Bases Farmacológicas Da Farmacoterapia Com ANTIBIÓTICO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 141

Bases Farmacológicas da Farmacoterapia com

ANTIBIÓTICOS
Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Júnior
Farmacêutico Clínico
Farmacêutico Esteta
Doutor em Biotecnologia
Pós-doutorado em Biociências

Outubro/2023
1
CONTATOS

@jrvalasques

[email protected]

73 9 9954 3481

2
Gildomar Lima Valasques Júnior
• Farmacêutico, graduado em Ciências Farmacêuticas pela
Universidade Estadual de Feira de Santana. Mestre e doutor em
Biotecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da
Universidade Estadual de Feira de Santana. Especialista em Gestão da
Assistência Farmacêutica pela Universidade Federal de Santa
Catarina. Especialista em saúde estética e cosmética pela Faculdade
Cathedral. Estágio de pós-doutorado pelo programa de Biociências do
IMS/CAT UFBA. Docente do Programa de Pós-graduação em Ciências
Farmacêuticas da UEFS. Docente e Coordenador do Programa de Pós-
graduação em Bioquímica e Biologia Molecular PMBqBM-UESB.

3
SUMÁRIO
• Introdução • Polimixina B • Referências
• β-Lactâmicos • Sulfonamidas • Atividades de Fixação
• Penicilinas • Quinolonas
• Cefalosporinas • Aminoglicosídeos
• Carbapenêmicos • Tetraciclinas
• Monobacâmicos
• Clorafenicol
• Inibidores de β-lactamase
• Macrolídeos
• Glicopeptídeos
• Vancomicina
• Lincosamidas
• Clindamicina
• Teicoplanina
• Considerações finais
4
Contextualização sobre as principais infecções
bacterianas
• Acesse o QrCode a seguir e escreva 3 infecções bacterianas que
você considera mais frequente/significativa

5
Estamos
preparados?

6
Introdução
• Muitas doenças que anteriormente eram consideradas fatais, hoje podem ser
tratadas com antimicrobianos.
• Antimicrobianos são fármacos altamente potentes e específicos
• Agem no microrganismo e não no hospedeiro
• Mecanismos de ação incluem:
• Ação na parede celular
• Interferem na síntese de proteínas
• Interferem na síntese de nucleotídeos
• Agem na replicação do DNA

7
Introdução
• Antimicrobianos podem selecionar cepas resistentes
• Uso não racional
• Fármacos disponíveis tem diminuído sua eficácia devido a
mecanismos de resistência
• Esforços são necessários para evitar o surgimento de cepas altamente
resistente a farmacoterapia disponível atualmente

8
Histórico
• Em 1928 foi realizada a primeira observação da penicilina pelo pesquisador
Alexander Fleming
• Em 1938 a penicilina foi isolada e em 1940 o primeiro paciente foi tratado e
curado com penicilina.
• Em 1944 foi isolada o primeiro fármaco da classe dos aminoglicosídeos produzido
por um microrganismo do solo
• A estreptomicina
• Em 1945 a bacitracina
• Em 1947 foi descoberto o clorafenicol
• Em 1948 a Clortetraciclina
• Em 1952 a eritromicina
• Em 1955 a vancomicina e as cefalosporinas
• Em 1987 o ciprofloxacino
9
ANTIMICROBIANOS

Substâncias químicas que inibem o


crescimento ou provocam a
destruição dos micro-organismos

Produzidos através de micro-organismos


como bactérias, fungos, e outros, ou
sintetizados total ou parcialmente.

Uma das drogas mais utilizadas na


terapêutica
10
 ANTIBIÓTICO: Substância química, produzida por
microrganismos, ou os seus equivalentes sintéticos, que
tem a capacidade de, em pequenas doses, inibir o
crescimento (bacteriostático, fungiostático) ou destruir
(bactericida, fungicida) microorganismos causadores de
doenças.

FATORES DETERMINANTES NA
PRESCRIÇÃO DE ANTIMICROBIANOS

√ PACIENTES
√ AGENTE ETIOLÓGICO Idade, condições patológicas
Identificação do agente prévias (nefropatias, hepatopatias e
outras) gravidez e fatores genéticos.

√ ANTIMICROBIANO ESPECÍFICO
11
Locais de ação das classes de agentes
antibacterianos

GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia: As bases fisiopatológicas da farmacoterapia. 2. ed. Guanabara Koogan, 2009. p. 533.
12
Resistência microbiana
• Reflexão:

“...Não é exagero dizer que estamos entrando novamente na era pré-antibiótico,


com muitas infecções bacterianas gram-negativa nosocomiais resistentes aos
antibióticos disponíveis.”

DANDAN, R.; BRUNTON, L. Manual de Farmacologia e Terapêutica de Goodman & Gilman. 2.ed. Mc Graw Hill, 2015. p. 894.

13
β-Lactâmicos
• Antimicrobianos que possuem em comum uma estrutura e o
mecanismo de ação;
• Atuam na parede celular de bactérias gram-positivas e gram-
negativas;
• Essa classe incluem:
• Penicilinas
• Cefalosporinas
• Carbapenêmicos
• Monobactâmicos
• Inibidores de β-lactamases
14
β-Lactâmicos
• Mecanismo de ação
• Inibição da transpeptidase, inibindo a
formação da ligação cruzada na parede
de peptidoglicano, comprometendo a
estrutura da parede celular da bactéria

15
β-Lactâmicos
• Mecanismo de ação
• Inibição da transpeptidase, inibindo a formação da ligação cruzada na parede
de peptidoglicano, comprometendo a estrutura da parede celular da bactéria

16
β-Lactâmicos
• Localização da transpeptidase em bactérias gram-positivas e gram-
negativas

17
β-Lactâmicos
• Mecanismos de resistência
Alterações das
β-Lactamases Bomba de Efluxo
Transpeptidases

18
β-Lactâmicos
• β-Lactamases
• Tipo A – ESBL: β-Lactamases de espectro ampliado
• Hidrolisam penicilinas, algumas cefalosporinas e alguns casos, carbapenemicos
• Incluem a KPC Carbapenemase
• Hidrolisam os Carbapenêmicos
• Produzidas por Enterobacteriaceae
• Resistentes a todas as penicilinas, incluindo inibidores de β-lactamase e cefalosporinas de
espectro ampliado, e Aztreonam
• Tipo B – MBL: Metalo-β-Lactamases
• Resistente a todas as penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos
• Destroem todos os β-lactâmicos, exceto Aztreonam
• Sensíveis aos novos inibidores de β-Lactamases
• Avibactam
• Vaborbactam
19
β-Lactâmicos
• β-Lactamases
• Tipo C – AmpC
• Hidrolisa penicilinas, incluindo inibidores de β-Lactamases tradicionais e cefalosporinas
até 3° geração;
• Os carbapenêmicos são resistentes à ação das AmpC
• Cefalosporina de 4° geração em dose alta tem estabilidade a AmpC
• São Codificadas por cromossomo e induzidas por alguns antibacterianos:
• Benzilpenicilinas
• Ampicilina
• Amoxicilina
• Cefazolina
• Cefalotina
• Imipinem

