Andreza de Araújo Batista TCC
Andreza de Araújo Batista TCC
Andreza de Araújo Batista TCC
São Paulo
2018
Andreza de Araújo Batista
São Paulo
2018
DADOS INTERNACIONAIS DE
CATALOGAÇÃO
Catalogação na fonte:
© CETESB.
Av. Profº. Frederico Hermann Jr., 345
Pinheiros – SP – Brasil – CEP 05459900
Site: http://escolasuperior.cetesb.sp.gov.br/producao-tecnico-cientifica/
FOLHA DE APROVAÇÃO
Banca examinadora:
Dedico este trabalho a todo o Corpo Docente da Escola Superior da CETESB, ao meu
fiel companheiro de todas as horas Flávio Lemos, a meus Pais e em especial a minha
Avó materna “In Memoriam”, e a todos aos amigos e colaboradores envolvidos direta
ou indiretamente para o êxito e a realização desta obra.
Todos regidos sob a égide e as bênçãos de Deus que com sua graça e misericórdia,
me permitiu cumprir mais esta importante e significativa etapa.
AGRADECIMENTOS
Por fim, à minha fiel escudeira, companheira de todas as horas solitárias e quase
intermináveis que passei ao longo deste semestre copilando e realizando esta obra.
July minha peluda preferida.
“No princípio era o Verbo, e ainda hoje a palavra é a fonte e a origem de toda e
qualquer transformação.” (FLAVIO LEMOS, 2008)
RESUMO
This work approaches the principal aspects of State Law 13,579 of July 13, 2009,
which defines the Protection Area and Recovery of Billings Reservoir Basin (APRM-
B) and provides other related measures. It makes an analysis about the relevance and
main impacts in the context in the Region of Greater ABC Paulista and in the bordering
regions, emphasizing your positives aspects, goals to be achieved, elaborating
proposals and suggestions for continuous improvement. These objectives were
obtained through research, interviews with all involved, such as civil society, public
managers, academics, non-governmental organizations, study of the Specific Law
itself, as well, other comparable legislation, published articles and related
bibliographical references. In short, it is a study and a new perspective, whose intention
is to contribute to a continuous and fruitful search that ensures the quality, quantity and
balance of the dichotomy: Urban Expansion vs. Public Supply.
Keywords: Study. Analyze. Billings Specific Law. Researches. Reservoir quality and
quantity in the reservoir. Proposals and suggestions. Enhancement.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS
INTRODUÇÃO 17
1. OBJETIVO GERAL 19
1.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 20
2. JUSTIFICATIVA 20
3. METODOLOGIA 21
4. O RESERVATÓRIO BILLINGS 21
5. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA LEI 23
ESPECÍFICA DA APRM-B
6. PLANO DE DESENVOLVIMENTO E PROTEÇÃO 24
AMBIENTAL
7. OBJETIVOS DA LEI 25
7.1 DEFINIÇÕES DOS COMPARTIMENTOS AMBIENTAIS 27
7.1.1 Compartimento Ambiental Corpo Central I 28
7.1.2 Compartimento Ambiental Corpo Central II 29
7.1.3 Compartimento Ambiental Bororé – Taquacetuba 30
7.1.4 Compartimento Ambiental Capivari – Pedra Branca 32
7.1.5 Compartimento Ambiental Rio Grande Rio Pequeno 32
7.2 DEFINIÇÕES DOS INSTRUMENTOS, COMPARTIMENTOS E 34
NORMAS AMBIENTAIS
7.3 METAS DE QUALIDADE AMBIENTAL DO RESERVATÓRIO 37
7.3.1 Avaliação das metas 39
7.4 DEMOGRAFIA COLETA E TRATAMENTO DE EFLUENTES 40
7.5 ÍNDICES URBANÍSTICOS 43
7.5.1 Índices urbanísticos por subárea 45
7.6 MÉDIA PONDERADA 48
8. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 50
8.1 ALVARÁ DE LICENÇA METROPOLITANA 52
9. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE INTERESSE 55
SOCIAL
10. SISTEMÁTICA DAS ENTREVISTAS 57
10.1 PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA 59
10.1.1 Amostragem da pesquisa 60
10.1.2 Resultados obtidos 60
10.2 DADOS GERAIS DA PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA 61
10.2.1 Gênero 61
10.2.2 Faixa etária 61
10.2.3 Nível de escolaridade 62
10.3 AMBIENTE POPULACIONAL 62
10.3.1 Tempo de residência 62
10.3.2 Número de pessoas por residência 63
10.3.3 Número de residências por lote 63
10.3.4 Metragem média dos terrenos (m²) 64
10.3.5 Existência de área vegetada no terreno 64
10.3.6 Titularidade do imóvel – escritura 65
10.3.7 Planta aprovada pela CETESB e/ou Prefeitura 65
10.4 SANEAMENTO BÁSICO – ABASTECIMENTO DE ÁGUA 66
10.4.1 Alternativa para a obtenção de água 66
10.4.2 Acesso a rede pública de coleta de efluentes domésticos 67
10.4.3 Destinação final do esgoto 67
10.4.4 Coleta pública de resíduos sólidos 68
10.5 PERCEPÇÃO SOBRE AS AÇÕES DE PRESERVAÇÃO DA 68
REPRESA POR PARTE DA PREFEITURA OU DA CETESB
10.6 OUTROS DADOS OBSERVADOS 69
10.7 FOTOS REALIZADAS DURANTE A PESQUISA DE OPINIÃO 70
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS 77
12. CONCLUSÃO 96
REFERÊNCIAS 97
INTRODUÇÃO
1. OBJETIVO GERAL
2. JUSTIFICATIVA
3. METODOLOGIA
Sem escala.
Fonte: Ricardo Araújo (2018), Programa Mananciais da Sabesp.
Sem escala.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo, COBRAPE (2010).
28
Fonte: Elaboração e adaptação pela autora (2018), imagem de satélite Google Earth.
Ruas não pavimentadas e duas balsas dão conexão a Pedra Branca. A região
é recoberta por vegetação nativa preservada e são poucas as ocupações e dispersas.
O principal núcleo urbano é o bairro rural com extensão de 12,93km² denominado
Tatetos. A região Pedra Branca é cortada pela Rodovia dos Imigrantes no sentido
norte-sul.
A região do Braço Capivari é isolada com pouca população e representativa
vegetação nativa.
Definição
1
São consideradas preexistentes as situações onde o uso e a ocupação do solo que tenha sido
implantado até o ano de 2006, conforme documento comprobatório e/ou verificação na última imagem
de satélite de alta resolução do referido ano.
37
Definição
Fonte: Adaptado pela autora (2018). De: Ricardo Araújo; Programa Mananciais da Sabesp (2018).
Priorizar a implantação de
programas de interesse social.
Priorizar a adaptação das
Subárea de Ocupação Prioritária para
SOE
ocupações irregulares.
Especial implantação de habitação
de interesse social Promover a recuperação ambiental
e implantação de infraestrutura.
Reurbanizar favelas.
Garantir a melhoria da
infraestrutura sanitária e ambiental.
Prevenir processo erosivos.
Área com ocupação Implantação de equipamentos
SUC
Sem escala.
Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente - Cobrape (2010), delimitação das Subáreas
de Ocupação Dirigida.
47
2
A legenda da Figura 8, também se aplica como legenda para a Figura 7.
48
8. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
*Tem municipalização, mas ainda não compatibilizou o Plano Diretor com a Lei da Billings, por tal,
está apto a licenciar apenas fora da APRM.
Fonte: Cartório de Registro de Imóveis de Ribeirão Pires (2018). Adaptado Autora (2018).
53
(Conclusão)
em seu dia a dia. A partir deste fato, ficam ressabiados e desconversam quando
mencionado por exemplo que a pesquisa é para um curso acadêmico da CETESB.
10.2.1 Gênero
Gráfico 12 - Titularidade
Fonte
Fonte: Elaboração da autora (2018).
Destino dos efluentes gerados dos imóveis que não são atendidos pela rede
pública.
Gráfico 17 - Outras destinações para o esgoto
Antes da Lei Específica APMR-B, mais precisamente nos anos 70, pode-se
dizer que o desenvolvimento e a expansão urbana na região do ABC Paulista estavam
praticamente estagnados, pois, tudo e qualquer intervenção nas áreas de preservação
e proteção de mananciais eram praticamente impossíveis, devido à rigorosa lei
existente e vigente à época, proibindo inclusive a instalação de serviços de
infraestrutura pública nas áreas em torno da bacia da Billings.
Entretanto, era uma legislação que cumpria o papel de preservar as áreas de
mananciais, mas, devido à inevitável expansão urbana, as ocupações irregulares
ocorrendo no entorno destas áreas, falta de abastecimento de água, coleta de lixo e
serviços de coleta e tratamento de esgoto e consequente desvalorização das áreas,
se fizeram necessárias uma nova ótica e novos procedimentos.
Neste cenário, a regulamentação da Lei Específica da Billings foi um marco,
passo importante que favoreceu equacionar o dilema, expansão urbana versus
abastecimento, tornando possível a regularização e o desenvolvimento caminhar em
par e passo com a preservação.
Neste estudo o propósito é diagnosticar pontos da legislação que possam ser
aprimorados e corroborar com o desenvolvimento de atividades econômicas no
manancial associado a medidas que assegurem a qualidade e a quantidade da água,
com foco principal nas cidades de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, partes
importantes de Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo.
É chegado novamente o tempo e o momento desafiador de aprimorar o que se
avalia como eficaz ao atendimento dos objetivos da Lei, tentando encontrar novas
alternativas e uma nova sinergia entre os atores envolvidos para conciliar os
interesses regionais, sociais, econômicos, ambientais e preservacionistas que são o
cerne e a gênesis de Lei da Billings.
A Lei Estadual nº. 9.866/97 estabeleceu uma nova política de proteção e
recuperação das áreas de mananciais do Estado de São Paulo.
Com novos critérios e procedimentos, atribuindo-se a cada bacia hidrográfica a
criação de leis específicas de proteção e recuperação de mananciais, elaboradas de
acordo com as idiossincrasias de cada região.
78
ASPECTOS AVANÇOS
Equacionou o dilema, expansão urbana versus abastecimento,
Zoneamento ambiental tornando possível a regularização e o desenvolvimento aliado
a preservação.
Novos critérios Procedimentos e regramentos elaborados de acordo com a
idiossincrasia de cada região.
Instrumentos de gestão Normativos, programáticos, financeiros e fiscalização integrada
descentralizada.
Regularização de imóveis e Novos mecanismos e compensação ambiental.
parcelamento do solo.
Paradigma para outras APRMs Eficácia na gestão integrada entre os órgãos estaduais,
municipais e sociedade civil.
Inclusão de ferramentas de geoprocessamento disponíveis
Aprimoramento operacional gratuitamente no Sistema Ambiental Paulista (DataGEO) e
licenciamentos municipais.
Atribuindo valorização às propriedades inseridas no manancial,
Impulso ao setor imobiliário e aumento de financiamentos imobiliários, em virtude da
regularidade.
Novos mecanismos de Avanços à regularidade ambiental, outrora engessados e
compensação limitados à compensação por área equivalente contígua.
Padronização dos parâmetros Clareza da informação, possibilitando a todos compreenderem
urbanísticos por e aplicar de forma efetiva o regramento legal.
compartimento
ASPECTOS DESAFIOS
O ônus social, econômico e Regulamentação da Lei Estadual nº. 9.146/95, possibilitando
político dos municípios em viabilizar a compensação financeira para municípios que
recuperar, fiscalizar e autuar os sofrem restrição por força de instituição de espaços territoriais
munícipes especialmente protegidos.
Ausência de incentivos aos Mecanismos de compensação financeira aos proprietários de
proprietários de áreas áreas prestadoras de serviços ambientais (protetor-pagador).
permeáveis/vegetadas
93
(Continuação)
Carência de incentivos Aplicação de leis de incentivos e benefícios fiscais por serviços
municipais e estaduais ambientais.
Atendimento de prazos na - Admissão e treinamento de técnicos/analistas concursados.
emissão de pareceres e alvarás - Regulamentação de penalidades por não cumprimento dos
prazos de aprovação.
Inconformidade legal, - Sistematização e padronização dos procedimentos, promoção
insuficiência de dados e o de cursos e/ou seminários.
conflito de informações nos - Criação de um sistema integrado de aprovação
projetos apresentados multidisciplinar, baseado nos princípios do (GRAPROHAB).
Delimitação e zoneamento em - Delimitar as subáreas e parâmetros urbanísticos de acordo
escala reduzida, incompatível com a realidade das cidades.
com peculiaridades de cada - Atualização da base cartográfica.
região
- Articulação e fiscalização integrada entre CETESB,
Necessidade de vigilância Prefeituras, Policia Militar e Polícia Civil de Crimes Ambientais.
permanente e contínua - Contratação de fiscais.
- Plantão 24h de equipes de fiscalização.
- Gestão integrada.
Falta de compatibilização de Aplicação de multas bimestrais aos municípios por
Plano Diretor com as diretrizes descumprimento.
da Lei Específica
Ausência do Sistema Gerencial
de Informação (SGI), Implantação da base de dados integrada pelo órgão colegiado,
dificuldade em mensurar seja por ações direitas ou indiretas (parcerias e
resultados e estabelecer novas financiamentos), para tal implantação.
metas
Não atendimento da meta de Reavaliação dos critérios e métodos adotados para
redução de fósforo total para estabelecimento da meta.
2015 em 281 kg/dia
Fósforo total como unidade de Aplicação de indicadores individualizados e elaboração de
medida para mensurar metas projetos técnicos, financiados com recursos do Comitê da Bacia
por município é díspar do Alto Tietê, para levantamento do desempenho ambiental das
municipalidades.
Estabelecimento de metas - Indicadores individualizados por município.
compartilhadas como limite - Métodos factíveis para apuração dos resultados,
para o planejamento de possibilitando aos gestores públicos e técnicos clareza para
ocupação do solo municipal é planejar o desenvolvimento das cidades.
um instrumento desigual e
heterogêneo.
94
(Continuação)
Dificuldade na obtenção de O monitoramento ambiental deve ser contínuo, permanente e
informações quanto o amplamente divulgado.
atendimento das metas
- Implantação da servidão ambiental – módulos de
Aumentar a flexibilidade e compensação ambiental.
disponibilidade de áreas para - Incrementos e conectividades entre as áreas verdes
fins de compensação contribuindo com o fluxo gênico.
- Cômputo das APPs nas áreas de compensação.
- Municípios aptos a realizar o licenciamento ambiental, devem
Aplicação da redução da cota- efetuar o monitoramento da qualidade da água.
parte em 50% em SUC e SOE - Na omissão do monitoramento municipal devem ser aplicadas
penalidades.
- Tais abordagens prescindem de revisões.
Controle das manchas urbanas - Mapeamento por sistemas de informações georreferenciadas
e preservação das áreas verdes (satélite).
- Intensificação da fiscalização e monitoramento.
Dispor da certidão de matrícula Possibilitar o órgão licenciador emitir o Alvará de Licença
imobiliária para obter o Provisório para casos específicos.
licenciamento ambiental
Conflitos quanto a Realizar e revisão de tais situações com parâmetros
preexistência de lotes com condizentes com a realidade das áreas.
tamanhos inferiores ao previsto
na Lei
Ausência de vinculação entre - Criação de uma conta bancária exclusiva para todas as
os recursos das compensações compensações recebidas pelos munícipios.
ambientais da APRM-B - Unificação de recursos, visando implantar programas e
projetos efetivos de recuperação ambiental.
