do Google Meet e atividades assíncronas por intermédio da plataforma digital Moodle,
devido ao atual momento pandêmico em que o mundo se encontra.
Primeiramente, constatou-se que os estudantes do referido curso não
conheciam a metodologia da ABP, sendo imprescindível introduzi-la com mais
cautela, iniciando com o método tradicional de ensino, ainda com aulas expositivas e
centrado no professor, prosseguindo com a autodireção parcial (Estudo de Caso) em
que o estudante tem sua autonomia, porém podem ocorrer aulas expositivas,
evoluindo até o autoaprendizado completo (Aprendizagem Baseada em Problemas),
instante que o estudante torna-se completamente ativo e tem seu processo de
autodireção completo, sem nenhuma interferência do professor e sem aulas
expositivas, consoante Figura 1.
Em outras palavras, a proposta é realizar uma evolução do estudante dentro
dos métodos da ABP (Estudo de Caso à Aprendizagem Baseada em Problemas).
Essa escolha proporcionará transitar do método tradicional (professores como centro)
para uma abordagem ativa (estudantes como centro), minimizando as dificuldades de
implantação da ABP.
117
Fonte: Elaborada pelos autores a partir de Guimarães e Giordan (2012; 2013), Hung (2015), Herreid
(1998) e Sá e Queiroz (2010).
ABP e sua evolução (HUNG, 2015; FARIAS, 2021), o que possibilita ao professor ter
uma percepção mais rápida sobre o envolvimento da turma e fazer possíveis ajustes
(ZABALA, 1998).
Dessa maneira, ao realizar a fase de Elaboração da SD, é preciso que o
docente escolha tecnologias que permitam ter o máximo possível dessa percepção
que ocorria no ensino presencial, como por exemplo, a frequência em que acessam o
material, que interagem entre si, criando conteúdos de forma colaborativa e que
permita a turma desenvolver a oralidade e a escrita de maneiras diversas. Outrossim,
a escolha do professor necessita levar em consideração que os estudantes ao
utilizarem essa tecnologia consumam o mínimo possível de dados da internet e que
sua utilização seja intuitiva (FARIAS, 2021).
Por essas razões, na fase de Elaboração da SD, escolheu-se a plataforma
Moodle (Figura 3) que proporciona ao professor criar diferentes atividades, como
fóruns, wikis, questionários, bem como autoriza o envio de relatórios, vídeos, imagens,
entre outros, em um só lugar, centralizando os conteúdos, atividades e os links para
aulas síncronas da oficina de maneira que a turma encontre todas as informações
com facilidade, tornando a comunicação mais eficiente entre professor e estudante.
Além de possibilitar que o docente acompanhe a interação em tempo real de cada
discente de forma coletiva e individual (DELGADO; HAGUENAUER, 2010).
Ainda nessa fase da validação é preciso pensar em utilizar uma plataforma
que possibilite nos momentos de aulas síncronas uma interação com os estudantes,
o mais semelhante possível ao contexto presencial, pois, Hung (2015) afirma que
dialogar com eles e instigá-los a trabalhem em grupo é extremamente importante no
contexto da ABP.
Em um cenário presencial essa interação acontece de maneira mais simples,
visto que, em aulas síncronas, o professor depara-se com situações em que não é
possível ter uma noção completa da turma, pois muitos deligam suas câmeras e
microfones, além do problema com a conexão à internet, que faz com que muitos
estudantes entrem e saiam das salas virtuais diversas vezes, dificultando a condução
da aula pelo professor. Dessa forma, preferiu-se a plataforma Google Meet, por ser
intuitiva, dinâmica e ter um consumo de dados da internet razoável, entre outros
benefícios que viabilizam a interação com a turma (TEXEIRA; NASCIMENTO, 2021),
conforme é possível constatar na Figura 3.
125
são sugestões de melhorias ou fatores que devem ser analisados com maior cuidado.
O que justifica a nota atribuída e os elogios apresentados nas respostas, como mostra-
se nos códigos “metodologia: abordagem evolutiva” e “proposta pedagógica”,
constatando que a SD com ABP evolutiva encontra-se bem elaborada, mas
necessitando de ajustes pontuais. Dessa forma, os itens apresentados pelos experts
na validação foram considerados antes da fase de experimentação com os estudantes
por influenciarem diretamente na composição da SD.
dificuldade dos estudantes, por isso a necessidade de inseri-los aos poucos nessa
nova metodologia. Além disso, quando ela vem em conjunto com um contexto virtual
de aprendizagem, a atenção deve ser redobrada.
