RESOLUÇÃO CNAS - MDS #117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023 - RESOLUÇÃO CNAS - MDS #117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional

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31/08/2023, 13:51 RESOLUÇÃO CNAS/MDS Nº 117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023 - RESOLUÇÃO CNAS/MDS Nº 117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 29/08/2023 | Edição: 165 | Seção: 1 | Página: 22
Órgão: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome/Conselho Nacional de Assistência Social

RESOLUÇÃO CNAS/MDS Nº 117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023

Aprova o reordenamento das ações de Assistência Social do


Programa Criança Feliz, em consonância com o Programa
Primeira Infância no Sistema Único da Assistência Social (SUAS).

O Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, em Reunião Ordinária realizada no dia 11 de


agosto de 2023, no uso das competências que lhe confere o artigo 18 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro
de 1993 - a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, e resolve:

Art. 1º Aprovar o reordenamento das ações de Assistência Social do Programa Criança Feliz, em
consonância com o Programa Primeira Infância no Sistema Único da Assistência Social, de que tratam as
Resoluções do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS nº 19, de 24 de novembro de 2016, e nº 29,
de 11 de março de 2021, conforme proposto pela Câmara Técnica da Primeira Infância no Sistema Único de
Assistência Social (SUAS).

Parágrafo único. Para fins de reordenamento, considera-se a nomenclatura "Programa Primeira


Infância no SUAS/Criança Feliz".

Art. 2º O reordenamento deverá seguir as diretrizes estabelecidas no Marco Legal da Primeira


Infância, a Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016, para formulação e implementação das políticas públicas,
observando-se os seguintes princípios:

I - reconhecimento da dependência de cuidados na primeira infância e da necessidade de


suportes e apoios às gestantes e às famílias para desempenho da função protetiva;

II - valorização da importância do brincar, dos cuidados e dos vínculos familiares e comunitários


para o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância;

III - valorização do protagonismo e das competências das famílias no exercício do cuidado e


proteção das crianças na primeira infância;

IV - reconhecimento de que as configurações, recursos e dinâmicas dos territórios também


incidem sobre as possibilidades de promoção do cuidado, da proteção social e do desenvolvimento
integral das crianças na primeira infância;

V - reconhecimento do direito à convivência familiar e comunitária nas suas diversas


configurações territoriais e socioafetivas; e

VI - reconhecimento da primeira infância como prioridade absoluta, nos termos do art. 227 da
Constituição Federal e do art. 4º da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

Art. 3º São objetivos do reordenamento do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz


quanto às visitas domiciliares:

I - integrar as visitas domiciliares e sua supervisão ao Serviço de Proteção Social Básica no


Domicílio como modalidade específica para criança de 0 a 6 anos e gestantes;

II - fortalecer o Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz, sob a coordenação da


Proteção Social Básica, integrada aos demais níveis de proteção e à vigilância socioassistencial, em
consonância à Política de Assistência Social;

III - promover atenção à criança na primeira infância considerando, necessariamente, sua família,
o território e seu contexto de vida;

IV - atualizar a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, incluindo crianças e


gestantes como público e como uma das modalidades do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio;

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cnas/mds-n-117-de-28-de-agosto-de-2023-506339338 1/4
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V - articular as ações do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz, considerando os


diferentes níveis de proteção social, com outros serviços, programas e demais ofertas existentes nos
territórios para as gestantes e crianças, com vistas ao desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos; e

VI - realizar atividades articuladas de atendimento à gestante e cuidadoras (es) familiares ou


responsáveis de crianças com deficiência, como estratégia de busca ativa para o Programa e para as
ofertas do Sistema Único da Assistência Social voltadas à primeira infância.

Art. 4º São objetivos do reordenamento do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz


em relação às ações intersetoriais e de integralidade da proteção e atenção à primeira Infância:

I - qualificar as ofertas socioassistenciais para atender as especificidades da primeira infância


por meio do aprimoramento de metodologias, regulação, indicadores, formação e fluxos intra e
intersetorial;

II - fomentar ações de apoio técnico e capacitação das equipes que atendem crianças na
primeira infância e suas famílias no âmbito do Sistema Único da Assistência Social, incluindo, sempre que
possível, equipes de outras políticas públicas e de programas locais;

III - promover estratégias conjuntas para a continuidade da proteção social às crianças na rede
socioassistencial quando essas atingirem a idade limite para acompanhamento pela visita domiciliar;

IV - fortalecer as estratégias intersetoriais de atenção a primeira infância por meio da criação de


protocolos institucionais, com vistas ao desenvolvimento integral das crianças na primeira infância e o
apoio a gestantes e suas famílias;

V - promover a cultura de proteção e de cuidado da criança, com apoio dos meios de


comunicação social, desenvolvendo e fomentando a produção de material orientativo para campanhas e
atividades coletivas a serem realizadas em todas as esferas de governo;

VI - qualificar os cuidados nos serviços de acolhimento institucional e priorizar o acolhimento


em famílias acolhedoras para crianças na primeira infância afastadas do convívio familiar;

VII - qualificar as ofertas consideradas as desigualdades e diversidades de raça, gênero e


territórios e diversidades;

