Contribuição Metodológica para Análise Preliminar de Potenciais Áreas para Aterro Sanitário Com Auxílio Do Software QGIS

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COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DA CETESB


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “CONFORMIDADE AMBIENTAL COM
REQUISITOS TÉCNICOS E LEGAIS”

Henrique Pisa Perroni

CONTRIBUIÇÃO METODOLÓGICA PARA ANÁLISE PRELIMINAR DE


POTENCIAIS ÁREAS PARA ATERRO SANITÁRIO COM AUXÍLIO DO
SOFTWARE QGIS
Estudo de Caso: Município de Vargem Grande do Sul - SP

São Paulo
2021
Henrique Pisa Perroni

CONTRIBUIÇÃO METODOLÓGICA PARA ANÁLISE PRELIMINAR DE


POTENCIAIS ÁREAS PARA ATERRO SANITÁRIO COM AUXÍLIO DO
SOFTWARE QGIS
Estudo de Caso: Município de Vargem Grande do Sul - SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de pós-graduação “Conformidade Ambiental
com Requisitos Técnicos e Legais”, da Escola
Superior da CETESB, como requisito parcial para
obtenção do título de especialista em Conformidade
Ambiental.
Orientador: Prof. Jorge Luiz Silva Rocco.

São Paulo
2021
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO
(CETESB – Biblioteca, SP, Brasil)

P543c Perroni, Henrique Pisa


Contribuição metodológica para análise preliminar de potenciais áreas para
aterro sanitário com auxílio do software QGIS : estudo de caso : município de
Vargem Grande do Sul - SP / Henrique Pisa Perroni. – São Paulo, 2021.
185 p. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Prof. Jorge Luiz Silva Rocco.


Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Conformidade Ambiental)
– Pós-Graduação Lato Sensu Conformidade Ambiental com Requisitos Técnicos e
Legais, Escola Superior da CETESB, São Paulo, 2021.
Disponível também em: <http://cetesb.sp.gov.br/escolasuperior/producao-
tecnico-cientifica/>.

1. Aterro sanitário 2. Geoprocessamento 3. Legislação ambiental 4. Resíduos


sólidos – disposição final 5. Vargem Grande do Sul (SP) I. Rocco, Jorge Luiz Silva,
Orient. II. Escola Superior da CETESB (ESC). III. Título.

CDD (21. ed. Esp.) 628.445 64 028.5 816 1


005.369 028 6 816 1

CDU (2. ed. Port.) 628.472.3:004.932(815.6)

Catalogação na fonte: Margot Terada – CRB8.4422

Direitos reservados de distribuição e comercialização.


Permitida a reprodução desde que citada a fonte.

© CETESB.
Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345
Pinheiros – SP – Brasil – CEP 05459900
Site: <http://cetesb.sp.gov.br/escolasuperior/producao-tecnico-cientifica/>

CDD (21.ed. esp

CDU (2.ed. port.)


AGRADECIMENTOS

Ao professor Jorge Luiz Silva Rocco pela oportunidade em realizar este trabalho de
conclusão de curso sob sua orientação, pelos ensinamentos, apoio e confiança.
Aos meus pais Germano Perroni e Sandra Mara Pisa Perroni, pelo apoio, carinho,
motivação e por acreditarem em mim.
Aos meus tios Julio Cesar e Célia, pelo carinho, apoio e por me acolherem enquanto
estive em Araraquara.
Aos meus tios Ny e Con, pelo carinho, apoio e por me acolherem aos finais de semana
durante o curso.
Aos meus amigos Eduardo Montesi e Ingrid Freitas, pela amizade, apoio, paciência e
motivação.
Aos meus colegas de turma, pela amizade e por proporcionarem momentos incríveis
e de muito aprendizado durante o curso.
A equipe Geowater, por incentivar e contribuir para a realização do presente curso.
Aos funcionários e professores da Escola Superior CETESB, pela dedicação e por
não medirem esforços em auxiliar os estudantes durante a Pós-Graduação.
Ao Jornal Gazeta de Vargem Grande, por colaborar com materiais de seu acervo e
disponibilizar espaço em sua sede, para melhor estudar e analisar os materiais,
contribuindo e muito para o enriquecimento das informações históricas do município.
E a todos os colegas, amigos e familiares que de alguma forma contribuíram para a
realização desse trabalho.
“A vida dá o caminho pro sujeito homem
Então recicle suas ideias, e queira prosperar!
Preserve a natureza, pro seu filho aproveitar
Então erga a mão pro alto, faça a diferença
Esteja sempre em paz com a sua consciência!”
(Charlie Brown Jr. – Inabalavelmente)
RESUMO

O crescimento populacional registrado nas últimas décadas atrelado ao consumismo,


a expansão urbana e a falta de planejamento ambiental trazem consigo o aumento na
geração de resíduos sólidos e rejeitos, como também na redução de áreas adequadas
para receber estes materiais, sendo este um dos grandes transtornos que afetam a
sociedade. No Brasil, cerca de 54% dos municípios dispõem seus resíduos sólidos
urbanos e rejeitos em locais inadequados, e 45,2% não possuem um Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, o qual é necessário para que o
município tenha acesso a recursos da União, para atividades relacionadas a gestão
de resíduos. A identificação de áreas ambientalmente adequadas para disposição final
desses materiais tem sido um dos principais desafios das administrações públicas, e
um dos itens necessários para a elaboração do PMGIRS. Portanto, o presente
trabalho tem como objetivo contribuir metodologicamente para a elaboração desse
estudo, com baixo investimento, utilizando-se de apenas informações públicas, e com
auxílio do software livre de geoprocessamento QGIS, para auxiliar os municípios de
pequeno e médio com dificuldades orçamentárias, ou que não possuam um PMGIRS,
ou que depositam seus resíduos em locais inadequados a realizarem esse estudo.
Com o auxílio do QGIS, foi possível elaborar mapas temáticos dos critérios de
interesse, resultando no mapa de áreas aptas para implantação de aterro sanitário,
com estudo de caso o município de Vargem Grande do Sul – SP com 41.501
habitantes. Pode-se concluir que é possível realizar esse estudo preliminar de forma
rápida, prática e com baixo investimento.

Palavras-chave: Multicritério. Fuzzy. Geoprocessamento.


ABSTRACT

The population growth registered in the last decades due to consumerism, urbanization
and lack of environmental planning is leading to the increase of waste products as well
as decreasing the number of adequate waste management areas; thus causing a great
impact on society. In Brazil around 54% of all cities dispose of its urban solid waste in
inadequate areas and 45,2% doesn´t have the PMGIRS – City Plan for Integrated Solid
Waste Management, which is mandatory for the city to have in order to gain access to
Federal resources to be used in activities related to waste management. The
identification of environmental adequate areas to proper dispose of waste has been
one of the major challenges for public administrations and it is also necessary for the
PMGIRS. Therefore, the aim of this thesis is to contribute with the methodology to
enable the development of this study with low costs using only public information that
is available and the opensource geoprocessing software QGIS by small and medium
size cities with limited financial resources or those without the PMGIRS or that
inadequately dispose of its solid waste. It was possible to generate individual maps for
each one of the criteria of the purposed study using the software QGIS and the final
map of all possible areas in which a landfill site could be implemented using the city of
Vargem Grande do Sul with 41.501 inhabitants, in São Paulo, for the study. The
conclusion is that it is possible to carry out this preliminary study in a quick and practical
manner and with a low cost.

Keywords: Multicritery. Fuzzy. Geoprocessing.


LISTA DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS

Figura 1 – Corte da Seção Transversal de um Aterro Sanitário .......................... 43


Figura 2 – Tipos construtivos de aterros acima do nível original do terreno .... 45
Figura 3 – Tipos construtivos de aterros abaixo do nível original do terreno ... 45
Figura 4 – IQR dos municípios paulistas (2011 e 2019) ....................................... 50
Figura 5 – Categoria do IGR dos municípios paulistas – 2019 ............................ 51
Figura 6 – Municípios com PMGIRS no Estado de São Paulo – 2018 ................. 53
Figura 7 – Partição do mundo real por critérios ................................................... 64
Figura 8 – RA de Campinas e RG de São João da Boa Vista .............................. 68
Figura 9 – UGRHI 04 – Pardo .................................................................................. 68
Figura 10 – Mapa das principais vias de acesso a Vargem G. do Sul ................ 69
Figura 11 – Localização do antigo lixão e atual Aterro Sanitário ........................ 78
Figura 12 – Vargem Grande do Sul possui o pior lixão paulista ......................... 78
Figura 13 – Parque Urbano Municipal de Vargem G. do Sul ............................... 81
Figura 14 – Mapa geológico de Vargem G.do Sul ................................................ 83
Figura 15 – Mapa Geomorfológico de Vargem G. do Sul ..................................... 87
Figura 16 – Mapa de Declividade e Hipsométrico de Vargem G. do Sul............. 88
Figura 17 – Mapa de Perigo de Inundação de Vargem G.do Sul ......................... 90
Figura 18 – Mapa pedológico de Vargem G. do Sul ............................................. 91
Figura 19 – Série Histórica de Precipitação e Temperatura Média Mensal ........ 95
Figura 20 – Série Histórica de Direção e Velocidade Média dos Ventos ............ 96
Figura 21 – Mapa dos Recursos Hídricos de Vargem G. do Sul ......................... 97
Figura 22 – Mapa do Inventário Florestal e do Bioma de Vargem G. do Sul .... 100
Figura 23 – Mapa de Uso e Ocupação do Solo de Vargem G. do Sul ............... 101
Figura 24 – Fluxograma das Etapas de Trabalho ............................................... 103
Figura 25 – Sequência realizada para compatibilização dos dados ................. 106
Figura 26 – Matriz de Comparação Pareada ....................................................... 113
Figura 27 – Pesos finais dos critérios (fatores) .................................................. 114
Figura 28 – Unidades de Conservação x Vargem Grande do Sul ..................... 116
Figura 29 – APRMs do Estado de São Paulo x Vargem Grande do Sul ............ 117
Figura 30 – Sub-bacias das UGRHIS Pardo e Mogi-Guaçu................................ 118
Figura 31 – Populações tradicionais x Vargem Grande do Sul ......................... 119
Figura 32 – Áreas de Patrimônios x Vargem Grande do Sul ............................. 120
Figura 33 – Mapa de Nota – Pedologia ................................................................ 122
Figura 34 – Mapa de Nota – Geologia .................................................................. 123
Figura 35 – Mapa de Nota – Distância dos Recursos Hídricos Superficiais .... 124
Figura 36 – Mapa de Nota – Distância de Núcleos Urbanos .............................. 125
Figura 37 – Mapa de Nota – Distância de Vias .................................................... 126
Figura 38 – Mapa de Nota – Declividade ............................................................. 127
Figura 39 – Mapa de Nota – Risco de Inundação ............................................... 128
Figura 40 – Mapa de Nota – Distância de Aeródromos ...................................... 129
Figura 41 – Mapa de Áreas Aptas para Implantação de Aterro Sanitário ......... 130
Figura 42 – Mapa de profundidade dos solos de Vargem G. do Sul ................. 160
Figura 43 – Mapa de textura superficial dos solos de Vargem G. do Sul ......... 160
Figura 44 – Imagem aérea de 1967 (anterior a instalação do lixão 1977) ......... 161
Figura 45 – Imagem de satélite da área do lixão – 2006 .................................... 161
Figura 46 – Imagem de satélite da área do lixão – 2010 (queima de lixo) ........ 161
Figura 47 – Imagem de satélite da área do lixão – 2013 .................................... 162
Figura 48 – Imagem de satélite da área do lixão – 2016 .................................... 162
Figura 49 – Imagem de satélite da área do lixão – 2019 .................................... 162
Figura 50 – Catadores no lixão – [20--?].............................................................. 163
Figura 51 – Vista do lixão e APP – [20--?] ........................................................... 163
Figura 52 – Lixão e APP ao fundo – [20--?] ......................................................... 163
Figura 53 – Catadores no lixão – 2002 ................................................................ 164
Figura 54 – Acúmulo de percolado na superfície do solo – 2002 ..................... 164
Figura 55 – Disposição de lixo hospitalar no lixão – 2002................................. 164
Figura 56 – Lixão – 2009 ....................................................................................... 165
Figura 57 – Vista do lixão – 2009 ......................................................................... 165
Figura 58 – Lixão – 2010 ....................................................................................... 165
Figura 59 – Disposição irregular de paletes no Lixão – 2013 ............................ 166
Figura 60 – Disposição irregular de frutas e material de poda – 2013 ............. 166
Figura 61 – Projeto do atual aterro sanitário – 2005 .......................................... 167
Figura 62 – Principais estruturas do aterro sanitário ........................................ 167
Figura 63 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2010 ................................ 168
Figura 64 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2013 ................................ 168
Figura 65 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2016 ................................ 168
Figura 66 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2017 ................................ 169
Figura 67 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2018 ................................ 169
Figura 68 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2019 ................................ 169
Figura 69 – Disposição irregular em valas não impermeabilizadas – 2013...... 170
Figura 70 – Disposição irregular de resíduos fora da vala – 2013 .................... 170
Figura 71 – Escoamento superficial de chorume sobre o solo – 2013 ............. 170
Figura 72 – Disposição irregular de resíduos – 2013 ......................................... 171
Figura 73 – Galpão para reciclagem – 2013 ........................................................ 171
Figura 74 – Compactação dos resíduos sólidos e presença de aves – 2014... 171
Figura 75 – Disposição irregular dos resíduos – 2014 ....................................... 172
Figura 76 – Galpão para reciclagem – 2014 ........................................................ 172
Figura 77 – Construção de nova vala para recebimento de resíduos – 2014 .. 172
Figura 78 – Recobrimento irregular dos resíduos – 2015 .................................. 173
Figura 79 – Disposição irregular de resíduos sobre vala esgotada – 2015...... 173
Figura 80 – Disposição clandestina de resíduos – 2015 .................................... 173
Figura 81 – Disposição irregular de resíduos – 2016 ......................................... 174
Figura 82 – Vista do aterro com disposição irregular de resíduos – 2016 ....... 174
Figura 83 – Queima ilegal no aterro sanitário – 2016 ......................................... 174
Figura 84 – Queima ilegal de resíduos – 2016 .................................................... 175
Figura 85 – Interdição do aterro sanitário – 2016 ............................................... 175
Figura 86 – Disposição irregular de resíduos – 2017 ......................................... 175
Figura 87 – Vala irregular (parcialmente sem impermeabilização) – 2017 ....... 176
Figura 88 – Vala irregular (sistema de drenagem comprometida) – 2017 ........ 176
Figura 89 – Recuperação das valas irregulares – 2017 ..................................... 176
Figura 90 – Resíduos encontrados na abertura de novas valas – 2018 ........... 177
Figura 91 – Disposição irregular de resíduos – 2019 ......................................... 177
Figura 92 – Presença de aves no aterro sanitário – 2019 .................................. 177
Figura 93 – Presença irregular de catadores – 2019 .......................................... 178
Figura 94 – Edifício de administração abandonado e sucateado – 2019 ......... 178
Figura 95 – Galpão para reciclagem abandonado e sucateado – 2019 ............ 178
Figura 96 – Construção de novas valas – 2019 .................................................. 179
Figura 97 – Localização preliminar do aterro sanitário – 2002.......................... 179
Figura 98 – Documentação para atividades com potencial atrativo de fauna . 180
Figura 99 – Modelo de planinha para cálculo do IQR ........................................ 182
Figura 100 – Modelo de planinha para cálculo do IQR-Vala .............................. 183

Tabela 1 – Relação de municípios por tipo de disposição final adotada ........... 46


Tabela 2 – RSU gerado e coletado diariamente no Brasil e por região – 2018 .. 47
Tabela 3 – RSU disposto diariamente por tipo de disposição final – 2018 ........ 48
Tabela 4 – Área mínima recomendável para a implantação de aterro sanitário 62
Tabela 5 – Materiais e recursos utilizados no presente trabalho...................... 104
Tabela 6 – Fatores e Restrições analisados para a elaboração dos mapas .... 107

Quadro 1 – Faixas das APPs em cursos d'água perenes e intermitentes .......... 26


Quadro 2 – Produção “per capita” de RSU em função da população urbana ... 49
Quadro 3 – Evolução do IQR no Estado de São Paulo ........................................ 49
Quadro 4 – N.o de municípios sem PMGIRS no Brasil e por Região – 2017 ...... 52
Quadro 5 – Escala de valores AHP para comparação pareada ........................... 66
Quadro 6 – Principais aspectos demográficos – 2020 ......................................... 69
Quadro 7 – Participação setorial no PIB Total e per Capita – 2017 .................... 70
Quadro 8 – Participação dos vínculos empregatícios por setor – 2018 ............. 71
Quadro 9 – Dados da Receita de Vargem G. do Sul – 2019 ................................ 72
Quadro 10 – Taxa de natalidade e mortalidade – 2018 ........................................ 73
Quadro 11 – Dados da educação ........................................................................... 74
Quadro 12 – Dados dos indicadores IPRS – 2018 ................................................ 75
Quadro 13 – Índices de saneamento do município .............................................. 76
Quadro 14 – Panorama municipal na gestão de RSU – 2019 .............................. 76
Quadro 15 – Breve contexto histórico da disposição de RSU em V. G. do Sul . 79
Quadro 16 – Dados geomorfológicos de Vargem G. do Sul ................................ 87
Quadro 17 – Notas dos critérios e descrição adotada pela lógica de Fuzzy ... 107
Quadro 18 – Notas de aptidão dos critérios ....................................................... 112
Quadro 19 – Estimativa de área mínima para tempo de projeto de 15 anos .... 130
Quadro 20 – Critérios de formação dos grupos do IPRS................................... 184
Quadro 21 – Parâmetros IPRS para a classificação dos municípios – 2018 .... 184
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABLP Associação Brasileira de Resíduos e Limpeza Pública


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Preservação Permanente
CBH Comitê de Bacia Hidrográfica
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPLA Coordenadoria de Planejamento Ambiental
EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto no Meio Ambiente
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária
EPL Empresa de Planejamento e Logística
FEHIDRO Fundo Estadual de Recursos Hídricos
FEITEP Faculdade de Engenharia e Inovação Técnico Profissional
IBAM Instituto Brasileira de Administração Municipal
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IG Instituto Geológico do Estado de São Paulo
IGC Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MMA Ministério do Meio Ambiente
NBR Norma Brasileira
PERS Política Estadual de Resíduos Sólidos
PMGIRS Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
SIG Sistema de Informação Geográfica
SIMA Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo
SINIR Sistema Nacional de Informações sobre Gestão de Resíduos Sólidos
SMA Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
SSRH Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos
TAC Termo de Ajustamento de Conduta
UC Unidades de Conservação
UGRHI Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos

GIS Geographic Information System = Sistema de Informação Geográfica


GPS Global Positioning System = Sistema de Posicionamento Global
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 15
2 ABORDAGEM DOS ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS...... 20
2.1 ASPECTOS LEGAIS.................................................................................... 20
2.1.1 Áreas de Conservação e Preservação Ambiental.................................... 24
2.1.2 Áreas de Proteção dos Mananciais........................................................... 27
2.1.3 Áreas de Proteção Ocupadas por Populações Tradicionais .................. 28
2.1.4 Áreas de Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE ............................... 29
2.1.5 Áreas de Proteção de Patrimônio ............................................................. 30

2.1.6 Áreas de Proteção de Aeródromos ........................................................... 32


2.1.7 Licenciamento Ambiental .......................................................................... 34
2.2 ASPECTOS NORMATIVOS ......................................................................... 37
3 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................ 39
3.1 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................ 39
3.2 MÉTODOS DE TRATAMENTO.................................................................... 41
3.3 DISPOSIÇÃO FINAL.................................................................................... 42
3.4 PANORAMA NO BRASIL E NO ESTADO DE SÃO PAULO ...................... 46
3.4.1 Da disposição final dos RSU ..................................................................... 46
3.4.2 Dos municípios com PMGIRS.................................................................... 52
4 MÉTODO APLICADO ............................................................................ 54
4.1 SELEÇÃO DE ÁREAS PARA ATERRO SANITÁRIO ................................. 54
4.1.1 Critérios ambientais ................................................................................... 55
4.1.2 Critérios de uso e ocupação do solo ........................................................ 58
4.1.3 Critérios operacionais ................................................................................ 60
4.2 GEOPROCESSAMENTO E SUPORTE À DECISÃO .................................. 63
4.2.1 Análise multicriterial .................................................................................. 64
5 ESTUDO DE CASO ................................................................................ 67
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................. 67
5.1.1 Aspectos Gerais ......................................................................................... 67
5.1.2 Aspectos Econômicos e Sociais ............................................................... 70
5.1.3 Aspectos de Saneamento .......................................................................... 75

5.1.4 Aspectos Ambientais ................................................................................. 81


5.1.5 Aspectos Geológicos ................................................................................. 81
5.1.6 Aspectos Geomorfológicos ....................................................................... 86
5.1.7 Aspectos Pedológicos ............................................................................... 90
5.1.8 Aspectos Climáticos .................................................................................. 95
5.1.9 Recursos Hídricos ...................................................................................... 97
5.1.10 Vegetação .................................................................................................... 99
5.1.11 Uso e Ocupação do Solo ......................................................................... 100
5.2 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ....................................................................... 102
6 MÉTODO APLICADO PARA A ÁREA DE ESTUDO ................... 103
6.1 ETAPA 1: LEVANTAMENTO DE DADOS ................................................. 103
6.2 ETAPA 2: PRÉ-PROCESSAMENTO ......................................................... 105
6.3 ETAPA 3: ANÁLISE MULTICRITÉRIO ...................................................... 106
6.4 ETAPA 4: ANÁLISE E RESULTADO ........................................................ 114
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 116
7.1 DIFICULDADES E RECOMENDAÇÕES ................................................... 131
8 CONCLUSÃO ......................................................................................... 134
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 136
GLOSSÁRIO ....................................................................................................... 159
APÊNDICE A – MAPAS COMPLEMENTARES ........................................ 160
ANEXO A – IMAGENS DA ÁREA DO LIXÃO ............................................ 161
ANEXO B – IMAGENS DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO ............... 167
ANEXO C – DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR ............................... 180
ANEXO D – PLANILHAS PARA CÁLCULO DO IQR E IQR-VALAS .. 182
ANEXO E – CRITÉRIOS DE FORMAÇÃO DOS GRUPOS DO IPRS .. 184
15

1 INTRODUÇÃO
O crescimento populacional registrado nas últimas décadas atrelado ao
consumismo, a expansão urbana e a falta de planejamento ambiental trazem consigo
o aumento na geração de resíduos sólidos e rejeitos1, como também na redução de
áreas adequadas para receber estes materiais, sendo este um dos grandes
transtornos que afetam a sociedade, além da problemática do aumento da quantidade
dos resíduos há também o da diversidade conforme expressado a seguir por Santos
e Silva (2011):

A expansão da urbanização acompanhada dos avanços tecnológicos e o


consumismo trazem consigo um aumento na quantidade e diversidade de
resíduos sólidos urbanos (RSU), que demandam uma disposição final
adequada para se evitar danos ao meio ambiente e a saúde pública.
(SANTOS; SILVA, 2011 apud SCHIMIDT, 2016, p. 15).

De acordo com Brollo (2004 apud BUENO, 2013, p. 434) “a prática de


disposição inadequada dos resíduos é herdada de um passado sem planejamento
ambiental, responsável por muitas áreas degradadas e/ou contaminadas”. Portanto, a
expansão urbana em conjunto com as diversas áreas já degradadas/contaminadas e
restrições ambientais são alguns dos principais fatores para a redução de áreas aptas
para a disposição final adequada.

Em 2006, o Estado de São Paulo passou a ter um marco regulatório na questão


de resíduos sólidos com a criação da Política Estadual de Resíduos Sólidos – PERS,
instituída pela Lei Estadual n.º 12.300, de 16 de março de 2006 (SÃO PAULO, 2006b)
e regulamentada pelo Decreto Estadual n.º 54.645/2009 (SÃO PAULO, 2009a),
“proibindo certas formas de destinação de resíduos sólidos tais como: lançamento “in
natura” a céu aberto (lixões), deposição inadequada no solo (aterro controlado)”, etc.,
obrigando os municípios do Estado de São Paulo a adotarem soluções técnicas
ambientalmente adequadas para a disposição final dos resíduos.

Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS através


da Lei n.º 12.305, 2 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010b) e regulamentada pelo
Decreto Federal n.º 7.404/2010 (BRASIL, 2010a), a qual proíbe como “formas de
destinação ou disposição de resíduos sólidos ou rejeitos, o lançamento em praias, no

1
“Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem
outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”. (BRASIL, 2010b, p. 3).
16

mar ou em quaisquer corpos hídricos; lançamento ‘in natura’ a céu aberto, excetuados
os resíduos de mineração; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e
equipamentos não licenciados para essa finalidade; e outras formas vedadas pelo
poder público”; além de determinar, os aterros sanitários como forma de disposição
final ambientalmente adequada de rejeitos.

A identificação de áreas adequadas para a disposição final de RSU tem sido


um dos principais desafios enfrentados pelas administrações públicas municipais,
uma vez que estas encontram dificuldade em se adequar aos padrões ambientais
estabelecidos, devido aos recursos financeiros insuficientes e/ou por haver “falta de
conhecimento dos gestores públicos e equipes apoio quanto aos estudos que devem
ser realizados para a identificação dessas áreas favoráveis” (BUENO, 2013, p. 431).

De acordo com o PNRS (BRASIL, 2010a), “para que os Municípios e o Distrito


Federal possam ter acesso a recursos da União destinados a serviços relacionados a
gestão dos resíduos sólidos, é necessário que os mesmos elaborem seus Planos
Municipais de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – PMGIRS”.

No Estado de São Paulo, de acordo com o Plano de Resíduos Sólidos de São


Paulo (SMA, 2014a) e o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos 2018
(CETESB, 2019), “no que concerne às políticas públicas2 adotadas para a melhoria
de gestão de resíduos sólidos, bem como, para o auxílio e o assessoramento dos
municípios, destacam-se”:

• Projeto Ambiental Estratégico “Lixo Mínimo”;


• Programa Município Verde Azul – PMVA;
• Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO;
• Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP;
• Programa Estadual de Implementação de Projetos de Resíduos Sólidos;
• Programa Estadual de Apoio Técnico à Elaboração de Planos Municipais de
Saneamento;
• Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável 2020;
• Cadastro de Entidades de Catadores de Materiais Recicláveis;
• Circuito Ecofeiras nos Parques Urbanos; e

2
No presente estudo não serão abordadas todas as Políticas Públicas listadas, porém, foi necessário
citá-las para trazer a luz esse assunto.
17

• Programa Estadual de Apoio Financeiro a Ações Ambientais.

Das Políticas Públicas supracitadas, serão abordados os Fundos Estaduais


FEHIDRO e FECOP e o Programa Município Verde/Azul (PMVA), conforme segue:

FEHIDRO: criado pela Lei Estadual n.º 7.663/91, e regulamentado pelos


Decretos Estaduais n.º 37.300/93, n.º 43.204/98 e n.º 48.896/04, tem como
objetivo de dar suporte financeiro a Política Estadual de Recursos Hídricos e
ações correspondentes. Os projetos financiados pelo FEHIDRO são
enquadrados conforme as prioridades no Plano Estadual de Recursos
Hídricos (PERH)3, instrumento técnico, estratégico e econômico-financeiro
para implantação da Política, o qual fornece as diretrizes, objetivos e metas
para realização de programas de proteção, recuperação, controle e
conservação de recursos hídricos. Porém, “a limpeza públicas, tratamento e
a destinação de resíduos sólidos são atividades que contribuem para a
manutenção das condições de sanidade dos recursos hídricos, permitindo ao
setor pleitear recursos do fundo. (SMA, 2014a, p. 24). A Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB desempenha o papel de
agente técnico do FEHIDRO, efetuando a análise de projetos e o
acompanhamento de obras, com vistas à liberação dos recursos
correspondentes. (CETESB, 2019, p. 55).
FECOP: criado pela Lei n.º 11.160, de 18 de junho de 2002, com o intuito de
apoiar e incentivar a execução de projetos relacionados ao controle,
preservação e melhoria das condições do meio ambiente no Estado de São
Paulo. Os tomadores de recurso podem ser órgãos ou entidades da
administração direta ou indireta, consórcios intermunicipais, concessionários
de serviços públicos e empresas privadas. (SMA, 2014a, p. 24).

De acordo com o art. 8o do Decreto Estadual n.o 57.817, de 28 de fevereiro de


2012 (SÃO PAULO, 2012) o qual “institui sob coordenação da Secretaria do Meio
Ambiente – SMA o Programa Estadual de Implementação de Projetos de Resíduos
Sólidos, o Conselho de Orientação do FECOP, deliberará acerca da destinação de
parte dos recursos do fundo exclusivamente aos municípios que gerenciarem os
resíduos urbanos em conformidade com plano instituído nos termos da legislação
aplicável a matéria”, ou seja, o PMGIRS é pré-requisito para liberação de recursos
desse fundo aos municípios paulistas.

PMVA: objetiva estimular a participação dos municípios na política ambiental,


com adesão ao Protocolo VerdeAzul, além de certificar os municípios
ambientalmente corretos, dando prioridade no acesso aos recursos públicos.
A adesão do município é voluntária, por assinatura de um Protocolo de
Intenções com dez diretivas que abordam questões ambientais prioritárias,
dentre as diretivas ambientais que devem ser atendidas pelos municípios,
destaca-se a dos resíduos sólidos que privilegia as cidades cujo local de
disposição recebe a classificação de IQR4 Adequado, bem como, as que
possuem Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos,
programa e/ou ações de coleta seletiva e ações de responsabilidade pós-

3
Lei n.o 16.337/2016 – “Dispõe sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH e dá providências
correlatas.” (SÃO PAULO, 2016c).
4
O Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQR será abordado no item 3.4.1.
18

consumo com setores produtivos para a coleta e destinação adequada de


resíduos. Hoje, a participação do município no PMVA é pré-requisito para
a liberação de recursos do FECOP. (SMA, 2014a, p. 25; CETESB, 2019, p.
55, grifo meu).

Portanto, pode ser observado que a nível nacional, os municípios somente


poderão ter acesso aos recursos da união para serviços e empreendimentos
relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, caso elaborem seus
respectivos PMGIRS e, na esfera estadual, no caso do Estado de São Paulo, os
municípios podem participar do Programa Município Verde/Azul para pleitearem
recursos dos Fundos Estaduais supracitados. Importante ressaltar que os municípios
que possuem o Plano terão preferência para a obtenção de recursos, expondo, assim,
a importância da elaboração dos respectivos Planos Municipais de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos pelos municípios, para poderem superar as dificuldades
orçamentárias em relação a investimentos no setor de saneamento, sendo esta, a
realidade de muitos municípios.

“Dentre os itens mínimos necessários para a elaboração do PMGIRS, está a


identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de
rejeitos em consonância com os Planos Diretores e legislação de uso e ocupação do
solo” (BRASIL, 2010b; SÃO PAULO, 2006b).

De acordo com Lino (2007, p. 2) “o primeiro passo para uma disposição final
adequada inicia-se com a seleção de locais favoráveis para a implantação do aterro
sanitário, do ponto de vista ambiental”. E segundo Calijuri, Lorentz e Melo (2002, p.
232) “a localização do aterro sanitário é um processo de decisão de natureza
multicritério, no qual são considerados diversos atributos e implica na avaliação e
seleção de áreas aptas entre várias alternativas possíveis, com base em alguns
critérios” e deve ser realizado por profissionais habilitados5.

A adequada escolha dessas áreas contribui para a redução dos riscos ao meio
ambiente e à saúde pública, como também, os impactos sociais e financeiros,
conforme corroborado por Marques (2011):

A adequada seleção de área para implantação de aterros é de grande


importância, visto que reduz os impactos ambientais, sociais e financeiros
relacionados à disposição final de resíduos sólidos, devendo atender à

5
Profissional com conhecimento técnico e legal sobre o assunto, e em geoprocessamento; que possua
registro ativo no conselho de classe competente ao seu ramo, sendo estudos ambientais parte de
sua competência. (Entendimento do autor frente a proposta envolvida do trabalho).
19

legislação vigente, bem como as necessidades da população. (MARQUES,


2011, p. 1).

De acordo com a ABRELPE (2019), em 2018 cerca de 3.001 (três mil e um)
municípios brasileiros não possuíam aterros sanitários como forma de disposição final
de rejeitos e, em 2017 aproximadamente 2.518 (dois mil e quinhentos e dezoito)
municípios ainda não possuíam PMGIRs (BRASIL, 2018b).

Em 2018, no Estado de São Paulo, dos 645 (seiscentos e quarenta e cinco)


municípios paulistas, aproximadamente 199 (cento e noventa e nove) ainda não
possuíam PMGIRs (ver Figura 6).

Pode ser observado que no Brasil ainda é expressivo o número de municípios


que dispõem seus rejeitos de forma inadequada e/ou carecem de um Plano Municipal
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, como também de estudos para a seleção de
áreas ambientalmente adequadas para a implantação de aterros sanitários. Sendo
assim, o presente trabalho tem por objetivo trazer uma contribuição metodológica para
a realização desta seleção utilizando como estudo de caso o Município de Vargem
Grande do Sul, localizado no estado de São Paulo, que ainda não possui um PMGIRs.

As hipóteses deste trabalho são: ser possível realizar um estudo preliminar de


identificação de áreas ambientalmente adequadas para a implantação de um aterro
sanitário apenas com informações e banco de dados públicos e com auxílio de um
software livre (gratuito) de geoprocessamento, neste caso o QGIS e, com baixo
investimento financeiro e de tempo.

