Aula 10 - Curva Circular

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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina
Departamento Acadêmico de Construção Civil

ELEMENTOS
PLANIMÉTRICOS
Eixo e Curva
Circular
1. INTRODUÇÃO
Vamos estudar o traçado da rodovia em planta:
• Eixo,
• Estaqueamento,
• Curvas horizontais circulares.
2. EIXO
Eixo de uma rodovia  poligonal aberta, orientada,
com os alinhamentos concordados, nos vértices, por
curvas horizontais.

O eixo é constituído por:


• trechos retos  tangentes
• trechos curvos  curvas à direita ou à esquerda,
• é orientado  tem um ponto de origem e um
sentido de percurso definidos.
2. EIXO
No projeto dos elementos planimétricos, as distâncias
são tomadas horizontalmente (metros, com a precisão
padronizada de 0,01 m).
3. ESTAQUEAMENTO
A caracterização dos elementos da rodovia são
definidos em pontos sucessivos ao longo do eixo, as
estacas.

Estaqueamento do eixo:
Estacas marcadas a cada 20,00m de distância a partir
do ponto de início do projeto.

Ponto de início  estaca 0 (zero) 0 = PP (estaca


zero = Ponto de Partida)
3. ESTAQUEAMENTO
Demais pontos, equidistantes de 20,00 m  estacas
inteiras  estaca 1, estaca 2, ...

Posição de qualquer ponto do eixo:


• Estaca inteira,
• Estaca intermediária: nome o número da estaca
anterior mais a distância correspondente a esta
estaca (em m, precisão de 0,01 m).
3. ESTAQUEAMENTO
Marcação das estacas:
• Trechos em tangentes – não ocorre perda de
precisão teórica.
• Trechos em curva ocorre alguma perda de
precisão  distâncias reais entre as estacas
correspondem a arcos de curvas.

Para minimizar o problema  estacas intermediárias


nas curvas e limites das cordas.
3. ESTAQUEAMENTO
Quadro 2. Raios e cordas
RAIOS DE CURVA (R) CORDA MÁXIMA (c)
R < 100,00 m 5,00 m
100,00 m < R < 600,00 m 10,00 m
R > 600,00 m 20,00 m

Notação quilométrica:
A posição de um ponto é dada indicando-se a sua
distância à origem, pelo número inteiro de
quilômetros, acrescido da fração, em metros, com a
precisão convencional (0,01 m).
3. ESTAQUEAMENTO

Ex.: No projeto de um eixo de rodovia, se uma das


cabeceiras de um viaduto estivesse localizada a
5.342,87 m da origem como seria a notação por
estacas e quilométrica?

Localização da cabeceira:

Por estacas: estaca 267 + 2,87 m.

Por notação quilométrica: km 5 + 342,87 m.


4. CURVAS
Como a diretriz pré definida é composta de trechos
retos consecutivos (tangentes), estes precisam ser
concordados através de curvas, visando dar
suavidade ao traçado.

A escolha da curva que me se adequa as tangentes é


feita por análise visual e tentativa (respeitando os
raios tabelados de acordo com a classe da via.)

A escolha também é feita com o uso de gabaritos.


4. CURVAS
O traçado em planta de uma estrada deve ser
composto de trechos retos concordados com curvas
circulares e de transição.
compostas

circular

reversas
de transição
4. CURVAS
4. CURVAS
Curvas horizontais: usadas para desviar a estrada
de obstáculos que não possam ser vencidos
economicamente.

Quantidade de curvas: depende da topografia da


região, das características geológicas e geotécnicas
dos terrenos atravessados e problemas de
desapropriação.
5. CURVA CIRCULAR PI = ponto de interseção
das tangentes = ponto de
inflexão

AC = ângulo central das


tangentes = ângulo
central da curva

T = tangente da curva

D = desenvolvimento da
curva = comprimento do
arco entre PC e PT

Pontos notáveis: Estaca do PC = Estaca do PI – T


Estaca do PT = Estaca do PC + D
5. CURVA CIRCULAR

PI = Ponto de Interseção;
PC = Ponto de Curva;
PT = Ponto de Tangente; AC = I
I = Ângulo de deflexão ou deflexão;
AC = Ângulo Central;
T = Tangente Externa ou Exterior (m);
D = Desenvolvimento (ou comprimento) da curva circular (m);
R = Raio da curva circular (m);
O = Centro da curva circular.
5. CURVA CIRCULAR

E = Afastamento
C = Corda;
C = corda base (pré estabelecida)
f = flexa;
G = grau da curva;
AC/2 = Metade do Ângulo Central;
ΦAB ou dAB = deflexão da corda AB;
ΦC ou dC = deflexão da corda
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA

1º Passo – Elementos da poligonal:


• comprimentos dos alinhamentos
• ângulos de deflexão nos vértices.