O diário do Segundo Momento também demonstrou que no decorrer do
Estudo de Caso, os discentes acreditam que conseguiram desenvolver habilidades
(código “desenvolvimento de habilidades” ocorreu uma vez) através da junção dos
conhecimentos prévios com o conteúdo proposto (código “conteúdo” aparece duas
vezes), também sentiram que a teoria e prática se complementaram (código
“associação: teoria-prática” surge três vezes), sendo este último o ponto mais
destacado neste diário por 100% dos estudantes.
Observa-se também que até este ponto não ocorreram críticas ao caso
proposto e nem a metodologia em si, no entanto, ao analisar os códigos mais
profundamente, percebe-se uma certa satisfação da turma em conseguir superar os
desafios do Estudo de Caso, principalmente em relação a autonomia exigida e ao
trabalho em equipe.
No diário reflexivo do Terceiro Momento (Apêndice G), essa unanimidade em
relação aos mesmos códigos apresentados nas perguntas anteriores também foi
visível e novamente, o código “autonomia do estudante” que apareceu apenas uma
vez, apresentou divergências entre eles quanto a palavra que mais os representaram.
Ou seja, 33,33% expressaram que conseguiram compartilhar o conhecimento que
descobriram por intermédio do processo de autodireção com seus colegas, unindo
assim o grupo para debates sobre o caso. Contudo, os demais 66,67% sentiram que
desenvolveram mais a parte individual sobre a solução do problema de forma a usar
as técnicas no seu cotidiano. Esse fator é interessante, porque uma perspectiva não
anula a outra, nesse caso se completam.
Os discentes também demonstram que, assim como no Primeiro Momento,
conseguiram conectar seus conhecimentos prévios com o novo conteúdo proposto,
visto que o código “conteúdo” aparece duas vezes. Além disso, 100% deles também
afirmaram que chegaram a fazer a “associação: teoria e a prática”, que surge como
código neste diário apenas uma vez. Assim como, o código “desenvolvimento de
habilidades”, posto que, essa mesma porcentagem da turma apresentou os mesmos
códigos em suas respectivas respostas as perguntas norteadoras.
135
Por meio da nuvem de palavras fica visível que os pontos de maior destaque
quanto as experiências dos estudantes estão relacionadas com as habilidades,
associação entre teoria e prática, a autonomia e ao conteúdo proposto. O que vai ao
encontro dos elementos significativos da metodologia defendidos por Hung (2015).
Visando complementar a experimentação, os discentes também foram
convidados a responderem um questionário sobre as habilidades desenvolvidas em
relação a ABP (Apêndice E), visto que o desenvolvimento das habilidades sociais e
intelectuais é um forte diferencial dessa metodologia (BARROWS, 1986; 1996; HUNG,
2015) e que estão em consonância com as habilidades profissionais exigidas ao
Técnico em Administração (FREZATTI et al., 2018), portanto, precisam também
serem avaliadas sobre a perspectiva deles.
136
uma das formas de avaliação era escrever um relatório sobre a resolução do caso em
grupo e em uma plataforma digital, afeta-se também a comunicação de maneira
escrita.
Sobre a questão nº 12, a turma foi chamada a responder se gostariam de ter
mais aulas com a metodologia proposta. A resposta foi unanime, 100% dos discentes
desejam ter mais aulas através desse método ativo. Desejo esse que é explicado pela
resposta da questão nº 13, em que os estudantes atribuem nota à oficina, sendo a
média 9,67, em que a menor nota foi 9 e a maior 10. Suas justificativas também se
assemelham ao que vem sendo debatido até agora.
A codificação demonstrou em relação as justificativas que o código
“desenvolvimento das habilidades” destaca-se novamente (ocorrem duas vezes no
Apêndice H). Além disso, os estudantes também foram sinceros quanto a dificuldade
com o ambiente virtual, causada pela internet que foi um dos fatores que interferiu na
comunicação entre a turma e professor. Sendo coerente com as menores médias
atribuídas quanto ao “desenvolvimento das habilidades” mencionadas sobre as
respostas das questões de nº 1 a 11 (Gráfico 2).
