Modelo Acao de Anulacao Rescisao de Contrato de Consorcio Com Pedido de Restituicao de Valores C C Danos Moraisacs
Modelo Acao de Anulacao Rescisao de Contrato de Consorcio Com Pedido de Restituicao de Valores C C Danos Moraisacs
Modelo Acao de Anulacao Rescisao de Contrato de Consorcio Com Pedido de Restituicao de Valores C C Danos Moraisacs
:)
O modelo abaixo foi elaborada para um caso especifico, mas está sendo
disponibilizado como forma de auxiliar aqueles que precisam de uma noção de como
começar a fazer um Recurso Inominado sobre o tema que nela contem.
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I. PRELIMINARMENTE
1. DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, o autor requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da justiça
gratuita, por nã o ter condiçõ es de arcar com as custas processuais e honorá rios
advocatícios, sem comprometer o seu orçamento familiar, conforme documentos anexos.
Vale ressaltar o autor encontra-se desempregado, e devido estar com uma doença grave,
esta tentando junto o INSS o recebimento de benefício previdenciá rio, sendo assim,
necessita do deferimento da justiça gratuita.
Para tal benefício o autor junto declaraçã o de hipossuficiência e CTPS e documentos de sua
doença, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem
comprometer sua subsistência, conforme clara redaçã o do Art. 99 Có digo de Processo Civil
de 2015.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Assim, por simples petiçã o, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Requerente ao
benefício da gratuidade de justiça:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária indeferida -
Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante tem condições de suportar o pagamento das
custas e despesas processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como verdadeira
a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos principais - Decisão reformada - Recurso provido. (TJSP;
Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares; Órgão Julgador: 5ª Câmara
de Direito Público; Foro Central - Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento:
23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019
Cabe destacar que o a lei nã o exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente
a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorá rios
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora do
benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A
gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter
acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de
seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)
"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja pobre ou necessitada para que possa
beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas
e os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para
adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz.
MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art.
98)
Por tais razõ es, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal e pelo artigo 98 do
CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça aos Requerentes.
2. DA COMPETÊNCIA
Por se tratar de demanda consumerista aplica-se o disposto no art. 101 do CDC, cujo a
competência para julgar a presente açã o é no domicilio do consumidor.
3. DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
O autor no presente caso, possui prioridade de tramitaçã o processual nos termos da Lei
12.008/09 e Art. 1.048 do CPC, uma vez que é portador de cardiopatia grave, e faz uso de
marca passo, conforme laudos médicos anexos.
Dessa forma, requer prioridade de tramitaçã o nos termos da lei.
2. DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR
Na relaçã o de consumo, à qual se adapta ao fornecimento de produto (consó rcio)
desempenhada pela ré, é o autor sem sombra de dú vida o consumido vulnerá vel e
hipossuficiente perante o poderio financeiro da mesma, sendo certo, que deve o Judiciá rio
nã o só determinar em favor do autor as medidas assecurató rias ao direito do consumidor,
como inclusive, dar soluçõ es alternativas para as questõ es controvertidas que desta relaçã o
ganharam vida.
3. DA PROTEÇÃO LEGAL DOS CONSUMIDORES
Assiste aos consumidores a presunçã o legal da sua proteçã o.
Esta presunçã o está dita no primeiro princípio em que se funda a Política Nacional das
Relaçõ es de Consumo, na qual o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor frente
ao fornecedor, assim insculpida no inciso I, do art. 4º, do CDC, in verbis:
“A política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde (...);
Aos Juízes é permitida a intervençã o nas relaçõ es de consumo, para dar soluçõ es
alternativas à s questõ es controvertidas que desta relaçã o ganharam vida.
Ao analisar a questã o, Vossa Excelência nã o será um mero servidor da vontade das partes,
mas um ativo implementador da Justiça, tendo sempre como objetivo a equidade das
partes.
