Como Usar Os Conectivos Na Redação Do ENEM
Como Usar Os Conectivos Na Redação Do ENEM
Como Usar Os Conectivos Na Redação Do ENEM
Você sabe o que são conectivos? Eles podem fazer com que você se expresse bem em determinada ocasião,
como em uma entrevista ou na redação de vestibular. Entretanto, podem fazer com que você seja mal
compreendido e tenha problemas para se expressar com clareza e exatidão.
Embora sejam formados por pequenas palavras ou expressões, eles dão vida a suas frases, fazendo com que
elas não sejam apenas um amontoado de termos sem conexão um com o outro. Por isso, dominar os conectivos é
fundamental para quem deseja escrever bem.
Para ajudar você nessa tarefa, você entenderá neste post o que são os conectivos, qual é a semântica deles
e como você pode utilizá-los em sua redação.
Quer fazer uma redação nota 1000? Então veja como deve usar os conectivos.
Embora o termo “e” tenha sido utilizado para adicionar uma ideia na primeira frase, na segunda ela mostrou
uma contradição. João falou bonito, mas foi expulso da sala. Dessa forma, os alunos precisam ter cuidado para os
mais diferentes significados que os termos podem ter, dependendo do contexto em que estão incluídos.
Veja agora o valor semântico de preposições e conjunções.
Tabela de conectivos
Ter uma tabela de conectivos disponível para consulta é importante para que você possa utilizar vários
termos diferentes no seu texto, mostrando riqueza vocabular nesse sentido. Isso é avaliado pela Competência IV do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além disso, você poderá ter a certeza de que os termos escolhidos têm
relação com a ideia que você quer passar para seu texto. Errar no conectivo utilizado significará que você dará uma
outra ideia para o parágrafo ou ele ficará completamente sem nexo.
Veja agora os conectivos mais utilizados e não erre na escolha!
Conectivos de adição
Além disso, ademais, demais, outrossim, ainda por cima, ainda mais, também, e, nem, por outro lado, não só… mas
também, não só… como, não também… como também, não só… bem como.
Conectivos de alternância
Quer…. quer, ou, ou… ou, ora… ora.
Conectivos de condição
Caso, eventualmente, se.
Conectivos de dúvida
Provavelmente, talvez, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável que, não é certo, se é que.
Conectivos de finalidade
A fim de, com o propósito de, com o fim de, com finalidade, para que, com o intuito de, como, para.
Conectivos de ilustração
Só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, por exemplo, quer dizer, em outras palavras, a saber, ou seja, aliás.
Conectivos de oposição
Em contraste com, pelo contrário, salvo, menos, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto. Ressalva:
apesar de, embora, ainda que, posto que, mesmo que, posto, se bem que, conquanto, por mais que, por menos que,
ao passo que, só que.
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Conectivos de relevância
Antes de mais nada, antes de tudo, em primeiro lugar, em princípio, acima de tudo, primeiramente, principalmente,
sobretudo, primordialmente, a priori.
Conectivos de surpresa
Inopinadamente, de súbito, inesperadamente, subitamente, de repente, surpreendentemente.
Conectivos de tempo
Enfim, logo, então, logo depois, logo após, imediatamente, a princípio, no momento em que, pouco depois, pouco
antes, anteriormente, posteriormente, em seguida, por fim, afinal, finalmente, agora, hoje, atualmente,
frequentemente, às vezes, constantemente, eventualmente, ocasionalmente, por vezes, sempre, não raro,
raramente, cada vez que, todas as vezes que.
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Conectivos de coesão
Os conectivos que você viu acima podem também ser chamados de elementos de coesão, já que
são expressões que criam relações entre dois ou mais segmentos do discurso e estabelecem elos entre termos e
sentenças.
Além disso, em coesão pode-se retomar elementos que já foram mencionados ou antecipar termos que
ainda serão citados.
Note que, no primeiro caso, o termo “esse” substitui a palavra morte, que já tinha sido citada. Nesse caso,
tem-se um termo anafórico. Já na segunda sentença, o maior problema do homem será citado posteriormente, ou
seja, “isto” explica qual é o maior problema do homem. Nesse caso, há um termo catafórico, uma vez que referencia
o que será falado mais tarde.
Também há situações em que o termo faz referência a um elemento não existente no texto, como:
Lá, a criança foi bem atendida.
Não é possível descobrir qual é esse local na frase, não é mesmo? Por isso, o termo lá pode
ser compreendido como exofórico (fora do texto).
Os conectivos mais utilizados em todos esses casos são os de lugar, proximidade e distância. Alguns
exemplos são: aquilo, ante, a, aquele, aquela, isso, esse, essa, esta, este, isto, dentro, fora, junto, ali, aqui.
Conectivos lógicos
Muito utilizados na lógica, os conectivos lógicos (chamados de operadores lógicos) são símbolos e palavras
que podem conectar ao menos duas sentenças. Isso deve ser feito de forma válida para a gramática, fazendo com
que o sentido da sentença composta dependa apenas das originais.
