CINESIOTERAPIA
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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretoria EAD:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof.a Dra. Gisele Caroline
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios
não vale a pena ser vivida.” Diagramação:
Alan Michel Bariani
Cada um de nós tem uma grande re- Thiago Bruno Peraro
sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos,
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica Revisão Textual:
e profissional, refletindo diretamente em nossa Felipe Veiga da Fonseca
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Luana Ramos Rocha
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conhec-
imento advindos de profissionais que possuam Produção Audiovisual:
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Adriano Vieira Marques
cia no mercado de trabalho. Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis.
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
Aliana de Araújo Camolez
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
CINESIOTERAPIA
INTRODUÇÃO À CINESIOTERAPIA
E AOS EXERCÍCIOS PASSIVOS
PROF. ALYSSON FERNANDO BRIEL
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................5
1. CINESIOTERAPIA E EXERCÍCIOS PASSIVOS.......................................................................................................6
1.1 CONCEITOS, OBJETIVOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE A CINESIOTERAPIA....................................................6
1.2 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MOBILIZAÇÃO E DO EXERCÍCIO TERAPÊUTICO...............................................7
1.3 CONTRAÇÃO MUSCULAR – CLASSIFICANDO SEUS TIPOS ............................................................................8
1.3.1 CONTRAÇÃO OU EXERCÍCIO ISOTÔNICO........................................................................................................9
1.3.2 CONTRAÇÃO OU EXERCÍCIO ISOMÉTRICO....................................................................................................9
1.3.3 CONTRAÇÃO OU EXERCÍCIO ISOCINÉTICO ................................................................................................ 10
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS QUANTO À CADEIA CINÉTICA ............................................................. 10
1.4.1 EXERCÍCIO EM CADEIA CINÉTICA ABERTA....................................................................................................10
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1.4.2 EXERCÍCIO EM CADEIA CINÉTICA FECHADA.................................................................................................10
1.5 SÍNDROME DA IMOBILIDADE.............................................................................................................................11
1.5.1 ALTERAÇÕES NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO...................................................................................12
1.5.2 DESORDENS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO...................................................................................................12
1.5.3 DESORDENS NO SISTEMA CIRCULATÓRIO...................................................................................................12
1.5.4 DESORDENS NO SISTEMA URINÁRIO............................................................................................................12
1.5.5 DESORDENS NO SISTEMA GASTROINTESTINAL..........................................................................................12
1.6 EXERCÍCIOS PARA AMPLITUDE DE MOVIMENTO PASSIVA...........................................................................13
1.6.1 BASES CONCEITUAIS DO MOVIMENTO ARTICULAR.....................................................................................13
1.6.2 EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO PASSIVA – SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS, INDICAÇÕES
E CONTRAINDICAÇÕES.............................................................................................................................................15
1.6.3 FUNDAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO ..........................16
1.6.4 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO................................................................................................................................16
1.6.5 MEMBROS SUPERIORES.................................................................................................................................16
1.6.6 MEMBROS INFERIORES..................................................................................................................................17
1.6.7 COLUNA VERTEBRAL........................................................................................................................................18
1.6.8 EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO AUTOASSISTIDOS............................................................19
1.6.9 MOBILIZAÇÃO PASSIVA CONTÍNUA - MPC...................................................................................................22
1.6.10 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO ARTICULAR..............................................................................................23
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................26
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INTRODUÇÃO
A cinesioterapia pode ser definida em sua origem como a arte de promover a cura,
utilizando-se dos mais diversos métodos do movimento humano. Originou-se a partir da junção
das palavras gregas: kínesis, movimento, e therapeia, terapia. É o uso do movimento ou exercício
como forma de tratamento, cuja finalidade é manter ou desenvolver o movimento livre para
a sua função, e seus efeitos baseiam-se no desenvolvimento, na melhora, na restauração e na
manutenção da força, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento e da
coordenação motora. É uma técnica que se baseia nos conhecimentos de anatomia, fisiologia e
biomecânica, a fim de proporcionar ao paciente um melhor e mais eficaz trabalho de prevenção,
cura e reabilitação.
Nesta primeira unidade, o foco é direcionado para conceitos, objetivos e considerações
sobre a cinesioterapia, efeitos fisiológicos da mobilização e do exercício terapêutico e o que
este pode proporcionar ao indivíduo, bem como classificações quanto aos tipos de contrações
(exercício isotônico – concêntrico e excêntrico, exercício isométrico e exercício isocinético),
e a classificação quanto às cadeias cinéticas (cadeia cinética aberta e cadeia cinética fechada).
Na sequência, é feita uma reflexão sobre a síndrome da imobilidade que tanto incapacita o
desempenho das atividades de vida diária (AVD), comprometendo a independência do indivíduo.
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Seus efeitos adversos ocorrem devido ao longo decúbito e provocam influências diretas no
sistema musculoesquelético, na função visceral – sistema respiratório, cardiovascular, urinário
e gastrointestinal.
Por fim, faz-se uma explanação sobre os exercícios terapêuticos de amplitude de
movimento passiva, partindo dos conceitos básicos destes, com embasamento osteocinemático
e artrocinemático até a aplicação das técnicas dessa modalidade de exercícios, com noções
distribuídas regionalmente pelos segmentos corporais.
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saúde, o condicionamento físico e impactar positivamente o seu bem-estar.
Para a indicação da cinesioterapia, que é bastante criteriosa, há a necessidade de avaliação
a fim de traçar objetivos e estratégias, além de reavaliações frequentes, visando à atualização de
acordo com a progressão do paciente e em consequência da necessidade de correções ao programa
inicial até atingir o potencial de recuperação esperado. Para uma boa qualidade de terapia, é
necessária a habilidade de executar julgamentos clínicos de forma adequada, criar soluções para
os problemas que assolam o paciente e executar o conhecimento das relações entre patologia e
fisiopatologia, o nível de comprometimento, quais as limitações e incapacidades no decorrer de
cada fase do processo terapêutico. Para se tomar decisões clínicas, é preciso selecionar, colocar em
prática, modular as intervenções acerca do exercício terapêutico embasado em carências peculiares
a cada paciente. Para tal, a avaliação ampla é o que tornará esse processo viável, juntamente
com a realização de um diagnóstico preciso de cinesiologia funcional e sob pensamentos críticos
realizados com criatividade (O’SULIVAN; SCHMITZ, 2010; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Após um bom exame primário, os dados devem ser analisados e correlacionados com
diagnóstico baseado no comprometimento, deve ser elaborado também o prognóstico e, por fim,
inserir um plano de atendimento e, só após esses passos, deve-se dar início a uma intervenção.
Estabelecer um prognóstico exato é algo de difícil execução, sendo o plano de atendimento um
elemento complementar total do prognóstico. Possui relação com os objetivos determinados e
também com os resultados funcionais esperados, que sejam mensuráveis, e ainda com o período
necessário para alcançar a melhora que foi definida, o número e o tempo dos atendimentos e o
pressuposto de plano de alta da terapia ocupacional. Firmar os objetivos relevantes e significativos
requer o comprometimento tanto do paciente e/ou família no propósito tomado desde o primeiro
contato. Pacientes buscam a terapia, a fim de serem capazes de realizar facilmente e de maneira
confortável as atividades funcionais de vida diária que almejam ou precisam realizar (KISNER;
COLBY; ALLEN, 2016).
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Conforme Kisner, Kolby e Allen (2016), para mobilização passiva ideal, é preciso considerar
boa posição do terapeuta e do paciente, respeitar a dor, o desenvolvimento de confiança por parte
do paciente e as maneiras possíveis de mobilizar os seguimentos. Os objetivos da mobilização
passiva são: combate às contraturas; manutenção da lisura articular, dos tecidos moles e da
elasticidade muscular; auxílio à circulação sanguínea impedindo a formação de trombos;
mobilização sinovial a fim de nutrir as cartilagens articulares; promover analgesia; minimizar
aderência tecidual e favorecer a cicatrização; manter ou aumentar a amplitude de movimento
articular (ADM); e assegurar a manutenção dos padrões cinestésicos de movimento.
De acordo com Mayworm (2016, p. 15),
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Por fim, ainda pode ser de grande utilidade para controle cuidadoso da ADM. Na modalidade
com resistência mecânica, a carga é imposta por equipamentos mecânicos. Esta modalidade é
interessante pela necessidade de carga superior à força que o terapeuta consegue aplicar na forma
manual (HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Os princípios básicos para a aplicação terapêutica dos exercícios resistidos devem ser
considerados em todas as situações. O terapeuta deve planejar e selecionar adequadamente
exercícios que farão parte do programa de tratamento e, desta forma, evitar movimentos
inadequados para cada situação. A partir da seleção dos exercícios, o terapeuta deverá adaptar as
cargas e as amplitudes de movimento de acordo com as limitações de cada paciente, evoluindo
gradativamente e respeitando os limites do conforto articular (HOUGLUM, 2015).
Para Kisner, Colby e Allen (2016) e Mayworm (2016), no programa de reabilitação, as
modalidades e os tipos de exercícios eleitos dependem de diversos fatores, a saber: a causa e a
extensão dos comprometimentos, as insuficiências da atividade muscular, a fase da cicatrização,
a integridade articular e a capacidade de tolerar compressão e movimentos, as habilidades físicas
e cognitivas gerais do paciente, saber se há equipamentos disponíveis e quais estão disponíveis,
os objetivos do paciente e os resultados funcionais desejados com o programa. Para proceder
à escolha dos tipos específicos de exercícios para o programa de reabilitação do paciente, o
terapeuta deve considerar as seguintes questões:
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- O que levar em conta para a escolha do treinamento: a patologia de base ou a fase de
cicatrização?
- Quais os objetivos e resultados funcionais previstos?
- Quais exercícios são mais harmonizáveis com os objetivos propostos?
- Qual seria a modalidade de fortalecimento mais efetiva?
- Existem limitações relacionadas ao paciente? É contraindicada a utilização de peso?
Existe hipomobilidade articular? Existe alguma limitação na mobilidade articular?
- Existem comprometimentos de ordem cardíaca ou respiratória?
- Busca-se realizar estes exercícios de maneira independente?
- Quais são os tipos de equipamentos que estarão à disposição do terapeuta?
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Figura 1 – Tipos de contração muscular. Fonte: Mayworm (2016).
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Figura 3 – Modalidade de exercício isocinético aplicada ao membro inferior. Fonte: Mayworm (2016).
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A perda da capacidade de realizar movimentos de forma automática a fim de realizar
atividades de vida diária (AVD) é definida como imobilidade e ocorre devido à diminuição das
funções motoras, comprometendo a independência do indivíduo, resultando em incapacidade
ou fragilidade. Um exemplo disso é o caso do indivíduo acamado por mais de 15 dias ou em
seguimento imobilizado por longo período. A imobilização pós-lesão é, por vezes, necessária
para proteger a região e permitir que o processo de cura ocorra sem impedimentos; por outro
lado, também pode ser prejudicial (HOUGLUM, 2015).
A síndrome da imobilidade no leito é melhor entendida a partir dos conhecimentos de
biomecânica. O ser humano é móvel, composto por músculo esquelético, que representa 40%
da composição corpórea, além de ser dependente da atividade física para que possa ocorrer a
manutenção do sistema musculoesquelético e para que ocorra melhor função dos órgãos internos.
É sabido, por exemplo, que a reabsorção óssea ocorre através dos estímulos de pressão e de tração
que esse segmento recebe ao longo do dia durante a locomoção e com as pressões exercidas nas
estruturas. Outros exemplos da falta de atividade física são insuficiência cardíaca, deterioração
articular, condições tromboembólicas, estase gastrointestinal e estase urinária (MAYWORM,
2016).