Cota-parte em SOE e SUC – Maior flexibilização em SUC no quesito quantidade de usos.
usos em desacordo
Falta de conhecimento da - Emissão de relatórios semestrais as Secretarias de Meio
aplicação das verbas do Ambiente quanto a aplicação dos recursos.
repasses realizados ao CBH-AT - Prestação de contas à sociedade através de publicações no
SGI que também carece de implantação.
- Articulações e negociações entre o Governo Federal, Estado
e munícipios para desburocratizar e viabilizar a implantação de
Dificuldades na implantação de PRIS.
PRIS - Estabelecimento de mecanismos financeiros para a efetiva
implantação dos projetos
- Criação de um banco estadual de áreas para compensações.
95
(Conclusão)
03 pontos fundamentais da Lei - Criação Escritório Regional.
pendentes de aplicação - Grupo Integrado de Fiscalização.
- Sistema Gerencial de Informações.
Retomada de investimentos em projetos de interesse social,
Desigualdade urbana e social reurbanização de favelas, programas de educação social e
ambiental e assistência social.
Consolidação de novas Estado e municípios devem unir esforços no controle,
ocupações irregulares fiscalização.
Insegurança pública Garantia a qualidade de vida da população através de políticas
públicas.
Nova Lei de Regularização A nova lei permite a flexibilização e simplificação dos
Fundiária nº. 13.464/17 procedimentos de regularização em todo o País, sendo este um
novo desafio para a ARPM-B.
96
12..CONCLUSÃO
Este trabalho foi elaborado com o propósito de servir como indicador e material
de consulta auxiliar nos trabalhos futuros de revisão da Lei Específica da Billings. Nele
foram analisados todos aspectos, parâmetros e as diretrizes da Lei, bem como, a
abrangência dos potenciais resultados obtidos desde sua implantação em 2009 até o
primeiro semestre de 2018.
O objetivo geral proposto foi atingido e cumprido, pois obteve-se como
apresentado no Capítulo Considerações Finais, um diagnóstico dos aspectos
positivos e dos desafios a serem superados e/ou reavaliados da Lei Estadual nº.
13.579/2009.
Avaliou-se a aplicação dos parâmetros urbanísticos da Lei da APRM-B e as
ações municipais para atendimento das metas estabelecidas. Comparou-se os
resultados obtidos nas pesquisas e entrevistas com os objetivos da Lei.
Obteve-se um diagnóstico socioambiental da situação atual da área de
Proteção aos Mananciais do Reservatório Billings e foram descritos e mensurados os
resultados obtidos, por intermédio dos depoimentos, pesquisas e entrevistas.
Objetivando-se propor ações e contribuições para o aprimoramento e a melhoria
contínua na proteção e recuperação do reservatório Billings. Assim conclui-se que os
objetivos específicos elencados no início deste trabalho, também foram alcançados.
Não há nada tão bom que não possa melhorar e nada tão ruim que não possa
piorar. Cabe a todos nós estarmos sempre atentos, zelosos e dispostos a encarar
desafios, principalmente os mais instigantes, pois o mundo é de quem ousa, de quem
o desbrava e com fé e coragem o encara.
97
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 24.643, de 10 de julho de 1934. Decreta o Código das Águas. Palácio
do Planalto Presidência da República, 10 de julho de 1934. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d24643.htm>. Acesso em: jun. 2017.
em:<http://www2.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucao-sma-48-
2014/>. Acesso em: fev. 2018.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Mar Del Plata. Uruguai, 1977. Conferência das
Nações Unidas sobe Meio Ambiente e Desenvolvimento. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/cap18.pdf>. Acesso em: jun.
2017.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria do Meio Ambiente (SMA). Instituto Florestal (IF) .
Inventário da vegetação natural do Estado de São Paulo. São Paulo: IF, 2005.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria do Meio Ambiente (SMA). Coordenadoria de
Recursos Hídricos (CRHi). Situação dos recursos hídricos no Estado de São
Paulo – ano base 2007. São Paulo: 2009.
A Lei Estadual nº. 13.579/09 define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), um manancial de interesse regional para o
abastecimento das populações atuais e futuras. Está em consonância e cumprimento ao Art. 4º
da Lei 9.866/1997. Este questionário é parte integrante do projeto de pesquisa apresentado à
Coordenação do Curso da Pós-Graduação “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos
e Legais” Escola Superior da CETESB.
5-) Dos objetivos do artigo 3º, inciso XV, quais mecanismos garantem a transparência
das informações sobre os avanços obtidos com a implementação da Lei da Billings?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
6-) Foram concretizadas ações para a melhoraria das condições de moradia nos
alojamentos de habitações pela população, tais como implementação de saneamento
básico e/ou medidas de compensação? É possível mensurar quantos Programas de
Recuperação de Interesse Social foram implantados?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
7-) Quais os principais avanços obtidos para a APRM-B, desde a publicação da Lei
Específica?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
8-) Sobre o tema abordado, na sua opinião, quais aspectos podem ou devem ser revistos
e/ou aprimorados, e quais os principais desafios para tal?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
9-) Países como Áustria, Canadá, Bélgica, Noruega, França, Finlândia, Dinamarca,
Suécia e outros, cientes da toxicidade do flúor, proibiram e/ou interoperam o processo
de fluoretação na água potável de abastecimento, qual a posição do CBH-AT em relação
este cenário?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
NOTA: Caso queira acrescentar algo sobre o tema proposto, por favor, descreva.
TRANSCRIÇÃO - ENTREVISTA
FINALIDADE: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Gilson (0’00”): Entre 2012 e 2013, para ajustar, os representantes da Sociedade Civil
que o Estatuto do Comitê do Alto Tietê previa algumas situações, instituições, usuários
etc., que não estavam totalmente alinhadas com a Lei Federal, então a gente começou
a perceber algumas distorções e algumas coisas que não deveriam acontecer. Aí,
entre outras pequenas coisas de alteração do Estatuto, a parte maior de alteração foi
alinhar os segmentos de representação da Sociedade Civil com a legislação federal.
O que acontecia antes por exemplo? Uma coisa que é muito importante e está todo
mundo nesse contexto de gestão de recursos hídricos. Os representantes de uso de
água, por exemplo os usuários, não tinha usuários de uso doméstico e a nossa regra
não exigia que esse usuário tivesse outorga do DAEE. Que é um erro.
G (1’09”): Só pode ser oficialmente tomado como usuário aquele cara que é
outorgado para poder usar. Então essa foi a alteração, foi das maiores. Também
fizemos pacote de universidades, institutos de pesquisa. E antes, para por exemplo,
institutos de pesquisa ou organizações não ambientais, não governamentais, que
tinham que provar algum tipo de atuação na bacia, era muito frágil. Coisas, as vezes
uma reportagem no jornal de um evento que uma determinada instituição participava,
não é uma publicação científica como diz a lei federal. Tinha que ter publicado em
uma revista. Então essas coisas todas a gente foi alterando para ter a
representatividade da sociedade civil mais fiel ao que a lei determina.
G (2’02”): E mais fortalecida também, porque aí você pega instituições que de fato
atuam com a questão não só ambiental, mas de recursos hídricos também. Essa foi a
primeira coisa. A segunda coisa foi a própria fundação da Bacia do Alto Tietê, a
FABHAT. A FABHAT vinha em um processo de desgaste, eu não sei nem se você já
conversou com o Hélio. O Hélio é o presidente atual da Fundação. Por conta dos ex-
presidentes, o presidente da Fundação era normalmente um prefeito e habitualmente
aquele prefeito que presidia o Comitê do Alto Tietê. Essa situação se demonstrou frágil
ao longo dos 10 anos da Fundação. Não me lembro quando a Fundação foi
constituída. O primeiro presidente, na época, foi o Bertaiolli, que era prefeito de Mogi
das Cruzes ou Suzano, naquela região. Mas a agenda desses prefeitos, mais a
agenda do Comitê e mais a agenda a Agência de Bacia não colou. Então o que nós
fizemos? Fizemos aprovar no Comitê uma deliberação para poder fazer uma seleção
pública para indicação do presidente da Fundação. Isso foi durante todo o ano de dois
mil e... O Hélio já tem um ano que está lá, então essa discussão aconteceu em 2014
e 2015, no auge da crise hídrica que aí teve um monte de conflitos também. Fizemos
o processo seletivo no ano de 2016, com uma empresa de RH contratada, fizemos
um certame bem... Nós pegamos algumas informações de como poderia ser essa
seleção, nós visitamos a Fundação PCJ que era bem estruturada e fomos até
Resende no Rio de Janeiro, e pegados da Fundação da AGEVAP do Sul, que é da
Paraíba. Também superlegal, deu um monte de contribuição, fizemos um termo de
referência e aí saiu a seleção. Foi muito bacana. Isso foi uma coisa legal porque o
hábito anterior, quase que mais político do que técnico, e aí foi uma briga grande,
quase desgastante e a gente queria puxar pro cara que tivesse um perfil, não do
executivo padrão porque também não caberia, seria muito para aquilo que a Agência
tem, mas um cara que tivesse essa parte do executivo associada ao técnico e não do
político e isso, apesar de ter sido uma briga bem grande foi muito legal, deu certo e
vem funcionando. Isso aí foi bem bacana. A outra coisa que aconteceu com essa
eleição. Na verdade, foi uma escolha, o plenário votou, então foi uma espécie de
eleição sim. Com a escolha do novo presidente, ele passou a fazer uma checagem de
uma situação que a gente não tinha muito clara, que eram os recursos advindos da
cobrança do uso da água. A gente tinha a informação que um devia, depois o outro
não devia, que já entra na gestão de recurso, tudo dentro desse pacote. Aí o Hélio
conseguiu, verificou que haviam algumas falhas, algumas discrepâncias entre o banco
do DAEE, o banco da CETESB e o banco da Fundação, que não pode. Tem um termo
de cooperação assinado entre esses três entes para fornecer essas informações
todas. É fundamental o banco. Ele foi atrás, corrigiu isso, verificou que algumas
situações não estavam sendo cobradas, aí ele foi atrás. Anualmente a regra, a lei
manda que você tem que oficiar todos no seu banco, todos aqueles que estão sendo
cobrados. Para quê? Para fazer uma atualização de vazões, ou por vazão de descarga
ou por vazão de captação. E aí você vai aferindo. Essa coisa não vinha acontecendo,
então o banco ficou um pouco desatualizado por isso também. Ele renegociou a dívida
com a Sabesp, que era uma coisa que estava mal conduzida. A Sabesp é a grande
provedora de recurso, acho que 80% vem das empresas da Sabesp primeiro e depois
de algumas municipais. Então isso foi outra coisa importante que aconteceu aqui para
gente poder saber e fazer a programação de gestão de tudo, de todo esse recurso
com mais fidelidade. “Acho que vamos ter R$ 40 milhões”. Não! A gente não pode
brincar de acho e isso foi ajeitado. Essa verba toda pela lei, pelo menos em 10 anos,
nos primeiros 10 anos da cobrança, é obrigado a ser investido 50% dela em área de
mananciais, e aí a gente volta de novo na gestão de dinheiro injetado na área de
Escola Superior da CETESB - Av. Prof. Frederico Hermann Junior, 345, prédio 6 - CEP 05.459-900 – São Paulo-SP – Tel (11) 3133-3892
Curso de Pós Graduação Latu Sensu “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos e Legais”, autorizado pelo Conselho de Educação –
CEE, conforme portaria, publicada no Diário Oficial, em 208/11/2015.
107
mananciais. Nós temos muita coisa para fazer. Infelizmente, o dinheiro apesar de ser
significativo, ele não é muito dinheiro para obra, mas dinheiro para projeto. Mas não
tem importância. Ou algumas outras coisas como sistema de informação, que está no
escopo para fazer esse ano agora depois da aprovação do Plano de Bacia, que é uma
coisa que está na lei e que não foi feita, é o sistema gerencial de informação. Mas a
gente, quando digo a gente é o comitê, tá. Já temos o entendimento de que a verba
deste ano vai ser não sei se R$ 3 milhões, se R$ 5 milhões, não tenho certeza. Vai
ser destinado a arquitetura de TI do sistema. Então isso a gente já tem combinado e
vamos fazer para cumprir uma daquelas metas que estavam na lei e acabou... das
metas não, uma das obrigações que estavam na lei e acabou não rolando. Mas isso
tudo, cada um desses passos que a gente foi dando nos ajudou a chegar nesse ponto
agora. Aí o restante do dinheiro, o ano passado foi extraordinário, porque teve
antecipação dos valores de 2018 e 2019, mas nós chegamos com investimento para
injetar do FEHIDRO na Bacia do Alto Tietê, de R$ 101 milhões o ano passado. Isso
são os royalties que vem de Itaipu, a cobrança, mais o que antecipou de 2018 e 2019.
Porque, não me lembro o percentual, não sei se foi 40%, então o montante foi 101,
que é um bom dinheiro. Aí nós tivemos acho que selecionados por volta de 30 projetos
dos 49 ou 59 apresentados, não me lembro. Nós demos peso. Ah, criamos a câmara
técnica de gestão de investimento, que eu esqueci de te falar, porque, antes existia a
câmera técnica de planejamento e gestão da qual nós também participávamos, na
época em que ainda era coordenado pelo Eduardo Trani, que é o nosso secretário
adjunto atual. Mas essa câmara técnica ficava meio que sozinha. Ela via tanto a parte
do planejamento em si, dos projetos, do dinheiro. E a gente percebeu ao longo do
tempo que talvez a gente tivesse que fazer algumas coisinhas diferentes. E aí, nessa
revisão de estatuto, que a gente fez entre 2011 a 2013, a gente criou uma câmara de
gestão mesmo, que é a antiga de planejamento, da qual a Marta Emerich participa, e
criamos uma câmara de gestão de investimento própria para criar regra para o uso
desse dinheiro, um uso que não digo mais nobre porque todos eles são no final, mas
para poder considerar aqueles que tem de fato mais relevância, não a relevância que
a câmara de gestão e articulação, que atualmente chama isso. É isso né?
A (10’44”): Com licença, esses projetos são aqueles que são lançados no programa
mananciais ou não necessariamente?
G (10’55”): Aí são três dinheiros. Tem dinheiro do Banco Mundial, tem dinheiro das
prefeituras ou do Estado que podem ser injetados nesses PRIS e tem dinheiro da
cobrança, mais o dos royalties da Itaipu, que vem do FEHIDRO que são para projetos
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da bacia. Com isso a gente conseguiu também criar situação para, por exemplo, evitar
que projetos que não são nem tão interessantes assim para a bacia passe.
A (12’04”): Entendi.
G (12’05”): “Isso aqui é bacana, mas nesse momento não é”, ou “Isso aqui não é legal
e a gente não quer isso daqui”. É o exemplo do: “Ah, vamos fazer um filminho da
capivara do Rio Tietê, do Rio Pinheiros”. “Não”.
G (12’20”): Não é isso. Isso pode vir em algum momento, mas não é bem assim.
Teve outro exemplo que eu uso muito. Tem um curso d’agua que sai acho que de
Itaquaquecetuba e entra em São Paulo, na divisa dos dois lá. Aí São Paulo apresentou
um projeto... ou é o contrário, ele nasce em São Paulo e vai para Itaqua. Aí uma das
duas prefeituras, foi Itaqua, apresentou um super projeto, da metade do rio para baixo.