Os principais tipos de constantes lógicas usados nos sistemas formais são os conectivos lógicos e a chamada
lógica de predicados. Normalmente, a semântica dos conectivos lógicos é apresentada como uma função de
verdade. Além disso, esses conectivos são similares aos operadores condicionais.
Na gramatica utilizada pelas linguagens naturais, duas ou mais sentenças podem ser conectadas por
conjunções gramaticais, formando uma sentença que seja gramaticalmente composta. Como você viu, algumas
delas podem conter função de verdade.
Veja algumas sentenças:
Os termos e e então são conjunções que ligam as frases 1 e 2 para formar as sentenças compostas em 3 e 4.
O e usado em 3 tem valor lógico, pois é determinado por 1 e 2, uma vez que não faz sentido realizar as afirmações
para negar em 3, como:
4′. Marcos subiu o morro para comprar café, e Maria subiu o morro para buscar água.
Ou seja, com as sentenças 1 e 2 não é possível chegar à conclusão de que Maria só subiu o morro por que
Marcos subiu.
Várias palavras são utilizadas como conectivos lógicos, sendo alguma delas sinônimas. Veja exemplos a
seguir e a relação que desempenham:
apenas no caso (bicondição);
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contudo, mas e entretanto (conjunção);
e (conjunção);
ou (disjunção);
ou…ou (disjunção exclusiva);
implica, se… então, se e somente se (condicional);
se e somente se (bicondicional);
não ambos (NAND, negação alternativa, apenas uma das sentenças é falsa);
nem…nem (NOR, quando dois são falsos).
A palavra de negação “não” e os termos “não é o caso que” e “é falso que”, que também são negativas,
expressam conectores lógicos, ainda que não conectem duas sentenças e seja aplicada apenas em uma.
Agora que você sabe para que servem os conectivos, está na hora de praticar! Ao escrever sua
redação, verifique sempre se os conectivos utilizados passam a ideia que você deseja. Além disso, eles são
importantes na leitura e interpretação de um texto, pois podem dar pistas interessantes sobre o ponto de vista do
autor e as ideias que ele deseja passar para os leitores. Por isso, preste atenção a cada conectivo.
EXERCÍCIO
1. (UFPB 2010)
No fragmento “A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder os benefícios da longevidade bem-vinda
[...], a oração destacada expressa ideia de:
a) Condição
b) Consequência
c) Concessão
d) Comparação
e) Causa
2. (PUC-SP) Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partículas de transição dos períodos abaixo,
sem alterar o significado delas.
"Em (primeiro lugar), observemos o avô. (Igualmente), lancemos um olhar para a avó. (Também) o pai deve ser
observado. Todos são altos e morenos. (Consequentemente), a filha também será morena e alta."
3. (Enem-2014)
Miss Universo: "As pessoas racistas devem procurar ajuda"
SÃO PAULO - Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a
Janelle "Penny" Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi
Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trindad e Tobago, em 1998, e Mpule
Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil,
ficou em sexto lugar na classificação geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam
manifestações preconceituosas como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do
anonimato de quem o criou, emitiu opiniões do tipo "Como alguém consegue achar uma preta bonita?" Após
receber o título, a mulher mais linda do mundo - que tem o português como língua materna e também fala
fluentemente o inglês - disse o que pensa de atitudes como essa e também sobre como sua conquista pode ajudar
os necessitados de Angola e de outros países.
4. (Unespar 2016)
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As conjunções, as preposições e alguns grupos de pronomes formam a classe dos conectivos, que são palavras de
que a língua dispõe para estabelecer relações sintáticas e semânticas entre os diferentes enunciados de um texto,
fazendo com que este não seja apenas um aglomerado de frases, mas um todo uno, coeso e coerente. Dessa forma,
tais conectivos, muito mais do que “ligar” um enunciado a outro, influenciam na construção do sentido do texto.