As alterações patofisiológicas decorrentes do longo decúbito evoluem rapidamente. Muitas
das desordens são reversíveis, porém, quanto maior for o tempo de imobilização, mais difícil será a
sua recuperação e reabilitação. O sistema musculoesquelético revela as manifestações mais óbvias
da imobilização, como a fraqueza e a atrofia por desuso. Por conta da imobilização, ocorre de 1
a 2% de perda da força muscular por dia, podendo progredir para 40% quando os períodos são
mais longos. Os grupos musculares que se atrofiam mais rapidamente são: quadríceps, flexores
plantares e extensores da coluna. Observam-se também alterações bioquímicas, ocasionando o
aumento de ácido lático nos músculos. A formação de contratura é uma das consequências mais
comuns na imobilização (HOUGLUM, 2015; MAYWORM, 2016).
Mayworm (2016) lista a seguir os efeitos adversos da imobilidade:
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1.5.3 Desordens no sistema circulatório
Pode haver a instalação de insuficiência cardiovascular, diminuição da massa
muscular cardíaca, alteração no volume de distribuição dos fluidos corporais, diminuição do
condicionamento cardíaco, queda abrupta da pressão arterial quando a pessoa passa para a
postura em pé ou quando realiza um alongamento como inclinar-se para trás, trombose venosa
profunda e tromboembolismo pulmonar.
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Alguns cuidados fundamentais com o indivíduo acamado devem fazer parte do programa
da equipe multiprofissional juntamente com a participação da família. Por exemplo: estimular
a mobilidade; evitar restrição ao leito; realizar toques firmes e delicados; diminuir a dor e o
desconforto; fazer as trocas posturais constantes; promover posições adequadas e fazer uso de
coxins; não alimentar o indivíduo acamado deitado nem com extensão ou rotação cervical; em
caso de engasgo, sentar o paciente e evitar alimentos muito líquidos, dar preferência aos pastosos
(o profissional fonoaudiólogo é o mais apto para este quesito); evitar posições articulares em
flexão; promover constantes mobilizações articulares; trocar constantemente as fraldas; manter
hidratação da pele e evitar que ela fique úmida; deixar esticados os lençóis e sem restos alimentares;
evitar fricções durante as transferências e manter a hidratação.
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existe dor durante o movimento ativo. Os objetivos envolvidos na prescrição da amplitude de
movimento passiva dependem do estado do paciente e das circunstâncias relacionadas a cada
caso. No meio terapêutico, a amplitude de movimento passiva é usada com frequência a fim de
se evitar os efeitos deletérios da imobilização após uma lesão ou cirurgia. Prevenir contraturas
articulares e rigidez dos tecidos moles ou ainda encurtamento adaptativo, manter normalidade
dos movimentos entre as camadas de tecidos moles, promover analgesia e o aprimoramento
da dinâmica vascular, bem como da difusão sinovial, configuram os objetivos da amplitude de
movimento passiva (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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Como os exercícios de mobilização, somados aos conceitos de artrocinemáti-
ca, podem promover alívio da dor? Levando em consideração o movimento ar-
trocinemático de tração sendo mantido passivamente pelo terapeuta durante a
execução de um movimento osteocinemático (por exemplo: flexão do punho), ob-
tém-se uma decoaptação (separação articular) ou ganho de espaço intra-articular
que irá favorecer uma mobilização mais fluida, com diminuição da pressão dentro
da articulação, ganho de ADM e consequentemente alívio da dor. Esta manobra
também favorece uma adequação em nível de receptores neuromusculares, facil-
itando, assim, uma diminuição tensional dos músculos relacionados à articulação
trabalhada e, dessa forma, também contribui para a diminuição da dor.
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Esses exercícios são indicados em regiões com processos inflamatórios, mas sem a
presença de edema articular; quando o paciente não possui capacidade ou não está autorizado
a fazer o movimento ativo (comatoso, paralisado ou em repouso absoluto); nos casos de
diminuição da mobilidade das articulações, causada por processos degenerativos como traumas,
microtraumas de repetição; artrite reumatoide, imobilização, em casos de dor e espasmo
muscular, hábitos posturais ruins, desuso e idade avançada. Os movimentos artrocinemáticos
são amplamente utilizados no tratamento das disfunções articulares. São importantes para
restaurar a biomecânica articular e para promover bons efeitos fisiológicos no tecido articular e
nas estruturas periarticulares (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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ser introduzidos em praticamente todos os segmentos articulares. Segue a relação dos segmentos
e das regiões articulares iniciando em membros superiores, membros inferiores e, por fim, na
coluna vertebral (LEHMKUHL; SMITH, 2014; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Figura 6 – Rotações do ombro – medial e lateral na modalidade passiva. Fonte: Mayworm (2016).
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Figura 7 – Flexão do joelho na modalidade passiva. Fonte: Mayworm (2016).
Figura 8 – Rotação de quadril com joelho flexionado em 90°. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
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Figura 9 – Rotação lateral da coluna cervical. Fonte: Mayworm (2016).
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(MAYWORM, 2016).
Escada de dedos:
O exercício de escalar a parede com os dedos, visando ao movimento do ombro (ou usar
um dispositivo como a escada de dedos), pode dar ao paciente um reforço objetivo e, desse modo,
motivação para realizar exercícios de amplitude de movimento de ombro. O membro superior
pode ser trabalhado tanto em flexão quanto em abdução (Figura 12) (MAYWORM, 2016).
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assistida pelo fisioterapeuta e por aparelhos de mobilização passiva contínua. Configura-se como
uma forma de assistência que deve ser usada apenas quando a atividade muscular for desejada
(HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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Para mais informações sobre o Método PediaSuit, acessar: PediaSuit Brasil. Dis-
ponível em: <https://www.pediasuitbrasil.com.br/index.php/pt-br/o-que-e-o-
pediasuit>.
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Figura 14 – Exercício de amplitude de movimento com uso de ciclo ergômetro. Fonte: Mayworm (2016).
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especificamente da aplicabilidade na articulação do joelho, seus benefícios já foram evidenciados
no pós-operatório de artroplastia total do joelho, em fraturas de patela, em fraturas de platô tibial
e nas reconstruções dos ligamentos do joelho (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Segundo Stefanutto et al. (2011 apud MAYWORM, 2016, p. 43),
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e retilíneo de um osso e, em consequência, ocorre a produção de um deslizamento também
retilíneo entre as faces articulares. A direção do movimento é paralela ao plano de tratamento (e
não à superfície articular). Esse procedimento é realizado para um teste de mobilidade passiva da
articulação e também como técnica de mobilização.
O tratamento por meio de mobilização e de manipulação consiste em uma série de
aplicações, recomendações e precauções, assim como utiliza-se de uma série de dispositivos,
como, por exemplo, camas especiais, cinturões, cintas, pesos, bolsas com areia, entre outros
instrumentos, que são muito úteis para uma correta aplicação das técnicas. Esses dispositivos,
muito comuns hoje em dia, no uso de cada terapeuta manual, permitem assegurar uma correta
aplicação, mas também permitem ao terapeuta adaptar as posições eficientes e seguras ao realizar
os tratamentos. Kaltenborn foi um dos pioneiros no seu desenho e na sua elaboração.
Segundo Mayworm (2016), no tratamento de uma articulação hipomóvel, aplicam-
se as técnicas de deslizamento com movimentos que devem seguir na direção de restrição do
deslizamento. É fundamental e básico determinar qual é essa direção. Com essa finalidade,
Kaltenborn aplica duas provas:
1ª) Teste de deslizamento (também chamado de método direto) – os movimentos
translatórios passivos devem ser realizados em todas as direções do movimento articular a fim
de determinar diretamente qual destes está restrito. Cada articulação tem seu procedimento
específico (rever cinesiologia articular).
2ª) Regra convexo-côncava (chamada de método indireto) – usada para determinar a
direção do deslizamento restrito. A regra geral consiste em mobilizar o osso com a superfície
articular convexa na direção oposta à direção de restrição ou mobilizar o osso com a superfície
articular côncava na mesma direção de restrição (PILAT, 2019).
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Em uma outra ótica terapêutica, temos o Método Maitland, que foi desenvolvido pelo
fisioterapeuta australiano Geoffrey D. Maitland. Trata-se de um método porque sua abordagem
de tratamento não se embasa apenas numa técnica de mobilização articular em si, e sim sobre
uma ideologia que faz a junção da avaliação e do tratamento, e abriga o raciocínio clínico com
base focada nos dados clínicos coletados. Pelo Método Maitland, é realizado um trabalho
visando aliviar dores e promover a liberação segura de determinadas estruturas, com o objetivo
de restabelecer os movimentos e a amplitude de movimento normal, a fim de melhorar funções
específicas nos pacientes. Esse método de tratamento é indicado para pacientes com disfunções
neurais e musculoesqueléticas direcionadas a estruturas como as articulações dos membros e/
ou da coluna vertebral, incluindo as articulações temporomandibulares. Porém, essas técnicas
são preferencialmente usadas para tratamento de disfunções da coluna vertebral (MAYWORM,
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2016).
O processo de anamnese realizado dentro do método deve ser feito de maneira minuciosa,
por meio de um exame físico detalhado, com avaliação dos sinais e sintomas. Ao utilizar a filosofia
do conceito Maitland, os fisioterapeutas são instigados a formular e testar várias hipóteses a fim
de encontrar o melhor método de tratamento para o paciente. O exame físico engloba a aplicação
de movimentos vertebrais oscilatórios passivos e acessórios, como já comentados no assunto
artrocinemática, e estes são direcionados às articulações para tratar a dor e a rigidez de origem
mecânica. As técnicas buscam restaurar os movimentos articulares e são classificados de acordo
com a sua amplitude. Então, os movimentos são classificados em 5 graus, sendo que o grau 1
representa o de menor deslize e o grau 5 representa o maior deslizamento. O método Maitland
se destaca não apenas pelas suas técnicas em si, mas também pela avaliação clínica minuciosa, a
qual aceita a empregabilidade de outras modalidades de mobilização ou manipulação sem que se
comprometa o resultado final (MAYWORM, 2016).
Para mais informações sobre a Método Maitland, acessar: Terapia Manual. Dis-
ponível em: <http://fisioterapiamanual.com.br/blog/areas-da-fisioterapia/meto-
do-maitland/>.
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Quando o profissional deseja usar de forma efetiva métodos, técnicas e conceitos que
envolvem mobilização e manipulação, deverá conhecer e ter capacidade de examinar a anatomia,
a artrocinemática e a patologia dos sistemas neurológico e musculoesquelético, a fim de identificar
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quando estes ou outros processos são indicados e quais seriam os mais efetivos para cada caso.
Técnicas de mobilização articular utilizadas sem o pleno conhecimento de seus fundamentos
e bases podem causar dano às articulações do paciente. Quando bem indicadas, as técnicas
de mobilização articular configuram uma forma efetiva de melhorar, restabelecer ou manter a
mobilidade intra-articular e podem ser eficazes também para tratar a dor (KISNER; COLBY;
ALLEN, 2016).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prescrição da terapêutica utilizando recursos que envolvem o movimento humano
é necessária para a recuperação funcional de cada paciente. As disfunções instaladas podem
impedir temporariamente ou permanentemente a execução normal das atividades humanas,
que são essenciais para a vida cotidiana. A incapacidade reflete as consequências da deficiência
em termos de desempenho e atividade funcional do indivíduo, sua adaptação e interação na
sociedade.
A cinesioterapia (os conceitos que a envolvem) e toda sua magnitude devem ser exploradas
pelo terapeuta, a fim de prevenir e reabilitar por meio de movimentos passivos, ativos, ativo-
assistidos e contra resistidos, manual ou mecanicamente. Este é sem dúvida o carro-chefe no que
diz respeito ao campo da reabilitação.
Os conceitos e efeitos da mobilização, os objetivos e as metas do exercício discutidos até
aqui são essenciais para a boa execução da cinesioterapia. É preciso tomar posse do conhecimento
sobre as modalidades dos exercícios e das cadeias de trabalho, bem como compreender os
efeitos deletérios da imobilização para traçar as devidas metas de recuperação com finalidade
ocupacional. O movimento humano possui “segredos”, de modo que, de posse e domínio da
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osteocinemática e da artrocinemática, o terapeuta poderá e deverá realizar ótimas abordagens no
seu restabelecimento.
O tratamento é a parte mais nobre da atividade profissional como terapeuta. A essência da
recuperação funcional está na restauração dos movimentos e na independência do ser humano.