Dessa maneira, os dados corroboram a afirmativa que a oficina obteve
sucesso em sua aplicação na perspectiva dos estudantes.
pensar em meios para manter o dinamismo e interação que antes era possível através
da sala de aula física, o que gera maior tempo para o planejamento da SD.
Na fase de Aplicação a priori, constatou-se que os especialistas levaram o
processo de validação com a devida importância, analisando cada aspecto da SD e
expondo sugestões. Além disso, a maioria dos avaliadores não apresentaram críticas
ao modo escolhido para realizar a validação.
Ademais, antes de acontecer a fase de experimentação com os discentes, é
necessário prontamente analisar os dados coletados com os experts afim de fazer as
sugestões e otimizar o desenvolvimento da SD, como ocorreu neste estudo.
A fase de Aplicação é considerada extremamente relevante em sua etapa de
experimentação com os estudantes, pois para eles é criada a SD, portanto, a opinião
da turma é significativa para saber a eficácia da mesma. Nessa ótica, na referida
etapa, foi possível analisar que a Aprendizagem Baseada em Problemas permitiu
compreender que a metodologia pode ser aplicada para a formação do Técnico em
Administração, mesmo para discentes que nunca estudaram com esse método ativo,
como na presente pesquisa, pois além dos benefícios apresentados, ela vai ao
encontro dos objetivos defendidos pelo próprio curso.
Todavia, é preciso que o professor esteja motivado a atuar com ela e que
receba o suporte necessário da instituição para fazer o processo de elaboração da SD
adequadamente e executá-la, principalmente, em contextos desafiadores como a
pandemia. Assim como, consiga estimular a motivação dos discentes para aprender
por intermédio da ABP.
Quanto a escolha pela abordagem evolutiva, atenta-se que aos poucos seja
inserida no contexto do estudante, sem desmotivá-lo e fazendo com que compreenda
cada etapa e o motivo pelo qual está estudando por ela, é uma alternativa a ser
considerada, pois a ABP possui desafios a serem superados e um deles é a rejeição
dos discentes por estarem adaptados ao método tradicional.
Dessa maneira, o professor pôde conseguir estimular a turma a ter um
aprendizado autodirigido e a colaborar com o desenvolvimento das habilidades
intelectuais e sociais que são muito importantes para atuação profissional e para a
convivência em sociedade. Habilidades estas, que na fase de experimentação se
destacaram, principalmente quanto a identificação, analise e resolução de problemas,
bem como a tomada de decisão e a autonomia do estudante. Destacou-se também a
141
associação entre teoria e prática que viabilizou, segundo a perspectiva dos discentes,
que eles se desenvolvessem socialmente e intelectualmente.
Para mais, a turma através dos instrumentos de validação demonstrou que o
método escolhido ao qual estudaram foi motivador a cada etapa, pois se sentiram
desafiados à medida que os problemas se tornavam mais complexos e,
diferentemente de outras experiências pedagógicas que tiveram, conseguiram
enxergar a prática de seu exercício profissional dentro da teoria trabalhada.
Ademais, deve-se ficar atendo que a ABP evolutiva, neste estudo, foi
apresentada em modelo de oficina, mas pode ser aplicada também para outros fins
(cursos ou disciplinas) e que embora ela tenha apresentado sinais de
desenvolvimento de habilidades na fase de experimentação, recomenda-se que seu
uso seja contínuo, pois para que ocorra sua efetividade, o discente deve ser
impulsionado a estudar por meio dela constantemente.
Quanto a fase de Reelaboração, a pesquisa demonstrou que ela é relevante
para verificar as dificuldades e erros cometidos durante as fases anteriores e realizar
os ajustes para futuras aplicações da SD, mesmo em casos em que tenha obtido
sucesso na execução, como neste estudo.
Em síntese, é sabido que a validação não garante o sucesso na aplicação da
SD e que pode ocorrer em seu desenvolvimento com os estudantes a necessidade de
novos ajustes, porém realizá-la irá proporcionar o amadurecimento do professor e
permitirá que se sinta mais preparado para sua práxis, principalmente quando o
objetivo é dispor de uma nova metodologia, como a ABP, agregada ao ambiente
virtual. A SD é, portanto, uma excelente alternativa para melhorar o processo de
ensino-aprendizagem.