Assim sendo, assinale a alternativa INCORRETA em relação ao uso do conectivo e o efeito semântico que esse uso
provoca:
a) O título do texto é iniciado com o conectivo “por que”, equivalente a “por qual razão”, “por qual motivo”. O uso
do “por que”, nesse caso, sugere ao leitor a ideia de que o autor irá elencar quais são os motivos pelos quais o Brasil
deve ser considerado “o melhor país do mundo”. No entanto, são elencados vários exemplos que desconstroem a
imagem ufanista/nacionalista do Brasil, tão presente na memória dos brasileiros;
b)A conjunção “embora”, presente no enunciado “*...+ embora fique a apenas 300 quilômetros do Rio de Janeiro
*...+” (linha 9), tem valor concessivo, ou seja, exprime contrariedade. Nesse caso, a contrariedade de ideias se
expressa no fato de que não seria comum, Cataguases, uma cidade, relativamente próxima ao Rio de Janeiro, não ter
contato com as diferentes etnias e culturas tão frequentes na “Cidade Maravilhosa”;
c) No enunciado “*...+ ganhou tanto dinheiro que logo passou à frente a carrocinha *...+” (linha 16/17), a locução
conjuntiva “tanto que”, exprime a ideia de comparação, com o objetivo de enfatizar a prosperidade do imigrante
japonês no Brasil, o que só foi possível, graças ao acolhimento que recebeu do povo brasileiro;
d) Há, no enunciado, “*...+ que estamos oprimindo as mulheres, e os negros, e os índios, e os homossexuais *...+”
(linhas 55 e 56), o uso reiterado da conjunção “e”. Além do valor aditivo, uma vez que indica a soma de novas ideias,
a repetição dessa conjunção, no texto em questão, não serve apenas para chamar a atenção do leitor para os
substantivos “mulher”, “negro”, “índios” e “homossexuais”, mas também, pode-se dizer que tal repetição pretende
estender o efeito de inclusão expresso pelo conectivo aos sujeitos representados por esses substantivos, os quais,
normalmente, são vítimas de exclusão e preconceito na sociedade;
e) No enunciado “Temos pois que, antes *...+” (linha 51), a conjunção “pois”, posposta ao verbo, indica uma
conclusão, que remete à necessidade de reconhecer e aceitar a diversidade existente no Brasil.
5. Questão 3
(PUC-SP) No período: "Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou, embora com menos
entusiasmo", a palavra destacada expressa uma ideia de:
a) explicação
b) concessão
c) comparação
d) modo
e) consequência
6. (Enem-2010)
Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si,
malcriados, instantes cada vez mais completos. A estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos
poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia
parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão,
não outras, mas essas apenas.
L SPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização,
estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas:
a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.
c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
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d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.
7. UFPB-2010) No fragmento “A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder os
benefícios da longevidade bem-vinda [...]", a oração destacada expressa ideia de:
a) Condição
b) Consequência
c) Concessão
d) Comparação
e) Causa
8. (PUC-SP) Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula como expressa uma
ideia de:
a) comparação
b) causa
c) explicação
d) conclusão
e) proporção
9. (UEL-PR) Não gostava muito de novelas policiais; admirava, porém, a técnica de seus autores. Comece com:
Admirava a técnica...
a) visto como
b) enquanto
c) conquanto
d) porquanto
e) à medida que
10. (Fuvest-SP) "Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila." Os dois pontos (:) do período acima
poderiam ser substituídos por vírgula, explicitando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção:
a) portanto
b) e
c) como
d) pois
e) embora
11. (Mackenzie-SP) Assinale “como” assume a mesma função que exerce em "como fosse trazido à sua presença um
pirata".
a) Como você conseguiu chegar até aqui?
b) Como todos podem ver, a situação não é das melhores.
c) Não só leu os livros indicados, como também outros de interesse pessoal.
d) Como não telefonou, resolvi procurá-lo pessoalmente.
e) O arquiteto projetou o jardim exatamente como lhe pediram.
12. (Fuvest-SP) "Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade."
O segmento destacado poderia ser substituído, sem alteração do sentido da frase, por:
a) desde que imponhas.
b) se bem que impões.
c) contanto que imponhas.
d) conquanto imponhas.
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e) porquanto impões.
13. (Enem-2016)
O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?
Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da
vocalização — nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas
— que nós não somos capazes de perceber — e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”.
Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa
vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia
dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o
senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é
tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada.
Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado).
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo
de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração
seguinte uma relação de
a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos.
b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos.
14. (Enem-2014)
Tarefa
Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática,
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.
15. (Fuvest-SP) Nas frases abaixo, cada espaço pontilhado corresponde a uma conjunção retirada.
"Porém já cinco sóis eram passados (....) dali nos partíramos."
(....) estivesse doente faltei à escola.
(...) haja maus nem por isso devemos descrer dos bons.
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Pedro será aprovado (...) estude.
(...) chova sairei de casa.
16. (Enem-2015)
Da timidez
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou
notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se
ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um
estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se
acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir
inferior é doença.
[...]
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas
pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos
membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos.
Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar um olho e
um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa
convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos conectores.
Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados em:
a) “Se ficou notório por ser tímido "e "[...] então tem que se explicar".
b) “*...+ então tem que se explicar" e "*...+ quando as estrelas virarem pó".
c) "[...] ficou notório apesar de ser tímido[...]" e "[...] mas isto não é vantagem [...]".
d) “*...+ um estratagema para ser notado [...]" e "Tão secreto que nem ele sabe".
e) “*...+ como no paradoxo psicanalítico *...+" e "*...+ porque só ele acha *...+".
17. As conjunções coordenativas são aquelas que conectam duas orações independentes. A alternativa abaixo que
não contém esse tipo de conjunção é
a) Minha amiga é mais esperta do que eu.
b) Chegou atrasado, porém conseguiu assistir a aula.
c) Sônia não gosta de macarrão nem de nhoque.
d) Chove muito, portanto não iremos à praia hoje.
e) Não foi à escola, porque estava doente.
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