O objetivo geral é elaborar uma metodologia para a realização deste estudo


para auxiliar administrações públicas municipais de pequeno e médio porte que
tenham dificuldades orçamentárias, e que ainda não possuem um PMGIRs.

Os objetivos específicos são: facilitar a compreensão da relevância do tema;


produzir mapas temáticos ambientais para o município de Vargem Grande do Sul e
incentivar o uso de softwares livres.

Diversos autores de todo o Brasil realizaram estudos voltados para escolha de


áreas adequadas à implantação de aterros sanitários dentre eles (Melo, 2001; Calijuri,
Lorentz, Melo, 2002; Lupatini, 2002; Curty, 2005; Nascimento, 2005; Lino, 2007;
Marques, 2011; Silva, 2011; Bueno, 2013; Schmidt, 2016; Amaral, Lana, 2017 etc.),
mostrando ser um assunto que está em voga no cenário nacional.
20

2 ABORDAGEM DOS ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS


No presente item serão abordados os aspectos legais e normativos pertinentes
ao estudo de identificação de áreas ambientalmente adequadas para implantação de
um aterro sanitário.

2.1 ASPECTOS LEGAIS6


Em 1981, no Brasil, houve um marco na área para o meio ambiente com a
criação da Lei Federal n.o 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Política Nacional do Meio
Ambiente – PNMA (BRASIL; 1981), regulamentada pelo Decreto Federal n.o
99.274/1990 (BRASIL, 1990), a qual “tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida”, conforme mostrado a seguir:

Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,


melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, conside-
rando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessa-
riamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas represen-
tativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do
meio ambiente. (BRASIL, 1981, p. 1, grifo meu).

No ano de 1988, foi criada a Lei Suprema Brasileira, a Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988 – CF/1988 (BRASIL, 1988), a qual estabelece
em seu art. 225 que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

6
Nota: Devido a atualização frequente na legislação ambiental, optou-se por restringir o período de
consulta da legislação aprovada até final de dezembro de 2019, devido o estudo já estar em curso.
21

bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, corroborando com
os objetivos da PNMA (BRASIL, 1981) e impondo “ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, e para
assegurar a efetividade desse direito”, no § 1o do artigo supracitado foram
estabelecidos os deveres do Poder Público conforme segue:

§ 1o – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:


I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e promover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração
e a supressão permitidas somente através de Lei, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma de lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente. (BRASIL,
1988, p. 27, grifo meu).

O art. 23 da CF/1988 e seus incisos III, VI e VII (BRASIL, 1988), estabelecem


“que é de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios a proteção de bens de valor, histórico, artístico e cultural, os monumentos,
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; a proteção do meio ambiente
e o combate à poluição em qualquer de suas formas; a preservação das florestas, da
fauna e da flora”.

De acordo com Marques (2011, p. 8) “o inciso V do art. 30 da CF/1988


estabelece a competência dos municípios para organizar e prestar, diretamente ou
sob forma de concessão ou permissão os serviços públicos de interesse local, o que
inclui a destinação final dos resíduos sólidos urbanos”.

Conforme abordado no item 1 do presente trabalho, em 2006 o Estado de São


Paulo passou a ter um marco regulatório na questão de resíduos sólidos com a criação
da Política Estadual de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Estadual n.º 12.300/2006
(SÃO PAULO, 2006b) e regulamentada pelo Decreto Estadual n.º 54.645/2009 (SÃO
22

PAULO, 2009a), ficando proibido em seu art. 14 as seguintes formas de destinação


dos resíduos sólidos:

I – lançamento “in natura” a céu aberto;


II – deposição inadequada no solo;
III – queima a céu aberto;
IV – deposição em áreas sob regime de proteção especial e áreas sujeitas a
inundação;
V – lançamentos em sistemas de redes de drenagem de águas pluviais, de
esgotos, de eletricidade, de telecomunicações e assemelhados;
VI – infiltração no solo sem tratamento prévio e projeto aprovado pelo órgão
de controle ambiental estadual competente;
[...]
IX – encaminhamento de resíduos de serviços de saúde para disposição final
em aterros, sem submetê-los previamente a tratamento específico, que
neutralize sua periculosidade.
§ 1º - Em situações excepcionais de emergência sanitária e fitossanitária, os
órgãos da saúde e de controle ambiental competentes poderão autorizar a
queima de resíduos a céu aberto ou outra forma de tratamento que utilize
tecnologia alternativa. (SÃO PAULO, 2006b, p. 3).

Desta forma, os municípios paulistas foram obrigados a adotar soluções


técnicas ambientalmente adequadas para a disposição final dos resíduos sólidos.

Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, pela


Lei Federal n.º 12.305/2010 (BRASIL, 2010b) e regulamentada pelo Decreto Federal
n.º 7.404/2010 (BRASIL, 2010a), a qual proíbe em seu art. 47 as seguintes formas de
destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:

I – lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;


II – lançamento in natura a céu aberto, exceto os resíduos de mineração;
III – queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não
licenciados para essa finalidade;
IV – outras formas vedadas pelo poder público. [...]. (BRASIL, 2010, p. 7).

Além de determinar nos incisos VII e VII de seu art. 3º as formas de destinação
e disposição final ambientalmente adequadas conforme segue:

VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que


inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos
23

competentes do Sisnama7, do SNVS8 e do Suasa9, entre elas a disposição


final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos;
VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais adversos. (BRASIL, 2010b, p. 3).

Podendo ser observado que a PNRS (BRASIL, 2010b) determina como


destinação final ambientalmente adequada para os resíduos sólidos, a reutilização,
reciclagem, compostagem etc.; e o aterro sanitário como forma de disposição final
ambientalmente adequada para os rejeitos. Além disso, em seus arts. 18 e 19,
respectivamente, estabelece a necessidade da elaboração do PMGIRS “para que os
municípios e Distrito Federal possam ter acesso a recursos da União destinados a
serviços e empreendimentos relacionados ao gerenciamento de resíduos sólidos”; e
de que o estudo para identificação de áreas aptas para implantação de aterros
sanitários é um dos itens exigidos para o PMGIRS, conforme pode ser observado a
seguir:

Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos


sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito
Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela
controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem
beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de
crédito ou fomento para tal finalidade.
[...]
Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o
seguinte conteúdo mínimo:
[...]
II - identificação de áreas favoráveis para disposição final ambiental-
mente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o
do art. 182 da Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver;
[...]. (BRASIL, 2010b, p. 5, grifo meu).

A seguir serão abordadas as restrições legais pertinentes ao estudo de seleção


de áreas ambientalmente adequadas para implantação de aterros sanitários.

7
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente.
8
SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
9
SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
24

2.1.1 Áreas de Conservação e Preservação Ambiental


A Lei Federal n.º 9.985, de 18 de julho de 2000 (BRASIL, 2000) “a qual institui
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC,
regulamentando o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal;
estabelece em seu art. 2º, Inciso I a definição de Unidade de Conservação – UC”,
conforme segue:

I – unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais,


incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantiras adequadas de proteção. (BRASIL, 2000, p. 1).

No art. 7º da lei supracitada, as unidades de conservação integrantes do SNUC


dividem-se em dois grupos, com características específicas, sendo elas:

• “Unidades de Proteção Integral – tem como objetivo preservar a natureza,


sendo admitido apenas o uso indireto10 dos seus recursos naturais.
• Unidades de Uso Sustentável – tem como objetivo compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais, de maneira a garantir a perenidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa
e economicamente viável”.

A Resolução CONAMA n.º 428, de 17 de dezembro de 2010 (CONAMA, 2010),


estabelece em seu art. 1º e seu § 2º como deve ser feito “o licenciamento de
empreendimento de significativo impacto ambiental (inclui-se aterro sanitário11) que
possam afetar Unidade de Conservação específica ou sua Zona de Amortecimento –
ZA” conforme segue:

Art. 1º - O licenciamento de empreendimentos de significativo impacto


ambiental que possam afetar Unidade de Conservação (UC) específica ou
sua Zona de Amortecimento (ZA), assim considerados pelo órgão ambiental
licenciador, com fundamento em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), só poderá ser concedido após
autorização do órgão responsável pela administração da UC ou, no caso das

10
“Uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais”.
(BRASIL, 2000).
11
De acordo o “Anexo I – Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais
constante na Instrução Normativa IBAMA n.o 6, de 15 de março de 2013, aterro sanitário está incluso
‘Serviços de Utilidade’ Código 17-4”. (IBAMA, 2013).
25

Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), pelo órgão responsável


pela sua criação.
[...]
§ 2º - [...] o licenciamento de empreendimento de significativo impacto
ambiental, localizados numa faixa de 3 mil metros a partir do limite da UC,
cuja ZA não esteja estabelecida, sujeitar-se-á ao procedimento previsto no
caput, com exceção de RPPNS, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e Áreas
Urbanas Consolidadas. (CONAMA, 2010, p. 805, grifo meu).

A Lei Federal n.o 12.651, de 25 de maio de 2012 – Novo Código Florestal


(BRASIL, 2012a) “dispõe sobre proteção de vegetação nativa” e define em seu art. 2o,
Inciso II Áreas de Preservação Permanente – APPs como:

II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não


por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas. (BRASIL, 2012a, p. 1).

O Novo Código Florestal (BRASIL, 2012a) estabelece as APPs em seu art. 4o,
sendo elas:

• “as áreas no entorno dos lados e lagoas naturais, em faixa com largura mínima
de 30 m (trinta metros) em zonas urbanas, e de 100 m (cem metros) em zonas
rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 ha (vinte hectares) de superfície,
que será de 50 m (cinquenta metros);
• as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na
licença ambiental do empreendimento;
• as áreas dentro do raio de 50 m (cinquenta metros) no entorno das nascentes
e olhos d’água perenes e intermitentes12, qualquer que seja sua situação
topográfica;
• as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a
100% na linha de maior declive;
• as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
• os manguezais, em toda a sua extensão;
• as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa
nunca inferior a 100 m (cem metros) em projeções horizontais;

12
Inclusão de nascentes intermitentes através da Decisão Final do Supremo Tribunal Federal – STF,
no item 22 b) da “Ação Direta de Inconstitucionalidade” – ADI (4903) publicada em 01 out. 2019.
(BRASIL, 2019e, p. 314).
26

• no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 m


(cem metros) e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir
da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da
elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
• as áreas em altitude superior a 1.800 m (mil e oitocentos metros);
• em veredas, a faixa marginal em projeção horizontal, com largura mínima de
50 m (cinquenta metros) a partir do espaço permanentemente brejoso e
encharcado; e
• as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular”, sendo a
extensão dessas faixas descritas no Quadro 1, a seguir:

Quadro 1 – Faixas das APPs em cursos d'água perenes e intermitentes


Extensão da Faixa de APP Largura do Curso D’água
(metros) (metros)
30 Inferior a 10
50 De 10 a 50
100 De 50 a 200
200 De 200 a 600
500 Superior a 600
Fonte: Adaptado (BRASIL, 2012a).

A autorização para a intervenção em APP somente poderá ser concedida “nas


hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de atividade de baixo impacto
ambiental previstas no Novo Código Florestal” (BRASIL, 2012a), onde até então obras
de infraestrutura destinadas a “gestão de resíduos”, se enquadravam na categoria de
utilidade pública, porém, em 2019 por Decisão do Supremo Tribunal Federal – STF
publicada em 01 de outubro de 2019, da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI
4.903, (BRASIL, 2019e, p. 314), obras de infraestrutura destinadas a gestão de
resíduos foram excluídas da categoria de utilidade pública.

Além das APPs, o Novo Código Florestal (BRASIL, 2012a) traz também como
áreas de conservação, as reservas legais definidas em seu art. 3o, Inciso III, conforme
segue:

III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse


rural, [...], com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável
27

dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação


dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem
como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. (BRASIL,
2012a, p. 1).

2.1.2 Áreas de Proteção dos Mananciais


No Estado de São Paulo, com o intuito de proteger os mananciais, cursos e
reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo, na década de 70 foram
aprovadas as Leis Estaduais n.os 898, de 18 de dezembro de 1975 (SÃO PAULO,
1975), e 1.172, de 17 de novembro de 1976 (SÃO PAULO, 1976), que disciplinam o
uso e ocupação dessas áreas.
Em 1997 foi aprovada a Lei Estadual n.o 9.866, de 28 de novembro de 1997
(SÃO PAULO, 1997b) “que dispõe sobre diretrizes e normas para a proteção e
recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do Estado
de São Paulo”, definindo em seu art. 3o Áreas de Proteção e Recuperação dos
Mananciais – APRM, como “uma ou mais sub-bacias hidrográficas dos mananciais de
interesse regional para abastecimento público”, além de dispor em seu art. 18, que
“as APRMs, suas Áreas de Intervenção e respectivas diretrizes e normas ambientais
e urbanísticas de interesse regional serão criadas através de lei estadual”. A seguir
são listadas as APRMs instituídas no Estado de São Paulo até dezembro de 2020:
• APRM Guarapiranga, criada e definida pela Lei Estadual n.º 12.233, de
16 de janeiro de 2006 (São Paulo, 2006a), e regulamentada pelo Decreto
Estadual n.º 51.686, de 22 de março de 2007 (São Paulo, 2007);
• APRM Billings, criada e definida pela Lei Estadual n.º 13.579, de 13 de
julho de 2009 (São Paulo, 2009b), e regulamentada pelo Decreto
Estadual n.º 55.342, de 13 de janeiro de 2010 (São Paulo, 2010);
• APRM Alto Juquery, criada e definida pela Lei Estadual n.º 15.790, de
16 de abril de 2015 (São Paulo, 2015a), e regulamentada pelo Decreto
Estadual n.º 62.062, de 27 de junho de 2016 (São Paulo, 2016b);
• APRM Alto Tietê Cabeceiras, criada e definida pela Lei Estadual
15.913, de 02 de outubro de 2015 (São Paulo, 2015b), e regulamentada
pelo Decreto Estadual n.º 62.061, de 27 de junho de 2016 (São Paulo,
2016a); e
28

• APRM Alto Cotia, criada e definida pela Lei Estadual n.º 16.568, de 10
de novembro de 2017 (São Paulo, 2017).

2.1.3 Áreas de Proteção Ocupadas por Populações Tradicionais


No art. 39 da Lei n.o 6.001, de 19 de dezembro de 1973 (BRASIL, 1973), “a
qual dispõe sobre o Estatuto do Índio é determinado os bens de Patrimônio Indígena”
como sendo:

I – as terras pertencentes ao domínio dos grupos tribais ou comunidades


indígenas;
II – o usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades existen-
tes nas terras ocupadas por grupos tribais ou comunidades indígenas e nas
áreas a eles reservadas;
III – os bens móveis e imóveis, adquiridos a qualquer título. (BRASIL, 1973,
p. 5).

A CF/1988 (BRASIL, 1988), estabelece em seu art. 231 que é de competência


do União a demarcação, proteção e fazer respeitar todos os bens dos índios conforme
segue:

Art. 231 – São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens. (BRASIL, 1988, p. 26).

No art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da CF/1988


(BRASIL, 1988, p. 32) é estabelecido “aos remanescentes das comunidades dos
quilombos que estejam ocupando suas terras, o reconhecimento da propriedade
definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”.

Em 2006, por meio do Decreto n.o 5.758, de 13 de abril de 2006 (BRASIL, 2006)
foi criado o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas – PNAP, o qual tem como
parte de seus princípios e diretrizes, o “respeito às especificidades e restrições das
categorias de UCs do SNUC, das terras indígenas e das terras ocupadas por
remanescentes das comunidades dos quilombos e assegurar os direitos territoriais
das comunidades quilombolas e dos povos indígenas como instrumento para
conservação da biodiversidade”.

Em 2007, através do Decreto n.o 6.040, de 7 de fevereiro de 2007 (BRASIL,


2007) “foi instituída a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
29

Comunidades Tradicionais”, o qual define em seu art. 3º Povos e Comunidades


Tradicionais e Territórios Tradicionais, como:

I – Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e


que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização
social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para
sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando
conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição;
II – Territórios Tradicionais: os espaços necessários a reprodução cultural,
social e econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles
utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito
aos povos indígenas e quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts.
231 da Constituição e 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
e demais regulamentações; [...]. (BRASIL, 2007, p. 316).

Além de possuir como parte de seus princípios “o reconhecimento e a


consolidação dos direitos dos povos e comunidades tradicionais”.

2.1.4 Áreas de Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE


De acordo do Decreto n.o 4.297, de 10 de julho de 2002 (BRASIL, 2002) o qual
regulamenta o art. 9º, inciso II da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981),
“estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil – ZEE, e
dá outras providências”; é determinado em seu Capítulo I, os objetivos e princípios do
ZEE, conforme segue:

Art. 2o – O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoria-


mente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e
privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a
assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a
conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e
a melhoria das condições de vida da população.
Art. 3o – O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as deci-
sões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos
e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais,
assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos
ecossistemas.
Parágrafo único – O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas,
levará em conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos
ecossistemas, estabelecendo vedações, restrições e alternativas de
exploração do território e determinando, quando for o caso, inclusive a
relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais. [...].
(BRASIL, 2002, p. 6)

Os arts. 12 e 14 do Decreto 4.297/2002 (BRASIL, 2002), estabelecem que “o


ZEE dividirá o território em zonas de acordo com as necessidades de proteção,
conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável,
30

contendo diretrizes referentes as atividades permitidas a cada zona, de acordo com


sua fragilidade ecológica, capacidade de suporte ambiental e potencialidades”.

No âmbito estadual, o zoneamento ambiental é tratado pela Lei Estadual n.º


9.509/1997 – Política Estadual do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 1997a), que reafirma
o planejamento e o zoneamento ambiental como um de seus princípios; sendo o ZEE
um instrumento técnico e político de planejamento que estabelece diretrizes de
ordenamento e de gestão do território, considerando as características ambientais e
a dinâmica socioeconômica de diferentes regiões do Estado. A seguir serão
apresentadas os ZEEs instituídos no Estado de São Paulo até dezembro de 2020:

• ZEE do Setor Litoral Norte: Decreto Estadual n.º 49.215, de 07 de


dezembro de 2004 (SÃO PAULO, 2004).
• ZEE da Baixada Santista: Decreto Estadual nº 58.996, de 25 de março
de 2013 (SÃO PAULO, 2013).

A proposta do ZEE para todo Estado está sendo elaborada pela Coordenadoria
de Planejamento Ambiental – CPLA.

2.1.5 Áreas de Proteção de Patrimônio


Os patrimônios que serão abordados no presente item são: espeleológico,
arqueológico, histórico, artístico e turístico.

Espeleológico
Em 2004, através da Resolução CONAMA n.º 347, de 10 de setembro de 2004
(CONAMA, 2004) “que dispõe sobre a proteção do patrimônio espeleológico”, define
patrimônio espeleológico em seu art. 2º como:

I - cavidade natural subterrânea – é todo e qualquer espaço subterrâneo


penetrável pelo ser humano, com ou sem abertura identificada, popularmente
conhecido como caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna e buraco, incluindo
seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, as comunidades bióticas ali
encontradas e o corpo rochoso onde as mesmas se inserem, desde que a
sua formação tenha sido por processos naturais, independentemente de suas
dimensões ou do tipo de rocha encaixante.
[...]
III - patrimônio espeleológico: o conjunto de elementos bióticos e abióticos,
socioeconômicos e históricos-culturais, subterrâneos ou superficiais, repre-
sentados pelas cavidades naturais subterrâneas ou a estas associadas.
(CONAMA, 2004, p. 54, grifo meu).
31

A Resolução supracitada (CONAMA, 2004) determina em seu art. 4º e em seus


respectivos parágrafos, “que todo empreendimento potencialmente poluidor ou
degradador do patrimônio espeleológico ou de sua área de influência13 dependerão
de licenciamento pelo órgão ambiental competente nos termos da legislação vigente,
sendo que a área de influência será definida pelo órgão ambiental competente”. E de
acordo com o § 3º, até que se efetive a área de influência determinada pelo órgão
ambiental, será adotada “a projeção horizontal da caverna, acrescida de um entorno
de 250 m (duzentos e cinquenta metros)”.

Arqueológico, Histórico, Artístico e Turístico


Os sítios arqueológicos são considerados monumentos arqueológicos ou pré-
históricos, sendo estes protegidos pela Lei Federal n.o 3.924, de 26 de julho de 1961
(BRASIL, 1961) a qual os define em seu art. 2o, conforme segue:

Art. 2o – Consideram-se monumentos arqueológicos ou pré-históricos:


a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que representem
testemunhos da cultura dos paleoameríndios14 do Brasil, tais como
sambaquis, montes artificiais ou tesos, poços sepulcrais, jazigos, aterrados
estearias e quaisquer outras não especificadas aqui, mas de significado
idêntico, a juízo da autoridade competente;
b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação pelos
paleomeríndios, tais como grutas, lapas e abrigos sob rochas;
c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso
prolongado ou de aldeamento “estações” e “cerâmicos”, nos quais se
encontram vestígios humanos de interesse arqueológico ou paleoetnográfico;
d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de utensílios
e outros vestígios de atividade de paleoameríndios. (BRASIL, 1961, p. 6.763).

No Estado de São Paulo, o art. 261 da Constituição Estadual de São Paulo


(SÃO PAULO, 1989, p. 37), estabelece que o “Poder Público pesquisará, identificará,
protegerá e valorizará o patrimônio cultural paulista, através do Conselho de Defesa
do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado –
CONDEPHAAT” e em seu art. 260 é “definido os bens que constituem o patrimônio
cultura estadual”, conforme segue:

13
“Área de influência sobre patrimônio espeleológico: área que compreende os elementos bióticos e
abióticos, superficiais e subterrâneos, necessários à manutenção do equilíbrio ecológico e da
integridade física do ambiente cavernícola”. (Art. 2º, Inciso IV, CONAMA, 2004).
14
Paleoameríndio: termo utilizado para designar os primeiros povos que entraram e habitaram, o
continente americano.
32

Art. 260 – Constituem patrimônio cultural estadual os bens de natureza


material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referências à identidade nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
III – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados
às manifestações artístico-culturais;
IV – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artís-
tico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. (SÃO PAULO,
1989, p. 36-37, grifo meu).

Através do art. 137 do Decreto Estadual n.o 13.426, de 16 de março de 1979


(SÃO PAULO, 1979) foi estabelecido um raio envoltório de proteção dos bens
tombados de 300 m (trezentos metros), portanto nenhuma obra poderá ser executada
dentro dessa área sem que o projeto seja previamente aprovado pelo Conselho.

2.1.6 Áreas de Proteção de Aeródromos


Devido as atividades voltadas à gestão de resíduos sólidos urbanos, em
especial o local de disposição final serem atrativas à fauna como roedores, mamíferos
e principalmente aves, este problema pode acarretar em acidentes aéreos. Portanto,
é necessário que haja um distanciamento de segurança entre aterros sanitários e
aeródromos.

Devido a essa preocupação, em 1995, através da Resolução CONAMA n.º


4/1995 (CONAMA, 1995), a qual “estabelece as Áreas de Segurança Aeroportuária –
ASAs, foi determinado um raio a partir do ‘centro geométrico do aeródromo’ de 20 km
(vinte quilômetros) para aeroportos que operam de acordo com as regras de vôo por
instrumento (IFR) e 13 km (treze quilômetros) para os demais aeródromos”. Esta
Resolução foi revogada em 2018 pela Resolução CONAMA n.º 486/2018 (CONAMA,
2018).

Em 2012 foi aprovada a Lei Federal n.o 12.725/2012 (BRASIL, 2012b), a qual
“dispõe sobre o controle da fauna nas imediações de aeródromos”, estabelecendo em
seu art. 2º, Inciso V a Área de Segurança Aeroportuária, conforme segue:

V - Área de Segurança Aeroportuária - ASA: área circular do território de um


ou mais municípios, definida a partir do centro geométrico da maior pista do
aeródromo ou do aeródromo militar, com 20 km (vinte quilômetros) de raio,
cujos uso de ocupação estão sujeitos a restrições especiais em função da
natureza atrativa de fauna. (BRASIL, 2012b, p. 1, sublinhado meu).
33

De acordo com os Incisos VI e VII art. 2o da Lei supracitada (BRASIL, 2012b),


são atividades atrativas de fauna, “os vazadouros de resíduos sólidos e quaisquer
outras atividades que sirvam de foco ou concorram para a atração relevante de fauna,
no interior da ASA, comprometendo a segurança operacional da aviação. Aterros
sanitários e quaisquer outras atividades que, utilizando as devidas técnicas de
operação e de manejo, não se constituem como foco atrativo de fauna no interior da
ASA, nem comprometem a segurança operação da aviação”.

Apesar da presente Lei estabelecer que utilizando as “devidas técnicas e


manejo”, o aterro sanitário não constitui um atrativo de fauna, sabe-se que mesmo
usando as devidas técnicas e manejo, não raro, fatores climáticos etc., podem
dificultar a adequada e plena atividade de operação do aterro, portanto, é necessário
considerar o local como foco atrativo de fauna.

Além da Lei n.o 12.725/2012 (BRASIL, 2012b) também temos o “Plano Básico
de Gerenciamento de Risco de Fauna” para os aeródromos nacionais, elaborado pelo
Ministério da Defesa, o qual tem como objetivo investigar e prevenir acidentes
aeronáuticos; sendo sua versão mais recente (até final de 2019) a definida pela
Portaria n.o 741/GC3, de 23 de maio de 2018, a qual aprova a “reedição do Plano de
Comando da Aeronáutica – PCA 3-3/2018 – Plano Básico de Gerenciamento de Risco
de Fauna 2018 (BRASIL, 2018a), e estabelece que todo empreendimento ou atividade
atrativa ou potencialmente atrativa de fauna na ASA de aeródromo brasileiro deverá
receber parecer técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos – CENIPA por ocasião da obtenção ou da renovação de suas licenças.
A Tabela A do Plano estabelece critérios de análise para a emissão de parecer técnico
do CENIPA para o tipo de atividade, e “Aterro Sanitário (com recobrimento diário –
material inerte)” é classificado como atividade de potencial atrativo de fauna “Muito
alto”, podendo ter parecer favorável caso esteja localizado acima de 10 km (dez
quilômetros) de distância de aeródromos”.

Em 2019, através da Portaria n.o 150/CG3, de 28 de janeiro de 2019 (BRASIL,


2019c), foi inserido o dispositivo (item 2.18.6) no PCA 3-3/2018 (BRASIL, 2018a),
“flexibilizando” a implantação do empreendimento dentro da ASA, conforme mostrado
a seguir:
34

2.18.6 Empreendimento dentro da ASA, que esteja em distância inferior aos


limites especificados na Tabela A e que apresentar técnicas adequadas para
mitigar o efeito adverso, receberá parecer favorável nas seguintes situações:
a) ASA de aeródromo privado; ou
b) ASA de aeródromo público com movimento inferior a 1.150 voos no ano
anterior, no qual não se realize voo de transporte regular. (BRASIL, 2019c, p.
13).

Porém, fica a critério do órgão ambiental estadual, adotar ou não essa


flexibilização, pois o órgão estadual pode ser mais restritivo, ou seja, não permitir que
sejam implantados aterros sanitários dentro da ASA, portanto, pode variar conforme
o Estado. No Estado de São Paulo, a CETESB não aderiu a flexibilização, conforme
pode ser observado no ANEXO C – Documentação complementar para atividades
com potencial atrativo de fauna, ou seja, áreas para aterros sanitários dentro da ASA,
não terão sua licença ambiental concedida.

2.1.7 Licenciamento Ambiental


De acordo com o art. 2º e seu § 1o da Resolução CONAMA n.o 237, de 19 de
dezembro de 1997 (CONAMA, 1997) a qual “dispõe sobre a revisão e
complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento
ambiental”, em consonância com a Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL,
1981), “é determinado quais situações ou atividades dependerão de prévio
licenciamento do órgão ambiental competente”, conforme segue:

Art. 2º - A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e


operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como
os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental
competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
§ 1o – Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as
atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrantes desta Resolução.
(CONAMA, 1997, p. ?, grifo meu).

No Anexo 1 referido no § 1o supracitado, Aterro Sanitário está enquadrado no


Item 18 - Serviços de utilidade, como sendo “tratamento/e destinação de resíduos
sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas”, portanto, aterros
sanitários são considerados atividades que impactam o meio ambiente e, desta forma,
devem estar e ser legalmente licenciados.
35

A Resolução CONAMA n.o 1, de 23 de janeiro de 1986 (CONAMA, 1986), a


qual “dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto
ambiental”, define impacto ambiental em seu art. 1o como sendo:

Art. 1o – [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológi-


cas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente afetam:
I – a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II – as atividades sociais e econômicas;
III – a biota;
IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V – a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA, 1986, p. 2.548).

Considerando a importância da disposição adequada à saúde pública e ao meio


ambiente, como também as dificuldades que os municípios de pequeno porte
enfrentam para atendimento às exigências do processo de licenciamento ambiental,
em 2008 foi publicada a Resolução CONAMA n.o 404, de 11 de novembro de 2008
(CONAMA, 2008) a qual “estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento
ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos”, sendo
estabelecido em seu art. 4o condições, critérios e diretrizes mínimas necessárias,
conforme segue:

I – vias de acesso ao local com boas condições de tráfego ao longo de todo


o ano, mesmo no período de chuvas intensas;

II – respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação e normas


técnicas;

III – respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação ambiental


relativas a áreas de preservação permanente, Unidades de Conservação,
ecossistemas frágeis e recursos hídricos subterrâneos e superficiais;

IV – uso de áreas com características hidrogeológicas, geográficas e


geotécnicas adequadas ao uso pretendido, comprovadas por meio de
estudos específicos;

V – uso de áreas que atendam à Legislação Municipal de Uso e Ocupação


do Solo, desde que atendido o disposto no art. 5º e 10º da Resolução
CONAMA 237/97, com preferência daquelas antropizadas e com potencial
mínimo de incorporação à zona urbana da sede, distritos ou povoados e de
baixa valorização imobiliária;

VI - uso de áreas que garantam a implantação de empreendimento com vida


útil superior a 15 anos;

VII – impossibilidade de utilização de áreas consideradas de risco, como as


suscetíveis a erosões, salvo após a realização de intervenções técnicas
capazes de garantir a estabilidade do terreno;
36

IX – descrição da população beneficiada e caracterização qualitativa e


quantitativa dos resíduos a serem dispostos no aterro;

X – capacidade operacional proposta para o empreendimento;

XI – caracterização do local;

XII – métodos para a prevenção e minimização dos impactos ambientais;

[...]

XVIII – apresentação de plano de gestão integrada municipal ou regional de


resíduos sólidos urbanos ou de saneamento básico, quando existente, ou
compromisso de elaboração nos termos da Lei Federal 11.445/07.
(CONAMA, 2008, p. 93).

Conforme comentado no item 2.1.1 – Áreas de Conservação e Preservação


Ambiental do presente trabalho, a Resolução CONAMA n.o 428/2010 (CONAMA,
2010), “dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental, sobre a autorização do órgão
responsável pela administração da Unidade de Conservação, para empreendimentos
de significativo impacto ambiental que possam afetar UC específica ou sua ZA”.

No Estado de São Paulo, o licenciamento ambiental prévio de aterros sanitários


deve ser realizado com base em estudos ambientais (Estudo de Impacto Ambiental –
EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA ou Relatório Ambiental
Preliminar – RAP), definidos pelas Resoluções CONAMA no 1/1986 e no 237/1997
(CONAMA, 1986; CONAMA, 1997), Resolução SMA no 49, de 28 de maio de 2014
(SMA, 2014b) e Decisão de Diretoria n.o 153/2014/I, de 28 de maio de 2014 (CETESB,
2014a).

Em 2014 através da Decisão de Diretoria n.o 217/214/I (CETESB, 2014b) “foi


aprovado o Manual para elaboração de estudos para o licenciamento com avaliação
de impacto ambiental no âmbito da CETESB, o qual estabelece critérios e diretrizes
para a elaboração do RAP e do Termo de Referência do (EIA/RIMA)”. No item 4.12
do Manual (CETESB, 2014b) são apresentadas instruções sobre a caracterização do
empreendimento do tipo ‘Aterro Sanitário’, sendo necessário apresentar para o critério
locacional as seguintes informações:

Apresentar, em foto aérea ou imagem de satélite, na escala de 1:50.000 ou


maior, a localização do empreendimento contendo a delimitação da área
pretendida para implantação do aterro e o uso e ocupação do solo no entorno,
incluindo:

• Limites municipais;
• Áreas urbanas e de expansão urbana;
• Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI;
• Rede hídrica;
37

• Áreas ambientalmente protegidas (Unidades de Conservação e


Zonas de Amortecimento, Áreas Proteção de Mananciais,
Zoneamento Ecológico Econômico, áreas tombadas, comunidades
tradicionais etc.);
• Projetos colocalizados;
• Equipamentos de infraestrutura (portos, aeroportos, terminais
logísticos, linhas de transmissão de energia, dutovias etc.); e
• Malha rodoviária e ferroviária. (CETESB, 2014b, p. 83).