Aí nós falamos assim: “Gente, e a cabeceira? Então esse projeto é bacana, mas ele
não vai passar hoje. O que vocês têm que fazer? Vocês têm que articular com a
Prefeitura de São Paulo e fazer a proposta dele inteira. Porque não dá para gente
injetar dinheiro em uma situação aqui se continuar vindo carga de cima, etc.” Então
essa é outra orientação que a gente dá, e isso é uma coisa. É um exemplo de um
projeto que é bacana, mas ele não foi a frente porque faltou um entendimento maior
da área toda, de como é que poderia ser feito. Então esse tipo de coisa, essa câmara
de gestão de investimentos mais a câmara de planejamento ela consegue enxergar,
barrar, mandar aprimorar ou dizer “isso eu não quero”, ou então, por exemplo, um
desse como é um sistema de gerenciamento de informação que está na lei, que esse
não tem nem que ninguém discordar. Só tem que agir para contribuir e para que ele
seja um sistema de fato que mereça ser. A Secretaria de Recursos Hídricos, com
verba dela mesmo, do Banco Mundial, já desenvolveu o que seria o esqueleto desse
sistema com todo um... uma coisa imensa, como essa parede. E todo mundo que tem
informação, como a lei, ficou uma coisa gigantesca. Não vamos criar... vamos ter uma
espécie de um programa que vai receber de todo mundo, transforma e montar um
banco, é superbacana. Como o projeto teve um decreto do governador, acho que de
novembro de 2016, que fechou um monte de situações de contratação e de
investimento e cortou um monte de dinheiro, um desses dinheiro (sic), que era do
Banco Mundial, foi revisto, aquele contrato foi cortado, acabou tirando dinheiro que
seria investido para desenvolvimento desse sistema, do SGI. Aí mandou para a
Fundação, e aí a Fundação mais o Comitê entendeu que isso é uma prioridade para
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a gente. Como o Plano de Bacia atrasou, por conta de uma ação judicial, impetrada
pela segunda colocada, ficou mais de ano parada e nada do juiz resolver, e nós
amarrados, então não prevemos dinheiro o ano passado para contratar esse ano
porque a gente não tinha o Plano de Bacia atualizado. Esse processo se encerra
agora, do Plano de Bacia, depois de vencida a ação judicial, acho que agora em abril,
se não me engano, eu não lembro o prazo final.
G (15’23”): Seria até legal você dar uma olhada nessas audiências. Vão acontecer aí,
estão programadas três ou quatro, não me lembro. Aí sim, aprovado o Plano de Bacia
a gente já vai ter um quadro um pouquinho diferente daquele desse plano que é de
2009. É claro que tem um monte de problemas que cresceram, parcialmente sanados,
as pendências continuam, então algumas mudanças não vão acontecer, vai continuar
algumas mesmas necessidades, mas tem pelo menos alguma característica nova,
novos dados. A partir dele aí sim a gente vai... Eles inclusive em contrato vão fazer
uma avaliação que estava no termo de referência do que deve ser ou como ser esse
sistema. A partir daí pega isso que está no Plano de Bacia, que é uma diretriz, pega
o que a Secretaria de Recursos Hídricos já havia desenhado e aí faz uma proposta
de contratação pela Fundação para desenvolvimento de arquitetura em TI desse
sistema. Esse projeto já está pré-selecionado, com concordância de todo mundo para
entrar na verba de 2019, para entrar no plano do ano que vem, não vai entrar nesse
ano porque o plano não ficou pronto. Outra coisa... ah sim, o dinheiro que o... 50% da
cobrança, ele tem que ir obrigatoriamente para a área de mananciais.
G (16’48”): Cinquenta por cento do valor recolhido. O ano passado foi 46 milhões se
não me engano, acho que 40 milhões está previsto para esse ano e o ano passado
foi um pouco mais, aproximadamente 53 milhões no ano passado. Então você tem aí
27, 28 milhões que obrigatoriamente você tem que investir em área de mananciais. Aí
a gente também direciona assim, dentro da situação. Primeiro a gente escolhe o
programa de duração continuada, que é uma coisa que o conselho estadual já define
de uma maneira geral para todos os comitês, e depois a gente vê dentro das nossas
necessidades quais são os itens que já estão descritos na deliberação do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos e seleciona, visando o uso desses 50% que é
obrigatório na lei, a onde a gente investir. Aí a gente direciona sempre para esgoto,
erosão, repovoamento vegetal, nascentes, aí a gente... Que foi o que a deliberação
que saiu esse ano e aí, estando em área de mananciais... claro que tem proposta que
vem para o Tietê Cabeceiras, chega lá principalmente monitoramento; no Juqueri
Cantareira, mas todo mundo tem uma preocupação e uma visão de que quanto mais
for possível a gente jogar peso em projeto para a região da Billings e da Guarapiranga
é melhor. É uma leitura que quase todo mundo faz. É claro que não podemos fazer
em detrimento das outras regiões, mas sempre tem um foco. Atualmente sempre tem
um projeto que essas áreas levam. O ano passado, por exemplo, foram dois projetos
de obra da Sabesp, mas eram pequenos, por isso que o dinheiro deu. Três aliás, três.
Dois bairros em Ribeirão Pires e um bairro em Itapecerica da Serra, com extensão de
rede e aí a gente começou a perceber assim, foram aprovados esses aí, foram
indicados então eles devem sair com dinheiro esse ano. É que é dinheiro do ano
passado. Daqueles 101 milhões, nós usamos eu acho que próximo a 80 milhões.
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Ainda sobrou que voltou para a conta para usar esse ano. Nós fizemos duas
chamadas o ano passado, começamos antes, fizemos uma chamada que passou...
G (19’14”): Sim.
G (19’18”): Então. Ela tem, mas por isso que a Sabesp é diferenciada. Qualquer um
de nós; nós eu digo ou a CETESB, ou a prefeitura, ou a sociedade civil; ela toma o
dinheiro, ela contrata o dinheiro à Fundo Perdido. Então esses entes não precisam
retornar. A Sabesp não. Pela lei ela pode tomar, mas ela tem que devolver. Esse é
um recurso reembolsável.
G (19’44”): O caso da Sabesp não vai de Fundo Perdido não, é reembolsável. Então
tem lá o contrato com ela, se ela não tiver... Porque ela capta dinheiro de tudo quanto
é banda e como é dinheiro possível para obra e é do nosso interesse esses dois
bairros de Ribeirão Pires e esse de Itapecerica da Serra...
G (20’05”): É isso. Então a Sabesp devolve. E então esse dinheiro vai voltar para
conta e a gente vai usar ele lá na frente.
área de mananciais... “Olha, vamos fazer o seguinte: tudo bem pedir dinheiro para a
rede porque a gente precisa. Só que nós vamos atrelar a estação elevatória e
bombeamento. Porque você só faz a rede depois...”
G (23’36”): Sim, não dá. Mesmo que seja esse vulto de 101 não rola. Não é possível,
assim como grandes...
G (23’45”): E é muita grana para você construir o negócio desse porte. E aí eles vão
com as verbas deles mesmo. Então o que fica meio que limitado a estudos, não
projetos, a questão de habitação. O do uso de solo nós fizemos um investimento
grande em 2014. Quatorze milhões, o projeto mais que todo mundo queria e o mais
caro financiado até hoje, foram R$ 14 milhões com a Emplasa, para ela atualizar o
sistema cartográfico metropolitano que o levantamento aerofotogramétrico daquele é
de 1980-81. Então está super atrasado, teve algumas atualizações, mas esse era um
grande...
G (24’34”): Ainda não. Por quê? Duas empresas foram contratadas, é um trabalho
muito específico, muito técnico. Nós fomos várias vezes falar com a nossa colega lá,
Priscilla Masson. É uma coisa de você... não é só você pegar a imagem e depois
pegar a coisa, tem que ver linha por linha... e aí uma das empresas faliu.
G (24’58”): A Emplasa está vendo, o IPT é o agente técnico e está dando a força, já
foi apresentado com o produto da faixa oeste da região metropolitana, que foi o piloto
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que elas fizeram. E aí ele vai rodar o norte, o leste e depois vem para o sul e sudoeste,
fechando o pacote. Já era para estar pronto, acabou sendo atrasado. Mas aí são
problemas que não tem como a gente... a empresa faliu ...
G (25’40”): É porque a Emplasa já tinha desejo de fazer isso antes, só que como nós
não tínhamos a cobrança, o dinheiro da cobrança, o dinheiro não dava. Porque o
dinheiro da partilha dos royalties da Itaipu pelos 21 comitês do estado, o Alto Tietê é
o que recebe a maior parcela, mas é assim, sete milhões, oito, teve um ano que foi
11, 11 ou 13, que foi o máximo. E aí quando você tem outros projetos, não dá para
pagar um desse.
A (26’15”): Mas a Emplasa não teria a obrigação de fazer essa contratação direta?
M (26’31”): Predetti
G (26’32”): Não é o Predetti, é o que antecedeu o Predetti. E aquela moça que você
conhece que é da FAU, a Rovena, era diretora técnica, e esse cara era Ricardo, mas
não era o Predetti. Bem, enfim, nós fomos e ele assinou um termo de compromisso
que arrumaria esse restante que é a contrapartida, a metade. Tinha uma proposta de
verba com a Petrobrás e isso acabou também não acontecendo do jeito que foi
prometido.
G (27’16”): Esse não teve um que não sorriu, que não falou: “Esse aí eu quero”.
Porque todo mundo usa.
G (27’24”): Tudo. Essa foi uma decisão que a gente tomou à época porque a gente
se certou. Agora não mais a gente, agora o pessoal do FEHIDRO. Eu tenho um
documento lá assinado por um presidente da instituição dizendo: “Eu vou lá arrumar
o dinheiro”. Na oportunidade você não pode dizer não. Não vou confiar? Mas de uso
do solo foi feito esse. De transporte... ah inclusive esse de uso do solo, o Eduardo
Trani, ele deu uma sugestão na época de incluir as habitações subnormais, que é um
dado que a gente não tinha, que é superlegal também. Que já ia ser meio voltado com
habitação e com uso do solo. Era uma incrível ideia que o Trani deu e eles tinham
programado de fazer um layer para subnormais.
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G (28’27”): É favela.
G (28’32”): Aí acho que tem uma classificação X lá. Vai tudo: condição de
saneamento.
G (28’48”): Ficamos sonhando com isso. Hoje ninguém tem isso. Muito raro. A
Prefeitura de São Paulo tem alguma coisa, mas é difícil você pegar. As nossas
prefeituras menores que não tem o corpo técnico ia ser uma maravilha isso. Então a
gente ficou sonhando muito com esse negócio. O de transporte aconteceu alguma
coisa? Eu não me lembro de ter acontecido alguma coisa de transporte. Bom de
saneamento é esse que eu te falei e educação ambiental nós fizemos o seguinte: No
passado, em 2011, nós recebemos um relatório do Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo dos investimentos dos últimos cinco anos, quer dizer então de 2008 a 2011
né? 2007 a 2011, dos projetos contratados pelo FEHIDRO. Esse pessoal do Tribunal
de Contas fez um arrastão e descobriu um monte de coisa errada. Nota falsa, empresa
de fachada, e tudo empresa que tinha representante no comitê, que entravam como
representantes naquela regra de usuários e instituições científicas, que estava muito
mal feita, foi por essa razão também que a gente mudou e pegou a Lei Federal e reviu
o estatuto para evitar isso. Tem um caso de uma instituição lá da Billings, em que eles
foram atrás. Primeiro acharam um monte de nota fria, e projetinho assim: eles
pegavam 100 mil, 200 mil, 300 mil por ano, e cadê o produto disso? Eles foram lá e
acharam, a instituição era presidida por um senhor que era um motorista da Prefeitura
de São Bernardo que ele nem sabia que o nome dele estava lá, e uma senhora que
morava em um casebrinho que era o endereço do sindicato...
G (30’36”): É isso. Não precisa nem contar mais nada. É isso. E achou um monte de
coisas. Aí eu falei: “vamos parar com isso”. Foi aí que que a gente... e esses projetos
todos eles, sem exceção, eram de educação ambiental. Eu falei não. Eu não, o grupo.
O grupo na época, pelo Estado estava o Trani, da Secretaria de Habitação, Rui Brasil
de Saneamento, e eu e mais três da Sociedade Civil e três dos municípios. Os
municípios tinham um representante de Osasco, um de Caieiras. Aí falou: “olha, não
vamos mais fazer projeto isolado de educação ambiental nesses termos aí. O que nós
vamos fazer é o seguinte, exigir ações ou projetos de educação ambiental dentro de
cada projeto que a gente vier a aprovar”. Então não ficou assim: “Ah, um filminho da
capivara; um...” eles pegavam esse dinheiro para fazer cartilha.
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G (31’40”): Cortamos impressões. Eventos cortamos. Então quer fazer? Eu, que sou
da CETESB vou fazer um projeto A, então eu vou atrás de você, que é uma instituição
reconhecida, que tem sua prática em educação ambiental, então eu vou junto com
você dentro de um projeto só. Eu vou fazer a parte de obra e você faz a parte de
educação ambiental. É isso o que a gente amarrou com essas alterações também
para evitar essas coisas que aconteceram no passado.
G (32’09”): A gente tem conseguido. Tem algumas brigas lá, porque também tem
interesses pessoais. Sempre tem. Está no jogo. Ninguém é proibido de ter interesse.
Só que é assim, as regras e leis tem que ser atendidas.
G (32’25”): ... Para não deixar acontecer isso. Entendeu? Inclusive no ano passado a
gente discutiu bastante, a Marta lembra. Falou: “Ó, abre aí artigo dois da deliberação
que criou a nossa câmara técnica de gestão de investimento”. É responsável pelo
investimento público. Se der algum problema, sair um outro relatório daquele do
Tribunal de Contas, quem que eles vão vir pegar no pé?” Quer vir, venha aqui...
Algumas coisas ainda passaram porque pareciam ser algumas coisas legais, mas isso
foi o ano passado para esse ano e nós amarramos mais ainda. Sozinho não vem. Que
é o Sub PDC 8 né? O oito é só de educação ambiental. Tem que ter, mas tanto é que
cada projeto, teve um deles que foi desclassificado agora porque veio a proposta
principal e não veio o termo de referência de educação ambiental. Está fora, foi
desabilitado logo na primeira seleção. Não apresentou o termo de referência para
educação ambiental amarrado com sua proposta, então a gente está amarrando isso
para pelo menos fazer valer mais, né. Isso aí foi só o número um viu. Geração de
renda...
G (33’47”): Geração de renda, não me lembro de alguma coisa que a gente tenha
promovido para fazer geração de renda.
A (33’55”): Isso seriam os municípios que teriam que promover alguma coisa nesse
sentido?
G (33’59”): Então, eu acho que é todo mundo um pouco, mas o Comitê do Alto Tietê
e a Fundação Agência de Bacia, que é o seu braço técnico, não tem.
G (34’13”): O que tem aqui, se você quiser abordar um pouco talvez o pessoal da
Sabesp, o pessoal do FEHIDRO possa fazer, tem uma abertura de postos de trabalho.
cada um desses projetos tem isso, tem que contratação, equipe técnica, operacional,
se for o caro, se envolver plantio ou não sei o que, rola. Então, se for por esse lado
acontece isso como um reflexo da aprovação dos projetos.
