Res Fil2
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1. Fazer cada uma das circunstâncias (linhas da tabela), atribuindo um valor de verdade;
2. Verifica-se se em alguma das circunstâncias as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa;
3. Se ocorrer o descrito em 2, estamos perante um argumento inválido (por definição), cado isto
não ocorra, estamos perante um argumento válido.
Argumento:
Se A, então B. A, logo B. ⇔ A B, A ∴ B
“Se o animal é uma galinha, então tem penas. É certo que o animal é uma galinha. Portanto, tem
necessariemente penas.”
Contraposição
“Se um animal é um carnívoro, então alimenta-se de carne. Logo, se um animal não se alimenta de carne,
então não é carnívoro.”
Silogismo disjuntivo
A ou B. Não B. Logo A. ⇔ A V B, ~ B ∴A
Silogismo hipotético
“ Se o rinoceronte continuar a ser caçado, então correrá o risco de extinguir-se. Se correr o risco de
extinguir-se, então deve ser protegido. Logo, se o rinoceronte continuar a ser caçado, deve ser protegido.”
Leis de Morgan
1. ~ ( A⋀ B ) ⇔ ~ A ⋁~B 2. ~ ( A ⋁B)⇔~A⋀ ~B
1. Afirmar que é falso que eu queira comer morangos e amoras é o mesmo que afirmar que eu não
quero comer morangos ou eu não quero comer amoras.
2. Afirmar que é falso que eu queira comer morangos ou amoras é o mesmo que afirmar que eu nem
quero comer morangos, nem quero comer amoras.
Se A, então B. B. Logo, A. ⇔ A B, B ∴A
Corresponde a utilização incorreta do modus ponens, pois em vez de se afirmar o antecedente, afirma-se o
consequente.
“Se estamos em março, o mês tem 31 dias. O mês tem 31 dias. Logo, estamos em março.”
* O argumento é inválido! Estamos perante uma falácia – qualquer erro de raciocínio que, muitas
vezes, passa despercebido.
Corresponde a utilização incorreta do modus tollens, pois em vez de se negar o consequente, nega-se o
antecedente.
“Se estamos em março, o mês tem 31 dias. Não estamos em março. Logo, o mês tem 31 dias.”
Argumento inválido!
Foi Aristóteles, quem, pela primeira vez, distinguiu o âmbito dos argumentos lógico-formais daquilo que
é apenas arguível, estabelecendo três tipos distintos de argumentação legítima:
Tanto no caso da retórica como no da dialética, o ponto de partida não são verdades estabelecidas,
mas premissas verosímeis, abertas à discussão. Porém, ao contrário da dialética, que se apoia sobre
argumentos dedutivos, a retórica faz também uso de argumentos não dedutivos e desenvolve-se em
torno de um elemento específico – a persusação – que define que a sua natureza e a distingue de
todas as outras maneiras de estudar a argumentação.
Demonstração (ou prova/inferência dedutiva válida) – que parte das premissas universalmente
reconhecidas como verdadeiras para delas extrair uma conclusão verdadeira. Opõe-se, tradicionalmente,
aos argumentos dialéticos e retóricos, quer pela natureza das suas premissas quer ainda pelo caráter
constrigente da sua conclusão. Corresponde ao que hoje chamamos argumento sólido (argumento
dedutivo válido, com premissas verdadeiras).
Dialética – segundo Aristóteles, compreende qualquer argumento dedutivo válido cujas premissas são
apenas opiniões respeitáveis abertas à discussão, isto é, afirmações verosímeis e não verdades
estabelecidas. Tradicionalmente, designa ainda a arte da conversação ou de bem debater e a disciplina que
versa sobre essa arte.
Retórica – segundo Aristóteles, é a faculdade de considerar, para cada questão, o que pode ser adequado
para persuadir. A sua natureza intrínseca define-se, portanto, por relação com a persuasão.
Tradicionalmente, significa a arte de persuação como a disciplina que versa sobre essa arte. Inclui
procedimentos não dedutivos e é o objeto de estudo, por excelência, da lógica informal. É, por vezes,
também definida como arte oratória, da palavra ou arte de bem-falar.