Ademais, com a validação pode-se considerar que em um contexto
pandêmico as plataformas digitais como o Google Forms e Google Meet, utilizadas
nesta pesquisa, são ferramentas que facilitaram para que esse processo não se perca.
Além disso, mesmo que surjam dificuldades na validação, como incompatibilidade de
horários entre os avaliadores, extrapolação de tempo determinado para responder ao
questionário, oscilações na internet durante a execução da SD, entre outras, é
possível fazer adaptações e tentar associar com a realidade dos especialistas e
estudantes.
142
REFERÊNCIAS
HERREID, C. F. Return to mars: how not to teach a case study. Journal of College
Science Teaching, New York, v. 27, n. 6, p. 379-382, may. 1998.
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learning. EDUCAUSE Review. 27 mar. 2020. Disponível em:
https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-remote-
teaching-and-online-learning, 2020. Acesso em: 20 jan. 2021.
HUNG, W. Problem-based learning: conception, practice, and future. In: CHO. Y.H.
et al. (eds.). Authentic Problem Solving and Learning in the 21st Century.
Education Innovation series. 2015. DOI 10.1007/978-981-287-521-1_5.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma abordagem mais profunda. In: BACICH,
L.; MORAN, J. (orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórica. Porto Alegre: Penso, 2018.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
seus possíveis erros, principalmente, para aqueles que nunca trabalharam com esse
método ativo, bem como otimizando os resultados positivos da aplicação.
Além disso, a pesquisa concluiu que a SD ao ser executada corretamente,
pode proporcionar ganhos significativos aos estudantes, tanto no âmbito do conteúdo
quanto do desenvolvimento de habilidades necessárias ao Técnico em Administração.
Ressalta-se que participaram da validação, experts em metodologias ativas,
professores atuantes na disciplina de Gestão de Pessoas (a qual a SD foi
direcionada), profissional responsável pela coordenação do referido curso e os
estudantes.
Em relação ao produto educacional denominado, “Oficina: aprendendo sobre
Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem Baseada em Problemas em um
ambiente virtual”, foi fruto do desenvolvimento desta dissertação. Ele constatou ser
possível considerar a ABP uma alternativa viável para o desenvolvimento do
profissional Técnico em Administração, bem como sua fundamentação teórica permite
conhecer a ABP e suas diferentes variações para aqueles que desejam trabalhar com
a temática, principalmente em relação a abordagem evolutiva.
Pelo exposto, torna-se válido ressaltar que a realização do presente estudo
teve durante o seu percurso muitos desafios, entre eles, destaca-se o estado
pandêmico ocasionado pela Covid-19, que resultou em uma mudança de cenário em
relação a educação para os docentes, sendo necessário estender prazos para a
participação dos especialistas envolvidos, principalmente no processo de validação
da SD.
Por fim, o presente estudo colaborou positivamente, proporcionando maior
esclarecimento sobre a viabilidade e a pertinência do uso da Aprendizagem Baseada
em Problemas no âmbito da Administração, bem como para a práxis do professor, no
enfrentamento de seus desafios diários.
148
7 APÊNDICES
Assino abaixo e nas páginas 1, 2 e 3 deste TCLE como prova do meu Consentimento
Livre e Esclarecido em participar da pesquisa.
________________________________________________
(Assinatura do participante da pesquisa ou responsável legal)
Digital
______________________________________________
Pesquisadora
Nome: Ana Cristina Melo Leite da Cunha
Testemunhas:
1 - ___________________: _________________________
Nº do RG Assinatura legível (não rubricar)
2 - _________________ : _________________________
Nº do RG Assinatura legível (não rubricar)
___________________________________
Pesquisadora
Nome: Ana Cristina Melo Leite da Cunha
Nós, Ana Cristina Melo Leite da Cunha (pesquisadora principal) e Cleilton Sampaio
de Farias (orientador), pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Acre (Ifac), estamos realizando um estudo intitulado: Aprendizagem
Baseada em Problemas: contribuições à disciplina de Gestão de Pessoas do Curso
Técnico Subsequente em Administração do Instituto Federal do Acre/Campus Rio
Branco, que tem por objetivo geral analisar as habilidades e conhecimentos que a
Aprendizagem Baseada em Problemas é capaz de desenvolver na aprendizagem de
estudantes do Curso Técnico em Administração na disciplina de Gestão de Pessoas.