20
β-Lactâmicos
• β-Lactamases
• Tipo D – Oxacilinases (OXA)
• Hidrolisa a oxacilina
• São resistentes aos inibidores de β-Lactamases convencionais
• Família extensa e espectro de inibição variável
• Podem conferir resistência a todas as penicilinas e quase todas as cefalosporinas
• ESBL tipo OXA
• Podem conferir resistência a todos os carbapenêmicos
• Carbapenemases tipo OXA
• Principais espécies de bactérias envolvidas na produção de OXA
• Acinetobacter baumannii
• Enterobactérias
• Klebsiella pneumoniae (OXA-48)
• Sensíveis a Ceftazidima e Cefepima 21
β-Lactâmicos - PENICILINAS

22
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Um dos grupos mais importantes de antibióticos
• Química:
• Anel tiazolidina (A)
• Anel β-lactâmico (B)
• Cadeia Lateral R
• A cadeia lateral determina muitas das características
farmacológicas das penicilinas
• Penicilinas semissintéticas podem ser produzidas a partir do
anel 6-aminopenicilâmico

23
β-Lactâmicos - PENICILINAS

24
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Penicilina G e V
• Penicilina V é estável em meio ácido e, portanto, possui biodisponibilidade
por via oral;
• Penicilina G administrada pela via intramuscular, fornece um depósito para
liberação prolongada (Benzatina ou Procaína);
• Duração média de atividade após administração intramuscular de 1.200.000 de unidades
é de 26 dias
• Utilizada para profilaxia de febre reumática com administração mensal
• São excretadas via renal por filtração glomerular (10%) e secreção tubular
(90%)
• Ajuste de dose na função renal comprometida
• Largamente utilizada para faringite estreptocócica
• Estafilococos são altamente resistentes às penicilinas G e V 25
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Penicilina G e V - Indicações terapêuticas
• Infecções estreptocóccicas
• Streptococcus pyogenes β-hemolítico do grupo A
• 1.200.00 unidades em dose única
• Sífilis
• Todas as fases (primária, secundária, latente e terciária)
• 2.400.000 unidades por aplicação
• Listeria monocytogenes
• 15 a 20 milhões de unidades via parenteral, por no mínimo 2 semanas.
• Infecções meningocóccicas
• 20 a 24 milhões de unidades ao dia (infusão contínua ou fracionado a cada 3h) por no
mínimo 14 dias

26
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Penicilina G e V - Profilaxia
• Infecções estreptocóccicas
• Recidiva de febre reumática
• Sífilis
• Listeria monocytogenes
• 15 a 20 milhões de unidades via parenteral, por no mínimo 2 semanas.
• Procedimento cirúrgico em doença valvar

27
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Oxacilina
• Considerada penicilina resistente à β-lactamase
• Indicado para infecções por estafilococos produtores de β-lactamases
• Administrado por via intramuscular ou intravenosa
• Posologia:
• Infecção leve a moderada
• 250 a 500mg a cada 4 a 6 horas
• Infecções graves
• 1 a 2g a cada 4 a 6 horas

28
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Ampicilina
• Boa absorção por via oral
• Altamente sensíveis à ação das β-lactamases
• Listeria monocytogenes e meningococos são sensíveis
• Dose de 2g EV a cada 4h
• Comumente os pneumococos apresentam resistência
• Muitas vezes associado ao inibidor de β-lactamase, sulbactam.
• Dose usual
• 500mg a cada 6h

29
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Amoxicilina
• Boa absorção por via oral
• Via exclusiva e com maior biodisponibilidade que a ampicilina
• Altamente sensíveis à ação das β-lactamases
• Ativo contra patógenos das vias aéreas superiores
• S. pyogenes
• S. pneumoniae
• H. influenzae
• Muitas vezes associado ao inibidor de β-lactamase, clavulonato Na/K.
• Dose usual
• 500 a 850mg a cada 8 a 12h

30
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Amoxicilina e Ampicilina – Usos Clínicos
• Infecções do trato superior e inferior
• Otites
• Sinusites
• Pneumonia
• Infecções do TGI
• Shigelose (Ampicilina)
• Listeria monocytogenes (Ampicilina)
• Sempre pensar em resistência microbiana
• Inativas contra:
• Pseudomonas aeruginosas
• Klebsiella sp.
• Citrobacter sp.
• Enterobacter sp. 31
β-Lactâmicos - PENICILINAS
• Piperacilina (TAZOCIN)
• Penicilina antipseudomonas
• Ativas contra Klebsiella sp.; Proteus sp.; Espécies de enterobacter.
• Associada com inibidor de β-lactamase
• Tazobactan
• Apresenta o espectro mais amplo de todas as penicilinas
• Ativa contra anaeróbios quando associado com Tazobactan
• Indicações:
• Infecções graves por bactéria gram-negativa
• Sepse
• Pneumonia
• Pielonefrite
32
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS

• Tem como estrutura padrão o núcleo cefêmico


• Ácido 7-aminocefalosporânico
• Alterações no carbono 7 do núcleo cefêmico estão associadas a
alteração na atividade antibacteriana

33
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Tem como estrutura padrão o núcleo cefêmico
• Ácido 7-aminocefalosporânico
• Alterações no carbono 7 do núcleo cefêmico estão associadas a
alteração na atividade antibacteriana

34
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Tem como estrutura padrão o núcleo cefêmico
• Ácido 7-aminocefalosporânico
• Alterações no carbono 7 do núcleo cefêmico estão associadas a
alteração na atividade antibacteriana

35
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Tem como estrutura padrão o núcleo cefêmico
• Ácido 7-aminocefalosporânico
• Alterações no carbono 7 do núcleo cefêmico estão associadas a
alteração na atividade antibacteriana

36
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Classificação
• As gerações são classificadas de acordo com a estrutura química,
farmacologia clínica, resistência à β-lactamase.
• Primeira geração:
• Boa atividade contra gram-positiva
• Relativamente moderada para gram-negativa
• Segunda geração
• Boa atividade contra gram-positiva
• Ligeiramente aumentada para gram-negativa, em comparação à primeira geração
• Terceira geração
• Menos ativas para bactérias gram-positivas, quando comparada com primeira e segunda
geração
• Atividade muito mais elevada para gram-negativa
• Quarta geração
37
• Espetro superior à de terceira geração e mais resistente à β-lactamase
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de primeira geração
• Cefalexina, cefazolina, cefalotina e cefadroxila são representante do grupo
• Ativos contra cocos gram-positivos (pneumococos, estafilococos e
estreptococos)
• Atividade baixa contra estafilococos resistentes à meticilina
• Ativos contra E. coli, K. pneumoniae e Proteus mirabilis
• Baixa cobertura para Pseudomonas aeruginosas, Enterobacter sp.,
Cidrobacter sp. e Acinetobacter