Que a curiosidade seja despertada aqui para mover você a aprofundar-se na cinesiologia,
biomecânica e cinesioterapia, ciência ampla e essencial.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
CINESIOTERAPIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................29
1. EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS: ATIVO-LIVRE, RESISTIDO E EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO.......................30
1.1 PRINCÍPIOS DE SOBRECARGA – DEFINIÇÃO.......................................................................................................30
1.2 EFEITOS FISIOLÓGICOS, INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO............................................................................ 31
1.3 CUIDADOS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS...............................................................33
1.4 CONTRAINDICAÇÕES PARA OS EXERCÍCIOS RESISTIDOS...............................................................................34
1.5 CATEGORIAS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS .......................................................................................................34
1.5.1 EXERCÍCIO TERAPÊUTICO ATIVO-RESISTIDO MANUAL.................................................................................34
1.5.2 FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA: PRINCÍPIOS E TÉCNICAS.......................................35
1.5.3 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS ATIVO-RESISTIDOS DE FORMA MECÂNICA.................................................36
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1.5.4 EXERCÍCIO ESTÁTICO OU ISOMÉTRICO ........................................................................................................38
1.5.5 EXERCÍCIO DINÂMICO: CONCÊNTRICO E EXCÊNTRICO..............................................................................40
1.5.6 EXERCÍCIO EM CADEIA ABERTA E FECHADA................................................................................................42
1.5.7 EXERCÍCIO ISOCINÉTICO.................................................................................................................................42
1.6 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS DE ALONGAMENTO...........................................................................................43
1.6.1 MOBILIDADE E ALONGAMENTO.......................................................................................................................44
1.6.2 ALONGAMENTO MANUAL OU MECÂNICO PASSIVO/ATIVO .......................................................................44
1.6.3 AUTOALONGAMENTO.......................................................................................................................................44
1.6.4 TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO E INIBIÇÃO NEUROMUSCULAR......................................................................45
1.6.5 TÉCNICAS DE ENERGIA MUSCULAR..............................................................................................................45
1.6.6 MOBILIZAÇÃO/MANIPULAÇÃO ARTICULAR.................................................................................................45
1.6.7 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE TECIDOS MOLES ................................................................................45
1.6.8 MOBILIZAÇÃO DE TECIDOS NEURAIS ...........................................................................................................45
1.7 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO..............................................46
1.7.1 INDICAÇÕES PARA O USO DO ALONGAMENTO..............................................................................................46
1.7.2 CONTRAINDICAÇÕES PARA O USO DO ALONGAMENTO..............................................................................47
1.8 DETERMINANTES PARA O USO DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO........................................................47
1.9 TIPOS DE ALONGAMENTO..................................................................................................................................48
1.9.1 ALONGAMENTO ESTÁTICO...............................................................................................................................48
1.9.2 ALONGAMENTO ESTÁTICO PROGRESSIVO....................................................................................................49
1.9.3 ALONGAMENTO DINÂMICO BALÍSTICO.........................................................................................................50
1.9.4 ALONGAMENTO CÍCLICO (INTERMITENTE).................................................................................................. 51
1.9.5 ALONGAMENTO POR FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA (FNP) ................................. 51
1.9.6 ALONGAMENTO GLOBAL..................................................................................................................................54
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................56
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INTRODUÇÃO
Realizar funções da vida cotidiana é algo fantástico. As pessoas valorizam as habilidades
de realizar suas funções de maneira independente, basta perder uma determinada função de
um dos membros, por exemplo, para experimentar a sensação de perda, seguida do aumento da
valorização para tal função. Experimenta-se também a interferência da perda de função física, em
vários aspectos inter-relacionados, tais como: diminuição do desempenho muscular, do equilíbrio
e do controle postural, da estabilidade, do próprio controle neuromuscular e da coordenação,
diminuição da flexibilidade e até mesmo da resistência cardiopulmonar. Força, resistência,
coordenação e flexibilidade são importantes para a realização confortável e segura das atividades
de vida diária. Músculos fortes funcionam como amortecedores de forças externas, aliviando
as articulações e os exercícios resistidos, geralmente realizados de forma manual ou mecânica,
e proporcionam grande benefício nas disfunções evidenciadas nas doenças reumatológicas,
ortopédicas e neurológicas.
Várias são as formas pelas quais os exercícios resistidos podem ser elaborados e
praticados, seja por meio de um sistema sofisticado, como o exercício dinâmico, com uso de um
dinamômetro isocinético, seja com exercícios resistidos manualmente e/ou exercícios em cadeia
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
fechada com uso do próprio corpo sem nenhum dispositivo mais elaborado. Tão importante
quanto o movimento em si é a flexibilidade para tal, pois esta é, sem dúvida, um dos aspectos do
movimento.
Na segunda unidade desta disciplina, os objetivos se concentram na conceituação dos
exercícios ativo-livres e resistidos, nos efeitos fisiológicos, nas suas indicações e contraindicações
e em seus diferentes tipos. Em seguida, há a proposta de capacitação para prescrever exercícios
de resistência manual ou mecânica e a organização de um treinamento de força, promovendo
reflexões sobre tal treinamento inserido no processo reabilitacional e funcional para o indivíduo.
Finalmente, conceituam-se termos que abrangem o alongamento, promovendo uma
breve revisão sobre mobilidade, e são feitas reflexões sobre os tipos de exercícios de alongamento,
relacionando-os às técnicas como tratamento para mobilidade e flexibilidade.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
corporal; promover a sensação de bem-estar e favorecer uma possível melhora na percepção da
incapacidade e qualidade de vida.
Ao se tratar de força muscular, esta pode ser definida como a força ou tensão que um
grupo muscular consegue exercer contra uma determinada resistência, considerando um esforço
máximo. Já a potência muscular relaciona-se com a força e velocidade do movimento e é definida
como trabalho (força x distância). Basicamente é a rapidez com que o trabalho é realizado
(KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Falando em endurance, ou seja, a resistência muscular à fadiga, define-se como sendo
também a habilidade de um músculo em contrair-se repetidamente contra uma carga (resistência),
gerar e sustentar a tensão e resistir à fadiga durante um período extenso. Então, força muscular,
potência e endurance podem ser muito aprimoradas mediante programas de exercícios bem
planejados e que usam pesos como resistência. Sendo assim, para determinar um programa de
exercícios resistidos, é necessário exame/avaliação minuciosa para melhorar a função atual e
prevenir uma disfunção potencial. É preciso levar em consideração fatores como a patologia de
base; a extensão e a gravidade dos comprometimentos musculares; se existem outros déficits; a
fase de cicatrização dos tecidos após uma lesão ou cirurgia; a idade do paciente, seu preparo físico
e sua habilidade de cooperar e aprender (KENDALL, 2007; MAYWORM, 2016).
Para a prescrição de exercícios, um bom orientador é o “princípio da sobrecarga”, que
resulta de uma relação entre estímulo, adaptação e aumento da sobrecarga. De fato, temos que,
após um tempo realizando exercícios com uma determinada carga, é preciso aumentar essa
carga para se obter a continuidade dos benefícios que o exercício proporciona, elevando, assim,
o limite de adaptação. Se for mantida a mesma carga, manter-se-á apenas o mesmo nível de
condicionamento já alcançado. Portanto, é necessário aumentar progressivamente a quantidade
de resistência em um programa de treinamento de força. Já para o treinamento de resistência à
fadiga, preconiza-se mais o aumento do tempo durante o qual uma contração muscular é mantida
ou, ainda, o número de repetições realizadas, em vez de aumentar a resistência (O’SULIVAN;
SCHMITZ, 2010).
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
refletido pela diminuição do desempenho muscular, se inicia após uma ou duas semanas de
interrupção dos exercícios resistidos e continua até que os efeitos dos treinos se percam por
completo. Por esse motivo, é fundamental que os ganhos de força e resistência à fadiga sejam
incorporados às atividades diárias, ocupacionais e/ou de lazer e do esporte o quanto antes em
um programa de reabilitação. Aconselha-se também que os pacientes adotem uma rotina de
manutenção mediante exercícios resistidos, que irá funcionar como parte constituinte total do
programa de preparo físico permanente, e que pode ser monitorado por outro profissional de
saúde, como, por exemplo, o educador físico (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016; MAYWORM,
2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
de trabalho muscular que determina os ganhos nos níveis de força e resistência muscular. Treinar
com pesos maiores e com menor número de repetições visa ao aumento de força; por outro
lado, treinar com pesos menores e maior número de repetições resulta em maiores ganhos de
resistência e força muscular (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
O percentual de 1RM é muito usado nos testes científicos, por ser de fácil acessibilidade e
mensuração. É utilizado tanto como teste diagnóstico da força muscular quanto como parâmetro
para se prescrever e, ainda, monitorar um determinado exercício. O teste de carga máxima pode
ser denominado como teste de 1RM, que significa uma repetição máxima e refere-se à maior
quantidade possível de peso, administrado externamente, e que se pode mover ou levantar em
uma única repetição completa por meio de um movimento padronizado específico. Dessa forma,
o teste é importante para documentar a medida inicial da força dinâmica de um grupo muscular
e posteriormente poderá ser comparada, e serve, ainda, para identificar uma carga de exercício
inicial (quantidade de peso) para ser usada durante o exercício em um número específico de
repetições. Definida a RM basal, será calculada a quantidade de exercício a ser usada no início
do treinamento resistido, geralmente, por uma porcentagem de 1RM para um grupo muscular
específico. Ao iniciar um programa de exercícios, a porcentagem necessária para conseguir
adaptações na força induzida pelo treinamento é comumente baixa, seguindo por volta de 30
a 40% no caso de pessoas não treinadas, ou seja, sedentárias. Na literatura, a intensidade de
esforço preconizada para obter aumento da força e gerar hipertrofia segue sempre superior a 60%,
sendo geralmente, na maioria dos trabalhos científicos, entre 70 e 85% de 1RM, e com número
de repetições variando de 8 a 12 repetições máximas. Para que sejam obtidos ganhos de força e
endurance muscular, a carga é considerada a principal variável de trabalho. A quantidade de carga
a ser utilizada deve ser aquela necessária para atingir o número de repetições em cada série e com
boa eficiência mecânica. Posteriormente, quando se seleciona a carga, a última repetição deve
ser executada com um pouco mais de dificuldade, porém se ela for fácil de se realizar, deve-se
aumentar a sobrecarga, pois só assim o fortalecimento muscular será alcançado. Nos exercícios
resistidos, a intensidade de trabalho é dosada, principalmente, pela carga e pelos intervalos entre
as séries. A velocidade não é frequentemente utilizada como critério de controle, pelo fato de se
priorizar a boa eficiência mecânica (HOUGLUM, 2015; MAYWORM, 2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
O emprego de 1RM como medida basal de força dinâmica é apropriado para todos
os pacientes? Na verdade, para alguns pacientes, não, pois o uso de 1RM propõe
apenas um esforço máximo. E isso pode não ser seguro, por exemplo, para pa-
cientes com problemas articulares, em recuperação de lesões de tecidos moles
ou pacientes que apresentem risco para tais lesões, ou, ainda, para pacientes com
osteoporose ou patologias cardiovasculares, conhecidas ou potenciais. Por este
motivo, como já citado anteriormente nesta unidade, a avaliação do paciente é
o direcionador primordial para a definição de todo e qualquer programa de pre-
scrição de exercícios.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
• Durante o exercício não deve ocorrer dor.
• Evitar que, no início do treinamento, seja usado um nível máximo de resistência.
• Não utilizar resistência pesada para crianças, idosos e pacientes com osteoporose.
• Em casos de articulações instáveis, redobrar a atenção e o monitoramento.
• Evitar manobra de Valsalva (prender a respiração).
• Não permitir que ocorram movimentos balísticos descontrolados.
• Identificar e impedir movimentos compensatórios.
• Não permitir sobrecargas na coluna vertebral.
• Tomar nota sobre medicamentos utilizados pelo paciente.