A mesma será realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Acre (Ifac), Campus Rio Branco-AC, de forma online. Esta pesquisa é importante, visto
que permitirá contribuir para uma maior compreensão dos métodos de ensino a serem
utilizados nas aulas do Ensino Profissional e Tecnológico em Administração.
a) A população alvo é constituída por vinte estudantes com idade igual ou superior
a dezoito anos e devidamente matriculados no Curso Técnico Subsequente em
Administração do Ifac. Os procedimentos metodológicos de coleta de dados são
questionários online com perguntas abertas e fechadas, diários reflexivos e
observação, que ocorreram durante a aplicação de uma oficina intitulada: aprendendo
sobre Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)
em um ambiente virtual, que ocorrerá através de aulas síncronas, com uso de
plataformas digitais: Google Meet e Moodle.
b) Trata-se de uma pesquisa para elaboração de dissertação do Curso de
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT), realizada
pela pesquisadora Ana Cristina Melo Leite da Cunha (mestranda do ProfEPT) e pelo
Dr. Cleilton Sampaio de Farias (orientador), para realizá-la precisamos de sua
contribuição. Neste sentido, convido(amos) o(a) Sr(ª), a participar da referida
pesquisa.
c) A sua contribuição para a pesquisa consiste na participação da oficina
chamada: Aprendendo sobre Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem Baseada
154
Hungria, 200, Bairro: Jardim Europa II, CEP: 69911-900, Bloco E (subsolo), Rio
Branco/AC, telefone: (68) 3302-7022, e-mail: [email protected].
h) A sua participação neste estudo é voluntária e se você não quiser mais fazer
parte da pesquisa poderá desistir a qualquer momento, sem qualquer prejuízo, e
solicitar que lhe devolvam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado.
i) As informações relacionadas ao estudo poderão ser conhecidas por pessoas
autorizadas: Ana Cristina Melo Leite da Cunha (pesquisadora principal) e Dr. Cleilton
Sampaio de Farias (orientador). No entanto, se qualquer informação for divulgada em
relatório ou publicação, isto será feito sob forma codificada, para que seja preservada
sua identidade e mantida a confidencialidade dos dados coletados. A sua participação
na oficina será gravada, respeitando-se completamente o seu anonimato. Tão logo
transcrito os dados da oficina e encerrada a pesquisa o conteúdo será desgravado ou
destruído.
j) As despesas necessárias para a realização da pesquisa não são de sua
responsabilidade e pela sua participação no estudo você não receberá qualquer valor
em dinheiro, nem qualquer outro tipo de compensação. Você tem a garantia de que
não terá problemas com a sua participação nesta pesquisa e caso haja ocorrências,
mencionadas no item “e”, estes serão tratados sem custos para o(a) Sr.(ª).
k) Quando os resultados forem publicados, não aparecerá seu nome, e sim um
código.
l) Fica assegurada uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao
participante da pesquisa, sendo este documento assinado, em todas as páginas, pelo
pesquisador responsável e pelo participante da pesquisa.
157
Eu,__________________________________________________________, declaro
que li esse termo de consentimento e compreendi a natureza e objetivo do estudo
intitulado: Aprendizagem Baseada em Problemas: contribuições à disciplina de
Gestão de Pessoas do Curso Técnico Subsequente em Administração do Instituto
Federal do Acre/Campus Rio Branco, do qual concordei em participar de livre e
espontânea vontade. A explicação que recebi menciona os riscos e benefícios. Eu
entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento sem
ter que justificar minha decisão e nem sofrer quaisquer tipos de coação ou punição.
Tenho conhecimento de que não terei nenhum custo e nem serei remunerado pela
minha participação e que não serei identificado nas publicações dos resultados da
pesquisa. Eu entendi o que não posso fazer durante a pesquisa e que serei atendido
sem custos para mim se eu apresentar algum problema dos relacionados no item “e”.
Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo.
Assino abaixo e nas páginas 1, 2 e 3 deste TCLE como prova do meu Consentimento
Livre e Esclarecido em participar da pesquisa.
________________________________________________
(Assinatura do participante da pesquisa ou responsável legal)
Digital
______________________________________________
Pesquisadora
Nome: Ana Cristina Melo Leite da Cunha
Testemunhas:
1 - ___________________: _________________________
Nº do RG Assinatura legível (não rubricar)
2 - _________________ : _________________________
Nº do RG Assinatura legível (não rubricar)
___________________________________
Pesquisadora
Nome: Ana Cristina Melo Leite da Cunha
DT ( ); DP ( );
A metodologia proposta no Segundo Momento da
14 NCND ( ); CP ( );
sequência didática está adequada.