38
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de primeira geração
• Cefalexina e cefadroxila possuem boa absorção oral
• Altas concentrações na urina
• Doses usuais
• Cefalexina 500mg a 1.000mg a cada 6 horas, (Via Oral)
• Cefadroxila 500mg a 1.000mg a cada 12h ou a cada 24h (Via Oral)

• Cefazolina e cefalotina estão disponíveis na apresentação parenteral


• Usados para profilaxia cirúrgica
• Uso Endovenoso ou Intramuscular
• Cefazolina: 250mg a 1.000mg a cada 6 a 8 horas
• Cefalotina: 500mg a 2.000g a cada 4 a 6 horas

39
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de segunda geração
• Cefaclor e Cefuroxima são os representantes desta classe
• Cefaclor:
• Utilizados por via oral
• Posologia: 250 a 500mg a cada 8 horas
• Cefuroxima:
• Utilizado por via oral, Intramuscular ou endovenosa
• Oral: 250 a 500mg a cada 12 horas
• Parenteral: 750mg a 1.500mg a cada 8 horas

40
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de terceira geração
• Ceftriaxona (Rocefim) e Ceftazidima (Torgena) são representante da classe
• Ceftriaxona
• Meia-vida que permite administração de 12/12h ou até 1x ao dia
• Eficaz no tratamento da meningite
• Dose para Sistema Nervoso Central 2g a cada 12h
• Associado à Vancomicina no tratamento empírico, quando suspeita de Peneumococo
• Associado à ampicilina quando suspeita de Listeria monocytogenes
• Usada no tratamento da gonorreia em dose única
• Evitar uso em tratamento de infecção por Enterobacter
• Emergência de resistência induzida

Não necessita de ajuste de dose no


comprometimento da função renal 41
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de terceira geração - Ceftazidima + Avibactam
• Trata-se de uma associação de uma cefalosporina de 3° geração e um inibidor
de β-lactamase
• Indicado para tratar infecções causadas por agentes sensíveis à Ceftazidima +
Avibactam, com dose usual de 2g/0,5g de 8/8h

42
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de terceira geração - Ceftazidima + Avibactam
• Indicado para tratar infecções causadas por agentes sensíveis à Ceftazidima +
Avibactam, com dose usual de 2g/0,5g de 8/8h

43
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de terceira geração - Ceftazidima + Avibactam
• Tempo de tratamento para as condições de infecção

44
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de terceira geração - Ceftazidima + Avibactam
• Farmacocinética
• Baixa ligação à proteína plasmática 10 e 8% respectivamente
• Alta distribuição pelo tecido subcutâneo e leite materno
• Não sofre metabolismo renal ou hepático
• Não necessita ajuste de dose na lesão renal leve a moderada
• Excreção predominantemente renal
• Necessita de ajuste de dose em CLCr abaixo de 50mL/min

45
Ceftazidima Avibactam
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de terceira geração - Ceftazidima + Avibactam
• Farmacocinética
• Ajuste de dose na alteração da função renal

46
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de quarta geração
• Cefepima é o principal representante da classe
• Resistente à ação de β-Lactamases cromossômicas
• Útil no tratamento de infecções causadas por Enterobacter
• É hidrolisada por ESBL - β-Lactamases de espectro ampliado
• Boa atividade contra:
• P. aeruginosas
• S. aureus
• S. peneumoniae
• Boa permeabilidade no líquido cerebroespinhal
• Alternativa ao tratamento da meningite por H. influenzae e N. meningitidis

47
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de quarta geração
• Cefepima é o principal representante da classe
• Não é ativo contra:
• S. aureus resistente à meticilina
• Pneumococus resistentes à penicilinas
• Enterococus sp.
• Listeria monocytogenes
• Posologia adulto
• 1 a 2g a cada 8 a 12 horas
• Via de administração
• IV
• IM
48
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cefalosporina de quarta geração - Cefepima
• Ajuste de dose na função renal comprometida

49
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cafalosporina de quinta geração - Ceftarolina Fosfamila
• Trata-se de uma cefalosporina de quinta geração
• Indicado para tratar infecções causadas por agentes sensíveis à ceftarolina,
com dose usual de 600mg IV a cada 12 ou 24h

50
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cafalosporina de quinta geração - Ceftarolina Fosfamila
• Indicado para tratar infecções causadas por agentes sensíveis à ceftarolina
fosfamila em indivíduos acima de 18 anos

51
β-Lactâmicos - CEFALOSPORINAS
• Cafalosporina de quinta geração - Ceftarolina Fosfamila
• Farmacocinética
• Baixa ligação à proteínas plasmáticas
• Trata-se de um pró-fármaco que é convertido no fármaco ativo pelas fosfatase
• Não sofre metabolismo hepático
• Predominância de excreção renal (88%)
• Não necessita de ajuste de dose na insuficiência hepática
• Ajuste de dose em alteração da função renal

52
β-Lactâmicos - CARBAPENÊMICOS
• Carbapenêmicos são fármacos que contém o anel β-Lactâmico
acoplado a uma estrutura anular de 5 elementos, que diferem das
penicilinas por ser insaturado e conter um átomo de carbono no lugar
do átomo de enxofre

Carbapenema 53
β-Lactâmicos - CARBAPENÊMICOS
• Imipiném
• Usado em associação com a Cilastatina
• Inibe a degradação do Imipiném por uma dipeptidase tubular renal
• Bastante resistente à maioria das β-Lactamases
• Ativo contra:
• S. pneumoniae
• Enterococos sp. (exceto E. faecium)
• Estafilococos
• Listeria sp.
• A maioria das cepas de Pseudomonas e Acinetobacter é resistente
• Não tem absorção por via oral
• Usado empiricamente em pacientes graves hospitalizados que já fizeram uso
de penicilinas e cefalosporinas 54
β-Lactâmicos - CARBAPENÊMICOS
• Imipiném
• Indicações de uso
• Infecções no Trato Respiratório Inferior
• Infecções no Trato Urinário
• Infecções intra-abdominais
• Infecções em ossos e articulações
• Infecções em pele e tecidos moles
• Endocardite causada por Staphylococcus aureus
• Septicemia
• Dose usual em adulto
• 250 a 1.000mg a cada 6 a 8 horas