• Caso haja dor, interromper os exercícios em questão, ou mesmo na presença de tontura
ou falta de ar incomum ou súbita.
• Impedir que ocorra fadiga cumulativa (frequência e/ou treinamento excessivos). Os
sinais e sintomas de fadiga muscular são: sensação de desconforto muscular, tremor,
dor ou cãibras; inabilidade para completar o padrão de movimento e uso de movimentos
substitutivos (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
quando o músculo se encontra fraco e pode vencer apenas uma resistência mínima ou moderada.
A escolha de uma maca com altura ideal para favorecer o uso de uma mecânica corporal ideal
pode evitar sobrecarga em região lombar, além de possibilitar uma maximização do controle de
membros inferiores e superiores. A utilização de uma base alargada mantém uma postura estável
e possibilita a transferência de peso de um membro para o outro, enquanto o paciente move o
membro (MAYWORM, 2016).
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Figura 2 – Padrão usado na FNP – diagonal 2 flexão e extensão. Fonte: Mayworm (2016).
Existem dois pares de padrões diagonais para os membros superiores e também para os
membros inferiores. São eles: a diagonal (1) e a diagonal (2), sendo que cada um pode ser feito
tanto em flexão como em extensão (Quadro 1).
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Quadro 1 – Movimentos componentes dos padrões FNP: membros superiores e inferiores. Fonte: Kisner, Colby e
Allen (2016).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Nos exercícios realizados com resistência mecânica, esta é aplicada por meio de
equipamentos ou aparelhos mecânicos. Torna-se útil quando a quantidade de resistência necessária
for superior ao que o terapeuta pode aplicar manualmente. Esta modalidade de exercício é um
componente integral de reabilitação e dos programas de condicionamento para pessoas de todas
as idades. Ainda assim, o uso da resistência mecânica em um programa de exercícios tem suas
vantagens e também desvantagens. As vantagens são: possibilidade de realizar medida de base
quantitativa do desempenho basal; podem ser administradas cargas maiores; são mais fáceis para
documentar os aumentos na carga; possibilitam variedades; são mais práticos e o treinamento é
mais seguro. Desvantagens: são impróprios para músculos muito fracos; as resistências externas
podem colocar carga máxima no músculo em apenas uma ADM e os investimentos com a compra
dos equipamentos são maiores (HOUGLUM, 2015).
O exercício resistido também pode ser aplicado de acordo com o ERP, ou seja, Exercício
Resistido Progressivo, que se trata de um sistema de treinamento resistido dinâmico em que uma
carga externa constante é aplicada ao músculo em contração por algum meio mecânico, o qual
pode ser um peso livre ou aparelho com pesos e que irá aumentando aos poucos. Os resultados de
muitos estudos têm demonstrado que os programas de ERP melhoram a capacidade do músculo
no que diz respeito a gerar força, e esta pode ser transferida para uma melhora no desempenho
físico. O conceito de ERP foi introduzido há quase 60 anos por DeLorme, que propôs e estudou o
uso de três séries de 10RM com cargas progressivas durante cada série. É também muito utilizada
a técnica de Oxford, que trabalha com cargas regressivas em cada série (Quadro 2) (O’SULIVAN;
SCHMITZ, 2010; HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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Quadro 2 – Comparação entre o programa DeLorme e Oxford. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
Como exemplo de aparelhos para realizar treino resistido, pode-se incluir: pesos livres,
sistemas simples de polias com pesos, aparelhos com resistência hidráulica ou pneumática, faixas e
tubos de resistência elástica, bastões, bolas terapêuticas, medicine ball, entre outros (HOUGLUM,
2015).
São vários os mecanismos fisiológicos que ganham resultados positivos a partir do
treinamento com bolas de estabilidade. Fisioterapeutas usam com frequência as bolas de
estabilidade em seus treinamentos de resistência, pois a sensação de movimento e a posição das
articulações, que envolvem a propriocepção, contribuem para a programação motora e para o
controle neuromuscular, exigindo movimentos precisos, além de proporcionar e favorecer a
estabilidade articular (Figura 3). Os trabalhos e treinos de força utilizando bolas são favoráveis
para as pessoas, com a vantagem de que podem ser adaptados com facilidade e de modo a atender
várias necessidades e objetivos. As variações, tais como: tamanho de bolas, sua densidade e os
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
pesos variados, as mudanças de exercícios e o uso de carga de estabilização dinâmica, bem como
o deslocamento e a movimentação das cargas, favorecem que as pessoas jovens e até as mais
experientes aproveitem os exercícios de forma adequada, conforme seus níveis de habilidade
(GOLDENBERG; TWIST, 2010).
Para mais informações sobre o treinamento de força com bola, acessar: GOLD-
ENBERG, L.; TWIST, P. Treinamento de força com bola. Biblioteca virtual Pearson.
Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/#/>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 3 – Uso da bola terapêutica para fortalecimento abdominal. Fonte: Goldenberg e Twist (2010).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Esta modalidade consiste em realizar exercícios de modo a contrair um músculo
e produzir força, porém sem que haja uma mudança apreciável no seu comprimento e sem a
produção de movimento articular visível. As maneiras de uso da resistência para o exercício
isométrico incluem: a manutenção contra uma força aplicada de forma manual, sustentar um
peso em uma posição específica, manter uma posição contra outra posição específica, manter
uma posição contra a resistência do próprio peso corporal ou, ainda, empurrar ou puxar um
objeto fixo. O treinamento isométrico é uma forma favorável de aumentar a força muscular e
tem sido sugerido que a resistência muscular à fadiga configura um papel mais importante do
que a força muscular com finalidade de manter a estabilidade postural suficiente, sendo, então,
o treinamento isométrico uma melhor forma de prevenir lesões durante tarefas cotidianas. A
estabilidade dinâmica das articulações é obtida por meio da ativação e sustentação de uma co-
contração de baixo nível, ou seja, contrações isométricas concomitantes dos músculos antagonistas
que passam pelas articulações (HOUGLUM, 2015; KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
Praticamente todas as instâncias dos exercícios isométricos, exceto os isométricos leves,
abrangem alguma forma de resistência significativa e, portanto, são utilizados, a fim de melhorar
a força estática ou aumentar o controle muscular sustentado.
Exercícios isométricos leves: referem-se àqueles em que as contrações isométricas são
de baixa intensidade e realizadas contra baixa ou nenhuma resistência. São utilizados visando à
diminuição da dor muscular e do espasmo e, ainda, para favorecer o relaxamento e a melhora
da circulação depois de lesões de tecidos moles durante a fase aguda da cicatrização (Figura 4).
Os isométricos leves podem postergar a atrofia muscular e manter a mobilidade entre as fibras
musculares quando a imobilização de um músculo for necessária para proteger os tecidos em
cicatrização (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
meio de contrações isométricas resistidas no meio da amplitude trabalhada no exercício (Figura
5). Então, como formas de resistência, usa-se o peso do corpo ou a resistência manual (KISNER;
COLBY; ALLEN, 2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Dessa forma, trabalhar com contrações repetitivas, mantidas por 6 a 10 segundos cada, pode
diminuir o aparecimento de cãibras e aumentar a efetividade do treinamento isométrico. Os
autores citados recomendam que, ao realizar exercícios isométricos em múltiplos ângulos, se
aplique resistência em pelo menos 4 a 6 pontos da ADM. Enquanto estiver realizando o exercício
isométrico, deve ser sempre feita uma respiração rítmica, enfatizando a expiração durante a
contração, com a finalidade de diminuir a resposta de elevação da pressão arterial.
Durante a execução dos exercícios isométricos, para evitar uma possível lesão ao
músculo em contração, deve-se aplicar e liberar a resistência de modo gradual.
Isso ajuda a graduar a tensão muscular e assegura que toda a contração muscular
seja indolor. Também minimiza o risco de um movimento articular descontrolado.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Com o trabalho de contração muscular dinâmica, ocorre movimento articular e também
a movimentação de um segmento do corpo enquanto o músculo se contrai, encurtando-se (ação
muscular concêntrica), ou se alonga sob tensão (ação muscular excêntrica), conforme Figura
6. Durante a execução do exercício concêntrico e excêntrico, a resistência pode ser inserida de
várias maneiras: pode ser resistência constante, como o peso do próprio corpo, pode ser um peso
livre ou um sistema simples de polias. Um equipamento com peso fornece resistência variável.
Já um aparelho isocinético controla a velocidade de movimento do membro (KISNER; COLBY;
ALLEN, 2016; MAYWORM, 2016).
Figura 6 – Exercício dinâmico concêntrico e excêntrico dos flexores de cotovelo. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Durante o exercício excêntrico, pode ocorrer maior sobrecarga no sistema car-
diovascular (ou seja, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial) do que
durante o exercício concêntrico, possivelmente porque cargas maiores podem ser
usadas para o treinamento excêntrico. Nessa linha de raciocínio, qual seria uma
medida simples e essencial a ser tomada para prevenir tal sobrecarga cardiovascu-
lar? Sendo comum o ato de prender a respiração durante a execução de exercícios
com cargas (incluem-se aqui os exercícios isométricos), há a necessidade de uma
respiração rítmica, que deve sempre ser feita, enfatizando a expiração durante a
contração, para minimizar os efeitos cardiovasculares indesejados.
O trabalho ou treino tanto com contrações concêntricas quanto com contrações excêntricas
gera um efeito cruzado de treinamento, ou seja, ocorre um leve aumento na força do mesmo
grupo muscular do membro oposto, ou seja, do membro que recebeu a exercitação. Esse efeito no
grupo muscular que não foi submetido ao exercício pode ser causado por contrações repetidas do
membro não exercitado, como uma tentativa de estabilizar o corpo durante o exercício realizado
com alto nível de esforço (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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Quadro 3 – Características dos exercícios em cadeia aberta e cadeia fechada. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
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O trabalho com equipamento isocinético pode ser visto no vídeo: Dinamômetro
Isocinético. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=omW0KX-
Ovoy0>.
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O treinamento mediante uso de exercícios de alongamento é formulado visando aumentar
o comprimento dos componentes contráteis e não contráteis das unidades musculotendíneas e das
estruturas envolvidas nas articulações almejadas. A deformação, ou o alongamento propriamente
dito, do tecido conjuntivo ocorre em níveis diferentes, em intensidades diferentes de força e com
frequências de aplicação diferentes. Esse processo requisita a quebra de ligações de colágeno e o
realinhamento de suas fibras, para que o alongamento ou o aumento da flexibilidade se estabeleça
de forma permanente. Falando especificamente de flexibilidade, esta pode ser definida como a
capacidade de mover uma única articulação ou várias delas, de modo suave e com facilidade,
passando por toda ADM possível sem restrições e indolor. A flexibilidade possui relação íntima
com a extensibilidade das unidades musculotendíneas que atravessam uma articulação, com base
em sua habilidade de relaxar ou deformar e ceder a uma força de alongamento (KISNER; COLBY;
ALLEN, 2016).
1.6.3 Autoalongamento
Segundo Mayworm (2016, p. 77), “[...] qualquer exercício de alongamento feito de forma
independente por um indivíduo, após instrução e supervisão é chamado de autoalongamento”.
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Conforme Mayworm (2016, p. 77), “São técnicas da fisioterapia manual aplicadas
especificamente às estruturas articulares para modular a dor e tratar comprometimentos
articulares que limitam a ADM”.
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Figura 8 – Mobilização do nervo radial – estágios A, B, C e D. Fonte: Butler (2003).
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local de inserção do músculo (proximal ou distal) à medida que a força é aplicada.
• Intensidade: magnitude da força de aplicação do alongamento.
• Duração e velocidade: período no qual o alongamento é aplicado mantendo os tecidos
encurtados, na posição alongada.
• Frequência: número de sessões (intervenções) feitas no dia ou na semana.
• Modo de alongamento: forma ou maneira com que a força de alongamento (estática,
balística, cíclica – mecânica ou manual) é aplicada e nível de participação do indivíduo
(passivo, assistido, ativo).