Em 2017 foi aprovada a Resolução SMA n.o 117, de 29 de setembro de 2017,


a qual estabelece condições para o licenciamento de aterros municipais no Estado de
São Paulo (SMA, 2017a), condicionando o licenciamento de aterros municipais à
existência do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

No caso de aterros em municípios de até 20.000 (vinte mil) habitantes, poderão


ser aceitos planos simplificados conforme art. 51 do Decreto Federal n.o 7.404/2010
(BRASIL, 2010a). De acordo com a CETESB (20--?b) o PMGIRS “poderá ser
substituído pelo respectivo Plano de Saneamento Básico, ou Plano Intermunicipal de
Resíduos Sólidos, desde que atendidas as condições estabelecidas na legislação
pertinente, em especial a Lei Federal n.o 12.305/2010 (BRASIL, 2010b)”.

No Estado de São Paulo, a CETESB licencia aterros sanitário, industrial e co-


disposição, do tipo por vala (trincheiras).

2.2 ASPECTOS NORMATIVOS


A Norma Brasileira – NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004) traz a definição e
classificação para resíduos sólidos15;sendo importante identificar o grupo dos
resíduos de interesse, por exemplo Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, não se pode
misturar com Resíduos de Serviço de Saúde – RSS sem um tratamento prévio deste,
uma vez que os RSU são não perigosos e os RSS são, possuindo assim normas e
legislação específica para cada tipo; para este estudo o grupo de interesse é o dos
resíduos sólidos urbanos Classe II – Não Perigosos (ver item 3.1).

Além da norma supracitada a Associação Brasileira de Normas Técnicas –


ABNT possui outras duas normas pertinentes a esse estudo, sendo elas:

15
Ver os itens 3 e 3.1 do presente trabalho.
38

• NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997) – “estabelece critérios técnicos e


condições mínimas exigíveis para projeto, implantação e operação de
aterros de resíduos não perigosos”; e
• NBR 15.849/2010 (ABNT, 2010) – “estabelece diretrizes para
localização, projeto, implantação, operação e encerramento, para
aterros sanitários de pequeno porte16 de RSU”.

Para o presente trabalho a norma técnica utilizada para nortear o estudo de


seleção de áreas para aterro sanitário, será a NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997), uma
vez que o município estudo de caso, Vargem Grande do Sul gera uma quantidade de
RSU superior a estabelecida para aterros sanitários de pequeno porte (ver item 5.1.3).

Com relação a proteção e preservação do Patrimônio Históricos e Culturais, em


2015 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, através da
Instrução Normativa n.o 1, de 25 de março de 2015 (IPHAN, 2015), “estabeleceu
procedimentos administrativos a serem observados pelo IPHAN nos processos de
licenciamento ambiental dos quais participe”.

Nota: Devido a dinâmica dos instrumentos técnicos e legais, para a aplicação da


metodologia proposta no presente trabalho, ressalta-se a necessidade de consultar
as normas e legislação pertinentes vigentes.

16
“Aterro sanitário para disposição no solo de RSU, de até no máximo 20 ton./dia”. (ABNT, 2010;
CONAMA, 2008).
39

3 RESÍDUOS SÓLIDOS
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, através da NBR
10.004/2004: Classificação - Resíduos Sólidos (ABNT, 2004) define resíduos sólidos
como sendo:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de


origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em
face à melhor tecnologia disponível. (ABNT, 2004, p. 1).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010b) em seu art. 3º, inciso
XVI define resíduos sólidos como:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades


humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010b, p. 3).

No Estado de São Paulo a Política Estadual de Resíduos Sólidos (SÃO PAULO,


2006b) define resíduos sólidos como: “materiais decorrentes de atividades humanas
em sociedade, e que se apresentam nos estados sólido ou semi-sólido, como líquidos
não passíveis de tratamento como efluentes, ou ainda os gases contidos”.
Devido a diversidade de tipologias de resíduos sólidos é necessário conhecer
as categorias/classificação dos resíduos, para assim auxiliar na identificação do
tratamento e da destinação adequada para o resíduo.

3.1 CLASSIFICAÇÃO
De acordo com o art. 13 da PNRS (BRASIL, 2010b) “os resíduos sólidos são
classificados quanto à origem e à periculosidade”, conforme segue:
I – quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em
residências urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários de varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas
alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
40

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e


instalações industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde,
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes
da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuá-
rias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas
atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos,
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa,
extração ou beneficiamento de minérios
II – quanto à periculosidade17:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenici-
dade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apre-
sentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de
acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Parágrafo Único: Respeitado o disposto no art. 20 (Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos), os resíduos sólidos referidos na alínea “d” do inciso I
do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua
natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares
pelo poder público municipal. (BRASIL, 2010b, p. 4).

No que se refere a periculosidade, a Norma Brasileira – NBR 10.004/2004,


classifica os resíduos sólidos em:
Classe I – Perigosos: Aqueles que apresentarem periculosidade ou umas
das seguintes características (inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade ou patogenicidade), o enquadramento para estas características
está prescrito na Norma.
Classe II – Não Perigosos: Aqueles que não se enquadram na Classe I, ou
seja, não apresentam risco a saúde pública e ao meio ambiente, e esta classe
é dividida em não inertes e inertes, conforme a seguir:
Classe II A – Não inertes: Aqueles que podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Classe II B – Inertes: Aqueles que submetidos a um contato e dinâmico com
água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente (teste de
solubilidade), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-
se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. (ABNT, 2004, p. 3).

Os Resíduos Sólidos de interesse para o presente trabalho são os Resíduos


Sólidos Urbanos – RSU, ou seja, “provenientes de residências, estabelecimentos
comerciais18, prestadores de serviços da varrição, de podas e da limpeza de vias,
logradouros públicos e sistemas de drenagem urbana, de Classe II – Não Perigosos”.

17
Consultar Glossário.

18
Em conformidade com o estabelecido no Parágrafo Único do Art. 13 da PNRS (BRASIL, 2010b).
41

3.2 MÉTODOS DE TRATAMENTO


Os métodos de tratamento existentes no Brasil são: Reciclagem,
Compostagem, Incineração e Unidade de Recuperação de Energia, os quais serão
abordados a seguir:
• Reciclagem: é o processo de reaproveitar materiais já beneficiados, em
matéria-prima alternativa para um novo produto. Diversos materiais podem ser
reciclados, sendo os exemplos mais comuns: papel, vidro, metal e plástico.
Algumas das principais vantagens deste método são a redução da utilização
de fontes naturais muitas vezes não renováveis e a minimização da quantidade
de resíduos que necessitam de destinação final, como aterramento ou
incineração.
• Compostagem: também conhecida como “reciclagem dos resíduos
orgânicos”, é o processo biológico de decomposição e transformação de restos
orgânicos como: restos de origem animal, sobras de frutas e legumes, podas
de jardim, serragem, etc.), em um adubo rico em nutrientes. Algumas das
principais vantagens deste método são o enriquecimento do solo para
agricultura, jardinagem ou reflorestamento e diminuição significativa do volume
do lixo19 a ser encaminhado ao aterro.
• Incineração: Processo que usa a combustão controlada para queimar os
resíduos, como lodos de estação de tratamento de esgoto, resíduos de serviço
de saúde etc., transformando-os em cinzas (rejeito homogêneo e inerte). De
acordo com Russo (2003, p.15) “as vantagens desse método estão na redução
dos volumes a depositar em aterros que pode chegar a 90%, e na eliminação
de resíduos patogênicos e tóxicos, etc”.
• Usina de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos Urbanos – URE:
De acordo com o art. 2º da Portaria Ministerial n.o 274, de 30 de abril de 2019
(BRASIL, 2019d), uma URE é “qualquer unidade dedicada ao tratamento
térmico de resíduos sólidos urbanos com recuperação de energia térmica
gerada pela combustão, com vistas à redução de volume e periculosidade,
preferencialmente associada à geração de energia térmica ou elétrica”.

19
No Brasil, “mais de 60% da massa total dos resíduos gerados pela população são classificados como
resíduos orgânicos”. (PIRES; FERRÃO, 2017, p. 1).
42

3.3 DISPOSIÇÃO FINAL


As formas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos e rejeitos,
existentes no Brasil20 são:
• Lixão ou Vazadouro: área onde ocorre a disposição direta no solo, não
havendo cobertura, controle de infiltração do chorume e percolado, ou seja,
sem medidas de proteção ambiental, portanto, podendo causar contaminação
do solo, das águas subterrâneas, superficiais e poluição do ar. Comumente há
presença de catadores e possibilidade de proliferação de vetores (aves, ratos
e insetos) de doenças.
• Aterro Controlado: é um “lixão maquiado”, a diferença entre este e o lixão,
está na utilização de recobrimento dos RSU e rejeitos com uma camada de
material inerte (normalmente solo), para o “controle” e minimização da
proliferação de vetores e mal cheio. Porém, o material é disposto diretamente
em contato solo, não havendo nenhuma barreira que impeça a contaminação
do solo, águas superficiais e subterrâneas.
• Aterro Sanitário: local de disposição final dos RSU e rejeitos ambientalmente
adequada, seu projeto prevê a impermeabilização da base e laterais do aterro,
compactação dos materiais destinado para o aterro, recobrimento diário com
uma camada de material inerte e dispõe de sistemas de captação e tratamento
dos gases e líquidos resultantes do processo de decomposição (chorume) e
percolado, protegendo o ar, o solo e o lençol freático. Além de contar com o
monitoramento geotécnico e ambiental. E há licenciamento ambiental.
• Aterro Sanitário Energético21: apresenta todas as características de um
aterro sanitário comum, porém, são projetados com finalidade de captação de
biogás para reaproveitamento como fonte de energia. Não é qualquer porte de
aterro sanitário que torna viável a recuperação energética dos gases
produzidos, uma vez que a produção é diretamente influenciada pela fração de

20
Nota: Apesar dos lixões e aterros controlados terem sido proibidos a nível nacional pela Lei 12.350/10
(BRASIL, 2010), os mesmos foram apresentados no corpo trabalho, pois estas formas inadequadas
de disposição final ainda é a realidade de muitos municípios no Brasil. Portanto, torna-se necessário
uma abordagem sobre o assunto, para uma melhor compreensão sobre os diferentes tipos de
disposição final existentes.
21
Aterro Sanitário Energético, além de ser uma forma de disposição final de resíduos sólidos, é também
considerado um método de tratamento (parcial), devido a captação do biogás para o
reaproveitamento como fonte de energia.
43

material orgânica do total dos resíduos, assim como na quantidade de resíduos


que o aterro recebe, conforme expressado por Russo (2003):
Se a escala do aterro for adequada, deposição de uma quantidade mínima
de cerca de 200 toneladas por dia, pode haver aproveitamento do biogás
produzido no aterro, designando-se então de aterro energético. Sem está
deposição mínima não é rentável o aproveitamento energético, e o biogás
terá que ser queimado em tocha com tempo de residência mínima de 0,3
segundos na câmara de combustão, a uma temperatura de pelo menos 850
ºC, para destruir e minimizar o efeito dos gases nocivos. (RUSSO, 2003, p.
15).

Como pode ser observado, os aterros sanitários energéticos, somente se


tornam viáveis quando há deposição mínima de 200 toneladas de resíduos por dia,
ou seja, recomendado para municípios de grande porte ou consórcio de municípios
que tenham essa demanda, devido a sua inviabilidade para municípios de pequeno e
médio porte, no presente trabalho será dado enfoque ao aterro sanitário comum,
conforme mostra a Figura 1.
Figura 1 – Corte da Seção Transversal de um Aterro Sanitário

Fonte: (VIANA, 2015, p. 8).

Os aterros são diferenciados basicamente pelas formas construtivas e


operacionais adotadas podendo ser acima ou abaixo da superfície a partir do nível
original do terreno ou em depressões.

Acima do nível original do terreno: "Há dois métodos para essa forma
construtiva (da rampa e da área), os quais consistem na formação de camadas de
RSU compactadas, sobrepostas acima da superfície do terreno, possuindo
geralmente configurações de ‘escada’ ou de ‘tronco de pirâmide’, também conhecidos
como do tipo ‘convencional’”. (CARMO JR., 2012).
44

• Método da Rampa: “também conhecido como método da escavação


progressiva, seu emprego é recomendado em áreas secas e planas
próximas a encostas ou em áreas planas onde o solo natural oferece
boas condições para ser escavado e utilizado como material de
cobertura. Os resíduos são descarregados junto à base de um desnível
já existente, sendo empurrados e compactados por um trator esteira”.
(CARMO JR., 2012). É necessário o recobrimento diário dos RSU com
uma camada de solo entre 15 a 30 cm, podendo ser necessário a
utilização de camadas mais espessas caso o solo utilizado tenha
percentual elevado de areia em sua composição granulométrica. Uma
das principais vantagens deste método é a economia no transporte de
material de cobertura de fora do sistema.
• Método da Área: “é uma técnica adequada para zonas baixas, onde
dificilmente o solo local pose ser utilizado como cobertura” (IBAM,
2005?, p. 56), sendo necessário retirar o material de cobertura (solo) de
jazidas, portanto, para a economia de transporte, estas devem estar
localizadas próximas ao aterro. No mais, os procedimentos são os
mesmos do método da rampa, com os RSU depositados em forma de
tronco piramidal.
Abaixo do nível original do terreno: “Pode-se aproveitar escavações já
existentes (aterros de depressões) ou preenchendo valas especialmente escavadas
para o recebimento de resíduos, conhecidas como valas ou trincheiras”. (CARMO JR.,
2012, p. 26).
✓ Método aterro de depressões: empregado em depressões naturais (ex.
vales), ou seja, regiões de topografia acidentada ou em depressões
artificiais (exemplo antigas pedreiras, cavas de mineração etc.).
Algumas das principais vantagens desse método são, o
reaproveitamento de antigos locais já alterados pelo homem (no caso de
depressões artificiais) e o fato de ser feito em depressões, não há
necessidade de escavações e movimentação de solo, levando a redução
de custos. No entanto há um aumento de custos em transporte pois não
existe disponibilidade de material de cobertura no local. O procedimento
de disposição desse método fundamenta-se na disposição dos RSU no
45

fundo, posteriormente compactando-os e recobrindo-os com camada de


solo também compactada.
✓ Método de valas ou trincheiras: empregado em terrenos planos ou pouco
inclinados, onde o lençol freático esteja situado a uma profundidade
maior em relação a superfície de forma que seja garantida uma “camada
natural de espessura mínima de 1,50 m (um metro e meio) de solo
insaturado entre a superfície inferior do aterro (base) e o mais alto nível
do lençol freático” (ABNT, 1997, p .3), além disso terrenos rochosos não
são indicados devido às dificuldades de escavação. Este método
“apresenta um custo relativamente alto, comparado aos demais
métodos, pois exige a escavação de grandes valas”. (CARMO JR., 2012,
p. 27). O procedimento de disposição deste método é o mesmo utilizado
no método aterro de depressões.
Pode ser observado nas Figuras 2 e 3 exemplares de aterros dos métodos
construtivos supracitados, conforme segue.
Figura 2 – Tipos construtivos de aterros acima do nível original do terreno

Fonte: 1 - Aterro de Biguacú – SC. (VIANA, 2015); 2 – Aterro sem identificação. (FEITEP, 2016).

Figura 3 – Tipos construtivos de aterros abaixo do nível original do terreno

Fonte: 3 - Aterro sem identificação. (VIANA, 2015); 4 - Aterro de Vargem Grande do Sul - SP. Acervo
do Jornal Gazeta de Vargem Grande.
46

3.4 PANORAMA NO BRASIL E NO ESTADO DE SÃO PAULO


3.4.1 Da disposição final dos RSU
De acordo com o documento “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil
2018/2019 elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais – ABRELPE” (ABRELPE, 2019), os dados revelam que em 2018,
foram geradas no Brasil 79 milhões de toneladas de RSU, sendo 92% deste montante,
ou seja, (72,7 milhões de toneladas) coletados, evidenciando que apesar de ter sido
coletado boa parcela dos resíduos gerados, ainda há uma quantidade considerável
(6,3 milhões de toneladas) que não foram recolhidos junto aos locais de geração.

“Do montante coletado apenas 59,5% (43,2 milhões de toneladas) receberam


a destinação adequada em aterros sanitários, o restante 40,5% (29,5 milhões de
toneladas) foram dispostos em locais inadequados como lixões ou aterros controlados
(23% e 17,5%, respectivamente)” (ABRELPE, 2019, p. 16).

Portanto, pode ser observado que a quantidade de toneladas de resíduos


sólidos que não foram destinados de forma ambientalmente adequada é a soma entre
os resíduos não coletados (6,3 milhões) e os resíduos coletados não dispostos em
aterros sanitários (29,5 milhões), ou seja, 35,8 milhões (45,3%) de todo o resíduo
sólido gerado no Brasil em 2018 foi disposto sem as medidas necessárias para a
proteção da saúde pública e do meio ambiente contra danos e degradações,
corroborando com o fato de que o Brasil tem um longo caminho a percorrer em relação
a saneamento ambiental. Na Tabela 1, é apresentado a evolução do panorama geral,
relacionando os municípios brasileiros e o tipo de disposição de resíduos sólidos nos
anos de 2000, 2017 e 2018, assim como, a representação por região no ano de 2018.

Tabela 1 – Relação de municípios por tipo de disposição final adotada

Brasil Brasil
Regiões e Brasil - 2018
2000 2017
Disposição Final22 Brasil
n.º
% % N NE CO SE S n.º
municípios %
municípios
Lixão 64 1.640 29 247 844 153 207 42 1.493 27
Aterro Controlado 18 1.742 31 110 496 152 641 109 1.508 27
Aterro Sanitário 14 2.218 40 93 454 162 820 1.040 2.569 46
BRASIL - 5.570 100 450 1.794 467 1.668 1.191 5.570 100
Fonte: Adaptado de (IBGE, 2002 e ABRELPE, 2019).

22
Nota: As informações da coluna “Brasil 2000”, foram arredondamentos dos valores extraídos da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2000 (IBGE, 2002), com observância de que 5% dos
municípios não informaram a destinação de seus resíduos no relatório.
47

Pode ser observado na Tabela 1, que em 2018, as Regiões Norte (N), Nordeste
(NE), Centro-Oeste (CO), Sudeste (SE) e Sul (S), apresentaram aproximadamente
79%, 75%, 65%, 50% e 13%, respectivamente, de seus municípios com disposição
inadequada, evidenciando que as regiões N, NE e CO são as regiões que mais
carecem, baseando-se apenas neste dado, porém, vale destacar a regiões NE e SE,
são as regiões com maior representatividade em número de municípios, portanto,
apesar da região SE apresentar “apenas” 50% de inadequabilidade, valor este
representado por 848 (oitocentos e quarenta e oito) municípios, o qual supera a soma
das regiões N e CO, portanto, é uma região que também necessita de uma atenção
especial, quanto a necessidade em realizar o estudo de seleção de áreas
ambientalmente adequadas para implantação de aterros sanitários; já a região NE, é
a que se encontra em situação mais precária, por possuir a maior representatividade
em número de municípios - 1.340 (mil trezentos e quarenta), que dispõem os RSU de
forma inadequada.

Com relação a evolução do panorama geral nacional, no período de 2000 a


2018, houve uma melhora significativa com relação aos municípios que passaram a
dispor de forma adequada (de 14% para 46%), porém, 54% dos municípios ainda
dispõem seus resíduos sólidos urbanos e rejeitos de forma inadequada (em lixões e
aterros controlados), mostrando que há muito a ser melhorado.

De acordo com Boscov (2008) “a evolução observada na disposição dos RSU


deve-se ao crescimento da consciência ambiental da população e à pressão dos
órgãos ambientais e agências financiadoras nacionais e internacionais”.

Na Tabela 2 é apresentado a quantidade de RSU que foi gerado e coletado


diariamente em 2018 no Brasil e suas regiões, assim como suas respectivas
populações e geração per capita.

Tabela 2 – RSU gerado e coletado diariamente no Brasil e por região – 2018


RSU Total
População (toneladas/dia) Geração per capita
Regiões
(habitantes) (kg/habitante/dia)
Gerado Coletado
Norte 18.182.253 16.073 13.069 0,884
Nordeste 56.760.780 53.975 43.763 0,951
Centro-Oeste 16.085.885 15.932 14.941 0,990
Sudeste 87.711.946 108,063 105.977 1,232
Sul 29.754.036 22.586 21.561 0,759
BRASIL 208.494.900 216.629 199.311 1,039
Fonte: Adaptado de (ABRELPE, 2019).
48

Pode ser observado na Tabela 2, que em 2018 no Brasil foram gerados 216.629
ton./dia, de RSU, com geração per capita de 1,039 kg/hab/dia, além de ser possível
constatar que a região Sudeste, possui a maior taxa de “lixo” coletado,
aproximadamente (98%), seguida das regiões Sul (95%), Centro-Oeste (94%) e
Norte/Nordeste (81%); como também é exposto que as regiões Sul e Sudeste são as
que menos e mais geram resíduos per capita, respectivamente.

Na Tabela 3 é mostrado a quantidade de RSU coletado e disposto diariamente


no Brasil e suas regiões, por tipologia de disposição final adotada.

Tabela 3 – RSU disposto diariamente por tipo de disposição final – 2018


RSU Total
Lixão Aterro Controlado Aterro Sanitário
Regiões (ton./dia)
Coletado Qtd. % Qtd. % Qtd. %
Norte 13.069 4.561 34,9 3.895 29,8 4.613 35,3
Nordeste 43.763 13.785 31,5 14.398 32,9 15.580 35,6
Centro-Oeste 14.941 3.406 22,8 5.364 35,9 6.717 41,3
Sudeste 105.977 10.704 10,1 18.228 17,2 77.045 72,7
Sul 21.561 2.393 11,1 3.946 18,3 15,222 70,6
BRASIL 199.311 34.849 - 45.831 - 119.177 -
Fonte: Adaptado de (ABRELPE, 2019).

De acordo com os dados expostos na Tabela 3, pode ser observado que a as


Regiões N, NE e CO possuem a maior parcela de seus RSU coletados diariamente e
destinados de forma inadequada, como também é possível constatar que, apesar da
região Sudeste possuir a maior porcentagem de RSU coletados, destinados de forma
ambientalmente adequada, em termos de quantidade de RSU a região SE é a que
mais descarta de forma inadequada, seguida das regiões NE, CO, N e S.

No Estado de São Paulo, “a CETESB por meio do Inventário Estadual de


Resíduos Sólidos Urbanos23 publica anualmente desde 1997, informações sobre as
condições ambientais e sanitárias de destinação final nos municípios paulistas”
(CETESB, 2020). A metodologia utilizada para a avaliação de cada local de disposição
é a atribuição de uma nota entre 0 e 10 denominada Índice de Qualidade de Aterro de
Resíduos – IQR, composta por diversas variáveis como localização, infraestrutura,
operação e outras informações, com seus respectivos pesos conforme pode ser
observado no Anexo D – Modelo de Planilha utilizada no cálculo do IQR. A avaliação
final das condições do local de disposição de RSU é em função do IQR, sendo

23
De 1997 a 2011, o documento era intitulado como Inventário Estadual de Resíduos Sólidos “Domici-
liares”, a partir de 2012 passou a ser Inventário Estadual de Resíduos Sólidos “Urbanos”.
49

“Condições Inadequadas (I)” para IQR igual ou inferior a 7,0 e “Condições Adequadas
(A)” para IQR igual ou superior a 7,1.

De acordo com CETESB (2020, p. 11), no Estado de São Paulo, “as


quantidades de resíduos gerados nos municípios foram estimadas com base na
população urbana de cada cidade e em índices estimativos de produção de resíduos
por habitante”, conforme é mostrado no Quadro 2.

Quadro 2 – Produção “per capita” de RSU em função da população urbana


POPULAÇÃO (hab) PRODUÇÃO (kg/hab.dia)
Até 25.000 0,7
De 25.001 a 100.000 0,8
De 100.001 a 500.000 0,9
Maior que 500.000 1,1
Fonte: CETESB (2020).

Segundo a Cetesb (2019) “para os municípios que são realizadas pesagens do


montante de RSU destinados ao tratamento e/ou disposição final, poderão ocorrer
diferenças nos índices por diversos fatores”, tais como:

“Tipo de atividade produtiva predominante no município, nível socioe-


conômico, sazonalidade de ocupação, existência de programas de coleta
seletiva e de ações governamentais que objetivam a conscientização da
população quanto à redução de geração de resíduos”. (CETESB, 2019, p.
23).

No Quadro 3, é apresentada a evolução temporal do enquadramento IQR dos


municípios do Estado de São Paulo no período de 2011 a 2019, e na Figura 4 é
apresentado o enquadramento dos municípios paulistas de acordo com seus
respectivos IQR obtidos nos anos de 2011 e 2019. É possível observar uma
considerável melhora nas condições dos locais de disposição dos RSU no Estado
nesse período. A CETESB (2019, p. 20) ressalta que “em virtude do dinamismo
operacional das instalações e das variações climáticas a que ficam expostas, não raro,
podem ser encontradas situações distintas nas avaliações, mesmo em inspeções
realizadas em datas próximas”.

Quadro 3 – Evolução do IQR no Estado de São Paulo


Ano 2011 2013 2015 2016
n.º n.º n.º n.º
Enquadramento % % % %
municípios municípios municípios municípios
Inadequado 153 23,7 29 4,5 41 6,4 38 5,9
Adequado 492 76,3 613 95,5 600 93,6 601 94,1
Total 645 100,0 642 (1) 100,0 641 (2) 100,0 639 (3) 100,0
continua
50

continuação
Ano 2017 2018 2019
n.º n.º n.º
Enquadramento % % %
municípios municípios municípios
Inadequado 25 3,9 28 4,4 29 4,5
Adequado 615 96,1 612 95,6 610 95,5
Total 640 (4) 100,0 640 (5) 100,0 639 (6) 100,0
Nota: (1), (2), (3), (4), (5) e (6), não foram considerados os municípios que dispõem em outros Estados.
(1) Bananal, Igarapava e Ituverava.
(2) Arapeí, Bananal, Igarapava e Ituverava.
(3) Arapeí, Bananal, Igarapava, Ituverava, Ribeira e São José do Barreiro.
(4) Arapeí, Bananal, Igarapava, Buritizal e Casa Branca.
(5) Arapeí, Bananal, Igarapava, Casa Branca e Ribeira.
(6) Arapeí, Bananal, Buritizal, Ribeira, Castilho e Ouroeste.

Fonte: Adaptado de (CETESB, 2019; CETESB, 2020; SIMA/CPLA, 2020).

Figura 4 – IQR dos municípios paulistas (2011 e 2019)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de (CETESB, 2019; CETESB, 2020; SIMA/CPLA, 2020).

Segundo o Relatório de Qualidade Ambiental – 2019 (SIMA/CPLA, 2019) “o


Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos 2018 (CETESB, 2019), aponta
algumas alterações das condições operacionais de disposição final de resíduos
sólidos devido a diversos aspectos, tais como:”

• “o esgotamento das áreas de disposição de resíduos sólidos urbanos e


a dificuldade de seleção de novas áreas em decorrência das restrições
técnicas, locacionais e legais incidentes;
• as dificuldades de implantação de políticas de redução, reutilização e
reciclagem; e
• a dificuldade financeira enfrentada, agravada pela crise econômica e
pela diminuição na arrecadação, que repercutem diretamente na
disponibilidade de recursos para a operação dos aterros”.

Além do IQR, no Estado de São Paulo, a Coordenadoria de Planejamento


Ambiental da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA desenvolveu o
51

Índice de Gestão de Resíduos Sólidos – IGR para avaliar a gestão de resíduos sólidos
no Estado, o qual “busca identificar as fragilidades e auxiliar no desenvolvimento de
políticas públicas voltadas à melhoria dessa gestão, tanto para os municípios quanto
para o estado” (SIMA/CPLA, 2020).

Atualmente o cálculo o IGR é composto por três índices (SIMA/CPLA, 2020),


conforme apresentado na equação 1:

IGR = (0,6 ∗ IQG) + (0,35 ∗ IQR) + (0,05 ∗ IQC)

(Equação 1)

Onde:

IQG – Índice de Qualidade de Gestão de Resíduos, calculado anualmente pela CPLA,


por meio de um questionário respondido, facultativamente, pelos gestores
municipais;
IQR – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR), calculado e divulgado anual-
mente no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos pela CETESB;
IQC – Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem, calculado e divulgado anual-
mente no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos pela CETESB.
A avaliação final da categoria do município em relação a gestão de resíduos
sólidos, é em função do IGR, sendo ‘Ineficiente’ para IGR igual ou inferior a 6,0 e
‘Mediana’ para IGR superior a 6,0, e inferior ou igual a 8,0, e ‘Eficiente’ para IGR
superior a 8,0, até 10,0. A categoria do IGR dos municípios paulistas em 2019, é
apresentada abaixo na Figura 5.

Figura 5 – Categoria do IGR dos municípios paulistas – 2019

Fonte: Adaptado de SIMA/CLPA (2020).


52 

No Brasil há muito a se fazer em relação a saneamento ambiental, pois na


atualidade ainda persiste a existência de aterros controlados e “lixões”, que segundo
Brollo (2001, p. 7) “se misturam resíduos domiciliares, industriais, de serviços de
saúde, estando disseminados na maioria das regiões do país e em municípios de
todos os portes”. E não raro, os lixões são encontrados em locais de alto impacto
sanitário e ambiental, conforme corroborado por Brollo (2001), conforme segue:

Em geral os lixões são encontrados em locais totalmente inadequados, tais


como: margens de rios, interior de boçorocas, áreas de proteção de
mananciais entre outros, implicando num enorme potencial de degradação e
contaminação ambiental. Tal fato evidencia a importância de estudos e ações
voltadas à correta disposição de resíduos, o que inclui a seleção de áreas
mais adequadas para esta finalidade, em que sejam consideradas as
fragilidades do meio físico. (BROLLO, 2001, p. 7).

3.4.2 Dos municípios com PMGIRS


De acordo com o levantamento realizado pelo Ministério do Meio Ambiente –
MMA, divulgado no Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos
Sólidos – SINIR, referente ao ano de 2017 (BRASIL, 2018b), apenas 54,8% dos
municípios possuem Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos, ou seja, cerca de 2.518 municípios (45,2%) carecem do plano, conforme pode
ser observado no Quadro 4.

Quadro 4 – N.o de municípios sem PMGIRS no Brasil e por Região – 2017

Região Brasil
Informação N NE CO SE S Sem
Sem Sem Sem Sem Sem Total
Total Total Total Total Total Plano
plano plano plano plano plano
n.o
206 450 1.143 1.794 194 467 724 1.668 251 1.191 2.518 5.570
municípios
% 45,78 63,71 41,54 43,41 21,07 45,21
Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2018b e ABRELPE, 2019).

De acordo com as informações apresentadas no Quadro 4, pode-se verificar


ordem decrescente das as regiões que possuem maior percentual de municípios que
carecem de um Plano é: Nordeste, Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Sul; como
também, que as regiões Nordeste e Sudeste, possuem a maior representatividade,
com relação a municípios sem um PMGIRS.

“Na esfera estadual os melhores índices de municípios que possuem PMGIRS


são do Mato Grosso do Sul (84,1%) e do Paraná (83,1%), e os piores são do Piauí
(17,4%) e da Bahia (22,1%). Estados de peso, em termos de população, como o Rio
53

de Janeiro (43,5%) e Minas Gerais (43,7%), situam-se abaixo da média nacional”.


(BRASIL, 2018b).

No Estado de São Paulo, segundo dados publicados pela Secretaria de


Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado – SIMA (SIMA, [201-?]), em 2012, apenas
132 (cento e trinta e dois), ou seja, (20%) dos municípios paulistas haviam elaborado
o Plano; em 2014, este número saltou para 360 (trezentos e sessenta), representando
(56%) dos municípios. Em 2018, de acordo com as informações do Plano de Resíduos
Sólidos do Estado de São Paulo (SIMA, 2020) pode ser observado que entre 2014 e
2018 houve um aumento de (13%) dos municípios com PMGIRS, ou seja, (69%)
representado por 446 (quatrocentos e quarenta e seis) municípios paulistas, conforme
pode ser observado na Figura 6.

Figura 6 – Municípios com PMGIRS no Estado de São Paulo – 2018

Fonte: Adaptado de SIMA (2020).


54

4 MÉTODO APLICADO
No presente item será abordado o método aplicado para a seleção de áreas
para aterro sanitário, dissertando sobre os critérios pertinentes a serem analisados,
geoprocessamento e análise aplicada para suporte a decisão.

4.1 SELEÇÃO DE ÁREAS PARA ATERRO SANITÁRIO


Para a seleção de locais para implantação de aterros sanitários é necessário a
compatibilidade do local do futuro empreendimento com a legislação incidente seja
ela Municipal, Estadual e Federal, em especial as necessidades referentes às áreas
de interesse ambiental, mapeando as restrições em relação à ocupação. É
fundamental observar algumas condicionantes legais, sendo estas de caráter
impeditivo ou orientativo, tais como: proteção e conservação da biodiversidade,
proteção dos recursos hídricos, proteção de áreas indígenas ou ocupadas por
populações tradicionais, presença de patrimônio espeleológico, histórico,
arqueológico, cultural e turístico e segurança aeroviária, zoneamento ambiental, Plano
Diretor, uso e ocupação do solo, etc.

As Normas Brasileiras n.os 13.896/1997 e 15.849/2010 (ABNT, 1997; ABNT,


2010), prescrevem, corroborados por Boscov (2008) e Silva (2011), que o “local para
implantação de um aterro de resíduos não perigosos deve ser tal que:

• minimize a possibilidade de existência de impactos ambientais negativos


aos meios físico, biótico e antrópico;
• garanta a segurança estrutural e ambiental do depósito ao longo do
tempo;
• minimize a complexidade técnica para viabilização do aterro;
• minimize os custos envolvidos;
• esteja de acordo com o zoneamento da região; e
• maximize a aceitação pública ao encontro dos interesses da
comunidade”.