55
β-Lactâmicos - CARBAPENÊMICOS
• Meropeném
• Bastante resistente à maioria das β-Lactamases, inclusive ESBL
• Ativo contra:
• S. pneumoniae
• Enterococos sp. (exceto E. faecium)
• Estafilococos
• Listeria sp.
• Pseudomonas aeruginosas
• Não tem absorção por via oral
• Usado empiricamente em pacientes graves hospitalizados que já fizeram uso
de penicilinas e cefalosporinas

56
β-Lactâmicos - CARBAPENÊMICOS
• Meropeném
• Dose usual
• 500mg a 1g a cada 8 horas
• Máximo de 6g por dia
• Ajuste de dose no comprometimento renal
• Clcr > 50mL/min: Não é necessário ajustes de dose.
• Clcr 26-50mL/min: A dose recomendada a cada 12 horas.
• Clcr 10-25 mL/min: Dar a metade da dose recomendada a cada 12 horas.
• Clcr < 10 mL/min: Dar a metade da dose recomendada a cada 24 horas.

57
β-Lactâmicos - CARBAPENÊMICOS
• Ertapeném
• Meia-vida mais longa, o que permite administrar 1x ao dia
• Atividade inferior que outros carbapenêmicos contra P. aeruginosa
• Espectro de cobertura contra gram-positivos, Enterobacteriaceae e
anaeróbios
• Interessante para tratar infecções intra-abdominais
• Dose usual:
• 1g ao dia

58
β-Lactâmicos - MONOBACTÂMICO
• Aztreonam
• Único representante da classe disponível
• Resistentes à maioria das β-Lactamases
• Exceto a KPC
• Atividade antimicrobiana se aproxima do espectro dos aminoglicosídeos
• Ativo apenas contra bactérias gram-negativas
• Não possui qualquer atividade contra bactéria gram-positiva e/ou anaeróbios
• Atividade excelente contra P. aeruginosas e H. influenzae
• Uso intramuscular ou intravenosa

59
β-Lactâmicos - MONOBACTÂMICO
• Aztreonam
• Usados para as seguintes indicações:
• Infecção do trato urinário que não respondem ao tratamento convencional
• Sepse causado por microrganismos gram-negativos
• Infecções pélvicas
• Infecções respiratórias
• Infecções intra-abdominal
• Dose usual

60
β-Lactâmicos - MONOBACTÂMICO
• Aztreonam
• Ajuste posológico no comprometimento da função renal
• ClCr acima de 30mL/min
• Usar dose padrão
• ClCr entre 10 e 30mL/min
• Iniciar com dose usual, seguida de 50% da dose 6, 8 ou até 12h
• ClCr abaixo de 10mL/min, inclusive hemodiálise:
• Iniciar com dose usual, seguida de ¼ da dose a cada 6, 8 ou até 12h
• Administrar 1/8 da dose após cada sessão de hemodiálise. Aztreonam
• Cuidados com a função hepática
• Não há dados que contraindique o uso em pacientes com insuficiência renal
• Monitorar função hepática de pacientes com uso de Aztreonam

61
Inibidores de β-Lactamases
• Moléculas que inativam irreversivelmente as β-Lactamases
• Mais ativos contra β-Lactamases codificadas por plasmídeos (Classe A)
• Inativa contra β-Lactamases cromossômicas induzidas por cefalosporinas
de 2° e 3° gerações (classe C)

Ácido Clavulânico Sulbactam Tazobactam Avibactam 62


Glicopeptídeos
• Vancomicina:
• Glicopeptídeo de peso molecular igual a 1.500Da, hidrossolúvel e estável
• Ativo apenas contra bactérias gram-positivas
• Mecanismo de ação
• Inibe a síntese da parede celular por meio de sua ligação firme à extremidade terminal
D-AlaD-Ala do pentapeptídeo peptidoglicano em crescimento;
• A ligação da vancomicina inibe a transglicosilase, impedindo o alongamento do
peptidoglicano e a ligação cruzada
• Enfraquece a parede celular de peptidoglicano

Vancomicina

63
Glicopeptídeos - Vancomicina
• Mecanismo de ação

64
Glicopeptídeos - Vancomicina
• Mecanismo de resistência
• D-Ala é substituído por D-Lactato

65
Glicopeptídeos - Vancomicina
• Farmacocinética
• Pouco absorvida no trato gastrointestinal
• Usado para tratamento de colite associada a antibióticos causada por C.
difficile
• Possui distribuição no líquido cérebroespinhal de 7 a 30% quando as
meninges estão inflamadas
• Indicações clínicas
• Associação com ceftriaxona na meningite com suspeita de Pneumococo
resistente à penicilinas
• Colite associada a antibióticos causada por C. difficile que não respondem ao
metronidazol
• 0,125 a 0,250mg a cada 6 horas
• Tratamento de infecções causadas por espécies de estafilococos e
estreptococos. 66
Glicopeptídeos - Vancomicina
• Doses usuais em adulto:
• EV (a dose deve ser calculada a partir do peso real):
• Dose de ataque de 25-30mg/kg seguida de 15 a 20mg/kg/dose a cada 8 ou 12 horas
• 2.000mg/dose
• Ajuste de dose na alteração da função renal
• Clcr 20-49mL/minuto: Inicia com 15 a 20mg/kg/dose (usual: 750-1500mg) a cada 24
horas;
• Clcr < 20mL/minuto: Intervalos mais longos, conforme concentração sérica.
• Insuficiência hepática:
• Não é necessário ajuste de dose

Vancomicina

67
Glicopeptídeos - Teicoplanina
• Mecanismo de ação e espectro semelhantes à Vancomicina
• Pode ser administrado por via IM e EV
• Administração de dose única diária
• Meia-vida longa (45 a 70 horas).
• Posologia em adultos:
• IM e EV: 3 doses de 400mg IV a cada 12 horas, seguida de uma dose de manutenção
de 400mg EV ou IM 1 vez/dia -
• dose padrão de 400mg corresponde a aproximadamente 6mg/kg.
• Pacientes com endocardite ou queimaduras graves: 12mg/kg/dia;
• Profilaxia de endocardite: 400mg (6mg/kg) no momento da indução anestésica;
• Diarreia por Clostridium difficile: 200mg VO 2 vezes/dia por 7-14 dias.
68
Glicopeptídeos - Teicoplanina
• Ajuste de dose na alteração da função renal
• Até o quarto dia de tratamento: dose padrão
• A partir do quarto dia de tratamento:
• ClCr 40-60 mL/minuto: Administrar 50% da dose inicial a cada 24h ou 100% a cada dois dias;
• ClCr < 40 mL/minuto: 1/3 da dose inicial ou 100% a cada três dias.
• Mecanismo de ação