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G (35’05”): Pode proporcionar isso. Não é direto mas indiretamente ele pode
proporcionar.
G (35’13”): Pode, pode. E os projetos, aí a hora que você tiver renda/trabalho você
acaba gerando renda também, nessa linha aí. Outro, o artigo dois e o quatro,
parágrafo quatro... Ah, investimento para recursos financeiros e financiamento dos
programas do PDPA. Aí é isso o que eu te falei. Está dentro desse pacote do dinheiro
para... O que a gente tem? O monitoramento a gente tem, o sistema gerencial de
informação é o que está reservado para esse ano, esses programas ambientais a
gente fez três, não, a gente fez cinco termos de referência em 2016 para captação de
2017 porque era o que tinha maior dinheiro. Nós fizemos, só para disposição de lixo,
plantio, vegetação, nós fizemos um de educação ambiental, então esse daqui é para
esses programas.
A (36’13”): Mas esses programas são para todos os mananciais ou, por exemplo, vai
só para a Billings?
G (37’28”): Então, em qualquer uma. Eles foram válidos para aquele certame, mas
não quer dizer que não sejam referência para certames futuros. E depois, SGI e o
programa de fiscalização integrada. Ah, o comitê não tem também essa atribuição, ele
não tem. Na verdade, ele fica assim: vocês estão cumprindo o PDPA, sim ou não? É
um papel que o comitê pode fazer. Ou por ofício, ou para chamar em plenário, a gente
fez muito isso na crise hídrica de 2014 a 2015. A CETESB e a Sabesp foram
demandadas várias vezes para ir em plenário e falar o que você está fazendo, como
está fazendo, como você está licenciando.
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G (38’21”): Ia lá, explicava e dizia, dava debate, dava queixa, dava não sei o que.
Mas ia lá, então é o papel que o comitê pode dizer. Cobrava. Fazer mesmo ele não
pode. “Diante do exposto, quais os principais programas firmados em convênio com o
Governo do Estado e os municípios?” Programas firmados em convênios do Governo
do Estado e os municípios?
G (38’46”): É um pouco disso. Ah, aqui na questão de habitação nós não chegamos
no PRIS ainda. Não falamos ainda. Que aí a Marta entende tudo. Ela gerenciou a
área, e isso quando ela nasceu e aceitou a proposta.
G (39’01”): Quando a área nasceu. Então ela entende tudo de PRIS, que está aqui
dentro também. Não com investimento de dinheiro, mas com a proposta do PDPA que
aí cabe, no nosso caso, licenciar, e no caso das prefeituras, propor. São Bernardo é
a campeã de projetos. Isso eu lembro de cabeça.
G (39’32”): Está bem mais porque ela pega o resultado das coisas que andam nas
agências. A gente já saiu um pouco desse circuito. Mas ela de PRIS, fora o programa
em si que a Marta entende tudo, e as coisas atuais, que aí a Vivian, em contato com
a Vivian ela te passa. “Como se procede a fiscalização e auditoria dos mesmos e de
qual é o montante destinados a eles em 2017?” Então, aí o sistema de gestão ele
também não tem muito... as... convênio com a prefeitura de São Paulo, por exemplo,
existe desde dois mil e não sei quando, 2017 talvez. A última versão foi 2015, que aí
foi uma opção do prefeito da época.
A (40’31”): Por exemplo, o Cantinho do Céu poderia ser com um convênio desses,
que foi na verdade a Prefeitura de São Paulo. Deve ter tido uma contrapartida do
comitê ou não?
G (40’42”): Não, não. Naquele projeto do Cantinho do Céu não. Eu acho que foi lá o
nosso colega, que esqueci o nome dele, gente boa. Ele que tocou esse projeto, com
apoio do Ministério Público. Eu lembro que só no Cantinho do Céu foram 15 ou 16
estações elevatórias, você imagina. Uma a cada... né? Para você ver a amplitude de
um projeto desse. Você ter em um bairro, apesar de ser um bairro grande, tudo bem,
mas em um bairro você ter 13, 15 estações elevatórias, é porque o projeto é muito
difícil. Eu acho que ele conseguiu dinheiro da própria prefeitura, conseguiu dinheiro
externo.
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G (41’59”): Não. No passado parece que tinham alguns comitês aí que faziam isso.
Então se tivesse um montante de dois, três milhões aí pegava 10 municípios mais
necessitados para uma coisa e davam 300 mil para cada um. Teve comitê que já fez
isso, mas aqui a gente não teve isso não. É projeto mesmo e aí tem a competência,
tem atribuição. Precisa ver se tem atribuição, apesar que aqui as vezes aparece
algumas coisas que você fica meio assim. “Nossa, isso aqui não pode”, aí vai embora.
O outro, “um dos objetivos da lei de consolidação de mecanismos de compensação
financeira”. Há anos se discute isso e nunca saiu nada. Aí a Secretaria de Recursos
Hídricos, foi o Hiroaki se não me engano, apresentou um projeto o ano passado para
isso. Veja bem, ele não vai propor a lei, a ideia é propor o levantamento de todo o
arcabouço legal que existe dentro e fora do país, e que situação seria mais... e aí tem
um viés financeiro que é assim: “Tudo bem eu fazer a compensação financeira para
você em município, da onde vem o dinheiro para fazer isso?” Então não basta só um
instrumento dizendo tem que fazer, tem que ver de onde vem o dinheiro. Então essa
proposta que foi feita pela Secretaria de Recursos Hídricos, ela visa fazer um
levantamento disso e já apresentar: “olha isso aqui pode ser viável se a gente seguir
esse caminho”. Então é projeto que deve ser contratado para esse ano. Já aprovado
o ano passado, para ser assinado esse ano como contrato para andar. É o que tem
de compensação financeira. “Os projetos em meio ambiente já foram alcançados?”
Ainda não. “Poderiam iniciar ações de incentivo ao desenvolvimento econômico e a
geração de emprego?” Esse aqui já está naquele primeiro. “Os objetivos do artigo
terceiro...” Eu não lembro quais são os do terceiro, mas enfim, “quais os mecanismos
garantem a transparência da informação sobre o avanço obtido na implementação?”
Então, aqui o que falta para consolidar essa transparência é o sistema, porque todo
mundo vai poder acessar. Acessar falta, isso falta. Agora, o comitê do Alto Tietê e
mais as suas câmeras técnicas e mais os subcomitês, que não estão funcionando
bem, não estão tão fortalecidos, mas enfim, isso garante a transparência de qualquer
coisa, basta a pessoa querer.
A (44’31”): Mas aí cada prefeitura vai ter que colocar... essa é uma dúvida... os
licenciamentos que estão por conta dos municípios, eles vão ter que lançar?
G (44’38”): Sim.
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G (44’45”): Isso, está tudo dentro lá. Todas as que a CETESB faz, área contaminada,
o da atual área da mata, teve mudança climática, tudo que tem coisa, tem informação,
balneabilidade, monitoramento de não sei o que, tudo.
A (45’09”): Os índices de área de cobertura vegetal, então tudo aquilo que tem de
metas este sistema irá controlar...
G (45’16”): Na verdade você vai dizer assim: “Eu quero o auto de infração da
secretaria”. Você vai dar o comando, o sistema vai ver onde você quer entrar...
A (45’22”): Gratuito?
G (45’24”): É. E aí você vai ver dentro do site que a secretaria já tem instalado para
isso.
G (45’32”): É. Só que tem um monte de... é uma linguagem que eu não entendo muito.
Aquele menino, o Rodolfo, da Secretaria de Recursos Hídricos, nos apresentou como
é a estratégia, mas a ideia é essa: ter um servidor com um monte de gente entrando
dentro dele e ele transforma isso em um tease e ele dá acesso a todo mundo. É claro
que vai ter os níveis de segurança, só acessar e não poder alterar nada, não pode
copiar nada, sei lá. Isso também vai ser decidido nas conversas futuras, mas todo
mundo vai ter que colocar coisa lá dentro. E tem também algumas situações que
precisam ser resolvidas porque cada um tem um sistema desenvolvido em uma
linguagem diferente, então esse núcleo vai ter que entender a linguagem tua,
transformar para a nossa.
a gente tem procurado cercear essa anistia, não a deixando entrar em área de
mananciais. A gente tem obtido um êxito disso. Mas não pode ser assim. Tem que ter
alguma contrapartida mínima, porque se não a gente não consegue recuperar nada.
Acho que as prefeituras também... você vê, todo mundo pode fazer o PRIS, mas aí
caixa é uma coisa, equipe técnica são coisas que dificultam. Tanto é que quem tem?
Diadema acho que apresentou um, ou Santo André pouco, São Bernardo...
G (48’42”): Embu.
A (48’43”): Mas relacionado aquela questão, São Bernardo tem dinheiro. É difícil
comparar São Bernardo com Rio Grande da Serra, tem nem Plano Diretor
compatibilizado ainda.
M (48’51”): Tem a questão de que tem que adequar o Plano Diretor, que já é uma
dificuldade inicial.
A (48’56”): Que já era previsto na lei anterior ainda, a Lei 9866, já falava do Plano
Diretor né?
M (49’02”): A 9866.
G (49’03”): Já.
A (49’04”): É uma obrigação muito antiga que tem gente que ainda não...
G (49’08”): Então, mas tem uma discussão, que é assim: não é inconstitucional
porque se não essas leis não teriam passado. Mas também não tem como obrigar o
município a fazer isso, ele tem autonomia dele. Então se ele não quiser fazer ele
simplesmente não faz.
G (49’24”): Então, eu acho que perde o interesse das duas partes isso daí. Tanto a
prefeitura, ela pode promover uma arrecadação maior, claro que não vai pagar para
ela emitir todos os passos do processo de licenciamento e já faz dois em um. Já faz
um documento, dois documentos emitidos na mesma hora. Isso para o cidadão, para
a população é uma beleza. Mas eu acho que não chegaram muito a essa situação.
Mairiporã, por exemplo, tem um projeto que se você quiser tirar alguma dúvida maior
você pode falar com a Vivian. A Prefeitura de Mairiporã teve interesse em fazer isso,
então ela veio atrás para “como a gente pode fazer para eu agilizar o processo de
licenciamento dos casos que estavam lá”. Mairiporã tem muito loteamento na Serra
da Cantareira, é um volume imenso na Agência, 80%, 60% do volume de processo da
Agência é de residência em loteamento que já é existente na Serra, já tem a regra
federal para desmatamento, já tem tudo. Tem Ministério Público encima. Aí ele veio,
a Vivian, eles pegaram um piloto, que eu não me lembro qual é, mas é um dos
loteamentos grandes que tem lá, e fizeram uma coisa bárbara, muito legal, inovadora,
que vai sair em forma de uma decisão de diretoria da CETESB. Apesar da exigência
da lei dizer que o município precisa ter a legislação compatibilizada, e apesar dessa
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CEE, conforme portaria, publicada no Diário Oficial, em 208/11/2015.
120
A (52’06”): Entendi.
G (52’14”): Olha, já tem norma da ABNT, muitos deles a rede de água é particular,
tem o tratamento, Vigilância Sanitária já verifica isso, a prefeitura já vai lá ver, tem
regra para federal que a gente não pode ultrapassar, que é a da supressão de
vegetação, preservação permanente. Tem a própria lei que estabelece o que tem que
fazer em cada subárea. Uma ideia superlegal. Se você desejar até ver os dois lados
depois de conversar com a Vivian, isso é uma coisa que você pode deixar como
proposta para a Billings. O cara da prefeitura que correu atrás disso chama Rafael da
Prefeitura de Mairiporã. Ele é antigo na prefeitura, parceiro assim, nós fizemos muita
coisa juntos de fiscalização na década de oitenta, de noventa.
G (53’12”): Também tem a vontade do prefeito, então ele veio atrás, a Vivian pegou
mais o diretor de departamento que é o Laércio e foi pra cima do diretor geral, o Amaral
e arredondou para levar para a decisão da diretoria.
A (53’31”): Basicamente o prefeito quer resultados. Até ele fazer o Plano Diretor já
passou os quatro anos.
G (53’41”): Nossa, para o munícipe isso aqui é uma coisa superbacana. E aí você
pode ver, pegar a ideia do que a prefeitura enxerga com o Rafael, não tenho o telefone
dele, mas a Vivian tem. E aí com a Vi, se você quiser fazer uma conversinha para
você entrar em alguma proposta dessa futura.
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CEE, conforme portaria, publicada no Diário Oficial, em 208/11/2015.
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G (53’59”): Até se a Marta concordar com essa coisa também a gente vai vendo, e
você concordar eu vou contando história para vocês. Tem uma menina que tem um
projeto da FAPESP, que é superlegal também.
FIM EM 54’14”
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CEE, conforme portaria, publicada no Diário Oficial, em 208/11/2015.
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A Lei Estadual nº. 13.579/09 define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), um manancial de interesse regional para o
abastecimento das populações atuais e futuras. Está em consonância e cumprimento ao Art. 4º
da Lei 9.866/1997. Este questionário é parte integrante do projeto de pesquisa apresentado à
Coordenação do Curso da Pós-Graduação “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos
e Legais” Escola Superior da CETESB
3-) Por que os municípios têm dificuldades em implantar projetos de interesse social?
Diante da complexidade das intervenções e a conjuntura econômica, com retração
de investimentos, projetos desta natureza foram diretamente afetados na obtenção
de recursos financeiros necessários à sua execução.
6-) Existe incentivos e apoios oferecidos aos proprietários das áreas prestadoras de
serviços ambientais que a preservam e a regeneram?
A Lei 13.579/09 definiu um capítulo para tratamento de apoio financeiro, Capítulo XII
– Suporte Financeiro, porém é de conhecimento geral que os recursos utilizados se
restringem apenas aos do FEHIDRO e existem recursos referentes ao Artigo 109, item
VII, porém sem conhecimento de valores totais até hoje recebidos pela aplicação do
artigo da lei e tampouco sua aplicação. Os demais itens do referido artigo não
possuem informações de aplicação.
8-) Está previsto aos responsáveis pela degradação a elaboração e apresentação dos
Projetos de Recuperação Ambiental em Mananciais (PRAM). Houve algum projeto
apresentado e/ou aprovado? Existe incentivos para tal?
O órgão licenciador, até o momento, não disponibilizou dados de projetos solicitados
ou aprovados desta tipologia de empreendimento, sugiro consultar as regionais da
CETESB.
9-) Nas áreas de intervenção (SUC, SUCT, SOE, SBD e SCA), não foram considerados os
lotes preexistentes de tamanhos inferiores ao previsto na Lei Específica, porém,
devidamente matriculados e implantados. Por que isto ocorreu? E como retificar esta
situação?
A Lei 13.579/09, considera para todas as subáreas de Ocupação Dirigida, para efeito
de regularização, medidas de compensação ambiental de modo a manter o princípio
de que a simples aprovação da lei não regulariza a situação existente da forma como
se encontra, sem atender ao planejamento definido na lei atual e nas anteriormente
vigentes, no caso, Leis 898/75 e 1.172/76. A Lei específica da Billings, conforme artigo
76, reitera as situações regulares perante aquelas leis e dá a possibilidade de que,
em situações divergentes dos casos de já adaptados à Lei 1.172/76, as mesmas sejam
objeto de regularização mediante compensação ambiental.