De acordo com Brollo (2001, p. 37), “a escolha de locais adequados é um longo


processo, envolvendo diversas considerações sobre os aspectos sociais, econômicos,
55

políticos e ambientais, devendo ter por premissas a minimização do risco à saúde e


impacto ambiental”.

As características do meio físico para a escolha da área, é de suma


importância, pois feita a escolha adequada, significará menores gastos com preparo,
operação e encerramento do aterro, além de significar menores riscos à saúde pública
e ao meio ambiente, como contaminação do solo, águas superficiais e subterrâneas,
além de que “a prefeitura estará se prevenindo de eventuais transtornos decorrente
de oposição popular”. (MELO, 2001, p. 30).

Segundo Rocca (2014) e Boscov (2008) “dentre as características favoráveis


de uma área para implantação de aterro sanitário estão a baixa densidade
populacional em seu entorno, a distância de corpos hídricos, o baixo custo do terreno,
a proximidade a vias de acesso, o baixo potencial de contaminação das águas
superficiais e subterrâneas e um subsolo com alto teor de argila ou pouco permeável
em região não sísmica, não pantanosa e não sujeita a enchentes, com nível de água
subterrâneo profundo e sem aquífero de água potável subjacente”.

De acordo com o Termo de Referência Técnico para a ‘Execução dos Estudos


Ambientais Preliminares, Elaboração do Projeto Básico e Executivo Completo do
Aterro Sanitário’, (BRASIL, 2011), “a escolha deve ser cuidadosa e atender aos
critérios estipulados por legislações, normas técnicas e resoluções do Conselho
Nacional e Estadual do Meio Ambiente – CONAMA e CONSEMA, respectivamente”.
Portanto, as áreas mais aptas para a implantação de um aterro sanitário, serão
aquelas que estiverem isentas de restrições legais do uso do solo, e atenderem o
maior número de critérios técnicos relacionados, “bem como outros critérios (técnicos
ou não), impostos por cada realidade específica” (BRASIL, 2011).

4.1.1 Critérios ambientais


a. Pedológicos e Geológicos
Os dados pedológicos são informações sobre as características e distribuição
do solo na região, o que auxilia na avaliação da susceptibilidade de ocorrência de
processos erosivos como sulcos, ravinas, boçorocas/voçorocas, como também na
identificação do tipo de solo mais indicado para material de empréstimo, e os dados
geológicos são, “informações sobre as características, distribuição e ocorrência de
56

materiais que compõe o substrato dos terrenos e das principais feições estruturais
(foliação, falhas e fraturas), onde está incluso o tipo e a posição das fronteiras
geológicas” (MELO, 2001, p. 32), sendo estas feições estruturais locais vulneráveis à
contaminação de aquíferos.
A NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997) alerta sobre “a importância na identificação
do tipo de solo, visto que é o responsável pela capacidade de depuração e da
velocidade de infiltração”, sendo desejável a existência, no local, de “solos
naturalmente pouco permeáveis como (solos argilosos, argilo-arenosos ou argilo-
siltosos)” (ABNT, 2010), “com coeficiente de permeabilidade24 inferior a 10-6 cm/s e
uma zona não saturada com espessura superior a 1,5 m (um metro e meio)” (ABNT,
1997).
O Termo de Referência Técnico (BRASIL, 2011), chama atenção quanto à
questão locacional, em regiões predominantemente calcárias, conforme pode ser
observado a seguir:

Regiões predominantemente calcárias (cársticas) ocorrem ordinariamente


fissuras e cavidades no subsolo – por vezes de grandes dimensões, tanto
transversais quanto longitudinais, descontinuidades essas por onde
facilmente os gases gerados nos aterros de RSU podem migrar por longas
distâncias e, eventualmente, acumular-se. Esse fenômeno pode transformar-
se na origem potencial de acidentes graves (incêndios, explosões). Em
função disso, os projetos de aterros sanitários que devam, inevitavelmente,
ser implantados nessas regiões deverão ser baseados em um estudo
geotécnico muito rigoroso do subsolo da gleba escolhida. (BRASIL, 2011, p.
12).

b. Hidrológicos e Hidrogeológicos (Recursos Hídricos)


As informações referentes aos dados hidrológicos e hidrogeológicos, adotadas
no presente trabalho são as descritas por Melo (2001), conforme segue:

Dados hidrológicos - são as informações sobre os principais mananciais,


bacias e corpos de água de interesse ao abastecimento público (âmbito local
e regional), bem como informações sobre áreas de proteção de manancial
[...].
Dados hidrogeológicos - são as informações sobre o comportamento natu-
ral da dinâmica e química das águas subterrâneas e superficiais. Deve ser
feito o levantamento da posição do lençol freático e das zonas de recarga das
águas subterrâneas e a verificação das zonas de estratificação da
subsuperfície. Em geral, quanto mais profundo for o lençol freático, teórica-
mente mais protegido estará o aquífero, uma vez que maior será a zona
aeróbia do solo, a qual é importante para a atenuação dos poluentes. (MELO,
2001, p. 31-32, grifo meu).

24
“Coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica, é um parâmetro que mede a facilidade
de percolação da água em um meio poroso”.
57

Considerando a Lei n.o 9.433, de 08 de janeiro de 1997 – Política Nacional de


Recursos Hídricos (BRASIL, 1997) e a Lei Estadual n.o 7.663, de 30 de dezembro de
1991 – Política Estadual de Recursos Hídricos (SÃO PAULO, 1991) aponta o Plano
de Bacia Estadual e dos Comitês de Bacias Hidrográficas – CBHs o instrumento de
planejamento e subsídio para os Planos, Programas e Projetos para disciplinamento
para os setores públicos e privados.
A NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997), estabelece que “deve ser avaliada a
possível influência do aterro na qualidade e no uso das águas superficiais e
subterrâneas próximas”, e recomenda que:
- O aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200m de qualquer
coleção hídrica ou curso de água. [...]
- O aterro não deve ser executado em áreas sujeitas a inundações, em perío-
dos de recorrência e 100 anos.
- Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve
haver uma camada natural de espessura mínima de 1,50m de solo
insaturado. O nível do lençol freático deve ser medido durante a época de
maior precipitação pluviométrica da região. (ABNT, 1997, p. 3, grifo meu).

c. Fauna e Flora

A NBR 13.896/97 (ABNT, 1997) alerta sobre a importância de um “estudo


macroscópico da flora, uma vez que ela pode atuar favoravelmente na escolha de uma
área quanto aos aspectos de redução do fenômeno de erosão, da formação de poeira
e transporte de odores”, Melo (2001, p. 33) ressalta que “o local escolhido não deve
causar sérios danos ao ambiente, pois tanto a flora quanto fauna devem ser
analisadas e respeitadas de forma que o empreendimento tenha seus impactos
negativos minimizados”.

De acordo com ReCESA (2008. p. 44), “neste estudo, as áreas serão avaliadas
sob o enfoque do meio biológico, destacando-se a existência de espécies indicadores
da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de
extinção, e ainda áreas de preservação ambiental”.

d. Climáticos
De acordo com Melo (2001, p. 33) dados climáticos são “informações sobre o
regime de chuvas e precipitação volumétrica (série histórica), incidência solar,
evaporação e evapotranspiração, umidade do ar, intensidade e direção predominante
dos ventos”. Esses dados são importantes, pois interferem diretamente no volume de
percolado e chorume gerado no aterro, uma maior precipitação, umidade etc., maior
58

será o volume de efluentes gerado e a serem tratados. Em relação a direção


predominante dos ventos, esta deve ser, a princípio, contrária aos núcleos urbanos, a
fim de evitar incômodos causados pela incidência de odores desagradáveis.

4.1.2 Critérios de uso e ocupação do solo


a. Legislação e Normas

São as informações de caráter impeditivo ou orientativo ao uso do solo


estabelecidas pelas leis ambientais, de uso e ocupação etc., de âmbito federal,
estadual e municipal e normas, conforme exposto no item 2 do presente trabalho.
Portanto, para a escolha de áreas para implantação de aterros sanitários é necessária
a verificação da existência de áreas de conservação, preservação ambiental, proteção
dos mananciais ou especial interesse paisagístico, ou indígenas ou ocupadas por
populações tradicionais, aeródromos, ou que abriguem patrimônios de interesse
espeleológico, histórico, arqueológico, artístico e/ou turístico, ou de áreas sensíveis
etc., no entorno imediato da gleba, ou distâncias inferiores as determinadas por Lei
específica ou recomendadas por Norma específica, em situações tais que, não as
tornem passíveis de serem direta ou indiretamente afetadas pela instalação e pelo
funcionamento do aterro.

A NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997) define áreas sensíveis como sendo as


“áreas de recarga de aquíferos, áreas de proteção de mananciais, mangues e habitat
de espécies protegidas, áreas de preservação permanente conforme declaradas pelo
Código Florestal, ou Áreas de Proteção Ambiental – APAs”. Sendo estas, áreas não
aptas à instalação de aterros sanitários. Além de orientar que só podem ser
construídos em áreas que estejam em conformidade com a legislação local de uso do
solo.

É de suma importância que seja analisada a legislação municipal visto que é


possível haver leis mais rigorosas e restritivas (leia-se em prol do meio ambiente), que
as da esfera estadual e/ou federal, sendo elas: Plano Diretor do Município, Lei de
Zoneamento e de Uso e Ocupação do Solo, Leis de Proteção ao Meio Ambiente e
Mananciais (se houver) entre outras regionais, até mesmo, Plano de Bacia
Hidrográfica Estadual ou Regional.
59

Silva (2011) recomenda que se deve observar no Plano Diretor o zoneamento


conforme segue:

Zoneamento urbano: o critério de zoneamento urbano se preocupa em


estabelecer normas de uso e ocupação da macrozona de uma cidade, fixando
as diversas áreas para o exercício das funções urbanas elementares. Define
o lugar para todos os usos essenciais do solo e dos edifícios na comunidade
e indica, portanto, a possibilidade de implantação de um aterro sanitário em
determinada área.
Zoneamento ambiental: o objetivo do zoneamento ambiental é controlar a
utilização do solo e definir as atividades nele permitido. Assim, conhecer as
leis de zoneamento ambiental do município em questão é fundamental para
saber se a área desejada está legalmente permitida para esse uso e,
portanto, livre de restrições ambientais. (SILVA, 2011, p. 34).

b. Distância de núcleos populacionais

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da NBR 13.896/1997


(ABNT, 1997) recomenda que “a distância do limite da área útil do aterro a núcleos
populacionais seja superior a 500 m (quinhentos metros)”, e segundo Melo (2001) e
Brasil (2011), “afim de não provocar incômodos aos moradores, tais como odores,
fumaça, poeira, presença de vetores e outros inconvenientes, recomenda-se uma
distância mínima de segurança de 2 km (dois quilômetros) entre a gleba do aterro e o
limite da zona urbana, tanto no que se refere à sede municipal quanto aos distritos e
povoados”.

Segundo Felicori et al. (2016) para este critério, “as áreas localizadas a uma
distância entre 2.000m (dois mil metros) e 8.000m (oito mil metros) dos núcleos
urbanos são as de melhor aptidão”. “A distância máxima desejável em relação à região
mais populosa da cidade, tendo em vista o custo do transporte dos RSU gerados (em
maior quantidade nessa região), deverá ser sempre que possível inferior a 10km (dez
quilômetros)” (BRASIL, 2011; Felicori et al., 2016).

c. Titulação da área ou Valor venal das terras

De acordo com Massunari (2000, p. 21) “a titulação da área reflete o impacto


sobre os proprietários das áreas, bem como o grau de ‘facilidade’ no processo de
desapropriação, pois propriedades pertencentes à municipalidade ou instituições
públicas o processo é bastante facilitado”, portanto, recomenda-se obter informações
referentes ao valor venal das terras, ou seja, “sobre os custos de desapropriação, caso
a área não seja de propriedade pública” (MELO, 2001, p. 34), sendo necessário
considerar um investimento inicial para a aquisição da área.
60

4.1.3 Critérios operacionais


a. Topográficos ou Geomorfológicos
Os dados topográficos são informações sobre a geomorfologia e as
características do relevo como (colinas, encostas, talvegues, etc.) e sobre a
declividade do terreno. Melo (2001) descreve sobre a relevância dos dados
topográficos para a seleção do local, conforme segue:

É um dos fatores mais relevantes na seleção de um local pois há uma relação


muito grande entre o relevo e a ampliação dos problemas ambientais. Sendo
assim, o terreno deve ter uma conformação e topografia compatíveis, onde
locais de baixa declividade são preferenciais a fim de minimizar o escoamento
de águas superficiais para o aterro e a ocorrência de uma elevação ou
desnível natural, com o objetivo de facilitar a construção das células do lixo.
(MELO, 2001, p. 31).

Como também, “são fatores determinantes na escolha do método construtivo e


nas obras de terraplenagem para a construção da instalação”. (ABNT, 1997, p. 3).

Segundo Engecorps e Maubertc (2014, p.12) “o estudo geomorfológico é muito


importante, pois este permite um melhor entendimento da dinâmica das bacias de
drenagem e de aspectos importantes, tais como: susceptibilidade a processos
erosivos, características do lençol freático”, auxiliando na identificação de possíveis
locais com perigo de inundação ou de deslizamentos do terreno.

De acordo com a NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997) é recomendada a escolha


de locais com declividade entre 1% a 30%, e segundo Weber e Hasenack (2000)
“quanto menor for a declividade de um terreno mais apta ela será para a implantação
de um aterro”, conforme mostrado a seguir:

Considera-se que baixas declividades favorecem as operações de


movimentação de resíduos e solos, além de oferecer condições menos
críticas para os sistemas de drenagem. Quanto menor for a declividade da
área em análise, mas apta ela será para a implantação de um aterro sanitário.
(WEBER e HASENACK, 2000, p. 6).

b. Espessura do Solo e Jazidas de Empréstimo

A relevância do critério de espessura do solo, se deve ao fato de estar


diretamente ligado a disponibilidade de material de cobertura, interferindo na
implantação, operação do empreendimento, assim como nos custos relacionados,
portanto, recomenda-se que ao local tenha disponibilidade de material para confecção
de camadas de cobertura, ou que possua jazidas de empréstimos próximas, com
material suficiente para suprir a demanda durante toda a vida útil do aterro. Melo
61

(2001) complementa recomendando a composição para o material de cobertura,


conforme mostrado a seguir:

A proximidade de jazidas de terra é muito aconselhável, a fim de que haja


sempre abundância de material de cobertura. O material de cobertura
indicado é aquele cuja composição apresenta 50% a 60% de areia e o
restante uma mistura equilibrada entre silte e argila. Em geral, são
necessários aproximadamente 1 m3 de terra para 6 toneladas de lixo. (MELO,
2001, p. 32).

c. Acessos

Fator de evidente importância, uma vez que são utilizados durante toda vida
útil do aterro, diretamente ligado ao custos operacionais, sendo necessário, portanto,
avaliar a distância entre o(s) centro(s) gerador(es) e o local do aterro, assim como,
qualidade das vias de acesso, para não inviabilizar o empreendimento ao Município,
pois maiores distâncias acarretam em maior gasto com combustível, tempo de
utilização dos equipamentos, etc., e a má condição das vias de acessos, acarretam
em maior desgaste dos equipamentos, consequentemente gastos com reparos, como
também dificuldades em destinar os rejeitos ao aterro em épocas chuvosas. Portanto,
recomenda-se a análise das vias do município, dando preferência às vias que
possibilitem o franco acesso dos veículos coletores à mesma com carga plena, mesmo
na estação chuvosa.

De acordo com Silva (2011), deve-se observar os aspectos topográficos e de


relevo ao avaliar as condições das vias de acesso, conforme segue:

[...] devem-se avaliar as condições das vias de acesso, observando os


aspectos topográficos e de relevo, pois estes podem dificultar o acesso e a
operação dos caminhões de lixo e tratores de esteira responsáveis pela
compactação do lixo. A garantia de que os acessos e pátios de manobra terão
permanente condição de tráfego, quer seja em época de estiagem ou de
elevada pluviosidade, são muito importantes para garantir a operação do
aterro, logo os seguintes itens devem ser observados:
- integração à malha viária;
- condições de trafegabilidade da via;
- necessidade de melhoramentos no sistema viário;
- existência ou não de pavimentação; e
- condições de relevo. (SILVA, 2011, p. 35).

Silva (2011) e Felicori et al. (2016), “recomendam um distanciamento mínimo


de 100 m (cem metros) entre os eixos das vias e a área do empreendimento, devido
a possibilidade de ocorrer problemas de tráfego, ocasionado pela circulação de
62

veículos coletores de resíduos etc., além de comumente ocorrer desprendimento de


resíduos como sacolas plásticas, papéis etc., podendo vir a atrapalhar o bom fluxo
das vias. Como também recomendam, para este critério, que as áreas mais
adequadas são as localizadas a distancias entre 1.000 m (mil metros) a 2.000 m (dois
mil metros), por não estarem tão próximas das vias a ponto de atrapalhar o plexo fluxo
e afastadas o suficiente para não inviabilizar a operação”

d. Área Disponível e Vida Útil

Estes fatores estão inter-relacionados, a NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997)


recomenda “a construção de aterros com vida útil mínima de 10 anos”, de acordo com
Silva (2011, p. 36) “para previsão desse período, consideram-se as dimensões da
área sujeita a implantação do aterro, suas características topográficas, a geração de
resíduos e o crescimento populacional”.

A Resolução CONAMA n.o 404/08 (CONAMA, 2008), determina que “no


licenciamento ambiental para os aterros sanitários de pequeno porte, ou seja, aqueles
com disposição de até 20 ton./dia de RSU, será exigido o uso de áreas que garantam
a implantação de empreendimentos com vida útil superior a 15 anos”.

Como a vida útil do aterro está associada à máxima capacidade de recebimento


de RSU, a triagem e a destinação adequada dos resíduos aproveitáveis para
compostagem, reciclagem etc., auxiliará para o aumento do período de operação do
empreendimento.

O Termo de Referência Técnico (BRASIL, 2011, p. 11 e 22) estabelece uma


estimativa das extensões superficiais mínimas de glebas destinadas à implantação de
aterros sanitários, de acordo com a faixa populacional a ser beneficiada por ele,
conforme apresentada na Tabela 4.

Tabela 4 – Área mínima recomendável para a implantação de aterro sanitário


Área Mínima Área Mínima
População População
Recomendável Recomendável
(hab.) (hab.)
(ha) (ha)
até 2.000 1,0 100.001 – 150.000 25,0
2.000 – 5.000 2,0 150.001 – 250.000 35,0
5.001 – 10.000 4,0 250.001 – 500.000 55,0
10.001 – 20.000 6,0 500.001 – 750.000 95,0
20.001 – 50.000 10,0 750.001 – 1.000.000 115,0
50.001 – 100.000 20,0 1.000.001 – 1.500.000 192,0
Fonte: Adaptado de (BRASIL, 2011).
63

4.2 GEOPROCESSAMENTO E SUPORTE À DECISÃO


Silva (2009) define geoprocessamento como sendo:

[...] um conjunto de conceitos, métodos e técnicas que, atuando sobre bases


de dados georreferenciados, por computação eletrônica, propicia a geração
de análises e sínteses que consideram, conjuntamente, as propriedades
intrínsecas e geotopológicas dos eventos e entidades identificados, criando
informação relevante para apoio à decisão quanto aos recursos
ambientais. (SILVA, 2009, p. 42, grifo meu).

De acordo com Bossle (2016, p. 23) “[...] o geoprocessamento envolve um


conjunto de técnicas que utiliza elementos de cartografia, sensoriamento remoto,
GPS (Global Positioning System) e programas computacionais de SIG25 (Sistema de
Informações Geográficas)”, sendo estes elementos descritos pelo autor supracitado,
conforme segue:

Cartografia: representa a arte de grafar uma carta ou mapa, descrevendo


uma região geográfica. Resumidamente, trata de representar no papel (plano)
o desenho de um espaço geográfico, ou seja, criar um mapa.
Sensoriamento remoto: consiste basicamente em um conjunto de técnicas
que possibilita a captação de imagens, por sensores presentes em satélites
ou outros veículos espaciais, oriundas de reflexão da luz sobre (ou por
radiação eletromagnética de) objetos localizados na superfície terrestre. O
objetivo final é produzir imagens da superfície da Terra que, por sua vez, tem
inúmeras aplicações em geoprocessamento.
GPS26: Sistema de Posicionamento Global (GPS em inglês) é em síntese, um
conjunto de transmissores que emitem micro-ondas as quais são captadas
por aparelhos receptores situados na superfície da Terra. O que se chama
GPS é, na verdade, um sistema adotado pelo Departamento de Defesa dos
Estados Unidos e que consiste de um conjunto de 24 satélites que circundam
a terra a uma altitude de 20.200 quilômetros duas vezes em 24 horas.
SIG: são programas de computador destinados a trabalhar matematicamente
as informações geográficas e alfanuméricas para gerar informações
baseadas em algoritmos pré-definidos. Com isso, é possível realizar análises
variadas e obter resultados que possibilitem a tomada de decisões.
(BOSSLE, 2016, p. 23-24, grifo meu).

“As Geotecnologias são um conjunto de tecnologias (hardware e software)


utilizadas para realizar a coleta, o processamento, a análise e a disponibilização de
informações com referência geográfica de uma determinada localidade”.
(SANTIAGO&CINTRA, 2017), estando dentre elas a topografia e geodésia, GPS,
SIGs, sensoriamento remoto por satélites, fotogrametria etc.

25
Nota: É comumente encontrado na literatura o uso da sigla SIG em inglês (GIS - Geographic Informa-
tion System).
26
Além do GPS, há o GLONASS sistema similar em funcionamento de origem russa, Galileo (da União
Europeia) e o Compass (da China) que está em fase de implantação. (BOSSLE, 2016, p. 24).
64

4.2.1 Análise multicriterial


De acordo com Amaral e Lana (2017, p. 371) a análise multicriterial ou de
multicritérios “é uma técnica que surgiu na década de 1960, sendo utilizada para
auxiliar na tomada de decisões. É empregada como instrumento de estudo que
verifica, a partir de distintos critérios selecionados, os diferentes cenários e potenciais
resultados”. Segundo Campos e Cazarini (2010, p. 3) estes critérios são utilizados
como “parâmetros de avaliação na seleção de uma alternativa diante de um conjunto
de opções, permitindo compará-las. Além disso, podem abranger diferentes aspectos,
tais como físicos, biológicos, socioculturais e econômicos, entre outros”.
“A integração de SIGs e de métodos de decisão multicritério ou Multicriteria
Decision Analysis - MCDA vêm proporcionando inúmeros benefícios para a resolução
de problemas de planejamento e gerenciamento do mundo real”. (ZAMBON et al.,
2005, p. 183). “Nesse contexto, a integração de SIGs e do método multicriterial é uma
das ferramentas mais difundidas no apoio à tomada de decisão e apresenta um
enorme potencial para a análise da aptidão de áreas adequadas para implantação de
aterro sanitário”. (SCHMIDT, 2016, p. 55).
A modelagem do mundo real pode ser particionada em diversos critérios e/ou
fatores que compõem esse mesmo mundo real, conforme pode ser observado na
Figura 7.
Figura 7 – Partição do mundo real por critérios

Fonte: Adaptado de (PAIVA, 2018).

Segundo Gomes, Gomes e Almeida (2002 apud SCHMIDT, 2016, p. 54) “dentre
as aplicações dos diferentes métodos de MCDA, utilizam como ferramenta a matriz
65

de decisão e são seguidos três passos para o auxílio à decisão, a determinação dos
critérios e alternativas, bem como a atribuição de pesos e síntese dos resultados”.

De acordo com Calijuri (2000 apud CALIJURI, MELO E LORENTZ, 2002) “os
critérios podem ser de 2 (dois) tipos: restrições e fatores”, conforme mostrado abaixo:

As restrições são fundamentadas em critérios booleanos (verdadeiros ou


falsos) que cerceiam ou limitam a análise e regiões geográficas específicas.
Elas diferenciam áreas aptas das não aptas.
Os fatores são critérios que definem algum grau de aptidão para todas as
regiões geográficas. Normalmente essa aptidão é medida em uma escala
contínua e de forma a abranger todo o espaço de solução inicialmente
previsto. (CALIJURI, 2000 apud CALIJURI, MELO E LORENTZ, 2002, p. 232,
grifo meu).

Segundo Câmara et al. (2001. p. 9-8) o “Modelo Booleano envolve combinação


lógica de mapas binários através de operações condicionais, o resultado é expresso
de forma binária, ‘0’ (hipótese não satisfeita) e ‘1’ (hipótese satisfeita), não sendo
possível a condição talvez, e ainda complementa que embora esse método seja
prático, normalmente não é o mais adequado, pois o ideal é que as evidências, que
apresentam importância relativa diferente, recebam pesos de diferentes valores e não
sejam tratadas igualmente como acontece”. Portanto, critérios restritivos (critérios
legais), recomenda-se o uso do Modelo Booleano, uma vez que não possui uma
condição relativa (de talvez), já para os fatores, que possuem algum grau de aptidão,
este método não é recomendável.

No que se refere aos fatores Schmidt (2016) recomenda em seu trabalho a


utilização do método de fuzzy, conforme mostrado a seguir:

Referindo-se aos fatores, adota-se o método fuzzy (aplicação em SIG


raster27), a combinação de critérios contínuos se dá através da normalização
para uma escala contínua dentro de um intervalo estabelecido, como por
exemplo, 0 a 1, esta técnica consiste em atribuir a cada fator o peso da sua
importância no processo de agregação de dados, designado de combinação
linear ponderada. (SCHMIDT, 2016, p. 54).

Com relação as restrições e fatores, Calijuri, Melo e Lorentz (2002)


consideraram em seu trabalho que:

As restrições diferenciam áreas ou alternativas que podem ser consideradas


aptas para destinação final de resíduos sólidos daquelas que não são aptas
sob condição alguma. Por sua vez, os fatores definem áreas ou alternativas
em termos de uma medida contínua de aptidão, realçando ou diminuindo a

27
Um arquivo raster é formado pela união de unidades de resolução chamada pixel. Cada pixel é uma
unidade formada pelo cruzamento entre uma linha e coluna e o conjunto, na imagem assume um
formato tipicamente matricial. (BOSSLE, 2016, p. 26).
66

importância de uma alternativa, em consideração, naqueles locais fora das


restrições absolutas. (CALIJURI, MELO e LORENTZ, 2002, p. 232).

De acordo com Schmidt (2016, p. 54-55) “para se obter o resultado final, ou


seja, identificar áreas mais aptas para a implantação de um aterro sanitário, deve-se
atribuir pesos para cada um dos critérios a serem analisados, e a técnica AHP –
Analytical Hierarchy Process proposta pelo matemático Thomas L. Saaty, no final da
década de 70, é uma maneira de diminuir sua subjetividade”. Segundo Câmara et al.
(2001, p. 9-28), “nesta técnica, os diferentes fatores que influenciam a tomada de
decisão são comparados dois-a-dois, e um critério de importância relativa é atribuído
ao relacionamento entre estes fatores, conforme uma escala pré-definida” a qual é
apresentada a seguir no Quadro 5.
Moraes, Ribeiro e Larentis (2012) descrevem em seu trabalho a relevância na
utilização do método AHP no suporte a tomada de decisões, conforme segue:

O AHP é um método para auxiliar as pessoas na tomada de decisões


complexas. Mais do que determinar qual a decisão correta, o AHP ajuda as
pessoas a escolher e a justificar a sua escolha. Este método tem como base
a representação de um problema complexo através da estruturação
hierárquica do mesmo, objetivando priorizar os fatores na análise das
diversas alternativas. (MORAES, RIBEIRO E LARENTIS, 2012, p. 3).

A seguir, é apresentado no Quadro 5 informações referentes a escala de


valores AHP para comparação pareada.

Quadro 5 – Escala de valores AHP para comparação pareada


Intensidade
Definição e Explicação
de importância
1 Importância igual – os fatores contribuem igualmente para o objetivo

3 Importância moderada – um fator é ligeiramente mais importante que o outro

5 Importância essencial – um fator é claramente mais importante que o outro


Importância demonstrada – Um fator é fortemente favorecido e sua maior rele-
7
vância foi demonstrada na prática
Importância extrema – A evidência que diferencia os fatores é da maior ordem
9
possível
Valores intermediário entre julgamentos – possibilidade de compromissos
2,4,6,8
adicionais
Fonte: Câmara et al. (2001).
67

5 ESTUDO DE CASO
No presente item será apresentado a caracterização do município estudo de
caso, como também a legislação municipal pertinente ao estudo.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


De acordo com Silva (2011), “entende-se como caracterização do município”:

O conhecimento do número de habitantes, da previsão do crescimento


populacional, do poder aquisitivo da comunidade, do índice de escolaridade,
entre outros. Tais informações são importantes, pois a geração do resíduo,
quanto a seu tipo e volume, está intimamente relacionada com os hábitos
de vida da comunidade. (SILVA, 2011, p. 26).

Como também suas características físicas, climáticas e ambientais territoriais,


para assim, realizar o estudo com maior riqueza de detalhes e informações,
contribuindo para uma melhor identificação de áreas para implantação de aterro
sanitário, estando em consonância aos anseios do município.

5.1.1 Aspectos Gerais


O município de Vargem Grande do Sul – SP está localizado na região NE do
Estado, com uma altitude média de 720 m (setecentos metros) acima do nível do
mar, e de acordo com os dados da Fundação SEADE (SEADE, 2020a) o município
possui uma população estimada em 2020 de 41.501 hab., uma área territorial de
aproximadamente de 26.718 ha (vinte e seis mil e setecentos e dezoito hectares), e
pertence as Regiões (Administrativa – RA de Campinas e de Governo – RG de São
João da Boa Vista), conforme ilustrado na Figura 8, e faz divisa com os municípios
Aguaí, Águas da Prata, Casa Branca, Itobi, São J. da Boa Vista e São S. da Grama
(ver Figura 10).

O município está localizado na transição entre duas Unidades Hidrográficas


de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHIs, UGRHI 04 (Pardo) e UGHRI 09
(Mogi-Guaçu) (ver Figura 21), porém, segundo a PERH (SÃO PAULO, 1991) o
município está inserido na UGRHI onde está a sede/cidade, portanto, se localiza na
UGRHI 04 - Bacia Hidrográfica do Pardo (CBH-Pardo) conforme apresentado na
Figura 9, e participa do CBH-Mogi também.
68

Figura 8 – RA de Campinas e RG de São João da Boa Vista

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 9 – UGRHI 04 – Pardo

Fonte: CRH (2021).

Os principais acessos ao município são através das rodovias estaduais SP


21528 (Rod. Hélio Moreira Salles trajeto “Casa Branca – Vargem G. do Sul” e “Rod.
João Batista de Sousa Andrade trajeto “Vargem G. do Sul – Águas da Prata”29) e SP

28
Nota: A Rod. Estadual (SP 215) no trajeto que passa pelo município de Vargem Grande do Sul, é
também a Rod. Federal (BR 267).
29
Nota: O trajeto da Rod. João Batista de Sousa Andrade (SP 215/ BR 267), percorre Vargem Grande
do Sul, São Roque da Fartura (Distrito de Águas da Prata) e Poços de Caldas-MG.
69

344 (Rod. Dom Tomás Vaquero trajeto “São J. da B. Vista – Vargem G. do Sul” e
Rod. Lourival Lindorio de Faria trajeto “Vargem G. do Sul – São S. da Grama”), além
da estrada Municipal Vargem G. do Sul – Itobi, conforme mostrado na Figura 10.

Figura 10 – Mapa das principais vias de acesso a Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Município dista aprox. 240 km (duzentos e quarenta quilômetros) da capital


paulista, 156 km (cento e cinquenta e seis quilômetros) de Campinas – SP, 154 km
(cento e cinquenta e quatro quilômetros) de Ribeirão Preto – SP e 50 km (cinquenta
quilômetros) de Poços de Caldas – MG.

No Quadro 6, é apresentado os dados dos principais aspectos demográficos


do município, da RG de São João da Boa Vista, da RA de Campinas e do Estado.

Quadro 6 – Principais aspectos demográficos – 2020


Taxa Geométrica de
Grau de Densidade
População Área Crescimento Anual da População
Item Urbanização Demográfica
(2010/2020)
(hab.) (%) (km²) (hab./km²) (% a.a.)
Município 41.501 96,22 267,18 155,33 0,56
RG 488.493 91,51 6.201,45 78,77 0,36
RA 6.945.124 95,96 27.093,16 256,34 1,07
Estado 44.639.899 96,52 248.219,94 179,84 0,80
Fonte: Adaptado de (SEADE, 2020a).
70

Pode ser observado no Quadro 6, que a população do Município de Vargem


Grande do Sul, representa aproximadamente 8,50%, de toda a população da Região
de Governo de São João da Boa Vista e apenas 0,60% da Região Administrativa de
Campinas, como também, sua densidade demográfica e taxa de crescimento anual
de população, são superiores à da RG de São J. da B. Vista, e inferiores à da RA de
Campinas e do Estado.

5.1.2 Aspectos Econômicos e Sociais


No presente item serão abordados os aspectos econômicos e sociais como:
emprego, renda, finanças públicas, saúde, educação e qualidade de vida de
desenvolvimento social.