Assim ressalta o Có digo de Defesa do Consumidor em seus artigos 6º, inciso VI e 14,
caput:
“Artigo 6º, CDC - São direitos básicos do consumidor:
Inciso VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
(...).
“Artigo 14, do CDC– O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
Composto por normas de ordem pú blica, o Có digo de Defesa do Consumidor adota como
regra a responsabilidade objetiva dispensando, assim, a comprovaçã o da culpa para
atribuir ao fornecedor a responsabilidade pelo dano, bastando a presença da açã o ou
omissã o, o dano e o nexo causal entre ambos.
Assim, diante da evidente relaçã o de causa e efeito que se formou e ficou demonstrada,
surge o dever de indenizar independentemente da apuraçã o de culpa.
5. DA RESCISÃO CONTRATUAL
No presente caso, o autor se vê no seu direito de desistir do contrato que assinou, apenas
sendo obrigado a pagar a devida multa pelo pedido de desistência do consó rcio.
O que não se pode aceitar é que a ré impute ao consumidor, a condição de que
somente haverá rescisão contratual se comparecer em outro Estado para assinar um
termo de renuncia e ainda concordar com o abatimento de 52% do valor pago a
titulo de multa.
Ao que parece nesse caso, o consumidor não teve acesso as informações de que
haveria a cobrança de uma taxa ADM de 22% e uma multa de 30% em caso de
desistência do consórcio, bem em como, deveria esperar até 2034 para receber os
valores que tivesse pago.
Verifica-se que o ú nico contrato entregue ao consumidor nã o apresenta nenhuma indicaçã o
das referidas multas ou até mesmo o prazo que teria que esperar para receber os valores
de volta.
Ora, o autor é uma pessoa humilde, sem muito conhecimento de contratos, e portador de
uma doença grave, possivelmente nã o foi lhe informado que haveria tais condiçõ es para
desistir do contrato.
Acredito que se soubesse, jamais teria aceitado contratar o referido consórcio, afinal
quem esperaria 14 (catorze) anos para receber um valor que estava investindo.
Sendo diante da falta de informaçõ es sobre o contrato de adesã o oferecido ao autor, bem
como, o interesse do autor em desistir do presente contrato, requer a rescisã o contratual
do referido contrato de consó rcio imobiliá rio, devendo ser determinado a restituiçã o dos
valores pagos.
6. DA OMISSÃO DE INFORMAÇÕES BÁSICAS AO CONSUMIDOR DO CONTRATO
CELEBRADO
No presente caso, fica evidente que o consumidor nã o detinha informaçõ es suficientes do
contrato que estava assinando, pois, o mesmo nã o tinha conhecimento que teria que
esperar 14 (catorze) anos para receber os valores pagos, nem que a multa seria tã o alta
assim em caso de desistência.
O autor é portador de cardiopatia e jamais celebraria um contrato que possui essas
condiçõ es, haja em vista que teria que esperar tanto tempo assim para receber.
Sendo assim, se evidencia violaçã o e garantias fundamentais do consumidor disposto no
CDC. Vejamos:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
(...)
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do
consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;
(...)
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
(...)
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e
serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
(...)
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo.
(...)
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis,
cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
Ora, é nítido que o consumidor foi induzido a erro, pois sequer sabia que teria que esperar
14 (catorze anos) anos receber os valores investido, nem que teria uma multa tã o alta
para ter que pagar.
Sendo assim, deve-se ser reconhecido a falta de informaçõ es ao consumidor e a violaçã o
dos dispositivos supracitados, consequentemente ser reconhecido a nulidade do presente
contrato, declarado rescindido.
No presente caso, o autor pagou 5 (cinco) parcelas do consó rcio, sendo que possui somente
4 (quatro) comprovantes, sendo necessá rio que a ré junto o extrato de pagamentos do
referido consó rcio.
Além, sabemos que todo o valor pago do referido consó rcio nã o contemplado deve ser
restituído ao consumidor uma vez que nã o participará mais da premiaçã o final.