10-) Sobre o tema abordado, na sua opinião, quais aspectos podem ou devem ser revistos
e/ou aprimorados, e quais os principais desafios para tal? E quais os avanços mais
relevantes para o Manancial Billings deste a criação da Lei Específica?
Inúmeros aspectos ainda estão por serem aplicados e divulgados sobre a Lei
específica da Billings, em especial, o conhecimento do resultado da aplicação dos
seus instrumentos urbanísticos, como licenciamento e regularização; aplicação de
índice de área vegetada no lote; compensação ambiental para regularização;
fiscalização integrada; monitoramento da qualidade das águas na aplicação de
análise de impacto de empreendimentos com número significativo de moradores ou
usuários, dentre outros. Sem conhecimento do cenário de aplicação desde 2009 até
2018, quase 10 anos de vigência da lei, torna-se difícil definir quais foram os acertos
e equívocos da lei. Porém, é inquestionável o avanço obtido com a possibilidade de
implantação de infraestrutura de saneamento em grande parte das áreas
consolidadas, ainda que, até o momento, não tenha sido totalmente efetivada pelos
órgãos estaduais e municipais e a concessionária de água e esgotos na RMSP,
responsáveis pela infraestrutura de saneamento ambiental da APRM Billings.
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NOTA: Caso queira acrescentar algo sobre o tema proposto, por favor, descreva.
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A Lei Estadual nº. 13.579/09 define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), um manancial de interesse regional para o
abastecimento das populações atuais e futuras. Está em consonância e cumprimento ao Art. 4º
da Lei 9.866/1997. Este questionário é parte integrante do projeto de pesquisa apresentado à
Coordenação do Curso da Pós-Graduação “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos
e Legais” Escola Superior da CETESB.
1.) Qual a média anual de Alvarás de Licença Metropolitana emitidos pela CETESB para os
imóveis inseridos na APRM-B?
As agências ambientais que trabalham com municípios inseridos em território de
APM e APRM emitiram, no ano de 2017, 359 Alvarás. Especificamente, as agências
do ABC I (CLA) e do ABC II (CLD) emitiram em 2017, respectivamente: Alvarás: 70 e
22; Termos de Indeferimento: 51 e 08; Pareceres de Viabilidade: 09 e 03.
2.) Quantos técnicos as Agências do ABC I e II, possuem para atender a demanda de
licenciamentos nas APMs?
Tanto na CLA quanto na CLD todos os técnicos licenciam empreendimentos em área
de manancial, entretanto, cabe destacar que a distribuição dos processos é realizada
após prévia análise dos gerentes / supervisores das agências.
3.) Quais as maiores dificuldades do Órgão Ambiental na análise e aprovação dos projetos
apresentados?
A insuficiência de dados ou as inconformidades de informações técnicas dos
projetos propostos para o licenciamento.
A Lei da Billings permitiu uma maior flexibilização dos usos e ocupações do território,
reconhecendo dentro de toda a extensão da Bacia as porções (Compartimentos e
respectivas subáreas) que possuíam condições de real preservação, recuperação e
de demais tipos de licenciamento, conforme o adensamento populacional existente
quando da sua elaboração.
8.) Sobre o tema abordado, na sua opinião, quais aspectos podem ou devem ser revistos
e/ou aprimorados, e quais os principais desafios para tal?
Mesmo sendo um instrumento menos engessado do que a LPM, a Lei 13.579/09 ainda
conservou situações de pouca adequação aos zoneamentos territoriais municipais.
Nota-se ainda ausência de transições entre Subáreas dentro de um mesmo
compartimento ambiental e conflitos nas delimitações das Subáreas (exemplo de
uma SUC de um lado da rua e do outro lado uma SCA).
NOTA: Caso queira acrescentar algo sobre o tema proposto, por favor, descreva.
A Lei Estadual nº. 13.579/09 define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), um manancial de interesse regional para o
abastecimento das populações atuais e futuras. Está em consonância e cumprimento ao Art. 4º
da Lei 9.866/1997. Este questionário é parte integrante do projeto de pesquisa apresentado à
Coordenação do Curso da Pós-Graduação “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos
e Legais” Escola Superior da CETESB.
1-) O Artigo nº. 78 da Lei Estadual13.579/09, preconiza que compete ao poder público a
regularização de Assentamentos Habitacionais de Interesse Social. Quais são os maiores
entraves e dificuldades para implantar o PRIS e/ou HIS na Cidade?
As dificuldades são: Escassez de terreno público para implantação de Habitação de
Interesse Social; falta de recursos para realizar obras de reurbanização
(pavimentação, drenagem, rede de esgoto, habitação) no caso de PRIS;
demora/burocracia para a licitação de contratação de projetos de
arquitetura/engenharia. Das poucas áreas públicas existentes, algumas não possuem
Matrícula Imobiliária, o que é exigência para financiamento do Minha Casa Minha
Vida. Dificuldade do licenciamento ambiental dos projetos do PRIS (adequar os
projetos de reurbanização ao que exige as leis ambientais, demora para obter as
licenças ambientais).
2-) Como está o Plano Diretor em relação as adequações e disposições da Lei Estadual
13.579/09?
O Plano Diretor atende ao estabelecido na Lei Estadual.
135
5-) A delimitação das subáreas de ocupação da APRM-B, foram realizadas através de fotos
aéreas, existem conflitos entre a delimitação e a situação real das zonas do Município?
Caso positivo, pode citar algum exemplo?
Sim, há casos de divergência nas ARO que margeiam o reservatório. A faixa de 50,00
metros a partir do nível máximo, cota 747,00 metros, avança sobre áreas até então
não afetadas por tal faixa.
6-) Como o Município realiza a fiscalização ambiental das atividades dentro do APRM?
Quantos fiscais ambientais a Prefeitura dispõe para esta função?
A fiscalização ambiental é realizada através de vistorias terrestres e aéreas
(realizadas 02 (duas) vezes por mês através de helicóptero com voo de 01 (uma)
hora), e quando necessário são realizadas trilhas e vistorias de barco. As vistorias
podem acontecer conjunta com outros setores, como Defesa Civil, Secretaria do
Meio Ambiente, acompanhamento da Guarda Municipal e outros. A fiscalização
percorre diariamente de carro os bairros, realizando orientação e aplicando
penalidades quando necessário. A prefeitura disponibiliza 07 (sete) agentes
ambientais para a fiscalização do setor ambiental.
7-) Os recursos monetários oriundos das compensações ambientais são aplicados para
quais projetos e programas?
Não foram recebidos pelo Munícipio recursos oriundos de compensações
ambientais previstos na lei.
8-) O Município está atendendo a meta de qualidade da água relativa a redução da carga
de fósforo lançada no reservatório, qual o mecanismo de avaliação e monitoramento?
Não informado.
136
9-) O Artigo 29, § 1º versa que para fins de implantação de condomínios, horizontais e
verticais a legislação municipal poderá reduzir em até 50% (cinquenta por cento) a cota-
parte nas SUC e SOE, o município aprovou alguma legislação que reduza a cota parte
para 125,00 m²?
Não existe legislação que tenha reduzido a cota-parte para 125,00 m².
10-) Sobre o tema abordado, na sua opinião, quais aspectos podem ou devem ser revistos
e/ou aprimorados, e quais os principais desafios para tal?
Devem ser revistos parâmetros urbanísticos, pois muitas taxas de uso e ocupação
do solo tornaram-se bastante permissivas, possibilitando maior desmatamento. As
metas de qualidade de água não são compreensíveis, factíveis e passíveis de serem
atendidas pelos Munícipios.
NOTA: Caso queira acrescentar algo sobre o tema proposto, por favor, descreva.
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DEPOIMENTO
FINALIDADE: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
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A Lei Estadual nº. 13.579/09 define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), um manancial de interesse regional para o
abastecimento das populações atuais e futuras. Está em consonância e cumprimento ao Art. 4º
da Lei 9.866/1997. Este questionário é parte integrante do projeto de pesquisa apresentado à
Coordenação do Curso da Pós-Graduação “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos
e Legais” Escola Superior da CETESB.
1-) O Artigo nº. 78 da Lei Estadual13.579/09, preconiza que compete ao poder público a
regularização de Assentamentos Habitacionais de Interesse Social. Quais são os maiores
entraves e dificuldades para implantar o PRIS e/ou HIS na Cidade?
Primeiramente destaco o interesse do poder público, o custo com levantamentos,
cadastros e disponibilidades de servidores.
2-) Como está o Plano Diretor em relação as adequações e disposições da Lei Estadual
13.579/09?
O Plano Diretor está totalmente compatibilizado com a Lei da Billings, em alguns
pontos até mais restritivo.
5-) A delimitação das subáreas de ocupação da APRM-B, foram realizadas através de fotos
aéreas, existem conflitos entre a delimitação e a situação real das zonas do Município?
Caso positivo, pode citar algum exemplo?
Sim, existem muitos pontos em conflitos, pois quando houve a compatibilização
inicial, o município efetuou as devidas correções com base em plantas de
loteamentos e dados cadastrais de infraestrutura. Porém a CETESB (CPLA) não
aceitou o mapeamento da Prefeitura e determinou que fosse efetuado conforme as
cartas aerofotogramétricas da Lei Específica. Ou seja, o município não pode
remanejar os parâmetros conforme permitido na legislação.
6-) Como o Município realiza a fiscalização ambiental das atividades dentro do APRM?
Quantos fiscais ambientais a Prefeitura dispõe para esta função?
A fiscalização é efetuada em conjunto do setor do meio ambiente, do setor da
habitação e da Guarda Municipal, onde o município conta com aproximadamente 10
(dez) agentes fiscais.
7-) Os recursos monetários oriundos das compensações ambientais são aplicados para
quais projetos e programas?
Os recursos de compensação inicialmente foram aplicados na aquisição de
equipamentos de informática para as secretarias, 02 (dois) veículos para os serviços
de fiscalização e ainda aquisição de veículos para a coleta seletiva. Foram utilizados
também para a capacitação e educação ambiental.
8-) O Município está atendendo a meta de qualidade da água relativa a redução da carga
de fósforo lançada no reservatório, qual o mecanismo de avaliação e monitoramento?
Todo o licenciamento é efetuado através de propostas de tratamento de efluentes
sanitários e ainda vem efetuando gestão juntamente com a SABESP para achar
soluções de pontos de lançamentos irregulares.
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9-) O Artigo 29, § 1º versa que para fins de implantação de condomínios, horizontais e
verticais a legislação municipal poderá reduzir em até 50% (cinquenta por cento) a cota-
parte nas SUC e SOE, o município aprovou alguma legislação que reduza a cota parte
para 125m²?
Sim, o município já aprovou a legislação, que causa redução da cota parte nas
subáreas de ocupação especial e consolidada, mediante manifestação da SABESP
que o local apresenta tratamento de efluentes. Porém, a Agencia CETESB São
Bernardo do Campo alega ser o agente responsável para licenciar nestes casos,
contrariando a Resolução CONSEMA 01/14 e trazendo morosidade em todos os
licenciamentos do município.
10-) Sobre o tema abordado, na sua opinião, quais aspectos podem ou devem ser revistos
e/ou aprimorados, e quais os principais desafios para tal?
Entendemos que a legislação foi um grande avanço para o município, garante a
preservação ambiental e ainda permite o desenvolvimento econômico, urbanístico e
principalmente social, com a regularização das ocupações irregulares. Porém, os
procedimentos de regularização e licenciamentos junto a CETESB apresentam
muitas exigências e longo período para análise e pareceres, que tornam
desanimador. Sugerimos a criação de um sistema como o GRAPROHAB,
estabelecendo prazos legais para analises e pareceres. Ainda a criação de um órgão
de monitoramento das cargas de fósforos geradas.
NOTA: Caso queira acrescentar algo sobre o tema proposto, por favor, descreva.
A Lei Estadual nº. 13.579/09 define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), um manancial de interesse regional para o
abastecimento das populações atuais e futuras. Está em consonância e cumprimento ao Art. 4º
da Lei 9.866/1997. Este questionário é parte integrante do projeto de pesquisa apresentado à
Coordenação do Curso da Pós-Graduação “Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos
e Legais” Escola Superior da CETESB.
1-) O Artigo nº. 78 da Lei Estadual13.579/09, preconiza que compete ao poder público a
regularização de Assentamentos Habitacionais de Interesse Social. Quais são os maiores
entraves e dificuldades para implantar o PRIS e/ou HIS na Cidade?
Nosso maior entrave está diretamente ligado a necessidade de obtenção dos
recursos específicos para a realização de ações conforme preconiza a Legislação
Ambiental.
2-) Como está o Plano Diretor em relação as adequações e disposições da Lei Estadual
13.579/09?
A revisão do Plano Diretor deste município encontra-se em fase de elaboração,
dependendo ainda de Audiências Pública e demais ações ligadas a este processo.
5-) A delimitação das subáreas de ocupação da APRM-B, foram realizadas através de fotos
aéreas, existem conflitos entre a delimitação e a situação real das zonas do Município?
Caso positivo, pode citar algum exemplo?
Sim, não é necessário um olhar minucioso para identificar incoerências nas
indicações de certas subáreas no mapa anexo da Lei Estadual 13.579/2009. A
indicação de SOE sobre a Pedreira Desativada, localização no Município, talvez
indique o erro que nos salta aos olhos, não podendo ser considerado como o único.
Outro local está indicando faixas de Preservação Permanente com subárea de
Ocupação Controlada, o que demonstra mais uma incoerência ambiental.
6-) Como o Município realiza a fiscalização ambiental das atividades dentro do APRM?
Quantos fiscais ambientais a Prefeitura dispõe para esta função?
Dispomos de um arcabouço diminuto para fiscalização, contando apenas com um
fiscal e um único veículo na Secretaria do Verde e Meio Ambiente.
7-) Os recursos monetários oriundos das compensações ambientais são aplicados para
quais projetos e programas?
Não dispomos destes recursos na esfera municipal.
8-) O Município está atendendo a meta de qualidade da água relativa a redução da carga
de fósforo lançada no reservatório, qual o mecanismo de avaliação e monitoramento?
Não, pois a Secretaria do Verde e Meio Ambiente não realiza qualquer tipo de ação
de monitoramento.
9-) O Artigo 29, § 1º versa que para fins de implantação de condomínios, horizontais e
verticais a legislação municipal poderá reduzir em até 50% (cinquenta por cento) a cota-
parte nas SUC e SOE, o município aprovou alguma legislação que reduza a cota parte
para 125m²?
Sim, a Lei Municipal nº 2215/2017.
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10-) Sobre o tema abordado, na sua opinião, quais aspectos podem ou devem ser revistos
e/ou aprimorados, e quais os principais desafios para tal?
A própria Lei Estadual necessita de revisões em seu texto e em seus anexos, não
obstante necessitamos de ações efetivas de fiscalização local e integrada para que
se faça valer as prerrogativas da Legislação. O município de Rio Grande da Serra,
inserido 100% no manancial Billings, necessita ainda de previsões legais para
garantia de repasses a captação de recursos, afim de promover preservação
ambiental e educação ambiental.
NOTA: Caso queira acrescentar algo sobre o tema proposto, por favor, descreva.
TRANSCRIÇÃO - ENTREVISTA
FINALIDADE: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Andreza (0’01”): Bom dia, sou aluna do curso de pós-graduação da CETESB e estou
realizando esta entrevista para desenvolvimento do meu TCC, obrigada pela
oportunidade.