Aspectos Econômicas
“No intuito de se conhecer os setores econômicos com maior
representatividade no município, em termos de sua estrutura produtiva e o peso
dessa participação no total do Estado, foi realizada uma breve análise comparativa
entre as unidades territoriais, privilegiando a participação dos setores econômicos
no que tange ao Valor Adicionado Setorial30 (VA) na totalidade do Produto Interno
Bruto (PIB), sua participação no Estado e o PIB per capita”, (ENGECORPS;
MAUBERTEC, 2014) conforme pode ser observado no Quadro 7.

Quadro 7 – Participação setorial no PIB Total e per Capita – 2017


Participação do Valor Adicionado PIB
(%) (em reais correntes)
Unidade
Territorial Participação
PIB PIB per Capita
Agropecuária Indústria Serviços no Estado
(em mil reais) (em reais)
(%)
Município 14,50 6,08 79,42 945.585,38 23.140,38 0,04
RG 20,04 9,91 70,04 13.575.130,60 28.074,18 0,64
RA 32,32 1,76 65,92 384.043.647,24 56.872,46 18,12
Estado 21,21 2,04 76,75 2.119.854.034,99 48.537,53 100,00
Fonte: Adaptado de (SEADE, 2020a).

Pode ser observado no Quadro 7, que o setor de Serviços tem maior


representatividade no PIB do Município, seguido da Agropecuária e Indústria,
característica esta, também observada para as demais unidades territoriais. Os PIBs

30
Valor adicionado do setor: é o valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu
processo produtivo. (SEADE, 2020a).
71

per Capita e Municipal em 2017 foi de R$ 23.140,38 e R$ 945,59 milhões


respectivamente, estando abaixo das demais unidades territoriais, e representando
apenas 0,04% do PIB estadual.

• Emprego e Renda

Neste tópico serão apresentados dados referentes ao mercado de trabalho do


município, assim como, o poder aquisitivo da população.

De acordo com os dados disponibilizados no Portal de Estatísticas do Estado


de São Paulo (SEADE, 2020a), foi possível fazer um compilado, e comparar as
informações referentes ao emprego e ao rendimento médio por setor do município,
das Regiões, Administrativa de Campinas e de Governo de São J. da Boa Vista,
como também, do Estado, conforme pode ser observado no Quadro 8.

Quadro 8 – Participação dos vínculos empregatícios por setor – 2018

Participação dos vínculos empregatícios por setor (%)


Unidade Construção
Agropecuário Comércio Indústria Serviços Total
Territorial Civil
Município 8,64 31,47 1,30 24,21 34,38 100,00
RG 14,74 23,44 2,43 24,12 35,27 100,00
RA 2,96 20,89 3,23 28,22 44,70 100,00
Estado 2,38 19,91 4,09 17,50 56,12 100,00
Rendimento médio dos empregos formais por setor (R$)
Unidade Construção Médio do
Agropecuário Comércio Indústria Serviços
Territorial Civil Total
Município 2.105,86 1.836,27 1.653,48 2.531,72 2.426,85 2.226,76
RG 1.901,91 1.955,10 2.161,67 2.644,48 2.497,03 2.309,52
RA 2.037,45 2.471,00 2.637,19 3.923,78 3.239,21 3.216,44
Estado 2.037,83 2.602,64 2.726,19 3.839,75 3.614,10 3.378,98
Fonte: Adaptado de (SEADE, 2020a).

Nota: “Rendimento Médio do Total: soma dos rendimentos individuais em dezembro de cada ano,
dividida pelo número de empregos formais, exclusive aqueles sem remuneração no mês. O total de
vínculos empregatícios inclui aqueles de setores de atividade econômica ignorados, e pode não
coincidir com a soma dos setores. A soma das variáveis para uma localidade, assim como a soma
dos municípios para uma agregação, pode não coincidir com o total, devido à existência do sigilo”.

Ao comparar os dados apresentados no Quadro 8, é possível verificar que os


setores que mais empregaram no município em 2018 foram o de Serviços e de
Comércio (34,38% e 31,47% respectivamente), seguidos da Indústria (24,21%),
Agropecuário (8,64%) e da Construção Civil (1,30%). Em comparação a RG de São
J. da B. Vista, o município possui uma participação maior do setor de Comércio em
relação a média regional. Em comparação a RA de Campinas, Vargem G. do Sul
apresenta uma maior participação do setor Agropecuário e de Comércio em relação
72

a média da região. E apresenta uma contribuição dos setores Agropecuário,


Comércio e Indústria superior a média estadual.

Referente ao rendimento médio de empregos formais por setor, no município


de Vargem G. do Sul em 2018, os setores com maiores rendimentos foram o da
Indústria, de Serviços, seguido pelo Agropecuário, do Comércio e da Construção
Civil. Já para a RA de Campinas, RG de São J. da B. Vista e para o Estado, a
sequência decrescente dos setores com maiores salários, foram semelhantes ao do
município, divergindo somente a ordem entre os setores Agropecuário e o da
Construção Civil. Além de ser possível constatar que o Rendimento Médio do Total,
ou seja, do salário médio do município era de 2,3 salários mínimos, o menor dentre
as unidades territoriais analisadas.

• Finanças Públicas Municipais

Para este item, serão apresentadas informações referentes a Receita do


município, em especial as Receitas Corrente e Tributária, e a arrecadação com
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN, pois segundo Engecorps e
Maubertec (2014), são funções diretas do porte econômico do município, conforme
segue:

A análise das finanças públicas está fortemente vinculada à base


econômica dos municípios, ou seja, o patamar da receita
orçamentária e de seus dois componentes básicos: a receita corrente
e a receita tributária, bem como o Imposto Sobre Serviço – ISS são
funções diretas do porte econômico e populacional dos municípios.
(ENGECORPS; MAUBERTEC, 2014, p. 22).

As informações de interesse, relacionadas as finanças públicas municipal


referente a 2019 são apresentadas a seguir no Quadro 9.

Quadro 9 – Dados da Receita de Vargem G. do Sul – 2019

Receitas Arrecadação Participação na Receita Corrente Total


Unidade
Territorial Correntes Total Tributária Total ISSQN Receita Tributária ISSQN
(R$) (R$) (R$) (%) (%)
Município 101.290.803,94 21.423.716,45 4.118.893,91 21,15 4,07

Fonte: Adaptado de (VGS, 2020b e SEADE, 2020a).

Pode ser observado no Quadro 9 que em 2019 o Município de Vargem Grande


do Sul teve aproximadamente uma Receita Corrente de R$ 101,29 milhões, com
uma Receita Tributária de R$ 21,42 milhões e arrecadação de R$ 4,11 milhões sobre
73

o ISSQN, as quais representam cerca de 21,15% e 4,07%, respectivamente, da


Receita Corrente Total. Nota-se que a Receita Tributária, é uma relevante fonte de
renda do município.

Aspectos Sociais
• Saúde

No presente item, serão apresentados os indicadores sobre as Estatísticas


Vitais e Saúde como, taxas de natalidade e mortalidade referente ao ano de 2018,
do Município, das Regiões, Administrativa de Campinas, de Governo de São J. da
B. Vista e do Estado, conforme mostrado no Quadro 10. Além de expor a situação
atual com relação ao número de leitos hospitalares do Município.

Quadro 10 – Taxa de natalidade e mortalidade – 2018


Taxa de Taxa de Mortalidade Taxa de Mortalidade
Unidade
Natalidade (por mil nascidos vivos) (por cem mil hab. nessa faixa etária)
Territorial
(por mil hab.) Infantil Na Infância De 15 a 35 anos ≥ 60 anos
Município 13,76 3,54 3,54 79,85 3.522,32
RG 12,00 7,55 9,27 102,85 3.642,43
RA 13,23 8,62 10,13 86,48 3.312,51
Estado 13,77 10,70 12,36 100,08 3.365,17
Fonte: SEADE (2020a).

A partir das informações constantes no Quadro 10, pode-se constatar, que em


2018 o Município de Vargem Grande do Sul, obteve a maior e a menor, taxa de
natalidade e mortalidade (todas categorias), respetivamente, comparada às demais
Unidades Territoriais.

No que se refere ao número de leitos hospitalares, de acordo com a Fundação


SEADE (SEADE, 2020a), no ano de 2019, o Município contava com 50 (cinquenta)
leitos de internação, sendo 31 Leitos SUS - Sistema Único de Saúde), representando
um coeficiente por mil habitantes de 1,21 e 0,75, respectivamente.

• Ensino

Para o ensino do Município serão apresentados dados referentes as taxas, de


escolarização e analfabetismo, assim como também, os resultados no Índice de
Desenvolvimento de Educação Básica – IDEB 2017, obtidos pela rede pública de
ensino, conforme pode ser observado no Quadro 11.
74

Quadro 11 – Dados da educação


Taxa de Taxa de IDEB 2017 Número de
Escolarização 2010 Analfabetismo 2010 Ensino fundamental estabelecimentos de
Unidade
(%) (%) (Rede Pública) ensino 2018
Territorial
Anos Anos
De 6 a 14 anos ≥ 15 anos Fundamental Médio
iniciais finais
Município 98,8 5,91 7,1 5,0 17 6
RG - 5,91 - - - -
RA - 4,30 - - - -
Estado - 4,33 6,5 4,9 - -
Fonte: IBGE (2019) e SEADE (2020a).

Nota: “Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) dos anos iniciais e finais do ensino
fundamental em instituições mantidas e administradas pelo poder público estadual ou municipal. O
IDEB varia em uma escala de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente importantes para a
qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações em língua portuguesa
e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo
Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Saeb e da Prova Brasil”.

Pode ser observado no Quadro 11, que em 2010, a taxa de escolarização foi
de 98,8%, com atenção especial nos dados referentes a taxa de analfabetismo (≥ 15
anos), pois esta informação auxilia na identificação do perfil municipal em relação a
educação. O Município, como também a RG de São J. da Boa Vista tiveram uma
taxa de analfabetismo de 5,91%, superior às taxas da RA de Campinas e do Estado.
Com relação ao resultado do IDEB de 2017, pode-se observar que o Município
obteve melhor desempenho no índice, comparado ao Estado, com destaque para o
ensino fundamento (anos iniciais); não houve informações referente ao resultado no
IDEB para as demais unidades territoriais.

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE


(IBGE, 2019), em 2018 o Município contava com 17 (dezessete) estabelecimentos
de ensino fundamental e 6 (seis) de ensino médio, os quais contaram com 4.898
(quatro mil e oitocentos e noventa e oito) e 1.298 (mil e duzentos e noventa e oito)
matrículas respetivamente.

• Qualidade de Vida de Desenvolvimento Social


“O perfil geral do grau de desenvolvimento social de um município pode ser
avaliado com base nos indicadores relativos à qualidade de vida, representados
também pelo Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS”. De acordo com o
Instituto SEADE (SEADE, 2020a) “os indicadores do IPRS sintetizam a situação de
cada município no que diz respeito a riqueza, escolaridade e longevidade, e quando
combinados geram uma tipologia que classifica os municípios do Estado de São
Paulo em cinco grupos” (Dinâmicos, Desiguais, Equitativos, Em transição e
75

Vulneráveis), conforme pode ser observado no Anexo E – Critérios de Formação dos


Grupos do IPRS.

A seguir no Quadro 12 são apresentados os dados referentes aos indicadores


IPRS de 2018 do Município, da RA de Campinas e do Estado.

Quadro 12 – Dados dos indicadores IPRS – 2018

Unidade IPRS 2018


Territorial Riqueza Longevidade Escolaridade
Município 34 79 57
RA 44 75 59
Estado 44 72 53
Fonte: SEADE (2020a).

Pode ser observado no Quadro 12, que o Município apresenta entre as


unidades territoriais, o maior índice de longevidade, o menor de riqueza, e
intermediário de escolaridade. Ao comparar os dados apresentados, com os do
Quadro 21 – Parâmetros IPRS para a classificação dos municípios – 2018, e analisar
com o Quadro 20, ambos do Anexo E, é possível identificar que as unidades
territoriais RA e Estado são do Grupo “Dinâmicos”, ou seja, caracterizam-se em ter
um nível elevado de riqueza com bons níveis nos indicadores sociais; já o Município
de Vargem Grande do Sul, está no Grupo “Equitativo”, apresentando um nível de
riqueza baixo, mas com bons indicadores sociais.

5.1.3 Aspectos de Saneamento


Para os aspectos de saneamento, serão apresentados dados referentes a
abastecimento de água, esgotamento sanitário e gerenciamento de resíduos do
Município. No Quadro 13, são apresentados os principais índices de saneamento do
Município.

Segundo Engecorps e Maubertec (2014, p. 15) “o sistema de abastecimento


de água municipal é atendido pelo manancial superficial do Rio Verde, a qual
pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.
76

Quadro 13 – Índices de saneamento do município

Índices
Unidade De abastecimento de água 2018 De esgotamento sanitário 2018 De gerenciamento de
Territorial (%) (%) resíduos 2019
Atendimento Coleta
De Perdas Coleta Tratamento IQR
Urbano (%)
Município 98,80 14,00 88,30 90,00 98,00 7,3
Estado - - - - - 8,8
Fonte: SEADE (2020a), CETESB (2020) e VGS (2020a).

Pode ser observado no quadro acima, que em 2018 o Município apresentou


um alto índice de atendimento urbano para abastecimento de água (98,80%), como
também uma considerável parcela, de perdas no sistema (14%), podendo ser
ocasionadas por ligações clandestinas, vazamentos da rede sem manutenção, etc.
A taxa de coleta de esgotamento sanitário para o mesmo ano foi de (88,30%), sendo
totalmente tratado, pode-se notar que o valor de esgotamento sanitários tratado é
superior ao coletado, e segundo a Fundação SEADE (SEADE, 2020a), esse fato
pode ocorrer, quando a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, recebe material
de fontes “externas”, além da rede urbana. A respeito do gerenciamento de resíduos
sólidos urbanos, no ano de 2019 o município teve um índice referente a coleta de
(98%), e obteve nota 7,3 no índice de Qualidade de Aterros de Resíduos, sendo
categorizado como “Adequado“, porém, ficando abaixo da média estadual de 8,8.

O Município conta com a coleta seletiva de materiais recicláveis como


(plásticos em geral, papel e papelão, vidro, ferro (inclusive inox), alumínio (latas em
geral) e metal), realizada pela Cooperativa de Reciclagem Grupo Ambiental Cata
Vida. No Quadro 14 são apresentados dados referentes ao panorama municipal da
gestão de RSU no ano de 2019.

Quadro 14 – Panorama municipal na gestão de RSU – 2019


Geração Destinado Aterro Sanitário
Unidade Ao aterro A coleta Ano de Vida útil a
Anual Total Per Capita
Territorial sanitário seletiva início de partir de
(ton./ano) kg/hab./dia (ton./dia) (ton./ano) operação 2019
Município 11.700 0,776 23,84 3.000 2012 2027
Fonte: VGS (2020a).

Nota: A Geração Per Capita em 2019 foi obtida através da relação entre a Geração Anual Total e a
população do município neste ano de 41.287 habitantes conforme dados do Portal de Estatísticas do
Estado de São Paulo (SEADE, 2020). O atual aterro recebe resíduos apenas do próprio município.

Através das informações do Quadro 14, é possível observar que em 2019 o


Município de Vargem Grande do Sul gerou um total de 11.700 ton. (onze mil e
77

setecentos toneladas) de resíduos, sendo 3.000 ton. (três mil toneladas) ou 25,6%
desse montante, destinado à coleta seletiva e o restante 9.000 ton. (nove mil
toneladas) disposto no aterro sanitário. A geração per capta do município foi de 0,776
kg/hab./dia, próximo do índice de 0,8 estimado pela CESTESB (2020) para
municípios desse porte, conforme apresentado no Quadro 2.

A Resolução CONAMA n.o 404/2008 (CONAMA, 2008) estabelece que


“aterros de Pequeno Porte são aqueles que dispõem até 20 ton./dia (vinte toneladas
por dia) de resíduos”, portanto, o aterro municipal é de médio porte por receber
diariamente 23,84 ton. (vinte e três vírgula oitenta e quatro toneladas) de resíduos.

Contexto Histórico da Disposição Final dos RSU no Município


Dos 146 anos do Município, apenas se obteve informações referente a
disposição final de resíduos sólidos urbanos a partir de “1977, ano este em que foi
concebido o lixão do município (ver Figura 11) na gestão do ex-prefeito Homero
Correa Leite” (GAZETA, 2006a), o qual esteve ativo por um período aproximado de
35 anos, até 2012 ano em que o atual aterro sanitário foi inaugurado (GAZETA,
2012d).

A área desapropriada para a implantação do atual Aterro Sanitário fica cerca


de 8 km (oito quilômetros) da malha urbana, “possuindo área de 16,34 ha (dezesseis
vírgula trinta e quatro hectares)” (CETESB, 2006, p. 102), sendo 13 ha (treze
hectares) destinado implantação do ‘Novo Aterro Sanitário’ (ver Figura 11) e 3,34 ha
(três vírgula trinta e quatro) de área externa onde se localiza uma instalação para
recebimento de resíduos perigosos (desativado). Segundo consta no Processo da
CETESB n. 04/00494/06 (CETESB, 2006) o projeto do empreendimento possui:

• 30 (trinta) valas trapezoidais para disposição dos resíduos, com dimensões


(100,00 x 11,00 x 4,50m, implantadas com taludes laterais internos com
declividade igual a 1:1, e de acesso igual a 1:2,5)31;
• área de emergência: 3,9ha;
• administração (100,36m²); e
• galpão para reciclagem (600m²).

31
Em 2014, alterou-se o projeto (dimensão das valas), conforme será abordado no quadro 15.
78

Figura 11 – Localização do antigo lixão e atual Aterro Sanitário

Aterro
Sanitário

Lixão

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao longo dessa história de mais de 40 anos com relação a gestão dos


resíduos sólidos urbanos, o município passou por diversos problemas ambientais,
operacionais, judiciais, administrativos etc., principalmente com relação ao lixão
considerado em 2010, o pior do Estado, conforme mostrado na figura abaixo.

Figura 12 – Vargem Grande do Sul possui o pior lixão paulista

Fonte: SIMIONATO (2010).

A seguir, no Quadro 15 é apresentado um breve resumo do contexto histórico


da gestão de disposição dos resíduos sólidos do Município, e nos Anexos A e B
contêm imagens históricas do lixão e do aterro sanitário respectivamente de forma a
complementar as informações contidas no quadro.
79

Quadro 15 – Breve contexto histórico da disposição de RSU em V. G. do Sul


Período Principais Acontecimentos
1874-1976 Sem informações
1977 – Criação do lixão.
1977-2000 1998 – (17/02) Assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta – TAC: compromisso da municipalidade em
sanar os problemas em relação a disposição final de lixo.
2002
• (10/02) Abertura do Processo para Implantação de um Aterro Sanitário – Solicitação de Licença Prévia
e Instalação – LP e LI (Processo CETESB 04/00828/02), área de 9,68 ha localizada na Estrada Bela
2001-2004
Vista (ver Figura 97).
• No lixão eram dispostos resíduos sólidos urbanos e de saúde, onde mais de 60 famílias trabalhavam
como catadores sem qualquer proteção.
2005
• Ministério Público ajuizou uma ação civil pública, para que fosse escolhido outro lugar para disposição
dos resíduos e elaborado o projeto de recuperação do lixão.
• (13/04) A prefeitura solicitou o cancelamento do Processo CETESB 04/00828/02, tendo em vista a
escolha da uma outra área para a implantação.
• Elaborado o Projeto do Aterro Sanitário (ver Figura 61 e Figura 62 no Anexo B).
• O município apresentou um dos piores IQR do Estado (2,2).
2006
• Obtenção de Pareceres Técnicos: CPRM/DAIA/009/006 e Florestal PTF/DPRN 63903/06.
• (15/08) Abertura do Processo para Implantação de um Aterro Sanitário – Solicitação de LP e LI
(Processo CETESB 04/00494/06), área de 13 ha localizada na Estrada Municipal – Sitio Morro Alto
(Fazenda Campo Helena) (ver Figura 11).
• (26/10) Obtenção da LP e LI (n.os 04001308 e 04002630), respectivamente.
2007
• (14/03) Auto de Imissão de Posse (da Propriedade)
• (09/04) Pedido de Recursos Fehidro – Implantação do Novo Aterro Sanitário.
2008
2005-2009
• (15/02) Pedido de Recursos Fehidro – Barracão de Usina de Reciclagem.
• (15/07) Ação Civil Pública (Processo 053.08.128770-3) – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
- TJSP, Requerendo a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental e um Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA) ou mesmo de um Relatório Ambiental Preliminar (RAP) para o projeto do aterro
sanitário.
• Entre 2008-2009 – Início das obras para a Implantação do Novo Aterro Sanitário.
2009
• (27/04) Decisão da Ação Civil Pública – (Apresentar um EIA/RIMA ou um RAP e um Plano de
Monitoramento Detalhado das águas superficiais e subterrâneas)(1), além de suspender os efeitos do
licenciamento ambiental do aterro sanitário.
• (04/05) Prefeitura apresenta o Termo de Referência – Estudos, Projetos e Licenciamento Ambiental
para Desativação / Encerramento e Recuperação de Área Degradada pelo Vazadouro, no Município
de Vargem Grande do Sul/SP.
• Exercício 2009 - Proposta de pedido de Recursos Fehidro – Estudo / Projeto técnico para desativação
e encerramento (lixão).
• (18/09) Comunicado da CETESB à Prefeitura sobre a Decisão da Ação Civil Pública – (Paralização
das obras do empreendimento.
2010
• Pior lixão do Estado (IQR – 1,8), (área de aproximadamente 4,5 ha constituída de solo arenoso (ver
Figura 11), localizado entre a nascente do córrego Bela Vista, plantação de laranja e mata nativa.
• Lixão sem qualquer proteção contra contaminação ao meio ambiente, com queima de resíduos de
saúde e presença de catadores sem equipamentos de proteção.
• O aterro sanitário quase pronto com algumas valas nos padrões exigidos pelo órgão ambiental, não
pôde ser utilizado e finalizado devido a ação civil pública em andamento.
2011
• (Julho) Início das atividades da Associação de catadores de material reciclado Recicla Vargem.
• (Setembro) RAP finalizado.
2012
• (Fevereiro) Associação Recicla Vargem encerra suas atividades.
2010-2014 • (09/03) Juíz deu parecer favorável ao retorno das obras e término do aterro sanitário;
• (21/03) Comunicado da CETESB à Prefeitura sobre a continuidade do licenciamento ambiental do
Aterro Sanitário.
• (31/05) Solicitação da Licença de Operação – LO.
• Apresentação do Plano de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Junho).
• (14/06) Relatório de Inspeção 1444402 – Fase final de instalação, 2 células devidamente impermea-
bilizadas e com respectivos sistemas de drenagem, administração e galpão de triagem em fase final
de instalação – Favorável a emissão da Licença de Operação a Título Precário – LOTP.
• (25/07) Obtenção de Licença de Operação a Título Precário.
• (04/10) O Aterro Sanitário iniciou suas atividades “encerrando as atividades no lixão”.
• Nos Relatórios de Inspeção da CETESB realizados em 2012 após a obtenção da LOTP, foram
constatados problemas operacionais no aterro sanitário como falta de cobertura das camadas de
resíduos, presença de aves e insetos etc.
(continua)
80

(continuação)
Período Principais Acontecimentos
2013
• Em maio o Jornal Gazeta e a CETESB visitaram o aterro sanitário e o lixão, constatando uma situação
bastante crítica em ambas as áreas, no lixão “desativado” foi flagrado que a Prefeitura continuava a
descartar resíduos de podas e entulhos, além de presença irregular de catadores. No “Aterro Sanitário”
foi constatado lixo descoberto nas trincheiras, presença de urubus e catadores sem equipamentos
necessários etc., sendo destacado pelo técnico da CETESB a falta de cobertura com camada inerte
dos resíduos sólidos urbanos, graves problemas de drenagem e a ausência de impermeabilização
internas (com membrana geotextil de 2,0 mm de espessura de Polietileno de Alta Densidade – PEAD
nas trincheiras já escavadas.
• CETESB caracteriza o novo aterro sanitário como lixão.
• Nos Relatórios de Inspeção da CETESB realizados em 2013 foram constatadas diversas
irregularidades administrativas e operacionais como, presença de lixo descoberto, aves, insetos,
escoamento de lixiviado na superfície do solo e fora da vala de drenagem, esgotamento da capacidade
das valas impermeabilizadas, problemas no sistema de drenagem pluvial etc.
2014
• Nos Relatórios de Inspeção da CETESB realizados em 2014 foram constatadas a reincidência das
2010-2014 irregularidades constatadas no ano anterior, assim como foi apontado um histórico de constatações
de irregularidades operacionais do aterro desde o início de suas atividades como: avanço contínuo da
ocupação de áreas do aterro com a disposição irregular do lixo; entrada cada vez maior de lixo não
autorizado; riscos potenciais de contaminação do solo e das águas subterrâneas; uso irracional dos
recursos de terra e área, podendo acarretar no esgotamento prematura destes; o fato de que as
exigências técnicas estabelecidas na LI, não vêm sendo atendidas; continuidade das más condições
de operação do empreendimento, apesar das diversas oportunidades e solicitações da CETESB para
a regularização dessas condições operacionais, de infraestrutura e de licenciamento do
empreendimento, até então não adequadamente atendidas.
• Multa devido a falta da apresentação de um projeto e recuperação do lixão. Após a notificação a
prefeitura apresentou um projeto.
• Desde o início de funcionamento do aterro sanitário até maio 2014, o aterro possuía seis trincheiras
cheias, sendo duas delas sem qualquer impermeabilização.
• (01/08) Solicitação da Prefeitura à CETESB para alteração de projeto (ampliação das valas)(2) sendo
deferido em (11/09).
• Foi constatado a não operação da coleta seletiva no barracão do aterro sanitário, devido a
precariedade de executar os serviços e a falta de equipamentos.
2015
• O Município é contemplado com o Plano de Saneamento Básico.
• (07/07) Obtenção da Licença de Operação – LO.
• Aterro Sanitário continuou com problemas operacionais, administrativos e de infraestrutura.
2016
• Aterro Sanitário continuou com problemas operacionais, administrativos e de infraestrutura, sendo
constatado também queima de resíduos no local. (ver Figura 83 e Figura 84 no Anexo B).
• (10/05) Estado interdita o “Aterro Sanitário” (de 10/05 até 12/08) (ver Figura 85 no Anexo B).
2017
• Início do ano, foram iniciados os trabalhos de recuperação na área do antigo lixão.
• Aterro Sanitário continuou com problemas operacionais, administrativos e de infraestrutura.
2018
2015-2019
• (13/03) Criação Cooperativa de Reciclagem Grupo Ambiental Cata Vida3.
• Aterro Sanitário continuou com problemas operacionais, administrativos e de infraestrutura.
• Na abertura de novas trincheiras foram encontrados resíduos previamente enterrados sem qualquer
proteção ambiental, sendo constatado os mesmos problemas em diversos pontos do aterro. (ver
Figura 90 no Anexo B).
2019
• Aterro sanitário continuou com problemas operacionais, administrativos e de infraestrutura.
• Após visita in loco ao aterro sanitário foram constatados inexistência do controle de acesso das
pessoas e animais; presença de catadores irregulares no aterro e aves; abandono e depredação do
galpão para reciclagem e do edifício da administração; disposição de resíduos sólidos de forma
inadequada (sem recobrimento e sobre vala com capacidade de projeto esgotada; execução de duas
novas trincheiras já impermeabilizadas.
Nota:
(1)
Por ser um projeto de aterro sanitário de pequeno porte, a apresentação de um RAP foi suficiente para dar continuida-
de ao processo de licenciamento, uma vez que o Plano de Monitoramento de Águas será exigido durante a solicitação da
licença de operação.
(2)
Devido a Prefeitura depender de processo licitatório para construção e adequação das valas para recebimento de
resíduos, e dimensões de projeto das valas estarem com vida útil pequena dificultando assim a adequada operação do
aterro, foi solicitado a ampliação das trincheiras (dobrando sua largura) para uma vida útil maior.
(3)
Informações de registro. O galpão de triagem utilizado pela Cooperativa fica na cidade.
Desde o início das atividades do aterro sanitário até 06/07/2015 foi obtido LOTP.
Durante o período apresentado o município recebeu diversas advertências e autuações referentes as condições do lixão e
aterro sanitário, porém, esses dados não foram objeto de análise.
Fonte: CETESB (2002; 2006); GAZETA (2002; 2006a; 2006b; 2012a; 2012b; 2012c; 2012d; 2012e
2013a; 2013b; 2014a; 2014b; 2014c; 2014d; 2015; 2016; 2017; 2018); SIMIONATO (2010).
81

5.1.4 Aspectos Ambientais


O município de Vargem Grande do Sul não é contemplado por nenhuma
Unidade de Conservação, possuindo somente um Parque Urbano Municipal, o qual
pode ser observado na Figura 13, e descrito por Dossel (2018) conforme segue:

O complexo do “Bosque Municipal”, Zoológico e Barragem Eduíno


Sbardellini representa uma área de lazer significativa, de relevância
regional. Estão posicionados numa área de remanescente vegetal –
fragmento florestal que é lindeira, limítrofe, à zona rural do município.
Portanto, tornasse, somado aos valores culturais, numa área de grande
significância ambiental para o município [...]. (DOSSEL, 2018, p. 106).

Figura 13 – Parque Urbano Municipal de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.


Nota: Figura A – Limite do Município de Vargem Grande do Sul e seu perímetro urbano.
Figura B – “Zoom”, do perímetro urbano principal.
Figura C – “Zoom” da área do Parque Urbano Municipal (Bosque Municipal, Zoológico e
Barragem de Abastecimento).

5.1.5 Aspectos Geológicos


O município de Vargem Grande do Sul – SP, está situado “na divisa da porção
nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná, com as unidades metamórficas e
intrusivas do Embasamento Cristalino Paulista, tratando-se de uma área de transição
entre as rochas do Embasamento Cristalino e as da Bacia do Paraná”. (ENGECOR-
PS; MAUBERTC, 2014, p. 12). E segundo os autores supracitados, “o substrato
rochoso do município é formado por”:
82

[...] unidades estratigráficas representadas pela Formação Aquidauana


(Subgrupo Itararé Indiviso), com diversos sills de diabásio correlatos à
Formação Serra Geral. Também estão presentes coberturas cenozoicas,
tanto das formações correlatas à Formação Rio Claro como depósitos
aluvionares recentes ao longo das principais drenagens, além de rochas
granitoides e metamórficas do Embasamento Cristalino. ENGECORPS;
MAUBERTC, 2014, p. 12).

Segundo Dossel (2018), o município apresenta três conjuntos geológicos,


conforme segue:

O primeiro, que corresponde à área de predomínio do cultivo mecanizado e


irrigação por pivô central, é caracterizado pela presença de litologias da
Formação Aquidaunana que é componente da Bacia Sedimentar do
Paraná. Essa bacia se caracteriza pela alternância de sequências
deposicionais e sequências basálticas. A Fm. Aquidauana de origem
sedimentar se compõe de diamictitos, folhelhos, siltitos e arenitos, razão
pela qual é comum encontrar solos arenosos em sua área de ocorrência.
O segundo conjunto, que corresponde à porção norte/nordeste do
município, está associado à formação da Serra da Mantiqueira e
caracteriza-se pela presença de rochas ortognáissicas, migmatitos e
complexo granulítico em áreas de relevo mais movimentado.
Em menor escala e de ocorrência localizada, verificam-se depósitos
aluvionares ao longo das margens do Rio Verde, desde a malha urbana até
os limites do território municipal junto à Itobi. (DOSSEL, 2014, p. 78).

De acordo com o Mapa Geológico do Estado de São Paulo - 2006 (Perrota et


al., 2006a), o Município de Vargem Grande do Sul é composto por 6 (seis) unidades
litoestratigráficas, podendo ser identificadas a seguir e observadas na Figura 14.

• Formação Aquidauana (C2P1a);


• Complexo Granulítico São José do Rio Pardo (NP3sγ1Cpc);
• Complexo Varginha-Guaxupé, unidade ortognáissica migmátítica inter-
mediária (NPvog);
• Formação Serra Geral, intrusivas básicas Grupo São Bento (K1δsg);
• Formação Rio Claro (ENrc); e
• Depósitos aluvinares (Q2a).

As descrições utilizadas a seguir, para unidades estratigráficas, foram extraídas do


Mapa Geológico do Estado de São Paulo – 2006 (PERROTA et al., 2006a) e sua
Nota Explicativa (PERROTA et al., 2006b)32.

32
Nota: Não se teve acesso a referência bibliográfica dos autores citados nas descrições das
unidades estratigráficas, através do material consultado.
83

Figura 14 – Mapa geológico de Vargem G.do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Foi legendado somente os Domínios Geológicos presentes na área de interesse.

• Formação Aquidauana (C2P1a)

Schneider el al. (1974, apud Perrota el al., 2006b) “propõe para a Formação
Aquidauana uma divisão em três intervalos”, conforme segue:

Schneider et al. (1974) propõe para a formação uma divisão em três


intervalos, contemplando um intervalo inferior composto por arenitos
vermelhos a róseos, granulação média a grossa, exibindo estratificação
cruzada acanalada, e intercalando diamictitos, arenitos esbranquiçados e
conglomerado basal. O intervalo médio é composto por siltitos, folhelhos e
arenitos finos, vermelhos a róseos, laminados, com intercalações de
diamictito e folhelho de cor cinza-esverdeado. A porção superior acha-se
constituída dominantemente por arenitos vermelhos com estratificação
cruzada. Além de apresentar ocorrência de argilas para uso em cerâmicas
vermelhas. (SCHNEIDER et al., 1974, apud PERROTA et al. 2006b, p. 134).

