05 Aula
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Sumário
• Operador Diferencial;
I R L I R
+ +
V C V L C
− −
a) b)
Para determinar a resposta dos circuitos RLC é necessário encontrar a equação diferencial para a
tensão ou corrente. Essa equação diferencial apresenta um termo envolvendo a segunda derivada; ou
seja, é uma equação ordinária linear de segunda ordem com coeficientes constantes. Por essa razão,
os circuitos RLC também são conhecidos como circuitos de segunda ordem.
É apresentado a seguir, um roteiro para se obter a solução de circuitos de segunda ordem.
1. Tentar associar elementos até obter um circuito RLC série ou RLC paralelo. Aplicar a lei de Ohm
e as leis de Kirchhoff até encontrar uma equação diferencial do tipo:
∂ 2 f (t) ∂f (t)
2
+ 2α + ω0 2 f (t) = g(t). (1)
∂t ∂t
A Eq. (1) é conhecida como equação caracterı́stica dos circuitos RLC em série e em paralelo, α é
a frequência de Neper, ω0 a frequência angular de ressonância, g(t) representa algum tipo de sinal
aplicado ao circuito e f (t) a variável de tensão ou corrente em questão.
Caso não seja possı́vel associar os elementos até obter um circuito RLC série ou paralelo, desenvolver
até obter uma equação diferencial de segunda ordem, como visto na Eq. (1).
Obs.: o circuito LC é um caso particular.
1
2. Determinar a frequência de Neper (α) e a frequência angular de ressonância (ω0 ) para cada caso:
Todas essas frequências têm a dimensão de frequência angular, cuja unidade é o radiano por segundo
(rad/s). A solução da Eq. (1), equação caracterı́stica, é a seguinte:
Trata-se da situação em que o estado final (regime permanente) é atingido o mais rapidamente
possı́vel sem que o sistema oscile.
• Caso a excitação seja constante para t ≥ 0+ , a solução particular pode ser obtida no próprio
circuito fazendo t = ∞ → fF (t) = fF (∞).
2
• Caso a excitação não seja constante:
g(t) fF (t)
Kt C1 t + C0
K tn Cn tn + . . . + C1 t + C0
K e−at C0 e−at
onde: g(t) é a função (sinal) que forçará uma resposta do sistema, fF (t) o modelo de
resposta forçada e K, C0 , C1 , . . ., Cn são constantes.
c) Substituir fF (t) na equação diferencial e com isto determinar as constantes C0 , C1 , . . ., Cn
da solução particular.
• Muitas vezes, quando a excitação é uma rampa, ela pode ser transformada (em conjunto com
um L ou C) de modo a obter uma excitação constante, como visto na Fig. 2 e Fig. 3.
C
+
EU−2 (t) Circuito ⇒ CEU−1 (t) C Circuito
−
Norton
Figura 2: Circuito com rampa e capacitor.
L
+
IU−2 (t) L Circuito ⇒ LIU−1 (t) Circuito
−
Thèvenin
Figura 3: Circuito com rampa e indutor.
3
6. Escrever a resposta completa. A Eq. (8) exibe a resposta completa para cada situação.
• α > ω0 → f (t) = A
³1
ep1 t + A´2 ep2 t + fF (t);
• α = ω0 → f (t) = A1 + A2 t e−αt + fF (t); (9)
h i
• α < ω0 → f (t) = A1 cos(wd t) + A2 sin(wd t) e −αt
+ fF (t).
Obs.: caso fF (t) = Kebt ⇒ b 6= p1 , b 6= p2 e b 6= −α.
Operador Diferencial
O operador Diferencial, D, é usado na solução de equações diferenciais.
∂g(t) 1 Zt
Dg(t) = = f (t)∂t = f (t);
∂t
Z t ∂t 0 (10)
D−1 f (t) = f (t)∂t = g(t).
0
Propriedades:
f (t)
D−1 f (t) = ; (11a)
D
DD−1 f (t) = f (t); (11b)
∂ 2 f (t)
D2 f (t) = ; (11c)
∂t2
D[f1 (t) + f2 (t)] = Df1 (t) + Df2 (t). (11d)
i1
6 0, 5 2
2 −
+
16U0 (t) V (t)
+
− +
20
−
i3 i2
4
Agora na segunda malha:
−20 + 2i1 + 2Di2 − V (t) = 0
2i1 + 2Di2 = 8t2 + 40 (15)
4t2 40 i1
i2 = + − .
D D D
Aplicando a lei de Kirchhoff das correntes, temos:
i3 + i2 − i1 = 0. (16)
4t2 40 3i3 i3 i3
i3 + + + + 2 + 3i3 + =0
D D D D D
D2 i3 + D4t2 − D40 + 3Di3 + i3 + 3D2 i3 + Di3 = 0 (17)
(4D2 + 4D + 1) i3 = −8t.
VG (t)
I R L V
+
VP P
VG (t) VP P C T /2 T t
−
−V
Inicialmente, deve-se obter as condições iniciais e finais de tensão e corrente dos componentes do
circuito RLC:
• para t ≤ 0− (t → −∞):
I VR + VL − I(0− ) = 0,
− R L + VR (0− ) = 0,
V C VC VL (0− ) = 0,
+ − VC (0− ) = −V.
• para t = 0+ :
I VR + VL −
I(0+ ) = 0,
R L
C VR (0+ ) = 0,
−
− VL (0+ ) = V − VC (0− ) = 2V,
V
+ VC (0− ) ∂IL (0+ ) VL 2V
= = ,
+ ∂t L L
∂VC (0+ ) IC
= = 0.
∂t C
5
• para t ≥ 0 (t → +∞):
I VR + VL − I(+∞) = 0,
+ R L + VR (+∞) = 0,
V C VC VL (+∞) = 0,
− − VC (+∞) = V.
Determina-se o modelo de resposta forçada; neste caso, constante e igual a V e −V , para cada
intervalo de tempo igual a T/2. Avalia-se então, o comportamento do circuito: hipo, hiper ou
criticamente amortecido através do cálculo de α e ω0 .
Por exemplo, obtendo IL (t) para um circuito RLC série hiper-amortecido (para 0 < t < T /2):
p1 t p2 t
IL (t) = A1 e + A2 e + IL (∞),
Geral IL (0+ ) = A1 + A2 + IL (∞), (18)
´ + ) = p1 A1 + p2 A2 .
IL (0
Determina-se, então, as constantes A1 e A2 da solução complementar, resolvendo o sistema de
equações visto na Eq. (19).
0 = A1 + A2 + 0,
2V (19)
= p1 A1 + p2 A2 .
L
Assim, a corrente IL (t) é:
IL (t) = A1 ep1 t + A2 ep2 t . (20)
A expressão completa de IL (t) para ∀ t é a seguinte:
A ep1 t + A ep2 t : KT ≤ t < (2K + 1)T /2,
1 2
IL (t) = (21)
−A1 ep1 t − A2 ep2 t : (2K + 1)T /2 ≤ t∗ ≤ (K + 1)T,
(2K+1)T
com K = 0, 1, 2, . . . , n para ∀ t e t∗ = t − 2
.
Exemplo 2. A Fig. 6 exibe a resposta de IL (t) de um circuito RLC série a uma onda quadrada
considerando L = 1m, C = 1µ, R = 25, 65 e 150 (T ∼= 30/ω0 ). Estes gráficos foram gerados com o
auxı́lio do Micro-Cap.
Observa-se que quanto menor o valor de R, mais oscilatória fica a resposta de IL (t).