A arte da palavra eficaz ou persuasiva, a retórica, está desde sempre, presente em grande parte da nossa
comunicação quotidiana. Depois de uma época áurea na Antiguidade greco-romana, a retórica, como
ciência, permaneceu adormecida durante séculos, até que, na época contemporânea, conheceu um
renascimento importante. Grande parte da renovação e do interesse atual pela retórica ficaram a dever-se
às teorias de Cham Perelman e do seu discípulo Michel Meyer.
Para o primeiro, a argumentação informal (ou retórica) é algo com uma natureza radicalmente
diferente de uma demonstração. Enquanto a demonstração é definida como um processo lógico-
formal de derivação ou de prova, a argumentação informal tem um caráter dialógico: implica
uma resposta por parte do auditório (conjunto de todos aqueles que o orador quer influenciar
com a sua argumentação) e o confronto de pontos de vista.
Por isso, a argumentação informal é sempre necessariamente pessoal e situada. A demonstração,
pelo contrário, é um exercício racional impessoal, isolado do contexto. Ao contrário da
argumentação informal, a demonstração não exige um auditório para ser concretizada ou
construída. É essencialmente cálculo: deduz de um modo constrigente conclusões a partir de
premissas, segundo regras puramente formais.
É não constringente – indica razões em favor da aceitação ou da recusa de uma determinada tese
ou conclusão verosímel;
Procura a adesão do auditório – visa fazer admitir o caráter razoável, plausível ou verosímel de
uma conclusão;
É pessoal e situada – insere-se num determinado contexto; dirige-se a um auditório determinado,
a indivíduos em relação aos quais se esforça por obter a adesão;
Exprime-se através da linguagem natural – é marcada pela ambiguidade, o equívoco, a
pluralidade de sentidos e de leituras interpretativas;
É forte ou fraca – mais ou menos verosímel ou inverosímel, dependente da adesão ou do acordo;
mesmo quando aceite, não garante que a questão levantada não permaneça em aberto, devido à
ausência de um procedimento constringente da resolução.
Os meios técnicos que permitem a persuação são de três espécies: os que se fundam no caráter do orador
(ethos), os que residem na consição de quem ouve (pathos) e os que se prendem com o próprio discurso
(logos).
Um argumento diz-se indutivo quando se pretende que algo que está para além do conteúdo das premissas
seja de alguma maneira apoiado por elas ou se torne provável devido a elas.
Generalização
Nesta, argumenta-se partindo do que é verdade para um dado conjunto de casos particulares e conclui-se,
com base nisto, que também o é para todos os casos em geral.
Todos os pêssegos observados têm caroço. Logo, todos os pêssegos têm caroço.
Previsão
A estratégia argumentativa passa por partir de um conjunto de casos ocorridos para deles concluir que no
futuro o mesmo se verificará.
Todos os A observados (até este momento) são X. Logo, todos os A observados (no futuro) serão X.
Todos os pêssegos observados têm caroço. Logo, o próximo pêssego a ser observado vai ter
caroço.
Para garantirmos que os nossos argumentos indutivos são fortes, isto é, para acautelarmos que o vínculo
que une premissas e conclusão está baseado num forte grau de probabilidade:
A inferência por analogia decorre do estabelecimento de uma relação entre o que se pretende argumentar
e um aspeto que se vai procurar a outro elemento do real. Pode ser um tipo de argumento extremamente
persuasivo, principalmente quando aquilo que se pretende estabelecer na conclusão é do domínio do
complexo ou invísivel.
Mas, tal como acontece com a generalização e a previsão, a analogia gera, na melhor das hipóteses,
conclusões prováveis. Argumentar por analogia é argumentar que uma vez que A e B são idênticos em
alguns aspetos conhecidos, então sê-lo-ão também noutros.
É utilizada nos casos em que queremos convencer o nosso interlocutor de que uma dada situação
comummente percebida como positiva é afinal negativa.
Se utilizarmos analogias fortes colocamo-nos em terreno favorável.
Para que um argumento por analogia possa ser considerado forte devemos responder afirmativamente às
duas primeiras e negativamente à terceira:
Argumentos de autoridade
Uma vez que a vida é demasiado breve e as nossas capacidades inteletuais são limitadas, não nos é
possível investigar e descobrir tudo sozinhos.