VIII - propor estratégias e metodologias específicas para o atendimento às infâncias e suas


diversidades;

IX - propor estratégias para integrar serviços e benefícios para gestantes, primeira infância e
nutriz do Programa Bolsa Família (PBF) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC);

X - subsidiar a participação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) nos comitês


intersetoriais, previstos no âmbito do Marco Legal da Primeira Infância em todas as esferas de governo;

XI - instituir o Comitê Nacional de Qualidade Metodológica, cujas atribuições serão definidas no


âmbito da Comissão Intergestores Tripartite (CIT); e

XII - elaborar, no âmbito do Comitê Gestor, prioridades, diretrizes e metas do programa, que
deverão integrar os planos de assistência social, considerando as responsabilidades de cada política e as
estratégias para potencializar a intersetorialidade e o trabalho em rede no município.

Art. 5º A visita domiciliar deverá priorizar as gestantes e as crianças de 0 a 72 meses e suas


famílias, em especial:

I - crianças de 0 a 36 meses inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico);

II - crianças de 0 a 72 meses beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC);

III - famílias beneficiárias do Benefício Primeira Infância do Programa Bolsa Família (PBF);

IV - crianças que perderam ao menos um de seus responsáveis familiares decorrente da COVID


19 ou por feminicídio;

V - crianças e gestantes de povos e comunidades tradicionais, população do campo, floresta e


água;

VI - crianças e gestantes em situação de rua;

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VII - crianças e gestantes migrantes, apátridas e refugiadas;

VIII - crianças e gestantes em medidas de proteção;

IX - gestantes e nutrizes inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico); e

X - gestantes que recebam o benefício variável familiar do Programa Bolsa Família.

Art. 6º Cabe à Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) elaborar normativos e


orientações técnicas do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz:

I - propor a atualização da Tipificação Nacional dos Serviços Sociassistenciais para o Serviço de


Proteção Básica e Cuidado no Domicílio às crianças, gestantes, pessoas com deficiência e idosas;

II- adequar a periodicidade para, no mínimo, duas visitas por mês ao público atendido pelo
Programa;

III - adequar as diretrizes das visitas domiciliares às atribuições e processos do trabalho social
com famílias do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio;

IV - elaborar o Protocolo para oferta de Cuidados à Primeira Infância em conjunto com o


Ministério da Saúde e Ministério da Educação;

V - adequar a nomenclatura das equipes técnicas, de acordo com a Resolução CNAS nº 17, de
20 de junho de 2011, e Resolução CNAS nº 9, de 15 de abril de 2014, e outras normativas do CNAS sobre a
matéria;

VI - revisar as atribuições dos entes federativos;

VII - adequar o financiamento do Programa às normativas do Sistema Único da Assistência


Social (SUAS), garantindo permanência do cofinanciamento aos estados e municípios que aderirem ao
Programa; e

VIII - adequar e qualificar a oferta do Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio, conforme a
lógica de cofinanciamento, corresponsabilidades, expansões e inclusão do público prioritário.

Art. 7º O reordenamento do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz se dará


gradativamente, garantindo o orçamento específico aos estados e municípios para a manutenção do
atendimento às crianças e gestantes, e considerará as pactuações específicas dos seguintes temas no
âmbito da Comissão Intergestores Tripartite - CIT:

I - metodologia e Educação Permanente;

II - equipes e metas;

III - financiamento;

IV - intra e intersetorialidade;

V - gestão e governança; e

VI - monitoramento e avaliação.

§ 1º As pactuações inerentes aos temas de que tratam o caput serão efetivadas por meio de
cronograma a ser definido pela Câmara Técnica Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz.

§ 2º A finalização do reordenamento se dará a partir da conclusão das pactuações dos temas


elencados no caput.

Art. 8º Recomendar à Câmara Técnica da Comissão Intergestores Tripartite - CIT:

I - inserir propostas qualitativas para registro do Acompanhamento das Visitas Domiciliares;

II - discutir e pactuar a estrutura de financiamento com as responsabilidades dos entes;

III - fortalecer e priorizar a Política Nacional de Educação Permanente do Sistema Único da


Assistência Social - PNEP/SUAS como compromissos de estados, Distrito Federal e municípios;

IV - integrar o Sistema do Programa Criança Feliz - E-PCF com o Prontuário do SUAS;

V - incluir nos protocolos intersetoriais especificidades de cuidado e proteção às crianças que


apresentam neurodiversidades; e

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31/08/2023, 13:51 RESOLUÇÃO CNAS/MDS Nº 117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023 - RESOLUÇÃO CNAS/MDS Nº 117, DE 28 DE AGOSTO DE 2023 - DOU - Imprensa Nacional

VI - garantir acessibilidade por meio de tecnologias assistivas para a pessoa com deficiência,
viabilizando a condição de seu alcance para utilização com segurança e autonomia dos espaços, serviços,
mobiliários, tecnologias, sistemas e meios de comunicação, conforme Lei Brasileira de inclusão, Política
Nacional de Tecnologia Assistiva e o conceito do desenho universal e as normas da Associação Brasileira
de Normas Técnicas - ABNT.

Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

MARGARETH ALVES DALLARUVERA


Presidente do Conselho

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

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