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neurológicos ou musculoesqueléticos, durações comuns de alongamento
manual ou auto alongamento (repetições de alongamentos com duração de 15 a
30 segundos) podem não ser efetivas. O uso de alongamento estático mecânico
com talas ou aparelhos de gesso é mais efetivo. A duração do alongamento
mecânico relatada na literatura varia de 15 a 30 minutos até 8 a 10 horas por
vez ou continuamente durante o dia. Assim como já foi evidenciado junto a
outros tipos de exercícios terapêuticos, a avaliação criteriosa para a prescrição
do exercício de alongamento, contribui para melhores resultados tanto no
treinamento quanto na reabilitação e prevenção de lesões. Uma avaliação precisa
e minuciosa contribui para um tratamento eficaz e efetivo.
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Na forma manual, pode ser mais apropriado nas fases iniciais de um programa de alongamento,
quando o terapeuta deseja determinar como o paciente responde a intensidades ou durações
diferentes de alongamento e, ainda, quando se deseja e é importante uma máxima estabilização
(Figura 9). Caso o paciente não possa realizar autoalongamento, esta é uma escolha adequada
(KISNER; COLBY; ALLEN, 2016; MAYWORM, 2016).
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O autoalongamento, também chamado de exercício de flexibilidade ou alongamento ativo,
é uma técnica de alongamento realizada somente pelo paciente, que, é claro, deve ter recebido
previamente as instruções do terapeuta, que cuidadosamente irá supervisionar o procedimento.
Permite ao indivíduo manter ou aumentar a ADM, obtida como resultado da intervenção direta
do fisioterapeuta (Figura 10). Na literatura, há estudos e pesquisas que demonstram que a tensão
criada no músculo durante o alongamento estático é aproximadamente a metade da criada
durante o alongamento balístico (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Figura 10 – Autoalongamento – músculo reto femoral. Fonte: Kisner, Colby e Allen (2016).
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Figura 11 – Alongamento dinâmico balístico. Fonte: Mayworm (2016).
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Existe desvantagem ao optar por alongamento FNP? Sim, pois o alongamento por FNP
requer um profissional para aplicá-lo e também requer atenção para o devido treinamento para
a aplicação da técnica.
Há vários tipos de procedimentos de alongamentos por FNP e, segundo Kisner, Colby e
Allen (2016), todos resultam na melhora de ADM:
• Manter-relaxar (MR) e contrair-relaxar (CR)
Nesta modalidade, primeiramente deve-se alongar o músculo que limita a amplitude,
levando-o até o ponto da limitação (é importante negociar com o paciente, para atingir um
ponto confortável de alongamento); em seguida, o paciente realiza uma contração isométrica
no final da amplitude do movimento (mantendo por cerca de 5 segundos) e, logo após, relaxa
voluntariamente o músculo encurtado. O seguimento é, então, movido de uma posição passiva
para uma nova amplitude, enquanto se processa o alongamento (Figura 12). Estima-se que a
contração mantida antes do alongamento é seguida por um relaxamento reflexo acompanhado
por uma diminuição na atividade eletromiográfica (EMG) no músculo que limita a amplitude,
possivelmente como resultado da inibição autógena.
Nota: a fim de diminuir os efeitos adversos de uma manobra de Valsava (com elevação
da pressão arterial), realiza-se uma respiração regular enquanto executa contrações isométricas
submáximas (de baixa intensidade) mantidas por 5 a 10 segundos em cada repetição do
procedimento de alongamento. Estudos mostram que múltiplas repetições de contrações
isométricas máximas antes do alongamento resultam em aumento agudo da pressão arterial,
mais notadamente após a terceira repetição (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
está causando a limitação) é ativado e se contrai de modo concêntrico, o antagonista (o músculo
que está limitando a amplitude do movimento) é inibido de forma recíproca, o que permite que
este relaxe e se alongue mais prontamente (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
ou grupos musculares, trabalhando num curto período de tempo, 30 segundos
em cada músculo.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Existem duas visões que concordam entre si no que diz respeito à importância de uma
avaliação criteriosa para direcionar a realização de um bom tratamento. Fazendo a comparação das
duas técnicas de alongamento, a segmentar, que procura alongar um músculo ou grupo muscular
isoladamente, e a global, que utiliza a Reeducação Postural Global e realiza alongamento em
cadeias musculares, os dados do estudo de Rosário et al. (2008) mostraram que ambas as técnicas
de alongamento são igualmente eficazes no ganho de amplitude de movimento, flexibilidade,
dinamometria e controle no ganho de alinhamento postural, mas a técnica por alongamento
global foi superior ao segmentar, sendo a técnica indicada para o tratamento desses tipos de
disfunção.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
Figura 14 – Alongamento global. Fonte: Mayworm (2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O terapeuta deve ser capaz de conduzir um exame e uma avaliação bem direcionada, a
fim de desvendar qual é a fisiopatologia a ser tratada, definir seus objetivos e metas e só então
estará de posse do “mapa” que pode conduzir ao sucesso terapêutico. É óbvio que muitas são
as variáveis cabíveis dentro desse processo de descoberta e determinação de objetivos. Cabe ao
terapeuta olhar cada paciente de forma individualizada.
O conhecimento sobre as indicações, precauções e contraindicações de cada modalidade
de exercício terapêutico fornece habilidades para fechar um bom programa de intervenção em
reabilitação. Sejam os exercícios dinâmicos, isométricos ou resistidos, com ou sem auxílio de
equipamentos, em cadeia cinética fechada ou aberta, as necessidades e limitações devem ser bem
claras, a fim de conduzir o programa de exercícios de forma segura e coerente. Da mesma forma,
a flexibilidade, obtida por meio dos exercícios de alongamento, pode ser trabalhada de várias
formas: por meio de técnicas específicas como a FNP, energia muscular, alongamento global, ou
de formas diversas, como o alongamento estático, estático progressivo, dinâmico balístico, cíclico
ou ainda por mobilização e manipulação articular de tecidos moles e tecido neural.
Como visto, as técnicas são diversas, consagradas na literatura e na prática baseada em
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2
evidências e, independentemente de quais sejam escolhidas, o mais importante é saber, ter bem
claro e definido qual é a disfunção abordada, em que momento ou fase ela se encontra e quais são
os objetivos e metas a serem atingidos.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
CINESIOTERAPIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................ 59
1. EXERCÍCIOS PARA DIVERSAS ÁREAS DO CORPO – 1COLUNA VERTEBRAL.....................................................60
1.1 EXERCÍCIOS PARA COLUNA VERTEBRAL – DIRETRIZES...................................................................................60
1.1.1 MÉTODOS, TÉCNICAS OU EXERCÍCIOS DE WILLIANS E MCKENZIE.............................................................. 61
1.1.2 ESCOLA DE POSTURA.......................................................................................................................................... 66
1.1.3 EXERCÍCIOS DE ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL............................................................................ 67
1.1.4 EXERCÍCIOS DE PILATES .................................................................................................................................... 69
1.1.5 MÉTODO MÉZIÈRES ........................................................................................................................................... 72
1.1.6 REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL (RPG)......................................................................................................... 74
1.1.7 ISOSTRETCHING................................................................................................................................................... 76
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1.1.8 MÉTODO DAS CADEIAS MUSCULARES DE LÉOPOLD BUSQUET..................................................................77
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................79
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Entre os diversos procedimentos usados em terapia no processo de atendimento de
pacientes, o exercício terapêutico ocupa seu lugar entre os elementos fundamentais, constituindo
o centro dos programas elaborados para melhorar ou restaurar a função de uma pessoa ou para
prevenir sua disfunção.
O conhecimento prévio de anatomia, cinesiologia, biomecânica e neurofisiologia
possibilitará a escolha e o alcance dos objetivos propostos para cada paciente. O terapeuta
seleciona os mais adequados para cada caso e, conforme a evolução, irá prescrevendo e utilizando
outros exercícios, substituindo ou adicionando, conforme cada necessidade específica.
Nesta unidade, são apresentados alguns exercícios utilizados com mais frequência em
espaços terapêuticos com a finalidade de promover a reabilitação física. É uma abordagem breve,
pois na vida profissional são utilizados muitos exercícios, conceitos e protocolos validados de forma
abrangente. A Unidade III tem, como principal objetivo, apresentar, de forma sucinta, exercícios
direcionados para a coluna vertebral, que visam à sua saúde e, consequentemente, promovam
melhores condições para a execução das atividades básicas de vida diária. Especificamente:
exercícios de Willians e McKenzie, Escola de Postura, exercícios de estabilização da coluna
vertebral, exercícios de Pilates, o Método Mézières, Reeducação Postural Global, Isostretching e as
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Cadeias Fisiológicas de Léopold Busquet. Faz-se importante mencionar aqui que existem outras
tantas técnicas que não serão abordadas, em vista de sua semelhança com os métodos já citados,
porém que possuem importância e merecimento de busca, conhecimento e aprofundamento do
seu estudo, caso agucem o desejo no leitor.
As ideias para a construção de um programa de exercícios foram selecionadas e seguem
de forma compilada, a fim de auxiliar o leitor a compor um programa de exercícios adequado
e coerente de acordo com suas necessidades e que venha a promover melhoras da condição da
coluna vertebral, facilitando, assim, a execução de suas AVD.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
MAYWORM, 2016).
Os hábitos posturais incorretos, ou simplesmente a má postura, são a causa basal de
várias desordens de coluna vertebral, inclusive, dos membros. Frequentemente, realizando
simples correções para minimizar ou eliminar as sobrecargas posturais que não são aparentes,
podem-se diminuir e aliviar os sintomas. Segundo dados coletados da Organização Mundial de
Saúde, cerca de 65 a 80% da população tem ou terá, em algum momento da vida, o quadro
clínico conhecido como lombalgia, sendo que 40% desses casos tornar-se-ão desordens crônicas
da coluna. A dor lombar é uma importante desordem clínica, socioeconômica e até mesmo de
saúde pública, e configura-se como uma das enfermidades mais comuns da coluna vertebral cuja
principal característica é o quadro doloroso nas partes inferiores da coluna lombar, lombossacral
ou sacroilíaca (GALDINO et al., 2015 apud MAYWORM, 2016).
Conforme Kisner, Colby e Allen (2016), antes de desenvolver um plano de tratamento e
eleger as práticas necessárias, é preciso avaliar e registrar os dados colhidos no exame do paciente,
incluindo história, revisão de órgãos e sistemas e os testes e medidas específicos, além de conhecer
muito bem os seus hábitos de vida. Com base nestas premissas, são listados a seguir critérios para
a intervenção terapêutica junto a comprometimentos da coluna vertebral.
Processo de educar o paciente: significa envolvê-lo em todas as atividades, a fim de
ensinar o autocuidado. Manter o paciente informado sobre o progresso esperado e precauções
necessárias.
Combate e diminuição dos sintomas agudos: técnicas e formas de se empregar a
eletrotermofototerapia, recursos terapêuticos manuais (massoterapia, tração, mobilização e/ou
manipulação), de acordo com a necessidade e para cada caso em particular. Convém lembrar
que é importante o repouso intercalado com atividades aeróbicas breves, como a caminhada, por
exemplo.
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
o número de repetições, enfatizando a resistência muscular à fadiga; avançar para exercícios
mais elaborados com foco no desenvolvimento da força muscular. Para a parte cervical da
coluna vertebral, trabalhar movimentos suaves da cabeça, para a frente, para trás, bem como
os movimentos de lateralização, e incrementar propiciando a estabilização básica por meio de
movimentos ativos, incluindo o uso dos membros superiores e inferiores – evoluir para exercícios
dinâmicos de fortalecimento, com resistência à fadiga, enfatizando as metas funcionais.
Introduzir atividades aeróbicas seguras: implementar e prosseguir com um programa
de exercícios aeróbicos, reservando atenção para a sua progressão.
Criar e promover hábitos de exercícios saudáveis para automanutenção: integrar, na
vida cotidiana, um programa de preparo físico, exercícios regulares e mecânica corporal segura,
que também seja de fácil assimilação por parte do paciente (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
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CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
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Há também uma série de exercícios (Figura 3) para alongamento da cadeia posterior, com
provável analgesia.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
extensão para aliviar a pressão sobre os discos (HOUGLUM, 2015).
