Pântano de Almas (Completo)

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Pântano de Almas:

20/03/1983, três horas da tarde:

Olá, meu nome é Harold, sou um recente funcionário na Croco’s


companhia, fui contratado na semana passada. É estranho o chefe dar
diários para os funcionários, o motivo eu já não sei. Hoje de manhã fui ver
em quê irei trabalhar, demorou muito tempo para finalmente entrar na
Croco’s, ela ficou muito tempo fechada por alguns assassinatos, estou
curioso para saber o que há lá.

21/03/1983, oito e meia da manhã:

Péssima noticia, eu não irei trabalhar na Croco’s oficial, parece que as


investigações ainda não terminaram, que merda. Eu ia ganhar o triplo
salário do meu antigo emprego, agora terei que ir para uma cópia
legalizada, e irei ganhar menos que o antigo emprego. Irei continuar nesse
emprego apenas para não ser demitido, espero que aquelas investigações
acabem logo.

22/03/1983, uma hora da tarde:

Bom, meu chefe me chamou para conhecer a nova Croco’s, os


animatrônicos eram até que bonitinhos menos aquela cobra, o rosto dela se
abria para impedir um superaquecimento, isso tornava ela bizarra pelo
motivo dos outros não terem o mesmo sistema de segurança e seu estilo de
palhaço, aquela cobra parece ter nos olhos uma vontade violenta de
matança. Eu gostei bastante do Toy Racoon, ele tinha uma estrelinha de
xerife muito fofa, eu não soube desses modelos “Toys”, pelo que meu
chefe disse é para as crianças terem mais afetividade e segurança com esses
novos, por isso diminuíram o tamanho da boca e dos dentes. Meu chefe
falou bastante do Toy Mr.Hippo, disse que ele havia uma escotilha para
você usar para entrar, ele me mandou entrar dentro, eu entrei. A minha
cabeça nem chegava à dele, ele disse que o Mr.Hippo tinha cerca de 2,30
metros de altura, bem que eu havia reparado na altura do teto, era para
caber esse gigante aqui. Meu chefe apertou num botão na costa do
Mr.Hippo o ligando, apareceu uma tela azul dizendo se eu queria ativar o
modo armadura do Mr.Hippo, apertei em sim e apareceu o que tinha em
minha volta, era como se fosse uma armadura mesmo, eu usava uns pedais
de carro para fazê-lo caminhar, ao lado da tela de visão do animatrônico
estava dando algumas informações do estado dos membros, do chip de AI e
da energia dele, lá estava dizendo que ele podia aguentar duas toneladas,
que tipo de animatrônico é esse? Meu chefe disse que amanhã saberei mais
da segunda Croco’s, como minha sala. Quando ele falou isso logo pensei,
irei trabalhar na segurança.

23/03/1983, meio dia:

Cheguei na Croco’s mais cedo, meu chefe disse que esse será meu primeiro
dia de trabalho e era para eu anotar tudo, achei meio duvidoso, mais disse
Ok. Na minha sala tinha um tubo na direita, esquerda e atrás da mesa, as
câmeras eram mostradas na TV, meu chefe apontou para um teiser ligado
na tomada embaixo da cadeira, ele disse que aquilo é para caso algum
bandido tente furtar a pizzaria à noite, disse que não era para ter medo de
usa-lo. Ficarei aqui até meu turno na noite, na meia noite.

23/03/1983, seis horas da manhã:

Que noite tensa, o Toy Mr.Tazmaium veio à sala, sua mandíbula parecia
está solta e seus tornozelos tinham espasmos, ele seguiu diretamente a
minha sala e estava andando bizarramente para á entrada central, ele estava
mais perto, eu desliguei a luz para ele não me ver, ele soltou uma luz pelos
olhos e eu me desviava dos focos, ele as desligou e saiu pela entrada, ele ia
no palco e procurava, procurava, tremia e ficava batendo o pé no chão, ele
ia e voltava, foi na minha sala umas quatro vezes, e eu sempre desligava as
luzes para ele não me ver, depois que o sol raiou, ele foi cambaleando para
frente até chegar na sua posição no palco, assim que sua mandíbula se
ajeitou sozinha e seu corpo ficou estático, e fui caminhando para olhar ele
mais de perto, gritei bem alto: “Saia da aí! Estou com teiser em minhas
mãos e não tenho medo de usa-lo”. Gritei novamente, me estressei e dei um
shock nele com o teiser, de repente a porta da frente se abre e eu olho
assustado, um vulto aparece em meio a faróis dos carros atrás dele, aí que
eu percebo que era meu chefe...