2º Passo – Raio da curva circular a ser utilizada.


Como visto pode ser por meio de gabaritos, tendo
em vista, além da configuração do terreno e
visibilidade, o raio minimo fixado de acordo com
a classe.
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Limites:

• Máximo  R < 5.000,00 m, embora alguns


projetistas preferem R< 4.000,00 m;

• Mínimo  depende da classe de projeto e das


condições de relevo da região atravessada,
observadas as superelevações máximas.
(Vide as Tabelas)
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Observações: projetar curvas suaves, observadas as
relações recomendadas entre os raios de curvas
adjacentes.

Relembrando…

(Figura 1)
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
3º Passo – Cálculo da curva circular.

 AC 
Tangente exterior (T): T  R  tg 
 2 

Desenvolvimento em curva (D):


π  R  AC
D
180º
onde:
T = tangente exterior (m); D  AC  R
R = raio da curva circular (m);
AC = ângulo central (= I), (º ou rad);
D = desenvolvimento em curva (m).
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Outros elementos (em graus)
 c/2 
Grau da curva (G): G  2arcsen 
 R 
AC
Deflexão da corda (ΦC ou dC) dC 
2
G
Deflexão da corda base (ΦAB ou dAB) d AB 
2

Deflexão por metro (Φm ou dm) G


dm 
2c
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Outros elementos
Afastamento (E):  1 
E  R   1
 cosAC/2 
Flecha (f): f  R  1  cos AC / 2

onde:
E = afastamento (m);
F = flecha (m);
R = raio da curva circular (m);
AC = ângulo central (= I), (º ou rad);
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Estaqueamento:
Trechos em tangente:
• de 20 em 20 metros (normalmente).
• definição dos PCs e PTs
Trechos em curva circular:
• para raio até 100,00 m  de 5,00 em 5,00 metros;
• para raio entre 100 e 600,00m de 10,00 em
10,00 metros;
• para raios superiores a 600,00m  de 20,00 em
20,00 metros.
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Estaqueamento:
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Estaqueamento:
Para o estaqueamento os elementos básicos são as distancia
O=PP e PI1 e entre PIs consecutivos; comprimento das
tangentes e externas; e comprimento dos desenvolvimento
das curvas. Assim, para estaqueamento de 20m, pode-se
deduzir:
6. CÁLCULO DA CONCORDÂNCIA
Exemplo da Apostila pag. 48:
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

4º Passo – Locação da curva.

• Escolhido o projeto, é a locação que define a


posição da estrada no campo.

• Na planta, representar com precisão gráfica os


alinhamentos, marcando as posições dos pontos
singulares e traçar as curvas.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
4º Passo – Locação da curva.

• Em campo, a representação consiste na marcação


dos pontos representativos do eixo, materializados
por piquetes cravados no terreno com precisão
topográfica  LOCAÇÃO DO EIXO.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

7.1. Alinhamentos Retos e Locação das Tangentes


• Consiste na medida de ângulos e de distâncias ao
longo de alinhamentos retos.

7.2. Locação dos Trechos em Curva


• Realizada por método apropriado, já que não é
praticável “riscar” a curva no terreno com auxílio
de algum compasso, e nem se conseguem visadas
curvas ou marcação de distâncias curvas com os
recursos da topografia.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.3. Locação por Deflexões Acumuladas

• consiste no posicionamento de pontos da curva a


partir das medidas dos ângulos de deflexão em
relação à tangente à curva onde está instalado o
aparelho e das respectivas distâncias, medidas ao
longo da curva, desde o ponto inicial até os
pontos em questão.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.3. Locação por Deflexões Acumuladas

Aparelho ou
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Grau de Curva (Gc) – o grau de uma curva para
uma determinada corda (c) é o ângulo central que
corresponde à corda considerada.
c = MN
GC = MÔN
Do triângulo OPM:
c
 G c  MP
sen    2
 2  R R

 c 
G c  2  arc.sen 
 2 R 
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Deflexões de uma curva circular (dc) – a deflexão
de uma curva circular, para uma corda (c) é o ângulo
formado entre essa corda e a tangente à curva em
uma das extremidades da corda.

corda c = MN
arco lc = MN

1
dc   Gc
2
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

Observações:

• Em projeto geométrico é permitido se confundir


os comprimentos da corda (c) e do arco (lc),
resultando indiferente referir-se à deflexão da
curva para a corda c ou à deflexão da curva para o
arco lc.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Observações:

• Considera-se que a deflexão para um arco de 5,00


m, de 10,00 m ou de 20,00 m, seja igual,
respectivamente, à deflexão para uma corda de
5,00 m, de 10,00 m ou de 20,00 m. Desde que
sejam respeitadas os comprimentos das cordas de
acordo o tamanho dos raios, como explicado
anteriormente.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Deflexões por metro (dm) – para se determinar
valores de deflexão da curva para arcos
fracionários, define-se a dm como o valor da
deflexão correspondente ao arco (ou à corda) de
1,00 m, calculando o seu valor em proporção
direta ao da deflexão correspondente à corda
inteira.

dc
dm 
c
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
E, o valor da deflexão (dl) que corresponde a um arco
de comprimento l:

dl  l  d m

dl
dm 
l
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Continuando o exercicio da apostila pag. 101, tem-se:

 c   10,00 
G c  2  arc.sen  G10  2  arc.sen   2o51'54''
 2 R   2  200,00 

1 1 o
dc   Gc d10   2 51'54''  1o 25'57 ''
2 2

dl 1o 25'57 ''
dm  dm   0 08 36
o ' ''

l 10,00
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

MÉTODOS DE LOCAÇÃO
Conhecendo o grau curva para uma corda c (Gc), a
deflexão para uma corda c (dc ), e de deflexão para
um arco l (dl), o processo de locação por deflexões
acumuladas para a locação de curvas circulares é
mais fácil que outros,
(locação por coordenadas
cartesianas ou por
coordenadas polares).
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

• Na prática, inicia-se a locação por uma das


extremidades da curva circular, instalando-se o
aparelho ou o “teodolito” no PC e tomando-se a
direção da tangente como referência ou origem
para a contagem dos ângulos de deflexão.

• Em geral, PC e PT resultam geralmente em


pontos de estacas fracionárias.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Como a curva é marcada por pontos que
compreendem cordas menores que as cordas
máximas (c) permitidas para os diferentes raios,
existem 2 hipóteses:

• por estaca fracionária;


• por estaca inteira.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

1ª Hipótese de marcação:

• Marcam-se, a partir do PC, pontos equidistantes,


compreendendo cordas (arcos) iguais à corda (c)
recomendada para o raio da curva circular.

• Resultará na locação de pontos correspondentes à


estacas fracionárias, sendo este método de locação
denominado de locação por estaca fracionária .
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.4. Locação por Estaca Fracionária
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR

2ª Hipótese de marcação:
• Marcam-se, a partir do PC, pontos
correspondentes às estacas inteiras ou
fracionárias, múltiplas do valor equivalente ao da
corda (c) recomendada para o raio da curva
circular.
• São locados os pontos correspondentes às estacas
inteiras (e múltiplas de valores inteiros da corda c.
• Este método de locação é denominado de locação
por estaca inteira.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Mudança de aparelho na locação da curva circular.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
Modelo simples de caderneta de locação.
(estações para instalação do teodolito  símbolo )
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.5. Locação por Estaca Inteira

• Marcação dos pontos que correspondem às estacas


inteiras e múltiplas do valor da corda máxima;

• Diferença: utilizar um arco fracionário já na


locação do primeiro ponto da curva;

• Outros pontos intermediários utilizam arcos de


comprimentos inteiros (múltiplos da corda c) 
cálculos com deflexões múltiplas de dc;
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.5. Locação por Estaca Inteira

• No final da curva tem-se um arco fracionário, pois


PT se posiciona em estaca fracionária;

• A propriedade cumulativa das deflexões independe


dos valores dos arcos (e das cordas) envolvidos.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.5. Locação por Estaca Inteira
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.6. Raios de Curvas Tabelados

Valor do raio de curva circular (R) em função da


corda (c) e da deflexão para essa corda (dc):
c
R
2  send c 
Vantagem utilizar raios de curva que, embora
fracionários, resultem em deflexões inteiras, é o fato
de se trabalhar com um número limitado de raios de
curva, facilitando a construção de tabelas para fins de
cálculo de concordâncias.
7. LOCAÇÃO DA CURVA CIRCULAR
7.6. Raios de curvas tabelados
REFERÊNCIAS
Lee, S.H., 2008. Introdução ao Projeto Geométrico de Rodovias. 3ª
ed. Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis, S.C., Brasil.
ISBN 978-85-328-0436-5.

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