Teicoplanina
69
Glicopeptídeos - Teicoplanina
• Mecanismo de ação
• Inibe a transglicosilase

70
Polimixina B
• Fármaco indicado no tratamento de Pseudomonas aeroginosas e
outros agentes infecciosos sensíveis:

• Todas as bactérias Gram-positivas, fungos e cocos Gram-negativos, N.


gonorrhoeae, N. meningitidis, possuem resistência ao sulfato de
polimixina B

71
Polimixina B
• Dose IV:15.000 a 25.000UI/Kg por dia dividido em duas tomadas
• Dose IM: 25.000 a 30.000UI/Kg por dia, dividido em 4 tomadas
• Ajuste posológico na alteração da função renal

Não ajusta a dose pela função renal em


caso de Sepse (ILAS, 2022)

Cada mg corresponde à 10.000UI 72


Polimixina B
• O sulfato de polimixina B é um dos grupos de antibióticos
polipeptídicos básicos derivados da polymyxa B (B. aerosporus). O
sulfato de polimixina B é o sal sulfato das polimixinas B1 e B2, que são
produzidas pelo crescimento do Bacillus polymyxa.

73
Polimixina B
• Mecanismo de ação

74
Sulfonamidas
• Foram os primeiros agentes antibacterianos usados por via sistêmica
para profilaxia e tratamento de infecções bacterianas
• Com o advento das penicilinas, as sulfonamidas desempenham um
papel secundário no arsenal terapêutico de infecções bacterianas
• Possuem ampla faixa de ação antimicrobiana contra bactérias gram-
positivas e gram-negativas
• A resistência microbiana às sulfonamidas tem sido comum, o que limita o uso
dessa classe
• O efeito é bacteriostático, sendo assim, os mecanismos de defesa
humoral e celular do hospedeiro torna-se essencial
75
Sulfonamidas
• Estrutura química de sulfonamidas:

76
Sulfonamidas
• Espectro antibacteriano
• Têm diminuído muito por conta do crescimento da resistência microbiana
• Foi usada por muito tempo com sucesso no tratamento da meningite
• Atualmente as cepas de N. meningitidis são resistentes às sulfonamidas
• Associação com trimetoprima potencializa o efeito na meningite
• Ação contra Shigella e E. coli
• Considerar resistência microbiana

77
Sulfonamidas
• Mecanismo de ação
• Inibidor competitivo da di-hidropterolato-sintetase
• Enzima envolvida diretamente na síntese de ácido fólico
• Associação com a trimetroprima
• Inibidor da di-hidrofolato redutase
• Potencializa o efeito inibidor da síntese de ácido fólico.
• Mecanismos de resistência
• Permeabilidade celular reduzida
• Produção excessiva de di-hidrofolato redutase
• Pode ser transferida por plasmídeos
• Disseminação rápida da resistência

78
Sulfonamidas
• Farmacocinética
• Muitas são absorvidas por via oral
• Ampla distribuição pelos tecidos
• Pico plasmático acontece entre 2 a 6 horas após administração oral
• Sobre metabolismo hepático
• Metabólitos inativos são eliminados por filtração glomerular
• Ajuste de dose na insuficiência renal
• Sulfonamida de uso tópico
• Sulfadiazina de prata
• Profilaxia nas queimaduras
• Sulfassalazina é pouco absorvida no TGI
• Usada para colite ulcerativa e Colite
79
Sulfonamidas – Sulfametoxazol + Trimetoprima
• Usos clínicos
• Oral:
• Tratamento de fibrose cística e DPOC, ciclosporíase, granuloma inguinal, profilaxia e
tratamento de pneumocistose, encefalite por Toxoplasma, tratamento de Shigelose e
infecções do trato urinário.
• EV
• Tratamento de meningite bacteriana, pneumocistose, encefalite por Toxoplasma,
Shigelose, infecção do trato urinário por Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp.,
Morganella morganii, Proteus mirabilis e Proteus vulgaris.

80
Hospital Sírio-Libanês, disponível em: https://guiafarmaceutico.hsl.org.br/sulfametoxazol-a-trimetoprima-b
Sulfonamidas – Sulfametoxazol + Trimetoprima
• Dose em adultos:
• VO:
• 800mg/160mg ou 20mL da suspensão a cada 12h.
• Pneumocistose: 15-20mg/kg/dia de Trimetoprima dividida a cada 6-8h.
• Profilaxia em pacientes imunocomprometidos: 400/80 a 800mg/160mg 1x/dia ou
800mg/160mg 3x/semana.
• EV (80/16mg ampola com 5mL):
• Bacteremia: 3-5mg/kg de Trimetoprima a cada 8h.
• Meningite bacteriana: 10-20mg/kg/dia de Trimetoprima dividida a cada 6-12h.
• Encefalite por toxoplasma: 10mg/kg/dia de Trimetoprima dividida a cada 12h por 6
semanas.
• Shigelose: 8-10mg/kg/dia de Trimetoprima dividida em 2-4 doses por 5 dias.
• Infecção do trato urinário: 8-10mg/kg/dia de Trimetoprima em 2-4 doses por 14 dias.
81
Hospital Sírio-Libanês, disponível em: https://guiafarmaceutico.hsl.org.br/sulfametoxazol-a-trimetoprima-b
Sulfonamidas – Sulfametoxazol + Trimetoprima
• Efeitos adversos
• Anemia megaloblástica
• Leucopenia
• Granulocitopenia
• Náuseas, vômitos
• Febre medicamentosa
• Vasculite
• Exantemas
• Elevações de ALT e AST
• Reações na pele

82
Quinolonas
• A primeira quinolona utilizada foi o ácido nalidíxico
• São ativas contra diversas bactérias gram-positivas e gram-negativas
• Excelente atividade contra bactérias gram-negativas
• Atividade limitada contra bactérias gram-positivas

Estrutura base de uma quinolona Ácido nalidíxico Norfloxacino 83


Fluorquinolonas

84
Quinolonas
• Mecanismo de ação
• Inibem a Topoisomerase I (DNA-girase) e a Topoisomerase IV
• Impede o relaxamento do DNA positivamente superespiralado (DNA girase)
• Interfere na separação do DNA cromossomial replicado

85
Fluorquinolonas
• Farmacocinética

86
Fluorquinolonas
• Espectro antibacteriano
• Efeito Bactericida
• E. coli
• Salmonela
• Shigella
• Enterobacter
• Campylobacter
• Neisseria
• Estafilococos sensíveis à meticilina
• Atividade contra Estreptococos se limita a:
• Levofloxacino
• Gatifloxacino
• Moxifloxacino
• Gemifloxacino tem cobertura contra anaeróbios 87
Fluorquinolonas
• Espectro antibacteriano
• Cobertura ampliada para gram-positivos (quinolonas respiratórias):
• Levofloxacino
• Gatifloxacino
• Gemifloxacino
• Moxifloxacino
• Resistência à infecções gonocócicas tem limitado seu uso
• Preferir Ceftriaxona IM dose única de 250 a 500mg
• Ciprofloxacino tem sido utilizado na profilaxia do Antraz
• Tem sido utilizado como parte do esquema de poliquimioterapia da
tuberculose