R (0’29”): Ok, vamos tentar concentrar isso. Na verdade, o trabalho que eu vinha
coordenando, que eu venho por um tempo, ele é para todos os mananciais. Mas é
claro que o centro das minhas preocupações é Guarapiranga e a Billings. São os
reservatórios onde é muito maior a ocupação urbana, onde é muito maior o conflito
entre essa ocupação urbana, que tem características muito próprias e a questão da
preservação híbrida. Então eu gostaria de falar mais sobre isso. No caso da Billings
que os resultados estão completos mais prontos, a atualização do Plano de
Desenvolvimento de Preservação Ambiental eu já liberei, depois de muito trabalho
sobre ele. Qual a situação que nós temos hoje? Vou citar alguns números, mesmo
porque não tenho todos de cabeça se não se importar. A Billings hoje tem um milhão
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interceptores emissários nessa área como fez no resto da metrópole, até porque a
partir de 2006 e 2007 o nível de investimentos da empresa foi muito elevado, por uma
série de razões. Então havia naquele momento essa expectativa, que eu acho se
manteve até 2012, quando os programas foram interrompidos. Os programas da
Prefeitura de São Paulo virtualmente paralisaram, não foram completamente
paralisados, mas a redução no ritmo de implantação foi enorme e de certa maneira
inexplicada, porque isso antecedeu a crise da economia brasileira, que tem forte
abatimento fiscal sobre as condições de financiamento do setor público, sobre as
condições de investimento do setor. Quando nós contratamos essa elaboração,
atualização dos PDPAs, nós já vivíamos esse período complicado. Então ao contrário
do que aconteceu na segunda metade da década passada, hoje as perspectivas não
são otimistas. Elas são relativamente sombrias, embora eu seja sempre otimista
quanto ao longo prazo, eu não sou nada otimista quanto ao curto prazo. As obras
foram paralisadas e esse stop and go de investimentos leva, do ponto de vista da
população, a uma descrença na ação pública, há uma incerteza quanto à ação pública
para dizer o mínimo; gente que trabalha na área vem alertando para isso há alguns
anos.
R (7’25”): E que há um crescimento aí inferior, que eu achei que esse assunto a gente
tem que tratar de maneira aberta, e há um crescimento do crime organizado com
efeitos que não são, digamos assim, tão isolados e tão ínfimos quanto alguns
gostariam de pensar. Nós tivemos que elaborar esse PDPA nessas circunstâncias.
Foi por isso que nós mudamos um pouco esse trabalho àquilo que normalmente se
faz no setor público. O que nós tínhamos de fazer? Bom, nós não atingimos a meta
em 2015, estamos longe dela. O que precisa fazer para atingir essa meta? O que
normalmente se faz é um documento que seleciona as melhores variáveis, as
melhores intervenções alicerçadas em uma perspectiva muito otimista de recursos e
mede, simula, o resultado disso. E aí sempre a meta é atingida ao cabo de um certo
tempo. E de certa maneira vinha sendo conduzido nesse sentido, que é o sentido
habitual, eu diria até convencional dos documentos públicos. Aí quando eu recebi o
documento contratado, havia sido... e que de maneira geral corresponde à expectativa
de uma parte das pessoas que lidam com isso, eu me senti incomodado.
você tem que avançar com esse Rendimento de Sistema de Esgoto para você abaixar
muito a carga? Por outro lado, esse Rendimento de Sistema de Esgoto não é um
problema setorial da concessionária, seja Sabesp, seja lá quem for, esse rendimento
está muito vinculado à qualidade urbana, qualidade dos assentamentos urbanos.
Onde você tem favelas, onde você tem ocupações de fundo de vale e todas essas
marcas distintivas da metrópole, principalmente nos seus zoneamentos periféricos, a
situação fica muito difícil e não há condições da concessionária atender de uma forma
mais ampla e absolutamente universal a todos. Bom, então o que nós fizemos? Para
atingir a meta, naquela velha postura. Não vamos chamar de velha postura porque é
um pouco pejorativo. Naquela postura mais convencional, a gente calcula que 90%
da população tipicamente urbana será atendida. Então no caso da Billings e
Guarapiranga é um percentual de famílias que moram em condições mais isoladas.
Nós não estamos considerando isso, em geral 3% da população. Então na Billings
são 30-40 mil pessoas em um milhão, não é uma coisa considerável. Bom, do que
sobra da população que é majoritária, nós imaginamos atender 90% dela e desses
90% nós calculamos que 95% dos esgotos coletados serão exportados para
tratamento, que normalmente é feito fora da bacia, como no caso da Billings. No caso
da Billings tem algum tratamento isolado, Jardim Pinheirinho e Riacho Grande, por
exemplo, essas duas ETES. Tem uma pequena ETE, bem pequena, em Santo André,
mas o tratamento normalmente é feito na ETE Barueri, é uma estação enorme longe
à beça, e na Estação ABC. Essas condições: 90% de atendimento, 90% de cobertura
efetiva com serviço de imóveis efetivamente ligados à rede; e 95 do esgoto, 95% do
esgoto coletado e transportado para tratamento é uma condição para o cenário urbano
que nós temos na Billings hoje, extraordinariamente otimista. Vamos dizer que é um
cenário idealizado. Com esse cenário, se executado, a carga ela fica em 230 quilos.
A (12’47”): Atende?
R (12’48”): Atende, com folga, etc. E ficamos todos felizes. O problema é que não
temos as condições hoje para prover esse tipo de cobertura tão eficiente assim. O
rendimento do sistema acaba sendo menor.
A (13’00”): Mas ele será feito, só não naquele prazo? Porque não...
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CEE, conforme portaria, publicada no Diário Oficial, em 208/11/2015.
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R (14’05”): Muda muito. A carga com 70% vai para o dobro do que aquela que
aumenta. E a carga com 80% fica em, se não me engano, 442 quilos, bem acima da
meta fixada. Mas essas condições, de 70% dos esgotos e 80% são condições mais
aderentes, são variáveis, não condições. São variáveis mais aderentes à realidade às
condições que hoje nós temos do que outra. Eu acho que hoje, nas condições que
nós temos, coletar 90%, encaminhar 80% dos esgotos já é uma meta considerável.
Mas com isso nós acabamos com 442, 450 quilos de carga. Ou seja, para que nós
continuemos baixando aquelas cargas no caso da Billings, nós temos dois tipos de
providências a tomar: no caso da Billings, ao contrário do Guarapiranga, há sim,
apesar de tudo o que eu disse, não obstante tudo o que eu disse, um espaço para
investimentos setoriais, que é basicamente ao meu ver constituído pelo programa Pró-
Billings da Sabesp, que deve atender. Está sendo retomado depois da interrupção
causada pela Crise Hídrica, em São Bernardo e no final das contas em Diadema.
Então ele deve melhorar as condições de algumas bacias como a bacia do Alvarenga,
a bacia do Eldorado, que são hoje muito ruins. Então devem melhorar as condições
de fluxo de cargas de fósforo para o corpo central número um da represa, que é aquele
onde existe mais gente morando na área de drenagem. Isso vai fazer baixar a carga.
Mas para que a carga baixe mais, baixe de uma forma substantiva e principalmente
sustentável... a sustentabilidade dos resultados é um outro problema... é preciso que
os investimentos urbanos sejam retomados. E num momento, as condições fiscais do
setor público, por esforços que a Prefeitura de São Paulo vem fazendo para retomar
algum nível de investimento, nós estamos muito distantes de uma situação que
poderia ser chamada, não de ideal, mas de boa. Então, no trabalho nós fizemos uma
projeção de cargas dentro dessas condições até 2035, mas não fornecemos prazos
para que elas aconteçam. Claro, há um deadline de 2035, mas se nós pegarmos esse
período de 17 anos que medeiam esse momento de hoje e a data final, e o horizonte
final do trabalho, poderia ser perfeitamente dividido. Nós dividimos em curto prazo,
médio prazo e longo prazo. Os exercícios que nós fizemos são exercícios arbitrários
porque nós não temos condições hoje e previsões de investimento em lugar nenhum.
A Sabesp tem alguma previsão de investimento, mas de maneira geral os demais
órgãos não têm.
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R (17’41”): Não, eles mandam documentação, mas a gente faz a parte de imagem de
satélite. E a gente calcula a população e faz uma projeção demográfica e junta tudo
isso. Entra com esses dados de população, de uso do solo, coeficiente de carga na
modelagem e ele roda um modelo, que é uma tentativa de aproximação com a
realidade. Então nós podemos chegar a uma noção de cargas para tempo seco, que
no caso da Guarapiranga e da Billings está relativamente próximo do real, mesmo
sem fazer o monitoramento. Agora, o monitoramento serve para a gente ajustar e
calibrar o motor. Então esses modelos já foram calibrados mais de uma vez e
possivelmente isso será feito mais no futuro. A primeira grande calibragem que teve
foi da passagem do MQUAL1, que foi utilizada no Guarapiranga, para o MQUAL2.
São as... podemos ver adiante na conversa, mas no caso da Guarapiranga foi utilizado
o primeiro modelo feito de depois de percebeu que alguns coeficientes de carga
tinham sido subestimados e a meta estabelecida era uma meta que não é aquela que
nós devíamos ter estabelecido, deveria ser um pouco maior, para chegar as condições
que nós havíamos colocado como alvo da ação pública e da ação da sociedade da
micro bacia. Então essa é a situação da Billings hoje em dia. Então eu espero que
essa fase, que essas perspectivas sombrias digam respeito a uma situação muito
transitória. Mas não é um dado fácil de lidar, não é um dado fácil, uma realidade muito
complicada.
R (19’22”): No caso da Billings foram feitas por compartimento dos reservatórios. São
cinco compartimentos e por município.
R (19’41”): Na verdade nós podemos fazer o cálculo por município usando o mínimo
uma modelagem matemática. No caso da Billings hoje em dia, quem cumpre a meta
é Rio Grande da Serra. Mas porque é o município menor também, com menos
contribuintes.
R (20’04”): Essa é uma outra questão, veja bem: do ponto de vista mais geral, nossas
projeções demográficas hoje são muito benéficas para essa luta contra o passivo
urbano e contra o passivo ambiental, porque a população tem crescido muito pouco
de maneira geral. Os índices de crescimento, por exemplo, eu sempre cito que os
índices de crescimento demográfico no Distrito do Grajaú, que pega parte do
Guarapiranga e parte da Billings, é o maior distrito censitário de São Paulo, tinha mais
de 300 mil moradores. Ele foi entre 2000 e 2010, ele cresceu uma taxa anual média
de 0,8%. Isso não tem nada a ver, por exemplo, com os crescimentos das décadas
de 50, 60 e 70. Não no Grajaú no caso da metrópole, o Grajaú não existia na época.
Porque eram crescimento siderais.
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A (22’32”): Essa questão dos municípios, porque por exemplo, tem um artigo da
legislação que fala que o município poderá reduzir a cota-parte nas áreas urbanas
(SUC e SOE) em até 50% para fins de implantação de condomínio... Ou seja, se eu
tenho de mil metros, poderia fazer quatro lotes, com este dispositivo legal posso fazer
oito unidades. Todavia para aplicar este artigo o município tem que comprovar que
está atingindo a meta de qualidade de redução de fósforo. Conheço dois municípios
que estão aplicando esta redução, porém conforme demonstrado na sua palestra no
Consórcio Intermunicipal de forma geral nenhum compartimento atendeu a meta,
certo?
R (23’19”): Na verdade eu sei que tem as medições pelos dois. Mas veja, eu tenho
uma posição muito heterodoxa a esse respeito. Eu não coloquei toda essa posição no
PDPA, mas eu conversando com você posso livremente colocar. Veja, o grande fator
que nos ajuda hoje, na verdade nós temos dois fatores que nos ajudam. Primeiro o
crescimento demográfico baixo, o qual já me referi. Se o crescimento estivesse quatro
ou cinco por cento ao ano nós teríamos um pequeno Inferno de Dante no caso. A
segunda questão é que está claro para todos a necessidade de fazer investimentos
na periferia urbana, de urbanizar favelas e etc. e tal. Pode parecer pouco, mas se você
for a outros lugares no Brasil, há 10 anos, urbanizar favelas era coisa que não estava
na pauta. Não se faziam urbanização de favelas antes da década de 1970 e na
verdade isso não avançou muito até a década de 1990, quando nós tivemos o
programa Guarapiranga, quando nós fizemos muita urbanização de favela,
incrivelmente de forma pioneira em área de manancial, e não fora. Aquele programa
merece um capítulo sempre em função dessas inovações. Então juntando as duas
coisas, eu acho que no longo prazo, não havendo um predomínio das incertezas
econômicas o tempo inteiro, você tem condições de ir baixando isso. Esse é um ponto.
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R (26’09”): Ou fazer um sistema particular que seja uma fossa melhor. Tudo vai se
resolvendo. Não é um processo completamente virtuoso. Se você descer o olho no
detalhe, se você enxergar o processo de perto você vai ver, claro, muitas
anormalidades, mas no seu conjunto, isso para mim é muito importante, é um
processo que pode ser predominantemente positivo e é tudo o que nós podemos
desejar. Seremos bastante felizes. Então, acho que a tentativa de você fazer um
controle muito estrito, com regras muito estritas, é como dizia meu velho professor de
filosofia no tempo do colegial: “Regra existem para serem desrespeitadas”. É a
realidade que acaba se impondo, porque nós temos uma metrópole plena de
desigualdades de renda, de iniquidades sociais. E favela, loteamento irregular, morar
em área de risco são soluções habitacionais para uma população que não tem
alternativas. Por final, ponto final para mim, claro que isso não significa que a gente
não deva ter regras. Regras sim, mas a gente precisa ter muita sabedoria ao formulá-
las e depois ao aplica-las. Não é um assunto fácil de toda a forma. Porque alguém
podem me dizer o seguinte: “Do jeito que você está falando vai ser uma espécie de
Laissez-faire”, aí cada um faz o que quer e essa coisa toda. Não precisa chegar a
isso, mas também não confie demais em regras porque depois você não consegue
impor. Um caso típico da legislação específica que causou... é o lote de 250m 2. Você
tem lotes de 125m2 que já são um padrão muito bom e áreas enormes, aí você “não,
os lotes novos é que terão que ter 250”. Você reproduz na vizinhança um padrão
predominante que tem ali.
R (28’05”): Como disse o técnico de uma prefeitura do interior aqui, “a gente regulariza
lotes de 60m2”. Que ponto? Além do que, não sei se estou me antecipando um pouco,
nós temos uma legislação nova de regularização fundiária do Governo Federal que
regulariza tudo isso. Eu não sei, eu não tenho uma visão clara sobre essa legislação,
e apesar de me considerar razoavelmente progressista nessa questão, perante essa
legislação eu virei um conservador, mas o que nós temos claramente, isso eu escrevi
ontem na revisão que estou fazendo do PDPA do Alto Tietê Cabeceiras, nós temos
um processo que não é de agora, no sentido de reduzir as exigências de regras, para
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A (29’47”): Mas acho importante isso porque dentro da legislação atual quem não
tem titularidade não regulariza e aí a pessoa fica impedida de ter o licenciamento
ambiental. A nova lei de regularização fundiária ainda é um enigma de como será sua
aplicação.