24/03/1983, cinco horas da tarde:

Droga, não devia ter feito aquilo, ontem de manhã eu dei um shock no Toy
Mr.Tazmaium, e meu chefe viu, ele me olhou com uma cara com uma
mistura de estranheza e de raiva, puxou um cartão rosa e anotou meu nome
e a data e hora, e me entregou, ele disse: “Mais quatro desses e você saí”.
Eu disse que aquele animatrônico não estava normal, ele estava com
características como se um espirito o habitasse, ele me encarou, e puxou
outro cartão rosa, fez a mesma coisa e disse: “Nossa Harold, dois cartões
no mesmo dia com um atraso de um minuto. Mais três desses e você saí”.
Que raiva!!

24/03/1983, seis horas da noite:

Aqui estou, na minha segunda noite, o que esperar? Conheci um zelador


que cuidava do local antes de ser aberto às nove horas, ele tinha cinquenta e
seis anos e trabalhava lá desde os cinquenta, ele acreditava no que eu
contava para ele, uma vez ele disse que o Toy Mr.Racoon estava com a
cabeça virada para trás o nosso chefe disse que era crianças na noite
passada que deviam está brincando com ele e acabaram virando a cabeça
dele para trás, ele não acreditou nessa hipótese, e me disse que acha o lugar
assombrado desde dois anos atrás, em 1981, que coisa!

24/03/1983, três horas da manhã:

Estou fazendo um breve relato do que está acontecendo agora, bom o Toy
Mr.Tazmaium veio e fiz a mesma coisa de ontem, porém veio o Toy
Mr.Zubat, ele ia pelas paredes como um pequeno e louco morcego, seus
olhos eram negros e não conseguia o avistar na escuridão, tive que usar o
brilho do teiser para poder o vê, ele veio e entrou na sala ao lado, eu escutei
barulhos no duto á direita e apertei no botão para fechar, escutei um roscar
de arranho de ferro sobre os grandes dutos, até que vi Mr.Zubat voltar ao
seu palco em minha busca, agora veio o Toy Mr.Hippo, não pensei que ele
seria tão assustador assim, ele é gigante não dá de ver sua cabeça no
corredor, ele veio e se entortou todo para entrar e passar pela minúscula
porta de aço comparado a ele. Apaguei a luz, nada adiantou ele veio dando
passos de som alto, como se um caminhão houvesse batido de frente com
outro, barulhos de engrenagens foram se estalando, os punhos de Mr.Hippo
se fecharam e foram se curvando para trás e...

25/03/1983, seis horas da manhã:

Que absurdo, ainda me sinto sem ar, aquele Artiodátilo acabou apertando
muito meu pescoço, quando ele estava entrando ontem eu ainda estava
escrevendo, eu tinha apagado a luz mas não funcionava, ele queria me dar
um soco, eu pensava que era só me esquivar e seus punhos iam ficar preso
na parede, mas mesmo esse animatrônico ser feito completamente de ferro
pesado, com uma velocidade sua mão direita me enforcou e me empurrou
contra a parede, sua força era enorme. Quando eu pensei que não haveria
mais volta, eu peguei o teiser e dei um shock nele, parece que o sistema
reiniciou e ele voltou a seu estado neutro, ele voltou para seu palco como se
nada houvesse ocorrido, tomara que o chefe não saiba do shock que dei no
Hippo.

25/03/1983, meio dia:

Saí da minha casa para almoçar, aquela noite passada foi muito intensa, por
um momento pensei em me demitir mas acho que preciso continuar preciso
saber o que está acontecendo por lá, tenho muitas suspeitas mas não posso
falar nada. Estou indo para o Chicken Buckets para almoçar, logo terei que
ir para a Croco’s, imploro para Deus me manter vivo nessa!