McKenzie possui vários subsídios científicos em seu método. Acreditava que as dores
lombares tinham três mecanismos responsáveis, a saber: a Síndrome de Postura, ocasionada por
uma deformação mecânica dos tecidos moles adjacentes aos segmentos vertebrais; a Síndrome
de Disfunção, causada por encurtamentos ou aderências teciduais, por conta da má postura
ou por contratura do tecido fibroso-colágeno, ocorrido após um trauma; e o terceiro e último
mecanismo, a Síndrome de Desarranjo, ocasionada por um deslocamento ou listes do disco
intervertebral. Seguindo a filosofia do método McKenzie, o tratamento se desenvolve em grande
parte pelo movimento de extensão, mas a flexão também poderia ser incorporada, de acordo com
o mecanismo da lombalgia e de acordo também com a fase do tratamento (Figura 4). O método
tem como principal explicação as desordens biomecânicas causadas por posturas, exercícios
ou atividades inadequadas, causando, posteriormente, alterações estruturais da coluna lombar,
sendo que o tratamento é conduzido para a alteração específica (LEMOS; SOUZA; LUZ, 2005;
HOUGLUM, 2015).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Em seu método para tratar dor nas costas, a abordagem McKenzie, método que ele
identificou como centralizador, move a dor progressivamente de sua região mais distal nos
membros para uma localização mais proximal e central na coluna lombar. Uma vez que a dor
lombar é mais tolerável do que a dor referida no membro, centralizar a dor é um fator-chave
no tratamento da referida dor distal da coluna vertebral. Sua ideia incluía permitir ao paciente
controlar a dor e o uso de exercícios que são dados ao paciente em ordem sequencial (Figura 5).
A sequência está descrita a seguir (HOUGLUM, 2015).
Exercício 1: 5 minutos em decúbito ventral. Se necessário, apoiar travesseiros na região
pélvica na altura lombar, e à medida que o paciente relatar diminuição da dor, deve-se remover os
travesseiros gradativamente até que o paciente seja capaz de manter-se na postura.
Exercício 2: quando capaz de permanecer em decúbito ventral, o paciente avança para
decúbito ventral sobre os cotovelos, com os cotovelos alinhados com os ombros, por 5 minutos.
A pelve permanece apoiada sobre a maca. Caso a pelve não encoste na maca, deve-se mover
os cotovelos mais adiante até que a pelve encoste na maca. Conforme adquirir flexibilidade, os
cotovelos são movidos até que estejam diretamente sob os ombros.
Exercício 3: a partir da aquisição da postura anteriormente descrita, o exercício torna-se
elevação em extensão, de maneira que a pelve fique apoiada na maca. Ajustes devem ser feitos
na posição das mãos até que se alcance flexibilidade e possa atingir a posição com as mãos
aproximadas ao alinhamento dos ombros. Realizar 10 repetições, de 6 a 8 vezes por dia.
Exercício 4: realizado com extensão de tronco em pé, com apoio bipodal. O paciente
coloca as duas mãos sobre a região posterior da pelve e estende o tronco para trás a partir da
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
cintura, e não dos joelhos. Realizar de 6 a 8 repetições de 6 a 8 vezes por dia.
Exercício 5: é o exercício “gato-vaca” em posição sentada. Começar com os ombros caídos
e coluna arqueada, com a coluna lombar curvada posteriormente. Em seguida, o paciente executa
uma inclinação pélvica anterior. Explorar o limite extremo de cada posição e repetir de 15 a 20
vezes, 3 vezes por dia.
Exercício 6: este exercício McKenzie final é semelhante ao de Williams. Consiste em trazer
os joelhos ao peito. É repetido 10 vezes, de 6 a 8 vezes por dia. Cada membro inferior é movido até
o tórax e retorna à posição de início, um de cada vez, com o primeiro membro inferior mantido
junto ao peito, enquanto o outro é trazido para junto do primeiro, então o primeiro membro
inferior é mantido na posição de início, enquanto o segundo é levado de volta, de modo que a
coluna não se estenda durante o movimento.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
a grandes grupos. Em 1978, Knoplich publicou o livro Viva bem com a coluna
que você tem, onde foi enfatizada a aplicação da ‘Escola de Postura’.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 6 – Exercícios de Knoplich andando (com retroversão pélvica) e exercício com apoio na parede. Fonte: Kno-
plich (2015).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
ponível em: <http://www.escoladepostura.com.br/default.asp>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Mayworm (2016) afirma que a exercitação desses músculos pode ser realizada por meio
de exercícios específicos e possui o objetivo de recuperar a sua contração, trabalhando como um
verdadeiro cinturão interno juntamente ao diafragma e aos músculos do assoalho pélvico. Esses
exercícios são realizados em conjunto com a respiração e com foco na qualidade e percepção da
contração dos músculos estabilizadores, progredindo para exercícios funcionais com alterações
do centro de gravidade e com movimentos amplos das extremidades.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 7 – Exercícios em quatro apoios com contração do transverso do abdômen. Fonte: Mayworm (2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
O terapeuta deve sentir em seus dedos polegares a contração no local palpado e deve verificar
a capacidade de execução de uma contração simétrica e bilateral por parte do indivíduo, assim
como a intensidade e a capacidade em manter de forma homogênea, sem compensações.
A co-contração dos músculos TA e ML, de preferência, tem início nas posições em pé e sentada.
Em ambas, o paciente realiza exatamente os mesmos exercícios para o TA e o ML (Figura 9) ao
mesmo tempo.
Figura 9 – Músculos multífidos e co-contração dos multífidos e do transverso do abdômen. Fonte: Mayworm (2016).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
A literatura sugere que os exercícios de estabilização são positivos tanto na prevenção
quanto no tratamento da dor lombar crônica, mostrando serem eficazes na redução da dor e
na melhora da função em indivíduos com lombalgia (FRANÇA et al., 2008 apud MAYWORM,
2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 10 – Exercício de Pilates: treinamento do core. Fonte: Ellsworth (2015).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 11 – Exercício de Pilates: alongamento da coluna para a frente. Fonte: Massey (2012).
Exercícios iniciais de Pilates com auxílio de aparelhos podem ser vistos no vídeo:
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Conheça seis Exercícios de Pilates para Iniciantes. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=eL3LpYBPat4>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Todos os nossos músculos são indiretamente ligados uns aos outros por forma
de cadeias musculares, que são a passagem das linhas de força que percorrem
o nosso corpo, fazendo-o reagir de uma extremidade à outra. Toda atividade
dentro de uma parte do corpo terá repercussões no corpo todo.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 12 – Imagem clássica dos conteúdos principais das cadeias musculares anterior e posterior. Fonte: Coelho
(2008).
Françoise Mézières definiu o termo cadeia muscular como sendo um grupo de músculos
que seguem com igualdade uma direção e um sentido, são habitualmente poliarticulares e atuam
como se fossem um único músculo (Figura 12). Mézières foi pioneira neste assunto e, com
base nas suas observações práticas e em seus estudos anatômicos, descreveu também três leis
relacionadas às cadeias musculares:
1 - Toda tentativa de correção em uma determinada região irá gerar uma compensação
em outra região a distância.
2 - Toda tentativa de estiramento ou tensionamento de uma cadeia muscular resultará
numa propensão de rotação interna dos membros.
3 - Toda tentativa de estiramento de uma cadeia muscular leva à predisposição de um
bloqueio respiratório em apneia inspiratória (MAYWORM, 2016).
A cadeia dos músculos estáticos é, em potencial, o que mantém o corpo humano ereto.
Essa cadeia é composta por músculos constituídos de uma maior quantidade de tecido conjuntivo
e apresenta o tônus mais elevado, pelo fato de executar uma função contra a gravidade, fato
que exige uma contração parcial constante. A tendência desses músculos é possuir tônus mais
elevado; eles são comumente mais encurtados e com menor flexibilidade. São ainda os mais
acometidos nos casos de patologias. Quando os músculos estáticos se encurtam excessivamente,
desvios ósseos podem se instalar e consequentemente ocorrer compressões das articulações.
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ENSINO A DISTÂNCIA
É fato também que, quando um músculo de uma cadeia muscular é acometido, todos
os outros músculos da mesma cadeia também serão afetados. Para os principais movimentos
corporais, é utilizada a cadeia dos músculos dinâmicos. Estes são músculos que possuem uma
quantidade mais baixa de tecido conjuntivo e também menor tônus muscular; por esse motivo,
podem se tornar extremamente flácidos e hipotônicos. Um bom exemplo disso são os músculos
abdominais de pessoas sedentárias (MAYWORM, 2016).
A Figura 13 representa o “anel Mézières”. Podemos dizer que, para Mézières, todas
as deformações ocorriam a partir de uma ou mais lordoses, sendo que esta(s) estaria(m)
associada(s) à rotação dos membros (relacionada com o encurtamento do psoas e de outros
músculos sinergistas) e ao bloqueio diafragmático (associado ao encurtamento do diafragma e
dos diversos músculos suspensores das vísceras, incluindo musculatura sinergista com inserção
superior na coluna cervical). O tratamento, segundo Mézières, corresponderia precisamente a
toda a ação de alongamento muscular global e prolongado com vista à deslordose, desrotação e
desbloqueio diafragmático (os princípios fundamentais de trabalho de Mézières). O tratamento
mézièrista consiste precisamente num conjunto de posturas que possibilitam o tratamento inicial
de um “bloco superior” da “cadeia posterior” (constituído pela cabeça, coluna cervical, cintura
escapular e membros superiores, e coluna dorsal até T7) e, logo em seguida, o tratamento do
“bloco inferior” da “cadeia posterior” (coluna de T7 até o cóccix, cintura pélvica e membros
inferiores) (COELHO, 2008).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 13 – Esquema do “Anel Mézières”. Fonte: Coelho (2008).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Françoise Mézières nasceu na França em 1909 e doutrinou sua técnica e seu método
do fim dos anos 1950 até 1991 quando veio a falecer. Ela influenciou alunos que derivaram e
criaram as próprias técnicas, como Philippe-Emmanuel Souchard, criador do método conhecido
como Reeducação Postural Global (RPG), além de outros teóricos como Godelieve Denys Struyf
(Método GDS), Bernard Redondo (Isostretching), Serge Peyrot (MARP), Thérese Bertherat
(Antiginástica), dentre outros (MAYWORM, 2016).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 14 – Posturas do RPG: 1. rã no chão com fechamento dos braços; 2. rã no ar com fechamento dos braços; 3.
postura sentada; 4. rã no chão com abertura dos braços; 5. postura de pé contra a parede; 6. rã no ar com abertura
dos braços; 7. postura “bailarina”; 8. postura de pé. Fonte: Coelho (2008).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Em termos teoréticos, a atenção dada por Souchard é maior à(s) cadeia(s) anterior(es)
do que Mézières; por exemplo, se para Mézières não há cifose sem lordose, para Souchard, a
cifose poderá constituir-se como uma entidade autônoma relativamente à lordose, com cadeias
anteriores envolvidas em independência da cadeia muscular posterior. Para Souchard, há dois
grandes conjuntos de “retrações” globais: posterior e anterior. As posturas de trabalho variam
segundo as alterações existentes. Se analisarmos bem essas “posturas”, veremos que algumas são
iguais às posturas de Mézières, mas esteticamente mais belas e “politicamente” mais corretas.
Um exemplo pode ser constatado na postura “sentada”, na qual é mantida a curvatura lombar
neutra, enquanto que essa curvatura tende a ser “deslordosada” no método Mézières (Figura 15)
(COELHO, 2008).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 15 – Postura de Mézières e a correspondente “rã sentada” do RPG de Souchard. Fonte: Coelho (2008).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para mais informações sobre o Método Mézières, RPG e cadeias musculares, as-
sim como sua evolução histórica, acesse:
COELHO, L. O método Mézières ou a revolução na ginástica ortopédica: o mani-
festo antidesportivo ou a nova metodologia de treino. Motricidade, Santa Maria
da Feira, v. 4, n. 2, jun. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2008000200004&lang=pt>.