88
Fluorquinolonas
• Usos clínicos
• Infecções do trato urinário
• Ácido nalidíxico
• Norfloxacino
• Ciprofloxacino
• Prostatite
• Norfloxacino
• Ciprofloxacino
• Infecções sexualmente transmissíveis
• Inativa contra Tremponema pallidum
• Alternativa à infecções por Clamídia
• Infecções por N. gonorrhoeae (verificar resistência microbiana)

89
Fluorquinolonas
• Usos clínicos
• Infecções do trato gastrointestinal
• Diarreia do viajante por E. coli enteropatogênica
• Shigelose
• Febre entérica causada por S. typhi
• Infecções do trato respiratório
• Pneumonia adquirida na comunidade
• Usar quinolonas respiratórias
• Infecções de ossos, articulações e tecidos moles
• Osteomielite crônica
• Pés diabéticos
• Associado a cobertura de anaeróbios por outra classe

90
Fluorquinolonas
• Efeitos adversos
• Desconforto abdominal
• Colite causara por C. difficile
• Gatifloxacino foi associado a hipoglicemia e/ou hiperglicemia em idosos
• Cuidado com pacientes com diabetes mellitus
• Tendinite ou ruptura de tendão em idosos
• Associado ao uso concomitante de corticosteroide
• Insuficiência renal aumenta o risco
• Não recomendado para menores de 18 anos
• Compromete a cartilagem e o crescimento
• Provoca artropatia reversível
• Avaliar o risco x benefício
• Contraindicada para gestante 91
Aminoglicosídeos
• Fármacos usados para tratamento de infecções por bactérias
aeróbicas gram-negativas
• Tem atividade bactericida, por mais que interfira na síntese de
proteínas
• Não são absorvidos por via oral
• Baixa penetração no líquido cerebroespinhal
• Sua toxicidade muitas vezes limita seu uso
• Nefrotoxicidade
• Ototoxicidade
• Bloqueio neuromuscular não-despolarizante, causando potencialmente
paralisia respiratória.
92
Aminoglicosídeos
• Possuem um anel de hexose, no qual diversos açucares se ligam por
ligações glicosídicas

Amicacina

93
Aminoglicosídeos
• Mecanismo de ação
• Induz um erro de leitura e uma finalização precoce da tradução do mRNA
• Ação no Ribosomo 30S

94
Aminoglicosídeos
• Mecanismo de ação

95
Aminoglicosídeos
• Mecanismo de ação
• Os aminoglicosídeos atravessam os poros aquosos da membrana externa das
bactérias gram-negativas
• Para atravessar a membrana interna, é necessário um transporte ativo
dependente de ATP
• Condições anaeróbias limitam essa etapa
• Associação sinérgica com drogas que destroem a parede celular, potencializa
o efeito bactericida dos aminoglicosídeos
• Polimixina B
• Vancomicina
• β-Lactâmicos
• Efeito pós-antibiótico
• Efeito dura horas após as concentrações plasmáticas reduzem a níveis muito baixos.
96
Aminoglicosídeos
• Mecanismos de resistência microbiana
• Produção de enzimas transferases
• Inativação dos aminoglicosídeos por adenilação
• Alteração ou eliminação de proteínas de transporte pelas membranas
• Alteração da subunidade 30S e dificuldade de ligação do fármaco (incomum)

97
Aminoglicosídeos
• Espectro antibacteriano

98
Aminoglicosídeos
• Farmacocinética
• Baixa absorção por via oral
• Apresentações parenterais
• Intramuscular (IM)
• Endovenosa (EV)
• Geralmente são administrados por via EV por 30 a 60 min
• Baixa distribuição para o Sistema Nervoso Central
• Meia-vida de 2 a 3 horas
• Aumenta para 24 a 48 horas na função renal comprometida
• Considerar dose única diária, ao invés de doses fracionadas
• Morte das bactérias é dose dependente
• Efeito residual pós-dose
• ​Pacientes obesos dever ter o cálculo da dose baseado no peso ideal
• Baixa distribuição pelo tecido adiposo 99
Aminoglicosídeos
• Posologia
• Amicacina
• IV ou IM:
• 15 a 20 mg/kg/dia dose única diária (para pacientes com função renal normal) ou
• 5 - 7,5mg/kg/dose a cada 8h
• Insuficiência renal:
• Clcr ≥ 50mL/minuto: Não é necessário; 2

• Clcr 10-50mL/minuto: Administrar a cada 24 - 72h com base no nível sérico; 2

• Clcr < 10mL/minuto: Administrar a cada 48 - 72h com base no nível sérico
• Gentamicina
• IM e EV: 5mg/kg/dia.
• Inalatória: 20 a 40mg a cada 8-12h.
• Ajustar a dose na insuficiência renal
100
Aminoglicosídeos
• Posologia
• Tobramicina
• Infecções em geral: 1 mg/kg/dose a cada 8h, por 7 a 10 dias.
• Infecções com risco de morte: 4 a 7 mg/kg/dia.
• Pacientes com fibrose cística: 2,5 mg/kg/dose a cada 6h.
• Meningite bacteriana por Pseudomonas aeruginosa: 5 mg/kg/dia divididos a cada 8h
• Ajuste de dose na insuficiência renal
• ClCr ≥ 60 mL/min: não é necessário ajustes de dose;
• ClCr 40 - 59 mL/min: administrar a cada 12 horas.
• ClCr 20 - 39 mL/min: administrar a cada 24 horas.
• ClCr < 20 mL/min: dose de ataque e ajustar conforme as concentrações séricas.