R (30’11”): É, a minha simpatia com ela é uma simpatia de cautela porque eu não sei
medir as consequências. Não sei se ela vai ser apropriada por invasores de terra, por
grupos mais da esquerda ou quem já está fazendo investimento imobiliário é o crime
organizado.
A(0’09”): Simples, regularização de lotes, sei lá, de 500 metros, comprovar pré-
existência, de que tem toda essa situação, nem isso consegue as vezes e quem dirá
um loteamento, um problema muito maior.
R (0’12”): Em todos os debates que a gente fez, em todos os lugares se reclama muito
disso. Praticamente em todos os lugares. Sempre tem alguém que reclama disso. Há
poucos dias teve uma visita aqui do pessoal da Sabesp a uma área periférica de...
acho que foi no Guarapiranga, onde encontraram um sujeito lá que trabalha com
regularização fundiária. Acho que ele vive disso, e ele reclamou muito disso. Ele não
consegue nem fazer regularização daquilo que aparentemente poderia ser
regularizado. Então, não é um assunto que eu domine completamente, o que eu sei...
R (1’01”): Não tem cabimento. Eu espero que pelo menos essa veiculação ele... no
Brasil de hoje é possível que vire assim uma guerra de trincheiras entre os que são
contra e os que são a favor e não se resolva nada, mas seja um elemento de reflexão
para a gente, tem que seguir a regularização, que Santo Deus! É uma necessidade
social enorme.
A (1’19”): Aí outra corrente seria a compensação por área, que foi o que a Vivian
falou na reunião: “O objetivo é que sempre faça compensação vinculando áreas”.
Porém que comprar uma área, depois terá ônus de mantê-la preservada e livre de
qualquer intervenção. Muitas vezes acontecem invasões, há também que pagar IPTU,
sem haver descontos pela manutenção da área verde. O que ocorre na prática é um
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“faz de conta”, algumas prefeituras fazem de conta que tem área permeável em
especial nos casos de regularização e o processo passa pelo licenciamento ambiental.
A (2’48”): O PDPA na verdade só vai tratar do que é a meta, do que foi atingido. Para
rever a lei seria outra situação, ou é o PDPA que aponta isso para possível revisão
legal?
R (2’59”): Não, nós não temos. Essa é uma outra questão. Talvez devêssemos ter
começado por esse ponto. Qual foi a grande dificuldade que eu senti nesse trabalho?
Eu estava afastado há alguns anos, desde meados da década passada. O grande
problema, isso já foi dito em um workshop que fizemos com ajuda de Eduardo Trani,
que hoje é secretário de Meio Ambiente.
anomia social, que é uma palavras que os sociólogos gostam de usar que é uma certa
falta de regramento do convício social em periferia, onde leia-se presença da
criminalidade; em terceiro lugar eu acho que precisa ser repensada a relação
federativa entre estados e municípios no que diz respeito ao regramento do uso do
solo. O que a gente vai manter é sugerir que esse tema venha à baila e que talvez
valha a pena que a Lei Estadual não incorpore vinculatoriamente o regramento
municipal. Isso tem criado tensões federativas, isso cria dificuldades para
regularização. Outros casos poderiam... o caminho poderia ser mais fácil. Eu acho
que pelo menos esses três pontos. Esses são os pontos que eu pude identificar e de
certa maneira eu coloquei no PDPA com maior ou menor força, porque evidentemente
ele não é um trabalho individual. Se fosse individual talvez eu fosse mais afirmativo,
mais fleumático, mais... eu não acho que essas ideias esgotem as possibilidades
novas. Nós teremos de sentar, pensar bastante, fazer uma espécie de brainstorm de
ideias para a gente retomar o caminho da evolução com um discurso que seja
aderente às condições que nós temos hoje. De certa maneira a força das ideias,
quando as ideias envelhecem a força se esvai. Espero que tenham ideias mais nobres,
consistentes para conseguir, vamos dizer assim, revitalizar o assunto em novas
bases. Estou falando isso de uma maneira geral. Posto isso, se não a gente não
avança, no caso da Guarapiranga você tem uma carga meta fixada de 147 quilos de
fósforo. Segundo a contratada, fazendo uma simulação usando o Mqual, não o
eventual 1, essa carga deveria ser de 206 quilos de fósforo. Que tem muito a ver com
a realidade Guarapiranga e Billings. A Guarapiranga 206 quilos, a Billings 282. A
diferença é dada em grande parte pelo fato de que no Guarapiranga você tem algumas
várzeas que causam abatimento de cargas muito grande e que podem ajudar a
explicar um pouco essa diferença. São duas bacias que do ponto de vista populacional
são equivalentes. A população do Guarapiranga de 2015 foi estimada em 930 mil
habitantes, então muito próxima da Billings. Há um número maior de favelas no
Guarapiranga, em compensação um número menor de loteamentos irregulares. A
população da Billings está mais concentrada, especialmente na área do corpo central.
A população do Guarapiranga, embora haja concentração o uso urbano é meio um
pouco mais fragmentado. Fragmentado na margem esquerda, fragmentado na região
de Itapecerica da Serra, etc. Bom, no caso do Guarapiranga, onde nós medimos a
carga? Vou contar a história um pouco mais rapidamente. Eu não revisei ainda o PDP
do Guarapiranga, é o último que eu vou fazer. Espero terminar o Alto Tietê Cabeceiras
hoje ou segunda-feira, mas o do Guarapiranga eu não devo levar muito tempo. O da
Billings eu levei quatro ou cinco meses. A do Guarapiranga eu espero levar uma
semana, até pela semelhança das ações.
A (8’39”): Parabéns.
R (8’40”): Eu faço sozinho. É porque não tem equipe. Esse foi um problema que a
gente teve. A contratada empenhou todos os esforços no setor público, porém esse
era meio desfalcado. Mas enfim. No caso do Guarapiranga nós medimos uma carga
em 340 quilos de fósforo, então é uma proporção. A distância para metro é uma
distância menor, o que não seja que ela seja fácil de ser diminuída. É muito difícil.
Essa carga tem se mantido mais ou menos estável desde 20 anos atrás. O que é
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ótimo se a gente pensar que há 20 anos nós tínhamos uma população então de 630,
640 mil habitantes e hoje nós estamos com 950. Nós temos 50% a mais, então não é
ruim. Mas em compensação, no Guarapiranga nós não temos grandes investimentos
setoriais para fazer. As redes de esgoto em larga escala já estão feitas. A Sabesp hoje
está discutindo executar sistemas de esgoto em áreas em que a densidade já é muito
baixa. As últimas áreas muito urbanizadas, a região do Crispim e a região do Branca
Flor em Itapecerica estão em obras de finalização. A partir de agora sobra assim muito
investimento para fazer para um número baixo de imediações. Você tem um outro
problema, que é a otimização do sistema, o que diz respeito à sua sustentabilidade
também. A Sabesp tem vários desafios pela frente. Um ela tem que resolver sozinha,
o outro talvez não seja possível. Qual é o que ela pode resolver sozinho? As
elevatórias de esgoto têm funcionamento muito problematizado pelas condições que
você encontra na periferia. São estações elevatórias de esgoto iguais às que se
fazem... são feitas na Europa, etc. e tal. O problema é que aqui elas não funcionam
da mesma maneira porque chega todo tipo de detrito na estação elevatória,
prejudicando as bombas e tudo o que você pode imaginar.
A (10’24”): Eu imagino.
R (10’25”): Então tem um estudo hoje em dia para se colocar nas elevatórias uns
trituradores na entrada delas para evitar a entrada de material sólido que de alguma
forma o gradeamento não retém e uma série de outras circunstâncias que não são
utilizadas em países desenvolvidos. A necessidade disso aqui, onde o sistema de
esgoto tem muita interpenetração do sistema de drenagem, e do ponto de vista de
cobertura física, ele é mais extensivo do que as redes de microdrenagem. Essas redes
de esgoto acabam muitas vezes fazendo papel de drenagem também para o qual elas
não foram projetadas. Mas esse é um assunto que a Sabesp tem que resolver. Nossa
última reunião feita anteontem aqui inclusive. A outra questão é você faz o sistema e
está operando dentro de certas limitações e ele passa a operar pior porque de repente
um assentamento novo foi feito em cima do coletor tronco, o coletor tronco foi rompido
e está jogando esgoto no córrego. É o caso, por exemplo da (ininteligível), cujo
deságue é o mais próximo possível da captação para tratamento. Três, quatros pontos
de dano no coletor tronco e cinco mil ligações familiares jogando no esgoto, que antes
não estava jogando.
R (12’29”): Abaixar a carga. Se você opta por aquelas variáveis legais você consegue.
O problema é que nós ainda estamos simulando. Eu pedi uma nova simulação para
ver onde a gente vai exatamente parar, certo? De toda a forma a empresa já pensa
em fazer algum tratamento extra de maior escala das águas dos córregos. É uma
coisa que está sendo aventada aqui, fazendo um tratamento localizado das águas do
córrego Embu Mirim, do rio Embu Mirim. O rio Embu Mirim é um dos principais
formadores do (ininteligível), junto com o Embu- Guaçu, o córrego Santa Rita e ele
tem poluição crescente. É um rio de vazão em torno de três, três metros cúbicos e
meio de água por segundo e está piorando porque ele drena uma área de expansão
urbana, e de expansão muito fragmentada. Como é que a gente pode fazer para
resolver a situação desse córrego? Aparentemente com o sistema convencional de
esgoto nós não vamos resolver porque eu sei o rendimento, é aquele problema do
rendimento, face às condições urbanas nunca vai ser completamente elevado. Então
qual é o recurso adicional que nós temos para fazer baixar as cargas? Talvez seja um
tratamento das chamadas águas naturais do córrego, que não são tão naturais assim.
Esse é um caso do Guarapiranga e da Billings e do quadro de cargas que nós temos
hoje em dia.
FIM EM 45’52”
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DEPOIMENTO
FINALIDADE: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
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Na minha visão, não é possível que a legislação Estadual crie um ônus, ainda
mais real (próprio do direito civil).
Por outro lado, acho plenamente possível que a legislação Estadual determine
levar-se à matrícula as restrições que ela impõe ao imóvel: como é o caso da DV e da
declaração de área contaminada.
Isso se aplica às restrições ambientais gerais, como lote mínimo (constante da
DV), por exemplo. Pois essas restrições ambientais são feitas dentro da competência
concorrente ambiental estadual e são gerais (servem para todos os imóveis nas
mesmas condições). Nesse caso a averbação serve para dar publicidade e está
dentro do princípio da concentração.
Já para a questão do TRPAVL, bem como da compensação ambiental através
de outro imóvel, a forma como é feita hoje, através de averbação-notícia, não é a
melhor do ponto de vista jurídico, pois não tem qualquer eficácia em relação a
terceiros. Ela só vale para aquele que assinou o compromisso perante o órgão
ambiental. Se a pessoa vende o imóvel, não me parece que o comprador tenha de
respeitar a obrigação do anterior proprietário. Esse efeito ultra vires da obrigação deve
ser previsto em legislação federal.
Quando é necessário submeter um imóvel a outro, a via jurídica correta é a
servidão.
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seja quem for, a limitar sua ação sobre o imóvel. Ademais, para fins de compensação,
mostra-se infinitamente mais barata, o que viabilizaria as regularizações ambientais.
O interessante é que passa a existir a figura do “empreendedor do verde”, que
vai ganhar mais dinheiro preservando do que desmatando. As normas sobre esse
assunto foram pensadas para imóveis rurais, então cabe um esforço interpretativo
para adequá-las aos urbanos. A maior crítica que faço é a impossibilidade de utilizar-
se as APPs para compensação. Na minha visão, o grande problema da legislação
ambiental que ganhou cenário a partir dos anos 70 foi a transferência de um grande
ônus ao proprietário sem nenhuma contrapartida. O resultado foi o abandono dos
imóveis por “quem tinha algo a perder” e a invasão e devastação deles por “quem não
tinha nada a perder”. Dessa forma, por mais que atualmente seja claro que não se
pode fazer nada em APP e que aparentemente seja sem sentido permitir que elas
sejam dadas em compensação, esta seria uma forma de dar retorno econômico a
quem a preservasse e, com isso, garantir que efetivamente sejam preservadas. Um
ponto importante é não permitir que o particular, depois de ganhar direito com a
servidão ambiental, aliene o imóvel serviendo ao Poder Público, pois este não tem
condição de fiscalizar e a finalidade se perderia: o particular ia ficar só com o bônus e
o meio ambiente com o ônus da ineficiência da fiscalização. Outro ponto importante,
de lege ferenda, é a instituição de um órgão nacional de fiscalização das áreas de
servidão ambiental (como existe nos países de onde o instituto foi importado).
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170
1
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
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172
TRANSCRIÇÃO - ENTREVISTA
FINALIDADE: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Andreza (0’00”): Boa tarde, obrigada pela disponibilidade Professor, Clóvis Volpi, Ex-
Prefeito da Estância Turística de Ribeirão Pires. As perguntas são: quais são os
maiores desafios que observa na Lei da Billings desde sua criação e porque muitas
das coisas que foram previstas nela ainda não foram implantadas há quase 10 anos
de sua publicação? E por que os prefeitos não tem, em grande maioria, um
envolvimento com essas questões ambientais?
Clóvis (0’37”): Bom, primeiro é bom que a gente diga que as leis específicas elas só
acontecem nas regiões metropolitanas, ou seja, você tem a bacia hidrográfica de uma
região metropolitana, que evidentemente congregam aí algumas cidades, aí você
pode fazer uma lei específica para uma das cidades inseridas naquela bacia. Essa
questão de dividir o Brasil em bacias hidrográficas ela está na Constituição de 1988.
Seria uma obrigatoriedade de todos os estados fazerem isso. Lamentavelmente só
São Paulo é que fez e só fez aqui, em Ribeirão Pires, aqui em nossa região. A única
lei específica hoje que eu sei que tem funcionando mesmo é Ribeirão Pires. Outras
regiões ainda não conseguiram concretizar por conta do processo que é altamente
burocrático.
A (1’44”): Sim.
C (1’45”): Bom, então ela foi um desafio desde o começo porque não havia nada que
se pudesse basear. Eu, na época prefeito, eu primeiro precisa provar para o subcomitê
de bacias... ah, esses comitês de bacias da região, das regiões metropolitanas tem os
subcomitês também... então nós tínhamos aqui o Subcomitê da Billings-Tietê. Então
o que acontece? Não havia nenhum exemplo, a gente não tinha nada para se basear
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CEE, conforme portaria, publicada no Diário Oficial, em 208/11/2015.
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C (3’42”): São interesses difusos. Uma coisa é você estar em Biritiba Mirim, na
cabeceira lá do Tietê, outra coisa é você estar lá em Guaianazes, cada região tem
suas necessidades.
A (5’12”): Exato.
C (5’46”): Então mais um longo debate. Tivemos que fazer explanação oral para todos
os representantes dos comitês de bacias do Estado de São Paulo.
C (6’00”): O comitê como um todo, era um degrau, uma espécie de escada. O primeiro
degrau era o subcomitê, o segundo era o comitê e o terceiro era o estadual, o conselho
estadual. Então foi palestra feita no Palácio dos Bandeirantes. Bem, levamos quatro
anos para fazer isso.
A (6’17”): Foi rápido até.