Sendo assim, pretende o autor a devoluçã o dos valores pagos, com o desconto justo da
multa dento de um patamar equilibrado, nã o no patamar que a ré está cobrando.
8. DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
No presente caso, exigir uma multa de 52% para desistir de um consó rcio, se configura
grave privilégio ao ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA, uma vez que ficou perfeitamente
demonstrado o enriquecimento indevido da ré em cima do consumidor, devendo assim, o
valor pago ser restituído em sua integralidade ao menos em um multa justa de 20% do
valor pago.
Sobre o enriquecimento aplicado pela ré, prevê o Có digo civil:
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Ampla doutrina reforça a importâ ncia da censura ao enriquecimento sem causa, para fins
da efetiva preservaçã o da boa-fé nas relaçõ es jurídicas:
“A pessoa física ou jurídica que enriquecer sem justa causa, em razão de negócio jurídico realizado, dará ensejo ao
lesado a ajuizar ação visando à restituição do valor recebido indevidamente, atualizado monetariamente.
Inicialmente, para início de trabalho, toma-se como conceito de enriquecimento sem Causa situação na qual um
indivíduo aufere vantagem indevida em face do empobrecimento de outro, sem causa que o justifique.”
Assim, considerando-se a tentativa do credor em exigir uma multa de quase 52% para
desistir do contrato de consó rcio, há de se considerar um enriquecimento ilício por parte
da ré em exigir o desconto da referida multa em cima dos valores pagos.
9. DA AUSÊNCIA DE PREVISÃO DA MULTA E DO PRAZO PARA DEVOLUÇÃO NO
CONTRATO ASSINADO PELO AUTOR
O autor traz aos autos um contrato que foi lhe entregue no momento da assinatura
do contrato, entretanto, a versão assinada está em pose da ré, mais o termo do
contrato anexo, demonstra que não existe qualquer previsão da multa contratual de
52% que esta sendo cobrado pela ré e tão pouco que o mesmo teria que esperar até
2034 para receber os valores pagos em caso de desistência.
Tal situaçã o, demonstra com evidencia a falta de informaçã o que o consumidor foi exposto,
assinando um contrato sem qualquer clareza de como se daria caso entendesse que queria
desistir do investimento.
Sendo assim, é nítido a prova da falta de informaçã o e da induçã o a erro que o consumidor
foi exposto, devendo ser anulado e rescindo o presente contrato.
A Carta Política da Repú blica, no seu art. 37, § 6º, levante o Princípio da Responsabilidade
Objetiva, pelo qual o dever de indenizar encontra amparo no risco que o exercício da
atividade do agente causa a terceiros, em funçã o do proveito econô mico daí resultante,
senã o vejamos:
Art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito pú blico e as de direitos privado prestadoras de
serviços pú blicos responderã o pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsá vel nos casos de dolo ou culpa.
Neste sentido, estabelece o art. 14 do Có digo de Defesa do Consumidor que:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.
Assim, é insofismá vel que a Ré feriu os direitos do autor, ao agir com total descaso,
desrespeito e negligência, configurando má prestaçã o de serviços, o que causou danos de
ordem domiciliar, social e psíquica do autor. Deste modo, amparado pela lei, doutrina e
jurisprudência pá tria, o autor, deverá ser indenizado pelos danos que lhe forem causados.
Outrossim, o art. 186 e o art. 927, do Có digo Civil de 2002, assim estabelecem:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Também, o Có digo de Defesa do Consumidor, no seu art. 6º, protege a integridade moral
dos consumidores:
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
Assim sendo, o autor é o consumidor final da efetiva relaçã o, dada a sai de natureza ser de
consumo. A ré responde objetivamente pelo risco, devendo arcar como os danos morais
causados ao autor que teve o dissabor de experimentar problemas e falhas na prestaçã o de
serviços da Ré.