Segundo Perrota et al. (2006b) “a Formação Aquidauana representaria


porções marginais ao Grupo Itararé, com sedimentação predominante continental
em sistemas de leques aluviais, também com influência glacial”.

• Complexo Varginha-Guaxupé – unidade ortognáissica migmatítica interme-


diária (NPvog)
84

Perrota et al. (2006b) apresenta características do Complexo Varginha-


Guaxupé (NPvog), conforme segue:

Caracterizam a unidade migmatítica intermediária biotita-homblenda


nebulito de composição granodiorítica, granítica, sienítica e monzolítica;
granito gnáissico anatético metaluminoso, comumente porfirítico, gerado
por fusão parcial in situ de estratos infracrustais. Englobam migmatito
estromático a mesosoma gnáissico de composição diorito-tonalítica,
leucossomas trondhjemíticos e melanossomas ferro-magnesianos. O
granito gnáissico contém ainda enclaves de gnaisse diorito-monzodiorítico,
xenólitos de gnaisse calcissilicático e lentes de sillimanita-condierita
metapelito. Ocorrem também, subordinadamente, corpos de granitoides
peraluminosos. (PERROTA et al., 2006, p. 63).

• Complexo Granulítico São José do Rio Pardo – São Pedro de Caldas


(NP3sγ1Cpc)

“Magmatismo relacionado ao Orógeno Socorro-Guaxupé, a unidade de


charnockitóides33 sinorogênicos, do Orógeno Socorro-Guaxupé engloba diversos
corpos de rochas mangerito-graníticas da suíte São José do Rio Pardo, como os
charnockitos Divinolândia (NP3sγ1Cjd) e São Pedro de Caldas (NP3sγ1Cpc), além
da Suíte mangerítica (NP3sγ1Csm) e outros corpos charnockitóides diversos,
intrusivos em roxas do Complexo Varginha-Guaxupé, unidade granulítica basal
(NPvg), unidade ortognáissica migmatítica intermediária (NPvog) e unidade
paragnáissica migmatítica superior (NPvm)”. (PERROTA, et al. 2006b).

Segundo Perrota et al. (2006b) as rochas mais comumente encontradas neste


Complexo são:

Mangeritos verdes, de granulação média a grossa, e quartzo mangeritos


com aproximadamente 10% de minerais máficos. Localmente os mangerí-
tos parecem gradar para horblenda granitos rosados e, em algumas
porções, granitos hololeucocráticos podem ser abundantes. (PERROTA et
al., 2006, p. 93).

“O Complexo Granulítico São José do Rio Pardo – São Pedro de Caldas


(NP3sγ1Cpc) é formado por rochas graníticas tipo C – charnocktóides”. (PERROTA
et al. 2006a).

Segundo Janasi (1999, apud Perrota el al., 2006b) “na Suíte São Pedro de
Caldas os mangeritos são mais félsicos, apresentando uma gradação composicional
até granitos hololeucocráticos, predominando os mangeritos verdes”.

33
Consultar Glossário.
85

• Formação Serra Geral, intrusivas básicas Grupo São Bento (K1δsg)

Perrota et al. (2006b), fazem uma breve descrição referente a esta unidade
estratigráfica, conforme segue:

A Formação Serra Geral é resultado do intenso magmatismo fissural,


representado na forma de uma espessa corbertura de lavas (K1βsg),
associado a uma extensa rede de diques e múltiplos níveis de soleiras
intrudidos na pilha sedimentar, estes últimos representando a unidade aqui
descrita.
As soleiras ocorrem intrudidas nos sedimentos paleozóicos, especialmente
nas formações Irati (P2i) e Itararé (C2P1i), com espessuas que variam,
normalmente, de 2 a 200 metros, tendo sido descritas seções de até 1.000
metros. Esta unidade é basicamente composta pelos equivalentes
intrusivos das rochas vulcânicas, sendo representada geralmente por
soleiras e siques de diabásio, podendo ocorrer, em algumas localidades,
dioritos e microdioritos pórfiros, lamprófiros, andesitos, monzonitos pórfiros
e traquiandesitos (Almeida 1986, Melfi et al. 1988, Marques e Ernest 2004).
(PERROTA et al., 2006b, p. 147).

• Formação Rio Claro (ENrc)

A ocorrência dessa unidade estratigráfica é descrita por Perrota et al. (2006b)


conforme segue:

A unidade ocorre no Platô de Rio Claro e próximo do limite leste da


depressão periférica (Melo, 1995). Ainda segundo este autor, no platô de
Rio Claro aparece sempre sobre a Formação Corumbataí (P3T1c),
enquanto que sobre o Grupo Itararé (C2P1i) e Formação Aquidauana
(C2P1) na borda leste da Depressão Periférica e diretamente sobre o
embasamento pré-Cambriano em Vargem Grande do Sul. (PERROTA et.
al, 2006b, p. 167).

De acordo com Ponçano (1981, Perrota el al., 2006b) “a Formação Rio Claro
é constituída, por arenitos, arenitos conglomeráticos, arenitos argilosos e argilitos
intercalados”, “que foram separados por Melo (1995, apud Perrota el al., 2006b), em
quatro fácies, a saber”:

Depósitos de lamitos com clastos centimétricos imaturos e laminação


ausente ou incipiente; depósitos de cascalhos associados com areias com
estratificação acanalada ou tabular; depósitos de areia com estratificação
plano-paralela e cruzada acanalada e com intercalações de argila e,
finalmente, depósitos argilosos a silto-argilosos, com laminação distinta a
indistinta e conteúdo fossilífero [...]. (MELO, 1995, apud PERROTA et al.,
2006b, p. 166).

“Os depósitos da Formação Rio Claro são explorados localmente para


obtenção de cascalho e areia para construção civil, areia para moldes de fundição e
argila para a indústria da cerâmica”. (PERROTA et al., 2006b).
86

• Depósitos aluvinares (Q2a)

De acordo com Perrota et al. (2006b), a unidade estratigráfica de depósitos


aluvinares “constituem depósitos nas margens, fundos de canal e planícies de
inundação de rios, as areias, cascalheiras, siltes, argilas e, localmente turfas,
resultantes dos processos de erosão, transporte e deposição a partir de áreas-fonte
diversas”. E ainda ressalta que “os depósitos arenosos e cascalheiras podem
assumir importância devido a sua utilização da indústria de construção civil e, as
áreas de planície de inundação podem fornecer material argiloso para a indústria
cerâmica”.

5.1.6 Aspectos Geomorfológicos


Com relação a Geomorfologia do Município de Vargem Grande do Sul, no
presente trabalho foram considerados três níveis hierárquicos de classificação: 1 –
“Geoestrutura”, 2 – “Geoescultura” e 3 – “Geoescultura regional”, tendo como base
a hierarquia “parcial” da estabelecida na Ficha Técnica das Unidades Básicas de
Compartimentação do Meio Físico - UBC (IG; SMA; CPLA, 2014a), conforme segue:

Nível 1 – Unidades morfoestruturais: [...]. Estão representadas por deter-


minadas características estruturais, litológicas e geotectônicas que eviden-
temente estão associadas as suas gêneses;
Nível 2 – Unidades morfoesculturais: [...]. Estão representadas pelo mo-
delado ou morfologias ou tipologias de formas geradas sobre diferentes
morfoestruturas pelo desgaste erosivo promovido por ambientes climáticos
diferenciados tanto no tempo quanto no espaço. A morfoescultura é
marcada por padrões de fisionomias de relevo desenvolvidas ao longo de
muito tempo através de atividades climáticas que se sucederam no tempo
e no espaço que imprimiram e continuam a imprimir no relevo as suas
marcas;
Nível 3 – Continuam sendo unidades morfoesculturais (nível 2), mas clas-
sificadas segundo a localização geográfica. (IG; SMA; CPLA, 2014a, p. 5).

De acordo com os materiais que acompanham o Mapa de Perigo de


Escorregamento e Inundação do Estado de São Paulo (IG; SMA; CPLA, 2014a e
2014b), pode-se observar que o município situa-se regionalmente na transição entre
dois domínios morfoestruturais: Bacia Vulcano Sedimentar do Paraná – Depressão
Periférica e o Cinturão Orogênico do Atlântico, “sendo os limites desses terrenos
coincidentes com o contato do Embasamento Cristalino e a Bacia Sedimentar do
Paraná” (ENGECORPS; MAUBERTC, 2014); as informações geomorfológicas do
87

município de Vargem G. do Sul são apresentadas no Quadro 16 e nas Figura 15 e


Figura 16, conforme segue.

Quadro 16 – Dados geomorfológicos de Vargem G. do Sul


Nível 3
Nível 1 Nível 2 Região de Presença
Un. Morfoesculturais
Un. Morfoestruturais Un. Morfoesculturais no Município
(regional)
Bacia Vulcano Sedi-
Depressão Depressão Mogi- Norte, Centro-Oeste,
mentar do Paraná –
Indiferenciada Guaçu Sul e Sudoeste
Depressão Periférica
Cinturão Orogênico do Planalto do Alto Rio
Planaltos Nordeste e Leste
Atlântico Grande
Planície Fluvial do
Centro Oeste
Coberturas Sedimen- Rio Verde
Planícies Fluviais
tares Inconsolidadas Planície Fluvial do
Extremo Sul/Oeste
Rio Jaguari-Mirim
Bacia Sedimentar do Depressão Mogi-
Sem divisão Centro Sudeste
Miocelo e Paleogeno34 Guaçu
Fonte: Adaptado de (IG; SMA; CPLA, 2014a).

Figura 15 – Mapa Geomorfológico de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

34
A localização da “Bacia Sedimentar do Miocela e Paleogeno” (Fm. Rio Claro) ver Figura 14.
88

Figura 16 – Mapa de Declividade e Hipsométrico de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Bacia Vulcano Sedimentar do Paraná – Depressão Periférica


De acordo com Ross e Moroz (1996, p. 49) a Bacia Sedimentar do Paraná
“representa uma complexa fossa tectônica de forma elipsoidal com eixo maior de
direção NNE-SSW e acha-se encravada no escudo pré-cambriano nos Estado de
MG, MS, SP, PR, SC, RS e no Uruguai, Paraguai e Argentina”.
O processo de formação da Bacia do Paraná é descrito por Loczy e Ladeira
(1976, apud Ross; Moroz, 1996), conforme segue:

A estrutura tectônica da Bacia do Paraná é o resultado final de falhamen-


tos verticais, inexistindo dobramento tangenciais regionais. Há certamente
uma relação íntima entre a tectônica e intrusões, pois quase todas as falhas
profundas encontram-se preenchidas por diabásio, havendo abundantes e
extensas soleiras (sills). Movimentos epirogênicos causaram a subsidência
da crosta, com numerosas falhas normais, alguns com grandes rejeitos. O
magma básico ocupou as passagens abertas formando espessos diques e
ramificou-se produzindo soleiras nas rochas adjacentes. O cenário tectônico
resulta assim desses movimentos distensivos. A principal feição tectônica
da Bacia do Paraná é o vasto sistema monoclinal, ligeiramente arqueado,
cuja inclinação é dirigida, nos dois lados da bacia, para a zona central.
(LOCZY, LADEIRA, 1976 apud ROSS; MOROZ, 1996, p. 49).

A Depressão Periférica Paulista é descrita por Ross (1990, apud Ross; Moroz,
1996), conforme segue:

A Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná está esculpida


quase que totalmente nos sedimentos Páleo-mesozóicos da bacia.
Apresenta características de modelado diversos em função da influência
tectônica, variação litológica e dos graus de atuação dos processos
morfodinâmicos dos mais variados ambientes paleoclimáticos. No trecho
89

que compreende o território paulista esta unidade apresenta altitudes que


oscilam entre 600 a 750 metros, sendo que as altitudes maiores margeiam
as escarpas da frente de Cuesta sustentadas principalmente por derrames
basálticos. (ROSS, 1990 apud ROSS; MOROZ, 1996, p. 52).

Penteado (1976 apud Ross; Moroz, 1996, p. 52) descreve que a Depressão
Periférica “é recoberta por densa rede de drenagem”, e “devido às características
próprias de cada grande bacia de drenagem que corta a Depressão, a
morfoescultura Depressão Periférica Paulista está subdividida em: Depressão de
Mogi-Guaçu, do Médio Tietê e do Paranapanema”. (ROSS; MOROZ, 1996).

De acordo com Ross e Moroz (1996) e Rossi (2017a) a Depressão Mogi-


Guaçu é representado por colinas com topos amplos apresenta as seguintes
características de formas de relevo predominantemente suave ondulado e ondulado,
com algumas regiões com fase escarpado etc., com altimetria entre 500-700 m e
com declividade predominante entre 3-20%.
• Cinturão Orogênico do Atlântico

De acordo com Ross e Moroz (1996, p. 49) “o Cinturão Orogênico do Atlântico


é um dos mais extensos do Brasil e têm natureza poliorogênica. Desenvolve-se
desde o Uruguai até o norte da Bahia, passando pelos estados do RS, SC, PR, SP,
RJ, ES e leste de MG”.

Sua origem é explicada por Ross (1990, apud Ross; Moroz, 1996)), conforme
pode ser observado a seguir:

Sua gênese vincula-se a vários ciclos de dobramentos acompanhados de


metamorfismos regionais, falhamentos e extensas intrusões. As diversas
fases orogenéticas do pré-Cambriano foram sucedidas por ciclos de erosão.
O processo epirogenético pós-Cretáceo que perdurou pelo menos até o
Terciário Médio gerou o soerguimento da Plataforma Sul americana,
reativou falhamentos antigos e produziu escarpas acentuadas como as da
Serra da Mandiqueira, do Mar e fossas tectônicas como as do Médio Vale
do Paraíba do Sul. (ROSS, 1990 apud ROSS; MOROZ, 1996, p. 49.).

“O Planalto Atlântico, por ocorrer em faixa de orogenia antiga, corresponde a


relevos sustentados por litologias diversas, quase sempre metamórficas associadas
com intrusivas” (ROSS; MOROZ, 1996, p. 49); sendo uma “área de Domínio dos
Mares de Morros, cujo modelado dominante se constitui por formas de topos
convexos, elevada densidade de canais de drenagem e vales profundos”
(AB’SABER, 197035 apud ROSS, 1985, p. 34).

35
Não foi possível identificar a referência bibliográfica com esse ano, no material consultado.
90

De acordo com Ross e Moroz (1996) e Rossi (2017) o Planalto do Alto Rio
Grande é representado por morros baixos, com fases de relevo ondulado a forte
ondulado, com altimetria entre 700-800 m e com declividade predominante entre 8-
45%.

• Coberturas Sedimentares Inconsolidadas


No Estado de São Paulo, tais acumulações de sedimentos são encontradas
em todas as unidades morfoestruturas, como é o caso das Planícies Fluviais. De
acordo com a Ficha Técnica das Unidades Geomorfológicas (IG, SMA e CPLA,
2014a, p. 4) “as Planícies Fluviais, são depósitos aluvionares associados à
drenagem atual; distribuem-se por todo o Estado”.
De acordo com Ross e Moroz (1996) e Rossi (2017) as Planícies Fluviais, “são
representadas por planícies e terraços, com fase de relevo Plano, e com declividade
predominante menor ou igual a 3%”.
No município de Vargem Grande do Sul as Planícies Fluviais ou aluviais,
margeiam o Rio Verde e o Rio Jaguari-Mirim, possuindo declividade muito baixas,
sujeitas a inundações periódicas, conforme pode ser observado na Figura 17.

Figura 17 – Mapa de Perigo de Inundação de Vargem G.do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.1.7 Aspectos Pedológicos


A diversidade geológica e geomorfológica que compõe o território de Vargem
Grande do Sul, propiciou para formação de diferentes tipologias de solos. Nesse
91

sentido, os solos presentes no município, “caracterizam-se por forte heterogenei-


dade litológica”, conforme expressado por Engecorps e Maubertec (2014):

[...] os solos deste município caracterizam-se por forte heterogeneidade


litológica, englobando, no Embasamento Cristalino, gnaisses, granitos,
xistos, quartzitos e rochas cataclásticas de Idade Pré-Cambriana fortemente
estruturada (xistosidade, fraturas e falhas) e com frequentes contatos
tectônicos entre as litologias. A porção da bacia do Paraná é constituída por
rochas sedimentares pertencentes ao Subgrupo Itararé Indiviso, de idade
carbonífera superior, representadas por arenitos, siltitos, argilitos e
diamictitos, em uma interdigitação típica de depósitos glaciais. Intrudidos,
neste pacote de sedimentos ou no contato embasamento/bacia, ocorrem
extensos sills de diabásio, correlacionados ao Grupo São Bento, de idade
mesozoica e com baixa heterogeneidade litológica. Ocorrem ainda,
capeando as diversas litologias da região, extensos depósitos areno-
argilosos com espessuras variáveis, de idade cenozoicas e correlacionáveis
à Formação Rio Claro. (ENGECORPS; MAUBERTC, 2014, p. 13).

De acordo com os materiais do Mapa Pedológico do Estado de São Paulo


(Rossi, 2017b), pode ser observado que os solos predominantes no município de
Vargem Grande do Sul são Argissolos Vermelho-Amarelos e Latossolos Vermelhos,
e em menor presença estão os Neossolos Litólicos, Latossolos Vermelho-Amarelos,
Gleissolos Háplicos e Cambissolos Háplicos, conforme mostrado na Figura 18.

Figura 18 – Mapa pedológico de Vargem G. do Sul36

Fonte: Elaborado pelo autor.

36
No Apêndice A, são apresentados os Mapas de textura superficial e profundidade dos solos,
complementares ao Mapa Pedológico.
92

• Argissolos Vermelho-Amarelos (PVA)


“Do latim argilla, conotando solos com processo de acumulação de argila”
(IBGE, 2007, p. 207). De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
– SiBCS (EMBRAPA, 2018, p. 87) “os Argissolos são de profundidade variável,
desde forte a imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas e
mais raramente brunadas ou acinzentadas”.
De acordo com o Mapa Pedológico de São Paulo (ROSSI, 2017b), é presente
no município de Vargem Grande do Sul, quatro variedades dessa tipologia (ver
Figura 18), as quais são descritos a seguir por Rossi (2017a):
o PVA3: “Argissolo Vermelho-Amarelo, Eutrófico (alta saturação de
bases) típico A moderado, textura argilosa ou média, fase relevo
ondulado e forte ondulado.
o PVA29: Associação de Argissolo Vermelho-Amarelo indiscriminado,
com cascalho ou cascalhamento + Neossolo Litólico Eutrófico/Distró-
fico (baixa saturação de bases), A moderado, textura média, substrato
Complexo Cristalino, ambos fase relevo ondulado e forte ondulado.
o PVA30: Associação de Argissolo Vermelho-Amarelo e Vermelho latos-
sólico ou típico, álico (alto teor de alumínio) ou não álico, A moderado
ou fraco textura arenosa/média + Latossolo Vermelho-Amarelo típico A
moderado, textura média, ambos Distróficos, fase relevo ondulado e
suave ondulado.
o PVA31: Associação de Argissolo Vermelho-Amarelo e Vermelho
latossólico ou típico, álico ou não álico, textura argilosa ou média
argilosa + Latossolo Vermelho-Amarelo/Amarelo típico A moderado,
textura argilosa, ambos Distróficos, fase relevo ondulado”.
• Latossolos (Vermelhos (LV) e Vermelho-Amarelos (LVA))
“Do latim lat, material altamente alterado (tijolo); conotativo de elevado
conteúdo de sesquióxidos37” (IBGE, 2007, p. 207). Os latossolos “são solos em
avançado estádio de intemperização, muito evoluídos como resultado de enérgicas
transformações no material constitutivo. São fortemente a bem drenados e
normalmente muito profundos” (EMBRAPA, 2018, p. 93).

37
Nota: Óxido que contém três átomos de oxigênio.
93

Segundo o Mapa Pedológico de São Paulo (ROSSI, 2017b), a região em que


o Latossolo (Vermelho e Vermelho-Amarelo) está presente no Município, é possível
identificar quatro tipologias de LV e uma de LVA (ver Figura 18), sendo definidos por
Rossi (2017a), conforme segue:
o LV15: “Associação de Latossolo Vermelho Distroférrico típico, A
moderado ou proeminente, textura argilosa ou muito argilosa +
Latossolo Vermelho Distrófico típico, A moderado textura argilosa, álico
+ Nitossolo Vermelho Eutroférrico ou Distroférrico latossólico ou típico,
A moderado textura argilosa a muito argilosa, todos fase relevo
ondulado e suave ondulado.
o LV16: Associação de Latossolo Vermelho Distro/Eutroférrico típico, A
moderado ou proeminente + Latossolo Vermelho Distrófico típico, A
moderado, álico, ambos textura argilosa ou muito argilosa, fase relevo
ondulado e suave ondulado.
o LV21: Latossolo Vermelho ou Latossolo Amarelo Distrófico típico, A
moderado ou fraco, textura média álico ou não álico, fase relevo suave
ondulado.
o LV23: Associação de Latossolo Vermelho Distrófico típico, A
moderado, textura média, álico + Latossolo Vermelho Distrófico típico,
A moderado, textura argilosa, álico, ambos fase relevo ondulado e
suave ondulado.
o LVA10: Associação de Latossolo Vermelho-Amarelo/Vermelho
Distrófico típico, A moderado, textura média ou argilosa, álico +
Cambissolo Háplico Tb (argila de atividade baixa), Distrófico, textura
média ou argilosa, pedregoso ou não, ambos fase relevo forte
ondulado e ondulado”.
• Neossolos Litolíticos (RL)
“Do grego néos, novo moderno; conotativo de solos jovens, em início de
formação” (IBGE, 2007, p. 207). “Os neossolos são solos pouco evoluídos,
constituídos por material mineral ou por material orgânico com menos de 20 cm de
espessura, não apresentando nenhum tipo de horizonte B diagnóstico”. (EMBRAPA,
2018, p. 219).
94

Segundo o Mapa Pedológico de São Paulo (ROSSI, 2017b), a área de


cobertura de Neossolos Litolíticos no Município, é composto por apenas um tipo
deste solo (ver Figura 18), conforme descrito a seguir por Rossi (2017a):
o RL6: “Neossolo Litólico Eutrófico/Distrófico A moderado, textura média
ou argilosa, fase substrato rochas indiscriminadas do Complexo
Cristalino, relevo forte ondulado”.
• Gleissolos Háplicos (GX)
“Do russo gley, massa de solo pastosa; conotativo de excesso de água”.
(IBGE, 2007, p. 207). A descrição dos Gleissolos no SIBICs (EMBRAPA, 2018)
conforme segue:

Os solos desta classe se encontram permanente ou periodicamente


saturados por água, salvo se artificialmente drenado. A água permanente
estagnada internamente ou a saturação ocorre por fluxo lateral no solo. Em
qualquer circunstância, a água do solo pode se elevar por ascensão capilar,
atingindo a superfície. O processo de gleização implica a manifestação de
cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas devido à redução e
solubilidade do ferro, permitindo a expressão das cores neutras dos
minerais de argila ou ainda a precipitação de compostos ferrosos. São solos
mal ou muito mal drenados. (EMBRAPA, 2018, p. 195).

Segundo o Mapa Pedológico de São Paulo (ROSSI, 2017b), a região de


cobertura de Gleissolos Háplicos no Município, é representada por duas tipologias
deste solo (ver Figura 18), as quais são descritas a seguir, segundo Rossi (2017a):
o GX2: “Complexo Indiscriminado de Gleissolo Háplico ou Melânico com
ou sem ocorrência de Organossolo, fase relevo plano.
o GX3: Complexo de Gleissolo Háplico e Neossolo Flúvico, ambos Ta
(argila de atividade alta) Eutrófico típico A moderado ou chernozênico
textura indiscriminada, ambos fase relevo plano”.
• Cambissolos Háplicos (CX)
“Do latim cambiare, trocar; conotativo de solos em formações
(transformação)”. (IBGE, 2007, p. 207). Segundo o Mapa Pedológico Paulista Rossi
(2017b), a região de cobertura dos Cambissolos Háplicos, restringe-se a uma
pequena parcela nordeste do Município, sendo composto por apenas um tipo deste
solo (ver Figura 18), o qual é descrito por Rossi (2017a) como:
o CX9: “Associação de Cambissolo Háplico Distrófico/Eutrófico, típico ou
latossólico textura argilosa e média, A moderado e proeminente +
Argissolo Amarelo/Vermelho-Amarelo Distrófico textura média/argilosa
e argilosa, não rochoso e rochoso, ambos fase relevo forte ondulado”.
95

5.1.8 Aspectos Climáticos


Segundo Engecorps e Maubertec (2014, p. 14) “o clima de Vargem Grande
do Sul, por meio da classificação de Köppen38, se enquadra no tipo Cwa, isto é,
mesotérmico (subtropical e temperado), com verões quentes e chuvosos, com a
temperatura média do mês mais quente superior a 22°C”.

Segundo o Roteiro para elaboração de Estudo Ambiental para implantação de


aterro sanitário (capacidade superior a 10 ton./dia) (CETESB, [20--?d]), os fatores
climáticos de interesse são: “(pluviometria, temperatura, velocidade, direção e
predominância dos ventos, etc.), utilizando base de dados oficiais, considerando
série histórica mínima de 2 (dois) anos, no caso de dados recentes, ou série histórica
mínima de 5 (cinco) anos, nos demais casos”.

• Pluviosidade e Temperatura
De acordo com as informações disponíveis no Centro Integrado de
Informações Agrometeorológicas – CIIAGRO (CIIAGRO, 2020), referentes a dados
agrometeorológicos, em especial de Pluviosidade e Temperatura no período de
2000-2019, o município apresentou anualmente uma temperatura média de 21,7°C,
com mínimas e máximas médias de 15,6°C e 28,4°C, respectivamente, e
precipitação média de 1.265 mm. No Figura 19, é apresentado a série histórica no
período de 2000 a 2019, da Precipitação e Temperatura, Média Mensal.

Figura 19 – Série Histórica de Precipitação e Temperatura Média Mensal

(Período de 2000 a 2019)

Fonte: Elaborado pelo autor, dados do (CIIAGRO, 2020).

38
. Classificação climática de Köppen-Geiger, mais conhecida como climática de Köppen, é o sistema
de classificação global dos tipos climáticos mais utilizada em climatologia.
96

Os dados apresentados na Figura 19, foram obtidos pelo posto pluviométrico


de Vargem Grande do Sul – ABVGS (Associação dos Bataticultores da Região de
Vargem Grande do Sul), e disponibilizado no CIIAGRO; podendo ser observado, que
no geral o período de estiagem e menores temperaturas, ocorre entre abril e
setembro, e de outubro a março, é caracterizado pelo período das chuvas e altas
temperaturas.

• Velocidade, Direção e Predominância dos Ventos


De acordo com as informações relativas a velocidade, direção e
predominância dos ventos, disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia
– INMET (INMET, 2020), o município de Vargem Grande do Sul não é contemplado
por uma estação meteorológica que conste na rede de monitoramento do INMET,
portanto, os dados utilizados foram os obtidos pela estação mais próxima à área de
estudo, sendo esta, a Estação Automática SP A738 – localizada na Lat. 21º46’ S,
Long. 47º 04’ W, no município vizinho de Casa Branca.
A compilação dos dados referentes a direção e velocidade média mensal dos
ventos disponível, resultou na série histórica do período de 2007 a 2019, conforme
pode ser observado na figura a seguir.

Figura 20 – Série Histórica de Direção e Velocidade Média dos Ventos

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir dos dados fornecido pelo INMET (INMET, 2020).

Pode-se notar através das informações apresentada na Figura 20, que a


velocidade média (vm) dos ventos, varia entre 1,09 m/s e 1,79 m/s, que segundo o
97

a Escala de Beufort39, se enquadra na “escala 1 (vm entre 1 - 2 m/s) – Bafagem40”.


(INPE, 2012), e que a direção predominante dos ventos é Sul-Sudeste – SSE.

5.1.9 Recursos Hídricos


A principal zona urbana de Vargem Grande do Sul está inserida na UGRHI
04, tendo como os principais cursos d’água o rio Verde e os córregos Santana,
Graminha e Barreirinho; a mancha urbana isolada (Parque das Macadâmias) está
parcialmente inserido na UGRHI 04 e 09, estando inserida na Sub-Bacia do Jaguari
Mirim pertencente a UGRHI 09, tendo como sistema de drenagem natural composto
principalmente pelos córregos da Conserva e Boa Vista. A Figura 21 ilustra a malha
hídrica do município.
O território de Vargem Grande do Sul é contemplado por três unidades
aquíferas sendo elas: a Pré-Cambriana, a Serra Geral, intrusivas e a Tubarão,
conforme pode ser observado na Figura 21 e caracterizadas a seguir:

Figura 21 – Mapa dos Recursos Hídricos de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

39
Consultar Glossário.
40
Consultar Glossário.
98

• Pré-Cambriana (Cristalino)

“A unidade aquífera Pré-Cambriana, ou embasamento cristalino São Paulo, é


um importante Aquífero do Estado de São Paulo, pois abrange toda a porção leste
do Estado; é composta por rochas ígneas e metamórficas geralmente granitos,
gnaisses, filitos, xistos e quartizitos, que são, em sua origem, praticamente
impermeáveis. Entretanto, devido os eventos tectônicos aliados à ação das
intempéries na superfície terrestre, formaram-se sistemas de falhas, fraturas e
porções de rochas alteradas, com isso, propiciando condições de percolação e
acúmulo das águas subterrâneas, constituindo assim um aquífero fraturado,
caracterizado pela baixa transmissividade e a ausência de fluxos de água, em escala
regional. Sua recarga natural se dá em decorrência das chuvas, que escoa através
das camadas de rocha alterada e zonas fissuradas, sendo dessa forma,
armazenada”. (CETESB, [20--?a]).

De acordo com as informações do banco de dados do Mapa de Unidades


Aquíferas (IG, 2007), o potencial hídrico da presente unidade aquífera no município
de Vargem Grande do Sul, pode variar de 3 a 23 m³/h.

• Serra Geral, intrusivas


A representatividade desta unidade aquífera no município de Vargem Grande
do Sul, é “tímida” se comparada às demais, porém, sua área de abrangência tem
importância econômica relevante, por estar parcialmente na zona urbana e em região
de possível expansão, podendo vir a ser uma alternativa para abastecimento público
dessa região (ver Figura 21). A seguir são apresentadas algumas das principais
características desse Aquífero, segundo a CETESB ([20--?a]):

O Aquífero Serra Geral é formado por rochas bastante impermeáveis


originadas por derrames basálticos da Formação Serra Geral e intrusões
diabásicas, dessa forma, a produção de águas subterrâneas ocorre
somente ao longo de falhas e fraturas das rochas e intercalação com rochas
mais permeáveis.
A recarga para este aquífero se dá através da precipitação pluvial sobre os
solos basálticos, que vão atingir as regiões fissuradas da rocha matriz.
Ocorre também um grande intercâmbio de água com o aquífero Bauru,
localizado acima, e também com o aquífero inferior, constituído pelos
arenitos Botucatu e Pirambóia. As principais saídas de drenagem desse
aquífero basalto são os rios. (CETESB, [20--?a]).

Segundo os dados do Mapa de Unidades Aquíferas (IG, 2007), o potencial


hídrico desse aquífero no território vargengrandense pode variar de 1 a 12 m³/h.
99

• Tubarão
Devido a Unidade Aquífera Tubarão, ter sua formação rochosa bastante
heterogênea, dificultando assim, na definição de seus parâmetros hidrogeológicos,
conforme corroborado pela CETESB ([20--?a]) conforme segue:

O Grupo Tubarão, de origem predominantemente glacial, é formado por


rochas com características bastante heterogêneas, datadas do Carbonífero
Superior, o que torna seu comportamento como aquífero extremamente
irregular e de difícil definição dos parâmetros hidrogeológicos.
Devido à importância sócio-econômica das regiões de afloramento destes
sedimentos, à grande extensão dessas regiões (aproximadamente 20.000
km2) e as grandes espessuras que atingem (cerca de 1.000 metros), o
Grupo Tubarão apresenta boas potencialidades aquíferas. (CETESB, [20--
?a]).

De acordo com IG (2007) o potencial hídrico do Grupo Tubarão, que abrange


o município pode variar de 0 a 20 m³/h.

5.1.10 Vegetação
De acordo com a Resolução SMA n.o 146/17 (SMA, 2017b), a qual institui o
Mapa de Biomas do Estado de São Paulo, o Estado é contemplado pelos biomas
Mata Atlântica e Cerrado, possuindo também Zonas de Tensão (ecótono resultante
do contato entre os fronteiriços biomas), e o município de Vargem Grande do Sul
está localizado em uma fase de transição entre os biomas, sendo composto pelo
Bioma Mata Atlântica ao norte, e pela Zona de Tensão ao sul (ver Figura 22).

Os fragmentos remanescentes da vegetação natural e de reflorestamento do


município foram extraídos do Inventário Florestal do Estado de São Paulo – 202141
(IF, 2020), podendo ser verificado que dos 26.718 ha (vinte e seis mil e setecentos
e dezoito hectares) de extensão territorial do município, 3.155 ha (três mil e cento e
cinquenta e cinco hectares) são ocupados por Floresta Estacional Semidecidual e
537,4 ha (quinhentos e trinta e sete vírgula quatro hectares) por Formação Pioneira
com Influência Fluvial ou (Formação Arbórea/Arbustiva em região de várzea),
correspondendo a 13,82% da superfície territorial municipal (ver Figura 22).