CT ( ).
DT ( ); DP ( );
NCND ( ); CP ( );
A metodologia proposta no Terceiro Momento da
15 CT ( ).
sequência didática está adequada.
Continuação:
160
Continuação:
O Primeiro Momento da sequência didática permite a DT ( ); DP ( );
16
associação entre teoria e prática. NCND ( ); CP ( );
CT ( ).
DT ( ); DP ( );
O Segundo Momento da sequência didática permite a
17 NCND ( ); CP ( );
associação entre teoria e prática.
CT ( ).
DT ( ); DP ( );
O Terceiro Momento da sequência didática permite a
18 NCND ( ); CP ( );
associação entre teoria e prática.
CT ( ).
DT ( ); DP ( );
As metodologias dos três momentos estão articuladas e
19 NCND ( ); CP ( );
claras.
CT ( ).
A forma como a Aprendizagem Baseada em Problemas DT ( ); DP ( );
20 (ABP) é abordada nos três momentos da sequência NCND ( ); CP ( );
didática torna a abordagem de ensino evolutiva. CT ( ).
A sequência didática é relevante para tornar a DT ( ); DP ( );
21 aprendizagem mais ativa no ensino de Administração NCND ( ); CP ( );
voltada para a disciplina de Gestão de Pessoas. CT ( ).
O Primeiro Momento da sequência didática consegue DT ( ); DP ( );
22 associar a teoria com o contexto dos estudantes e com NCND ( ); CP ( );
seus conhecimentos prévios. CT ( ).
O Segundo Momento da sequência didática consegue DT ( ); DP ( );
23 associar a teoria com o contexto dos estudantes e com NCND ( ); CP ( );
seus conhecimentos prévios. CT ( ).
O Terceiro Momento da sequência didática consegue DT ( ); DP ( );
24 associar a teoria com o contexto dos estudantes e com NCND ( ); CP ( );
seus conhecimentos prévios. CT ( ).
A sequência didática contribui para que o estudante DT ( ); DP ( );
25 consiga identificar um problema. NCND ( ); CP ( );
CT ( ).
A sequência didática contribui para que o estudante DT ( ); DP ( );
consiga analisar um problema. NCND ( ); CP ( );
26
CT ( ).
A sequência didática contribui para que o estudante DT ( ); DP ( );
27 consiga solucionar um problema. NCND ( ); CP ( );
CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para o DT ( ); DP ( );
28 desenvolvimento do pensamento crítico/reflexivo do NCND ( ); CP ( );
estudante. CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para que o DT ( ); DP ( );
29 estudante possa desenvolver a habilidade de trabalhar NCND ( ); CP ( );
Habilidades
em grupo. CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para que o DT ( ); DP ( );
estudante tome uma decisão sobre um determinado NCND ( ); CP ( );
30
problema. CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para que o DT ( ); DP ( );
31 estudante possa desenvolver a habilidade de NCND ( ); CP ( );
comunicação oral. CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para que o DT ( ); DP ( );
32 estudante possa desenvolver a habilidade de NCND ( ); CP ( );
comunicação escrita. CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para que o DT ( ); DP ( );
33 estudante possa desenvolver a habilidade de NCND ( ); CP ( );
argumentação. CT ( ).
A sequência didática proposta contribui para que o DT ( ); DP ( );
estudante possa desenvolver a habilidade de persuasão NCND ( ); CP ( );
34
na apresentação de suas conclusões. CT ( ).
Continuação:
161
Continuação:
Os recursos didáticos utilizados no Primeiro Momento da DT ( ); DP ( );
35
sequência didática estão adequados. NCND ( ); CP ( );
CT ( ).
Recursos Os recursos didáticos utilizados no Segundo Momento DT ( ); DP ( );
Didáticos 36 da sequência didática estão adequados. NCND ( ); CP ( );
CT ( ).
Os recursos didáticos utilizados no Terceiro Momento da DT ( ); DP ( );
37 sequência didática estão adequados. NCND ( ); CP ( );
CT ( ).