101
Tetraciclinas
• Antibacterianos de amplo espectro
• Gram-positivo
• Gram-negativo
• Aeróbios e anaeróbios
• Chlamydia e Mycoplasma
• Atividade bacteriostática
• Intrinsicamente são mais ativas contra gram-positivas que gram-
negativas
• Ativas contra Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA)
• Muitas Enterobacteriaceae e todas as P. aeruginosa são resistentes

102
Tetraciclinas

103
Tetraciclinas
• Mecanismo de ação
• Inibem a síntese protéica bacteriana por se ligar à porção 30S, impedindo o
acesso do aminoacil-tRNA ao local aceptor no ribossomo

104
Tetraciclinas
• Resistencia microbiana
• Diminuição do influxo do antibiótico para dentro da célula bacteriana
• Aquisição de uma via de efluxo
• Produção de proteína de proteção ribossômica
• Inativação enzimática das tetraciclinas
• Pode ocorrer resistência cruzada
• Farmacocinética
• Absorção oral incompleta
• Absorção elevada de doxiciclina e minociclina com o estômago vazio
• Tigeciclina não é absorvida por via oral
• Apresentação parenteral
• Cátios divalentes e trivalentes no TGI diminuem a biodisponibilidade oral 105
Tetraciclinas
• Farmacocinética
• Distribui para todos os tecidos e secreções, inclusive urina e próstata
• Acumulam-se no fígado, baço, ossos e dentinas
• Atravessam a placenta e penetram na circulação fetal
• São excretados no leite materno
• Não necessitam de ajuste de dose a alteração da função renal
• Ajuste de dose na alteração hepática
• Tigeciclina
• Podem apresentar efeitos de indução enzimática

106
Tetraciclinas
• Usos terapêuticos
• Primeira linha para tratamento de infecções por
• Riquétzias
• Micoplasmas
• Clamídias
• Infecções no trato respiratório
• Terapia empírica da pneumonia adquirida na comunidade
• Doxiciclina (ambulatorial)
• Tigeciclina (paciente hospitalizado)
• Infecções cutâneas e tecidos moles
• S. aureus resistentes à meticilina costumam ser sensíveis à tetraciclinas
• Tratamento de acne (Oxitetraciclina)

107
Tetraciclinas
• Usos terapêuticos
• Infecções intra-abdominais
• Tigeciclina tem sido eficaz nesses casos
• Infecções do Trato gastrointestinal
• Não tem cobertura, os microrganismos são geralmente resistentes
• Infecções do trato urinário
• Não tem cobertura, os microrganismos são geralmente resistentes
• Infecções sexualmente transmissíveis
• Uretrite por Clamídia
• Doxiciclina 100mg, 12/12h por 10 dias
• Azitromicina é preferível por ser dose única
• Sífilis primária, secundária e latente
• Pacientes não gravidas alérgicas à penicilinas.
108
• Não deve ser usada na neurosífilis
Tetraciclinas
• Usos terapêuticos
• Infecções por Riquétrias
• Febre maculosa (doença do carrapato)
• Antraz
• Profilaxia e tratamento
• 100mg 12/12h por 60 dias
• Profilaxia e tratamento de leptospirose
• Eventos adversos
• Desconforto gastrointestinal
• Colite peseudomembranosa por C. dificile
• Toxicidade renal
• Toxicidade hepática
• Coloração dos dentes em crianças 109
Tetraciclinas
• Tigeciclina
• Trata-se de um derivado da minociclina
• É o primeiro fármaco da classe das glicilciclinas
• Indicado para tratar infecções causadas por agentes sensíveis à Tigeciclina, com
dose de ataque de 100mg, seguida de 50mg a cada 12h
• Infecções complicadas de pele e tecidos moles
• Infecções intra-abdominais complicadas
• Pneumonia adquirida na comunidade

110
Tetraciclinas
• Tigeciclina
• Microrganismos sensíveis

111
Tetraciclinas
• Tigeciclina
• Microrganismos sensíveis

112
Tetraciclinas
• Tigeciclina
• Microrganismos sensíveis Pseudomonas aeruginosa é resistente à
Tigeciclina

113
Tetraciclinas
• Tigeciclina
• Farmacocinética
• Taxa de ligação à proteínas plasmáticas é de 71 a 89%
• Baixa taxa de metabolismo hepático
• 59% de excreção biliar/fecal a 33% pela urina
• Ajuste posológico na insuficiência hepática grave
• 100mg seguida de 25mg a cada 12h
• Não é necessário ajuste posológico na insuficiência renal
• Não é eliminada por hemodiálise
• Não é necessário ajustar a dose em idosos saudáveis

114
Clorafenicol
• Introduzido na prática clínica em 1948
• Efeito bacteriostático para bactérias gram-positivas, gram-negativas,
aeróbios e anaeróbios
• Provoca discrasias sanguíneas graves e Fatais
• Reservado para infecções potencialmente graves, quando o paciente
não pode receber fármacos mais seguros
• Avaliação do risco x benefício

115
Clorafenicol
• Microorganismos sensíveis ao clorafenicol
• S. pneumoniae
• H. influenzae
• Neisseria meningitidis Pseudomonas aeruginosa é resistente
• Nisseria gonorrheae ao clorafenicol
• Brucella sp.
• Mycoplasma
• Chlamydia
• Ryckettisia
• V. cholerae
• Salmonela
116
Clorafenicol
• Mecanismo de ação
• Liga-se à subunidade ribossômica 50S no local da peptidiltransferase e inibe a
transpeptidação

117
Clorafenicol
• Mecanismo de resistência
• Ação de acetiltransferases que acetilam o clorafenicol, inativando o fármaco
• Não conseguem se ligar à porção do ribossomo 50S

• Farmacocinética
• Distribui-se amplamente pelos líquidos corporais
• Atinge rapidamente concentrações terapêuticas no Líquido Cerebroespinhal
• Encontrado na bile, leite materno e líquido placentário
• Metabolismo principalmente hepático
• Ajustar a dose na disfunção hepática
• A meia-vida não sofre alteração na insuficiência renal
• Não necessita de ajuste de dose
118
Clorafenicol
• Usos terapêuticos
• Infecções onde o benefício supera o risco
• Febre tifoide
• Cefalosporina de 3° geração e quinolonas são preferíveis
• Alto índice de resistência ao clorafenicol
• Meningite bacteriana
• Foi substituído pelas cefalosporinas de 3° geração
• Infecções por riquétsias
• Tetraciclinas são fármacos de primeira escolha
• Dose e posologia
• 50-100mg/kg/dia em doses divididas a cada 6 horas.
• 4g/dia
119
Clorafenicol
• Toxicidade
• Exantemas cutâneos
• Toxicidade hematológica
• Anemia aplásica
• Leucopenia
• Trombocitopenia
• Náuseas, vômitos, diarreia
• Angioedema
• Atua como inibidor enzimático

120
Macrolídeos
• Eritromicina, claritromicina e azitromicina são representante da classe
• Tem efeito bacteriostático, podendo ser bactericida em doses mais
altas e microrganismos sensíveis

Claritromicina
121
Macrolídeos
• Mecanismo de ação
• Inibem a síntese proteica se ligando à subunidade ribossômicas 50S de
microrganismos sensíveis
• Impede a translocação

122
Macrolídeos
• Mecanismo de ação
• Inibem a síntese proteica se ligando à subunidade ribossômicas 50S de
microrganismos sensíveis
• Impede a translocação