A seguir, são descritas algumas das principais características da Florestas


Estacional Semidecidual, segundo Araújo Filho ([20--?]):

41
O Instituto Florestal colaborou com o material “Inventário Florestal de 2020 (shapefile)” do município
de Vargem Grande do Sul para a realização do presente trabalho.
100

Essa formação vegetal apresenta um porte em torno de 20 metros (estrato


mais alto) e apresenta, como característica importante, uma razoável perda
de folhas no período seco, notadamente no estrato arbóreo. Na época
chuvosa, a sua fisionomia confunde-se com a da floresta ombrófila densa,
no entanto, no período seca, nota-se a diferença entre elas.
Os Argissolos e Latossolos, ambos Amarelos e Vermelho-Amarelos, com
baixa fertilidade natural e alguns Argissolos Vermelhos, são os principais
solos relacionados com este tipo de floresta. (ARAÚJO FILHO, [20--?]).

Figura 22 – Mapa do Inventário Florestal e do Bioma de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

5.1.11 Uso e Ocupação do Solo


De acordo com o Estudo do Plano Diretor Participativo do Município de
Vargem Grande do Sul/SP 2018 (DOSSEL, 2018) o município é dividido em dois
principais usos e ocupação do solo, conforme segue:

O uso e ocupação do solo no município [...] apresenta dois grandes padrões


predominantes espacialmente separados, a grosso modo, pela malha
urbana, configurando um conjunto de intenso cultivo agrícola a sul em
especial culturas de batata e cana-de-açúcar e outro com remanescente
florestais, pastagens e outros cultivos (em especial o café) a norte-nordeste.
(DOSSEL, 2018, p. 74).

Dossel (2018) apresenta em seu estudo as diversas características de cada


conjunto, conforme segue:
101

O primeiro conjunto a sul é limitado pela rodovia SP-215/BR-267, ao sul da


qual se desenvolve com a predominância de agricultura mecanizada e uso
de pivô central. [...]. A agricultura ocupa todos os espaços, chegando até os
limites das Áreas de Preservação Permanente dos cursos d’água. Esse
conjunto ocupa cerca de 55% do território municipal.
O segundo conjunto se inicia imediatamente a norte/nordeste da malha
urbana e se estende até os limites com os municípios de São Sebastião da
Grama e Águas da Prata. Ele é caracterizado pela presença de
remanescentes florestais, inclusive da Araucária, em condição topográfica
distinta do primeiro conjunto. Aqui o relevo é irregular e topograficamente
compõem um patamar mais elevado. A pastagem se desenvolve de modo
mais enfático, marcando a paisagem. É nesse conjunto que predomina o
cultivo do café, instalado nos terrenos de maior declividade. (DOSSEL,
2018, p. 74).

De acordo com a Lei Municipal 4.051/16 (VGSUL, 2016), a qual delimita o


perímetro urbano de Vargem Grande do Sul, a sua área urbana possui um total de
2.541 ha (dois mil e quinhentos e quarenta e um hectares), ou seja, 9,51% da área
territorial do município, portanto, a área rural compõe cerca de 24.177 ha (vinte e
quatro mil e cento e setenta e sete hectares) ou 90,49 % do município.

Em 2019, através da Portaria DECEA n.o 345/ICA/2019 (BRASIL, 2019b) foi


definida a zona de Proteção do Aeródromo Fazenda Campo Vitória, regrando o uso
e ocupação dessa área de forma que não atrapalhe o tráfego aéreo. Na Figura 23 é
apresentado o mapa de uso e ocupação do solo do município de Vargem G. do Sul

Figura 23 – Mapa de Uso e Ocupação do Solo de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.


102

5.2 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL


A seguir é listado a legislação referente ao meio ambiente, ao urbanismo, ao
uso e ocupação do solo e ao zoneamento, em vigência até 2019, no município de
Vargem G. do Sul.

• Lei n.o 1.952/1995 (e suas alterações) – “Lei de Parcelamento do Solo


Urbano” (VGSUL, 1995);
• Lei n.o 2.681/2006 – “Plano Diretor do Município de Vargem Grande do Sul”
(VGSUL, 2006);
• Lei n.o 3.086/2010 – “Política municipal de proteção aos mananciais de águas
destinadas ao abastecimento público” (VGSUL, 2010);
• Lei n.o 4.051/2016 – “Delimitação do Perímetro Urbano” (VGSUL, 2016); e
• Portaria DECEA 345/ICA/201942 – “Zona de Proteção de Aeródromo Fazenda
Campo Vitória” (BRASIL, 2019a).

O município não possui legislação específica para o uso e ocupação do solo


e zoneamento municipal, como também, o Plano Diretor em vigência (VGSUL, 2006),
não é contemplado com mapas de zoneamento e macrozoneamento. Entretanto, em
2018 a Prefeitura Municipal deu início ao processo de elaboração da proposta do
Novo Plano Diretor (DOSSEL, 2018), e atualização das Leis complementares
pertinentes, como Lei de Uso e Ocupação do Solo e Zoneamento, Parcelamento do
Solo, etc. Porém, até o final de 2019, estas propostas de leis não haviam sido
encaminhadas à Câmara Municipal, para suas respectivas análises e aprovações.

42
Apesar de ser uma Portaria Federal, por se tratar de uma restrição de uso e ocupação no Município,
optou-se por apresenta-la no presente item.
103

6 MÉTODO APLICADO PARA A ÁREA DE ESTUDO


A execução do presente trabalho se dividiu em quatro etapas, “Levantamento
de dados”, “Pré-processamento”, “Avaliação Multicritério” e “Análise/Resultado”, as
quais são apresentadas a seguir na Figura 24, através do Fluxograma das Etapas
de Trabalho e descritas na sequência.

Figura 24 – Fluxograma das Etapas de Trabalho


Etapas Processos/Produtos

Levantamento de Legislação/Normas/ Dados Dados Dados


dados Referencial Teórico Vetoriais Raster Tabulares

Organização de um banco de
Pré-processamento dados georreferenciado

Seleção e definição dos Atribuição das notas e


Fatores e Restrições elaboração dos mapas

União dos Mapas de Notas e Matriz de comparação pareada e


Avaliação Multicritério exclusão das áreas inaptas obtenção dos pesos dos critérios

Reclassificação em classes
temáticas

Determinação da área mínima Separação das áreas com


necessária melhores classes de aptidão

Análise/Resultado

Cálculo das áreas dos


Seleção das áreas aptas
polígonos resultantes

Fonte: Elaborado pelo autor.

6.1 ETAPA 1: LEVANTAMENTO DE DADOS


Esta primeira etapa foi constituída no levantamento de informações e dados
referentes às normas e legislação da esfera federal, estadual e municipal pertinentes,
como também referências bibliográficas como: estudos, trabalhos acadêmicos,
104

artigos, dissertações, teses etc., relativos à temática de seleção de áreas para a


implantação de aterros sanitários, a fim de amparar a metodologia aplicada do
presente estudo. Além das informações supracitadas, nesta etapa também foram
coletados dados vetoriais (shapefile), matriciais (raster) e tabulares, referentes as
informações de interesse, conforme pode ser observado na Tabela 5.

Tabela 5 – Materiais e recursos utilizados no presente trabalho

Dados ou Recursos Descrição Formato Fonte


Mapa Geológico do Estado de São Paulo Perrota et al.,
Geologia Vetor (shp)
Escala 1:750.000 2006a
Mapa de Perigo de Escorregamento Planar e
IG; SMA;
Perigo de inundação Inundação do Estado de São Paulo Vetor (shp) CPLA, 2014b
Escala 1:750.000
Altitude e Declividade do terreno a partir do Modelo
Raster
Declividade Digital de Elevação (MDE) INPE, 2011
(GeoTiff)
Escala 1: 250.000
Mapa Pedológico do Estado de São Paulo:
Pedologia Revisado e Ampliado Vetor (shp) Rossi, 2017b
Escala 1:750.000
Corpos d’água obtido através do Complemento QGIS, 2020
OpenStreetMap – OSM do QGIS
Vetor (shp)
Hidrografia Escala (não informada) CETESB;
Vetor (shp)
Hidro. do Estado de São Paulo – UGRHI 4 e 9 DAEE, 2017a e
Escala 1:50.000 2017b
Limites Municipais do Estado de São Paulo
Limite Municipal Vetor (shp) IGC, 2015
Escala 1:50.000
Áreas Urbanas no Brasil em 2015 EMBRAPA,
Mancha Urbana Vetor (shp) 2017
Escala 1:50.000
Perímetro Urbano de Vargem Grande do Sul
Perímetro Urbano Vetor (shp) VGSUL, 2018
Escala 1:50.000
Rodovias Municipais e Estradas – OSM do QGIS;
Vetor (shp) QGIS, 2020
Rodovias e Estradas Rodovias Estaduais Jesus, 2018
Vetor (shp)
Escalas (não informada)
Unidades de Conservação do Brasil
Unidade de
(Federais, Estaduais e Municipais) Vetor (shp) MMA, 2020
Conservação
Escala 1:100.000
Limite das APRMs no Estado de São Paulo CBH-AT,
Limite das APRMs Vetor (shp) [20--?]
Escala (não informada)
Áreas de Comunidades Áreas de Quilombolas no Estado de São Paulo
Vetor (shp) INCRA, [20--?]
Tradicionais Escala (não informada)
Terras Indígenas no Estado de São Paulo – FUNAI SMA; CPLA;
Áreas Indígenas Vetor (shp) DIA, 2019
Escala (não informada)
Sítios Geológicos e Sítios Geo. e Paleontológicos do Brasil – 2006
Vetor (shp) CPRM, 2006
Paleontológicos Escala 1:2.500.000
Geoespacialização das cavidades naturais
Patrimônio
subterrâneas (cavernas) já prospectadas Vetor (shp) CEVAV, 2019
Espeleológico
Escala (não informada)
Patrimônio CONDEPHAAT
Bens Protegidos, informações dos endereços - , 2020
Histórico e Cultural
Aeródromos Públicos e Privados ANAC, 2019a;
Planilha (Csv)
Aeródromos Área de Proteção do Aeródro. Faz. Campo Vitória 2019b
KML BRASIL, 2019b
Escala (não informada)
Imagem de Satélite da Superfície Terrestre, obtido
através da Ferramenta (Complemento/Plugin)
Imagem de Satélite Raster QGIS, 2020
“OpenLayersPlugin” – Google Satélite do QGIS
Escala (não informada)
É um SIG (Sistema de Informação Geográfica),
Software QGIS v.
sendo um aplicativo profissional GIS Livre e de - QGIS, 2020
2.14.18
Código Aberto
Fonte: Elaborado pelo autor.
105

Nesta etapa, pôde ser verificado quais restrições legais são ou não, incidentes
no município de Vargem Grande do Sul – SP (área de estudo), como por exemplo,
presença no território municipal ou proximidades de áreas de proteção como:
Unidades de Conservação Ambiental, Áreas de Proteção, dos mananciais, ZEEs,
ocupadas por populações tradicionais, de Aeródromos, de Patrimônios Histórico e
Cultural, Espeleológico, Arqueológico, etc.

6.2 ETAPA 2: PRÉ-PROCESSAMENTO


Na etapa de Pré-processamento, foi realizado a organização do banco de
dados coletados, compatibilizando e padronizando-os, para assim, poderem ser
utilizados adequadamente, conforme é descrito a seguir.

Primeiramente foi necessário verificar e compatibilizar quando necessário, o


Sistema de Referência (Datum) de todos dados coletados, uma vez que atualmente
o Datum oficial no Brasil é o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas -
SIRGAS 2000, e devido os dados serem provenientes de diversas fontes, é comum
encontrar dados com Datum divergentes, como: Córrego Alegre, South American
Satum - SAD 69 e World Geodetic System - WGS 84. Portanto, foi necessário realizar
essa verificação e compatibilização.

É de suma importância que se faça essa compatibilização, para que assim


todos os materiais tenham o mesmo Sistema de Referência que o do Projeto,
evitando assim, informações imprecisas, pois, um ponto com coordenadas no Datum
SAD 69 terá coordenadas (valores) diferentes no Datum SIRGAS2000.

Devido a área de estudo estar em sua totalidade, inserida em um único Fuso


(23 S), optou-se por utilizar o Sistemas de Coordenadas (UTM), ou seja, a unidade
de medida do mapa é dada em metros, facilitando assim determinar e verificar as
distâncias, das restrições e fatores de interesse do presente estudo.

Ressalta-se que alguns dos materiais obtidos, além de não estarem com o
Datum SIRGAS 2000, também possuíam Sistema de Coordenadas Geográficas, ou
seja, as unidades das informações eram dadas em graus, minutos e segundos,
portanto, foi necessário convertê-los para SIRGAS 2000 (UTM). Na Figura 25 é
apresentado o procedimento realizado para a conversão dos materiais.
106

Figura 25 – Sequência realizada para compatibilização dos dados

Sistemas de Coordenadas

Geográfico Geográfico UTM UTM

SAD 69

WGS 84 SIRGAS 2000 SIRGAS 2000


Sistema de
Córrego Alegre
Referência
(DATUM)
SAD 69

WGS 84 SIRGAS 2000

Córrego Alegre
Fonte: Elaborado pelo autor.

Além da compatibilização dos Sistema de Referência e Coordenadas dos


dados, também foi necessário padronizar, as escalas dos dados, ou seja, “a
resolução/detalhamento” das informações, para que posteriormente, os mapas
sejam convertidos em raster, com mesma quantidade de pixels/informações, ou seja,
mesma dimensão matricial. Para o presente estudo optou-se em utilizar escala de
1:150.000, a qual mostrou ser suficiente para detalhar a área estudada.

6.3 ETAPA 3: ANÁLISE MULTICRITÉRIO


Após o término da etapa de Pré-Processamento, deu-se início a Etapa 3 –
Análise Multicritério, a qual tem seu processo descrito a seguir.

• Seleção e definição dos fatores e restrições


Nessa etapa vale ressaltar que a seleção e definição dos fatores e restrições
depende da variedade e qualidade dos dados obtidos, portanto, varia de estudo para
estudo, além de depender de quais fatores os autores têm interesse em analisar.
Porém, quanto maior a diversidade de dados (fatores e restrições) a serem
analisados, melhor e mais preciso o resultado será, uma vez que as áreas mais
adequadas serão aquelas que melhor atenderem o maior número de quesitos.
Na Tabela 6 é apresentada a relação dos critérios a serem analisados, fatores
e restrições incidentes na área de estudo, os quais serão descritos no item a seguir.
107

Tabela 6 – Fatores e Restrições analisados para a elaboração dos mapas


Critérios Ambientais Descrição
Pedologia -
Geologia -
Distância de cursos d’água Distância mínima de 200 m
Critérios de Uso e Ocupação do Solo Descrição
Distância de núcleos populacionais Distância entre 500 m e 10.000 m
Distância de aeródromos Raio mínimo de 10.000 m
Critérios Operacionais Descrição
Distância de vias Distância entre 100 m e 10.000 m
Declividade Declividade entre 1 % a 30 %
Risco de inundação -
Tamanho da área disponível e vida útil Vida útil mínima de 15 anos
Fonte: Elaborado pelo autor.

• Atribuição das Notas


Após a definição dos critérios a serem analisados, foram atribuídas notas de
aptidão para todas as classes (camadas) de cada critério, e elaborados seus
respectivos mapas.
Para a adoção das notas e confecção dos mapas, foram adotados a lógica
Booleana (nota 0 – inapto e 1 – apto), apenas para os seguintes critérios ‘distância
de cursos d’água’, ‘distância de aeródromos’ e ‘risco de inundação’, para os demais,
adotou-se a lógica de Fuzzy (notas de 0 a 1), conforme apresentado no Quadro 17.

Quadro 17 – Notas dos critérios e descrição adotada pela lógica de Fuzzy


Cor e Nota Nível de Aptidão
0,0 Péssima | Inapta
0,2 Ruim
0,4 Moderadamente Ruim
0,6 Moderadamente Boa
0,8 Boa
1,0 Ótima | Apta
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os critérios para a atribuição das notas as classes, foram embasados em


referências bibliográficas, normativas, e técnicas, além da relevância ambiental local,
atribuída pelo o autor, sendo apresentados a seguir.
a. Pedologia
Para a pedologia (tipos de solos) foram analisadas as características de
textura superficial e profundidade do solo (ver Figura 42 e Figura 43 do Apêndice A).
Para o quesito textura recomenda-se que o solo da área de interesse para a
implantação de um aterro sanitário tenha uma textura (composição granulométrica)
mais argilosa, por apresentarem baixa permeabilidade, e uma melhor capacidade de
108

retenção de líquidos (barreira natural), dificultando assim, ou até mesmo impedindo,


que uma possível exposição do chorume ao solo, alcance o lençol freático.
Com relação a profundidade, é recomendado solos mais profundos por
apresentarem uma maior disponibilidade de material para o recobrimento diário das
células de resíduos do aterro, otimizando sua operação, consequentemente
reduzindo os custos durante sua vida útil, uma vez que não haverá necessidade
buscar material em outras áreas.
Portanto, quanto mais profundo, e argilosa for a textura do solo melhor será
sua aptidão a implantação de aterro sanitário, sendo assim, solos mais rasos, com
textura arenosa, são menos aptos para esta análise.
As notas atribuídas aos tipos de solos presentes na área de estudo podem
ser observadas no Quadro 18.
b. Geologia
Devido a crescente preocupação com a escassez de água, para o critério de
geologia, foram analisadas as seguintes características das Unidades Geológicas:
“capacidade de proteção" dos aquíferos, e importância hídrica para a região.
Portanto, quanto maior a importância hídrica para a região, menos apta a área
para receber uma instalação de disposição de resíduos sólidos. A existência de
feições estruturais como (foliações, falhas e fraturas) no local é um fator de crucial
importância, portanto, sugere-se a pontuação mínima para essas áreas, em
decorrência do grande potencial de impacto nas águas locais.

O município possui 3 (três) unidades aquíferas: Pré-Cambriano, Tubarão e


Serra Geral (ver Figura 21), sendo considerado a unidade Pré-Cambriano a de maior
importância, uma vez que está presente na região (N-NE) do município, onde estão
presentes seus principais mananciais, esta unidade possui característica de ter uma
formação pouco homogênea, com sua porosidade e permeabilidade associada a
fraturas.

Como a região de abrangência da unidade Pré-Cambriano no município é


caracterizada com área de mananciais, presença de afloramentos rochosos e
fraturas, portanto, sendo mais vulnerável, consequentemente menos aptas para a
implantação de aterros sanitários. As regiões, em que há presença de fraturas, foram
consideradas inaptas. Portanto, os Domínios Geológicos presentes na área de
109

abrangência dessa unidade aquífera como: Complexo São José do Rio Pardo e
Complexo Varginha-Guaxupé, foram considerados menos aptas.

A Unidade Aquífera Tubarão, que abrange quase toda parcela (S-SO) do


município, possui como característica de ser semi-confinado a confinado, e de baixa
transmissividade, formado principalmente pelas rochas arenitos e siltitos, possuindo
assim uma boa proteção natural, portanto, os Domínios Geológicos que abrangem
essa Unidade Aquífera, exceto os Depósitos aluvinares, possuem boa aptidão para
a implantação do empreendimento.

As áreas de abrangência dos depósitos aluvinares como: margens, fundos de


canal e planícies de inundação de rios, foram consideradas áreas inaptas.

A Unidade Aquífera Serra Geral (pequena parcela da região central do


município), possui característica de apresentar porosidade e permeabilidade
associadas a fraturas, além de possuir como rocha principal de sua formação o
diabásio, sendo, portanto, um aquífero sedimentar de baixa permeabilidade
(confinado). Características estas, desejáveis para implantação de aterro sanitário,
uma vez que não há evidências de fraturas na região, com isso o Domínio Geológico
Formação Serra Geral, presente na área de abrangência, possui aptidão ótima.

As notas atribuídas às Unidades Geológicas presentes no município de


Vargem Grande do Sul, podem ser observadas no Quadro 18.
c. Distância dos recursos hídricos superficiais
Devido a preocupação com a qualidade das águas superficiais e a sua
ictiofauna, assim como, com a importância destes recursos hídricos para o
abastecimento público e das propriedades rurais, dessedentação de animais etc., foi
utilizado para este critério a restrição estabelecida pela NBR 13.896/1997 (ABNT,
1997), portanto, áreas com distanciamento inferior a 200 m (duzentos metros) de
qualquer recurso hídrico superficial receberam nota mínima, e as demais, nota
máxima, conforme apresentado no Quadro 18.
d. Distância de núcleos populacionais
Este critério visa considerar as distancias que sejam suficientes para que o
empreendimento não gere incômodos à população, tais como: odores, fumaça,
presença de vetores etc., como também que assegure sua a viabilidade operacional
(custo) ao longo de sua vida útil.
110

A NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997) “estabelece que o local para a implantação


de aterros sanitários deve ter distância superior a 500 m (quinhentos metros) de
núcleos populacionais” e Melo (2011) “recomenda para que se evite incômodos à
população, um distanciamento mínimo de 2.000 m (dois mil metros)”.
Com relação a viabilidade e custo operacional Felicori et al. (2016) sugerem
que “as áreas de melhor aptidão, são as localizadas a uma distância entre 2.000 m
(dois mil metros) e 8.000 m (oito mil metros) dos núcleos urbanos"; e segundo os
mesmos, e BRASIL (2011), o empreendimento inviabiliza “a partir de 10.000 m (dez
mil metros”.
Portanto, foram consideradas áreas não aptas (atribuída nota 0) as áreas que
estão a uma distância de até 500 m (quinhentos metros), e a 10.000 m (dez mil
metros) ou mais, dos núcleos urbanos, e nota máxima para as áreas localizadas a
uma distância entre 2.000 m (dois mil metros) e 8.000 m (oito mil metros), para as
demais áreas foram atribuídas notas intermediárias, conforme consta no Quadro 18.
e. Distância de Vias
Devido à preocupação com a viabilidade do empreendimento, como também
possíveis transtornos ao tráfego e à população, a distância entre o empreendimento
e as vias de acesso, assim como sua qualidade devem ser consideradas.
A qualidade das vias influencia diretamente no tempo de operação (melhor
tráfego) e no desgaste dos caminhões coletores de resíduos, portanto, quanto
melhores forem as condições das vias utilizadas na operação do aterro, menor será
o gasto com a manutenção da frota e de operação ao longo da vida útil do projeto.
Silva (2011) e Felicori et al. (2016), “recomendam um distanciamento mínimo
de 100 m (cem metros) entre os eixos das vias e a área do empreendimento, devido
a possibilidade de ocorrer problemas de tráfego, ocasionado pela circulação de
veículos coletores de resíduos etc., além de comumente ocorrer desprendimento de
resíduos como sacolas plásticas, papéis etc., podendo vir a atrapalhar o bom fluxo
das vias. Como também recomendam um distanciamento ótimo entre 1.000 m (mil
metros) e 2.000 m (dois mil metros), por não estar muito próximo das vias a ponto
de atrapalhar o plexo fluxo e afastado o suficiente para não inviabilizar a operação”.
O distanciamento máximo admitido será de 10.000 m (dez mil metros), uma
vez que as rodovias principais e estradas do município passam pela mancha urbana
principal, portanto, utilizou-se o mesmo critério de viabilidade de distanciamento de
núcleo populacional.
111

Para esse critério, foram consideradas as principais rodovias e estradas


presentes no município, sendo atribuído nota mínima para áreas com distância de
até 100 m (cem metros), e superiores a 10 km (dez quilômetros) das vias, e nota
máxima as localizadas na faixa de 1.000 m (mil metros) a 2.000 m (dois mil metros),
as demais áreas receberam notas médias conforme apresentado no Quadro 18.
f. Declividade (Clinografia)
A preocupação com esse critério, está relacionado a oferecer melhores
condições para a operação do aterro, como também seu sistema de drenagem.
A NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997), estabelece que áreas aptas para receber
um aterro sanitário devem ter uma declividade entre 1% a 30%. E segundo Weber e
Hasenack (2000) e Silva (2011) “quanto menor for a declividade, mais apta a área
será, pois oferece condições menos críticas para o sistema de drenagem e facilita
as operações de movimentação de resíduos e solos”.
Portanto, foram consideradas áreas inaptas (nota 0) as com declividade até
1%, e superiores a 30%, e atribuída nota máxima as áreas com declividade entre 1%
a 10%. As notas atribuídas para esse critério podem ser observadas no Quadro 18.
g. Risco de Inundação
Este critério visa identificar áreas de potencial risco de inundação, para que
assim possam ser desconsideradas na seleção de áreas para implantação de aterro
sanitário, por se tratar de áreas ambientalmente frágeis.
Portanto, áreas com médio a alto risco de inundação são consideradas não
aptas (nota 0), e foi atribuída nota máxima de aptidão (nota 1) para as áreas com
baixíssimo (inexistente) risco de inundação, conforme apresentado no Quadro 18.
h. Distância de aeródromos
Como o aterro sanitário é um empreendimento atrativo de fauna em geral, e
devido a preocupação com um possível acidente entre aves e aeronaves, foi estabe-
lecido pela da Port. n.o 741/CG3/2018 (BRASIL, 2018a) um distanciamento mínimo
de segurança de 10 km (dez quilômetros) entre aterros sanitários e aeródromos.
Portanto, as áreas pertencentes ao raio de 10 km (dez quilômetros) dos aeródromos
foram consideradas não aptas, e as demais aptas, conforme consta no Quadro 18.
Ao serem atribuídas notas para todas as classes de cada critério, foram
elaborados seus respectivos “Mapas de Notas”.
112

Quadro 18 – Notas de aptidão dos critérios

Notas
Critérios
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Gleissolos Argissolo
Pedologia Neossolos Cambissolo
Área Urbana Latossolos
Depósitos Complexo S. J. do Complexo Fm. Rio Claro
Geologia Fm. Serra Geral
Aluvinares R. Pardo Varginha-Guaxupé Fm. Aquidauana
Distância de recursos
d < 200 m d ≥ 200 m
hídricos superficiais43
Distância de núcleos d ≤ 500 m e 500 m < d ≤ 2.000 m e
2.000 m < d ≤ 8.000 m
urbanos ou populacionais44 d > 10.000 m 8.000 m < d ≤ 10.000 m
Distância de aeródromos d ≤ 10.000 m d > 10.000 m
d ≤ 100 m e 500 m < d ≤ 1.000 m e
Distância de vias45 1.000 m < d ≤ 2.000 m
d > 10.000 m 2.000 m < d ≤ 10.000 m
Declividade i ≤ 1% e i > 30% 20% < i ≤ 30% 10% < i ≤ 20% 1% < i ≤ 10%

Perigo de inundação Médio Baixíssimo


Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: d – distância; i – inclinação (declividade).

Após contatar Marcio Rossi - autor do Mapa de Pedologia (Rossi, 2017a), foi esclarecido que a classe “área urbana” não teve uma representação pedológica
por se tratar de uma área já consolidada, alterada e compactada, descaracterizando sua pedologia, portanto, essa área teve uma classe específica.

43
O autor recomenda atentar-se com relação as Áreas de Preservação Permanente – APP dos cursos d’água na região de estudo, para ser utilizado o valor
mais restritivo, ou seja, a maior distância. Por exemplo, rios com largura ≥ 600 m, possuem uma APP de 500 m (BRASIL, 2012a), portanto, nesse caso,
utilizaria os 500 m
44
A distância de aptidão máxima de núcleos populacionais recomendada por Felicori et al. (2016), foi de no máximo 10.000 m, sendo considerados o intervalo
de 2.000 m a 8.000 m de melhor aptidão, sendo corroborado esta distância máxima pelo Termo de Referência Técnico BRASIL (2011) (ver item “b” 4.1.2 ).
45
Intervalo de distância entre o eixo de rodovias federais e estaduais, recomendado no trabalho de Silva (2011) foi de 100 m a 15.000m, porém, para o
presente trabalho adotou-se um máximo de 10.000 m, também para o eixo de rodovias municipais e estradas, utilizando-se da mesma justificativa da
distância de núcleos populacionais.
113

• União dos Mapas de Notas e exclusão das áreas inaptas


Após elaborados os Mapas de Notas para cada critério, foi realizado a união
das áreas inaptas de todos os critérios, e posteriormente excluídas da área territorial
do município, resultando assim nas áreas que possuem algum nível de aptidão.
Em seguida foi necessário elaborar a Matriz de Comparação Pareada, para
assim, obter o peso de importância de cada critério, com isso, possibilitando
determinar o nível de aptidão das áreas resultantes, conforme apresentado a seguir.
• Matriz de comparação pareada e obtenção dos pesos dos critérios
Para a elaboração da Matriz de Comparação Pareada, foi necessário atribuir
valores de intensidade de importância (valores AHP, ver Quadro 5) para os critérios
(fatores) analisados Geologia, Pedologia, Declividade, Distância de núcleos urbanos
e de vias.
No presente estudo foi atribuída uma maior relevância aos critérios
ambientais, como Geologia e Pedologia, seguido do critério operacional declividade,
e por fim, pelos critérios de distância de núcleos urbanos e vias, conforme pode ser
observado na Matriz de Comparação Pareada apresentada na Figura 26.

Figura 26 – Matriz de Comparação Pareada

Fonte: Elaborado pelo autor, com auxílio do software QGIS v.2.14.18 (QGIS, 2020).

Após definida a matriz de comparação pareada, com o auxílio do


complemento “Easy AHP”46 do QGIS, os critérios foram organizados
hierarquicamente e comparados entre si, sendo calculado pelo complemento os
seguintes indicadores AHP: o máximo autovalor (lambida - λ), o índice de

46
Para a utilização do Easy AHP é necessário que os arquivos dos Mapas Notas estejam em formato
matricial (raster).
114

consistência – CI e a razão de consistência – CR, os quais segundo Almeida (2020)


“são medidas que auxiliam na definição dos critérios de comparação pareada”. Para
o presente estudo foi dado ênfase para o CI, pois este indicador “mede a coerência
dos julgamentos, sendo que quanto mais próximo o índice estiver de zero, maior será
a consistência global da matriz de comparação” (ALMEIDA, 2020).

Na sequência da obtenção dos indicadores AHP, o complemento “Easy AHP”


realizado o cálculo do peso de cada critério, conforme apresentado na Figura 27.

Figura 27 – Pesos finais dos critérios (fatores)

Fonte: Elaborado pelo autor, com auxílio do software QGIS v.2.14.18 (QGIS, 2020).47

Com isso, foi possível determinar o valor de aptidão para as áreas


remanescentes, através de uma média ponderada das notas das classes incidentes
nas áreas, de cada critério, com seus respectivos pesos.

• Reclassificação em classes temáticas


Após determinado o valor de aptidão das áreas remanescentes, foi realizado
a reclassificação dessas áreas em classes temáticas como: “Ruim” para valores
entre 0,01 - 0,40, “Moderadamente boa” entre 0,41 - 0,70 e “Ótima” entre 0,71 - 1,00.

6.4 ETAPA 4: ANÁLISE E RESULTADO


Concluída a Etapa 3: Análise Multicritério deu-se início a Etapa 4 “etapa final”,
na qual foi realizado os procedimentos descritos a seguir, e assim obtido o Mapa
Final de área aptas para implantação de aterro sanitário.

47
Foi realizado uma adaptação na imagem, para possibilitar a visualização de todos os critérios
calculados.
115

• Separação das áreas com melhores classes de aptidão


Após a reclassificação em classes temáticas foram excluídas as áreas com
grau de aptidão “Ruim”, resultando nas áreas com grau de aptidão Moderadamente
Boa e Ótima.
Nessa etapa, afim de uma melhor proteção dos mananciais optou-se em fazer
um buffer (faixa de influência) de 200 m (duzentos metros) da estrutura de
cisalhamento presente no município (ver Figura 14), e excluir as áreas localizadas
nessa faixa.
Para elaborar o mapa final de áreas aptas para a implantação de um aterro
sanitário para o Município de Vargem Grande do Sul, foi necessário verificar a área
mínima necessária para a demanda populacional do município, para assim “filtrar”
as áreas aptas para o município, conforme é descrito a seguir.
• Determinação da área mínima necessária
Nesta etapa foi realizada a estimativa populacional do município para um
período de projeto de 15 (quinze) anos, estando assim em conformidade com as
exigências da CETESB (CETESB, 20--?b) e da Resolução CONAMA n.o 404/2008
(CONAMA, 2008).
Para a estimativa populacional, ao invés de realizar o cálculo de estimativa
populacional, optou-se por utilizar as projeções disponíveis no Sistema Seade de
Projeções Populacionais (SEADE, 2020b), a fim de compatibilizar com as
informações do município apresentadas no 5.1.
Após estimada a população, com auxílio da Tabela 4 a qual contém
informações que relacionam população e área mínima necessária para implantação
de um aterro sanitário de acordo com o Termo de Referência Técnico (BRASIL,
2011), foi possível determinar a área mínima necessária para o empreendimento no
município de Vargem Grande do Sul.
• Cálculo das áreas dos polígonos resultantes
Após determinada a área mínima necessária para implantação do aterro
sanitário, foram calculadas no próprio software QGIS, as áreas de todos os polígonos
resultantes.
• Seleção das áreas aptas
Em seguida foram excluídos os polígonos com áreas inferiores a mínima
necessária, resultando assim no Mapa Final de áreas aptas para implantação de um
aterro sanitário para o município de Vargem Grande do Sul.
116

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados remetem aos produtos cartográficos e imagens confeccionadas
em função dos diversos critérios e fatores analisados utilizando técnicas de
geoprocessamento no software livre QGIS.