Os instrumentos de avaliação utilizados no Primeiro DT ( ); DP ( );
38
Momento da sequência didática estão adequados para NCND ( ); CP ( );
Instrumentos de
Continuação:
165
Continuação:
Você considera
“Sim, porque me fez
que a
enxergar de forma mais
experiência
detalhada. Por que ao
com a ABP foi
aprender como estudar o
significativa Desenvolvimento Resolução de
passo a passo para a 03
para você? Por de habilidades problemas
solução do problema de
quê?
uma empresa, percebi
que posso fazer isso no
meu dia a dia.”
Continuação:
167
Continuação:
8 ANEXO
UNIÃO EDUCACIONAL DO
NORTE - UNINORTE
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 45639121.1.0000.8028
DADOS DO PARECER
Apresentação do Projeto:
A pesquisa ocorrerá inicialmente por meio de pesquisa bibliográfica, depois será pesquisa de campo,
ocorrendo durante todo o seu processo uma abordagem qualitativa, básica descritiva e será utilizada
a análise de conteúdo. Ademais, terá como base o método dedutivo. Outrossim, a coleta de dados
ocorrerá por meio da aplicação de diários reflexivos e questionário que acontecerão através da
aplicação da oficina intitulada: aprendendo sobre Gestão de Pessoas por meio da Aprendizagem
Baseada em Problemas (ABP), a mesma será direcionada ao Curso Técnico Subsequente em
Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre e acontecerá de forma
online, com encontros síncronos durante quatro semanas.
Objetivo da Pesquisa:
OBJETIVO GERAL:
Analisar as contribuições da metodologia da Aprendizagem Baseada em
Problemas no processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Gestão de
Pessoas em um Curso Técnico Subsequente em Administração.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Planejar e aplicar a metodologia da Aprendizagem Baseada em Problemas no formato
de Estudo de Caso e Puro por meio de uma oficina, em relação ao tópico da ementa “Introdução
171
BENEFÍCIOS DA PESQUISA
Como benefícios diretos a pesquisa, os participantes poderão adquirir o
conhecimento referente ao conteúdo proposto na oficina direcionado a disciplina de
Gestão de Pessoas e sua ementa (Introdução a Gestão de Pessoas e
Relacionamento e Comunicação Interpessoal), bem como sobre a Metodologia da
Aprendizagem Baseada em Problemas, que será utilizada para aplicação da
referida oficina.
Por fim, como benefício a pesquisa também pode proporcionar conhecimentos
sobre a Aprendizagem Baseada em Problemas no âmbito da Administração e as
possíveis contribuições que ela pode oferecer quando praticada no Ensino
Profissional e Tecnológico.
Contudo, também pode ocorrer de alguns ou nenhum participante adquirir
nenhum dos benefícios mencionados acima.
Recomendações:
Não há recomendações a serem feitas.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Não há pendências ou lista de inadequações.
Considerações Finais a critério do CEP:
O CEP informa que:
1 - Esta pesquisa não poderá ser descontinuada pelo pesquisador responsável, sem justifica
previamente aceita pelo CEP, sob pena de ser considerada antiética, conforme estabelece a
Resolução CNS nº 466/2012, X.3-4.
2 - Conforme item XI.1, do capítulo XI, da Resolução CNS nº 466/12, a responsabilidade do
pesquisador é indelegável e indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais. Portanto,
cabe ao pesquisador responsável:
- Desenvolver o projeto conforme delineado;
- Elaborar e apresentar os relatórios parciais e final;
- Apresentar os dados solicitados pelo CEP ou pela CONEP a qualquer momento;
- Manter os dados da pesquisa em arquivo físico ou digital, sob sua guarda e responsabilidade,
por um período mínimo de 05 anos após o término da pesquisa;
- Encaminhar os resultados da pesquisa para publicação, com os devidos créditos aos
pesquisadores associados e ao pessoal técnico integrante do projeto; e
- Justificar fundamentalmente, perante o CEP ou a CONEP, interrupção do Projeto ou a não
publicação dos resultados.
3 - Em conformidade com as diretrizes estabelecidas na Resolução nº 466/2012: o Relatório
Parcial deve ser apresentado após a coleta de dados, "demonstrando fatos relevantes e
resultados parciais de seu desenvolvimento" item II.20 e o Resultado Final deverá ser
apresentado "após encerramento da pesquisa, totalizando seus resultados", item II.19.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Assinado por:
Ariovaldo Manza Manzati Junior (Coordenador(a))