1.1.7 Isostretching
Uma outra técnica, o Isostretching, foi desenvolvida em 1974 por Bernard Redondo
(Figura 16) e consiste na manutenção de posturas de alongamento durante uma expiração
prolongada, enquanto o indivíduo realiza uma contração isométrica excêntrica da musculatura
vertebral profunda. Esta é considerada uma técnica global porque as posturas utilizadas
objetivam manter posicionamento vertebral de engrandecimento, favorecem o alongamento
simultâneo dos músculos posteriores da coluna e dos membros e, ao mesmo tempo, mantêm os
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
paravertebrais profundos com uma tonicidade que favorece a manutenção da postura correta
adquirida, portanto, visa preparar e proteger a musculatura de uma retração que possa vir a sofrer
por falta de atividade física adequada, sendo indicada para todas as idades e capacidades físicas.
Em geral, é aplicada ao longo de várias sessões.
Na literatura, quase não se encontram estudos que avaliam os efeitos do isostretching em
alterações posturais, sendo que os poucos encontrados apresentam dados qualitativos obtidos por
meio de fotografia, ou radiografia, ou avaliam apenas um segmento da postura corporal. Apesar
de o método ser utilizado por fisioterapeutas na prática clínica com êxito, há poucos achados na
literatura sobre sua utilização e seus benefícios, talvez pela dificuldade em agregar voluntários
que mantenham o compromisso de seguir o tratamento até o final (MONTE-RASO et al., 2009).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 16 – Bernard Redondo – criador da técnica Isostretching. Fonte: Quark Produtos Médicos (2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
A sua obra possui uma grandeza de conhecimento anatômico que qualquer outro
mézièrista não possui. De um ponto de vista dos métodos “neo-mézièristas”, é aquele que, segundo
uma linha “orto-reumatológica”, possui a maior completude (COELHO, 2008).
O método consiste numa combinação de técnicas de massagens e alongamentos leves
e progressivos sem que haja dor. Desfeitas as tensões, as funções corporais normais entram em
ação, eliminando tensões estruturais que estejam na base de disfunções, deformações e dores. O
tratamento deve sempre respeitar a idade do paciente, do bebê ao adulto. As sessões demoram
cerca de 50 minutos, em média, e devem ser realizadas uma vez por semana, com pelo menos 12
sessões (BUSQUET, 2009).
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
Figura 17 – Léopold Busquet – Método Cadeiras Fisiológicas de Busquet. Fonte: Methode Busquet (2015).
Para mais informações sobre o Método Busquet, acessar histórico do método em:
Curso Internacional de Formação no Método Busquet. Disponível em: <http://www.
methode-busquet.com/wp-ontent/uploads/sites/5/2015/02/objectifs.pdf>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A coluna vertebral pode ser considerada analogamente a um pilar, ou seja, o pilar corporal.
A partir dessa estrutura tão nobre e que abriga outras estruturas de igual importância, seguem os
membros e demais órgãos e sistema numa harmonia estrutural, física, corporal e, por que não,
emocional? As desordens que afetam a coluna vertebral merecem, portanto, atenção especial
por parte do terapeuta que, munido de informações e conhecimentos específicos e inerentes à
profissão voltada à reabilitação, deve promover o melhor tratamento possível.
A avaliação é o “mapa”, o “plano” de ação para iniciar uma conduta coerente de reabilitação
aplicada à coluna vertebral. Os conhecimentos de cinesiologia e cinesioterapia, já trabalhados
neste texto, bem como técnicas de terapia manual citadas e ainda recursos e técnicas específicas
constituem um valioso agrupamento de ferramentas voltadas ao combate das disfunções de
coluna vertebral.
Independentemente do(s) método(s) escolhido(s), o terapeuta deve considerar e
assumir a autonomia para indicação e implementação de um programa terapêutico progressivo,
pensando em todas as fases de uma reabilitação, simples ou mais complexa, passando pelas
modalidades de exercício passivo, ativo-assistido, ativo livre, exercícios contra resistência (nas
modalidades isométrica e isotônica, com intervenção manual ou mecânica, usando cadeias
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3
cinéticas aberta e fechada). O equilíbrio e os exercícios funcionais devem ser adotados com
foco no restabelecimento da função, seja em demandas simples ou mais complexas, como nos
acometimentos de membros (por exemplo, na ausência de função dos membros inferiores), fato
que demanda cuidados focados nas transferências de decúbitos, em funções como a locomoção
(com ou sem dispositivos auxiliares: muletas, bengalas, cadeiras de rodas e assim por diante),
acessos domiciliares ou urbanos.
Ao longo da história da medicina de reabilitação, muitos autores, em embates ou em
sinergia sobre determinados assuntos, tornaram possível a aquisição e o acesso a tais conhecimentos
terapêuticos, os quais nos possibilitam tecer comparações e, de forma privilegiada, adotar, escolher,
mesclar ou até mesmo criar formas de terapias e/ou técnicas em prol de “um atendimento mais
humanizado”. Seja qual for a filosofia de trabalho eleita pelo terapeuta, inegavelmente é preciso
tomar posse, reconhecer, citar e correlacionar práticas terapêuticas com o legado deixado pelos
autores referenciados neste texto.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
CINESIOTERAPIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................. 82
1. EXERCÍCIOS PARA DIVERSAS ÁREAS DO CORPO – OS MEMBROS................................................................. 83
1.1 EXERCÍCIOS PARA MEMBROS SUPERIORES E MEMBROS INFERIORES..................................................... 83
1.1.1 EXERCÍCIOS DE CODMAN.................................................................................................................................. 84
1.1.2 PROTOCOLO DE ROCKWOOD........................................................................................................................... 85
1.1.3 TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO ................................................................................................................ 86
1.1.4 FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA (FNP)......................................................................... 91
1.1.5 ABORDAGEM NEUROEVOLUTIVA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEUROMUSCULARES...................... 94
1.2 POSTURA E AVALIAÇÃO....................................................................................................................................... 96
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................................... 99
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
O corpo humano possui uma grande capacidade de adaptação funcional e estrutural ao
exercício físico. Os homens foram nômades e caçadores durante milhares de anos de evolução.
Nos últimos tempos, houve redução importante da quantidade de atividade física na vida diária,
devido aos sistemas de automação no trabalho e ao transporte motorizado. Isso indica que a
mudança para um estilo de vida sedentário pode ser prejudicial para o indivíduo e potencialmente
oneroso para a sociedade.
A forma física e a boa saúde não são sinônimos, mas complementares entre si. Enquanto
uma boa saúde significa simplesmente a ausência de doenças, a forma física pressupõe energia
suficiente para buscar as recompensas da vida e não depender fisicamente de outras pessoas.
O exercício físico ocupa um lugar primordial no processo de reabilitação. Estudos relatam
a diminuição dos sintomas de patologias, como a fibromialgia, LER/DORT, além de outras
tantas, com o uso complementar das terapias funcionais, tratamentos baseados em exercícios
terapêuticos protocolados individualmente para cada patologia e cada indivíduo. Como diversos
estudos vêm demonstrando, destaca-se a importância do exercício físico terapêutico como forma
de modulação funcional do sistema imunológico, aumentando a capacidade desse sistema de
combater processos inflamatórios, infecciosos e virais.
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4
Nesta última unidade, são apresentados exercícios visando ao desempenho muscular e
à função dos complexos apendiculares do corpo humano. A Unidade IV tem como objetivo
apresentar uma progressão de exercícios, considerando a fase pós-diminuição do quadro álgico,
de forma a desenvolver percepção e controle dos músculos fracos ou mal utilizados. De forma
também sucinta, seguem exercícios direcionados para os membros superiores e inferiores,
especificamente: exercícios de Codman, exercícios de Rockwood, treinamento proprioceptivo,
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) e a abordagem neuroevolutiva no tratamento
de doenças neuromusculares. Por fim, é de suma importância uma explanação sobre avaliação
postural, que, de fato, é o ponto inicial para que se obtenha êxito em toda e qualquer abordagem
terapêutica.
WWW.UNINGA.BR 81
ENSINO A DISTÂNCIA
CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4
resistências e ADM ativo assistida, variando as modalidades em cadeia cinética aberta e fechada.
Cuidado nas amplitudes extremas ou que venham a gerar dor.
- Oferecer resistência e repetições meramente suficientes para provocar os músculos, mas
sem evocar os sintomas.
- Implementar a exercitação com contrações concêntricas e excêntricas.
- Favorecer e praticar o controle dos músculos associados à postura, a fim de alcançar
estabilidade nas regiões alvo (fazer uso de exercícios de estabilização).
- Proporcionar resistência muscular à fadiga.
- Evoluir para padrões combinados de movimento com simulação de atividades funcionais
e treinar os grupos musculares a trabalharem sequencialmente, de forma coordenada e com
controle de movimento.
- Incorporar tarefas funcionais simples ao processo de reabilitação e evoluir para atividades
mais complexas e desafiadoras.
- Incluir e realizar exercícios corporais globais com vistas a aumentar a resistência
cardiopulmonar e também o equilíbrio corporal.
- Com base nos objetivos funcionais e de acordo com as necessidades de cada paciente,
incluir ao treinamento exercícios excêntricos de alta intensidade, treinamento pliométrico
(exercícios de alongamento-encurtamento rápido) e exercícios de agilidade com velocidades de
movimento cada vez maiores (KISNER; COLBY; ALLEN, 2016).
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cirurgia do ombro, e também no estudo de desfechos clínicos – mais tarde seria
considerado um dos pais da medicina baseada em evidências).
Foi no ano de 1934 que ele apresentou um tipo singular de mobilização do ombro,
especialmente indicada após cirurgias de reparo das estruturas do manguito rotador. Os exercícios
de Codman (Figura 1), ou exercícios pendulares, assim também chamados, compreendem de
forma básica a execução de uma automobilização por meio de movimentos circulares e pendulares
envolvendo o membro superior (braço). São exercícios simples, de baixo custo e eficazes em
minimizar a dor e restabelecer a amplitude de movimento do ombro após uma lesão ou cirurgia.
Os exercícios de Codman podem abranger três modelos diferentes de movimento realizados no
ombro: (1) circundução (sentido horário ou anti-horário), (2) flexão e extensão (para frente e
para trás) e (3) abdução e adução horizontal (de um lado para o outro) (MAYWORM, 2016).
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Figura 2 – Exercício de Codman: (a) flexão-extensão; (b) flexão-extensão horizontal. Fonte: Houglum (2015).
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nos tendões, nos ligamentos, nas articulações e também no labirinto. Eles possuem a função
reflexa de locomoção e de postura. Geram impulsos nervosos em níveis conscientes ou não. Em
níveis conscientes, os impulsos chegam ao córtex cerebral e possibilitam que, mesmo de olhos
fechados, seja possível perceber o próprio corpo, os segmentos corporais, a atividade muscular e o
movimento articular. São incumbidos de prover o sentido de posição e de movimento (cinestesia).
Estes receptores exercem, simultaneamente, a função de perceber todas as mudanças mecânicas
e de mandar a informação captada para o sistema nervoso central. Além disso, não somente os
proprioceptores, mas também o aparelho vestibular e o sistema visual oferecem informações
somatossensoriais essenciais. Pode-se dizer, à vista disso, que o “sentido” de propriocepção é
responsável por enviar, constantemente, informação sobre eventuais movimentos dos segmentos
corporais que nos ajudam nas mais variadas tarefas motoras. De forma correta, os proprioceptores
situam-se nos músculos (fusos musculares), tendões (órgãos tendinosos de Golgi) e nas cápsulas
articulares (corpúsculos de Ruffini e Pacini) (Figura 4). De maneira geral, a propriocepção age
como atividade reflexa na presença de movimentos abruptos, repentinos ou simplesmente quando
se muda a direção de um movimento específico. Pode-se afirmar que se trata de um mecanismo
que protege as articulações. Ela é eficiente por conta da presença de receptores peculiares que
são sensíveis a mudanças físicas, como mudanças na angulação de uma ou mais articulações,
rotação da cabeça, tensão imposta sobre um músculo, ou ainda na extensão da fibra muscular
(LEHMKUHL; SMITH, 2014).