25/03/1983, seis horas da noite:

Cheguei na Croco’s, como sempre o local continua sendo bizarro, depois


que soube dessa real história por trás desses animatrônicos ele deixou de
ser um local inocente, como que eles podem deixar máquinas com defeito
perto dessas crianças?? Isso é muito estranho, sempre que eu passo perto
deles os olhos olham para mim, porém seus pescoços continuam estáticos,
menos aquela cobra, seu pescoço me segue conforme eu passo, e quando eu
volto ela está na mesma posição, realmente uma experiência muito
desgastante para meu psicológico.

25/03/1983, meia noite:

Estou dando uma ultima escrita para anotar o movimento, o Mr.Tazmaium


já saiu e o Mr.Zubat também, estou com mais preocupação no Mr.Hippo,
por enquanto aquela cobra não saiu mas eu sei o que há por trás desse rosto
risonho de palhaço. Opa! Estou vendo, nesse instante, o Mr.Racoon está se
movimentando e o que é aquilo na mão dele? Parece uma... Arma? O que
ele vai fazer... Não, não, como? Ele atirou acho que uma rolha na câmera,
essa desgraça não está mais funcionando! Tenho que me concentrar agora!
Quando o sol fluir, poderei descansar e escrever...

26/03/1983, seis horas da manhã:


Mais uma vez eles pararam pontualmente, sempre nesse mesmo horário,
parece que quando o minuto cresce e vira a hora tão aguardada por mim
eles simplesmente congelam. Vou sair o mais rápido possível, tenho que
pagar no banco minhas dividas, porém tenho que voltar o mais cedo
possível, tenho que pedir para trocarem a câmera quebrada por aquele
procionídeo do lixo.

26/03/1983, duas horas da tarde:

Já entrei na loucura, saí gritando para arrumarem a câmera e fui


interrompido, os funcionários estavam tentando retirar um homem do
estabelecimento, ele gritava: “Me soltem! Preciso deles, eu preciso do que
há neles, meus amigos não me deixam em paz, me soltem eu posso dar
tudo a vocês, vocês vão se arrepender por mexer com Facilier, há há há!”
Ele foi arrastado para fora pelos funcionários, quando saiu ele botou a mão
no bolso e pareceu que ia sacar uma arma, mas acabou pegando uma
espécie de mini máscara e ficou murmurando, simplesmente saiu andando
pela calçada como um homem normal. Meu chefe chegou até mim e
apontou para a câmera, perguntou quem tinha sido responsável por isso, ele
fez essa pergunta com um tom de que já soubesse a resposta, eu
infelizmente tive que assumir essa punição, mesmo não sendo por mim.
Quando reparei no palco os animatrônicos olhavam fixos para a porta, eu
passei perto deles e nada deles me seguirem com seus olhos, a cobra, que
parece a mais que me odiava nem se quer se importava, sempre continuava
olhando, as crianças que estavam lá perguntaram para mim por que eles
não estavam mais cantando e se movimentando, uma dessas crianças disse
que sentia como se eles estivessem com uma mista emoção, de vingança,
medo, e tristeza, realmente eu senti também isso, como almas que
estivessem esperando o momento para serem livres dessa prisão, uma
prisão em um pântano, um pântano de almas!

26/03/1983, três horas da manhã:

Estou há tanto tempo perto desses monstros que me afeiçoei a eles, porém
algumas vezes eu fico com medo de algum imprevisto acontecer, os dois
Réptils ainda não saíram devem está aguardando o momento certo, por
mais uma vez estou livre, sei tudo o que se deve fazer para cada um deles.
Tenho que parar agora, tenho que atender ao telefone.