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C (6’19”): É, quatro anos. Mas porque a gente ficou realmente encima disso. Aí veio
o problema, nós tínhamos que fazer elaborar a lei estadual, porque passaria pela
Assembleia, passaria pela promulgação do Governador, e como eu disse é tudo muito
novo. Aí nós passamos a fazer também palestras na Assembleia Legislativa porque
naquela época região nenhuma no Brasil tinha feito. Nós conseguimos em quatro,
perto de cinco anos demorou, mas nós aprovamos a Lei Específica da Billings que
passou a dar à Ribeirão Pires uma condição melhor. Por exemplo: regularização dos
imóveis que até haviam sido vendidos para as pessoas, subdivididos; a ocupação do
solo melhorou um pouquinho, nós tivemos na maioria dos lugares parece que 20% da
ocupação do solo; nós tivemos uma melhoria para até 70% do índice de ocupação do
solo; ampliação das empresas que estavam, muitas empresas conseguiram ampliar a
sua área industrial, então isso também melhorou a receita da cidade; algumas
empresas acabaram vindo, facilitadas também pelo custo barato que nós tínhamos na
época dos imóveis industriais que estavam parados. Criou uma dinâmica. Agora,
complementando aí, por que os prefeitos não se utilizam dela? Esse é o perfil de cada
prefeito, você não consegue mudar. Ela exige... você veja bem, começou a fazer junto
conosco aqui, só para ilustrar isso, o Tietê Cabeceiras. Eu era prefeito ainda, tantos
anos depois eu cheguei a fazer palestras, levar o pessoal lá, até hoje não saiu aquilo
porque não há um envolvimento. Na realidade os prefeitos não têm esse
envolvimento. Os secretários, normalmente de Meio Ambiente, não são secretários
que tem essa aptidão plena, são cargos políticos. Então, às vezes, estão cuidando do
licenciamento da cidade, só. Eles não têm essa visão da importância. E prefeito muda
a cada quatro anos, e então acaba abandonando e começa a gerar isso. Ele vai
encontrar barreiras no meio do caminho, e politicamente não são boas essas
barreiras, então o que ele faz? Ele recua porque ele vai ter que, de certa forma,
embora a lei amplie a atividade, mas ele vai encontrar alguns percalços no meio do
caminho. Então esses percalços, politicamente, ninguém gosta de correr. Eu acho que
ele não consegue entender a importância para a cidade. Essas importâncias são
momentâneas e política não é momentânea. Política é uma espécie de crescimento,
cada um faz um pedaço. Então eu classifico aí, e posso até estar sendo um pouco
duro, mas depende muito mais da equipe administrativa da prefeitura e do prefeito do
que propriamente da lei. A lei não emperra, a lei facilita, ela vem para facilitar. Ela foi
pensada em 1988 para facilitar. Ela foi elaborada e são estudadas e elaboradas para
facilitar o desenvolvimento sustentável das cidades, melhorar isso, melhorar a
qualidade de vida do cidadão que não podia ter escritura da sua casa e hoje passa a
ter; o sistema de compensação de áreas na mesma bacia para você cuidar. Ela deu
uma enorme, muitas alternativas para a cidade crescer e se desenvolver. E eu lamento
que muitas vezes ela não seja cada vez mais aprimorada. Como tudo na vida, precisa
ser aprimorado. Hoje você pensa de um jeito, amanhã vai pensar de outro. Então eu
lamento que não exista essa discussão de aprimoramento.
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C (11’21”): O poder econômico sempre absorve essas coisas e muito emprego disso
dá comunidade daquela cidade, é uma judiação isso. Embora a lei preveja que você
faça a escolha, que o Poder Público faça a escolha, nós sabemos que por trás é aquilo
que se oferece. Então é muito difícil fazer funcionar essas coisas todas da forma como
elas foram pensadas né.
C (12’20”): Essa unidade de medida o fósforo, é uma coisa estranha, porque nós
estamos falando fósforo não é um elemento químico, é uma unidade de medida. Eu
até hoje não consegui entender isso muito bem.
A (12’32”): Esta forma de mensurar resultados da Lei através do fósforo total foi
Comitê que propôs?
C (12’34”): É, o Comitê. Mas depois da minha entrada teve uma grande discussão
sobre isso daí. Eu até participei de uma das reuniões. Eu disse assim: “olha, eu não
vou conseguir entender isso daqui e dificilmente as prefeituras terão gente gabaritadas
para fazer essa correção”. Não tem. A gente vive em um mundo real...
A (12’54”): Percebo está carência também, talvez outras formas de medir resultados
como, quantidade de imóveis regularizados, percentuais de imóveis atendidos pelo
sistema público de coleta e tratamento de esgoto, aumento de áreas verdes, entre
outros métodos mais práticas. O que acha?
C (13’07”): É assim. O que é que precisa quando você tem um técnico dentro da
prefeitura? Ele precisa primeiro conhecer isso; segundo ele achar as alternativas
nessas facilitações e fazer implementação e fazendo as correções. Então precisa de
gente que se dedique exclusivamente àquilo. E tem que ter um prefeito que também
goste um pouco daquilo. Assim, precisa gostar um pouco daquilo. Normalmente o
Executivo é formado por pessoas que tem, pelo menos no meu ponto de vista, um
amplo conhecimento de todas as áreas. Deveria ser assim. Alguns tem médio
conhecimento, outros não tem nenhum conhecimento. O que não tem nenhum
conhecimento, esse é pernicioso porque nada técnico vai andar. O conhecimento é
só político então nada técnico vai andar. Quando é nada técnico, a cidade regride. Ela
regride, não tem como... E aí você não entende e não tem uma equipe que conheça,
fica pior ainda, cada vez pior, você vai regredindo. Não se atualizam, não dão
importância daquilo. Foi isso o que aconteceu, é isso o que vem acontecendo com as
regiões que não conseguiram fazer as suas leis.
C (15’03”): Sim são relações difíceis. Mesmo com a Lei Específica, quando ela
pensou na movimentação e populacional, ela não poderia, não conseguiria fazer isso.
Você não consegue deslocar os que estão, as pessoas que estão lá na beira da
represa, que estão contaminando. Você tem que ter investimento.
C (15’25”): Aliás, a lei prevê isso. Você pode entrar e fazer onde já está...
A (15’29”): Mas isso seria a Administração Municipal que teria que assumir este
compromisso?
C (15’33”): O Poder Público teria que assumir isso, porém não disponibiliza recurso
para isso.
A (16’55”): E o projeto, mais uma vez, parte da prefeitura? Não é um projeto, por
exemplo, do Comitê, ou a CETESB, ou a Secretaria?
C (17’03”): Você teria alternativa, mas normalmente seria do Poder Estadual, no meu
ponto de vista, o ideal seria a CETESB, Sabesp e Secretaria Estadual de Meio
Ambiente elaborar os projetos desde que as prefeituras oferecessem as áreas
adequadas. Exemplo: A Sabesp na área de ampliação da rede de água e de esgoto
tem todos os projetos, mesmo não conseguindo executar tudo de uma vez. O
problema é que vai fazendo investimento aos poucos e os cenários vão mudando, o
projeto já não atende a população instalada. A questão ambiental é complexa nas
zonas urbanas. - Quem é que vai levar asfalto lá na divisa de São Bernardo, que tem
que atravessar de balsa, que tem este dinheiro, isto custa bilhões.
C (18’04”): É melhor morar do lado bom da cidade, digo com infraestrutura urbana.
C (18’15”): Esse último eu acho que eles fazem um sistema que alguns são previstos
na Lei Específica de captação e tratamento.
C (18’30”): Eles têm licenciamento e fazem, mas o pobre não tem condição de fazer.
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A (18’32”): É muito caro realmente. Imagina fazer aquele que usa fossa, filtro
sumidouro, pagar o arquiteto, engenheiro, licenciamento, taxa, compensação. Não
tem como realmente fazer, não dá para fazer. E outra, às vezes, como você falou, é
invadido, não tem nem contrato, nada. E nem dá para fazer porque a lei requer que
tenha escritura.
C (18’53”): O sistema burocrático para você resolver esse problema. Olha o embate
que teve aqui na cidade com o cartório de registro de imóveis. Foi muito grande até
eles se adaptarem a essa lei. “Essa lei não vale, vale a federal, vale a estadual”. É
inacreditável. Você fez a Lei Específica, adequou à Lei Específica as leis municipais,
às leis estaduais, mas o cartório rejeitava.
C (19’27”): Eu acho também que nem é da seara deles. A seara deles é pegar as leis
e adequar. “Olha, eu tenho que me adequar a isso”. Você vê os cartórios todos que
estão nessas áreas eles também não se preparam para isso, né. Não se prepararam
para isso. Difícil né. A implantação mesmo, total, não é fácil fazer, não é fácil. Acho
até que impossível.
C (20’00”): Ela tem um período de revisão. Eu não me lembro aqui qual é. Não me
lembro, mas é... Por que a revisão? É como a vida da gente, você tem sempre que
fazer adequações na sua vida. Olha isso é bom hoje. O que eu pensava há vinte anos
não cabe mais. O que você imaginava fazer não adianta fazer.
A (21’35”): Apesar de todas as dificuldades, acredito que Ribeirão foi a única que fez
uma legislação municipal mais restritiva que a estadual, deixando um pouquinho mais
restritivo. Por exemplo, seria 20% permeável em SUCt, aí aplicamos 30% e todos os
parâmetros são mais conservadores.
A (25’11”): falamos até agora em desafios. “Sobre o tema abordado, qual na sua
opinião quais aspectos podem e devem ser revistos e/ou aprimorados? E quais os
principais desafios para tal?”
C (30’41”): Não, se custa a outros países, outros planetas para serem povoados por
conta de que nós teremos... Nós estamos em completa mutação. O ser humano, tudo
está em mutação. Nós estamos em mutação. A Terra está, ela já desapareceu duas
ou três vezes. Ela vai desaparecer de novo. Quando? Nós aqui não sabemos, mas
tem gente que já sabe quanto tempo ela vai durar. Então qual será um dos motivos
desse desaparecimento? O que sobrevive sem a água? Então precisa encontrar outro
lugar para povoar. Eu talvez não esteja vivo para...
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C (31’41”): Não, mas os tataranetos lá na frente vão, será difícil sobreviver. Você
ainda vai ter o processo de dessalinização, que já tem.
C (32’21”): Os países do oriente fazem a água do mar virar potável. O Egito já faz
isso. É alto custo, mas é a saída. Ou nós adaptamos o nosso organismo para precisar
de menos água. Tem tantas saídas.
A (34’00”): Você não me falou quais são os principais desafios e o que a gente pode
fazer para alcançar as metas que foram estipuladas...
A (34’26”): E essa readequação, ela teria que partir do comitê ou as prefeituras devem
intermediar?
C (34’33”): Tem uma abertura grande na lei que foi muito criticada na Assembleia,
quase que não passa por conta disso, é que eles disseram o seguinte: que era muito
poder para o município. O município pode... para o prefeito até... E qual foi meu mote
lá? Eu disse assim: “Olha, vocês estão... para os deputados... não, o município pode
fazer a readequação, o município pode”. Então é muito poder, eles diziam, na mão do
prefeito. E eu disse assim: “Olha, a vida da gente é feita de bons e de maus prefeitos,
nas cidades. Se você tiver um prefeito bom, o pessoal escolher um prefeito bom, ele
vai fazer uma boa adequação. Se ele for um prefeito ruim, que as pessoas votaram
nele, ele não vai fazer. A responsabilidade você tem que deixar para a sociedade.
Porque o prefeito é o representante da sociedade”. Eu falei: “Você não pode aqui
cessar essa possibilidade de a prefeitura ter poder sobre essa lei, pensando que só
vai ter gente ruim, em algum lugar vai ter gente boa”. Então você não pode, por causa
do mau, você prejudicar o bom. Eu brinco sempre que eu tenho uma teoria. Se tiver
um negócio e isso aqui for todo murado, mas tem um condômino daqui um usuário do
condomínio que ele pula a cerca, mas tem 99 que nunca pularam a cerca para entrar
na casa deles. Então você vai lá e aumenta o muro, e os outros 99? São os
prejudicados? Está errada essa conclusão. Você tem que dar liberdade. Agora, o povo
vota e desconhece isso totalmente, desconhece outras coisas. Ele escolhe. O cara é
bom, é bom; o cara é ruim, é ruim. Ele é que escolhe. Mas a liberdade tem que estar
no meio. A liberdade precisa estar lá.
C (36’31”): Ah, o município tem, ele tem um artigo lá, ou algum capítulo na Lei. Eu
não me lembro qual, mas eu me lembro dessa discussão. Foi uma defesa que eu fiz,
quando os deputados então aceitaram esse capítulo. Deve estar em algum artigo, mas
para mim é um capítulo. Que é a ascensão da prefeitura sobre a lei. Ela pode modificar
isso.
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C (38’24”): É o que eu te falei. Você cobra isso esporadicamente. Você cobra uma
vez por mês. O tempo passa muito depressa. Você precisa ter um técnico que vai
fazendo esta gestão. Olha eu sei porque eu sofri para aprovar essa lei. Só eu sei. Eu
me candidatei a presidente do subcomitê, me candidatei a presidente do comitê, perdi
a primeira. Perdi a primeira para o Junji Abe. Depois na outra eu disputei, eu ganhei a
segunda por unanimidade. Porque aí eu perdi, mas eu não fugi, eu comecei a
frequentar e eu fazia exposição. “Vou ganhar esse debate aqui debaixo mesmo”.
Depois eu me candidate de novo e aí eu ganhei. Tinha bastante prefeitos petistas na
região. O Marinho falou: “O PT vai votar em você, vou pedir voto para você”. Eu ganhei
por causa do Marinho, o Luiz Marinho, para fazer a Lei Específica.
A (39’23”): Mas é porque a maioria não tinha e ainda não tem conhecimento da
importância da preservação do reservatório para a nossa região.
C (39’30”): Difícil isso. O prefeito não tem. Ele dá importância. O que é importante
para um prefeito sempre? É ele ter o respaldo público, ou seja, faz pesquisa e ele está
bem. Como ele faz para estar bem? Carpindo rua, pintando guia, fazendo tapa-buraco.
Nem Educação faz o prefeito ficar bem. Eu brinco aqui, se faz pesquisa, Educação
tem 5%, 6%. É um absurdo, né. Às vezes eu falo assim: “Eu me matei tanto pela
Educação...”
C (40’53”): Acho que essa recuperação e atualização dos conceitos depende muito
das prefeituras.
FIM EM 41’20”
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Pesquisador: ________________________
Região nº_________________________________________________
FORMULÁRIO DE PESQUISA
A LEI ESPECÍFICA DA BILLINGS: AVANÇOS E DESAFIOS
Bom dia! (Boa tarde!) meu nome é________ e estou aqui fazendo uma pesquisa de opinião.
O Sr.(a) reside nesta cidade? ( ) SIM, (caso não, agradeça e aborde outra pessoa)
Endereço:
SEXO: ESCOLARIDADE:
( ) Feminino ( ) ANALFABETO ( ) ENSINO FUNDAMENTAL
( ) ENSIMO MÉDIO ( ) SUPERIOR INCOMPLETO
( ) Masculino ( ) SUPERIOR COMPLETO
5-) Sua residência é atendida pela coleta pública de esgoto? ( ) sim ( ) não
Caso não para onde é destinado o esgoto? ( ) fossa séptica ( ) rio/represa
7-) Algum agente da Prefeitura e/ou da CETESB, já realizou alguma trabalho aqui no bairro a
respeito da preservação da represa Billings?