• Unidades de Conservação
Foi necessário verificar se o município de Vargem Grande do Sul possui
alguma Unidade de Conservação ou se inserido em alguma faixa de proteção de UC,
conforme determinado pela Resolução CONAMA n.º 428/2010 (CONAMA, 2010).
Na Figura 28 são apresentadas as UCs mais próximas ao município, assim
como a faixa de distanciamento mínimo (buffer) de 3.000 m (três mil metros) a partir
do limite municipal.

Figura 28 – Unidades de Conservação x Vargem Grande do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

Pode ser observado na figura anterior, a não necessidade em se utilizar esse


critério na área de estudo, uma vez que o município não é contemplado por nenhuma
UC e a mais próxima, enquanto o presente trabalho estava em curso, está localizada
a uma distância superior a 3.000 m (três mil metros) do município.
117

• Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais


Como o presente trabalho tem o intuito de selecionar áreas aptas para
implantação de aterros sanitários (atividade potencialmente poluidora), é de suma
importância verificar se o município ou área de interesse está localizado em Área de
Preservação e Recuperação dos Mananciais, pois cada APRM tem suas respectivas
diretrizes e legislação de uso e ocupação do solo.
Na Figura 29 é apresentado as APRMs existentes no Estado de São Paulo
até o período de elaboração do presente trabalho, assim como a localização do
município de Vargem Grande do Sul em relação a elas.

Figura 29 – APRMs do Estado de São Paulo x Vargem Grande do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.

É possível observar na imagem anterior que o município de Vargem Grande


do Sul não está localizado em nenhuma das APRMs estaduais, portanto, torna-se
não necessário analisar este critério para a elaboração do mapa de áreas aptas para
a implantação de aterro sanitário.
118

• Plano de Bacia Hidrográfica

No presente item foram verificadas informações sobre os aspectos de águas


superficiais e águas subterrâneas, de acordo com os Planos de Bacia do CBH Pardo
(CRH, 2018) e do CBH Mogi (CRH, 2015).

O município é contemplado com um dos principais mananciais superficiais de


interesse da UGRHI 04 – Pardo, o Rio Verde (CRH, 2018) abrangendo a região Norte
(sua nascente) e Centro-Oeste do município, e ao sul pelo Rio Jaguari-Mirim (UGRHI
09 – Mogi) (CRH, 2015), conforme pode ser verificado no mapa de recursos hídricos
do município (ver Figura 21).

De acordo com os Plano de Bacias supracitados, o município de Vargem


Grande do Sul pertence as Sub-Bacias (Rio Tambaú/Rio Verde e Alto Pardo) na
UGRHI 04 e (Rio Jaguari-Mirim) na UGRHI 09, conforme apresentado na Figura 30.

Figura 30 – Sub-bacias das UGRHIS Pardo e Mogi-Guaçu

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com relação ao balanço hídrico da bacia do Pardo, a sub-bacia do Rio Verde


através da Deliberação CBH-Pardo 4/04 (CBH-Pardo, 2004) foi definida como crítica.
E de acordo com o Plano de Bacia do Rio Mogi Guaçu (CRH, 2015), a sub-bacia
Jaguari Mirim da UGRHI 09 apresentou um balanço hídrico superficial negativo, ou
seja, o volume de água capitado é superior a sua reposição natural; e positivo para
o balanço hídrico subterrâneo. Sendo necessário a atividade que possa interferir na
119

quantidade e/ou na qualidade dos recursos hídricos das sub-bacias, estar em


conformidade com o Plano de sua Bacia e Hidrográfica, a consulta e aprovação
previa de seus respectivos Comitês de Bacia.

• Zoneamento Ecológico Econômico


Neste critério foi verificado se o município de Vargem Grande do Sul está ou
não inserido em um ZEE.
No Estado de São Paulo foram estabelecidos os ZEEs do Setor Litoral Norte
(SÃO PAULO, 2004) e do Setor Baixada Santista (SÃO PAULO, 2013), portanto, não
foi necessário considerar este critério para a elaboração do mapa de áreas aptas
para a implantação de aterro sanitário, devido o município estar localizado no interior
paulista e distante do litoral.
• Áreas Protegidas de Populações Tradicionais

No presente item foi verificado se há áreas protegidas de populações


tradicionais (Quilombolas ou Indígenas) no município de Vargem Grande do Sul e
arredores, conforme pode ser observado na Figura 31.

Figura 31 – Populações tradicionais x Vargem Grande do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.


120

Pode ser verificado na figura anterior, que o município de Vargem Grande do


Sul não é contemplado com áreas protegidas de populações tradicionais, sendo a
Comunidade Quilombola “Brotas” do Município de Itatiba, a mais próxima. Portanto,
para a elaboração do Mapa Final, não houve a necessidade de analisar esse critério.

• Áreas de Patrimônio Espeleológico, Arqueológico, Histórico e Cultural


Foi necessário verificar a presença de áreas de Patrimônios Espeleológico e
Histórico/Arqueológico (Sítios Geológicos) e Cultural no município e nos arredores,
devido serem áreas a serem protegidas. A Resolução CONAMA n.º 347/2004
(CONAMA, 2004) determina uma “distância mínima de 250 m (duzentos e cinquenta
metros)” entre os perímetros de uma caverna e do empreendimento.
As áreas protegidas dessas temáticas existentes no Estado de São Paulo
durante o período de elaboração do presente estudo são apresentadas abaixo na
Figura 32.

Figura 32 – Áreas de Patrimônios x Vargem Grande do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor.


121

Durante o curso do presente estudo, foi observado que o município de Vargem


Grande do Sul não possui nenhum patrimônio do tipo: espeleológico, sítio geológico
ou histórico-cultural, conforme observado na figura anterior.

Além de poder constatar que a Gruta dos Morcegos dista aproximadamente


19 km (dezenove quilômetros) do município, muito acima dos 250 m (duzentos e
cinquenta metros) estabelecidos pela Resolução CONAMA n.º 347/2004 (CONAMA,
2004), e os demais patrimônios estão distantes o suficiente para que não haja algum
impacto relacionado ao empreendimento. Portanto, não havendo necessidade de
analisar esses critérios para a elaboração do mapa de áreas aptas para a
implantação de aterro sanitário.

• Profundidade do lençol freático


No presente item, foi realizado o levantamento dos poços cadastrados no
Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE (DAEE,
2020), e no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas – SIAGAS do Serviço
Geológico do Brasil – CPRM (CPRM, 2020), para se obter dados preliminares
referentes a profundidade do lençol freático no município, uma vez que a NBR
13.896/1997 (ABNT, 1997) “estabelece, que se garanta uma camada natural com
espessura mínima de 1,50 m (um metro e meio) de solo insaturado entre a superfície
inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático”.
No município há apenas 40 poços cadastrados no sistema do DAEE, e 16 no
SIAGAS, sendo que a grande maioria está localizada na área urbana do município,
área inapta para o presente estudo, além de que a maioria dos poços não possuem
informação referente ao seu Nível Estático (NE) (profundidade do lençol freático),
portanto, não sendo possível analisar esse critério preliminarmente apenas com as
informações dos poços existentes no município, cadastrados.
Portanto, para esse critério, será necessário fazer a verificação in loco, assim,
recomenda-se no presente estudo que seja feita essa análise, posteriormente a
identificação preliminar de áreas aptas para a implantação de aterros sanitários, pois
assim, limita-se em realizar as sondagens/análises apenas nas áreas
ambientalmente adequadas identificadas, e de interesse.
122

• Pedologia

No que se refere ao critério (fator) pedológico para o município de Vargem


Grande do Sul, pode ser verificado na Figura 33 que uma extensa área do município
apresenta características satisfatórias (notas de 0,6 a 1,0) para a implantação de um
aterro sanitário.

Sendo consideradas áreas não aptas (nota 0) e com aptidão ruim (nota 0,2) a
região de abrangência dos Gleissolos e Neossolos, respectivamente. Pelo fato do
primeiro possuir uma característica de região brejosa, e por serem solos com
características no município de serem pouco profundos a rasos, e com textura mais
arenosa. Já os solos que tiveram notas de aptidão satisfatórias: Cambissolo (Nota –
0,6, moderadamente boa), Latossolos e Argissolos (Nota – 1,0, ótima), apresentaram
melhores características em relação a profundidade e textura (mais profundos e com
textura média a argiloso), conforme pode ser observado nas Figura 42 e 43 do
Apêndice A – Mapas Complementares.

Figura 33 – Mapa de Nota – Pedologia

Fonte: Elaborado pelo autor.


123

• Geologia

Para o critério (fator) geológico do município de Vargem Grande do Sul foi


considerado a relação de importância das Unidades Aquíferas presentes no
município, e os Domínios Geológicos que as protegem.

A seguir na Figura 34, é apresentado o Mapa de Nota do presente critério.

Figura 34 – Mapa de Nota – Geologia

Fonte: Elaborado pelo autor.

Pode ser observado na Figura 34, que para o critério geológico as áreas com
melhor nota de aptidão estão localizadas na região (S-SO) do município, e as menos
aptas na região (N-NE) devido a fragilidade regional, como por exemplo presença de
fraturas, e dos principais mananciais do município.

• Distância dos recursos hídricos superficiais

Para o presente critério (restrição) foi elaborado o Mapa de Notas de Aptidão


com relação ao distanciamento de qualquer corpo hídrico superficial (cursos e corpos
d’água) presentes no território municipal de Vargem Grande do Sul, sendo
consideradas inadequadas (nota 0), as áreas pertencentes a faixa de proteção de
124

200 m (duzentos metros) dos corpos hídricos, e adequadas (nota 1) as demais áreas,
conforme pode ser observado na Figura 35.

Na Figura 35 é possível constatar que o município é agraciado por uma vasta


rede hidrográfica, principalmente na sua região (N-NE), região dos principais
mananciais do município, consequentemente região com menor disponibilidade de
áreas aptas para implantação de aterros sanitários, e a região (S-SO) apresenta
maior disponibilidade de áreas aptas para esse critério.

Figura 35 – Mapa de Nota – Distância dos Recursos Hídricos Superficiais

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Distância de núcleos urbanos


Para este critério (fator) foram consideradas áreas inaptas, as pertencentes a
mancha urbana e a sua faixa de influência de 500 m (quinhentos metros), e
localizadas a distância superior a 10.000 m (dez mil metros) do limite da mancha
urbana de maior representatividade no volume de materiais destinados ao aterro,
conforme pode ser observado na Figura 36.
As áreas aptas ficam na faixa de distância entre 500 a 10.000 m (quinhentos
a dez mil metros) do limite do núcleo urbano principal, sendo as áreas ótimas as
125

localizadas na faixa de distância entre 2.000 a 8.000 m (dois mil a oito mil metros),
conforme apresentado na Figura 36.

Figura 36 – Mapa de Nota – Distância de Núcleos Urbanos

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Distância de Vias

No que se refere ao critério (fator) de distância de vias, foi estabelecido


inaptidão para as áreas localizadas na mancha urbana e sua faixa de influência de
100 m (cem metros), como também, as áreas situadas a distância igual ou superior
a 10.000 m (dez mil metros) do núcleo urbano principal.

As áreas aptas ficam na faixa de distância entre 100 a 10.000 m (cem a dez
mil metros) do limite do núcleo urbano principal, sendo as áreas ótimas as
localizadas na faixa de distância entre 1.000 a 2.000 m (mil a dois mil metros),
conforme apresentado na Figura 37.
126

Figura 37 – Mapa de Nota – Distância de Vias

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Declividade (Clinografia)

Com relação ao critério (fator) declividade, as áreas com declividade até 1%


e superior a 30% foram consideradas inaptas, ou seja, áreas com relevo plano, forte
ondulado (parcela com declividade entre 30 a 45%) e montanhosos, conforme pode
ser observado na Figura 38.

As áreas aptas são as que possuem declividade na faixa de 1 a 30%, sendo


considerado as áreas com aptidão: ‘moderadamente boa’ as com declividade entre
20 a 30% com relevo (forte ondulado), ‘boa’ entre 10 a 20% (ondulado) e ‘ótima’ de
1 a 10% (suave ondulado), conforme apresentado na Figura 38.

Pode ser observado na Figura 38, que o município possui um relevo ondulado
a montanhoso na região (N-NE), região esta dos principais mananciais do município,
e um relevo plano na região (CO-SO), onde, segundo esse fator, há uma menor
disponibilidade de áreas aptas para implantação de aterros sanitários,
127

Figura 38 – Mapa de Nota – Declividade

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Risco de Inundação

Para o presente critério (restrição), foram analisadas as categorias de risco de


inundação existentes no município conforme apresentado na Figura 17, sendo
constatado que no município há áreas com risco médio de inundação, e risco
baixíssimo ou inexistente; portanto, como esse fator está diretamente ligado à
uma possível contaminação dos recursos hídricos por parte do aterro sanitário,
foi atribuído nota 0 (zero) “não aptas” para as áreas com risco médio, e nota 1
(um) “aptas” para as áreas consideradas de risco baixíssimo, conforme
apresentado na Figura 39.

Pode ser observado na Figura 39 que o município possui poucas áreas com
algum risco de inundação, sendo elas na área urbana central do município, onde
o Rio Verde e os Córregos Santana e Barreirinho se encontram (ver Figura 21),
e na extremidade sul do município, região de influência do Rio Jaguari-Mirim.
128

Figura 39 – Mapa de Nota – Risco de Inundação

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Distância de Aeródromos

Para o presente critério (restrição), foi observado a Portaria n.º 741/GC3/2018


(BRASIL, 2018a), a qual estabelece uma distância ou raio mínimo de 10 km (dez
quilômetros), entre os aeródromos e a área de implantação do aterro sanitário,
portanto, foram consideradas áreas inaptas (nota 0), aquelas pertencentes à faixa
de influência dos aeródromos que incide no município de Vargem Grande do Sul, e
as áreas foram da área de proteção aeroportuária, foram consideradas aptas (nota
1), conforme pode apresentado na Figura 40.

Pode ser observado na Figura 40 que para este critério, uma considerável
área do território municipal não é adequada para implantação de aterros sanitários,
devido a presença do aeródromo privado Fazenda Campo Vitória localizado no
perímetro urbano.
129

Figura 40 – Mapa de Nota – Distância de Aeródromos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Cabe ressaltar que o fato do aeródromo privado Fazenda Campo Vitória estar
localizado no perímetro urbano do núcleo populacional principal “conflita”
diretamente com os critérios de uso e ocupação – distanciamento de núcleos
populacionais, e operacional – distanciamento de vias, os quais consideram inaptas,
as áreas localizadas acima de 10.000 m (dos núcleos populacionais e vias). Portanto,
o aeródromo em questão, tem um impacto relevante na redução de disponibilidade
de áreas aptas para a implantação de aterros sanitários. Além de que, o atual aterro
sanitário (devidamente licenciado) situa a uma distância inferior a 10 km da malha
urbana (págs. 77-78) / do aeródromo, portanto, caso fosse um novo empreendimento
ao considerar o método apresentado, sua localização não atenderia este critério.

• Área Mínima Recomendada

No Quadro 19, são apresentados os dados referentes a estimativa


populacional do município de Vargem Grande do Sul segundo o Instituto SEADE
(SEADE, 2020b), da área mínima recomendada no Termo de Referência Técnico
(BRASIL, 2011) para a implantação de um aterro sanitário, com relação a população
130

estimada, e tempo de projeto mínimo (vida útil) de 15 anos conforme estabelecido


pela Resolução CONAMA n.o 404/2008 (CONAMA, 2008).

Pode ser observado no Quadro 19, que a área mínima recomendável para a
implantação de um aterro sanitário com vida útil de 15 anos no município de Vargem
Grande do Sul para o ano de 2020 é de 10 ha (dez hectares).

Quadro 19 – Estimativa de área mínima para tempo de projeto de 15 anos

População Estimada Tempo de projeto Área Mínima Recomendável


Ano
(hab) (anos) (ha)
2020 41.501 0 10,0
2035 43.374 15 10,0
Fonte: Elaborado pelo autor, a partir dos dados (SEADE, 2020b, BRASIL, 2011).

• Mapa Final

Neste item é apresentado o Mapa Final com as áreas aptas para implantação
de aterro sanitário, conforme mostrado na Figura 41, podendo ser observado que
foram identificados 27 (vinte e sete) áreas aptas no município de Vargem Grande do
Sul; sendo elas classificadas com moderadamente boas ou ótimas.

Figura 41 – Mapa de Áreas Aptas para Implantação de Aterro Sanitário

Fonte: Elaborado pelo autor.


131

Na Figura 41, pode ser observado que expressiva parcela das áreas aptas
para os critérios analisados, estão presentes na região (N-NE) do município, onde
está presente os principais mananciais do município. Portanto, de forma a preservar
e proteger essa importante região, recomenda-se priorizar as áreas a (S-SO) do
município, de preferência a 23 ou 24, por estarem próximos ao antigo lixão, área já
impactada.

7.1 DIFICULDADES E RECOMENDAÇÕES


A seguir são apresentadas as dificuldades enfrentadas, e recomendações
para a elaboração do presente estudo preliminar e para estudos posteriores:

• Houve dificuldade em elaborar o contexto histórico da gestão de


resíduos do município, devido a escassez de trabalhos, estudos e
publicações disponíveis na internet ou de fácil acesso com informações
pertinente. Portanto, para estudos que apresentarem tal dificuldade,
recomenda-se consultar também os jornais locais, a prefeitura
municipal, como também os processos de licenciamento nos órgãos
ambientais, de obras ou projetos da prefeitura que precisaram realizar
estudos ambientais, possibilitando obter informações não disponíveis
na internet.
• A morosidade na obtenção de dados, informações e materiais em
órgãos públicos em todas as esferas, foi uma dificuldade enfrentada,
pois esta interfere no prazo para a elaboração do estudo e na
“qualidade” das informações (dados atuais), podendo ocorrer que a
resposta do órgão público não seja realizada em tempo hábil ao prazo
de término do estudo, portanto, recomenda-se solicitar as informações
e materiais necessários ao estudo, previamente ou ao início do mesmo.
• Outra dificuldade encontrada na elaboração do presente trabalho foi a
divergência de algumas informações entre publicações de órgãos da
esfera federal e estadual. Quando isso ocorrer, recomenda-se utilizar
as informações publicadas pelo órgão estadual, pois comumente os
dados constantes nas publicações da esfera federal, são oriundos das
informações fornecidas pelos órgãos estaduais.
• As atualizações ou mudanças recorrentes na legislação é uma
dificuldade recorrente para este tipo de estudo, uma vez que a
132

legislação ambiental é bastante dinâmica, portanto, recomenda-se


definir o período de vigência da legislação para o estudo, para evitar
que alterações recorrentes da legislação afetem o estudo já em curso.
• Recomenda-se atentar-se na etapa de atribuição das notas de aptidão
as classes de alguns critérios quando embasados em outros estudos
realizados para outras regiões, como por exemplo: o critério geologia,
não raro uma mesma unidade geológica pode estar em uma área de
fraturas e mananciais, e em outra região não, portanto, não se deve
atribuir uma mesma nota de aptidão para essa unidade em ambas as
situações, portanto, é necessário conhecer as características locais
para atribuir nota de acordo com a importância/fragilidade na região de
estudo.

Após a realização do presente estudo preliminar de identificação de áreas


aptas para implantação de aterro sanitário, recomenda-se a continuidade dos
estudos para “filtrar” as áreas de interesse, e selecionar a área que esteja em
conformidade com os requisitos técnicos que não foram possíveis serem analisados
no presente estudo preliminar, com o Plano de Bacia Hidrográgfico e consoante aos
anseios do município, conforme apresentado a seguir:

• Verificar o valor venal das áreas aptas de interesse, e se possível


priorizar áreas pertencentes ao Poder Público, para assim minimizar os
gastos com o investimento inicial do projeto (desapropriações).
• Priorizar áreas próximas a rede elétrica e telefônica, fundamental para
o pleno funcionamento das estruturas de apoio de um aterro sanitário.
• Priorizar áreas que não tenham necessidade de supressão vegetal, ou
na ausência das mesmas, que o impacto seja o mínimo possível; e
realizar um levantamento da flora e fauna na região, para verificar
inexistência de espécies ameaçadas.
• Priorizar áreas localizadas onde a direção predominante dos ventos
seja contrária aos núcleos urbanos, reduzindo assim, possíveis
incômodos com o mal cheiro e descontentamento da população.
• Verificar in loco a profundidade do lençol freático, no período de
Novembro-Fevereiro, de preferência em Janeiro, mês com na maior
precipitação média histórica, conforme apresentado no Figura 19, de
133

forma que garanta uma camada natural “com espessura mínima de


1,50 m (um metro e meio) de solo insaturado entre a superfície inferior
do aterro e o mais alto nível do lençol freático”, conforme estabelece a
NBR 13.896/1997 (ABNT, 1997).
• Realizar ensaios para determinar a condutividade hidráulica
(coeficiente de permeabilidade) do solo local, afim de garantir que o
coeficiente seja inferior a 5x10-5 cm/s, conforme estabelece a NBR
13.896/1997 (ABNT, 1997).
• Consultar o Comitê de Bacia sobre a conformidade das áreas de
interesse e tipo de empreendimento com o Plano de Bacia Hidrográfica
em que a área está inserida, e obter sua aprovação.
134

8 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que é possível realizar um estudo preliminar de identificação
de áreas ambientalmente adequadas para a implantação de um aterro sanitário a
baixo investimento financeiro e de tempo, apenas com informações e banco de
dados públicos, e com auxílio do software de geoprocessamento livre QGIS.
Ressaltando que as técnicas apresentadas neste trabalho se referem apenas a uma
etapa preliminar de indicação de áreas para a implantação de um aterro sanitário,
sendo necessários estudos posteriores conforme recomendado no item 7.1, para a
escolha final da área.

O baixo investimento de tempo está relacionado a realização de uma análise


preliminar rápida e clara, sem precisar ir a campo, e financeiro devido a possível
necessidade de capacitação para o uso de software de geoprocessamento em algum
curso pago, porém, como alternativa há muitos materiais, tutoriais e aulas gratuitas
sobre o uso do QGIS disponíveis na internet, que possibilitam o aprendizado da
ferramenta.

Os objetivos do presente trabalho foram alcançados, pois foi possível fazer


uma contribuição metodológica para a realização do presente estudo, utilizando o
município de Vargem Grande do Sul-SP como estudo de caso, portanto, a presente
metodologia pode ser replicada a outros municípios, auxiliando assim, as
administrações públicas de municípios de pequeno e médio porte com problemas
orçamentários, que dispõem seus resíduos sólidos urbanos em locais inadequados,
e/ou que não possuam um PMGIRS a realizarem esse estudo. Selecionando assim,
áreas ambientalmente adequadas para a implantação de aterros sanitários,
melhorando o saneamento ambiental do município, como também contribuindo para
a elaboração do PMGIRS, pois este estudo é um dos itens que compõem o Plano, o
qual é necessário para que os municípios tenham acesso a recursos da União
voltados as atividades relacionadas a gestão de resíduos.

Os mapas temáticos elaborados do município de Vargem Grande do Sul,


contribuirão para um melhor conhecimento de suas características ambientais e
territoriais, os quais poderão auxiliar futuros estudos e projetos que venham a ser
desenvolvidos no município.
135

Devido a dinâmica dos instrumentos técnicos e legais, para a aplicação da


metodologia proposta no presente trabalho, ressalta-se a necessidade de consultar
as normas e legislação pertinentes vigentes, conforme citado na página 38.
136

REFERÊNCIAS

ABNT. ABNT NBR 10.004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ABNT,
2004. 71 p.

______. ABNT NBR 13.896: Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para proje-
to, implantação e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. 12 p.

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Florestal). Interpretação conforme a constituição ao artigo 48, §2º, da Lei Federal
12.651/2012, para permitir que a compensação de reserva legal com a utilização da
Cota de Reserva Ambiental – CRA se dê apenas em áreas com a mesma “identidade
ecológica”. Embargos opostos por Amicus Curiae. Inviabilidade. O Amicus Curiae
não tem legitimidade recursal nas ações de controle concentrado de constitucio-
nalidade. Embargos não conhecidos. Diário da Justiça Eletrônico, Brasília, DF, 01
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proteção aos mananciais de água destinados ao abastecimento público e dá outras
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158

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delimitação do perímetro urbano do Município de Vargem Grande do Sul e dá outras
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ISSN 1678-5142 versão online e ISSN 0101-7438 versão impressa. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/pope/v25n2/25705.pdf>. Acesso em: 02 mar. 2020.
159

GLOSSÁRIO

Bafagem: Na terra, fumaça mostra a direção do vento; catavento não gira.


Carcinogenicidade: refere-se a possibilidade de uma substância ou agente ser
capaz de induzir um carcinoma – câncer.
Charnockitóides ou Charcockitos: são rochas ígneas e/ou metamórfica de alto
grau metamórfico, granítica ou granitoide, que se caracteriza por apresentar
hiperstênio em sua composição. São muitas vezes de granulação grosseira e com
feldspatos escuros. (SIGEP; CPRM, 2020)
Ecótono: são ambientes de transição entre dois ecossistemas vizinhos.
Escala de Beaufort: é um sistema para calcular e informar a velocidade do vento,
baseado na Força ou Número de Beaufort, o qual é composto da velocidade de
vento, um termo descritivo, e os efeitos visíveis sobre as superfícies da Terra ou do
mar. A escala foi inventada por Sir Francis Beaufort (1777-1857), hidrógrafo da
Marinha Real Britânica (INMET, (20--?)). A escala varia de 0 (calmaria) a 12
(furacão).
Patogenicidade: capacidade de causar doenças.
Periculosidade: característica apresentada pelo resíduo, em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar potencial
risco à saúde pública e ao meio ambiente.
Teratogenicidade: capacidade de induzir malformações no feto.
160

APÊNDICE A – MAPAS COMPLEMENTARES

Figura 42 – Mapa de profundidade dos solos de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor, dados (ROSSI, 2017b).

Figura 43 – Mapa de textura superficial dos solos de Vargem G. do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor, dados (ROSSI, 2017b).


161

ANEXO A – IMAGENS DA ÁREA DO LIXÃO

Figura 44 – Imagem aérea de 1967 (anterior a instalação do lixão 1977)

Fonte: GEOPORTAL (2020a).

Figura 45 – Imagem de satélite da área do lixão – 2006

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).

Figura 46 – Imagem de satélite da área do lixão – 2010 (queima de lixo)

Fonte: GEOPORTAL (2020b).


162

Figura 47 – Imagem de satélite da área do lixão – 2013

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).

Figura 48 – Imagem de satélite da área do lixão – 2016

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020.

Figura 49 – Imagem de satélite da área do lixão – 2019

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).


163

Figura 50 – Catadores no lixão – [20--?]

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande (sem ano).

Figura 51 – Vista do lixão e APP – [20--?]

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande (sem ano).

Figura 52 – Lixão e APP ao fundo – [20--?]

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande (sem ano).


164

Figura 53 – Catadores no lixão – 2002

Fonte: GAZETA (2002).

Figura 54 – Acúmulo de percolado na superfície do solo – 2002

Fonte: GAZETA (2002).

Figura 55 – Disposição de lixo hospitalar no lixão – 2002

Fonte: GAZETA (2002).


165

Figura 56 – Lixão – 2009

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 57 – Vista do lixão – 2009

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 58 – Lixão – 2010

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


166

Figura 59 – Disposição irregular de paletes no Lixão – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 60 – Disposição irregular de frutas e material de poda – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


167

ANEXO B – IMAGENS DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO

Figura 61 – Projeto do atual aterro sanitário – 2005

N A
B
C

LEGENDA
E A – Portão de Acesso e Guarita

B – Administração e Estacionamento

C – Galpão para Reciclagem

D – Área de Emergência

E – Trincheiras (valas)

F – Bacia de Infiltração de água pluvial

F G – Caixa de Decantação de água pluvial


G
Fonte: Adaptado do processo CETESB 04/00494/06.

Figura 62 – Principais estruturas do aterro sanitário

Galpão para
reciclagem Administração
Valas
Acesso/Guarita

Bacia de
Infiltração Área de
Emergência

Caixa de
Decantação

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).


168

Figura 63 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2010

Fonte: GEOPORTAL (2020b).

Figura 64 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2013

LEGENDA
A – Instalação para recebimento
de resíduos perigosos (inativo)

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).

Figura 65 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2016

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).


169

Figura 66 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2017

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).

Figura 67 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2018

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).

Figura 68 – Imagem de satélite do aterro sanitário – 2019

Fonte: GOOGLE EARTH PRO (2020).


170

Figura 69 – Disposição irregular em valas não impermeabilizadas – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 70 – Disposição irregular de resíduos fora da vala – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 71 – Escoamento superficial de chorume sobre o solo – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


171

Figura 72 – Disposição irregular de resíduos – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 73 – Galpão para reciclagem – 2013

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 74 – Compactação dos resíduos sólidos e presença de aves – 2014

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


172

Figura 75 – Disposição irregular dos resíduos – 2014

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 76 – Galpão para reciclagem – 2014

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 77 – Construção de nova vala para recebimento de resíduos – 2014

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


173

Figura 78 – Recobrimento irregular dos resíduos – 2015

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 79 – Disposição irregular de resíduos sobre vala esgotada – 2015

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 80 – Disposição clandestina de resíduos – 2015

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


174

Figura 81 – Disposição irregular de resíduos – 2016

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 82 – Vista do aterro com disposição irregular de resíduos – 2016

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 83 – Queima ilegal no aterro sanitário – 2016

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


175

Figura 84 – Queima ilegal de resíduos – 2016

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 85 – Interdição do aterro sanitário – 2016

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 86 – Disposição irregular de resíduos – 2017

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


176

Figura 87 – Vala irregular (parcialmente sem impermeabilização) – 2017

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 88 – Vala irregular (sistema de drenagem comprometida) – 2017

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 89 – Recuperação das valas irregulares – 2017

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.


177

Figura 90 – Resíduos encontrados na abertura de novas valas – 2018

Fonte: Acervo do Jornal Gazeta de Vargem Grande.

Figura 91 – Disposição irregular de resíduos – 2019

Fonte: Acervo do autor.

Figura 92 – Presença de aves no aterro sanitário – 2019

Fonte: Acervo do autor.


178

Figura 93 – Presença irregular de catadores – 2019

Fonte: Acervo do autor.

Figura 94 – Edifício de administração abandonado e sucateado – 2019

Fonte: Acervo do autor.

Figura 95 – Galpão para reciclagem abandonado e sucateado – 2019

Fonte: Acervo do autor.


179

Figura 96 – Construção de novas valas – 2019

Fonte: Acervo do autor.

Figura 97 – Localização preliminar do aterro sanitário – 2002

Fonte: CETESB (2002).


180

ANEXO C – DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR

Figura 98 – Documentação para atividades com potencial atrativo de fauna

continua
181

continuação

Fonte: CETESB, [20--?b].


182

ANEXO D – PLANILHAS PARA CÁLCULO DO IQR E IQR-VALAS

Figura 99 – Modelo de planinha para cálculo do IQR

Fonte: CETESB (2020).


183

Figura 100 – Modelo de planinha para cálculo do IQR-Vala

Fonte: CETESB (2020).


184

ANEXO E – CRITÉRIOS DE FORMAÇÃO DOS GRUPOS DO IPRS


Quadro 20 – Critérios de formação dos grupos do IPRS

Grupos Critérios Descrição

Alta riqueza, média longevidade e média escolaridade


Municípios que se
Alta riqueza, média longevidade e alta escolaridade caracterizam por um
nível elevado de
Dinâmicos
riqueza com bons
Alta riqueza, alta longevidade e média escolaridade níveis nos indicadores
sociais
Alta riqueza, alta longevidade e alta escolaridade

Alta riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade


Municípios que,
Alta riqueza, baixa longevidade e média escolaridade embora com níveis de
riqueza elevados, não
Desiguais Alta riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade são capazes de atingir
bons indicadores em
Alta riqueza, média longevidade e baixa escolaridade ambas as dimensões
sociais
Alta riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade

Baixa riqueza, média longevidade e média escolaridade


Municípios com nível
Baixa riqueza, média longevidade e alta escolaridade de riqueza baixo, mas
Equitativos
Baixa riqueza, alta longevidade e média escolaridade com bons indicadores
sociais
Baixa riqueza, alta longevidade e alta escolaridade

Baixa riqueza, baixa longevidade e média escolaridade


Municípios que
Baixa riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade apresentam baixos
Em níveis de riqueza e
transição níveis intermediários
Baixa riqueza, média longevidade e baixa escolaridade de longevidade e/ou
escolaridade
Baixa riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade
Municípios mais
desfavorecidos do
Vulneráveis Baixa riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade Estado, tanto em
riqueza quanto nos
indicadores sociais
Fonte: SEADE (2020).

Quadro 21 – Parâmetros IPRS para a classificação dos municípios – 2018

Categorias Dimensões do IPRS


Riqueza municipal Longevidade Escolaridade
Baixa Até 38 Até 68 Até 52
Média - 69 a 71 53 a 60
Alta 39 e mais 72 e mais 61 e mais
Fonte: SEADE (2020).

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