27/03/1983, oito horas da manhã:


Realmente muito bizarro, meu egocêntrico do meu chefe disse para eu ir ao
palco do Patty, nem sabia que existia esse palco, muito menos esse
animatrônico, um animatrônico Zebra, ele me disse que é só para eu ligar
os cabos elétricos que em alguma noite eles se arrebentaram, eu fui fazer
isso mesmo sem nenhum equipamento de proteção apenas com alicate,
tinha que ter muito cuidado para não apertar muito o alicate e acabar
prejudicando algum fio, porém começou a tocar aquela música de
espanhol, italiano, sei lá o que era aquilo, era aquela tal de “Un papa
americano” eu olhei para trás e o tal Patty apareceu, as patas frontais dele
eram curvadas e fortes como de uma Zebra na África, ele possuía cascos
rígidos de ferro que fazia um som estridente, o que mais assustava era a sua
forma, ele foi projetado para ser quadrupede dava de perceber pela
inclinação do torso dele, porém ele estava bípede seus olhos negros como o
eclipse, ele tentou me morder no crânio, me desviei mas ele mordeu minha
perna, caí no chão de madeira, ele estava preste a me matar esmagado com
seus cascos, mas puxei o Teiser e a luz resplandeceu nos olhos dele, essa
luz ofuscou tanto ele como eu, me levantei e comecei a tentar arrumar os
fios, a música voltava a tocar, de trás para frente, fui fazendo isso até eu
consertar os fios, por coincidência deu as seis horas na hora exata, saí
correndo dali como se não houvesse mais o amanhã, mas isso quase foi
verdade...

27/03/1983, meia noite:

Não escrevi muito hoje no diário da Croco’s, estou com medo de ser
demitido e eles ficarem com o diário, assim todo meu plano de investigar
esse caso estaria acabado, afinal, qual é a conexão daquele louco que
entrou ontem de manhã com os animatrônicos? O que ele queria deles?
Quem esses “amigos” que perturbam tanto ele?? Por que ele disse que era
para gente ter cuidado com ele?? Melhor eu parar... Preciso ficar atento...

28/03/1983, nove horas da manhã:

Ontem foi meu ultimo dia na Nova Croco’s, aquela noite foi muito
traumática, todos vieram a minha sala, Toy Mr.Croco, veio se rastejando
pelo chão, Toy Mr.Hippo veio dando seus passos largos de gigante, Toy
Mr.Tazmaium também estava lá com sua mandíbula torta, Toy Mr.Zubat se
esgueirando pelo teto, Toy Mr.Racoon estava com os olhos fundos parecia
que tinha arrancado e os olhos de sua estrela de xerife estavam negros, Toy
Mr.Snake ia cambaleando jogando seu torço de hibrido humano com cobra
para frente, e Toy Patty estava correndo furiosamente tão rápido que ia
empurrando seus parceiros para trás, não tinha como deter todos juntos, era
MEU FIM! Porém tive força e destreza e peguei o Teiser e retirei o cabo
que ligava ele a tomada, com as poucas barras de energia que tinha como
visualizar eu saí correndo gritando com o Teiser empunhado para atacar, eu
me desviava de socos, mordidas, chutes e coices, nada estava me acertando,
acertei o primeiro, depois o segundo, o terceiro e o quarto, o cinco e o seis,
mas chegou o sétimo, era eu e a Cobra da Matança, eu e o Mr.Snake, ele se
cambaleou com toda velocidade que tinha para me morder e me arranhar,
me desviei da mordida mais fui arranhado, estava sangrando lagos de
sangue, ardia e doía muito, mais segurei a dor e com toda minha força
enfiei o Teiser no peito dele, eu soltei o Teiser que ficou cravado em seu
peito, Mr.Snake dava espasmos e contrações até cair duro, imobilizado no
chão. Eu sabia o que aconteceria, meu chefe iria me demitir pelos estragos
que eu fiz, estragos que são irreversíveis nas peças daqueles robôs, o único
jeito seria queima-los ou despedaça-los completamente, mas acho que fiz
algo bom, espero que aqueles espíritos perturbados se libertem dessa casca
e vivam o resto que lhes sobra, não sei de onde vieram, por isso tenho que
investigar, claro que irei levar meu diário junto, me ajudou em grandes
momentos de preocupação. Deixei uma carta para o meu chefe, pedindo
desculpas e agradecendo as chances que ele havia me dado, a primeira por
ter deixado eu trabalhar aqui, a segunda por me alertar de um grande
mistério, mistério que eu tenho que descobrir...

Por: Harold Fleisten

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