123
Macrolídeos
• Mecanismos de resistência
• A resistência microbiana é codificada por plasmídeos
• Diminuição da permeabilidade à membrana, ou efluxo ativo
• Produção de esterases que hidrolisam os macrolídeos
• Enterobactérias
• Modificação do sítio ribossomal
• A resistência cruzada é comum entre os macrolídeos

124
Macrolídeos
• Usos clínicos
• Pneumonia adquirida na comunidade
• Infecções cutâneas e de tecidos moles
• Erisipela e Celulite em pacientes alérgicos à penicilinas
• Infecções por clamídia
• Azitromicina 1g em dose única
• Eritromicina 400mg a cada 6h por 7 dias
• Difteria
• Coqueluche
• Infecção por Campylobacter jejuni
• Infecção por H. pylori
• Profilaxia de endocardite
125
Macrolídeos
• Doses usuais
• Azitromicina
• Oral:
• 500mg/dia por 3 dias ou 500mg no primeiro dia e 250mg, 1 vez/dia, do segundo ao quinto
dia.
• Para infecções por Chlamydia trachomatis, Haemophilus ducreyi ou Neisseria gonorrhoeae: 1g
dose única ;
1,2

• EV:
• 500mg/dia.
• Eritromicina
• Oral: 250-500mg a cada 6-12 horas
• Claritromicina
• Oral: 250-500mg a cada 12 horas; UD: 500mg 1x/dia.
• EV: 1g/dia, divididos a cada 12 horas.

126
Macrolídeos
• Toxicidade
• Hepatotoxicidade
• Hepatite colestática com a eritromicina
• 10 a 20 dias após o início do tratamento
• Caracterizado por náuseas, vômitos e cólicas abdominais
• Toxicidade gastrointestinal
• Aumento da motilidade
• Toxicidade cardíaca
• Aumento do intervalo QT
• Reações na pele
• Erupções cutâneas

127
Lincosamidas - Clindamicina
• Apresenta espectro para cocos gram-positivos e anaeróbios
• Praticamente todos os bacilos gram-negativos aeróbios são
resistentes

128
Lincosamidas - Clindamicina
• Mecanismo de ação
• Liga-se à porção 50S do ribossomo bacteriano e suprime a síntese proteica
• Ação semelhante aos macrolídeos e o clorafenicol
• Não há indicação de uso concomitante destes fármacos

129
Lincosamidas - Clindamicina
• Indicações clínicas
• Infecções cutâneas e de tecidos moles por estreptococos e estafilococos
• Infecções anaeróbias por Bacteroides sp. e outros anaeróbios em infecções
mistas
• Doses usuais
• Oral:
• 600 a 1.800mg divididos a cada 6, 8 ou 12 horas;
• IM e EV:
• 1,2 a 2,7g divididos em 2, 3 ou 4 doses

130
Lincosamidas - Clindamicina
• Eventos adversos
• Diarreia
• Colite pseudomembranosa causada pela toxina do C. difficile
• Exantemas cutâneos
• Elevação de ALT e AST
• Granulocitopenia
• Trombocitopenia
• Flebite no local da administração
• Potencializa ação de bloqueadores musculares

131
Considerações Finais
• A antibioticoterapia deve ser prescrita de maneira racional e
selecionando a melhor terapia baseado na condição do paciente e no
agente etiológico;
• Sempre que possível, o antibiograma deve ser usado para confirmar o
agente etiológico e direcionar a farmacoterapia;
• Deve ser estimulado o uso racional, visto que, o número de bactérias
resistentes estão crescendo mais rapidamente que a descoberta de
novas drogas;
• Mesmo sendo medicamentos bastante seguros, é necessário avaliar
os riscos em determinadas condições de saúde.
132
Referências
BOSSA, A. S. et al. Guia prático de terapia antimicrobiana na sepse. 2.ed. ILAS, 2022.

BRUNTON, L. L. et al. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 12.


ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. 2112p.

CORREA, R. A. Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na comunidade


2018. J Bras Pneumol. v.44, n.5, p.405-425, 2018.

GOLAN, David E. et al. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da


farmacoterapia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

WELLS, B. G. et al. Manual de farmacoterapia. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.


133
Treinando Conceitos e Fundamentos
• Acesse o QrCode a seguir e responda as questões de acordo com seu
entendimento sobre antibacterianos

134
Interações Medicamentosas em antibacterianos
• Acesse o QRcode e discuta sobre as interações medicamentosas das
prescrições a seguir:

Prescrição 01
Gentamicina 70mg, E.V, 8/8h
Vancomicina 1g, E.V 12/12h
Furosemida, E.V 40mg 1x ao dia
Ibuprofeno 600mg, V.O, 6/6h

135
Interações Medicamentosas em antibacterianos
• Acesse o QRcode e discuta sobre as interações medicamentosas das
prescrições a seguir:

Prescrição 02
Metformina 500mg, V.O 8/8h
Losartan 100mg, V.O 1x ao dia
Azitromicina 500mg, E.V 1x ao dia
Ampicilina 1g, E.V, 12/12h

136
Interações Medicamentosas em antibacterianos
• Acesse o QRcode e discuta sobre as interações medicamentosas das
prescrições a seguir:

Prescrição 03
Diazepan 10mg E.V, 1x ao dia
Amicacina 500mg, E.V 12/12h
Polimixina B 700.000UI, E.V 12/12h
Furosemida, E.V 40mg 1x ao dia

137
Interações Medicamentosas em antibacterianos
• Acesse o QRcode e discuta sobre as interações medicamentosas das
prescrições a seguir:

Prescrição 04
Haloperidol 5mg, V.O, 1xo ao dia
Metoclopramida 10mg, E.V, 8/8h
Ampicilina 1g, E.V, 12/12h
Sulfametoxazol/Trimetroprima 800/160, V.O, 12/12h
Atenolol 50mg, V.O, 2x ao dia
Clortalidona, 25mg, V.O 1x pela manhã
138
Interações Medicamentosas em antibacterianos
• Acesse o QRcode e discuta sobre as interações medicamentosas das
prescrições a seguir:

Prescrição 05
Azitromicina 500mg, E.V 1x ao dia
Haloperidol 5mg, V.O, 1xo ao dia
Odansetrona 4mg, E.V, 8/8h
Diazepan 10mg E.V, 1x ao dia
Diclofenaco de sódio 50mg, V.O, 8/8h

139
CONTATOS

@jrvalasques

[email protected]

73 9 9954 3481

140
Bases Farmacológicas da Farmacoterapia com
ANTIBIÓTICOS
Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Júnior
Farmacêutico Clínico
Farmacêutico Esteta
Doutor em Biotecnologia
Pós-doutorado em Biociências

Outubro/2023
141

Você também pode gostar