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Figura 4 – Receptores proprioceptivos aferentes. Fonte: Houglum (2015).
• Para o treino de equilíbrio, realizar exercícios em prancha com apoio dos dois pés, ou
com apenas um deles, com ou sem auxílio da visão, e exercícios em pranchas de equilíbrio,
cama elástica, balanço proprioceptivo (Figura 5), dentre outros.
• Treino com deslocamentos, trabalhando exercícios que promovam variados estímulos
com mudanças de direção.
• Trabalho específico por meio de exercícios que promovam estímulos semelhantes às
atividades profissionais, esportivas ou até mesmo de lazer.
• Elaborar e implementar exercícios em circuitos, variando os tipos de piso, a direção e
os obstáculos.
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Figura 5 – Equipamentos (pranchas bipodal e unipodal, bolas terapêuticas, balancim) para exercícios de proprio-
cepção. Fonte: Mayworm (2016).
Segundo Houglum (2015), existe uma progressão geral e importante dos exercícios
de propriocepção, caso esteja trabalhando com lesões em membros superiores ou inferiores.
Para membros inferiores, as atividades de equilíbrio estático começam na posição ereta, com
apoio unipodal e com os olhos abertos. O paciente deve estar apoiado sobre a perna lesionada e
com os braços abertos com a meta de 30 segundos sem apoiar a perna contralateral. Se houver
dificuldade, o paciente pode adaptar o exercício tocando, com os dedos de um pé, o calcanhar do
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pé oposto. É mais difícil quando a perna lesionada é colocada na posição de trás. A progressão
pode seguir repetindo o exercício com os olhos fechados. As atividades de equilíbrio progridem
do apoio unipodal com os olhos fechados para apoio unipodal sobre uma superfície instável,
sobre uma almofada, por exemplo, primeiro com olhos abertos e depois com olhos fechados
(Figura 6). Para gerar maior dificuldade no apoio unipodal, pode-se fazer com que o paciente
realize uma atividade que o distraia, como pegar bolas lançadas para ele.
Figura 6 – Progressão do equilíbrio estático: (a) equilíbrio unipodal adaptado; (b) equilíbrio unipodal; (c) equilíbrio
unipodal sobre meio rolo de espuma. Fonte: Houglum (2015).
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Figura 7 – Exercício de propriocepção para membros superiores sobre a bola suíça: (a) paciente é sustentada somen-
te pela bola suíça; (b) paciente é sustentada por uma maca enquanto move uma bola suíça. Fonte: Houglum (2015).
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utilização de combinações de padrões de movimento primitivos realizados com uma quantidade
máxima de resistência aplicada ao longo de toda a amplitude de movimento. Em sua origem,
acreditou-se que as técnicas eram úteis no tratamento de distúrbios neuromusculares, mas com o
tempo elas provaram também ser benéficas nas alterações de ordem ortopédica. A FNP tem sido
útil em restaurar a flexibilidade, a força e a coordenação de músculos e articulações que sofreram
lesão (HOUGLUM, 2015).
A FNP, já citada na unidade referente aos exercícios de alongamento e exercícios resistidos,
utiliza conceitos de estimulação dos proprioceptores, a fim de melhorar e ampliar a demanda
direcionada ao mecanismo neuromuscular, incorporando técnicas manuais de alongamento
e fortalecimento com fundamentos e bases neurofisiológicos de inferência que se repetem
continuamente ou simplesmente a indução sucessiva, inervação e inibição recíproca, além do
fenômeno de irradiação. Desde o início das práticas com FNP, foram integrados, com sucesso,
muitos dos princípios de abordagens modernas em neuroreabilitação.
A FNP comporta também a aprendizagem motora e a manutenção funcional de atividades
adquiridas com a repetição de uma demanda específica; o treino gradual de acréscimo de aptidões
do desempenho motor, fato que possibilita aos pacientes criar e recriar habilidade de movimento
funcional com eficiência; e o estudo da biomecânica e do comportamento do controle motor.
De modo global, as atividades desenvolvidas por meio da intervenção da FNP são canalizadas
a um objetivo funcional e correlacionadas ao ambiente no qual se pretende alcançar o objetivo.
Esta técnica, seus métodos e procedimentos podem ser executados tanto em crianças como em
adultos que apresentam disfunções neurológicas (ADLER; BECKERS; BUCK, 2007).
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contração muscular por meio da ‘sincronização para ênfase’.
• Padrões de facilitação: movimentos sinérgicos em massa são componentes do
movimento funcional normal.
O objetivo das técnicas de FNP pode ainda ser descrito como a estimulação e a promoção
do movimento funcional por meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento e do relaxamento
de grupos musculares. Em sua metodologia, cada procedimento e técnica são realizados com
contrações musculares concêntricas, excêntricas e isométricas, conjuntamente com resistência
precisamente graduada e métodos facilitatórios apropriados, todos adaptados a fim de acertar as
necessidades de cada paciente (ADLER; BECKERS; BUCK, 2007).
Houglum (2015) cita que os padrões de movimento ocorrem em blocos que incorporam
um movimento diagonal em combinação com um movimento em espiral. Em outras palavras,
todas as partes principais do corpo se movem em padrões que possuem três componentes.
Esses padrões diagonais incluem os componentes de flexão e de extensão. Como os padrões são
diagonais, também incluem movimentos ou na direção e cruzando a linha mediana (adução), ou
para fora cruzando a linha mediana (abdução). A rotação é o terceiro componente dos padrões de
FNP. Os padrões de movimentos são referidos como D1 e D2. Os padrões D1 de flexão e D1 de
extensão se movem para a flexão e para a extensão, respectivamente. Os padrões D2 são divididos
da mesma maneira. Facilitando a memorização, se pensar no membro superior, a rotação lateral
sempre vai com flexão e, no membro inferior, a rotação lateral sempre vai com a adução. Estes são
os padrões naturais adotados no dia a dia, tanto nos movimentos para execução das atividades
de vida diária (AVD) quanto para movimentos do esporte. Por exemplo, ao se lançar uma bola,
o ombro começa em abdução, flexão e rotação lateral. Conforme a bola é lançada, o movimento
finaliza com o ombro em extensão, adução e rotação medial. Analogamente, ao chutar uma bola
de futebol, também é possível identificar o padrão de FNP: conforme a bola é chutada, a perna se
move de extensão, abdução e rotação medial para uma posição de flexão, adução e rotação lateral
(Figuras 8 e 9).
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Figura 8 – Padrões de FNP para membros superiores. Fonte: Houglum (2015).
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Figura 9 – Padrões de FNP para membros inferiores. Fonte: Houglum (2015).
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O tratamento em equipe entre fisioterapia, terapeuta ocupacional e fonoaudiólo-
go, o treinamento dos pais e, se possível, professores, é um aspecto essencial no
tratamento. O conceito do tratamento e seu planejamento devem ser entendidos
por todos aqueles que trabalham com a criança. As diferentes visões de cada
membro da equipe sobre as dificuldades da criança devem ser coordenadas de
forma a evitar confusões para que possa haver uma continuidade nas atividades
de vida diária e serem reforçadas em cada profissional da equipe.
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Uma abordagem prática interessante sobre o conceito Bobath pode ser vista no
vídeo: BABY TREATMENT. Neurodevelopmental Treatment Concept. Disponível em:
<http://www.abradimene.org.br/videos.asp>.
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VERONESI, O. A terapia ocupacional e o conceito neuroevolutivo/Bobath.
dez. 2017. Disponível em: <http://www.abradimene.org.br/artigos.as-
p?lang=pt&temp=5&materia=29>.
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Figura 10 – Alinhamento postural ideal. Fonte: Magee (2010).
Além da avaliação da postura na vista anterior, ela é avaliada na vista posterior e lateral,
sempre com base nos pontos de referência por onde passa o fio de prumo; observar a Figura 11
(HOUGLUM, 2015).
Figura 11 – Vista frontal (à esquerda); vista posterior (centro); vista lateral (à direita). Fonte: Houglum (2015).
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Por que a maioria dos desvios posturais, depois de instalados, permanecem pre-
sentes? O foco primário da abordagem de tratamento deve ser especificamente o
desvio postural? A postura imprópria costuma ser perpetuada por desequilíbrios
musculares. As causas do desequilíbrio muscular incluem uso excessivo, perda
de mobilidade ou flexibilidade em um músculo ou grupo muscular, desvios pos-
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turais e lesões. É necessário determinar os desequilíbrios musculares envolvidos
antes de corrigir os desvios posturais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização de atividades do dia a dia usando uma mecânica corporal correta é
importante, pois conserva energia, torna o uso do corpo mais eficiente e efetivo, e reduz as
cargas sobre a coluna e os demais seguimentos corporais. A rotina cotidiana, as repetições de
movimentos ocupacionais, a ação da gravidade, os desequilíbrios musculares e a má postura
contribuem para o aparecimento de disfunções nas mais diversas áreas do corpo, disfunções estas
que podem estagiar como agudas e crônicas, leves e até mesmo intensas a ponto de dificultar e
impedir a execução das atividades de vida diária. Avaliar e identificar os processos que levam às
incapacidades é uma tarefa importante e que exige muita atenção por parte do terapeuta.
Nesta unidade, ficou claro que as possibilidades de abordagem terapêutica são inúmeras.
Várias são as técnicas existentes, cada qual com sua filosofia e especificidade de trabalho, sinérgicas
ou em contraposição, que, ao longo da história, se provaram eficazes ao que se propunham. Ao
analisarmos bem cada uma delas, fica clara a sua base, seus fundamentos fisiológicos, anatômicos,
biomecânicos e cinesiológicos. Portanto, tão importantes quanto a detenção do conhecimento
desta ou daquela técnica ou método que usa exercício destinado à reabilitação, são, de fato,
os conhecimentos e domínios dos princípios básicos do funcionamento e das características
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dos tecidos corporais e do movimento humano: exercícios de alongamento – mobilidade e
flexibilidade; exercícios funcionais para o desenvolvimento de força e resistência muscular; e
exercícios proprioceptivos integrando equilíbrio, coordenação, habilidade e destreza.
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REFERÊNCIAS
ADLER, S. S.; BECKERS, D.; BUCK, M. Facilitação neuromuscular proprioceptiva: um guia
ilustrado. 2. ed. Rio de Janeiro: Manole, 2007.
ELLSWORTH, A. Pilates anatomia ilustrada: guia completo para praticantes de todos os níveis.
São Paulo: Manole, 2015.
GOLDENBERG, L.; TWIST, P. Treinamento de força com bola: estabilidade total e exercícios
com medicine ball. 2. ed. São Paulo: Manole, 2010.
ISACOWITZ, R.; CLIPPINGER, K. Anatomia do Pilates: guia ilustrado de Pilates de solo para
estabilidade do core e equilíbrio. São Paulo: Manole, 2013.
KISNER, C.; COLBY, I.; ALLEN L. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 4. ed. São
Paulo: Manole, 2016.
LEMOS, T. V.; SOUZA, J. L.; LUZ, M. M. M. Métodos McKenzie X Williams. 2005. Disponível
em: <https://interfisio.com.br/métodos-mckenzie-x-williams/>. Acesso em: 04 mar. 2019.
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REFERÊNCIAS
MONTE-RASO, V. V. et al. Efeito da técnica isostretching no equilíbrio postural. Fisioterapia
e Pesquisa, São Paulo, v. 16, n. 2, abr./jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1809-29502009000200008&lang=pt>. Acesso em: 29 mar. 2019.
QUARK PRODUTOS MÉDICOS. Vídeo Curso de Isostretching com Bernard Redondo – Parte
01. 2012. Disponível em: <https://quarkmedical.wordpress.com/2012/04/13/video-curso-de-iso-
streching-com-bernard-redondo-parte-01/>. Acesso em: 29 mar. 2019.
VAISBERG, M.; MELLO, M. T. Exercícios na saúde e na doença. Rio de Janeiro: Manole, 2010.
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