Este documento descreve o debate histórico conhecido como Controvérsia de Valladolid no século 16 entre Bartolomé de Las Casas e Juan Ginés de Sepúlveda sobre a legitimidade da escravidão dos povos indígenas nas Américas e a guerra justa para a colonização. Las Casas defendia os direitos e a autonomia dos povos indígenas em oposição aos argumentos de Sepúlveda de que eram bárbaros e poderiam ser escravizados para evangelização. Este debate originou uma nova perspect
Este documento descreve o debate histórico conhecido como Controvérsia de Valladolid no século 16 entre Bartolomé de Las Casas e Juan Ginés de Sepúlveda sobre a legitimidade da escravidão dos povos indígenas nas Américas e a guerra justa para a colonização. Las Casas defendia os direitos e a autonomia dos povos indígenas em oposição aos argumentos de Sepúlveda de que eram bárbaros e poderiam ser escravizados para evangelização. Este debate originou uma nova perspect
Este documento descreve o debate histórico conhecido como Controvérsia de Valladolid no século 16 entre Bartolomé de Las Casas e Juan Ginés de Sepúlveda sobre a legitimidade da escravidão dos povos indígenas nas Américas e a guerra justa para a colonização. Las Casas defendia os direitos e a autonomia dos povos indígenas em oposição aos argumentos de Sepúlveda de que eram bárbaros e poderiam ser escravizados para evangelização. Este debate originou uma nova perspect
Este documento descreve o debate histórico conhecido como Controvérsia de Valladolid no século 16 entre Bartolomé de Las Casas e Juan Ginés de Sepúlveda sobre a legitimidade da escravidão dos povos indígenas nas Américas e a guerra justa para a colonização. Las Casas defendia os direitos e a autonomia dos povos indígenas em oposição aos argumentos de Sepúlveda de que eram bárbaros e poderiam ser escravizados para evangelização. Este debate originou uma nova perspect
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A “Controvérsia de Valladolid”: A virada ontológica do direito a partir do debate da
escravidão e da guerra justa no século XV.
Controvérsia de Valladolid, intenso debate entre o Frei (espanhol, nispo em Chiapas, atual México) Bartolomé de Las Casas e o filosofo espanhol Juan Guinés de Sepúlveda, na cidade de Valladolid-ES O assundo da discussão: a legitimidade da escravidão indígena pelos espanhóis na América; Sepúlveda defendia a legitimidade da coroa espanhola em dominar aquelas terras sobrepondo os interesses catequéticos e econômicos da coroa. Las Casas se posicionava em favor dos povos indígenas, de sua autonomia, questionando a legitimidade do direito de se impor diante de sua autonomia e fazer guerra com o intuído de dominar aqueles povos. o Essa perspectiva pode ser entendida como expressão uma nova concepção de justiça e direito natural – representa uma nova perspectiva de pensar os direitos humanos. Qual a justifica moral para o emprego da escravidão e do uso da força bélica para a colonização. Este debate originou a Escola Ibérica da Paz (escola de Salamanca) que foi um movimento filosófico-teológico que renovou a reflexão teológico jurídico tendo como fonte de reflexão o pensamento escolástico aplicado à questão na América. Segunda escolástica ou escolástica ibérica. Até aquele momento a teologia política era vista de forma teocrática. Não existe separação entre Igreja e Estado, e as questões da Igreja estavam acima do estado. A Escola de Salamanca utiliza a teoria do direito natural de Tomás de Aquino para defender a autonomia e a liberdade dos povos independentes de sua situação histórica. 2 A CONTROVÉSIA DE VALLADOLID 1520 - começa-se a colonização da Nova Espanha (México) com ideais mercantilistas. América como colônia de exploração). Começam a acontecer: pilhagens, roubos, guerras injustas, assassinatos em massas. Os missionários de ordens religiosas denunciam esses maus tratos à coroa. Começam uma série de interrogatórios morais e éticos sobre todo esse processo. Começou então uma disputa: entre os exploradores e aqueles que defendiam os direitos dos povos. Isso começou a gerar um incomodo moral na consciência espanhola. Surgiu a necessidade então de tentar justificar moral e legalmente a colonização baseada na guerra e no domínio pela força. Por outro lado, religiosos que viviam entre os índios começaram a combter oos colonizadores e defender os povos indígenas. Não era uma oposição propriamente à colonização, mas ao modelo. Os religiosos dedendiam a humanidade dos indígenas e, portanto a sua autonomia, liberdade e direitos naturais. Daí surge Bartolomeu de Las Casas. Primeiro sacerdote ordenado na américa Ordem dos pregadores. Por outro lado Juan Guinés de la Sepúlveda. Baseava-se na obra A política de Aristóteles para defender a escravidão natural dos povos de culturas inferiores, chamados povos bárbaros. Sepulveda defendia ser justa a guerra por conta dos costumes bárbaros dos indígenas (canibalismo e sacrifício humano). A escravidão era necessária para que estes povos pudessem ser evangelizados e catequizados dentro dos parâmetros “das culturas mais avançadas) Os povos inferiores precisam ser dominados para que possam avançar com os superiores. Barolomeu rejeitou essa ideia. Para ele, Sepulbeda não conhecia a realidade dos indígenas. Depois de uma guerra fria os dois sem encontram pra um debate público em 1550. Sepulveda defendeu na discussão: 1) Pelos delitos e pecados cometidos contra a natureza como a idolatria e adultérios; 2) Pelo fato de possuírem um grau bastante atrasado no desenvolvimento tecnológico e intelectual, rudeza dos seus engenhos, o que evidenciava que eram bárbaros; 3) Para facilitar a expansão da fé; 4) Para impedir as guerras entre os próprios índios ou atos como o canibalismo e o sacrifício humano. Las Casas defendeu 1)Primeiro eram os homens cruéis, inumanos, ferozes e afastados da razão; 2) segundo estavam os que não tinham escrita e que tinham outra língua, eram bárbaros por acidentes pois poderiam a vir a ser sábios e prudentes; 3) Na terceira classe estavam os chamados bárbaros tomados em sentido próprio e estrito, era para Aristóteles os que eram escravos por natureza, mais próximos de animais do eu seres humanos deveriam ser governados por pessoas civilizados para poderem viver em sociedade. A própria natureza tinham os feitos escravos, conforme o Livro Primeiro da Política. 4) Na quarta classe estavam aqueles que não conheciam a Cristo, uma classificação cristã que Las Casas incluiu. Para Las Casas existem provas concretas de que entre os povos indígenas existiam uma forma ordenada de governo, leis, tribunais, escritas, ciências, enfim, uma série de coisa que comprovavam que eles não eram bárbaros e que eram capazes de governa a si mesmos. Portanto, rejeita a classificação dos índios como bárbaros da primeira classe e da terceira classe. Para Las casa, no máximo se poderia classificar os índios como bárbaros da quarta classe. Porem, advertia que o não conhecimento de Cristo não podia ser motivo para escravizar. 3 A GUERRA JUSTA E O TEMA DA ESCRAVIDÃO Ou seja, não é o direito e o seu uso que instaura a moralidade e a justiça; mas, é a moralidade que determina se um determinado decreto jurídico é justo. O que Las Casas e os missionários e magistrados que se posicionaram em favor do direito dos indígenas defendiam é que o direito da conquista espanhola não podia estar fundamentado nos decretos papais, nem da coroa; mas estes decretos só tinham valor se resultasse em ações moralmente justas de acordo com o direito natural. UNIVERSALIDADE DA PESSOA HUMANA